O CONHECIMENTO, PLANEJAMENTO E A AVALIAÇÃO DA ESCOLA
Elisete santos Silva1
Frankrauchia Borges de Almeida2
Susana Campos Barros3
Resumo
O texto apresenta parte dos resultadosde um estudo realizado através da análise
documental da Proposta Pedagógica- PP da Escola, do Programa de Desenvolvimento
Escolar-PDE, Normas Internas da Unidade (Regimento Interno), do planejamento, dos
projetos desenvolvidos, das fichas de avaliação dos alunos da escola, das Atas (reuniões
do Conselho Escolar, Conselho de Classe, de Trabalhos Coletivos, Pedagógicos e de
Pais). A pesquisa documental foi realizada para atender à primeira fase do subprojeto da
Faculdade de Pedagogia/Universidade de Rio Verde/PIBID, que tem como objetivo
contribuir para a organizaçãoe gestão da escola, buscando a melhoria do processo
ensino-aprendizagem. Também sugerira solução dos problemas existentes no cotidiano
escolar, em especial dos primeiros, segundos e terceiros anos do ensino fundamental, no
processo ensino aprendizagem da alfabetização e letramento das crianças, da Escola
Municipal de Ensino Fundamental Professor Luiz Alberto Leão;localizada naCidade de
Rio Verde, Estado de Goiás.Ela foi autorizada para funcionamento em21 de outubro de
2009 para atender a necessidade da comunidade local. Inicialmente, com o objetivo de
atender aos alunos da Educação Infantil considerando a Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 e o estatuto da Criança e Adolescente. Propõe-sea um trabalho baseado nas
diferenças individuais e na consideração das peculiaridades da faixa etária de crianças
de 4 a 6 anos e, ao ensino fundamental de 9 anos – 1º ao 5º ano. O estudo também
aborda a quantidade, ano e turnos que atende aos alunos, a condição socioeconômica
deles, a estrutura física da escola e a forma como ocorrem os planejamentos do processo
ensino aprendizagem. A técnica utilizada na pesquisa foi a de observação. Tendo como
objetivo levantar as principais características físicas e humanas presentes na unidade.
Como resultado desta proposta obteve-se que as condições precárias das instalações
físicas não impedem a oferta de um ensino de qualidade à comunidade rio-verdense.
Apontar soluções ou alternativas para a superação das dificuldades pedagógicas dos
educandos a partirdo plano anual de curso para contemplar a missão a que se destina a
escola: ensinando a aprender e aprendendo a ensinar.
Palavras-chave: Relato de experiência; Análise Documental, Planejamento;
1 Introdução
1
Acadêmica do 3º Período do Curso de Pedagogia da Universidade de Rio Verde – FESURV;
[email protected]
2
Professora Especialista em Metodologia do Ensino Fundamental pela Universidade Federal de Goiás;
Supervisora do PIBID – EMEF Prof. Luiz Alberto Leão em Rio Verde – GO; [email protected]
3
Acadêmica do 6º Período do Curso de Pedagogia da Universidade de Rio Verde – FESURV;
[email protected]
Para realizarmos um trabalho de parceria entre Escola Campo e equipe do PIBID-
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - Capes/Universidade de Rio
Verde, do subprojeto da Faculdade de Pedagogia,fez se necessáriocomo primeira tarefa,
o conhecimento da escola através de seus documentos oficiais, equipe pedagógica e
comunidade escolar.
Nas visitas realizadas na escola, a equipe do PIBID analisou documentos
preciosíssimose imprescindíveis para a compreensão do funcionamento da Unidade Escolar.
Tarefa necessária para os Pibidianosserem adequadamente iniciados no trabalho de iniciação à
docência com conhecimentos amplo sobre a comunidade e realidade escolar.
Todos os documentos gerados e recebidos pela escolasão importantes pois, além do
registro das atividades, guardam também a memória institucional. São registros de fatos
importantes da vida escolar das pessoas que pertencem à sociedade na qual a escola está
inserida.
A importância dos documentos oficiais na escola
Toda e qualquer Unidade Escolar tem objetivos a serem alcançados,metas
eprojetosque almejam desenvolver e
cumprir. A prática da escrita documental é
importante como registro vivo dos processos interativos desencadeados no espaço
escolar. As informações contidas em todos estes documentos são subsídios para todas as
atividades realizadas, e a realizar, destacando a importância do registrotanto
comoelemento capaz de contribuir para reflexão daprópria prática de ensino, como do
processo que o norteia.
Além disso, os documentos produzidos pelas escolas “são meios de prova de direito de
pessoas ou da administração” e têm o papel informativo de grande valia para administração
pública(MEDEIROS, 2004). Mas também, apesar da aparente homogeneidade, por pertencerem
às exigências da administração pública, trazem em seu bojo a cultura da comunidade escolar
que os produzem. Além disso, nos dias atuais as políticas públicas educacionais tem promovido
a participação da comunidade na educação. Esta será a discussão do próximo tópico.
Mas também, é que “Pela falta de atenção com o cotidiano escolar, essa
dimensão é considerada por muitos comose constituindo na “caixa preta” da escola”.
(Alves, 2003), que esconderia o seu real modo de ser e de fazer e, desse modo,
mantendo camuflados interesses e motivações reais de suas práticas.
Assim, desvendar as informações trazidas pelos documentos e relacioná-las à
sua implementação nas práticas cotidianas constitui-se no desafio a ser enfrentado.
A legislação que rege a educação nacional
A legislação educacional brasileira tem possibilitado à comunidade escolar a
abertura de espaços para que possa iniciar um processo de participação na educação.
Nossa lei maior incorpora em seu texto, pela primeira vez, “a gestão democrática
do ensino público...” (Art. 206, inciso VI). Cury (1997) lembra-nos de que os
educadores tiveram, na constituição, seus clamores traduzidos em preceitos legais, no
que se refere à democratização da sociedade e da escola pública brasileira. Tal
princípio, a exemplo do que ocorreu na Constituição Federal, também está previsto em
Constituições Estaduais e Leis Orgânicas Municipais (CATANI e OLIVEIRA, 1993).
O artigo 53 da Lei nº 8.069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente, afirma
ser “... direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como
participar da definição das propostas educacionais”.
Também na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB nº 9.394/96,
possibilita à comunidade sua participação na gestão escolar, determinando: “Os
sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na
educação básica, de acordo com suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
1. participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto
pedagógico da escola; 2. participação das comunidades escolar e local em conselhos
escolares ou equivalente. (...) os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares
progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira
(...)”(artigos 14 e 15).
Todos os estabelecimentos de ensino têm a incumbência de elaborar e executar
sua proposta pedagógica (Art. 12º. da Lei 9.394/ 96), também referida em outro artigo
da LDB comoprojeto pedagógico da escola (Art. 14º. inciso I).
Alguns sistemas de ensino adotaram a nomenclatura Projeto Político-Pedagógico
para representá-lo. Independentemente da nomenclatura diferenciada, são equivalentes
naquilo que representam e não apresentam diferenciaçãonaquilo que explicitam. São
denominações diferenciadas para designar o mesmo sentido de estabelecer uma visão de
conjunto e direção aoprocesso pedagógico intencional a ser promovido na escola,
mediante a contribuição de seus professores e demais membros da comunidade escolar.
Análises dos documentos oficiais da Escola Municipal de Ensino
Fundamental Professor Luiz Alberto Leão
O PPP-ProjetoPolítico-Pedagógico por nós analisado é do ano de 2009.
Encontrando-se incompleto e desatualizado. Como sabemos esse é um projeto
elaborado de forma participativa e colaborativa, originado no seio da
coletividade docente, funcionários, alunos e pais, que dá uma identidade à
instituição educacional. Conforme Veiga afirma (2001, p. 187), “é
aconfiguração da singularidade e da particularidade da instituição
educativa”.
Percebeu-se que o PPP da escolaapresenta o currículo como forma de
fluxo de aula, mas na realidade, hoje seadota o Plano de Curso e o Plano de
Unidade para o desenvolvimento do processo ensino aprendizagem.
Também, não explicita a forma de avaliar os alunos
A Secretaria Municipal de Educação se responsabiliza pela elaboração do Plano
de Curso, estabelecendo o objetivo, os conteúdos, as metodologias, os procedimentos e
as técnicas a serem utilizadas no processo de ensino-aprendizagem das unidades
escolares. E a partir deste plano, os docentes elaboram o Plano de Unidade definindo as
atividades bimestrais que serão desenvolvidas na sala de aula.
O Projeto de Desenvolvimento Escolar – PDE,“constitui um esforço
disciplinado da escola para produzir decisões e ações fundamentais que moldam e
guiam o que ela é, o quefaz, com um foco no futuro” (MEC/FUNDESCOLA, 2006, p.
20), daí o seu caráter estratégico. Como se recomenda em relação a todos os demais
planos da escola, é construído com a participação da comunidade escolar, envolvendo
pais de alunos. “Define o que é a escola, o queela pretende fazer, aonde ela pretende
chegar, de que maneira e com que recursos” (MEC/FUNDESCOLA, 2006, p. 20).
O documentoanalisado é do ano base de 2010.
A Diretora nos relatou queele agora é feito de maneira interativa e retroativa ao
ano anterior. Observarmos que existiam alguns aspectos não condizentes neste
documento com os demais analisados como, por exemplo,no que se refere ao
processode escolha da Gestora,asATAS indicamque foi através de plebiscito e no
documento PDE está Eleição; as coordenadoras no município de Rio Verde são
professoras concursadas, porém ocupam os referidos cargos por indicação e não por
concurso como é informado no referido documento;
o documento indica que a
Secretária está no cargo há 9 anos, mas a documentação da escola, segundo – Conselho
Municipal de Educação de Rio Verde -COMERV “Está autorizada como unidade
escolar da Rede Pública Municipal, conforme Resolução Nº 050/2009,- , de 21 de
outubro de 2009”; também, o número de funcionários descritos no PPP não é o mesmo
do PDE.
Os demais documentos como, Regimento Escolar é comum a todas as Unidades
Escolares de Rio Verde e foi elaborado pelo COMERV. Ele écomposto por 15
conselheiros, escolhidos em lista tríplice, para mandato de quatro anos, sendo estes:
professores, especialistas em educação, representantes de entidades ligadas à educação
e de segmentos organizados da sociedade. O Conselho tem como estrutura
organizacional: Conselho Pleno, Câmara de Educação Básica, Câmara de Legislação,
Normas e Procedimentos, Presidência, Diretorias de Câmara, Secretaria Geral e
Assessoria Técnica.
O Regimento Escolar define toda a estrutura organizacional da escola, definindo
as atribuições e funções dos servidores, bem como os direitos e deveres de toda
comunidade.
Com relação às Atas de alunos,a maioria das ocorrências foi r causada pelas
faltas não justificadas, conversa com os pais com relação à parceria na educação dos
filhos, e indisciplina.
A formação dos alunos requer uma atenção especial dos educadores, objetivando
torná-los cidadãos críticos, participativos, que consigam solucionar seus problemas com
ética, respeito e responsabilidade sendo também participativo.
O planejamento da escoladeve garantir a eficácia do trabalho como um todo;
estimulando o maior aproveitamento da criatividade do educador pela liberdade de sua
formação global através de um trabalho eficaz, desenvolvendo habilidades de valores
morais, afetivos, sociais, psicológicos com práticas indispensáveis ao exercício da
cidadania, fortalecendo assim os vínculos familiares de laços de solidariedade humana e
de tolerância recíproca.
O planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das atividades didáticas
em termos de organização e coordenação em face dos objetivos propostos, quanto a sua revisão e
adequação no decorrer do processo de ensino (LIBÁNEO, 1994 p.221).
E, a avaliação da escola está diretamente associada ao seu planejamento, pois é
através dele que podemos traçar objetivos a curto, médio e longo prazo e repensá-los
visando estratégias cada vez mais definidas de ação para modificar e aperfeiçoar o
trabalhodocente.
A avaliação atravessa o ato de planejar e de executar; por isso, contribui em
todo o percurso da ação planificada. A avaliação se faz presente não só na
identificação da perspectiva político social, como também na seleção de
meios alternativos e na execução do projeto, tendo em vista a sua
construção. (...) A avaliação é umaferramenta da qual o ser humano não se
livra. Ela faz parte de seu modo de agir e,por isso, é necessário que seja
usada da melhor forma possível (LUCKESI, 2002,p.118).
Esta avaliação deveria estar explícita de forma organizada no Projeto Político
Pedagógico, bem como nos projetos e eventos ocorridos no ano. Porém, o documento
analisado não tinha essas ações desenvolvidas de maneira clara e sistematizada.
Mesmo assim,percebemos que o ato de planejar é uma constante no trabalho
diário de seus gestores e professores. Torna-se necessário, então, documentar todas
essas ideias para que não se percam no cotidiano e, para que possam ser percorridas
todas as etapas do planejamento visando produzir bons resultados através de uma
avaliação, com o intuito de fornecer elementos necessários para a verificação se os
resultados foram alcançados.
As principais características da Escola Municipal Professor Luiz Alberto
Leão
A quantidade de alunos desta unidade soma um total de 634 educandos, sendo
20 na Educação Infantil, 277 na primeira fase do Ensino Fundamental e 337 na segunda
fase do Ensino Fundamental de 9 anos.
A maioria dos alunos pertence à classe média, de escolaridade e poder aquisitivo
também na mesma faixa, são interessados, dinâmicos, participativos e afetivos.A
distribuição dos alunos por sala, ano e turno é mostrada no quadro a seguir.
Tabela 1- Distribuição dos alunos por sala, ano e turno
Ano
Infantil II
1º Ano do Ensino
Fundamental
Quantidade de Salas
Matutino
Quantidade de Salas
Vespertino
-
1
0
2
Quantidades de
alunos
20
47
2º Ano do
Fundamental
3º Ano do
Fundamental
4º Ano do
Fundamental
5º Ano do
Fundamental
6º Ano do
Fundamental
7º Ano do
Fundamental
8º Ano do
Fundamental
9º Ano do
Fundamental
55
Ensino
0
3
0
3
0
3
0
1
3
0
Ensino
79
Ensino
65
Ensino
31
Ensino
98
Ensino
93
3
0
3
0
Ensino
69
Ensino
77
3
0
Fonte: Secretaria da Escola Professor Luiz Alberto Leão, out. 2012
A Tabela 1 mostra que a maior parte dos alunos da unidade está cursando a
segunda fase do Ensino Fundamental de 9 anos - 6º ao 9º. Ocupando o total de 11
(onze) salas, todas no período matutino, seguido pela primeira fase do Ensino
Fundamental de 9 anos - 1º ao 5º alocados também em 11(onze) salas de aula no
período vespertino. A educação infantil atende apenas uma sala com 20 alunos. As
turmas são formadas sem critérios específicos, evitando a formação por grau de
dificuldade.
As formas de recuperação paralela dos alunos
Conforme os diagnósticos realizados; inicia-se um trabalho de intervenção
continua com o aluno que possui maior dificuldade, acompanhando seu desempenho
diário. A esses alunos são oferecida atividades significativas dentro do planejamento e
auxiliado pela coordenadora pedagógica, trabalhando principalmente a leitura, escrita e
reescrita com o intuito de desenvolver a capacidade de compreensão e interpretação de
textos do seu dia-a-dia sanando dúvidas, buscando a obtenção de bons resultados na
alfabetização e letramento dos três primeiros anos do Ensino Fundamental.
A relação da escola com os responsáveis pelas crianças
Os responsáveis pelos alunos são, em sua maioria, de trabalhadores do comércio,
empresários, empregadas domésticas e do lar, residentes nos mais variados bairros da
cidade e se deslocam dos seus locais de moradia para o trabalho. A localização da
escola no centro da cidade facilita aos pais e/ou responsáveis pelos alunos conduzi-los e
buscá-los na escola. Outro fator a se e considerar é que por 2(dois) anos consecutivos a
escola apresentou o maior índice no IDEB do Estado de Goiás. A maioria da
Comunidade Escolar tem clareza da importância da escolarização para a inserção social
produtiva de seus filhos, esforçam-se para mantê-los na escola e são bastante atuantes
nos eventos por ela promovidos.
A integração da escola com a comunidade constitui-se no seu ponto forte, pois os
pais são os facilitadores e muitas vezes os viabilizadores de inúmeras propostas e ações
da escola.
Os principaisaspectos da infraestrutura física da escola
O espaço físico escolar é muito importante para os alunos, visto que eles passam
parte de sua vida presente neste ambiente e não apenas para serem educados, mas
também para aprenderem a se socializar com as demais pessoas ao seu redor. A
infraestrutura de um ambiente escolar tem sua importância não só pelas dimensões
geométricas, mas também pelas dimensões sociais. Por esse motivo este item é de
grande importância como objeto de observação. Segundo Vygotsky, "o ser humano
cresce num ambiente social e a interação com outras pessoas, é essencial ao seu
desenvolvimento" (apud DAVIS e OLIVEIRA, 1993, p. 560) sendo assim, nada como
um local estimulante e ao mesmo tempo um local desafiador para que o aluno possa
desenvolver suas atividades estudantis, e acima de tudo, um local onde o aluno possa
desenvolver seu senso crítico. Assim,
o desenvolvimento resulta de combinações entre que o
organismo traz e as circunstâncias oferecidas pelo meio [...] e os
esquemas de assimilação vão se modificando progressivamente,
considerando estágios de desenvolvimento (PIAGET, apud
KRAMER, 2000, p.29).
Portanto, pode-se dizer que a aprendizagem tem “certa relação” com o espaço
físico em que se desenvolve uma atividade de ensino. Diante disso acreditamos que o
espaço físico e estrutural de uma escola deve ser organizado de modo que atenda as
necessidades sociais, cognitivas e motoras do aluno.
A Escola em estudo é composta por: 13 salas de aulas; 1 sala especial AEE
(Atendimento Educacional Especializado); uma sala de Diretoria; uma Biblioteca; uma
sala de coordenação pedagógica, uma sala de professores; uma sala de multimeios, uma
sala de informática, uma cozinha; não possui cantina; um almoxarifado, uma secretaria,
uma quadra de esportes, que serão melhor descritos a seguir.
Em relação às salas de aula pode-se afirmar que a maioria apresenta condições
inadequadas para o atendimento aos alunos. Pois, o espaço físico é inadequado ao fim
que se destina, tem pouca iluminação, ventilação, o telhado em condições precárias tem
goteiras, as carteiras dos alunos e lousa mal conservadas. E em algumas salas o piso é
irregular, faltando cerâmica.
Salienta-se que há exceção. Trata-se da sala de AEE, que está adequada para o
atendimento aos seus alunos com deficiência. Ela ésbem arejada, suas cadeiras são
adequadas, oferecendo conforto aos alunos. Também possui um rico e vasto acervo de
materiais pedagógicos, além de computadores ligados à rede da internet, com
impressoras para que o professor possa desenvolver o trabalhode maneira diversificada
e personalizada à necessidade do educando.
A escolaoferece aulas de música, em especial com os instrumentos de violão e
flauta. Entretanto,não possui uma sala disponível para que os alunos se expressem de
forma significativa, pois as mesmas acontecem no pátio da escola com toda a
movimentação de pessoas e, muitas vezes, na sala dos professores. Neste contexto,o
trabalho da profissional responsável fica prejudicado e não atende à essa importante
forma de expressão humana e que por si justifica a presença na formação do educando.
Tanto a sala dos Professores como a destinada àCoordenação Pedagógica são
inadequadas para o fim que se destinam. Pois, asala dos professores não comporta todo
o efetivo existente na escola, uma vez que possui um pequeno espaço, com pouca
ventilação e mobiliário insuficiente, inclusive o número de cadeiras. O mesmo ocorre
com a sala da coordenação, com o agravante de inviabilizar a exposição dos materiais
pedagógicos. Quanto à biblioteca foi observado que ela possui um acervo bibliográfico
de boa qualidade, organizado em estantes, mas também possui uma ventilação precária
e com apenas uma bibliotecária. Ela atende aos dois turnos em dias alternados, ou seja,
quando trabalha pela manhã, não trabalha à tarde. O que inviabiliza o atendimento de
qualidade aos alunos e professores da unidade.
Os banheiros da escola são inadequados para atender a educação infantil. O
banheiro feminino se encontra longe do masculino, trazendo dificuldades quanto ao
controle de seus usos. Também, as suas instalações hidráulicas e elétricas são precárias
e o telhado apresenta goteiras.
A acessibilidade fica comprometida quando chove pois, a escola ao ter dois
pavilhões, no debaixo só existe banheiro masculino e, as meninas quando necessitam ir
ao banheiro precisam do auxílio das auxiliares de serviços gerais com um guarda-chuva
para conduzi-las. No pavilhão superior ocorre o inverso, os meninos que necessitam de
auxílio. O sanitário dos funcionários é coletivo para ambos os sexos e possui problemas
na rede hidráulica.
Tanto a cozinha como o almoxarifado, que este último também cumpre a função
de depósito de material de limpeza, possui pouco espaço, sem ventilação e iluminação.
Pode-se afirmar que a escola não dispõe de um pátio para a recreação. Na
verdade, existe uma quadra de esportes descoberta, utilizada para as atividades de
Educação Física. É neste espaço que acontece também a recreação. Não há, portanto um
espaço para desenvolver dinâmicas culturais e esportivas.
.1.2.
A questão da acessibilidade na escola
Interessante perceber que muito embora a escola possua uma sala destinada à
AAE adequada para atender aos alunos deficientes, a estrutura física do restante da
unidade não corresponde na mesma medida.
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96, "Entende-se por
Educação especial, para os efeitos desta lei, a modalidade de educação escolar oferecida
preferencialmente na rede regular de ensino para educandos portadores de necessidades
especiais". (BRASIL, 1996).
A escola hoje atende 13 alunos na sala de recursos AEE e mesmo assim não
possui a infraestrutura necessária, ou seja,rampas, sanitários adaptados, portas
alargadas, sinalização, entre outros. Neste caso, torna-se indispensável um planejamento
melhor quanto à estruturação de um ambiente escolar, pois de acordo com o artigo 3°da
LDB lei nº 9394/96, o ensino deve ser ministrado com base em certos princípios tais
como: igualdade de condições para o acesso de permanência na escola e liberdade de
aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber.
Mediante o exposto, pode-se afirmar que a estrutura física da escola Professor
Luiz Alberto Leão cumpre parcialmente seu papel na aprendizagem, por não
proporcionar aos alunos padrões de qualidade que lhes permitam atender suas
necessidades sociais, cognitivas e motoras.
O ambiente em questão não permite a realização de atividades culturais de forma
satisfatória, pois toda e qualquer atividade que queiram realizar são desenvolvidas em
uma quadra não coberta e em condições precárias.
É importante citar que apesar de todos os aspectos negativos citados, os
servidores que nela trabalhamdesenvolvem todas as atividades necessárias para
proporcionar aos educandos uma educação que atenda as necessidades coletivas e
individuais.
As observações devem ser levadas em conta pois, o "Estado tem o dever de
garantir padrões mínimos de qualidade de ensino definido como a variedade e
quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do
processo ensino-aprendizagem". (BRASIL, 1999, p.40). Ainda assim, mesmo o setor
público deixando de cumprir bem seu papel, pode-se afirmar que graças ao
compromisso e desempenho dos servidores a escola se destaca quanto à qualidade do
ensino oferecida à comunidade rio-verdense.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No decorrer de todo o nosso projeto de busca, conhecimento e aprendizado, nos
deparamos com muitos desafios, que acreditamos ser necessários para a conquistade
saberes. Alguns deles levaremos para a vidatoda, como os ensinamentos que
aprendemos por meio da interação, de um para o outro,seja no grupo que fez parte da
pesquisa, seja entre os pais, alunos, professores, e demais funcionários, mesmo não
estando
explicitados em nenhuma parte do trabalho. São ensinamentos que
aprendemos ao entrar em contato com esse desafio, que foi participar do nosso primeiro
Subprojeto da Pedagogia no PIBID,com o primeiro contato com a escola campo, com
os primeiros descobrimentos, necessáriosao convívio humano não só no ambiente
escolar como na sociedade.
Aprendemos que não é fácil administrar uma comunidade escolar composta por
professores, coordenadores, supervisores, pais, funcionários, alunos, cada um com um
ponto de vista diferente a respeito do processo pedagógico.
Como a escola é formada porpessoas de múltiplos saberes e motivaçõesde diversas
temporalidades e valores, circunscritas num mesmo espaço, o entendimento e a aceitação às
questões educacionais não se dá de forma natural e pronta. “O cotidiano escolar é,pois o
espaço em que se dá o embate entre o normatizado e legislado e as possibilidades de
compreensão e aceitação pelos que compõem a escola”.(LÜCK,2009p.137).
Aprendemos queo diálogo favorece não só o saber em sala de aula, mas também
a conhecer as questões da educação, e as diversas práticas analisadas na perspectiva
histórico, sócio-cultural. E ainda, conhecer o desenvolvimento escolar nos múltiplos
aspectos: cognitivo e social, bem como refletir criticamente sobre o seu papel diante dos
alunos e da sociedade
6REFERÊNCIAS
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São Paulo: Cortez, 2003.
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23, maio/Jun/Jul/Ago, 2003, p. 62 - 74.
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Nacionais: ensino médio. Brasília: Ministério da Educação, 1999.
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1993.
KLEIMAN, Â. B. (Org.). Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a
prática social da escrita. Campinas: Mercado de Letras, 1995.10ª reimpr-2008
KRAMER, Sônia. Com a pré-escola nas mãos. São Paulo: Ática, 2000.
LIBÂNEO, José Carlos.O planejamento escolar - (1994) - p.221-240
LÜCK, Heloísa. Dimensões de gestão escolar e suas competências. Heloísa Lück. –
Curitiba: Editora Positivo, 2009.
LÜCK, Heloísa. Planejamento em orientação educacional. 17. ed. Petrópolis: Vozes,
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LUCKESI, C. C. Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e proposições, 14 ed.
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OLIVEIRA, Romualdo Portela de & CATANI, Afrânio Mendes. Constituições
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SOARES, Magda. Um tema em três gêneros. 4ª ed, - Belo Horizonte: Autêntica,
2010.128p.
TARDIF, Maurice – Saberes docentes e formação profissional / Maurice Tardif –
Petrópolis, RJ: Vozes, 2002
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o conhecimento, planejamento e a avaliação da escola