Abordagem da Criança com
Taquipnéia
Paula Florence Sampaio
Taquipnéia
 
até 2 meses de idade: ≥ 60 rpm
 
de 2 meses a 11 meses: ≥ 50 rpm
 
de 1 a 4 anos: ≥ 40 rpm
 
5 anos ou mais: ≥ 30 rpm
Algumas Causas de Taquipnéia
 
 
 
 
 
 
 
Pneumonia Viral – Bronquiolite
Pneumonia Bacteriana
Pneumonia Atípica
Asma – Bebê Chiador
Cardiopatias Congênitas
Febre
Desidratação
Caso Clínico 1
Menino de 4 meses apresenta há 2 dias coriza nasal e
tosse esporádica. Hoje, mãe refere que o lactente não
está conseguindo mamar devido a “cansaço”. Nega
doenças de base ou uso de medicamentos. Nascimento
a termo, parto vaginal, sem intercorrências neonatais. O
pai da criança está resfriado.
Ao exame:
Bom estado geral, reativo ao exame, corado, hidratado,
anictérico e acianótico. Tax=36,8, FC= 140 bpm, FR= 58
ipm, PA=90x60 mmHG.
AR: MVUA, roncos difusos, sibilos esparsos. Tiragem
subcostal moderada. Saturação O2=90%.
Restante do exame sem alterações.
Bronquiolite
 
Vírus Sincicial Respiratório (VSR)
- 
Sazonalidade
- 
Transmissão: gotículas
- 
Período de incubação: 4 dias
Bronquiolite
 
Vírus Sincicial Respiratório (VSR)
- 
Creches
- 
Pico de incidência: lactente < 1ano
  Outros: parainfluenza, adenovírus, metapneumovírus
Bronquiolite
 
infecção viral do trato respiratório

necrose do epitélio bronquiolar, aumento da
secreção de muco e edema da submucosa

obstrução de bronquíolos por edema, muco e
debris celulares

hiperinsuflação e/ou colapso do tecido pulmonar
Bronquiolite
Lactentes: maior susceptibilidade
(vias aéreas pequenas)
Bronquiolite
 
Quadro Clínico
-  Início: coriza nasal, tosse, febre baixa
-  Fatores
de risco para bronquiolite: nível
socioeconômico baixo, locais de aglomeração,
desmame precoce
-  Sibilância
-  Fígado e baço rebaixados
Bronquiolite
  Quadro Clínico
Sinais de gravidade:
-  tiragem subcostal,
-  cianose central,
-  FR>70 rpm,
-  episódios de apnéia
-  queda do estado geral
Bronquiolite
 
Diagnóstico
-  Clínico
-  Radiografia
de
tórax
-
hiperinsuflação
pulmonar
-  PCR em aspirado de secreções respiratórias
Bronquiolite
  Fatores de risco para quadros graves:
prematuridade, doença pulmonar crônica
(broncodisplasia), cardiopatias congênitas ou
imunodeficiência
 
Infecções respiratórias virais  pneumonia
bacteriana
Bronquiolite
 
Diagnósticos diferenciais
- 
Sibilância: asma, fibrose cística, aspiração de
corpo estranho, refluxo gastroesofágico,
malformações congênitas
- 
Taquipnéia:
Pneumonia
Pneumonia Atípica
Bacteriana
e
Bronquiolite
- 
Tratamento
Oxigenoterapia (se Sat<92%)
- 
Nebulização com B2 agonista
- 
Sonda nasogástrica (risco de broncoaspiração)
 
Bronquiolite
 
Tratamento
- 
Antibiótico 30%
bacteriana
- 
Não é recomendado administração de corticóide
em pacientes previamente hígidos
co-ocorrência
de
infecção
Bronquiolite
 
- 
Prognóstico
Duração média de sintomas: 12 dias
Prevenção
-  No hospital: Isolamento respiratório e
de contato
 
-  Lavagem das mãos
-  Anticorpo monoclonal anti-VSR
Caso Clínico 1
Menino de 4 meses apresenta há 2 dias coriza nasal e
tosse esporádica. Hoje, mãe refere que o lactente não
está conseguindo mamar devido a “cansaço”. Nega
doenças de base ou uso de medicamentos. Nascimento
a termo, parto vaginal, sem intercorrências neonatais. O
pai da criança está resfriado.
Ao exame:
Bom estado geral, reativo ao exame, corado, hidratado,
anictérico e acianótico. Tax=36,8, FC= 140 bpm, FR= 58
ipm, PA=90x60 mmHG.
AR: MVUA, roncos difusos, sibilos esparsos. Tiragem
subcostal moderada. Saturação O2=90%.
Restante do exame sem alterações.
Caso Clínico 2
Criança de 2 anos apresenta há 2 dias quadro de tosse,
coriza nasal e febre (39). Hoje, início de taquidispnéia e
vômitos (7x). A criança não consegue ingerir líquido
segundo a mãe. Nega doenças de base ou uso de
medicamentos.
Ao exame:
Regular estado geral, reativa ao exame, hipocorada,
desidratada, anictérica e acianótica.
Tax=39, FC= 150 bpm, FR= 50 ipm, PA=90x60 mmHG.
AR: MVUA, sem ruídos adventícios. Sem esforço
respiratório. Saturação O2=94%.
Restante do exame sem alterações.
Pneumonia Bacteriana
 
Streptococcus pneumoniae: principal agente
etiológico
 
Staphylococcus aureus: quadros graves de
evolução rápida
Pneumonia Bacteriana
infecção viral do trato respiratório

lesão da mucosa
diminuição da atividade ciliar
diminuição da função de macrófagos e
neutrófilos

predisposição à infecção bacteriana
Pneumonia Bacteriana
Pneumonia Bacteriana
Quadro clínico
-  Infecção viral prévia das vias aéreas
-  Taquipnéia
-  Febre
-  A ausculta pode ser normal!
-  Em crianças maiores e
adolescentes: febre, tosse,
dor torácica
 
Pneumonia Bacteriana
 
Diagnóstico clínico-radiológico
- 
Radiogafia de tórax
- 
Hemograma
- 
Hemocultura
Pneumonia Bacteriana
 
Indicações de internação hospitalar:
-  Menor que 2 meses de idade
-  Sinais
de comprometimento do estado geral: toxemia,
incapacidade de ingerir líquido, sonolência
-  Sinais
de gravidade: tiragem subcostal, batimento de
asa de nariz, gemência, cianose, convulsões, Sat O2
<92%
Pneumonia Bacteriana
 
Indicações de internação hospitalar:
-  Doença de base: pneumopatias crônicas, cardiopatias
congênitas, desnutrição grave, anemia falciforme etc
-  Complicações Radiológicas: derrame pleural, empiema,
pneumatocele
-  Pais não cooperativos ao tratamento ambulatorial
Pneumonia Bacteriana
 
Classificação
- Pneumonia
grave: < 2 meses, tiragem
subcostal, complicações radiológicas
- Pneumonia
muito
grave:
sinais
de
comprometimento do estado geral, sinais de
hipoxemia grave
Pneumonia Bacteriana
IDADE
Tratamento Antibiótico
Neonatos
Ampicilina + Gentamicina
1 – 2 meses
Ampicilina + Gentamicina
3 – 12
meses
Amoxicilina (Pneumonia sem gravidade)
Penicilina Cristalina (Pneumonia grave)
Ceftriaxona + Oxacilina (Pneumonia muito grave)
2 – 5 anos
Amoxicilina (Pneumonia sem gravidade)
Penicilina Cristalina (Pneumonia grave)
Ceftriaxona + Oxacilina (Pneumonia muito grave)
Pneumonia Bacteriana
  Tratamento
-  Duração da antibioticoterapia: 10 dias
-  Retorno em 48 horas para reavaliação
Pneumonia Bacteriana
-  Se febre ou sem melhora clínica após 48-72
horas de antibiótico:
  Complicações
radiológicas: derrame pleural,
empiema, pneumatocele, abscesso pulmonar
  Resistência
Bacteriana (avaliar troca ATB)
Complicações Radiológicas
 
Derrame pleural
-  Exsudato
- 
USG de tórax
- Toracocentese
Pneumonia Bacteriana
 
- 
Prevenção
Vacinação anti-pneumocócica
Pneumonia de repetição
- 2 ou mais episódios no ano ou 3 ou mais
episódios durante a vida
 
Caso Clínico 2
Criança de 2 anos apresenta há 2 dias quadro de tosse,
coriza nasal e febre (39). Hoje, início de taquidispnéia e
vômitos (7x). A criança não consegue ingerir líquido
segundo a mãe. Nega doenças de base ou uso de
medicamentos.
Ao exame:
Regular estado geral, reativa ao exame, hipocorada,
desidratada, anictérica e acianótica.
Tax=39, FC= 150 bpm, FR= 50 ipm, PA=90x60 mmHG.
AR: MVUA, sem ruídos adventícios. Sem esforço
respiratório. Saturação O2=94%.
Restante do exame sem alterações.
Pneumonia Atípica
 
Pneumonia afebril do lactente
-  Chlamydia trachomatis
-  Transmissão vertical – canal vaginal
-  Conjuntivite neonatal (5 -14 dias de vida)
-  Pp 1 a 3 meses de vida
Pneumonia Atípica
 
Pneumonia afebril do lactente
-  Tosse, taquipnéia e ausência de febre
-  Isolamento ou PCR do germe de secreções da
conjuntiva ou nasofaringe
-  Tratamento com eritromicina por 14 dias
-  Prevenção: screening e tratamento de gestantes
Pneumonia Atípica
Pneumonia atípica
em outras faixas etárias
 
-  Pp por Mycoplasma pneumoniae, em escolares
e adolescentes
-  Transmissão por gotículas, período de
incubação de 1 – 3 semanas
Pneumonia Atípica
-  Quadro clínico
  início
 
insidioso – fadiga,
cefaléia, tosse
estertores podem estar presentes na ausculta
- Radiografia de tórax
Pneumonia Atípica
Diagnóstico
  Sorologia para Mycoplasma (IgM)
- 
 
Sorologia pareada (IgG)
 
Crioaglutinina
 
Tratamento: eritromicina ou claritromicina (10
dias) ou azitromicina (5 dias)
Pneumonias
IDADE
PATÓGENOS (ordem de frequência)
Neonatos
Streptococcus do grupo B, Gram negativo (pp Escherichia coli ),
Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae (tipo B, não tipável)
1–3
meses
Febril: VSR, parainfluenza, influenza, adenovírus, S. Penumoniae, H.
Influenzae (tipo B, não tipável)
Afebril: Chlamydia trachomatis, Mycoplasma hominis, Ureaplasma
urealyticum, citomegalovírus
3 – 12
meses
VSR, parainfluenza, influenza, adenovírus, S. Penumoniae, H. Influenzae
(tipo B, não tipável), Chlamydia trachomatis, Mycoplasma pneumoniae
2 – 5 anos parainfluenza, influenza, adenovírus, S. Penumoniae, H. Influenzae (tipo
B, não tipável), M. pneumoniae, Chlamydia penumoniae, Staphylococcus
aureus
5 - 18
M. pneumoniae, S. Penumoniae,C. Pneumoniae, H. Influenzae (tipo B,
não tipável), Chlamydia penumoniae, , parainfluenza, influenza,
adenovírus
Referências
 
Nelson Textbook of Pediatrics (19th Ed) Capítulos 215, 218, 252, 383 e 392.
 
Diretrizes brasileiras em pneumonia
adquirida na comunidade em pediatria –
2007. J Bras Pneumol. 2007;33(Supl 1):S
31-S 50.
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Abordagem Taquipnéia (4)