Capítulo
Capítulo 1
Muitas pessoas gostariam de estar em um abrigo subterrâneo em uma noite
assustadora de tempestade. Não eu.
Coisas que eu poderia explicar e definir logicamente não me assustavam.
Esse era o motivo de eu ter ficado silenciosamente recitando os fatos para mim
mesma conforme descia cada vez mais até o nível da rua. O abrigo foi uma
relíquia da Guerra Fria, construída como proteção num tempo onde as pessoas
pensavam que haviam mísseis nucleares em cada esquina. A parte de cima do
prédio abrigava uma ótica. Essa era a frente. Nada assustador. E a tempestade?
Simplesmente um fenômeno natural. Sinceramente, se você ficar preocupado em
se machucar em uma tempestade, então seria mais inteligente ir para o subsolo.
Então, não. Essa jornada aparentemente sinistra não me assustaria em
nada. Tudo era construído em fatos racionais e lógicos. Eu poderia lidar com isso.
Era com o resto do meu trabalho que eu tinha problemas.
Sinceramente, talvez esse fosse o motivo para uma viagem com tempestade
não me pertubar. Quando você passou a maior parte dos seus dias entre vampiros
e meio-vampiros, os transportando para conseguir sangue, e manter sua
existência em segredo para o resto do mundo... bem, isso lhe dá uma perspectiva
única sobre a vida. Eu testemunhei batalhas de vampiros e vi proezas máginas
que desafiaria as leis da física que conheci. Minha vida era uma batalha constante
em controlar meu horror ao inexplicável e encontrar desesperadamente uma forma
de explicar isso.
"Veja onde pisa", meu guia me disse conforme ainda descíamos outros
lances da escada de concreto. Tudo que vi até agora foi concreto - as paredes, o
chão e o teto. O cinza da superfície áspera absorveu a luz fluorescente que
tentava iluminar nosso caminho. Era deprimente e frio, misterioso na sua
quietude. O guia pareceu adivinhar meus pensamentos. "Fizemos modificações e
expansões desde a construção original. Você verá assim que chegarmos na seção
principal.
Certamente. As escadas finalmente se abriram para um corredcor com
diversas portas fechadas alinhando-se lado a lado. A decoração ainda era
concreto mas todas as portas eram modernas com fechaduras eletrônicas
monstrando luzes verdes ou vermelhas. Ele me levou ao segundo andar a direita,
um com luz verde, e me encontrei entrando numa sala de estar perfeitamente
normal, como uma sala de espera que você encontra em escritórios modernos.
Carpete verde cobria o chão numa tentativa melancólica de imitar grama, e as
paredes eram de um castanho amarelado dando um ar de aconchego. Um sofá
estilo puffy e duas cadeiras colocadas em lados opostos da sala, junto a uma
mesa com revistas. O melhor de tudo, a sala tinha um balcão com uma pia - e
uma máquina de café.
"Fique a vontade," meu guia falou. Eu suspeitava que ele tinha a minha
idade, dezoito, mas sua tentativa de deixar crescer uma barba desigual o fazia
parecer mais jovem. " Eles lhe atenderão em breve."
Meus olhos não deixavam a máquina de café. " Posso fazer um café?"
"Claro", ele disse. "Qualquer coisa que quiser."
Ele saiu, e eu praticamente corri até o balcão. O café era pré-moído e
parecia tão compacto que ele bem que poderia estar ali desde a Guerra Fria.
Desde de que tivesse cafeína, para mim estava bom. Peguei um vôo cansativo da
Califórnia, e mesmo com parte do dia para me recuperar ainda me sentia
sonolenta e com olhos embassados. Deixei a máquina funcionando e então andei
de um lado para outro na sala. As revistas estavam todas bagunçadas, então as
arrumei em pilhas.Eu não suportava desordem.
Sentei no sofá e esperei pelo café, pensando novamente sobre o que seria
essa reunião. Gastei boa parte da minha tarde aqui na Virgínia me reportando
para um par de oficiais alquimistas sobre o andamento da minha missão atual.
Estava vivendo em Palm Springs, fingindo ser mais experiente numa escola
particular para manter meus olhos em Jill Mastrano Dragomir, uma princesa
vampira forçada a se esconder. Mantê-la viva significava manter seu povo fora de
uma guerra civil - algo que definitivamente mantinham os humanos fora do mundo
sobrenatural que espreitava sob a superfície da vida moderna. Era uma missão
vital para os alquimistas, então não estava totalmente surpresa por eles quererem
ficar a par. O que me surpreendeu foi que eles não puderam fazer isso por
telefone. Não conseguia entender a razão de terem me trazido até aqui.
O café ficou pronto. Eu programei para fazer apenas três copos, o que seria
provavelmente o bastante para me manter durante a noite. Tinha acabado de
encher meu copinho de isopor quando as portas se abriram. Um homem entrou e
eu quase derrubei o café.
"Sr. Darnell, " eu disse colocando o copo de volta. Minhas mãos tremeram.
"É - é muito bom vê-lo novamente, senhor."
"Você também, Sydney," ele disse, forçando um sorriso. "Você com certeza
cresceu."
"Obrigada, senhor," disse sem saber se aquilo era um elogio.
Tom Darnell tinha a idade de meu pai e cabelos castanhos já grisalhos.
Tinham mais linhas em seu rosto desde a última vez que o vi, e seus olhos azuis
tinham uma aparência inquieta que eu normalmente não associava a ele. Tom
Darnell era um alto oficial entre os alquimistas e ganhou sua posição através de
ações decisivas e intensa ética de trabalho. Ele sempre pareceu heróico quando
eu era mais nova, intensamente confiante e inspirador. Agora, ele parecia ter
medo de mim, o que não fazia sentido. Ele não estava bravo? Afinal, eu era uma
das responsáveis por seu filho ter sido preso pelos Alquimistas.
"Gostei de você ter vindo até aqui," ele adicionou, depois que alguns
momentos de desconfortável silêncio se passaram. "Eu sei, essa é uma longa
viagem especialmente num fim de semana. "
"Isso de forma alguma é um problema, senhor," disse esperando soar
confiante. " Estou feliz por ajudar com... qualquer coisa que precise." Eu continuo
perguntando o que exatamente isso poderia ser.
Ele me estudou por alguns segundos e deu um breve aceno de cabeça.
"Você é muito dedicada, " ele disse. "Como seu pai."
Não respondi. Sabia que aquele comentário tinha a intenção de ser um
elogio, mas eu não via dessa forma.
Tom limpou sua garganta. "Bem, então. Vamos deixar isso de lado. Eu
realmente não quero te incomodar além do necessário."
Novamente, eu capturei aquela vibração nervosa e diferente. Por que ele
estaria tão consciencioso dos meus sentimentos? Depois do que eu tinha feito a
seu filho, Keith, eu teria esperado por fúria e acusações. Tom me abriu a porta e
fez um gesto para eu seguir adiante.
"Posso trazer meu café, senhor?"
"Claro."
Ele me levou de volta ao corredor de concreto, através de mais algumas
portas fechadas. Segurei meu café com força o cobrindo com a mão, muito mais
assustada do que estava quando entrei a primeira vez nesse lugar. Tom deu uma
parada algumas portas para baixo, na frente de uma com luz vermelha, mas
hesitou antes de abrí-la.
"Preciso que você saiba... aquilo que você fez foi incrivelmente corajoso, "
ele disse, não encontrando meus olhos. "Eu sei que você e Keith eram - são amigos, e não deve ter sido fácil entregá-lo. Isso mostra o quão você é
comprometida com seu trabalho - algo que não é fácil quando sentimentos
pessoais estão envolvidos."
Keith e eu não éramos amigos agora ou naquela época, mas eu imaginava
que poderia entender o engano de Tom. Keith viveu com minha família por um
verão, e mais tarde, eu e ele trabalhamos juntos em Palm Springs. Entregá-lo por
seus crimes de forma alguma foi difícil para mim. Na verdade até gostei. Vendo a
aflição no rosto de Tom, mesmo assim, eu sabia que não poderia dizer nada
parecido com aquilo.
Eu engoli. "Bem. Nosso trabalho é importante,senhor."
Ele me deu um sorriso triste. "Sim. Com certeza é."
A porta tinha um teclado de segurança. Tom digitou uma série de dez dígitos,
e a fechadura clicou em aceitação. Ele empurrou a porta aberta, e eu o segui para
dentro. A desolada sala era fracamente iluminada e tinha três pessoas dentro,
inicialmente não me dei conta o que a sala continha. Eu soube imediamente que
os outros eram Alquimistas. Caso contrário, não teria nenhuma outra razão para
eles estaram naquele lugar. E, é claro, eles possuiam sinais que os denunciavam
e que poderiam ser identificados por mim mesmo numa rua lotada. Trajes de
negócios em cores não definidas. As tatuagens de lírio dourado brilhando em suas
bochechas esquerda. Essa era a uniformidade que nós dividíamos. Éramos um
exército secreto, a espreita nas sombras de nossos companheiros humanos.
Três deles estavam segurando pranchetas e olhando para uma das paredes.
Foi quando percebi o propósito desta sala. A janela na parede dava para outro
quarto, um muito mais iluminado do que esse.
E Keith Darnell estava naquela sala.
Ele se atirou no vidro que nos separava e começou espancá-lo. Meu coração
acelerou, e dei alguns passos assustados para trás, certa de que ele viria atrás de
mim. Levei um momento para perceber que ele não poderia realmente me ver.
Relaxei um pouco. Bem pouco. O vidro era espelho somente de um lado. Ele
presionou suas mãos no vidro, olhando freneticamente de lá pra cá nas faces que
ele sabia estarem ali mas que não podia ver.
"Por favor, por favor", ele chorava. "Deixe-me sair. Por favor deixe-me sair
daqui."
Keith parecia mais barbudo desde a última vez que o vi. Seu cabelo estava
despenteado e parecia não ter sido cortado em nosso mês separados. Ele vestia
um macacão cinza sem estampas, do tipo que você via em prisioneiros ou
pacientes mentais, que me lembrava o concreto da entrada. O mais evidente de
tudo era o desespero, terror em seus olhos – ou melhor, olho. Keith tinha perdido
um de seus olhos em um ataque de vampiros que ajudei secretamente a
orquestrar. Nenhum dos Alquimistas sabia disso, assim como nenhum deles
sabiam sobre como Keith violentou minha irmã mais velha Carly. Duvidei que Tom
Darnell teria me elogiado pela minha “dedicação” se ele ficasse sabendo sobre
meu ato de vigança. Vendo o estado que Keith estava agora, me senti um pouco
mal por ele – e especialmente mal por Tom, cujo o rosto estava preenchido com
uma dor profunda. Contudo, eu continuava não me sentindo mal pelo que fiz à
Keith. Não pela detenção e nem pelo olho. Colocando as coisas de maneira
simples, Keith Darnell era uma pessoa má.
“Tenho certeza que reconheceu Keith, “ disse uma das Alquimistas com
prancheta. Seu cabelo grisalho estava enrolado em um apertado e arrumado
coque.
“Sim senhora, “ eu disse.
Eu estava salva de qualquer outra resposta quando Keith bateu no vidro com
fúria renovada. “Por favor! Estou falando sério! Qualquer coisa que queiram. Eu
farei tudo. Eu direi tudo. Eu acredito em tudo. Por favor, só não me mande de volta
para lá!”
Ambos, Tom e eu recuamos, mas os outros Alquimistas olharam com
imparcialidade clínica e rabiscavam algumas notas em suas pranchetas. A mulher
de coque olhou novamente para mim como se não tivesse sido interrompida. “O
jovem senhor Darnell tem passado algum tempo em um de nossos Centros de Reeducação. Uma medida infeliz – mas necessária. Seu tráfico ilícito de mercadoria
foi com certeza ruim, mas sua coloboração com os vampiros é imperdoável.
Embora ele reinvindique não ter ligações com eles... bem, nós não podemos ter
certeza. Mesmo que ele esteja dizendo a verdade, ainda existe a possiblidade que
essa transgressão possa expandir para algo mais – não só a colocaboração com o
Moroi, mas também Strigoi. Fazendo o que temos feito o mantém longe desse
terreno escorregadio.”
“Isso é realmente para o bem dele,” disse o terceiro Alquimista com a
prancheta em mãos. “Estamos fazendo um favor a ele.”
A sensação de horror me percorreu. O foco principal dos Alquimistas era
manter a existência dos vampiros em segredo dos humanos. Nós acreditávamos
que os vampiros eram criaturas anormais que não tinham nada a ver com seres
humanos como nós. Uma preocupação particular eram os Strigoi – maus,
assassino de vampiros – que poderiam atrair humanos a escravidão com
promessas de imortalidade. Mesmo os pacíficos Moroi e seus equivalentes meiohumanos, os dhampiros, foram vistos com desconfiança. Nós começamos a
trabalhar muito com esses dois últimos grupos, e mesmo se estivéssemos sendo
ensinados a olhá-los com desdém, era inevitável que alguns Alquimistas não só
crescessem perto dos Moroi e Dhampiros... mas na verdade começassem a
gostar deles.
O louco era – apesar de seu crime de venda de sangue vampiro – Keith era
uma das últimas pessoas que eu poderia pensar quando se tornou tão amigável
com os vampiros. Ele deixou seu aversão por eles perfeitamente obvia para mim
várias vezes. Sério, se alguém merecia ser acusado por apego aos vampiros...
… bem, seria eu.
Um dos outros Alquimistas, um homem com óculos de sol espelhados
pendurados artisticamente fora de seu colarinho, assumiu a palavra. “Você, Srta
Sage, tem sido um exemplo notável de alguém capaz de trabalhar bastante com
eles e manter sua objetividade. Sua dedicação não passou despercebida por
nossos superiores.”
“Obrigada, senhor,” disse incomodada, imaginando quantas vezes mais teria
de ouvir “dedicação” mencionada essa noite. Isso não chega nem perto do que
aconteceu meses atrás, quando fiquei em apuros por ajudar uma fugitiva dhampira
a escapar. Mais tarde sua inocência foi provada, e meu envolvimento foi descrito
como “ambição de carreira.”
“E,” continou Sunglasses, “considerando sua experiência com o Sr. Darnell,
nós pensamos que você poderia ser a pessoa excelente em nos dar uma
declaração.”
Voltei minha atenção novamente para Keith. Ele vinha sendo espancado e
repreendido praticamente sem parar todo esse tempo. Os outros conseguiram
ignorá-lo, então eu tentei também.
“Uma declaração sobre o que, sr?”
“Estamos pensando se devemos ou não devolvê-lo a Reeducação,” explicou
Gray Bun. “Ele fez um excelente progresso lá, mas alguns acham que isso é o
mellhor para ficar a salvo e nos certificarmos que qualquer possibilidade de apego
aos vampiros está erradicada.”
Se o comportamento atual de Keith era um “excelente progresso,” eu não
poderia imaginar como um progresso inferior pareceria.
Sunglasses recolocou sua caneta sobre sua prancheta. “Baseado no que
testemunhou em Palm Springs, Srta Sage, qual sua opinião sobre o estado mental
do Sr Darnell quando refere-se a vampiros? Essa ligação que você testemunhou
foi suficientemente grave para justificar mais medidas de precaução?”
Enquanto Keith continou a falar ou fazer perguntas de forma rápida e
agressiva, todos os olhos naquela sala estavam em mim. O Alquimista com a
prancheta parecia pensativo e curioso. Tom Darnell estava visivelmente suando,
me olhando com medo e antecipação. Supuz que isso era compreensível. Eu
retinha o destino de seu filho nas minhas mãos.
Emoções contraditórias guerreavam dentro de mim enquanto considerava
Keith. Eu não apenas não gostava dele, eu o odiava. E eu não odeio muita gente.
Mas eu não podia esquecer o que ele tinha feito para Carly. Da mesma forma, as
memórias do que ele tinha feito para os outros e para mim em Palm Springs ainda
estavam frescas na minha mente. Ele me caluniou e fez a minha vida miserável no
esforço para encobrir o seu golpe de sangue.
Ele também tratou de forma horrível os vampiros e dhampiros que
estávamos encarregados de cuidar. Isso me fez questionar quem eram os
verdadeiros monstros.
Eu não sabia exatamente o que acontecia nos centro de reedução. Julgando
pela reação de Keith, era provavelmente muito ruim. Um parte de mim teria
adorado falar para os Alquimistas mandá-lo de volta para lá por anos e nunca
mais deixá-lo ver a luz do dia. Seus crimes mereciam uma punição severa – e,
ainda assim, não tinha certeza de que merecia este castigo em particular.
"Eu acho. . . Eu acho que Keith Darnell é corrupto ", disse finalmente. "Ele é
egoísta e imoral. Ele não tem nenhuma preocupação com os outros e fere as
pessoas para atingir seus próprios fins. Ele está disposto a mentir, enganar e
roubar para conseguir o que quer. "Hesitei antes de continuar. "Mas. . . Eu não
acho que ele está cego para o que os vampiros são. Eu não acho que esteja tão
próximo a eles, ou em perigo de se juntar eles no futuro. Dito isto, eu também não
acho que ele deva ser autorizado a fazer o trabalho Alchemista num futuro. Se
isso significaria deixá-lo preso ou simplesmente colocá-lo em liberdade condicional
isso é com vocês. Suas ações passadas mostram que ele não leva a sério nossas
missões, mas isso é por causa do egoísmo. Não por causa de um apego natural a
eles. Ele. . . bem, para ser franco, é apenas uma pessoa má. "
O silêncio me encontrou, salvo pelo rabiscar frenético de canetas enquanto
os Alquimistas fazim notas em suas pranchetas. Me arrisquei a dar uma olhada
para Tom, com medo do que veria depois de ter destruído completamente seu
filho. Para meu espanto, Tom olhou. . . aliviado. E grato. Na verdade, ele parecia à
beira das lágrimas. Capturando meu olhar, ele murmurou, Obrigado. Incrível. Eu
tinha acabado de anunciar que Keith era um ser humano horrível em todas as
formas possíveis. Mas nada disso importava para seu pai, enquanto eu não
acusasse Keith de estar ligado aos vampiros. Eu poderia ter chamado Keith de
assassino, e Tom provavelmente continuaria agradecido se isso significasse que
Keith não era íntimo do inimigo.
Isso me incomodou e novamente me fez pensar quem eram os
verdadeiros monstros nisso tudo. O grupo que eu tinha deixado em Palm Springs
era cem vezes mais moral do que Keith.
"Obrigada, Srta Sage", disse Gray Bun, terminando suas notas. "Você foi
extremamente útil, e nós vamos levar isso em consideração quando tomarmos
nossa decisão. Você pode ir agora. Se você for até o corredor, encontrará Zeke
esperando para levá-la para fora. "
Foi uma dispensa abrupta, mas isso era típico dos Alquimistas. Eficiente.
Direto ao ponto. Eu dei um aceno cortês de despedida e uma última olhada para
Keith antes de abrir a porta. Assim que se fechou atrás de mim, encontrei o
corredor misericordiosamente em silêncio. Eu não podia mais ouvir Keith.
Zeke, como se apresentou, foi o Alquimista que originalmente levou-me para
dentro."Tudo pronto?", questionou.
"É o que parece," eu disse, ainda um pouco atordoada com o que acabara de
acontecer. Agora sabia que o meu interrogatório anterior sobre a situação em
Palm Springs tinha sido simplesmente uma conveniência para os Alquimistas. Eu
estive na área, então porque não ter uma reunião em pessoa? Isso não tinha sido
essencial. Isso - de ver Keith - tinha sido o verdadeiro propósito da minha viagem
cruzando o país.
Enquanto caminhávamos de volta pelo corredor, algo chamou minha atenção
que eu não tinha notado antes. Uma das portas tinham uma quantidade razoável
de seguranças - mais do que o quarto que estive. Junto com as luzes e o teclado,
havia também um leitor de cartão. Na parte superior da porta havia uma fechadura
que trancava pelo lado de fora. Nada extravagante, mas foi claramente a intenção
de manter o que estava atrás da porta, dentro.
Eu parei, mesmo julgando errado, e estudei a porta por alguns instantes.
Então, continuei andando, analisando melhor ao invés de dizer alguma coisa.
Bons Alquimistas não faziam perguntas.
Zeke, vendo o meu olhar, diminuiu o passo e parou. Ele olhou para mim,
então para a porta, e então de volta para mim. "Você quer. . . você quer ver o que
está lá dentro? "Seus olhos correram rapidamente para a porta da qual saimos.
Sua patente era baixa, eu sabia, e claramente temia ficar em apuros com os
outros. Ao mesmo tempo, havia uma ânsia que sugeria que ele estava empolgado
com os segredos que guardava, segredos que não podia compartilhar com os
outros. Eu era uma saída segura.
"Eu acho que isso depende do que está lá dentro", eu disse.
"É a razão para o que fazemos", disse ele misteriosamente. "Dê uma olhada,
e você vai entender por que os nossos objectivos são tão importantes."
Decidido a arriscar, ele passou rapidamente o cartão sobre o leitor e depois
digitou outro código longo. Uma luz na porta ficou verde, e ele abriu a trava. Eu
meio que esperava outra sala escura, mas a luz lá dentro era tão brilhante, que
quase feriu meus olhos. Eu coloquei uma mão na minha testa para proteger-me.
"É um tipo de terapia de luz", explicou Zeke se desculpando. "Você sabe
porque pessoas em regiões nublados têm lâmpadas solares? Mesmo tipo de raio.
A esperança disso é poder fazer com que pessoas como ele se torne um pouco
mais humano novamente, ou pelo menos, desencorajá-los a pensar que são
Strigoi. "
No início, eu estava muito deslumbrada para entender o que ele queria dizer.
Então, através da sala vazia, eu vi uma cela de prisão. Barras de metal grandes
cobriam entrada, que estava trancada por um outro leitor de cartão e teclado.
Parecia um exagero quando avistei o homem dentro. Ele era mais velho que eu,
vinte e poucos anos, eu chutaria, e tinha uma aparência desgrenhada que fez
Keith parecer arrumado. O homem estava abatido e encolhido em um canto, os
braços cruzados na frente dos olhos evitando a luz. Ele usava algemas nas mãos
e nos pés e claramente não ia a lugar nenhum. Na nossa entrada, ele ousou uma
olhada em nós e, em seguida, descobriu mais de seu rosto.
Um calafrio me percorreu. O homem era humano, mas sua expressão era tão
frio e maligna, como a de qualquer Strigoi que eu já vi. Seus olhos cinzentos eram
predatórios. Desprovido de emoção, assim como os assassinos que não tinham
senso de empatia por outras pessoas.
"Você me trouxe o jantar?", Ele perguntou com uma voz rouca falsa. "Posso
ver que é uma menina jovem e bonita. Mais magra do que eu gostaria, mas tenho
certeza que seu sangue ainda é suculento. "
"Liam", disse Zeke, com uma paciência cansada. "Você sabe onde está seu
jantar." Ele apontou para uma bandeja cheia de comida na cela que parecia fria há
muito tempo. Nuggets de frango, feijão verde, e um bolinho doce polvilhado com
açúcar. "Ele quase nunca come ", Zeke me explicou. "É por isso que é tão magro.
Continua insistindo em sangue. "
"O que. . . que é ele? "Eu perguntei, sem conseguir tirar os olhos de Liam.
Era uma pergunta boba, é claro. Liam era claramente um humano, mesmo assim.
. . havia algo nele que não estava certo.
"Uma alma corrupta que quer ser Strigoi", disse Zeke. "Alguns guardas o
encontrou servindo esses monstros e entregou-o para nós. Tentamos reabilitá-lo,
mas sem sorte. Ele continua insistindo em falar o quão incríveis os Strigoi são e
como um dia ele voltará a eles e nos fará pagar por isso. Nesse meio tempo, ele
faz o possível para fingir que é um deles. "
"Oh", disse Liam, com um sorriso malicioso: "Eu vou ser um deles. Eles irão
recompensar minha lealdade e sofrimento. Eles vão me despertar, e eu me
tornarei poderoso além de seus minúsculos sonhos mortais. Eu vou viver para
sempre e voltarei por você – para todos vocês. Farei um banquete com seu
sangue e vou saborear cada gota. Vocês Alquimistas puxam suas cordas e acham
que controlam tudo. Você se iludem. Vocês não controlam nada. Vocês não são
nada. "
"Vê?" disse Zeke, balançando a cabeça. "Patético. É isso o que poderia
acontecer se não fizessemos o trabalho que fazemos. Outros seres humanos
poderiam ser como ele, vendendo suas almas pela promessa vazia da
imortalidade. "Ele fez o sinal Alchemista contra o mal, uma pequena cruz em seu
no ombro, e me encontrei repetindo o gesto. "Eu não gosto de estar aqui, mas às
vezes. . . às vezes é um bom lembrete de por que temos que manter os Moroi e os
outros nas sombras. De por que nós não podemos nos deixar levar por eles. "
Eu sabia no fundo da minha mente que havia uma diferença enorme na
maneira que Moroi e Strigoi interagiam com os humanos. Ainda assim, eu não
poderia formular quaisquer argumentos, enquanto estivesse na frente de Liam. Ele
me deixou temporariamente muda com o choque - e com medo. Era fácil acreditar
em cada palavra que os Alquimistas diziam. Era contra isso que lutávamos. Era
esse o pesadelo que não podíamos permitir que acontecesse.
Eu não sabia o que dizer, mas Zeke não parecia esperar muito.
"Venha. Vamos embora." Para Liam, ele acrescentou:" E é melhor você
comer esse alimento porque você não receberá mais até de manhã. Eu não me
importo o quão frio e duro isso está. "
Os olhos de Liam olhos estreitaram. "Por que me importar com comida
humana, quando em breve beberei o néctar dos deuses? Seu sangue será
quente em meus lábios, o seu e o da sua linda garota. "Ele então começou a
gargalhar, um som muito mais perturbardor do que qualquer um dos gritos de
Keith.
Aquela gargalhada continuou enquanto Zeke me levava para fora da sala.
A porta se fechou atrás de nós, e eu me vi de pé no corredor, anestesiada.
Zeke me olhava com preocupação.
"Sinto muito. . . Eu provavelmente não deveria ter mostrado isso. "
Eu balancei minha cabeça lentamente. "Não. . . você estava certo. É bom
para nós vermos. Para entender o que estamos fazendo. Eu sempre soube. . .
mas eu não esperava nada parecido. "
Tentei mudar o meu pensamento de volta para coisas cotidianas e limpar
aquele horror da minha mente. Olhei para o meu café. Estava intocado e morno.
Eu fiz uma careta.
"Posso pegar mais café antes de ir?" Eu precisava de algo normal. Algo
humano.
"Claro."
Zeke me levou de volta para o salão. O copo que eu tinha feito ainda estava
quente. Joguei fora o meu café velho e despejei um pouco do novo. Conforme fiz,
a porta se abriu de repente, e um perturbado Tom Darnell entrou, parecia surpreso
ao ver alguém aqui e passou por nós, sentando no sofá e enterrando o rosto nas
mãos. Zeke e eu trocamos olhares incertos.
"Mr. Darnell, "eu comecei. "Você está bem?"
Ele não me respondeu imediatamente. Ele manteve o rosto coberto, seu
corpo tremendo com soluços silenciosos. Eu estava prestes a sair quando ele
olhou para mim, embora eu tivesse a sensação de que ele não estava realmente
me vendo. "Eles decidiram", disse ele. "Eles decidiram sobre Keith."
"Já?" Eu perguntei, assustada. Zeke e eu só tinhamos gasto cerca de cinco
minutos com Liam.
Tom assentiu melancolicamente com a cabeça. "Eles o estão enviando de
volta. . . de volta para a Re-educação. "
Eu não podia acreditar. "Mas eu. . . mas eu disse a eles! Eu disse a eles que
ele não tem ligação com os vampiros. Ele acredita que. . . o resto de nós
acreditamos. Suas escolhas que tinham sido ruins. "
"Eu sei. Mas eles disseram que não podemos correr o risco. Mesmo que
Keith pareça não se importar com eles - mesmo que acreditem que ele não esteja
- o fato é que ele fez um acordo com um. Eles estão preocupados que a vontade
de entrar nesse tipo de parceria possa subconscientemente influenciá-lo. Melhor
cuidar das coisas agora. Eles estão. . . provavelmente eles estão certos. Isso é o
melhor. "
Aquela imagem de Keith batendo no vidro e implorando para não voltar
passou pela minha mente. "Me desculpe, Sr. Darnell."
O olhar perturbado de Tom concentrou-se em mim um pouco mais. "Não se
desculpe, Sydney. Você já fez tanto. . . tanto por Keith. Por causa do que você
disse a eles, eles vão reduzir seu tempo na Re-educação. Isso significa muito para
mim. Obrigado. "
Meu estômago revirou. Por minha causa, Keith tinha perdido um olho. Por
minha causa, Keith tinha ido para a Re-educação pela primeira vez. Mais uma vez,
o sentimento veio a mim: ele merecia sofrer de alguma forma, mas ele não
merecia isso.
"Eles estavam certos sobre você", Tom acrescentou. Ele estava tentando
sorrir, mas falhou. "Que exemplo brilhante você é. Tão dedicada. Seu pai deve
estar orgulhoso. Eu não sei como você vive com aquelas criaturas, todos os dias e
ainda manter sua cabeça no lugar. Outros Alquimistas poderiam aprender muito
com você. Você entende o que é responsabilidade e dever. "
Desde ontem, que tinha saído de Palm Springs, eu realmente estive
pensando muito sobre o grupo que eu havia deixado para trás - quando os
Alquimistas não estavam me distraindo com os presos, é claro. Jill, Adrian, Eddie,
e até mesmo Angeline. . . frustrante às vezes, mas no final, eles eram pessoas
que tive de conhecer e me preocupar. Apesar das correrias que me fizeram fazer,
tinha perdido aquele grupo diversificado no mesmo momento que saí da
Califórnia. Algo dentro de mim parecia vazio quando eles não estavam por perto.
Agora, me sentindo dessa forma, fiquei confusa. Estava atenuando as linhas
entre a amizade e o dever? Se Keith tinha ficado em apuros por uma pequena
associação com um vampiro, quanto pior eu era? E o quão próximos qualquer um
de nós estávamos de tornar-nos como Liam?
As palavras de Zeke soaram dentro da minha cabeça: Nós não podemos nos
deixar levar por eles.
E o que Tom tinha acabado de dizer: Você entende o que é responsabilidade
e dever.
Ele me olhava com expectativa, e eu consegui um sorriso enquanto diminuia
todos os meus medos. "Obrigado, senhor", eu disse. "Eu faço o que posso."
Capítulo
Capítulo 2
Eu não dormi aquela noite. Parte disso era apenas o mudança de horário. O
meu vôo de volta a Palm Springs foi agendado para as seis horas da manhã – o
que era três horas da madrugada no fuso-horário que meu corpo ainda pensava
que estava. Dormir parecia sem sentido.
E, é claro, havia o pequeno fato de que era meio difícil de relaxar depois de
tudo que testemunhei no abrigo dos Alquimistas. Se eu não estivesse visualizando
os aterrorizantes olhos de Liam, então eu estava repassando os constantes avisos
que ouvi sobre aqueles que chegaram muito perto de vampiros.
Não ajudava em nada eu ter uma Caixa de Entrada cheia de mensagens do
grupo de Palm Springs. Normalmente, eu checava meu e-mail automaticamente
pelo meu telefone enquanto estava para cima e para baixo. Agora, no meu quarto
de hotel, encarando várias mensagens, eu me enchia de dúvidas. Isso era
verdadeiramente profissional? Eles eram muito amigáveis? Eles obscureceram as
linhas do protocolo Alquimista? Depois de ver o que aconteceu com Keith, era
mais do que óbvio que não precisava de muito para entrar em apuro s com minha
Organização.
Uma mensagem era de Jill, escrito na linha de assunto: “Angeline... suspiro.”
Isso não era surpresa para mim, e eu não me incomodaria com isso ainda.
Angeline Dawes, uma dhampira recrutada para ser a colega de quarto de Jill e lhe
fornecer uma camada-extra de segurança, tem tido um pequeno problema em se
encaixar em Amberwood. Ela sempre estava encrencada pro algo, e eu sabia que
independente do que era dessa vez, não havia nada que eu pudesse fazer sobre
isso agora.
Outra mensagem era da própria Angeline. Eu também não li. O assunto era:
“LEIA ISSO! TÃO ENGRAÇADO!” Angeline havia descoberto recentemente o email. Mas ela não havia, aparentemente, descoberto como desligar o Caps Lock.
Ela também não tinha discernimento quando se tratava se piadas para se
encaminhar, esquemas de fraudes e advertências de vírus. E falando sobre o
último... nós tivemos que, finalmente, instalar um programa de proteção infantil no
seu laptop, para bloquear certos sites e propagandas. Isso depois de ela baixar
acidentalmente quatro vírus diferentes.
Foi o último e-mail de minha Caixa de Entrada que me fez parar. Era de
Adrian Ivashkov, a única pessoa do nosso grupo que não estava posando de
estudante na Academia Preparatória de Amberwood. Adrian era um Moroi de vinte
e um anos, então seria um tipo de estiramento passá-lo no high school. Adrian
estava conosco porque ele e Jill compartilhavam um laço psíquico que havia sido
inadvertidamente criado quando ele usou magia para salvar sua vida. Todos os
Moroi manejavam algum tipo de elemento mágico, e o dele era o Espírito – um
misterioso elemento ligado á vida e cura. O laço permitia que Jill visse os
pensamentos e emoções de Adrian, o que era embaraçoso para ambos. Ele perto
dela ajudou-lhes a trabalharem juntos em um jeito de driblar o laço. Também, ele
não tinha nada melhor para fazer.
O assunto de sua mensagem era: “MANDE AJUDA IMEDIATAMENTE”.
Diferente de Angeline, Adrian sabia das regras de capitalização e estava
simplesmente optando por um efeito dramático. Eu também sabia que se tivesse
qualquer dúvida sobre qual das mensagens era relacionada ao meu trabalho, essa
era de longe a menos profissional. Adrian não era minha responsabilidade. Ainda,
eu cliquei na mensagem de qualquer jeito.
“Dia 24. A situação está piorando. Meus captores continuam achando novos
e horríveis jeitos de me torturar. Quando não está trabalhando, Agente Escarlet
passa seus dias examinando amostras de tecidos para vestidos de madrinha e
devaneando sobre o quanto ela está apaixonada. Isso usualmente leva o Agente
Borscht* Tedioso a nos entreter com histórias sobre os casamentos russos, que
são ainda mais tediosos que os usuais. Minhas tentativas de fuga vêm sendo
frustradas até agora. Também, estou sem fumar. Qualquer assistência ou
produtos de tabaco que você puder mandar serão imensamente apreciados.
-- Prisioneiro 24601.”
* Borscht é uma sopa adocicada consistindo de beterraba fatiada ou ralada cozida
em caldo de galinha, originaria da Ucrânia.
Eu comecei a sorrir, apesar de mim mesma. Adrian me mandava mensagens
como essa quase todos os dias. Nesse verão, nós havíamos descoberto que
aqueles que foram forçadamente transformados em Strigoi poderiam voltar com o
uso do Espírito. Foi um ardiloso, complicado processo... mais ainda pelo fato de
que há poucos usuários de Espírito. Os fatos mais recentes sugeriam que os que
haviam sido restaurados de ser um Strigoi, nunca poderiam se tornar um
novamente. Isso eletrizou tanto Alquimistas como Moroi. Se houvesse algum jeito
de prevenir a conversão à Strigoi, loucos como Liam não seriam mais um
problema.
Aí era aonde Sonya Karp e Dimitri Belikov entravam – ou, como Adrian os
chamava em palavras cheias de angústia, “Agente Scarlet” e “Agente Borscht
Tedioso.” Sonya era uma Moroi; Dimitri era um dhampiro. Ambos haviam vindo até
Palm Springs no último mês para trabalhar com Adrian em uma usina de idéias*
para descobrir o que poderia proteger contra transformação em Strigoi. Era uma
tarefa extremamente importante, que poderia ter vários desdobramentos se bemsucedida. Sonya e Dimitri eram uma das pessoas mais trabalhadoras que eu
conhecia – o que nem sempre engrenava com o estilo de Adrian.
*Usinas de Ideias são organizações que produzem pesquisas, análises e conselhos.
Muito do trabalho deles envolvia experimentos cuidadosos e lentos, - muitos
envolvendo Eddie Castile, um dampiro que estava igualmente disfarçado em
Amberwood. Ele estava servindo de controle regulamentar já que, ao contrário de
Dimitri, Eddie era um dampiro intocado pelo Espírito ou uma história de Strigoi.
Não havia muito que eu poderia fazer para ajudar Adrian com sua frustração sobre
o seu grupo de pesquisas – e ele sabia disso. Ele só gostava de descarregar o
drama e direcioná-lo para mim. Consciente do que era e o que não era essencial
no mundo dos Alquimistas, eu estava prestes a deletar a mensagem, mas...
Algo me fez hesitar. Adrian assinou seu e-mail com uma referência a Os
Miseráveis, de Vitor Hugo. Esse era um livro sobre a Revolução Francesa que era
tão grosso que poderia ser facilmente usado como uma arma. Eu havia lido-o em
francês e inglês. Considerando que Adrian uma vez ficou entediado enquanto lia
um cardápio particularmente longo, eu tinha dificuldades de imaginar que ele leria
um livro de Hugo em qualquer linguagem. Então como ele sabia da referência?
Isso não importa, Sydney, uma voz inflexível Alquimista disse em minha cabeça.
Apague isso. É irrelevante. O conhecimento literário de Adrian (ou a falta dele) não
é sua preocupação.
Mas eu não podia fazer isso. Eu precisava saber. Esse era o tipo de detalhe
que poderia me levar a loucura. Eu escrevi de volta uma rápida mensagem:
“Como você sabia sobre 24601? Eu me recuso a acreditar que você leu o livro.
Você viu o musical, certo?”
Eu apertei “enviar” e recebi uma resposta dele quase que imediatamente:
“SparkNotes”*
* Sparknotes é um site originado por alunos de Harvard, oferece guias de estudos sobre
vários assuntos para alunos e etc.
Típico. Eu gargalhei e imediatamente me senti culpada. Não deveria ter
respondido. Essa era minha conta pessoal de e-mail, mas se os Al quimistas em
algum momento sentissem necessidade de me investigar, eles não teriam
escrúpulos em fazê-lo. Esse tipo de coisa era prejudicial, e eu deletei a troca de emails – não que importasse. Nenhum dado era verdadeiramente perdido, sempre.
Quando aterrissei em Palm Springs ás sete horas da manhã seguinte, era
dolorosamente óbvio que eu transpassei o limite de cafeína do meu corpo. Eu
estava muito exausta. Nenhuma quantia de café poderia me ajudar mais. Eu
quase caí no sono no meio-fio do aeroporto, esperando pela minha carona.
Quando ela chegou, eu não notei até ouvir meu nome sendo chamado.
Dimitri Belikov pulou para fora de um carro azul alugado e ficou em frente a
mim, agarrando minha mala antes de eu poder proferir uma palavra. Algumas
mulheres ao redor pararam de falar para encará-lo com admiração. Eu me
recuperei. “Você não tem que fazer isso”, eu disse, mesmo que ele já estivesse
carregando minha mala no porta-malas.
“É claro que eu tenho”, ele disse com suas palavras levemente tocadas por
um sotaque russo. Ele me deu um pequeno sorriso. “Você pareceu sonolenta.”
“Eu devo ser tão sortuda,” eu disse, entrando no banco do passageiro.
Mesmo que eu estivesse bem acordada, eu sabia que Dimitri teria pegado minha
mala de qualquer jeito. Assim era ele, um resquício perdido de cavalheirismo no
mundo moderno, sempre pronto para ajudar os outros.
Essa era uma das muitas coisas impactantes sobre Dimitri. Só seus olhares
eram certamente suficientes para paralisar alguém. Ele tinha cabelo castanhoescuro puxado para trás em um curto rabo de cavalo, com correspondentes olhos
castanhos que pareciam misteriosos e sedutores. Ele era alto, algo como dois
metros de altura, rivalizando até com alguns Moroi. Dampiros eram indistinguíveis
de humanos para mim, então eu até poderia admitir que ele marcava um placar
bem alto na escala de atração.
Também havia uma energia ao redor dele que não havia como você não ser
afetado. Ele estava sempre alerta, sempre preparado para o inesperado. Eu nunca
havia o visto com a guarda baixa. Ele estava constantemente pronto para atacar.
Ele era perigoso, sem dúvidas, e eu estava confortada por ele estar no nosso lado.
Eu sempre me senti segura perto dele – e um pouco cautelosa.
“Obrigada pela carona,” eu adicionei. “Eu poderia ter chamado um táxi.”
Mesmo que eu falasse, eu sabia que minhas palavras eram tão inúteis como
quando eu lhe disse que não precisava ajudar com minha bolsa.
“Sem problemas,” ele me assegurou, dirigindo adentro do subúrbio de Palm
Springs. Ele limpou suor de sua testa e de algum jeito fez isso parecer atrativo.
Mesmo tão cedo na manhã, o calor estava começando a aparecer. “Sonya
insistiu. Ainda mais, sem experimentos hoje.”
Eu franzi a testa para isso. Esses experimentos e o grande potencial que
representavam para prevenir a criação de mais Strigoi eram vastamente
importantes. Dimitri e Sonya sabiam disso e eram muito dedicados a causa –
especialmente nos fins de semana, quando Adrian e Eddie não tinham aulas – o
que fez essa notícia tão confusa. Minha própria ética de trabalho tinha dificuldades
em entender o porquê de não haver pesquisa acontecendo no domingo.
“Adrian?” eu adivinhei. Talvez ele não estivesse “no clima” para pesquisas
hoje.
“Parcialmente,”
disse
Dimitri.
“Nós
também
estamos
sem
controle
regulamentar. Eddie disse que tinha alguns problemas e não poderia vir.”
Meu franzido se aprofundou. “Qual poderia ser o problema de Eddie?”
Eddie era intensamente dedicado também. Adrian as vezes o chamava de
mini-Dimitri. Embora Eddie estivesse indo para o ensino médio e completando
tarefas assim como eu, eu sabia que ele largaria qualquer tarefa de casa em um
instante para ajudar com o bem maior. Eu poderia achar apenas uma coisa que
seria mais importante do que achar uma “cura” para transformação em Strigoi.
Meu coração de repente acelerou.
“Jill está bem?” ela tinha que estar. Alguém teria me dito, certo? O principal
propósito de Eddie – e o meu também – em Palm Springs era mantê-la e salvo. Se
ela estivesse em perigo, isso alardearia todo o resto.
“Ela está bem,” disse Dimitri. “Eu falei com ela essa manhã. Não tenho
certeza do que está acontecendo, mas Eddie não estaria longe sem um bom
motivo.”
“Espero
que
não,”
eu
murmurei
ainda
desconcertada.
“Você se preocupa tanto quanto eu,” Dimitri provocou. “Não achei que isso
fosse possível.”
“É meu trabalho se preocupar. Eu sempre me certifico de que todos estão
bem”
“Algumas vezes não é algo ruim se certificar de que você está bem também.
Talvez você descubra que isso, na verdade, ajuda os outros.”
Eu zombei. “Rose sempre fez piadas sobre sua ‘Filosofia de Mestre Zen.’
Estou tento um gosto disso? Porque, se sim, eu consigo entender o motivo de ela
não ter chances contra o seus charmes.”
Isso me ganhou uma das risadas raras e genuínas de Dimitri. “Eu acho que
sim. Se você perguntar a ela, ela irá dizer que foi o empalamento e as
decapitações. Mas eu tenho certeza de que foi a Filosofia Zen que a ganhou no
final.”
Meu sorriso de resposta imediatamente se transformou em uma bocejo. Era
incrível que eu podia brincar com um dampiro. Eu costumava ter ataques de
pânico só de estar no mesmo cômodo que eles ou os Moroi. Lentamente, nos
últimos seis meses, minha ansiedade começou a se dissolver. Eu nunca deixei o
sentimento de “diferença” que tinha sobre eles, mas já havia percorrido um longo
caminho. Parte de mim sabia que era uma coisa boa que eu ainda desenhava
uma linha entre eles e humanos, mas também era bom ser flexível e fazer do meu
trabalho mais fácil. “Não tão flexível”, aquela voz Alquimista interior me avisou.
“Aqui estamos nós,” Dimitri disse, parando em frente ao meu dormitório no
Preparatório Amberwood. Se ele percebeu minha mudança de humor, não havia
dito. “ Você deveria descansar.”
“Eu vou tentar,” eu disse. “Mas eu preciso descobrir o que está acontecendo
com Eddie antes.”
O rosto de Dimitri se transformou em puro trabalho. “Se você encontrá-lo,
deveria trazê-lo hoje a noite, e nós podemos tentar deixar um pouco de trabalho
pronto. Sonya adoraria isso. Ela tem algumas novas ideias.”
Eu assenti, me lembrando que esse era o tipo de nível que precisávamos
atingir. Trabalho, trabalho e trabalho. Nós devíamos nos lembrar de nossas metas
mais altas. “Vou ver o que posso fazer.”
Eu o agradeci novamente e então adentrei, cheia de determinação em
continuar minha missão. Então, foi um pouco decepcionante quando minha mais
elevada meta foi estilhaçada tão rapidamente.
“Senhorita Melrose?”
Eu me virei imediatamente ao som do sobrenome que assumi aqui em
Amberwood. Sra. Weathers, nossa gorducha e idosa diretora de dormitório, estava
se apressando até mim. Sua face estava revestida de preocupação, o que não era
um bom presságio.
“Estou feliz que você está de volta,” ela disse. “Creio que teve uma boa visita
a sua família?”
“Sim senhora.” Se com ‘boa’ ela quis dizer ‘assustadora e perturbadora’.
Sra. Weathers acenou sobre sua mesa. “Eu preciso falar com você sobre sua
prima.”
Eu impedi uma careta enquanto me lembrava do e-mail de Jill. Prima
Angeline. Todos nós estávamos em Amberwood sob a fachada de familiares. Jill e
Eddie eram meus irmãos. Angeline era nossa prima. Isso ajudava explicar o
porquê de estarmos sempre juntos e nos envolvermos nos assuntos uns dos
outros.
Eu sentei com a Sra. Weathers e pensei exageradamente na minha cama. “O
que aconteceu?” Eu perguntei.
Sra. Weathers suspirou. “Sua prima está tendo problemas com nosso código
de vestuário.”
Isso não era uma surpresa. “Mas nós temos uniformes, senhora.”
“É claro,” ela disse. “Mas não fora das aulas.”
Isso era verdade. Eu estava usando uma calça cáqui formal e uma camisa
verde de mangas curtas, juntamente com a pequena cruz dourada que sempre
usei. Eu fiz um resumo mental do guarda roupa de Angeline, tentando lembrar se
eu havia quanto a isso. Provavelmente a parte mais assombrosa era quanto a
qualidade. Angeline havia vindo dos Keepers, uma comunidade mista de
humanos, Moroi e Dampiros que viviam nas Montanhas Appalachian. Juntamente
com a carência de eletricidade e encanamento, os Keepers decidiam fazer muitas
das suas roupas ou ao menos as usarem em caminhadas.
“Sexta-feira à noite, eu a vi usando o short jeans mais assombroso,”
continuou Sra. Weathers com um calafrio. “Eu imediatamente a castiguei, e ela me
disse que usando o short seria a única maneira de ficar confortável com o calor
que fazia lá fora. Eu dei a ela um aviso e a alertei para procurar um traje mais
apropriado. Sábado, ela apareceu usando o mesmo short e uma regata totalmente
indecente. Isso foi quando eu a suspendi para o dormitório pelo resto do final de
semana.”
“Sinto muito, senhora.” Eu disse. Realmente, eu não tinha ideia do que mais
poderia dizer. Eu passei o fim de semana presa em uma batalha épica para salvar
a humanidade, e agora... shorts jeans?
Sra. Weathers tornou-se hesitante. “Eu sei... bem, eu sei que isso não é
realmente algo que você deveria estar envolvida. É uma questão parental. Mas,
vendo como você é responsável e cuida do resto de sua família...”
Eu suspirei. “Sim, senhora. Eu vou cuidar disso. Obrigada por não aplicá-la
uma punição mais severa.”
Eu subi as escadas, minha pequena mala ficando mais pesada a cada
passo. Quando alcancei o segundo andar eu parei, incerta do que fazer. Um andar
acima me levaria ao meu quarto. Esse andar me levaria a “Prima Angeline”.
Relutantemente, eu me virei ao salão do segundo andar, sabendo que o quanto
mais cedo lidar com isso, melhor.
“Sydney!” Jill Mastrano abriu a porta do dormitório, seus olhos verdes-claros
brilhando com alegria. “Você voltou.”
“Parece que sim,” eu disse, a seguindo para dentro. Angeline também estava
lá, se espreguiçando na sua cama com um livro didático. Eu tinha plena certeza
que essa era a primeira vez que a via estudando, mas o castigo provavelmente
limitou suas opções de recreação.
“O que os Alquimistas queriam?” Jill perguntou. Ela disse de pernas cruzadas
em sua própria cama e começando a distraidamente brincar com as mechas do
seu cabelo castanho-claro cacheado.
Eu encolhi os ombros. “Papelada. Coisas chatas. Parece que as coisas
estavam um pouco mais animadas por aqui.” Isso foi pronunciado com um olhar
em direção a Angeline.
A garota dampira pulou de sua cama, com a face furiosa e os olhos azuis
piscando. “Não foi minha culpa! Aquela mulher, Weathers, estava completamente
fora dos limites!” ela exclamou, um leve arrastar sulista em suas palavras.
Uma rápida analise em Angeline não mostrou nada muito preocupante. Os
jeans azuis eram gastos, porém decentes, assim como sua camiseta. Até mesmo
seu cabelo loiro-morango de esfregão estava domesticado, amarrado atrás em um
rabo-de-cavalo.
“O que na Terra você vestiu para deixá-la tão chateada então?” Eu
perguntei.
Com uma carranca, Angeline foi até seu guarda-roupa e mostrou o par de
shorts jeans com a bainha mais rasgada que eu já havia visto. Eu pensei que eles
fossem desfiar diante dos meus olhos. Eles eram também tão curtos que eu me
surpreenderia se a sua roupa íntima fosse mostrada enquanto ela os usasse.
“Onde conseguiu isso?”
Angeline quase pareceu orgulhosa. “Eu os fiz.”
“Com o que, uma serra?”
“Eu tinha dois pares de jeans,” ela disse pragmaticamente. “Estava tão
quente, imaginei que seria bom transformar um em um shorts.”
“Ela usou uma faca da cafeteria,” Jill disse utilmente.
“Eu não achava a tesoura.” Explicou Angeline.
Minha cama. Aonde era minha cama?
“Sra. Weathers mencionou algo sobre uma camiseta indecente também,” eu
disse.
“Oh,” disse Jill. “Essa era minha.”
Eu senti minhas sobrancelhas se elevarem. “O que? Eu sei que você não
possui nada indecente.” Antes de Angeline chegar, há um mês, Jill e eu havíamos
sido colegas de quarto.
“E não é.” Jill concordou. “Exceto que não é do tamanho de Angeline.”
Eu alternei olhares entre as duas garotas e entendi. Jill era alta e magra,
como a maioria dos Moroi, com um visual muito cobiçado entre os humanos
designers de moda, um visual que eu mataria para ter. Jill tinha feito trabalhos
como modelo. Com aquele visual veio o peito modesto. O peito de Angeline... não
era tão modesto. Se ela usasse uma regata do tamanho de Jill, eu imaginei que a
integridade estrutural da camiseta seria certamente esticada a limites indecentes.
“Jill usa aquela regata o tempo todo e não se mete em problemas,” Angeline
disse defensivamente. “Eu imaginei que não haveria problema se eu pegasse
emprestada.”
Minha cabeça estava começando a doer. Ainda, eu supus que isso era
melhor do que quando Angeline foi pega namorando um cara no banheiro
masculino. “Bem. Isso foi facilmente concertado. Nós podemos ir – bem, eu posso
ir já que você está presa aqui –, e arranjar roupas do seu tamanho essa noite.”
“Oh,” Angeline disse, de repente parecendo mais bem-humorada, “você não
precisa. Eddie está lidando com isso”.
Se Jill não estivesse acenando junto, eu pensaria que isso era uma piada.
“Eddie? Eddie está comprando roupas para você?”
Angeline suspirou contente. “Isso não é legal da parte dele?”
Legal? Não, mas eu entendia por que Eddie faria isso. Comprar roupas
decentes para Angeline era provavelmente a última coisa que ele gostaria de
fazer, mas ele o faria. Como eu, ele entendia o dever. E agora eu poderia
adivinhar por que Eddie havia cancelado os experimentos – e havia sido vago
sobre sua razão de fazê-lo.
Eu imediatamente peguei meu celular e liguei para ele. Ele atendeu
imediatamente, como sempre. Eu estava certa de que ele nunca estava a mais do
que três pés de distância do seu telefone o tempo todo. “Olá, Sydney. Estou feliz
que está de volta.” Ele fez uma pausa. “Você está de volta, certo?”
“Sim, estou com Jill e Angeline. Eu entendo que você vem fazendo algumas
compras.”
Ele gemeu. “Não comece. Eu acabei de entrar no meu quarto.”
“Você gostaria de requebrar até aqui com suas aquisições? Eu preciso do
carro de volta, de qualquer jeito.”
Teve um momento de hesitação. “Você se importaria de vir aqui? No entanto
que Jill estiver bem. Ela está bem, certo? Ela não precisa de mim? Por que se ela
precisar—“
“Ela está bem.” O dormitório dele não era longe, mas eu estava esperando
tirar um rápido cochilo. Apesar disso, eu concordei, como sempre fiz. “Ok, te
encontro no saguão em cerca de quinze minutos?”
“Soa bem. Obrigada, Sydney.”
Tão logo quanto eu desliguei, Angeline perguntou animadamente, “Eddie
está vindo?”.
“Eu estou indo até ele,” eu disse.
Sua cara desabou. “Oh. Bem, acho que isso não importa já que tenho que
ficar aqui de qualquer jeito. Eu não posso esperar até estar livre novamente para
treinar. Eu gostaria de ter mais algum tempo um-a-um com ele.” Eu não havia me
dado conta do quanto focada no seu treinamento Angeline era. Na verdade, ela
parecia realmente animada com essa perspectiva.
Eu deixei o quarto e fiquei surpresa em encontrar Jill bem atrás de mim
quando a porta fechou. Seus olhos eram grandes e ansiosos. “Sydney... Sinto
muito.”
Eu a examinei curiosamente, imaginando se agora ela havia feito algo. “Pelo
o que?”
Ela gesticulou para a porta. “Por Angeline. Eu deveria ter sido melhor em
mantê-la fora de encrencas.”
Eu quase sorri. “Esse não é o seu trabalho.”
“Sim, eu sei...” Ela olhou para baixo, deixando um pouco do seu longo cabelo
cair adiante.
“Mas ainda sim. Eu sei que deveria ser mais como você. Ao invés disso, eu
só venho... você sabe, me divertindo.”
“Você está autorizada a fazer isso.” Eu disse, tentando ignorar o sutil
comentário sobre mim.
“Eu deveria ser mais responsável,” ela argumentou.
“Você é responsável” eu a assegurei. “Especialmente comparada a
Angeline.” Minha família em Utah tinha um gato, e eu tinha bastante certeza de
que ele era mais responsável que Angeline.
A face de Jill se iluminou, e eu a deixei para que eu pudesse retornar a mala
ao meu quarto. A chegada de Angeline e meu trabalho em ferrar Keith me deram
meu próprio quarto no dormitório, algo que eu estimava. Dentro dele, tudo era
quieto e ordenado. Meu mundo perfeito. O único lugar que o caos da minha vida
não alcançava. A cama perfeitamente arrumada pedia por alguém para dormir.
Começando, realmente. Em breve, eu prometi. Eu espero.
O preparatório Amberwood era dividido em três campus, Leste (onde as
garotas eram acomodadas), Oeste (onde os garotos estavam), e Central (que
continha todos os prédios acadêmicos). Um ônibus passava entre eles em uma
programação, ou almas corajosas poderia caminhar entre eles no calor. Eu
usualmente não me importava com as temperaturas, mas caminhar parecia muito
trabalhoso hoje. Então, eu peguei o ônibus para o Campus Oeste e tentei ficar
acordada.
O saguão dormitório dos meninos era bem parecido com o meu próprio,
pessoas indo e vindo para tanto quanto fazer trabalhos escolares quanto para
simplesmente aproveitar o domingo de folga. Eu relanceei em volta do saguão,
mas Eddie não estava lá ainda.
“Ei, Melbourne.”
Eu me virei e vi Trey Juarez se aproximando, um sorriso em seu rosto
bronzeado. Ele era um sênior como eu e havia pegado o apelido “Melbourne”
depois de nossos professores se provarem incapazes de lembrar de Melrose.
Honestamente, com todos esses nomes, eu estava admirada que eu ainda
soubesse quem eu era.
“Ei, Trey,” eu disse. Trey era um genuíno astro de futebol americano – mas
ainda inteligente, não importava o quanto ele tentasse esconder. Nós nos demos
bem, e minha ajuda em restaurar seu status atlético no último mês tinha sido um
longo caminho para aumentar-me aos seus olhos. Uma mochila estava pendurada
em um de seus ombros. “Você está finalmente terminando aquela resenha do
laboratório de química?”
“Sim,” ele disse. “Eu e a metade do esquadrão das líderes de torcida. Quer
se juntar a nós?”
Eu rolei meus olhos. “De alguma maneira eu duvido que vai ter muito
trabalho acontecendo. Além do mais, vou encontrar Eddie.”
Trey encolheu os ombros e penteou seu cabelo negro e desobediente para
fora dos olhos. “Sua perda. Te vejo amanhã.” Ele tomou dois passos e depois me
deu uma olhada novamente. “Ei, você está saindo com alguém?”
Eu imediatamente comecei a dizer “não”, e então um pensamento cheio de
pânico me ocorreu. Eu tinha a tendência de levar as coisas muito literalmente.
Minhas amigas, Kristin e Julia, veem tendo tentado me ensinar as sutilezas da
vida social do high school. Uma de suas principais lições era que o que as
pessoas dizem não era sempre o que queriam dizer – particularmente em
questões românticas.
“Você está... está me chamando para sair?” eu perguntei, pega de surpresa.
Essa era a última coisa que eu precisava agora. Como eu deveria responder? Eu
deveria dizer que sim? Deveria dizer que não? Eu não tinha ideia de que o ajudar
com a tarefa de química seria tão sedutor. Eu deveria ter o feito fazê-la ele
próprio.
Trey parecia tão surpreso pelo pensamento quanto eu. “O que? Não. É claro
que não.”
“Graças a Deus,” eu disse. Eu gostava de Trey, mas não tinha interesse em
sair com ele – ou descobrir como o jeito certo de dizer “não” seria.
Ele me deu um olhar sarcástico. “Você não precisa parecer tão aliviada.”
“Desculpe,” eu disse, tentando mascarar minha vergonha. “Por que
perguntou?”
“Por que eu conheço o cara perfeito para você. Tenho certeza que ele é sua
alma gêmea.”
Nós estávamos de volta em um território familiar agora: lógica versus falta de
lógica. “Eu não acredito em almas gêmeas,” eu disse. “É estatisticamente
insensato que há apenas uma pessoa ideal para mim no mundo.” E ainda, por
meio momento, eu desejei que isso fosse meio que possível. Seria legal ter
alguém que entendesse alguma das coisas que passassem pela minha cabeça.
Trey rolou os olhos. “Ok. Não uma alma gêmea. Que tal só alguém que você
poderia sair de vez em quando e ter um bom tempo?”
Eu balancei minha cabeça. “Não tenho tempo para nada como isso.” E eu
não tinha. Deixando tudo em ordem com o grupo e fingindo ser uma estudante era
um trabalho integral como isso era.
“Estou te dizendo, você vai gostar dele. Ele vai à escola pública e acabou de
começar no Spencer’s.” Spencer’s era uma loja de café que Trey trabalhava, um
arranjo me que me fornecia descontos. “No outro dia, ele estava discutindo sobre
respiração aeróbica versus aneróbica, e eu estava pensando, ‘Você sabe como
isso soa? Melbourne. ’”.
“É respiração anaeróbica,” eu corrigi. “E isso ainda não significa que tenho
tempo. Desculpa.” Eu tinha que admitir, eu estava imensamente curiosa sobre
como o tópico surgiu entre baristas, mas imaginei que não era melhor encorajar
Trey.
“Ok,” ele disse. “Não diga que nunca tentei te ajudar.”
“Não sonharia com isso,” eu o assegurei. “Ei, lá está o Eddie.”
“Minha deixa para ir, então. Vejo vocês.” Trey fez uma saudação zombada a
mim e Eddie. “Não esqueça da minha oferta se quiser um encontro quente,
Melbourne.”
Trey saiu, e Eddie me lançou um olhar espantado. “O Trey acabou de te
chamar para sair?”
“Não. Ele só tem algum colega com quem quer me juntar.”
“Talvez não seja uma má ideia.”
“É uma ideia terrível. Vamos lá para fora.”
O calor desértico não parecia ligar se era outubro, e eu nos guiei até um
assento nas paredes estuques do dormitório. Uma sombra parcial das palmeiras
próximas oferecia um parco alívio. As pessoas juravam que a temperatura iria
diminuir em breve, mas não havia sinais de mudança. Eddie me deu minhas
chaves do carro e uma sacola de compras de uma loja local.
“Eu tive que adivinhar o tamanho,” ele me disse. “Na dúvida, optei pelo
grande. Achei que seria mais seguro desse jeito.”
“Provavelmente.” Eu sentei no banco e empilhei suas aquisições. Jeans,
cáquis, algumas camisetas coloridas. Elas eram muito práticas, muito mais do que
um cara sem essas noções como Eddie pegaria. Eu aprovei. “O tamanho, na
verdade, está certo. Bom olho. Nós temos que te mandar as compras com mais
frequência.”
“Se isso é o que tenho que fazer,” ele disse seriamente. Eu não pude evitar a
risada surpresa.
“Eu estava brincando.” Eu pus as camisetas de volta na mala. “Eu sei que
isso não foi engraçado.” A cara de Eddie não mudou. “Oh, qual é. Está tudo bem.
Você não precisa ficar estoico comigo. Eu sei que você não se divertiu.”
“Estou aqui para trabalhar. Não importa se eu me divirto ou não.”
Eu comecei a protestar mas então eu pensei melhor. Afinal, essa não era
minha filosofia também? Sacrificar minhas vontades para o objetivo maior? Eddie
era intensamente dedicado a sua missão. Ele nunca desistia. Eu não esperava
nada menos dele do que um foco enorme.
“Então, isso significa que você está disponível para alguns experimentos hoje
a noite?” eu perguntei.
“É clar—“ ele parou e reconsiderou. “Jill e Angeline estão vindo?”
“Não. Angeline está em prisão domiciliar.”
“Graças a Deus.” Ele disse com alívio visível.
A reação dele era, provavelmente, a coisa mais surpreendente para
acontecer hoje. Eu não poderia imaginar o porquê de Eddie parecer tão aliviado.
Fora sua lealdade de guardião à Jill, ele também era louco por ela. Ele teria feito
qualquer coisa por ela, mesmo que não fosse seu trabalho, mas ele se recusava a
compartilhar seus sentimentos com ela. Ele pensava que era indigno de uma
princesa. Um pensamento inquieto me ocorreu.
“Você está... está evitando Jill por causa dela e de Micah?”
Micah era o colega de quarto de Eddie, um cara legal que causava a Eddie
todos os tipos de terapia de trauma por que era muito similar ao melhor amigo
morto de Eddie, Mason. Micah também tinha um estranho pseudo-relacionamento
com Jill. Nenhum de nós estava feliz com isso, já que (exceto para os Keepers)
humanos namorando Moroi ou dampiros era estritamente um tabu. Nós tínhamos
finalmente decidido que seria impossível manter Jill de uma vida social, e ela jurou
que nada sério ou físico iria acontecer entre ela e Micah. Eles só passavam muito
tempo juntos. E flertavam incessantemente. Ele não sabia a verdade sobre ela,
mas eu imaginava em que ponto ele iria querer mais do relacionamento. Eddie
continuava insistindo que seria melhor para Jill ter um relacionamento casual com
um humano do que um com um dampiro “indigno” como ele, mas eu sabia que
isso devia ser tortura.
“É claro que não,” disse Eddie nitidamente. “Não é Jill que quero evitar. É
Angeline.”
“Angeline? O que ela fez agora?”
Eddie correu a mão pelo cabelo em frustração. O dele era de cor loiro-areia,
não muito longe do meu, que era de um dourado-escuro. A similaridade nos fez
facilmente passar como gêmeos.
“Ela não me deixa em paz! Ela está sempre deixando esses comentários
sugestivos quando estou por perto... e ela não vai parar de me encarar. Como,
você não pensaria que isso é aterrorizante, mas é. Ela está sempre assistindo. E
eu não posso evitá-la por que ela está com Jill o tempo inteiro, e eu tenho que
manter Jill a salvo.”
Eu repensei nas interações recentes. “Você tem certeza de que está
entendendo isso certo? Eu nunca notei nada antes.”
“Isso é porque você não nota esse tipo de coisa,” ele disse. “Você não pode
imaginar quantas desculpas ela encontra para se esfregar em mim.”
Depois de ver o short feito em casa dela, eu poderia realmente imaginar. “Uh,
bem. Talvez eu possa falar com ela.”
Em um átimo, Eddie se posicionou novamente em modo de negócios. “Não.
É um problema meu. Minha vida pessoal. Eu vou lidar com isso.”
“Você tem certeza? Porque eu posso—“
“Sydney,” ele disse gentilmente. ”Você é a pessoa mais responsável que eu
conheço, mas você não está aqui para fazer isso. Você não tem que cuidar de
tudo e de todos.”
“Eu não me importo,” eu disse automaticamente. “É para isso que estou
aqui.” Mas mesmo quando eu disse, eu imaginei se era verdade. Um pouco da
ansiedade que senti no abrigo subterrâneo retornou, me fazendo questionar se o
que eu fiz era verdadeiramente responsabilidade dos Alquimistas ou desejo de
ajudar aqueles que – contra o protocolo – tinham se tornado meus amigos.
“Vê? Agora você soa como eu soei mais cedo.” Ele ficou de pé e me lançou
um sorriso. “Você quer vir comigo até o Adrian? Ser responsáveis juntos?”
As suas palavras tinham a intenção de elogiar, mas elas ecoaram muito
como o que os Alquimistas tinham me dito. E Sra. Weathers. E Jill. Todos
pensavam que eu era incrível, tão responsável e controlada.
Mas se eu era tão incrível, então por que eu era sempre tão insegura de que
estava fazendo a coisa certa?
Capítulo
Capítulo 3
Mesmo que Eddie tenha me dito para não me preocupar com Angeline, a
parte curiosa de mim não podia ajudar, mas incitei ele sobre isso á caminho do
apartamento de Adrian. "Como você vai lidar com isso?" Eu perguntei. "Tendo um
coração partido?"
Ele balançou a cabeça. "Eu ia simplesmente evitá-la, a menos que fosse
absolutamente necessário. Esperemos que ela perca o interesse.”
"Bem. Eu acho que é um método. Mas, quero dizer, você é uma pessoa
muito direta.” Se fosse diante de uma sala cheia de Strigois, ele teria orientado
sem hesitação. "Talvez você devesse tentar esse tipo de abordagem, ao invés de
evitá-la. Apenas confrontá-la e dizer-lhe honestamente que você não está
interessado.”
"Isso é fácil na teoria", disse ele. "Não tanto em pessoa."
"Parece fácil para mim."
Eddie parecia cético. "Isso é porque você nunca teve de fazê-lo."
Ir para o apartamento de Adrian foi muito mais fácil do que uma vez tinha
sido para mim. Seu apartamento pertencia a Keith e também foi o local onde um
Moroi chamado Lee e dois Strigoi haviam morrido. Aquelas eram memórias difíceis
de apagar. Os Alquimistas tinham oferecido o apartamento para mim, desde que
eu também assumi total responsabilidade por Palm Springs, mas eu o cedi a
Adrian. Eu não tinha certeza de que queria viver ali, e ele estava bastante
desesperado para arrumar o seu próprio lugar. Quando eu vi o quão feliz o
apartamento o fez, eu sabia que tinha feito a escolha certa.
Adrian abriu a porta antes que nós tivéssemos a chance de bater."A
cavalaria! Graças a Deus.”
Eu escondi um sorriso, assim como Eddie, e entrei. A primeira coisa que
sempre me atingia sobre esse lugar foi a pintura amarela ensolarada que Adrian
tinha colocado nas paredes. Ele estava convencido de que ajudou o ambiente e
nos avisou para não questionar suas "sensibilidades artísticas." O fato de que o
amarelo chocava terrivelmente com seus móveis de segunda mão, era
aparentemente irrelevante. Ou talvez eu apenas não fui o suficiente "artística" para
apreciá-lo. No entanto, eu realmente achei o estilo errático reconfortante. Ele tinha
pouca semelhança com a decoração feita por Keith, tornando um pouco mais fácil
de apagar os eventos daquela noite terrível. Às vezes, quando eu olhava ao redor
da sala, minha respiração mostrava o quanto as visões do cruel ataque Strigoi e a
morte de Lee me assombravam. A marca de Adrian no apartamento era como a
luz afastando as sombras horríveis do passado.
Às vezes, quando eu estava para baixo, a personalidade de Adrian tinha um
efeito semelhante.
"Blusa legal, Sage," ele me disse, impassível. "Isso realmente realça o cáqui
em suas calças."
Deixando seu sarcasmo de lado, ele parecia extremamente feliz de nos ver.
Ele tinha a alta e magra estrutura que a maioria dos caras Moroi tinha, junto
com sua pele tipicamente pálida (embora não um Strigoi-pálido). Eu odiava a
admitir, mas ele era mais bonito o que ele tinha o direito de ser. Usava o cabelo
castanho escuro elegantemente bagunçado e tinha olhos que às vezes pareciam
muito verdes para serem reais. Adrian tinha em uma dessas camisas abotoadas
que estavam na moda entre os caras ultimamente, com um padrão de azul que eu
gostava. Ele cheirava como se tivesse ido fumar recentemente, o que eu não
gostei.
Dimitri e Sonya estavam sentados na mesa da cozinha que estava cheia de
um monte de papéis com notas escritas à mão sobre eles. Os documentos
estavam espalhados ao acaso, o que me fez pensar quanto trabalho poderia
realmente ser realizar. Eu teria feito essas páginas ficarem ordenadamente
empilhadas e organizadas por assunto.
"Que bom que você está de volta, Sydney", disse Sonya. "Eu precisava de
um pouco de apoio feminino aqui." A beleza em seu cabelo vermelho e maçãs do
rosto altas foram estragadas pelo fato de que ela mostrou suas presas quando
sorriu. A maioria dos Moroi foi ensinada cedo á não fazer isso, para impedir que os
humanos desconfiassem de algo. Sonya não tinha escrúpulos para fazê-lo apenas
em privado. Isso ainda me incomodava.
Dimitri sorriu para mim. Isso fez com que seu rosto já bonito, ficasse ainda
mais belo, e eu sabia que a "sabedoria de mestre zen" não foi a razão de Rose ter
se apaixonado por ele. "Eu estou supondo que você não veio para tirar um
cochilo."
"É muita coisa para fazer", disse.
Sonya deu a Eddie um olhar curioso. "Nós estávamos querendo saber onde
você estava."
"Ocupado em Amberwood", disse Eddie vagamente. Ele havia mencionado
no carro que poderia ser melhor se a indiscrição de Angeline e suas compras
forçadas não fossem mencionadas. "Vocês sabe, manter um olho em Jill e
Angeline. Além disso, eu estava esperando até Sydney voltar, já que ela queria ver
o que estávamos fazendo.” Eu deixei a pequena mentira passar.
"Como está Angeline?", perguntou Dimitri. "Ela está melhorando?" Eddie e eu
trocamos olhares. Tanta coisa para evitar suas indiscrições.
"Melhorar como exatamente?" Eu perguntei. "Em combate, seguindo o
código de vestimenta, ou em manter suas mãos para si mesma?"
"Ou em desativar o caps-lock?", Acrescentou Eddie.
"Você notou isso também?" Eu perguntei.
"Difícil não notar", disse ele.
Dimitri olhou surpreso, o que não era uma coisa comum. Ele não era pego de
surpresa muitas vezes, mas, então, ninguém podia realmente se preparar para o
que Angeline poderia fazer.
"Eu não sabia que eu precisava ser mais específico", disse Dimitri, depois de
uma pausa. "Eu quis dizer sobre a luta”.
Eddie deu de ombros. "Há uma pequena melhora, mas é duro chegar até ela.
Digo, ela é um conjunto absolutamente inoperante na proteção de Jill, mas ela
também está convencida de que ela já sabe como fazer isso. Ela tem anos de um
treinamento malfeita perfurada dentro dela. É difícil quebrar isso. Além disso, ela
é... Facilmente distraída.” Eu tive que engolir uma risada.
Dimitri ainda parecia perturbado. "Ela não tem tempo para distração. Talvez
eu deva falar com ela.”
"Não", disse Eddie firmemente, em uma rara demonstração de contradizer
Dimitri. "Você tem muito que fazer aqui. É minha responsabilidade treiná-la. Não
se preocupe.”
Adrian puxou uma cadeira, virando-a para trás para que pudesse descansar
seu queixo em seu encosto. "E você, Sage? Eu sei que não tenho que me
preocupar com você violar o código de vestimenta. Será que você se divertiu em
seu spa Alquimista neste fim de semana?”
Pousei minha bolsa e fui até a geladeira. "Se por spa, você quer dizer abrigo
subterrâneo. E era apenas um negócio.” Eu fiz uma careta quando eu olhei para
dentro. "Você prometeu que haveria refrigerante aqui"
"Eu prometi isso”, disse Adrian, sem remorso. "Mas então eu li algum artigo
que disse que os adoçantes artificiais não são bons para você. Então, eu percebi
que eu estou cuidando da sua saúde.” Ele fez uma pausa. "De nada”.
Dimitri disse que o que todos nós estávamos pensando. "Se você quer
começar a ter hábitos saudáveis, eu poderia sugerir alguns." Se Eddie ou eu
tivesse dito isso, teria saído direto para fora de Adrian - particularmente desde que
era completamente válido. Mas vindo de Dimitri? Isso era diferente. Havia uma
enorme quantidade de tensão entre os dois homens, a tensão que vinha
crescendo por um longo tempo. Namorada de Dimitri, uma dhampir notória
chamada Rose Hathaway, tinha brevemente saído com Adrian. Ela não tinha a
intenção de machucá-lo, mas ela era apaixonada por Dimitri, o tempo todo. Então,
não havia nenhuma maneira que a situação poderia ter terminado bem. Adrian
ainda carregava um monte de cicatrizes disso e foi especialmente amargo com
Dimitri.
"Não gostaria de causar danos", disse Adrian, um pouco friamente. "Além
disso, quando não estiver trabalhando duro com essa pesquisa, eu estou
realmente conduzindo um experimento sobre como cigarros e gin aumentam o
carisma. Como você pode imaginar, os resultados parecem muito promissores.”
Dimitri arqueou uma sobrancelha. "Espere, voltar. Você disse trabalhando
duro?” O tom de Dimitri era leve e brincalhão, e de novo, fiquei impressionado com
o duplo padrão aqui. Se eu tivesse feito esse comentário, a resposta de Adriano
teria sido algo como: "Absolutamente, Sage. Eu provavelmente vou ganhar o
Prêmio Nobel por isso." Mas para Adrian, as palavras de Dimitri eram como se
fossem uma chamada para batalha. Eu vi um lampejo de alguma coisa dura nos
olhos de Adrian, uma agitação de algumas dores antigas, e isso me incomodou.
Isso não era seu jeito. Ele sempre tinha um sorriso e uma piada irônica,
mesmo que fossem freqüentemente pertinentes ou inapropriadas. Eu tinha me
acostumado a isso. Eu meio que gostava.
Eu olhei para Adrian, com um sorriso que eu esperava parecer genuíno, mais
como uma tentativa desesperada de proporcionar distração.
"A pesquisa, hein? Eu pensei que você era um homem de jogo." Levou
alguns momentos para Adrian arrastar seu olhar de Dimitri e fixá-lo em mim.
"Eu sou conhecido por lançar os dados de vez em quando", ele disse
cautelosamente. "Por quê?"
Eu dei de ombros. "Nenhuma razão. Apenas querendo saber se você
gostaria colocar o seu carisma de pesquisa retido e incrementar com um desafio.
Se você passar 24 horas sem cigarros, Eu bebo uma lata de refrigerante.
Refrigerante regular. Todo o possível”.
Vi o vislumbre do sorriso de Adrian antes dele voltar. "Você não faria isso."
"Eu totalmente o faria."
"Metade um pode iria colocá-la em coma." Sonya franziu a testa. "Você é
diabética?" Ela me perguntou.
"Não", disse Adrian ", mas Sage mas está convencido de que algumas
calorias irrelevantes farão com que ela vá de super magro para apenas magro
regular. Que tragédia”.
"Hey," eu disse. "Você acha que seria uma tragédia ficar por uma hora sem
um cigarro."
"Não questione minha determinação de aço, Sage. Fiquei sem um por duas
horas hoje.”
"Mostre-me 24, e então eu vou ficar impressionada." Ele me deu um olhar de
fingida surpresa.
"Você quer dizer que você não é já? E aqui eu pensei que você estava
deslumbrada a partir do momento que você me conheceu.”
Sonya balançou a cabeça com indulgência para ambos, como se fôssemos
crianças adoráveis. "Você está perdendo, Sydney", comentou, batendo o
refrigerante aberto à sua frente. "Eu preciso de cerca de três delas por dia para
ficar focada em todo este trabalho. Sem efeitos prejudiciais até agora.”
Sem efeitos prejudiciais até agora? Claro que não. Moroi nunca tinham.
Sonya, Jill... Eles poderiam comer tudo o que quisessem e ainda manter esses
corpos incríveis.
Enquanto isso, eu trabalhava sobre cada caloria e ainda não conseguia
chegar a esse nível de perfeição. Caber em quatro tamanhos de calça cáqui havia
sido uma vitória nesta manhã. Agora, olhando para a estrutura delgada de Sonya
sentia-me enorme, por comparação.
De repente, lamentei o meu comentário sobre beber uma lata de refrigerante,
mesmo que tivesse conseguido distrair Adrian. Eu acho que eu poderia ficar
tranquila, sabendo que ele ficar sem cigarros durante um dia era impossível. Eu
nunca seria chamado a pagar minha açucarada aposta.
"Nós provavelmente deveríamos começar a trabalhar. Estamos perdendo
tempo." Isso foi Dimitri, levando-nos de volta ao caminho certo.
"Certo", disse Adrian. "Isso são valiosos cinco minutos de pesquisa
desperdiçado. Até para o mais divertido, Castile? Eu sei o quanto você gosta de
estar por perto”.
Como eles estavam tentando achar algo especial em Dimitri, Sonya e Adrian
costumavam se sentar ambos os lado a lado dos dhampirs e estudar as suas
auras em grande detalhe. Sua esperança era de que a conversão Strigoi de Dimitri
havia deixado algum sinal de que poderia ajudar a explicar a imunidade a ser
transformado novamente. Era uma ideia válida, embora não uma coisa que
alguém tão ativo como Eddie apreciava.
Ele não reclamou, é claro. Eddie usava um olhar tão duro e determinado
quanto o de Dimitri. "Diga-me o que você precisa."
"Nós queremos fazer outro estudo nas auras", disse Sonya. Parecia que o
pobre Eddie estaria fazendo um pouco mais ficando ao redor. "A última vez nos
concentramos em qualquer sinal de espírito. Desta vez, nós queremos mostrar
algumas fotografias e ver se desencadeará quaisquer alterações de cores em
suas auras." Eu balancei a cabeça em aprovação. Um monte de experimentos
psicológicos tentou técnicas semelhantes, embora geralmente monitoradas
respostas fisiológicas em vez de auras místicas.
"Eu continuo a dizer que é um desperdício", disse Adrian. "Ambos são
dhampir, mas isso não significa que podemos assumir quaisquer diferentes
reações, porque Belikov era um Strigoi. Todo mundo é único. Todo mundo vai
responder de forma diferente a imagens de gatinhos ou aranhas. Meu velho? Ele
odeia gatinhos."
"Quem poderia odiar gatinhos?" Perguntou Eddie.
Adrian fez uma careta. "Ele é alérgico".
"Adrian", disse Sonya. "Nós já passamos por isso. Eu respeito sua opinião,
mas ainda acho que podemos aprender muito.”
Eu estava realmente impressionado que Adrian tinha uma opinião.Tipo até
agora, sentia como se ele estava apenas indo juntamente com tudo que Sonya e
Dimitri mandavam fazer e que ele não deu á essas experiências tanta atenção . E
embora eu não esteja familiarizado com as auras que rodeavam todas as criaturas
vivas, eu poderia entender seu ponto de vista que as diferenças individuais
lançariam fora de sua pesquisa.
"Todos os dados são uteis neste caso", disse Dimitri. "Especialmente porque
não encontramos nada até agora. Nós sabemos que há algo diferente sobre os
Strigois anteriores. Não podemos excluir qualquer chance de observamos”
Os lábios de Adrian apertaram, e ele não fez nenhum outro protesto. Talvez
fosse porque ele se sentia rejeitado, mas eu tinha a sensação de que era porque
ele não queria se envolver com Dimitri.
Com a atenção de cima de mim, me acomodei na sala de estar com um livro
e tentei ficar acordada. Eles não precisavam de mim. Eu simplesmente vinha para
fazer companhia a Eddie.
Ocasionalmente, eu verificava o progresso dos outros. Dimitri e Eddie
observaram enquanto Sonya folheava diferentes imagens em seu laptop. Por sua
vez, Adrian e Sonya observavam os dhampirs de perto e tomavam notas em
papel. Eu quase desejei que eu pudesse ver as bandas de cor e luz e me
perguntei se havia realmente quaisquer diferenças perceptíveis.
Estudando Eddie e Dimitri, às vezes eu notava uma mudança na expressão
facial quando imagens particularmente incríveis ou terríveis apareciam na tela,
mas a maioria parte do seu trabalho permaneceu um mistério pra mim.
Curiosa, eu caminhei até Sonya quando eles estavam na metade. "O que
você vê?" Eu perguntei em voz baixa.
"Cores", disse ela. "Brilhando em torno de todas as coisas vivas. Eddie e
Dimitri têm cores diferentes, mas têm as mesmas reações." Ela mudou a imagem
da tela para uma de uma fábrica de derramando fumaça negra em um céu
diferentemente claro. "Nenhum deles gostou dessa. Suas auras escurecem e
ficam conturbadas." Ela virou para a imagem seguinte com um sorriso nos lábios.
Três gatinhos apareceram na tela. "E agora eles se aqueceram. Afeto é muito fácil
de detectar, em uma aura. Até agora, eles reagem de maneiras normais. Não há
nenhum sinal na aura de Dimitri de que ele é diferente de Eddie."
Eu voltei para o sofá. Depois de um par de horas, Sonya parou. "Eu acho que
nós já vimos o que precisávamos. Obrigado, Eddie.”
"Fico feliz em ajudar", disse ele, levantando-se da cadeira e se alongando.
Ele pareceu aliviado, tanto de que ele tinha acabado e que havia se
envolvido algo ligeiramente mais interessante que olhar para o nada. Ele era ativo
e enérgico, e não gostava cativeiro.
"Embora... Temos algumas outras ideias", acrescentou. "Você acham que
possam processar um pouco mais?" Naturalmente, ela pediu tal como eu
bocejava.
Eddie me olhou com simpatia. "Eu vou ficar, mas você não precisa. Vá
dormir. Vou pegar uma carona para casa.”
"Não, não", disse eu, reprimindo um segundo. "Eu não me importo. Quais
são suas outras ideias?”
"Eu estava esperando para fazer algo semelhante com Eddie e Dimitri",
explicou ela. "Só que desta vez, a gente usa sons em vez de imagens. Então eu
gostaria de ver como eles respondem ao contato direto com o espírito.”
"Eu acho que é uma boa ideia", eu disse, não muito certo do que essa última
implicaria. "Vá em frente. Eu vou esperar."
Sonya olhou em volta e pareceu perceber que eu não era o único que
parecia cansado. “Talvez devêssemos conseguir alguma comida, em primeiro
lugar." Eddie iluminou-se com isso.
"Eu vou," eu ofereci. Era um sinal do meu progresso que os vampiros falando
sobre "alimentos" já não me fazia hiperventilar. Eu sabia que ela não queria
sangue, não se o dhampirs e eu estávamos sendo envolvidos. Além disso, não
havia alimentador redor. Alimentadores foram seres humanos que voluntariamente
davam sangue para Morois pela sensação que isso produzia.
Todo mundo aqui sabia melhor do que até mesmo brincar com isso ao redor
de mim "Há um lugar de comida tailandesa á poucos quarteirões de distância."
"Eu ajudo", disse Adrian ansiosamente.
"Eu vou ajudar", disse Sonya. "A última vez que você executou uma missão,
você se foi por duas horas." Adrian fez uma careta, mas não negam a acusação.
"Nossas observações aura foram idênticas, de qualquer maneira. Você pode
começar com os sons sem mim." Sonya e eu levamos pedidos de todos. Eu
realmente não sentia como se eu precisasse de ajuda, mas supus que carregar
comida para cinco pessoas - até mesmo por algumas quadras - poderia ser
pesado. Logo aprendi que ela tinha outros motivos para vir junto, no entanto.
"É bom para sair e esticar as pernas", disse ela. Era início da noite, com sol e
calor significativamente amenos, uma condição que a Moroi amou. Caminhamos
ao longo de uma rua lateral que levava em direção ao centro, forrada com
apartamentos bonitos e pequenas empresas. Tudo ao nosso redor, enormes
palmeiras surgiram, proporcionando um contraste interessante com a definição
eclética urbana. "Eu fiquei enfiado o dia todo."
Eu sorri para ela."E eu que pensava que Adrian era o único que ficou
sufocado em casa pelo trabalho que vocês estão fazendo."
"Ele só reclama mais", explicou ela. "O que é engraçado desde que ele
provavelmente também sai mais, entre suas aulas e os intervalos do cigarro.” Eu
quase esqueci sobre as duas aulas de arte que Adrian estava tendo em uma
faculdade local. Ele geralmente mantinha seus últimos projetos em exposição,
mas não tinha nenhum na sala de estar recentemente. Eu não tinha percebido até
aquele momento o quanto eu sentia falta deles. Eu poderia lhe dar um tempo
difícil, mas às vezes esses relances artísticos sobre o modo que ele pensava eram
fascinantes.
Sonya me deu um breve resumo de seus planos de casamento enquanto
caminhávamos
a
pequena
distância
até
o
restaurante
tailandês.
Seu
relacionamento com o dhampir Mikhail Tanner era épico em muitos níveis, eu
supunha. Primeiro, dhampirs e Moroi em geral não se envolvem em
relacionamentos sérios. Normalmente, eles eram apenas negócios casuais que
resultavam na reprodução de mais dhampirs. Além do escândalo de estarem
envolvidos, Mikhail realmente queria caçar Sonya quando ela era uma Strigoi para
libertá-la daquele estado retorcido. Rose tinha tentado o mesmo com Dimitri,
acreditando que a morte era melhor do que ser um Strigoi.
Mikhail tinha falhado, mas o seu amor tinha permanecido firme o suficiente
pela prova , que quando ela desafiou as chances e foi restaurada, eles
imediatamente voltaram juntos. Eu não podia sequer começar a imaginar um amor
assim.
"Nós ainda estamos decidindo sobre as flores", continuou ela. "Hortênsias ou
lírios. Eu estou supondo que eu sei para qual é o seu voto”.
"Na verdade, eu diria que hortênsias. Estou perto demais de lírios já."
Ela riu e, de repente ajoelhou-se perto de um canteiro de flores arquivado
com gladíolos. "Mais do que você sabe. Existem os lírios para dormir na cama.”
"Eles estão fora de época", eu apontei.
"Nada é fora de época." Sonya olhou em volta secretamente e depois
descansou os dedos na terra. Momentos depois, brotos verdes escuros
apareceram, o crescimento mais alto e mais alto, até que um trompete lírio
vermelho estava aberto no topo. "Ah. Vermelho. Os alquimistas são brancos - oh,
você está bem?”
Eu tinha apoiado até agora na calçada que eu quase entrei na rua. "Você...
Você não deveria fazer isso. Alguém pode ver.”
"Ninguém viu", disse ela, ficando de pé. Seu rosto suavizou. "Eu sinto muito.
Eu esqueço às vezes, como você se sente sobre isso. Foi errado de mim.”
"Está tudo bem", eu disse, não tenho certeza de que estava. A magia
vampira sempre fazia minha pele se arrepiar. Vampiros, criaturas que precisavam
de sangue, eram ruins o suficiente. Mas ser capaz de manipular o mundo com a
magia? Ainda pior. Esse lírio, que apesar de bonito, assumiu uma margem sinistra
agora. Ele não deveria existir esta época do ano.
Nada mais foi dito sobre a magia, e logo chegamos ao centro faixa principal,
onde o restaurante tailandês estava. Nós colocamos um pedido gigante e foi dito
que levaria cerca de 15 minutos. Sonya e eu permanecíamos de fora, admirando o
centro de Palm Springs no crepúsculo. De última hora compradores saíram antes
das lojas fechadas, e ai os restaurantes estavam pulando com aqueles que vêm e
que vão. Muitos deles tinham mesas ao ar livre na calçada, e conversas amigáveis
zumbiam em torno de nós. Uma grande fonte, com azulejos de cores vivas,
crianças e turistas fascinados inspiradas para parar para tirar fotos.Sonya foi
facilmente distraídos por várias plantas e árvores que a cidade utilizava para
embelezar as ruas.
Mesmo sem capacidade espírito de afetar os seres vivos, ela era ainda muito
o jardineiro.
"Ei, você! Elder Melrose!”
Eu me virei e estremeci quando vi Lia DiStefano caminhando até mim. Lia
era um designer de moda com uma loja aqui no centro de Palm Springs. Eu não
tinha percebido que estávamos parados em frente a sua loja. Se eu tivesse, eu
teria esperado dentro do restaurante.
Lia é baixa, mas teve uma presença esmagadora, reforçada pelo estilo
cigano extravagante que ela frequentemente escolhia para seu vestuário pessoal.
"Eu venho te chamando por semanas", disse ela, uma vez que ela chegou a
nosso lado da rua. "Por que você não responde?"
"Eu tenho estado muito ocupado", eu disse sem emoção.
"Uh-huh". Lia pôs as mãos nos quadris e tentou olhar fixamente para o chão,
que era meio espantoso desde já que eu era mais alta. "Quando é que você vai
deixar sua irmã modelar para mim novamente?"
"Miss DiStefano", disse eu, pacientemente, "Eu já lhe disse antes. Ela não
pode mais fazer isso. Nossos pais não gostam. Nossa religião não permite rostos
serem fotografados "
No mês passado, a estrutura de passarela perfeita de Jill e suas incríveis,
etéreas características chamaram a atenção de Lia. Vendo como ter sua foto
tirada em massa era uma espécie de má maneira de permanecer na
clandestinidade, nós concordamos em deixar Jill desfilar no show de moda de Lia,
porque ai os modelos usavam máscaras venezianas. Lia tinha sido estado comigo
desde então para deixar Jill modelar novamente. Foi difícil porque eu sabia que Jill
queria, mas ela entendeu tão bem quanto eu que a segurança dela vinha em
primeiro lugar. Afirmamos que fazíamos parte de alguma religião obscura, e isso
com frequência explicava nossos comportamentos estranhos para os outros, mas
então eu achei que iria me livrar de Lia. Mas não tinha.
"Eu nunca ouvir deste país de vocês", disse Lia. "Eu vi sua família. Eu vejo
como é. Você é a autoridade.Você é o que eu tenho que passar. Tenho a chance
de fazer uma grande divulgação da revista para os meus cachecóis e chapéus, e
Jill nasceu para fazê-lo. O que posso fazer para chegar a ela? Você quer um corte
do pagamento?”
Eu suspirei. "Não é sobre o dinheiro. Nós não podemos mostrar o rosto. Se
você quiser colocá-la em uma máscara veneziana de novo, então fique a
vontade."
Lia fez uma careta. "Eu não posso fazer isso."
"Então, estamos em um impasse."
"Deve haver alguma coisa. Todo mundo tem um preço.”
"Sinto muito." Não havia preço no mundo que ela poderia oferecer para me
fazer fugir do meu dever de Jill e com os Alquimistas.
Um funcionário do restaurante enfiou a cabeça para fora e falou que o nosso
pedido estava pronto, felizmente libertando-nos da Lia. Sonya riu enquanto nós
carregamos os pedidos em nossas bolsas e voltou pela rua para fazer a
caminhada para o apartamento de Adrian. O céu ainda estava roxo com a última
luz do dia, e as lâmpadas de rua faziam padrões extravagantes na calçada
enquanto elas lançavam sua luz através das folhas das palmeiras.
"Alguma vez você imaginar o seu trabalho aqui envolveria esquivando
estilistas agressivos?" Sonya perguntou.
"Não", eu admiti. "Honestamente, eu nunca previ metade das coisas que
acontece nesse trabalho"
"Sonya?"
Um jovem homem apareceu aparentemente do nada, bloqueando nosso
caminho. Ele não era um que eu conhecia e parecia ser um pouco mais velho do
que eu. Usava o cabelo preto em um corte raspado e estava olhando com
curiosidade para Sonya.
Ela parou e franziu a testa. "Eu te conheço?"
Ele iluminou. "Claro. Jeff Eubanks. Lembra-se?”
"Não", disse ela educadamente, após alguns momentos de estudo. "Você
deve ter me confundido com outra pessoa. Sinto muito.”
"Não, não", disse ele. "Eu sei que é você. Sonya Karp, certo? Nós nos
conhecemos em Kentucky no ano passado.”
Sonya enrijeceu. Ela morava em uma casa em Kentucky enquanto ela era
um Strigoi. Eu sabia que aqueles não poderiam ser memórias agradáveis.
"Eu sinto muito", ela repetiu, a voz tensa. "Eu não sei do que você está
falando."
O cara não se intimidou, ainda sorrindo, como se fossem melhores amigos.
"Você percorreu um longo caminho de Kentucky. O que te traz aqui? Eu fui
transferido pelo o trabalho.”
"Há algum engano", disse-lhe com firmeza, empurrando Sonya frente. Eu não
sei o que esse erro poderia ser exatamente, mas a atitude de Sonya foi tudo eu
precisava. "Nós temos que ir." O cara não nos seguiu, mas Sonya permaneceu em
silêncio durante a maior parte da caminhada para casa.
"Deve ser difícil", eu disse, me sentindo como se eu devesse dizer
algo."Conhecer pessoas de seu passado."
Ela balançou a cabeça. "Ele não é. Estou certa disso. Eu nunca o conheci.”
Eu percebi que ela apenas queria evitar todas as associações com ser uma
Strigoi. "Você tem certeza? Ele não era apenas um amigo casual?”
Ela me lançou um olhar irônico. "Strigois não têm amizades casuais com os
humanos. Eles os têm para o jantar. Esse cara não deve saber quem eu era.”
"Ele era humano? Não dhampir?" Eu não poderia dizer a diferença, mas um
Moroi podia.
"Definitivamente".
Sonya havia parado de novo e foi olhar para trás para a figura recuando do
cara. Eu segui seu olhar. "Deve haver algum motivo que o fez reconhecer você.
Ele parece bastante inofensivo." Isso me fez ganhar outro sorriso.
"Venha agora, Sydney. Eu achei que você estivesse ao nosso redor o
suficiente para saber.”
"Saber o que?"
"Nada é tão inofensiva quanto parece."
Capítulo 4
Sonya não disse nada sobre o misterioso encontro com o resto da gangue no
apartamento de Adrian, então eu respeitava seu silêncio. Todo mundo estava
muito preocupado com o jantar e as experiências para notar muito mais. E uma
vez que começou a segunda onda de experiências, eu me distraí bastante para
dar muita atenção para o cara na rua. Sonya havia dito que queria ver como Eddie
e Dimitri respondiam ao espírito. Isto foi realizado por ela e Adrian concentrando
sua magia em um dhampir de cada vez.
“É mais ou menos como o que faríamos se estivéssemos tentando curá-los
ou fazer algo crescer.” explicou Sonya para mim. ‘Não se preocupe. Isso não vai
fazer-lhes mal ou algo assim. É mais como se estivéssemos revestindo-os com a
magia do espírito. Se Dimitri tem alguma marca duradoura de quando ele foi
curado, eu imagino que reagiria com a nossa magia. “
Ela e Adrian coordenaram seu tempo e começaram com Eddie.
Inicialmente, não havia nada para ver, apenas os dois usuários do espírito
olhando para Eddie. Ele parecia desconfortável sob o olhar dos dois. Então, eu vi
um brilho prateado deslizar sobre seu corpo. Recuei, espantada e nervosa, ao ver
uma manifestação física de espírito. Repetiram o processo em Dimitri, com os
mesmos resultados. Aparentemente, em um nível não visto, as coisas eram as
mesmas também. Não havia nada de notável sobre a resposta de Dimitri. Todos
eles reagiram a isso com calma, como parte do processo científico, mas vendo
como a magia havia abraçado os dois tinha me assustado.
Quando Eddie e eu voltamos para Amberwood naquela noite, encontrei-me
sentada tão longe dele quanto eu podia no carro, como se a magia residual
poderia vazar mais e me tocar. Ele conversou comigo no nosso caminho, sempre
amigável, e eu tive que trabalhar duro para esconder meus sentimentos. Fazer
isso me fez sentir culpada. Este era Eddie afinal de contas. Meu amigo. A magia,
mesmo se pudesse me machucar, havia desaparecido a muito tempo.
Uma boa noite de sono foi boa o bastante para tirar de mim a ansiedade e
culpa, deixando apenas uma recordação distante quando eu acordei e me preparei
para as aulas na manhã seguinte. Apesar de estar em Amberwood ser uma
atribuição, eu adorava a escola de elite. Eu estava estudando em casa antes
disso, e enquanto meu pai tinha me ensinado um currículo certamente difícil, ele
nunca tinha ido além do que ele sentia que era necessário. Aqui, mesmo que eu já
soubesse as coisas que estava aprendendo nas aulas, haviam muitos professores
prontos para me incentivar a ir mais longe. Não tinha tido a oportunidade de ir para
uma faculdade, mas o colégio estava sendo um bom substituto.
Antes que eu pudesse chegar a aula, eu tive que assistir uma sessão de
treinamento com Eddie e Angeline. Mesmo que ele quisesse evitá-la, ele não
poderia por a segurança de Jill em jogo.
Angeline era parte da defesa de Jill.
Me acomodei na grama com uma xícara de café, ainda me perguntando se
ele não estava apenas imaginando o interesse de Angeline. Eu recentemente
adquiri uma máquina de café e uma xícara para meu quarto, e mesmo que não
podia comparar a uma cafeteria, tinha me ajudado a sobreviver a um grande
número de manhãs difíceis. Um bocejo sufocou minha saudação quando Jill
sentou-se ao meu lado.
“Eddie nunca treina comigo.” disse ela melancolicamente, enquanto
observávamos o espetáculo. Eddie estava tentando explicar pacientemente a
Angeline que o golpe com a cabeça que era adequado numa briga de bar nem
sempre era a melhor tática contra um Strigoi.
“Eu tenho certeza que ele conseguirá mais tempo.” eu disse, mas eu não
tinha certeza realmente. Agora que ele podia admitir seus sentimentos por Jill para
si mesmo, ele estava nervoso sobre tocá-la muito. Isso, e uma parte cavalheiresca
dele não queria arriscar Jill de qualquer maneira. Era irônico, porque a ferocidade
de Jill em querer aprender auto-defesa (raro em um Moroi) foi o que o atraiu para
ela. “Angeline foi recrutada como proteção. Ele tem que ter certeza que ela pode
lidar com isso.”
“Eu sei. Eu sinto como se todo mundo estivesse tentando me mimar.” Ela
franziu o cenho. “Em PE, Micah não me deixa fazer nada. Depois que eu tive
todos esses problemas começando, agora ele é paranóico que eu vá me
machucar. Eu disse a ele que eu estou bem, que era apenas o sol... mas mesmo
assim, ele continua em cima...É doce...mas me deixa louca às vezes.
“Eu notei isso” admiti. Eu estava na mesma classe de educação física. “Eu
não acho que é por isso que Eddie não vai te treinar, no entanto. Ele sabe que
você pode fazê-lo. Ele está orgulhoso que você pode... ele só acha que se ele está
fazendo o seu trabalho, você não deve ter que aprender. Tipo uma lógica
estranha.
“Não, eu entendo.” Seu desânimo anterior mudou para aprovação quando
ela se virou para a sessão de treinamento. “Ele é tão dedicado... e, bem, bom no
que ele faz. “
“O joelho é uma maneira fácil de inabilitar alguém.” Eddie disse para
Angeline. “Especialmente se você for pego sem uma arma e tem que...”
“Quando você vai me ensinar a estacar ou decapitar?” Ela interrompeu, com
as mãos nos quadris. “Todo o tempo é bate aqui, esquiva disso e, blá, blá, blá. Eu
preciso praticar como matar um Strigoi. “
“Não, você não precisa.” Eddie era a imagem da paciência e do modo
determinado, como eu conhecia tão bem. “Você não está aqui para matar Strigoi.
Talvez nós possamos praticar, em um momento posterior, mas, agora, a sua
prioridade é manter assassinos mortais longe de Jill. Que tem precedência sobre
qualquer outra coisa, até mesmo nossas vidas.” Ele olhou para Jill para dar
ênfase, e houve um flash de admiração em seus olhos quando ele olhou para ela.
“Parece que a decapitação poderia matar um Moroi da mesma forma.”
Angeline resmungou. “E além disso, você tinha um problema com Strigoi mês
passado.”
Jill se mexeu inquieta ao meu lado, e até mesmo Eddie fez uma pausa. Era
verdade, ele teve que matar dois Strigoi recentemente, quando o apartamento de
Adrian tinha sido de Keith. Lee Donahue levou os Strigoi para nós. Ele era um
Moroi que tinha sido uma vez Strigoi. Depois que ele foi devolvido ao seu estado
natural, Lee queria desesperadamente se tornar um Strigoi novamente. Ele foi o
motivo que tinha aprendido que aqueles restaurados pelo espírito pareciam ter
alguma resistência Strigoi. Os dois Strigoi que ele tinha chamado para ajudá-lo
tentaram convertê-lo, mas isso acabou matando-o em vez de transformá-lo, o que
foi um destino melhor do que ser morto-vivo, na minha opinião.
Os Strigoi tinham então se virado para o resto de nós e, inadvertidamente,
revelou algo inesperado e alarmante (se não a eles, então para mim). Meu sangue
não era comestível. Eles tentaram beber de mim e foram incapazes de fazê-lo.
Com a confusão daquela noite, ninguém entre os Alquimistas ou Moroi havia
prestado muita atenção a esse pequeno detalhe e eu estava agradecida. Eu
estava com medo de que um dia destes alguém pensaria em me colocar sob um
microscópio.
“Isso foi um golpe de sorte.”disse Eddie finalmente. “Nem é provável que
aconteça de novo. Agora observe a forma como se move a minha perna, e
lembre-se que um Moroi provavelmente será mais alto do que você” Ele fez uma
demonstração, e dei um rápido olhar para Jill. Seu rosto estava ilegível. Ela nunca
falou sobre Lee, com quem ela havia namorado brevemente. Micah tinha tido um
longo caminho para distraí-la, mas saber que o seu último namorado queria se
tornar um sanguinário monstro não poderia ser uma coisa fácil de superar. Eu
tinha a sensação de que ela ainda sentia a dor, mesmo que ela faça um ótimo
trabalho escondendo isso.
“Você é muito rígida “ disse Eddie para Angeline, depois de várias tentativas.
Ela relaxou completamente seu corpo, quase como uma marionete.
“Então, o que? Assim?
Ele suspirou.
“Não. Você precisa de alguma tensão.” Eddie moveu atrás dela e tentou
guiá-la para a posição, mostrando-lhe como dobrar seus joelhos e manter os
braços. Angeline aproveitou a oportunidade para se inclinar para trás para ele e
roçar seu corpo sugestivamente contra o dele. Meus olhos se arregalaram. Okay.
Talvez ele não estivesse imaginando coisas.
“Hey!” Ele saltou para trás, um olhar de horror em seu rosto. “Preste atenção!
Você precisa aprender isso.”
Sua expressão era de pura inocência angelical.
“Eu estou. Eu só estou tentando usar o seu corpo para aprender o que fazer
com o meu.” Ela piscou os cílios como se dissesse então me ajude. Eddie se
afastou um pouco mais.
Eu percebi que provavelmente deveria intervir, não importa o que Eddie tinha
dito sobre a manipulação de seus próprios problemas. Um salvador ainda melhor
veio quando o sinal da escola tocou. Eu pulei.
“Hei, nós devemos ir, se quisermos chegar para o café da manhã a tempo.
Agora mesmo.
Angeline deu-me um olhar desconfiado.
“Você normalmente não pula o café da manhã?
“Sim, mas não sou eu que estou tendo uma manhã de trabalho duro. Além
disso, você ainda precisa mudar de roupa e... espera, você está em seu uniforme?
Eu nem tinha notado. Sempre que Eddie e Jill estão treinando eles usam
roupas mais casuais como a que Eddie está usando agora. Angeline tinha saído
hoje em um uniforme da Amberwood, saia e blusa, que foram mostrando o
desgaste da batalha da manhã.
“Sim, e daí?” Ela ajeitou a blusa do lado que estava manchado de sujeira.
“Você deve mudar “ eu disse.
“Não. Isso é bom.
Eu não tinha tanta certeza, mas pelo menos era melhor que o shorts jeans.
Eddie deixou-nos para colocar seu uniforme e nunca mais voltou para o café
da manhã. Eu sabia que ele gostava de ter seu café, e desde que ele era um cara,
ele poderia mudar suas roupas muito rapidamente. Meu palpite foi que ele estava
sacrificando comida para ficar longe de Angeline.
Eu ouvi meu nome ser chamado quando entramos na cafeteria e avistei
Kristin Sawyer e Julia Cavendish acenando para mim. Além de Trey, elas foram
as duas melhores amigas que eu tinha feito em Amberwood. Eu ainda tinha
quilômetros para percorrer e ser uma pessoa social esclarecida, mas as duas me
ajudaram muito. E com toda a intriga sobrenatural que o meu trabalho envolvia,
havia algo de reconfortante estar perto de pessoas que eram normais... e, bem,
humano. Mesmo que eu não poderia ser totalmente honesta com eles.
“Sydney, temos uma questão de moda para você.” disse Julia. Ela jogou o
cabelo loiro sobre um ombro, seu sinal habitual que o que ela estava prestes a
dizer era de extrema importância.
“Uma questão de moda para mim?” Eu estava quase pronta para olhar para
trás e ver se talvez houvesse outra Sydney atrás de mim. “Eu não acho que
alguém já perguntou isso.”
“Você tem roupas realmente bonitas.” Kristin insistiu. Ela tinha a pele e os
cabelos escuros, como também um ar atlético que contrastava com a natureza
mais feminina de Julia. “Muito bom, realmente. Se minha mãe fosse dez anos
mais jovem, divertida, e tivesse muito mais dinheiro, ela se vestiria como você.” Eu
não sei se isso foi um elogio ou não, mas Julia não me deu a oportunidade de
refletir.
“Diga, Kris.
“Lembra do aconselhamento de estágio que eu queria no próximo semestre?
Marquei uma entrevista.” explicou Kristin. “Eu estou tentando decidir se eu deveria
usar calças e blazer ou um vestido.”
Ah, isso explicava por que elas estavam vindo para mim. Uma entrevista.
Qualquer outra coisa poderiam ter visto numa revista de moda. E enquanto eu
podia admitir que eu provavelmente fosse a autoridade em tais assuntos práticos...
Bem, eu estava um pouco desapontada que era o que eu estava convocada para
fazer.
“De que cor são?
“O blazer é vermelho, e o vestido é azul marinho.
Eu estudei Kristin, vendo suas características. Em seu pulso tinha uma
cicatriz, o remanescente de uma tatuagem insidiosa que eu tinha ajudado a
remover de volta quando a tatuagem que Keith começou a sair do controle.
“Use o vestido. Espere...é um vestido que você usaria para a igreja ou para
uma boate? “
“Igreja.” disse ela, não parecendo feliz com isso.
“Vestido, com certeza.” eu disse.
Kristin lançou um olhar triunfante para Júlia.
“Vê? Eu disse que isso é o que ela iria dizer. “
Julia parecia em dúvida.
“O blazer é mais divertido. É vermelho brilhante. “
“Sim, mas diversão não é o que você quer retratar em uma entrevista.” eu
apontei. Era difícil manter uma cara séria com suas brincadeiras. “Pelo menos não
para este tipo de trabalho.” Julia ainda não parecia convencida, mas ela também
não tentou dissuadir Kristin sobre os meus conselhos de moda. Alguns momentos
mais tarde, Julia se animou.
“Hei, é verdade que Trey quer apresentá-la a um cara?
“Eu...o quê? Não. Onde você ouviu isso?” Como se eu tivesse que perguntar.
Ela, sem dúvida, ouviu de Trey.
“Trey disse que falou com você sobre isso.” disse Kristin. “Como esse cara é
perfeito para você.”
“É uma ótima idéia, Syd.” disse Julia, o rosto tão grave como se
estivéssemos discutindo uma questão de vida ou morte. “Vai ser bom para você.
Quero dizer, desde que a escola começou, eu tenho saído com... “ Ela fez uma
pausa e, silenciosamente, contou nomes em seus dedos. “Quatro caras. Você
sabe com quantos você saiu?” Ela ergueu um punho. “Essa quantidade.”
“Eu não preciso sair com ninguém.” argumentei. “Eu já tenho bastante
complicações. Eu tenho certeza que isso acrescentará mais.”
“Que complicações?” Riu Kristin. “Suas notas incríveis, seu corpo de matar e
cabelos perfeitos? Quer dizer, tudo bem, a sua família é um pouco convencional,
mas todo mundo tem tempo para um encontro de vez em quando, ou muitos no
caso de Julia.”
“Hey.” disse Julia, embora ela não negasse a acusação.
Kristin continuou fazendo-me pensar que ela era mais adequada para um
estágio legal do que um aconselhamento. - Faça isso uma vez. Dê uma
oportunidade para esse cara pelo menos uma vez e podemos todos sair juntos
algum dia. Seria divertido.
Eu dei a elas um sorriso forçado e murmurei algo não comprometedor. Todo
mundo tem um tempo para um encontro agora ou depois. Todo mundo, menos eu,
é claro. Senti uma pontada surpreendente de saudade, não de um encontro, mas
apenas de uma interação social. Kristin e Julia tem um grupo maior de amigos e
interesses amorosos e muitas vezes me convidaram para seus passeios. Eles
pensavam que minha reticência era por causa da lição de casa, ou, talvez,
nenhum homem adequado para ir comigo. Eu queria que fosse simples assim, e
de repente, foi como embora houvesse um enorme abismo separando-me de
Kristin e Julia eu era amiga delas, e elas tinham me acolhido em suas vidas.
Enquanto isso, eu estava cheia de segredos e meias verdades.
Parte de mim queria que eu pudesse ser aberta com elas e capaz de confiar
as desgraças da minha vida Alquimista. Parte de mim queria que eu realmente
pudesse ir em um desses passeios e deixar meus deveres por uma noite. Nunca
iria funcionar, é claro. Nós estaríamos fora para um filme, e eu provavelmente
receberia uma mensagem para encobrir um assassinato Strigoi.
Este estado de espírito não era incomum para mim, e começou a clarear
quando comecei o meu dia na escola. Eu entrei no ritmo da minha agenda,
confortável em sua familiaridade. Os professores sempre atribuíam mais trabalho
nos fins de semana, e estava agradecida que pude terminar tudo no fim de
semana, na viagem de avião.
Infelizmente, a minha última aula do dia descarrilou todo o progresso do meu
humor. Na verdade aula não era a palavra certa. Foi um estudo independente que
eu tinha com a minha professora de história, a Sra. Terwilliger.
Sra. Terwilliger tinha recentemente se revelado ser uma usuária mágica, uma
espécie de bruxa ou o que as pessoas se referiram como bruxa. Alquimistas
tinham ouvido rumores sobre eles, mas não era nada que tinha muita experiência
ou fatos. Para nosso conhecimento, só Moroi exercia magia. Nós utilizávamos em
nossa tatuagem de lírio (que tinha bastante quantidade de sangue vampiro), mas
o pensamento dos seres humanos produzirem da mesma forma era louco e
retorcido.
Foi por isso que foi uma surpresa quando a Sra. Terwilliger não só revelouse a mim no mês passado, mas também acabou por me enganar me fazendo usar
um feitiço. Ele me deixou chocada e me sentindo suja. Magia não era para os
seres humanos usarem. Nós não tínhamos o direito de manipular o mundo assim,
que era cem vezes pior do que o que Sonya havia feito com o lírio vermelho na
rua. Sra. Terwilliger insistiu que eu tinha uma afinidade natural para a magia e se
ofereceu para me treinar. Por que ela queria isso, exatamente, eu não tinha
certeza. Ela tinha falado sobre o potencial que eu tinha, mas eu mal podia
acreditar que ela gostaria de me treinar sem uma razão própria. Eu não tinha
entendido o que poderia ser, mas isso não importava. Eu recusei a oferta. Então,
ela encontrou uma forma de contornar.
“Srta. Melbourne, quanto tempo você acha que ainda estará trabalhando no
livro de Kimbal?” ela perguntou de sua mesa. Trey tinha pego "Melbourne" dela,
mas ao contrário dele, ela parecia constantemente esquecer que não era o meu
nome real. Ela estava na casa dos quarenta anos, com cabelos castanhos e um
perpétuo brilho de astúcia em seus olhos.
Olhei para cima do meu trabalho, forçando polidez. ‘Dois dias mais. Três no
máximo. “
“Certifique-se de traduzir os três feitiços do sono.” disse ela. “Cada um tem
suas nuances próprias.”
“Há quatro feitiços de sono neste livro.” eu corrigi.
“Sério? “ ela perguntou inocentemente. “Estou contente de ver que eles
estão fazendo uma boa impressão.”
Escondi uma carranca. Voltei a traduzir os feitiços do livro para a pesquisa
da forma como ela havia me ensinado. Eu não poderia ajudar, mas eu aprendia os
textos que eu lia. Eu odiava que eu tinha sido enganada, mas já era tarde demais
no ano letivo para transferir de aula. Além disso, eu mal podia me queixar à
administração que eu era forçada a aprender magia.
Então, eu copiava os feitiços do livro e falava o mínimo possível durante o
nosso tempo juntas. Enquanto isso, eu fervia com ressentimento. Ela era bem
ciente do meu desconforto, mas não fez nenhuma tentativa de aliviar a tensão,
deixando-nos em um impasse. Só uma coisa animou as sessões.
“Olhe para isso. Tem sido quase duas horas desde o meu último cappuccino.
É uma maravilha que pode funcionar. Você seria gentil o suficiente para correr
para Spencer? Que deve terminar com o nosso dia.” O último sinal tinha tocado há
quinze minutos, mas eu estava fazendo algumas horas extras.
Eu já estava fechando o livro de feitiços antes que ela terminasse de falar.
Quando eu tinha começado como sua assistente, eu ressentia com os recados
constantes. Agora, eu ansiava por um escape. Sem mencionar minha própria dose
de cafeína.
Quando cheguei ao café, encontrei Trey que estava apenas começando seu
turno, o que era bom, e não apenas porque ele era um cara amigável, mas porque
significava descontos. Ele começou a fazer o meu pedido antes mesmo de eu
pedir uma vez que ele sabia de cor.
Outro barista se ofereceu para ajudar, e Trey lhe deu instruções minuciosas
sobre o que fazer.
“Leite com baunilha magro.” disse Trey, agarrando o caramelo para o
Cappuccino da Sra. Terwilliger. “Isso é sem açúcar e xarope de adoçar. Não
mexa. Ela pode farejar açúcar e leite de 2% de uma milha de distância.” Eu reprimi
um sorriso. Talvez eu não pudesse revelar segredos dos alquimistas aos meus
amigos, mas foi bom saber que pelo menos sabia minhas preferências de café de
trás para frente.
O outro barista, que parecia ter a nossa idade, deu uma olhada para Trey.
“Estou bem ciente do que significa magro.”
“Bom, atenção aos detalhes. “
Eu provoquei Trey.
“Eu não sabia que você se importava.”
“Hei, eu vivo para servir.” disse ele. “Além disso, eu preciso da sua ajuda
esta noite com o trabalho escrito do laboratório de química. Você sempre encontra
coisas que eu perco. “
“Isso é para amanhã.” eu disse. “Você teve duas semanas. Eu estou
supondo que você não fez muito em sua sessão de chefe de torcidas.”
“Sim, sim. Vai me ajudar? Irei para o seu campus.”
“Estará tarde para um grupo de estudos...um de verdade.” Pessoas do sexo
oposto são proibidas em nosso dormitório depois de uma determinada hora. “Eu
poderia encontrá-lo no Campus Central depois, se quiser.”
“Quantos campus tem na sua escola?” perguntou ao outro barista, que está
colocando o café em frente a mim.
“Três. “ Estiquei a mão ansiosa para pegar o café. “Como Gália.”
“Como o quê? “ Perguntou Trey.
“Desculpe.” eu disse. “Piada Latina.
“Omnia Galia em contraditório tres divisa est.” disse o barista.
Eu levantei minha cabeça. Não havia muito que podia me distrair de meu
café, mas ouvir citarem Julio César na Spencer certamente faria.
“Você sabe latim?” Eu perguntei.
“Claro.” ele disse. “Quem não sabe?”
Trey revirou seus olhos.
“Só o resto do mundo. “ele murmurou.
“Especialmente latim clássico.” continuou o barista. “Quero dizer, é muito
corretivas em relação ao latim medieval.”
“Obviamente.” eu disse. “Todo mundo sabe disso. Todas as regras tornaramse caóticas na descentralização pós-Império.” Ele assentiu com a cabeça.
“Embora, se você compará-la com as línguas românicas, as regras começam a
fazer sentido quando você lê-los como parte de um amplo quadro da evolução da
linguagem. “
“Isso.” interrompeu Trey. “ é a coisa mais confusa que eu já vi. E o mais
bonito. Sydney, este é Brayden. Brayden, Sydney.” Trey raramente usou o meu
nome em primeiro lugar, de modo que foi estranho, mas não tão estranho quanto
a piscadela exagerada que ele me deu.
Apertei a mão do Brayden.
“Prazer em conhecê-lo.
“Você também.” disse ele. “Você é uma fã de clássicos, hein?” Ele fez uma
pausa, dando-me um olhar longo, considerando. “Você viu a produção do Grupo
de Teatro do Parque de Antônio e Cleópatra neste verão? “
“Não. Nem sabia que tinha.” De repente, me senti um pouco tonta por não ter
ficado sabendo disso, como se eu deveria estar por cima de todos os eventos
artísticos e culturais da região de Palm Springs. Eu acrescentei à guisa de
explicação: “Eu só mudei para cá há um mês.”
“Creio que ainda tenha algumas apresentações da temporada.” Brayden
hesitou mais uma vez. “Eu veria novamente, se você quiser ir. Embora deva
avisá-la. É uma daquelas produções reinterpretadas de Shakespeare. Roupas
modernas.”
“Eu não me importo. Esse tipo de reinterpretação é o que faz Shakespeare
atemporal.” As palavras rolaram automaticamente fora de meus lábios. Como eles
fizeram, de repente eu tive um daqueles momentos de epifania onde eu percebi
que havia mais coisas do que eu pensava inicialmente. Eu repassei as palavras de
Brayden. Entre isso e o sorriso enorme de Trey, eu logo tive uma realização
surpreendente. Este é o cara que Trey havia me falado. Minha "alma gêmea." E
ele estava me convidando para sair.
“Esta é uma grande ideia.” disse Trey. “Vocês, crianças, devem totalmente ir
ver essa obra. Será um grande dia. Saiam para jantar ou ir a uma biblioteca ou
qualquer coisa que os faça se divertir.” Brayden encontrou meus olhos. Eles eram
castanhos, quase como Eddie, mas com um pouco de verde. Não tão verde como
o de Adrian, é claro. Ninguém teria os olhos tão surpreendentemente verdes. O
cabelo castanho de Brayden ocasionalmente pegava reflexos de ouro na luz e foi
cortado de uma forma sem sentido que mostrava os ângulos de suas maçãs do
rosto. Eu tinha que admitir, ele era muito bonito.
“Eles apresentam de quinta-feira a domingo.” disse ele.
“Eu tenho um
torneio de debate no fim de semana... poderíamos fazer isso na noite de quintafeira?”
“Eu ...” Eu poderia? Não havia nada planejado, até onde eu sabia.
Cerca de duas vezes por semana, eu levava Jill para a casa de Clarence
Donahue, um Moroi de idade que tinha um alimentador. Quinta-feira não era uma
noite de alimentação programada, e tecnicamente eu não era obrigada a ir para as
noites de experiência.
“É claro que ela está livre.” Trey disse antes que eu pudesse responder.
“Certo, Sydney?”
“Sim” eu disse, atirando-lhe um olhar. “Eu estou livre.” Brayden sorriu. Eu
sorri de volta. Um nervoso silêncio se instalou. Ele parecia tão inseguro quanto eu
era sobre como prosseguir. Eu teria pensado que era bonito, se eu não estivesse
tão preocupada que eu parecia ridícula.
Trey lhe deu uma cotovelada bruscamente. “Esta é a parte onde você pede o
seu número.”
Brayden assentiu, embora ele não parecia ter apreciado a cotovelada.
“Certo, certo.” Ele puxou um telefone celular do seu bolso. “É Sydney com
um y ou com i?
Trey revirou seus olhos.
“O quê? Eu estou supondo que é o primeiro, mas como convenções de
nomenclatura se tornam cada vez mais não-tradicional, você nunca sabe. Eu só
quero saber a verdade no meu telefone.
“Eu teria feito a mesma coisa.” eu concordei. Eu então disse a ele meu
número de telefone.
Ele olhou para cima e sorriu para mim.
“Ótimo. Eu estou esperando por isso.
“Eu também.” eu disse, séria.
Deixei Spencer nas nuvens. Eu tinha um encontro. Como na terra que eu
tinha um encontro?
Trey correu para mim alguns momentos mais tarde, pegando-me quando eu
estava abrindo meu carro. Ele usava seu avental barista.
“Bem.” ele perguntou. “Eu estava certo, ou eu estava certo?
“Sobre o quê?” Eu perguntei, mas eu tinha a sensação de que eu sabia o
que estava por vir.
“Sobre Brayden ser sua alma gêmea.
“Eu te disse...
“Eu sei, eu sei. Você não acredita em almas gêmeas. Ainda.” ele sorriu. “Se
o cara não é perfeito para você, então eu não sei quem é. “
“Bem, veremos.” coloquei o copo da Sra. Terwilliger em cima do carro, para
que eu pudesse beber do meu. “É claro que ele não gostar da apresentação
moderna de Shakespeare pode ser um ponto contra.”
Trey me olhou com incredulidade.
“Sério?”
“Não. “ eu disse, dando-lhe um olhar. “Eu estou brincando. Bem, talvez.” O
café que Brayden me fez estava muito bom, então eu estava dando-lhe o
benefício da dúvida sobre a coisa de Shakespeare. “Por que você se importa
tanto sobre a minha vida romântica de qualquer maneira?”
Trey encolheu os ombros e enfiou as mãos nos bolsos. Já, as gotas de suor
se formando em sua pele bronzeada do sol da tarde.
“Eu não sei. Eu acho que eu sinto como se eu devo a você por tudo o que
você fez sobre as tatuagens. Isso e com toda a sua ajuda na lição de casa. “
“Você realmente não precisa da minha ajuda com isso. E as tatuagens...” Eu
fiz uma careta, como uma imagem de Keith batendo no vidro passou pela minha
mente. Keith e o sangue de vampiro que resultou em alta indução de tatuagens
que tinha causado estragos em Amberwood.
Trey, é claro, não sabia sobre o meu interesse pessoal no assunto. Ele só
sabia que eu tinha me livrado daqueles que estavam usando as tatuagens de
vantagem injusta no esporte. - Eu fiz isso porque era a coisa certa a fazer.
Isso o fez sorrir.
“É claro. Ainda me salvou de um monte de tristeza com o meu pai.”
“Espero que sim. Você não tem nenhuma concorrência na equipe agora. O
que mais poderia querer o seu pai? “
“Oh, sempre há outra coisa que ele acha que eu poderia ser o melhor. Não é
apenas o futebol.” Trey tinha sugerido antes.
“Eu sei o que é isso.” disse eu, pensando em meu próprio pai. Um momento
de silêncio caiu entre nós.
“Não ajuda que o meu primo perfeito está vindo para a cidade em breve.”
disse ele finalmente. “Faz tudo o que faço parecer completamente idiota. Você tem
um primo assim?”
“Er, não realmente.” A maioria dos meus primos estavam do lado da minha
mãe, e meu pai tende a se afastar de sua família.
“Você provavelmente é o primo perfeito.” Trey resmungou.
“De qualquer forma, sim, lá está sempre essas expectativas na família...
sempre estes testes. Futebol me deu alguma respeitabilidade agora.” Ele piscou
para mim. “Isso e minha nota incrível em química.”
Esse último comentário não pude deixar passar.
“Tudo bem. Te mandarei uma mensagem quando eu voltar hoje à noite.
Vamos fazer isso acontecer. “
“Obrigado. E eu vou ter uma conversa com Brayden para que ele não tente
nada na quinta-feira. “
Minha mente estava ainda em Shakespeare.
“Tentar o que? “
Trey balançou a cabeça.
“Honestamente, Melbourne, eu não sei como você sobreviveu tanto tempo
no mundo sem mim. “
“Oh.” eu disse, corando. “Isso.” Grande. Agora eu tinha algo a mais para me
preocupar.
Trey zombou.
“Entre você e eu, Brayden é provavelmente o último cara no mundo que você
tem que se preocupar. Eu acho que ele é tão ignorante quanto você. Sua virtude
não me preocupa tanto, eu provavelmente vou lhe dar uma palestra sobre como
tentar alguma coisa.
“Bem, obrigado por manter meus melhores interesses no coração.” eu disse
secamente. “Eu sempre quis ter um irmão para cuidar de mim.”
Ele me estudou com curiosidade.
“Você não tem, tipo, três irmãos?”
Oh, não.
“Er, eu quis dizer no sentido figurado.” Eu tentei não entrar em pânico. Eu
raramente escorrego na nossa história. Eddie, Adrian, e Keith tinham se passado
como meus irmãos em algum ponto. “Nenhum deles realmente se preocupa com
a minha vida amorosa. O que eu estou preocupada, no entanto, é entrar num lugar
com ar condicionado.” Eu abri a porta do carro, e uma onda de calor saiu para
fora. “Vou falar com você hoje à noite e ajudá-lo com o laboratório.
Trey balançou a cabeça, parecendo que ele queria voltar para dentro.
“Vou ajudá-la se você tiver mais perguntas sobre o namoro.”
Eu esperava que meu olhar mordaz dissesse a ele a minha opinião sobre
isso, mas uma vez que ele foi embora e eu estava explodindo com o
condicionamento de ar do carro, minha arrogância se foi.
A ansiedade tomou seu lugar. A pergunta que eu me perguntei anteriormente
repetida na minha cabeça.
Como na terra eu iria sair viva deste encontro?
Capítulo 5
O assunto sobre meu encontro se espalhou rapidamente.
Eu só podia presumir queTrey contou para Kristin e Julia, que havia por sua
vez dito para Jill e Eddie e só Deus sabia para quem mais... Então, eu não deveria
ter ficado surpresa quando recebi uma ligação de Adrian logo após o jantar. Ele
começou a falar antes que eu pudesse dizer olá.
“Sério, Sage? Um encontro?”
Eu suspirei.
“Sim, Adrian. Um encontro.”
“Um encontro real. Não, tipo, fazendo lição de casa juntos.” acrescentou.
“Eu quero dizer, como onde você sai para um filme ou algo assim. E um filme que
não faz parte de um trabalho escolar. Ou sobre algo chato.”
“Um encontro real.” Eu percebi que eu não daria a ele os detalhes sobre a
peça de Shakespeare.
“Qual o nome do sortudo?”
“Brayden.”
Houve uma pausa.
“Brayden? Esse é o seu verdadeiro nome?
“Por que você está perguntando se tudo é verdade? Você acha que eu ia
inventar isso tudo?”
“Não, não.” Adrian me assegurou. “Isso é o que é tão incrível sobre isso. Ele
é bonito? “
Olhei para o relógio. Era hora de eu cumprir o meu grupo de estudo.
“Puxa, talvez eu deveria apenas enviar uma foto?”
“Sim, por favor. E uma verificação completa de sua vida.”
“Eu tenho que ir. Por que você se importa tanto assim?” Eu finalmente
perguntei, exasperada.
Sua resposta levou um longo tempo, o que era incomum.
Adrian usualmente estava pronto com uma dúzia de gracejos espirituosos.
Talvez ele não poderia decidir qual usar. Quando ele finalmente respondeu, na
sua usual maneira sarcástica, soou um pouco forçada.
“Porque é uma daquelas coisas que eu nunca esperava ver na minha vida.”
ele me disse. “Como um cometa. Ou a paz mundial. Só pensei em você como
alguém solteira.”
Por alguma razão, isso me incomodou.
“O que, você não acha que qualquer cara jamais seria interessado em mim?”
“De fato.” disse Adrian, soando extremamente sério "eu posso imaginar
muitos caras sendo interessados em você."
Eu estava certa de que ele estava me provocando e eu não tinha tempo para
suas piadas. Eu disse adeus e fui para o meu grupo de estudo, que
agradecidamente, foi muito dedicado e tinha um monte de trabalho. Mas quando
eu me encontrei com Trey na biblioteca mais tarde, ele estava menos
concentrado. Ele não conseguia parar de falar de como ele era brilhante sobre eu
e Brayden juntos.
"Este encontro ainda nem aconteceu, e eu já estou cansada disso." eu disse.
Eu abri os papéis de Trey sobre a mesa em nossa frente.
Os números e fórmulas eram muito mais concretos e ordenados do que os
mistérios da interação social.
"Preste atenção. Não temos muito tempo."
Ele deu de ombros fora de minhas preocupações.
"Você não pode simplesmente acabar?"
"Não! Eu deixei tempo suficiente para que você possa fazê-lo sozinho. Eu
ajudo, mas é isso."
Trey foi inteligente o suficiente para descobrir a maior parte por conta
própria. Pedir minha ajuda era apenas mais uma forma para ele se esquivar de
parecer inteligente.
Ele deixou o encontro passar e focou no trabalho. Eu pensei que estava livre
do interrogatório sobre Brayden até que assim que estávamos acabando Jill e
Micah vieram.
Eles estavam com um grupo de outras pessoas, o que não me surpreende.
Micah estava descontraído e popular, e Jill tinha herdado um grande círculo de
amigos por sair com ele. Seus olhos brilhavam de felicidade quando alguém no
grupo contou uma história engraçada que fez ela rir. Eu não poderia evitar sorrir
para mim mesma. Isso estava longe de ser como quando Jill chegara a
Amberwood
e foi
tratada
como uma
pária
para
olhares
incomuns
e
comportamentos estranhos. Ela estava prosperando com este novo status social.
Talvez fosse ajudá-la a abraçar o seu contexto social.
Meu sorriso desapareceu quando Jill puxou Micah para longe do grupo e
correu para a nossa mesa. Sua expressão ansiosa me preocupava.
"É verdade", ela perguntou. "Você tem um encontro?"
"Pelo amor você sabe que é verdade! E você disse ao Adrian, não é?"
Eu dei-lhe um olhar penetrante. Seu vínculo psíquico não era ativo 100 por
cento do tempo, mas algo me dizia que ela sabia sobre o seu telefonema mais
cedo. Quando a ligação 'funcionava' ela podia ver em sua mente, observando os
seus sentimentos e ações. Isso só funcionava por um lado, no entanto. Adrian não
tinha tais ações. Ela virou-se envergonhada.
"É ... eu não pude evitar quando Micah me disse..."
"Eu ouvi de Eddie," Micah acrescentou rapidamente, como se isso pudesse
tirá-lo de encrencas. Ele tinha cabelos ruivos e olhos azuis que eram sempre
alegres e amigável. Ele era uma daquelas pessoas que você não conseguia deixar
de gostar o que tornava difícil de desfazer o emaranhado que Jill havia feito por
sair com ele.
"Hei, eu não disse ao Eddie" disse Trey defensivamente.
Virei o meu olhar sobre ele.
"Mas você disse para outras pessoas. E eles disseram ao Eddie."
Trey deu de ombros.
"Eu poderia ter mencionado aqui e ali."
"Inacreditável", eu disse.
"O que esse cara gosta?" Perguntou Jill. "Ele é bonito?"
Eu pensei sobre isso.
"Muito bonito."
Ela se animou.
"Bem, o que está prometendo. Onde é que ele está levando você? Em algum
lugar bom? Noite na cidade? Jantar chique? Micah e eu passamos por um lugar
em Salton. É tão bonito. Você pode ir lá, fazer um piquenique romântico." Suas
bochechas ficaram rosa e ela parou para respirar, como se percebendo que ela
estava falando demais. Divagar era um dos traços mais cativantes da Jill.
"Nós estamos indo para ver Shakespeare no parque", disse eu.
Isso me silenciou.
"Antônio e Cleópatra. É bom." De repente, senti a necessidade de me
defender. "Um clássico. Brayden e eu apreciamos Shakespeare."
"Seu nome é Brayden?", perguntou Micah em descrença. "Que tipo de nome
é esse?"
Jill franziu a testa.
"Antônio e Cleópatra... é romântico?"
"Algo assim", eu disse. "Por um tempo. Então, todo mundo morre no final."
A expressão horrorizada de Jill me disse que eu realmente não estava
melhorando as coisas.
"Bem", disse ela. "Eu espero que você, um, se divirta." Alguns momentos de
estranheza se seguiram, em seguida, seus olhos se iluminaram novamente. "Oh!
Lia ligou para mim esta noite ela disse que vocês duas conversaram sobre eu
poder modelar para ela de novo?"
"Ela o quê?" Eu exclamei. "Isso não é bem como eu iria colocá-lo. Ela
perguntou se você poderia fazer alguns anúncios impressos. Eu disse que não."
"Ah." O rosto de Jill caiu um pouco. "Eu entendo. Pelo que ela disse... Eu só
pensei. Bem. Eu pensei que talvez houvesse uma maneira ..."
Eu dei-lhe um olhar significativo.
"Sinto muito, Jill. Gostaria que houvesse um jeito. Mas você sabe por que
você não pode."
Ela assentiu com a cabeça, tristemente.
"Eu entendo. Está tudo bem."
"Você não precisa de uma campanha de modelagem para ser bonita para
mim", disse Micah galantemente.
Isso trouxe um sorriso de volta ao rosto de Jill que desapareceu quando viu
um relógio próximo. Seu humor transitório me lembrou de Adrian, e me perguntei
se era efeito do vínculo.
"Ugh. Toque de recolher está vindo. É melhor ir para fora. Você vem,
Sydney?"
Olhei para o trabalho de Trey. Ele estava completo e, eu sabia
absolutamente perfeito.
"Em alguns minutos." Ela e Micah saíram.
Olhando para Trey, fiquei surpresa de encontrá-lo olhando para Jill. Lhe dei
uma cotovelada.
"Hey. Não se esqueça de colocar seu nome nisso ou terá sido por nada."
Ele levou vários segundos para arrastar o olhar.
"Essa é a sua irmã, não é?" Seu tom sombrio fez soar mais como uma
afirmação do que uma pergunta, como se estivesse revelando um fato lamentável.
"Hum, sim. Você a viu uma centena de vezes. Ela foi para a escola por um
mês."
Ele franziu a testa.
"Eu nunca pensei muito sobre isso... nunca dei uma boa olhada nela antes.
Eu não tenho aulas com ela."
"Ela estava na frente no desfile de moda."
"Ela tinha uma máscara." Seus olhos escuros me estudaram. "Vocês não se
parecem em nada."
"Sim nós parecemos."
Trey parecia perturbado, e eu não tinha idéia do motivo.
"Você é inteligente para mantê-la fora da modelagem", disse ele, por fim.
"Ela é muito jovem."
"É uma coisa religiosa," eu disse, sabendo que Trey não ia perguntar por
muitos detalhes sobre a nossa ‘fé’.
"Qualquer que seja mantenha ela longe dos olhos do público." Ele rabiscou
seu nome no relatório e fechou o livro. "Você não quer ela estampada em revistas
ou algo assim. Há muitas pessoas assustadoras lá fora."
Agora eu era a única que havia deixado de olhar. Eu concordei com ele.
Demasiada exposição significava que poderiam encontrar Jill. Mas por que Trey
se sente assim também? As alegações de que ela era muito jovem eram sólidas,
mas havia algo vagamente inquietante sobre isso. A maneira como ele tinha a
visto ir embora foi muito estranho. Mas, então, que outro motivo além da
preocupação poderia ele ter?
A normalidade do próximo par de dias foi bem vinda, normalidade sendo
relativa por aqui, é claro. Adrian continuou me mandando e-mails, me pedindo
para resgatá-lo (enquanto também oferecia conselhos de namoro não solicitados).
A Sra. Terwilliger continuou suas tentativas agressivas para me ensinar magia.
Eddie continuou em sua dedicação feroz para Jill. E Angeline continuou seu
avanço não tão sutil sobre Eddie.
Depois de assistir a ela ‘acidentalmente’ derrubar sua garrafa de água sobre
sua camiseta branca em prática com ele um dia, eu sabia que algo teria de ser
feito, não importa o que Eddie tinha dito sobre sua vida pessoal. Como tantas
tarefas difíceis e desagradáveis em nossa corte, eu tinha a sensação de que eu
era a única que teria que fazê-lo. Imaginei que isso seria uma conversa, de
coração para coração, de falar sobre a maneira correta de solicitar a atenção de
alguém, mas na noite do meu encontro com Brayden, foi logo claro para mim que
eu era, aparentemente, a última pessoa que deveria estar dando conselhos sobre
namoro.
"Você está usando isso?" Exigiu Kristin, apontando um dedo acusador para a
roupa que eu perfeitamente havia colocado na minha cama. Ela e Julia tinham se
encarregado de me inspecionar antes de sair. Jill e Angeline haviam aparecido
sem que eu tivesse convidado, e eu não pude deixar de notar que todos pareciam
muito mais animados com isso do que eu. Principalmente porque eu era um
emaranhado de nervos e medo. Isso era o que se devia sentir quando ia para um
teste sem ter estudado. Foi uma experiência nova para mim.
"Não é um uniforme escolar", eu disse. Eu tive o bom senso de saber que
usar isso seria inaceitável. "E é uma cor. Mais ou menos."
Julia levantou o top que eu tinha selecionado, uma blusa de algodão com
mangas curtas e botões na altura do pescoço. A coisa toda foi um tom suave de
amarela, que eu pensei que iria me marcar pontos com este grupo desde que
todos me acusam de não usar cores. Eu mesma combinei com um par de jeans.
Ela balançou a cabeça.
"Este é o tipo de camisa que diz: Você nunca conseguirá tocar aqui. “
"Bem, por que não?" Eu exigi.
Kristin, sentada de pernas cruzadas na minha cadeira, inclinou a cabeça
pensativamente enquanto estudava a camisa.
"Eu acho que é mais como uma camisa que diz, 'eu vou ter que acabar com
esse encontro rápido para que eu possa ir preparar a minha apresentação em
Power Point ".
Isso as fez rir. Eu estava prestes a protestar quando notei Jill e Angeline
mexendo em meu armário.
"Hei! Talvez você devesse perguntar antes de fazer isso."
"Todos os seus vestidos são muito sérios", disse Jill. Ela puxou um casaco
de cashmere, cinza suave. "Quer dizer, pelo menos, este é sem mangas, mas
ainda é demais para este tempo."
"Metade do meu guarda-roupa é," eu disse. "É feito para as quatro estações.
Eu realmente não tive muito tempo para mudar para as coisas de verão antes de
vir para cá."
"Vê?", Exclamou Angeline triunfante. "Agora você sabe o meu problema. Eu
posso cortar alguns centímetros fora se você quiser."
"Não!" Para meu alívio, Jill colocou o vestido longe. Alguns momentos
depois, ela teve uma nova descoberta.
"O que acha desse?" Ela levantou um cabide carregando um top branco
longo com um decote.
Kristin olhou para Angeline.
"Acha que você poderia fazer o decote mais baixo?"
"O decote já está suficientemente baixo. E isso não é uma camisa que você
usa sozinha," eu protestei. "Era para ser usado com um blazer."
Julia se levantou da cadeira. Ela jogou o cabelo, o que era um negócio sério.
"Não, não... isso pode funcionar." Ela pegou a camisa da mão de Jill e colocou
junto com o jeans que eu havia escolhido. Ela estudou-o por alguns instantes e
depois voltou para o meu armário, que era aparentemente entrada livre para
todos. Depois de uma rápida pesquisa, ela puxou para fora um cinto de couro
magro com um padrão de pele de cobra bronzeado.
"Creio que me lembro de você usando isso" Ela colocou o cinto sobre a
camisa branca e deu um passo atrás. Após analisar mais um pouco, ela deu-lhe
um aceno de aprovação. As outras se reuniram para olhar.
"Olho bom", disse Kristin.
"Ei, eu encontrei a camisa", Jill lembrou.
"Eu não posso vestir a camisa sozinha", eu disse. Eu esperava que meus
protestos encobririam a minha ansiedade. Eu realmente tinha deixado de fora a
camisa amarela? Eu estava certa de que era apropriada. Como eu estava indo
para sobreviver esta noite, se eu não podia nem me vestir bem?
"Se você quiser colocar um blazer por cima, pode por", disse Julia. "Mas eu
não acho que você tem que se preocupar com isso mostrando demais. Este nem
sequer vale um aviso da Sra. Weathers ."
"Muito menos a blusa amarela," eu disse.
Elas decidiram que minha roupa estava bem e então passaram para meu
cabelo e maquiagem. Eu desenhei a linha lá. Eu usava maquiagem todos os dias,
uma muito boa, uma maquiagem muito cara aplicada para fazer o máximo dos
meus recursos de uma forma que fez parecer como se eu nem sequer tivesse
maquiagem. Eu não ia mudar esse aspecto natural, não importa quão
veementemente Julia jurou que a sombra rosa seria ‘quente’.
Nenhuma delas falaram muito do meu cabelo. Ele estava em um corte em
camadas que ia até os meus ombros. Havia exatamente uma maneira que ele
podia ser utilizado, solto, ajeitado com o secador. Qualquer outro estilo parecia
confuso, e, claro, eu já tinha a configuração perfeita hoje. Nada de mexer com
uma coisa boa.
Além disso, eu acho que elas estavam todas muito animadas que eu tinha
concordado em vestir a camiseta branca, uma vez que eu verifiquei que não era
transparente.
A única jóia que usei era minha cruz de ouro. Eu prendi-a ao redor do meu
pescoço e disse uma oração silenciosa para passar por isso.
Embora os Alquimistas utilizem muito as cruzes não eram exatamente parte
de qualquer fé cristã tradicional ou prática. Tivemos nossos próprios serviços
religiosos e acreditamos em Deus, que Ele era uma grande força de bondade e luz
que infundiu cada pedaço do universo. Com toda essa responsabilidade, Ele
provavelmente não vai se importar muito sobre uma menina que vai a um
encontro, mas talvez Ele poderia poupar um segundo para se certificar de que não
era muito doloroso.
Todas desceram as escadas comigo quando chegou a hora de Brayden para
me pegar. (Na verdade, era um pouco mais cedo do que a hora marcada, mas eu
odiava ser tarde.) As meninas tinham cada uma suas razões para conhecê-lo,
para Jill "É uma coisa de família" para Kristin “posso identificar um idiota em cinco
segundos. " Eu não estava confiante no último, já que ela uma vez especulou que
Keith podia ser um bom partido.
Todas também estavam cheias de conselhos não solicitados.
"Você pode dividir o custo do jantar ou a peça", disse Julia.
"Não pode ser. Ele precisa pagar uma delas completamente."
"É melhor se ele paga por tudo, embora," disse Kristin.
"Ainda peça algo, mesmo se você não quer comê-lo", acrescentou Jill. "Se
ele comprar o jantar, você não quer deixar que saia barato. Ele tem que trabalhar
com você."
"Onde é que vocês estão aprendendo tudo isso?" Eu perguntei. "O que
importa se eu..oh, vamos lá."
Nós tínhamos chegado ao saguão e encontramos Eddie e Micah sentados
em um banco juntos. Eles pelo menos tiveram a decência de parecerem
embaraçados.
"Não, vocês também", disse.
"Eu estava aqui para ver Jill", disse Micah pouco convincente.
"E eu estava aqui para, hum..." Eddie vacilou, e eu levantei a mão para detêlo.
"Não se incomode. Honestamente, estou surpresa que Trey não está aqui
com uma câmera ou algo assim. Eu imaginei que ele iria querer eternizar cada
momento dessa derrocada de a - oh. Hei, aqui."
Eu coloquei um sorriso quando Brayden apareceu nos degraus do lobby.
Aparentemente eu não era a única que gostava de chegar cedo.
Brayden parecia um pouco surpreso de que eu tinha uma comitiva. Eu não
podia culpá-lo desde que eu tive uma espécie de surpresa também.
"É bom conhecer todos vocês", disse Brayden, amigável, mesmo se um
pouco confuso.
Eddie, enquanto desconfortável com os avanços de Angeline, poderia se
desenvolver perfeitamente em bizarras situações sociais. Ele desempenhou o
papel fraterno e apertou a mão do Brayden.
"Ouvi dizer que vocês estão vendo uma obra esta noite."
"Sim", disse Brayden. "Embora, eu prefira o término do drama. Eu já vi essa
produção antes, mas eu gostaria de vê-lo novamente com um olho para formas
alternativas de análise dramática. O método padrão Freytag pode virar um clichê
depois de um tempo."
Isso deixou todos sem palavras. Ou talvez eles estivessem apenas tentando
descobrir o que ele disse. Eddie olhou para mim depois de volta para Brayden.
"Bem. Algo me diz que vocês vão ter um ótimo tempo juntos."
Uma vez que fomos capazes de sair de lá Brayden disse:
"Você tem muitos... familiares e amigos devotados."
"Oh," eu disse. "Isso. Eles apenas, uh, aconteceu de todos estarem saindo
ao mesmo tempo. Para estudar."
Brayden olhou para o relógio.
"Não é muito tarde para isso, eu acho. Se eu puder, eu sempre faço meu
dever de casa depois da escola porque..."
"Se você deixar para depois, você nunca sabe se algo inesperado pode
acontecer?"
"Exatamente", disse ele.
Ele sorriu para mim. Eu sorri de volta.
Eu o segui para o estacionamento de visitantes, ao longo de um brilhante e
prata Ford Mustang. Eu quase desmaiei. Imediatamente, eu cheguei e passei a
mão ao longo da superfície lisa do carro.
“Legal”, eu disse. “Marca nova, modelo do próximo ano. Estes novos nunca
conseguem ter o caráter dos clássicos, mas certamente compensa na economia
de combustível e segurança."
Brayden olhou agradavelmente surpreendido.
"Você sabe sobre carros."
"É um hobby," eu admiti. "Minha mãe realmente os ama."
Quando eu conheci Rose Hathaway, que eu tive a incrível experiência de
dirigir um Citroen 1972. Agora eu tinha um Subaru chamado Latte. Eu adorei, mas
não era exatamente glamouroso.
"São obras de arte e engenharia." Percebi, então, que Brayden tinha vindo
comigo para o lado do passageiro. Por meio segundo, eu pensei que ele esperava
que eu fosse dirigir. Talvez porque eu gostava tanto de carros? Mas então, ele
abriu a porta e eu percebi que ele estava me esperando entrar, e fiquei tentando
lembrar a última vez que um cara tinha aberto a porta do carro para mim. Minha
conclusão: nunca.
O jantar não foi fast food, mas não foi nada de fantasia também. Gostaria de
saber qual seria a opinião de Julia e Kristin sobre isso. Nós comemos em um tipo
de café, que serviu sanduíches e saladas orgânicas. Cada item do menu parecia
ter abacate.
"Eu teria a levado a algum lugar mais agradável," ele me disse. "Mas eu não
queria correr o risco de chegar atrasado. O parque está a poucos quarteirões de
distância, por isso, devemos ser capazes de obter um bom lugar. Eu ... Eu espero
que tudo bem?" De repente, ele parecia nervoso. Era um contraste com a
confiança que ele tinha mostrado quando se falava de Shakespeare. Eu tinha que
admitir, era animador. Eu me vi relaxar um pouco. "Se não é, eu encontro um lugar
melhor"
"Não, isso é ótimo", eu disse a ele, olhando ao redor da sala do café de
jantar iluminado. Foi um daqueles lugares onde temos pedidos em um balcão e
depois trouxe um número para nossa mesa.
"Eu prefiro ser precoce, de qualquer maneira." Ele tinha pagado toda a nossa
comida. Eu tentei fazer como as regras de namoro que meus amigos me
bombardearam.
"Quanto eu lhe devo? " Eu perguntei timidamente.
Brayden pareceu surpreso.
"Nada. É por minha conta." Ele sorriu timidamente de volta.
"Obrigada", eu disse.
Então, ele estava pagando. Isso faria Kristin feliz, embora me deixasse um
pouco desconfortável, não por culpa dele. Com os Alquimistas, eu estava sempre
pagando as contas e manejando os documentos. Eu não estava acostumada a
outra pessoa a fazê-lo. Acho que teria problemas sacudindo aquela sensação de
que eu tinha que cuidar de tudo porque ninguém mais poderia fazê-lo direito.
Acadêmicos sempre foi uma brisa para mim. Mas em Amberwood, aprender
a sair com pessoas da minha idade de uma forma normal tinha sido uma difícil
tarefa. Eu tinha melhorado, mas foi uma luta tentando descobrir as coisas certas
para dizer aos meus colegas. Com Brayden, não havia nenhum destes problemas.
Tivemos uma fonte infinita de temas, tanto de nós ansiosos para colocar diante
tudo o que sabíamos sobre qualquer coisa. A maior parte do tempo era gasto
discutindo os meandros do processo de certificação orgânica. Foi muito legal.
O problema veio quando, como nós estávamos terminando, Brayden
perguntou se eu queria sobremesa antes de sairmos. Eu congelei, de repente, em
um dilema. Jill tinha dito para me certificar de que pedi o suficiente para não se
deparar como um encontro barato. Sem nem mesmo pensar sobre isso, eu tinha
pedido uma salada barata, simplesmente porque soava bem.
Eu estava agora pensando se eu deveria pedir mais, pois assim parecia um
alguém com quem Brayden tivesse que trabalhar? Isso valia quebrar as minhas
próprias regras sobre o açúcar e sobremesa? E, honestamente, o que Jill sabe
sobre etiqueta de namoro, afinal? Seu último namorado foi homicida, e seu atual
não sabia que ela era uma vampira.
"Uh, não, obrigado", eu disse finalmente. "Eu prefiro ter certeza de que
chegaremos ao parque a tempo."
Ele acenou com a cabeça então ele se levantou da mesa e me deu outro
sorriso.
"Eu estava pensando a mesma coisa. A maioria das pessoas não parecem
pensar que a pontualidade é importante. "
"Importante? É essencial ", eu disse. "Eu estou sempre pelo menos dez
minutos adiantada."
O sorriso de Brayden se alargou.
"Eu aponto para 15. Para dizer a verdade... eu realmente não queria
sobremesa de qualquer maneira." Ele segurou a porta aberta para mim. "Eu tento
evitar comer muito açúcar."
Eu quase me paralisei de espanto.
"Eu estou totalmente de acordo, mas meus amigos sempre discutem sobre
isso."
Brayden assentiu.
"Há muitas razões para se evitar o açúcar. As pessoas simplesmente não
entendem, no entanto."
Fui até o parque, atordoada. Ninguém nunca tinha me entendido tão
rapidamente e facilmente. Era como se ele tivesse lido minha mente.
Palm Springs era uma cidade deserta, arquivado com longos trechos de
areia e montanhas rochosas. Mas era também uma cidade que a humanidade
teve vindo a moldar por um longo tempo, e muitos lugares -Amberwood, por
exemplo- tinha incríveis ambientes desafiando as condições climáticas. Este
parque não foi exceção. Era uma enorme extensão de gramado verde, rodeado de
frondosas árvores de folha caduca, em vez dos habituais palmas. Um estádio
tinha sido criado em uma extremidade, e as pessoas já estavam procurando os
melhores lugares. Nós escolhemos um na sombra que tinha uma excelente vista
do palco.
Brayden pegou um cobertor de sua mochila para sentarmos, junto com uma
cópia gasta de Antônio e Cleópatra. Foi marcado com notas adesivas.
"Você trouxe o seu próprio?", Ele me perguntou.
"Não", eu disse. Eu não poderia deixar de ficar impressionada. "Eu não
trouxe muitos livros de casa, quando me mudei para cá." Ele hesitou, como se não
tivesse certeza que ele deveria dizer o que ele estava pensando. "Você quer ler
junto com o meu?"
Eu honestamente achei que seria apenas assistir a obra, mas a estudiosa
em mim poderia certamente ver as vantagens de ter o texto original junto. Eu
também estava curiosa sobre que tipo de notas que ele tinha feito. Foi só depois
que eu disse que sim, que eu percebi porque ele estava nervoso. Ler junto com
ele significava que tínhamos de sentar muito, muito próximos.
"Eu não vou morder", disse ele, sorrindo, quando eu não me movi
imediatamente.
Isso quebrou a tensão, e conseguimos passar para posições que nós dois
podíamos ler o livro juntos. Não havia forma de evitar que nossos joelhos se
encostassem um no do outro, mas ambos estávamos de jeans, e não me fez
sentir como se minha virtude estava em jogo. Além disso, eu não podia deixar de
notar que ele cheirava a café, meu vício favorito. Isso não era uma coisa ruim.
Eu estava muito consciente de estar tão perto de alguém. Eu não acho que
eu estava recebendo nenhuma vibração romântica. Meu pulso não acelerou, o
meu coração não acelerou.
Principalmente eu estava ciente de que isso foi o mais próximo que eu tinha
sentado de alguém, talvez em minha vida. Eu não estava acostumada a
compartilhar o meu espaço pessoal.
Eu logo esqueci disso quando a obra começou. Brayden podia não gostar de
Shakespeare realizado em roupas modernas, mas eu pensei que eles fizeram um
admirável trabalho. Lendo junto percebemos um monte de linhas que os atores
confundiram. Nós olhamos um pro outro triunfantes, alegres que sabíamos algo
que os outros não sabiam. Eu também analisei as anotações de Brayden,
concordando com umas e balançando a cabeça para outras. Não podia esperar
para discutirmos mais tarde.
Estávamos inclinados intensamente durante a cena da morte dramática de
Cleópatra, focados em suas últimas linhas. Um pouco ao meu lado, ouvi o barulho
de papel. Eu ignorei e inclinei-me ainda mais. O papel fez barulho novamente,
desta vez muito mais alto.
Olhando por cima, vi um grupo de rapazes que estava sentado próximo que
parecia estar em idade de colégio. A maioria deles estava assistindo com
desempenho, mas um estava segurando um item embrulhado em um saco de
papel marrom. A bolsa era muito grande para o objeto e foi rolando para baixo
várias vezes. Ele olhou nervosamente, tentando ser discreto e desenrolar o papel
em pequenos pedaços. Era óbvio que teria feito menos barulho se ele tivesse
desenrolado tudo de uma vez.
Isso continuou por mais um minuto, e então, alguns outros próximos foram
olhando para ele. Ele finalmente conseguiu abrir o saco e, em seguida, ainda em
câmera lenta, cuidadosamente baixou a mão para dentro. Eu ouvi o pop de uma
tampa e no rosto do cara iluminado em triunfo. Mantendo o objeto escondido, ele
levantou o saco até a boca e bebeu o que era muito, obviamente, uma garrafa de
cerveja ou algum outro álcool. Ele tinha sido muito evidente com a bolsa.
Eu coloquei a mão sobre minha boca, em uma tentativa de abafar o riso. Ele
me lembrou muito de Adrian. Eu podia ver absolutamente Adrian contrabandeando
álcool para um evento como este e depois sentindo todo tipo de dores para
encobrir, pensando que, se ele fizesse tudo devagar o suficiente, ninguém pegaria
ele. Adrian, também, provavelmente teria o azar de abrir a garrafa no meio da
cena mais tensa da peça. Eu poderia até imaginar um olhar igualmente encantado
em seu rosto, aquele que diria: Ninguém sabe o que eu estou fazendo. Quando, é
claro, todos sabiam. Eu não sei por que ele me fez rir, mas ele fez.
Brayden estava muito concentrado na obra para perceber.
"Ooh", ele sussurrou para mim. "Esta é uma parte boa, onde suas damas
matam a si mesmas."
Nós dois tínhamos muito para debater e analisar no caminho de volta para
Amberwood. Eu estava quase desapontada quando seu carro parou em meu
dormitório. Quando chegamos aqui percebi que não sabia o que fazer agora. Qual
era o procedimento correto aqui? Ele deveria me beijar? Eu deveria deixá-lo?
Tinha sido o preço real da minha salada?
Brayden parecia nervoso demais, e eu me preparei para o pior. Quando eu
olhei para as minhas mãos no meu colo, eu percebi que elas estavam tremendo.
Você pode fazer isso, eu disse a mim mesma. É um rito de passagem. Eu comecei
a fechar os olhos, mas quando Brayden falou eu abri meus olhos rapidamente.
Como percebi o acúmulo de Brayden de coragem não era para um beijo,
mas para uma pergunta.
"Será que você... gostaria de sair de novo?", Ele perguntou, dando-me um
sorriso tímido.
Fiquei surpresa com a mistura de emoções desencadeadas. Alívio acima de
tudo é claro. Eu agora tenho tempo para pesquisar livros sobre beijo também. Ao
mesmo tempo, eu estava um pouco desapontada que a arrogância e confiança
que ele tinha mostrado na análise dramática não apareceu aqui. Uma parte de
mim pensou que sua linha deveria ter sido mais como, ‘Bem, depois daquela noite
de perfeição, eu acho que não temos escolha a não ser sair novamente.’
Imediatamente, eu me senti estúpida por tal sentimento. Eu não tinha direito de
esperar que ele estivesse a vontade quando eu mesma estava sentada lá com as
mãos tremendo.
"Claro," eu soltei.
Ele deu um suspiro de alívio.
"Legal", disse ele. "Te enviarei um e-mail."
"Isso seria ótimo.", Sorri. Mais um incômodo silêncio caiu entre nós, de
repente, eu me perguntava se o beijo poderia estar vindo depois de tudo.
"Você... você quer que eu a leve até a porta?", Perguntou.
"O quê? Oh, não. Obrigada. É bem ali. Vou estar bem. Obrigada. " Eu
percebi que estava à beira de soar como Jill.
"Bem, então", disse Brayden. "Eu tive uma noite realmente agradável.
Esperarei a próxima vez. "
"Eu também."
Ele estendeu a mão. Sacudi-a. Então, deixei o carro e entrei.
Eu apertei sua mão? Eu repassei o momento na minha cabeça, me sentindo
mais burra e mais burra. O que há de errado comigo?
Enquanto eu caminhava pelo saguão, numa espécie de atordoamento, eu
peguei meu telefone para ver se eu tinha alguma mensagem. Eu desliguei hoje à
noite, imaginando se alguma vez eu tinha ganhado a paz. Para minha surpresa,
ninguém precisava de nada na minha ausência, embora houvesse uma
mensagem de texto de Jill, enviada cerca de 15 minutos atrás: Como foi seu
encontro com Brandon? Como ele é?
Abri minha porta do dormitório e entrei. Seu nome é Brayden. Eu mandei
uma mensagem de volta. Eu ponderei o resto de sua pergunta e levou muito
tempo em tentar decidir como responder.
Ele é como eu.
Capítulo 6
"Você apertou sua mão?" Adrian perguntou, incrédulo.
Eu atirei um olhar acusador para Eddie e Angeline.
"Nada é privado por aqui?"
"Não", disse Angeline, sem rodeios, honesta como sempre. Eddie riu. Foi um
raro momento de camaradagem entre eles.
"Era suposto ser um segredo?", Perguntou ele.
Estávamos na casa de Clarence Donahue para Jill e Adrian terem sua
alimentação com sangue duas vezes por semana. A governanta humana de
Clarence, Dorothy, era o alimentador. Eu poderia levar um monte de coisas Moroi
com calma agora, mas beber sangue – sangue humano - continua me fazendo
tremer. Meu melhor mecanismo de enfrentamento era tentar esquecer por que
estávamos aqui.
"Não", eu admiti.
Julia e Kristin haviam me interrogado querendo detalhes do encontro uns
dias atrás, então eu havia dado alguns. Eu acho que eu tinha que aceitar que uma
vez que eu disse a elas qualquer coisa, seria inevitavelmente voltar para todos no
mundo. Sem dúvida, minha família em Amberwood tinha então repassado para
Adrian.
"De verdade?" Adrian ainda falava sobre o fim do meu encontro. "A sua
mão?"
Suspirei e afundei em um sofá de couro elegante. A casa de Clarence
sempre me lembrava de alguma mansão assombrada estereotipada do lado de
fora, mas por dentro era moderna e bem-mobiliada
."Olha, passou, está bem, você sabe o que? Não importa. Isso não é da sua
conta. Basta deixar isso pra lá." Mas algo na expressão de Adrian me disse que
não seria, de fato, deixado de lado tão cedo.
"Com toda essa paixão incandescente, é uma maravilha que vocês possam
ficar longe um do outro", disse Adrian, impassível. "Vai ter um segundo encontro?
Eddie e Angeline olharam para mim com expectativa. Eu hesitei.
Esta foi a informação que eu não tinha dito para Julia e Kristin, em grande
parte porque ele tinha acabado de ser arranjado.
"Sim", eu disse finalmente. "Estamos indo em uma, hum, visita a um moinho
de vento essa semana "
Se eu quisesse calá-los, eu definitivamente consegui. Eles pareciam
atordoados
Adrian falou primeiro.
"Eu vou assumir que isso significa que ele está voando para Amsterdã em
seu jato particular. Se assim for, eu gostaria de ir junto. Mas não para os moinhos
de vento."
"Há uma enorme fazenda de moinhos de vento ao norte de Palm Springs,"
eu expliquei. "É um dos únicos no mundo que faz passeios públicos."
Mais olhares em branco.
"A energia eólica é um poderoso recurso renovável que pode ter um grande
impacto sobre o futuro do nosso país", eu disse, exasperada. "Isso é uma coisa
legal.”
"'Genial", disse Adrian. “Eólico. Eu vejo o que você fez lá, Sage. Muito
inteligente."
"Não era para ser um..."
As portas da sala de estar de vitrais franceses se abriu, e Dimitri e Sonya
entraram com o nosso anfitrião Clarence. Eu não o tinha visto desde que cheguei
e dei-lhe um sorriso educado, feliz pela distração da minha vida amorosa.
"Olá, Sr. Donahue," eu disse. "É bom ver você de novo."
"Eh?" O homem Moroi idoso olhou em minha direção, e depois de alguns
momentos, o reconhecimento iluminou-o. Ele tinha cabelos brancos e sempre
vestido como se ele estava em um jantar formal de cerca de 50 anos atrás. "Aí
está você. Ainda bem que você pode vir, minha querida. O que te traz de novo? "
"Alimentação de Jill, senhor." Nós fazemos isso duas vezes por semana,
mas a mente de Clarence não era bem o que costumava ser. Ele tinha sido muito
disperso desde que nos conhecemos, mas a morte de seu filho, Lee, parecia
empurrar o velho ainda mais ao longo da borda - especialmente porque ele
parecia não acreditar. Nós lhe dissemos suavemente, um número de vezes que
Lee tinha morrido, deixando de fora a parte Strigoi. Cada vez que fizemos,
Clarence insistia que Lee estava apenas fora e estaria de volta. Espalhados ou
não, Clarence era sempre gentil e relativamente inofensivo para um vampiro,
claro.
"Ah, sim, naturalmente." Ele se acomodou em sua poltrona enorme e então
olhou de volta para Dimitri e Sonya. "Então você é capaz de corrigir as travas nas
janelas?" Não tinha aparentemente havido alguma discussão acontecendo antes
que eles se juntassem a nós.
Dimitri parecia estar tentando encontrar uma boa maneira de responder. Ele
estava tão incrível como sempre, vestido de jeans e uma camiseta, com um
casaco de couro longo sobre ele. Como alguém poderia sobreviver vestindo um
casaco como aquele em Palm Springs foi além de mim, mas se alguém pudesse,
esse seria ele.
Normalmente ele só ficava dentro, mas as vezes eu o vi do lado de fora
também. Eu tinha mencionado esta escolha de roupa estranha para Adrian um par
de semanas atrás
"Não é um Dimitri sexy?" a resposta de Adrian não tinha sido totalmente
inesperada.
"Bem, sim, de acordo com a maioria das mulheres, pelo menos."
O rosto de Dimitri era a imagem da polidez como ele respondeu as
preocupações de Clarence.
"Eu não acredito que haja qualquer coisa de errado com o que você tem ",
disse Dimitri. "Tudo é selado até muito bem."
"Então, parece", disse Clarence ameaçadoramente. "Mas você não sabe
como eles são engenhosos. Eu não estou para trás nos tempos, você sabe. Eu sei
que existem todo tipo de tecnologias lá fora que você pode colocar dentro. Como
lasers que dizem se alguém está entrando aqui dentro."
Dimitri arqueou uma sobrancelha.
"Você quer dizer um sistema de segurança?"
“Sim, exatamente", disse Clarence. "Para manter os caçadores fora." Essa
virada na conversa não foi exatamente uma surpresa para mim.
A paranóia de Clarence também aumentou recentemente. Ele vivia em
constante medo de que ele dizia que existiam eram caçadores de vampiros, seres
humanos que, bem, caçavam vampiros.
Durante muito tempo, ele afirmou que eles foram responsáveis pela morte de
sua sobrinha e que relatos de ela ser morta por um Strigoi estão incorretos.
Acontece que ele não estava totalmente errado. Sua morte não tinha sido o
resultado de um ataque Strigoi, tinha sido causada por Lee, em uma tentativa
desesperada de mudar de volta de um Moroi para um Strigoi.
Clarence, no entanto, recusou-se a aceitar, e persistira em suas crenças
sobre os caçadores. Minhas garantias de que os Alquimistas não tinham registros
de nenhum grupo como esse existentes desde a Idade Média não tinha ido muito
longe. Consequentemente, Clarence estava sempre fazendo as pessoas fazerem
"verificações de segurança" de sua casa desde que Sonya e Dimitri foram ficar
com ele durante toda a experimentação, que muitas vezes era uma tarefa tediosa
para eles.
"Eu não estou realmente qualificado a instalar um sistema de segurança",
disse Dimitri.
"De verdade? Há algo que você não pode fazer? "
A voz de Adrian era tão suave que eu mal podia ouvi-lo, e ele estava sentado
ao meu lado. Eu duvidava até mesmo os outros, com a sua audição superior,
poderia ter ouvido suas palavras. Por que ele ainda deixa Dimitri chegar até ele?
Eu me perguntava.
"Você teria que ligar para profissionais", Dimitri continuou a Clarence. "Eu
estou supondo que você não gostaria de um bando de estranhos entrando e
saindo de sua casa."
Clarence franziu a testa.
"Isso é verdade. Seria muito fácil para os caçadores para se infiltrar."
Dimitri era a imagem da paciência.
"Vou fazer verificações diárias de todas as portas e janelas enquanto eu
estou aqui, só para ter certeza.”
"Isso seria maravilhoso", disse Clarence, um pouco de sua tensão aliviada.
"Evidentemente, eu não sou realmente o tipo dos caçadores de costume. Não sou
perigoso o suficiente. Não mais." Ele riu de si mesmo. "Ainda..você nunca sabe o
que pode acontecer. Melhor estar seguro. "
Sonya lhe deu um sorriso gentil.
"Tenho certeza de que tudo vai ficar bem. Você não tem nada para se
preocupar."
Clarence encontrou seus olhos, e depois de alguns segundos, um sorriso
lentamente se espalhou sobre o rosto. Sua postura rígida diminuiu.
"Sim, sim. Você está certa. Nada para se preocupar."
Eu tremi. Eu tinha estado em torno de Moroi o suficiente para saber o que
tinha acontecido. Sonya tinha acabado de usar compulsão apenas com um
sussurro dela para acalmar Clarence.
Compulsão, a capacidade de forçar sua vontade sobre os outros, era uma
habilidade que todos os Moroi possuíam em graus variados. Usuários de Espírito
eram os mais fortes, rivalizando com os Strigoi. Usar compulsão em outros era
tabu entre os Moroi, e houve sérias conseqüências para aqueles que abusaram
dela.
Eu estava pensando se as autoridades Moroi passariam por alto neste caso
por estar acalmando um homem nervoso de idade, mas o ato me perturbou.
Compulsão em particular sempre me pareceu um dos poderes dos Moroi mais
insidiosos. Será que era realmente necessário Sonya usá-lo? Ela já era tão
amável e calmante. Isso não seria suficiente para Clarence? Às vezes eu me
perguntava se eles apenas usavam magia para o bem de o fazer. Às vezes eu me
perguntava se ele estava sendo usado em torno de mim ... sem que eu soubesse.
Clarence falar de caçadores de vampiros sempre desencadeada uma
mistura de diversão e mal-estar em torno de todos. Com ele pacificado (mesmo se
eu não gostava do meio), fomos todos capazes de relaxar um pouco.
Sonya encostou-se ao sofá, bebendo alguma bebida frutada que parecia
perfeito em um dia quente como este. De suas roupas sujas e penteado casual, eu
estava apostando que ela tinha saído para fora, não que ela não estivesse linda.
Moroi evitam este tipo de sol intenso, mas seu amor por plantas era tão grande
que ela havia se arriscando a trabalhar em algumas das flores no jardim de
Clarence. Protetor solar pesado poderia fazer maravilhas.
"Eu não vou estar aqui por muito mais tempo", disse-nos. "Mais algumas
semanas, no máximo. Eu preciso voltar e trabalhar em alguns planos de
casamento com Mikhail."
"De novo, quando é o grande dia?" Adrian perguntou.
Ela sorriu.
"É em dezembro." Isso me surpreendeu até ela acrescentar "Há uma estufa
enorme,
tropical,
perto
do
Tribunal,
que
vamos
usar.
É
lindo,
não
que importa. Mikhail e eu poderíamos nos casar em qualquer lugar. Tudo que
conta é que estamos juntos. Claro que, se formos capazes de escolher, então por
que não fazer bem?"
Mesmo eu sorri. Deixe isso para Sonya para encontrar um local de verde no
meio de um inverno da Pensilvânia.
"Dimitri pode ficar", ela continuou. "Mas seria ótimo se pudéssemos fazer
algum tipo de progresso antes de eu ir. Os testes da aura até agora têm sido... "
"Inútil?", Sugeriu Adrian.
Eu ia dizer inconclusivos", ela respondeu.
Adrian balançou a cabeça.
"Então, todo o tempo que passamos foi desperdiçado?"
Sonya não respondeu e, em vez disso tomou outro gole de sua bebida. Eu
estava apostando que era não-alcoólica, ela não se auto-medica como Adrian faz,
e Dorothy poderia me fazer um, se eu quisesse. No entanto, eu também estava
apostando que seria terrível para mim. Eu ia ver se havia alguma Diet Coke na
cozinha.
Sonya se inclinou para a frente, um brilho ansioso em seus olhos.
"Dimitri e eu estávamos conversando e percebi que há algo óbvio que
estamos em falta. Na verdade, eu deveria dizer, evitando, mas não persegui-lo
seria um desperdício."
"O que é isso?", Perguntou Adrian.
"Sangue", disse Dimitri.
Eu estremeci. Eu não gostei quando o tema veio à tona. Isso me lembrava
exatamente o tipo de pessoas com quem eu estava.
“Obviamente, há algo sobre restauração Strigoi que nos protege", disse ele.
"Nós olhamos para os sinais mágicos, mas a resposta pode ser mais físico.
E a partir do relatório que eu li, os Strigoi tinha problemas de beber o sangue de
L...seu sangue.”
Dimitri tinha estado a ponto de dizer Lee, mas alterou a sua escolha por
respeito
a Clarence. O olhar do velho, feliz, atordoado, tornava difícil de dizer se ele
entendia o que estávamos discutindo.
"Eles reclamaram sobre isso", eu concordei. "Mas isso não parece impedi-los
de beber."
Strigoi poderia ser criado se forçosamente um Strigoi drena o sangue de uma
vítima e então alimenta-o de volta com o sangue Strigoi para ele ou ela. Lee pediu
para um Strigoi fazer isso por ele, mas depois de toda adrenagem ele tinha
conseguido a morte.
"Gostaríamos de ter uma amostra de sangue de Dimitri e depois compará-lo
com o seu, Eddie", disse Sonya. "O sangue pode conter tipos de propriedades
mágicas, que poderia evidenciar como lutar contra Strigoi."
Eu mantive meu rosto o mais vazio possível, rezando para ninguém me
notar. Sangue pode conter todos os tipos de propriedades mágicas. Tinha
esperanças que em toda essa conversa, ninguém lembrasse do mistério de por
que o meu sangue era inexplicavelmente revoltante para Strigoi. E realmente, por
que deveriam? Eu nunca tinha sido restaurada. Eu não era uma vampira. Não
havia nenhuma razão em eles quererem me ter nestas experiências. E, no
entanto, se isso fosse verdade, por que eu estava suando de repente?
"Nós podemos enviá-lo para um laboratório para a parte química e tentar ler
as propriedades mágicas fora dele também", Sonya continuou. Ela parecia pedir
desculpas, mas Eddie não se importou.
"Não há problema", disse ele. "Tudo o que você precisar." Ele quis dizer isso
também, eu sabia. Perdendo sangue era um milhão de vezes mais fácil para ele
do que estar inativo. Além disso, ele provavelmente perdeu mais sangue na
prática diária do que ele mesmo precisa dar para esta experiência.
"Se você precisa de outro dhampir", disse Angeline. "Você pode me usar
também. Eu e Eddie poderia ajudá-la. Nós seríamos uma equipe. Sydney não teria
que vir toda hora especialmente agora que ela tem um namorado."
Há tantas coisas erradas com isso, eu não sabia por onde começar. A
confiança que Eddie tinha mostrado sobre doação de sangue desapareceu no ‘nós
seríamos uma equipe.’
"Vou considerar", disse Sonya. Havia um brilho nos olhos, e me lembrei dela
dizendo que ela podia ver carinho em auras. Ela poderia detectar a queda de
Angeline?
"Por enquanto, eu prefiro não levá-la longe de sua escola. É menos
importante para Eddie já que ele já se formou, mas você deve manter-se na
escola."
Angeline parecia infeliz com isso. Ela teve uma série de dificuldades com
suas aulas, para não mencionar alguns embaraços definitivos - como quando ela
foi convidada para criar um mapa da América Central e mostrou-se com um de
Nebraska e Kansas. Ela colocou um semblante arrogante, mas eu sabia que ela
às vezes se sentia oprimida em Amberwood.
Jill se juntou a nós, olhar brilhante e revigorado. O ideal era que eles
bebessem sangue Moroi a cada dia. Eles poderiam sobreviver no cronograma de
duas vezes por semana, mas eu tinha percebido que Jill parecia mais cansada e
deteriorada quanto mais ela demorava para vir se alimentar.
"Sua vez, Adrian", disse ela.
Ele estava bocejando e olhou assustado em ser notado. Eu não acho que ele
realmente se interesse nas experiências de Sonya com sangue. Quando ele se
levantou, ele olhou para mim.
"Você pode andar comigo um segundo, Sage?" Antes que eu pudesse
apresentar o meu protesto, disse ele, "Não se preocupe, não vou levá-la para a
alimentação. Eu só quero te fazer uma pergunta rápida."
Eu concordei e saí da sala. Assim que fomos longe dos outros, eu disse.
"Eu não quero ouvir qualquer comentário mais 'inteligente' sobre Brayden."
"Hilariante meu comentário, não espirituoso. Mas não é isso que eu queria
falar."
Ele chegou a um impasse na entrada, do lado de fora do que eu suspeitava
era o quarto de Dorothy.
"Assim, parece que o meu velho está vindo para San Diego no fim de
semana seguinte."
Debruçei-me contra a parede e cruzei os braços, já com um mal
pressentimento sobre isso.
"Ele não sabe por que estou aqui, é claro, ou que eu estou com Jill. Ele não
sabe nem em que cidade eu estou. Ele só acha que eu estou festejando na
Califórnia."
Eu não estava surpresa que o Sr. Ivashkov não sabe a verdadeira razão para
Adrian estar aqui. A ‘Ressurreição’ de Jill era secreta, assim como seu paradeiro.
Nós não podiamos arriscar qualquer outra pessoa saber onde ela estava.
O que me surpreendeu foi que Adrian estava trabalhando tão duro para agir
como se ele não se importava com o que o pai pensava, mas ele obviamente se
importava. O rosto de Adrian era convincente, mas havia uma nota de amargura
em sua voz que lhe deu distância.
"De qualquer forma," Adrian continuou, "ele disse que ia me encontrar para o
almoço se eu quisesse. Normalmente, eu o rechacaria... mas eu gostaria de saber
o que está acontecendo com minha mãe, eles nunca me dizem quando eu ligo ou
mando e-mail."
Mais uma vez, eu peguei mistas emoções nele. A mãe de Adrian estava
cumprindo pena em uma prisão Moroi por crimes de intriga. Você não sabe com
sua atitude arrogante e senso de humor, mas deve ter sido difícil para ele.
"Deixe-me adivinhar," eu disse. "Você quer emprestar o meu carro."
Eu simpatizava com aqueles com pais difíceis, mesmo Adrian. Mas a minha
compaixão só foi tão longe e não se estendeu para Latte. Eu não podia arriscar.
Além disso, a ideia de ser preso, sem qualquer forma de contornar me assustou,
especialmente quando os vampiros estavam envolvidos.
"De jeito nenhum", disse ele. "Eu pensei melhor do que isso."
Ele fez?
"Então o que você quer?" Eu perguntei, surpresa.
"Eu estava esperando você me levar."
Eu gemi.
"Adrian, leva duas horas para chegar lá."
"É praticamente um tiro direto para a rodovia", ressaltou. "E eu achei que
você ia dirigir um de quatro horas de ida e volta, antes de dar o seu carro para
outra pessoa."
Eu olhei para ele.
"Isso é verdade."
Ele deu um passo mais perto, uma expressão desconcertantemente sincero
em seu rosto.
"Por favor, Sage. Eu sei que é pedir muito, então eu nem vou fingir que você
se beneficiará. Eu...Quer dizer, você pode passar o dia em San Diego e fazer o
que quiser. Não é o mesmo que ir para ver os painéis solares ou qualquer outra
coisa com Brady, mas eu lhe devo - literalmente e figurativamente. Irei pagar o
dinheiro da gasolina."
"É Brayden, e onde no mundo você conseguiu dinheiro para gasolina?"
Adrian vivia de um pequeno subsidio que seu pai lhe dava. Era parte da
razão pela qual Adrian estava tomando aulas na faculdade, na esperança de que
ele possa obter ajuda financeira no próximo semestre e ter um pouco mais de uma
renda. Eu admirava que, embora estivéssemos atualmente em Palm Springs, em
janeiro, eu diria que os Moroi tinham sérios problemas políticos.
"Eu ... eu vou cortar em coisas que virão com o dinheiro extra", disse ele
depois de alguns momentos de hesitação.
Eu não me incomodei escondendo minha surpresa. ‘Coisas’ provavelmente
significava álcool e cigarros, que era onde seu subsídio normalmente era gasto.
"De verdade?" Eu perguntei. "Você abriria mão de beber para ir ver o seu
pai?"
"Bem, não permanentemente", disse ele. "Isso seria ridículo. Mas talvez eu
possa mudar para algo um pouco mais barato por um tempo. Como ...
raspadinhas. Você sabe o quanto eu amo esses? Cereja, especialmente.”
"Hum, não," eu disse. Adrian foi facilmente distraído por temas estranhos e
objetos brilhantes. "Eles são puro açúcar."
"Delícia pura, você quer dizer. Eu não tive um em tempos."
"Você está ficando fora do tópico," eu apontei.
"Ah. certo. Bem, se eu tenho que ir em uma dieta baseada em semiliquidos
ou o que quer, obterei o seu dinheiro. E essa é a outra razão ... Eu sou o tipo de
esperança de que o velho pode concordar com a minha renda. Você
provavelmente não acredita, mas eu odeio sempre estar pedindo para você. É fácil
para o meu pai se esquivar de telefonemas, mas cara-a-cara? Ele não pode
escapar. Além disso, ele acha que é mais ‘Viril’ e ‘respeitável’ para pedir algo
diretamente. Clássica honra de Nathan Ivashkov."
Mais uma vez, a amargura. Talvez um pouco de raiva. Estudei Adrian por um
longo tempo enquanto eu pensava sobre a minha resposta seguinte. A sala estava
na penumbra, dando-lhe a vantagem. Ele provavelmente poderia ver-me
perfeitamente enquanto alguns detalhes eram mais difíceis para mim.
Aqueles olhos verdes, tão verdes, que eu tantas vezes admirei apesar de
mim mesma, simplesmente via-os escuros agora. A dor em seu rosto, no entanto,
foi evidente demais. Ele ainda não tinha aprendido a esconder seus sentimentos
de Jill e do vínculo, mas eu sabia que ele mantinha essa atitude solta, a atitude
negligente para o resto do mundo, para todos exceto para mim ultimamente. Esta
não era a primeira vez que eu tinha visto-o vulnerável, e parecia estranho para
mim que eu, de todas as pessoas, era a que ele manteve expondo suas emoções.
Ou era errado? Talvez isso foi apenas minha inépcia social, confundindo-me
novamente. De todo modo isso apertou alguma coisa dentro de mim.
"Isso é realmente do que se trata? O dinheiro.", eu perguntei, colocando
minhas outras perguntas de lado. "Você não gosta dele. Tem que haver algo mais
aqui."
"O dinheiro é uma grande parte. Mas eu quis dizer o que eu disse
anteriormente... sobre a minha mãe. Eu preciso saber como ela está, e ele não vai
me contar sobre ela. Honestamente, eu acho que ele só quer fingir que nunca
aconteceu, ou para a sua reputação ou talvez ... talvez porque fere ele. Eu não
sei, mas como eu disse, ele não pode se esquivar, se eu estou ali. Mais ..."
Adrian desviou o olhar um momento antes de reunir a coragem para olhar
em meus olhos novamente.
"Eu não sei. É estúpido. Mas eu pensei que...Bem, talvez ele ficaria
impressionado que eu estava em uma faculdade neste momento. Provavelmente
não, contudo."
Meu coração doeu por ele, e eu suspeito que a última parte - ganhando a
aprovação de seu pai - era maior do que Adrian estava deixando ver. Eu sabia
como era ter um pai que continuava julgando, para quem nada era bom o
suficiente. Entendi, bem assim as emoções em conflito...como um dia você
poderia dizer que não se importava, ainda assim ansiar pela aprovação.
E eu certamente compreendo o apego maternal. Uma das partes mais difíceis de
estar em Palm Springs foi a distância da minha mãe e irmãs.
"Por que eu?" Eu soltei. Eu não tinha a intenção de tocar nas questões
anteriores, mas de repente eu não pude evitar. Havia muita tensão aqui, muita
emoção.
"Você poderia ter perguntado a Sonya ou Dimitri para conduzi-lo. Eles
provavelmente já teriam até mesmo deixado você emprestar seu carro de aluguel."
O fantasma de um sorriso passou pelo rosto de Adrian.
"Eu não sei nada sobre isso. E eu acho que você sabe por que eu não quero
correr o risco de ser preso em um carro com o nosso russo amigo. Quanto ao
resto ... eu não sei, Sage. Há algo sobre você ... você não julga como os outros.
Quero dizer, você faz. Você é mais crítica do que qualquer um em alguns
aspectos. Mas há uma honestidade em você. Sinto-me..." O sorriso deixou seu
rosto enquanto ele vacilou por palavras. "Confortável em torno de você, eu acho."
Não havia nenhuma maneira que eu poderia ficar contra isso, apesar de eu
achar que ele foi irônico quando alegou ficar mais confortável em torno de mim,
quando eu tive ataques de pânico por causa de Moroi metade do tempo. Você não
tem que ajudar, uma voz interior me avisou. Você não deve nada a ele. Você não
deve qualquer coisa Moroi que não é absolutamente necessário. Esqueceu-se de
Keith? Esta não é uma parte de seu trabalho.
O obstáculo voltou para mim, e eu relembrei do negócio de vampiro que
tinha colocado Keith em Re-educação. Quanto pior eu estava? Interação social
era uma parte inevitável, mas eu estava misturando as linhas em torno de tudo
novamente.
"Tudo bem", eu disse. "Vou levá-lo. Me mande um e-mail falando quando
você quer ir."
Foi quando veio a parte mais engraçada. Ele parecia totalmente atordoado.
"Mesmo?"
Eu não pude deixar de rir.
"Você me disse esse monte de coisa o tempo inteiro e achou que eu não ia
concordar, não é?"
"Não", ele admitiu, claramente espantado. "Eu não posso sempre ler você.
Eu me engano com as pessoas, você sabe. Quer dizer, eu sou bom em leitura de
rostos, mas eu pego um monte de auras e ajo como se eu tivesse tendo uma
visão incrível. Eu não aprendi a compreender totalmente os seres humanos, no
entanto.
Você tem as mesmas cores, mas uma sensação diferente."
Auras não me é estranho tanto quanto mágica de vampiro, mas eu ainda não
estava totalmente confortável com eles.
"Que cor é a minha? "
"Amarelo, é claro."
"É claro?"
"Inteligentes, pessoas inteligentes tem amarelo. Você tem um pouco de roxo
aqui e ali." Mesmo na penumbra, eu podia ver uma faísca travessa em seus olhos.
"Isso é o que a faz interessante."
"O que o roxo quer dizer?"
Adrian colocou a mão na porta.
"Tenho que ir, Sage. Não quero ficar esperando Dorothy ".
"Vamos lá. Diga-me o que é o roxo." Eu estava tão curiosa, eu quase agarrei
seu braço.
Ele girou a maçaneta.
"Eu direi se você quiser se juntar a nós."
"Adrian."
Rindo, ele desapareceu dentro do quarto e fechou a porta.
Com um aceno de cabeça, comecei a voltar para os outros e, em seguida,
decidi procurar minha Diet Coke. Demorei-me com ela na cozinha por um tempo,
inclinando-me contra as bancadas em granito e olhando distraidamente para as
panelas de cobre brilhantes penduradas no teto. Por que eu tinha concordado em
dirigir para Adrian? O que há sobre ele que conseguiu quebrar o decoro e toda a
lógica que eu construí na minha vida? Eu entendi porque muitas vezes eu tinha
um fraquinho por Jill. Ela me lembrou da minha irmã mais nova, Zoe. Mas Adrian?
Ele não era como ninguém que eu conhecia. Na verdade, eu tinha quase certeza
de que não havia um em todo o mundo completamente como Adrian Ivashkov.
Demorei tanto tempo que quando voltei para a sala de estar, Adrian estava
em seu caminho de volta também. Sentei-me no sofá, tomando o último gole da
minha Diet Coke. Os olhos de Sonya brilharam ao ver-me.
"Sydney, nós apenas tivemos uma ideia maravilhosa." Talvez eu nem
sempre fui a mais rápida em pegar dicas sociais, mas eu percebi que essa ideia
maravilhosa foi dirigida a mim, e não Adrian e eu.
"Nós estávamos falando sobre os relatórios da noite do incidente..." Ela deu
um olhar significativo para Clarence, e eu balancei a cabeça em compreensão.
"Tanto o Moroi e os Alquimistas, disseram que o Strigoi teve problemas com
o seu sangue também, correto?"
Eu endureci, não gostando dessa conversa. Foi uma conversa que eu vivia
com medo de ter. O Strigoi que tinha matado Lee não tinha acabado de ter
‘problemas’ com meu sangue. Lee tinha achado estranho. Meu sangue tinha sido
nojento. O que tinha tentado beber de mim não tinha sido capaz de tolerar. Ela até
cuspiu.
"Sim..." Eu disse cuidadosamente.
"Obviamente, você não é um Strigoi restaurado", disse Sonya. "Mas nós
gostaríamos de dar uma olhada em seu sangue também. Talvez haja alguma
coisa que poderia nos ajudar. Uma pequena amostra deve ser suficiente.”
Todos os olhos estavam em mim, mesmo de Clarence. A sala começou a
fechar-se como um pânico familiarizado arquivado em mim. Eu tinha pensado
muito sobre por que o Strigoi não tinha gostado do meu sangue e atualmente, eu
tentei evitar pensar nisso. Eu não queria acreditar que havia algo de especial
sobre mim.
Não podia ser. Eu não queria atrair a atenção de ninguém. Uma coisa era
facilitar a pesquisa, outra era se tornar o sujeito dela. Se eles me queriam
para um teste, eles poderiam querer-me para outra coisa. E então algo mais. Eu ia
acabar trancada, picada e incitada.
Havia também o fato de que eu não queria dar o meu sangue. Não importava
que eu gostava de Sonya e Dimitri. Não importava que o sangue seria tirado com
uma agulha, e não dentes.O conceito básico ainda estava lá, um tabu decorrente
da mais rudimentar das crenças Alquimista: doar sangue para os vampiros estava
errado. Era o meu sangue. Meu.
Ninguém, especialmente vampiros tinha qualquer negócio com ele.
Eu engoli, esperando que eu não parecesse que queria fugir.
"Foi apenas uma opinião Strigoi. E você sabe que não gosto de seres
humanos, bem assim como... vocês."
Isso foi parte da razão pela qual o Moroi viviam em medo e tinha visto os
seus números reduzidos ao longo do tempo. Eles foram o crème de la crème de
cozinha Strigoi.
"Isso é provavelmente tudo que era."
"Talvez", disse Sonya. "Mas não há nenhum dano feito em verificar." Seu
rosto estava iluminado com essa nova ideia. Eu odiava transformá-la para baixo...
mas meus princípios sobre isso eram muito fortes. Era tudo o que eu tinha sido
criadapara acreditar.
"Eu acho que é um desperdício de tempo", eu disse. "Nós sabemos que o
espírito tem de ser envolvido, e eu não tenho nenhuma ligação com isso."
"Eu acho que seria útil", disse ela. "Por favor".
Útil? Do seu ponto de vista, sim. Ela queria descartar todas as
possibilidades. Mas meu sangue não tinha nada a ver com conversões Strigoi. Ele
não podia.
"Eu..eu prefiro não."
Uma resposta mansa, considerando as emoções que agitavam dentro de
mim. Meu coração estava começando a corrida, e as paredes se fechando em
mim. Meu aumento de ansiedade foi visitado por um velho sentimento, a
realização horrível que eu estava em minoria aqui em Clarence. Que era eu e uma
sala cheia de vampiros e dhampirs. Criaturas não-naturais. Criaturas artificiais que
queriam o meu sangue...
Dimitri me estudou com curiosidade.
"Não vai doer, se é isso que você tem medo. Nós não precisamos de mais
do que um médico iria tomar."
Eu balancei a cabeça com firmeza.
"Não."
"Tanto a Sonya quanto eu somos treinados neste tipo de coisa", acrescentou
ele, tentando me tranqüilizar. "Você não tem que se preocupar..."
"Ela disse que não, ok?"
Todos os olhos que estavam em cima de mim, de repente se viraram para
Adrian. Ele se inclinou para a frente, fixando o seu olhar sobre Sonya e Dimitri, e
eu vi algo naqueles olhos bonitos que eu nunca tinha visto antes: a raiva. Eles
eram como fogo esmeralda.
"Quantas vezes é que ela tem que recusar?" Adrian exigia. "Se ela não quer,
então isso é tudo que existe para ela. Isto não tem nada a ver com ela. Este é o
nosso projeto de ciência. Ela está aqui para proteger Jill e tem muito o que fazer
lá. Então pare de assediá-la já!"
“Assédio é uma espécie de palavra forte," disse Dimitri, calma diante da
explosão de Adrian.
"Não quando você continua empurrando alguém que quer ser deixado em
paz", respondeu Adrian. Ele me lançou um olhar preocupado antes de fixar a sua
ira para trás em Sonya e Dimitri. "Parem de forçar ela.”
Sonya olhou hesitante entre nós. Ela olhou legitimamente ferida. Tão astuta
como era, eu não acho que ela percebeu o quanto isso me incomodou.
"Adrian...Sydney...não estamos tentando perturbar ninguém. Nós apenas
queremos realmente chegar ao fundo disto. Pensei que todos vocês também.
Sydney sempre foi tão favorável."
"Isso não importa", grunhiu Adrian. "Tome o sangue de Eddie. Tome o
sangue de Belikov. Leve seu próprio sangue eu não me importo. Mas se ela não
quer dar o dela, então isso é tudo que existe para ela. Ela disse que não. Essa
conversa está acabada."
Alguma parte distante de mim percebeu que esta era a primeira vez que eu
tinha visto Adrian levantar-se para Dimitri. Usualmente, Adrian simplesmente
tentava ignorar o outro homem e esperava ser ignorado em troca.
"Mas" começou Sonya.
"Deixa para lá", disse Dimitri. Sua expressão era sempre difícil de ler, mas
não havia uma suavidade na voz. "Direito de Adrian." Sem surpresa, o quarto foi
um pouco tenso depois disso.
Houve algumas tentativas parando a conversa que eu quase não notei. Meu
coração estava na prorrogação, minha respiração vindo rápido. Eu trabalhei duro
para acalmar, tranquilizando-me que a conversa tinha terminado, que Sonya e
Dimitri não estavam indo para me interrogar ou forçosamente drenar meu sangue.
Eu ousei uma espiada no Adrian. Ele já não parecia zangado, mas havia
uma ferocidade lá. Foi quase...de proteção. Uma sensação estranha e quente
rodou no meu peito, e por um breve momento, quando eu olhei para ele, eu
vi...segurança. Esse não foi o primeiro sentimento que eu tinha em torno dele. Eu
atirei-lhe o que eu esperava que era um olhar agradecido. Ele me deu um aceno
de cabeça de volta.
Ele sabe, eu percebi. Ele sabe como me sinto sobre vampiros. Claro, todo
mundo sabia.
Capítulo 7
Passei a maior parte do dia seguinte lutando com a minha recusa em ajudar
a Sonya, ruminando sobre a decisão quando eu fui de aula em aula. Havia uma
parte de mim que se sentia mal por não doar sangue para os experimentos. Após
tudo o que aconteceu, eu sabia que o que eles estavam fazendo era útil. Se
houvesse uma maneira de proteger os Moroi de tornarem-se Strigoi, então
teoricamente, isso poderia ser aplicado para os seres humanos. Isso poderia
revolucionar a forma como os Alquimistas tem operado.
Pessoas assustadoras como Liam sendo realizada no bunker não seria mais
uma ameaça. Ele poderia ser "esterilizado" e liberado, sem medo de ele cair preso
sobre a corrupção dos Strigoi. Eu também sabia que Sonya e os outros estavam
correndo contra as paredes com sua pesquisa. Eles não conseguiram encontrar
qualquer razão para o que tinha feito Lee impermeável para se transformar em
Strigoi.
Ao mesmo tempo, apesar do mérito da causa, eu ainda sentia firme oposição
a desistir do meu próprio sangue. Eu realmente estava com medo que isso iria
sujeitar-me a experiências cada vez mais. E eu não poderia enfrentar isso. Não há
nada especial sobre mim. Eu não tinha sofrido uma grande transformação através
de espírito. Lee e eu não tivemos nada em comum. Eu era igual a qualquer outro
ser humano, qualquer outro Alquimista. Eu só aparentemente tinha sangue de
mau gosto, o que era bom para mim.
"Diga-me sobre o feitiço de encanto", disse Terwiliger uma tarde. Foi poucos
dias depois de Clarence, e eu ainda estava em reflexão sobre os acontecimentos,
mesmo quando aparentemente estava fazendo o trabalho em meu estudo
independente.
Eu olhei para cima a partir do livro na minha frente.
"Qual variante? O carisma ou a uma meta? "
Ela estava sentada à sua mesa e sorriu para mim.
"Para alguém tão contra tudo isso, você certamente aprendeu muito bem. A
da meta."
Isso tinha sido um feitiço recente que eu tive que aprender. Estava fresco em
minha mente, mas tive a certeza de suspirar pesadamente e deixar que ela
soubesse de forma passiva agressiva como inconveniente era para mim.
"Permite que o lançador tenha controle a curto prazo de uma pessoa. O
lançador tem que criar um amuleto físico que ele ou ela use ... " Eu fiz uma careta
enquanto eu considerava uma parte do feitiço."E depois recitar um encantamento
curto sobre a pessoa que está sendo controlada. "
Ms. Terwiliger empurrou os óculos no nariz.
"Por que a hesitação?"
Ela notou a cada deslize. Eu não queria me envolver nisso, mas era minha
professora, e isso era parte do meu trabalho enquanto eu estava presa nesta
sessão miserável.
"Isso não faz sentido.Bem, nada disso faz sentido, é claro. Mas logicamente,
eu acho que você precisa de algo tangível para usar na viti - sujeito. Talvez eles
teriam que usar um amuleto. Ou beber alguma coisa. É difícil para mim acreditar
que o lançador é o único que precisa de aprimoramento.Eu sinto que eles
precisam se conectar com o assunto."
"Você tocou na palavra chave", disse ela. "Melhoria ".
O amuleto aumenta o feitiço do lançador, quando faz o encantamento. Se foi
feito corretamente e o lançador é avançado e forte o suficiente, ele pode empurrar
o poder de comando sobre o sujeito. Talvez não parece palpável, mas a mente é
uma ferramenta poderosa.
"O poder de comando," eu murmurei. Sem pensar nisso, eu fiz o sinal
Alquimista contra o mal. "Isso não parece certo."
"É diferente do tipo de compulsão que seus amigos vampiros fazem?" Eu
congelei.
Ms. Terwiliger há muito já admitiu saber sobre o mundo dos Moroi e Strigoi,
mas foi um tópico que eu evitava falar com ela. A mágica na minha tatuagem
não me impede de discutir o mundo dos vampiros com aqueles que sabiam sobre
isso, mas eu não queria acidentalmente revelar quaisquer detalhes sobre a minha
missão específica com Jil. No entanto, suas palavras foram surpreendentes. Este
feitiço foi muito parecido com compulsão, muito parecido com o que eu tinha visto
Sonya fazer para acalmar Clarence.
Vampiros poderiam simplesmente manejá-la sem ajuda. Este feitiço exige
um componente físico, mas a Sra.Terwiliger tinha me dito que era normal para os
seres humanos. Ela disse que a magia era inato para Moroi, mas que tínhamos
que arranca-lo do mundo.
Para mim isso parecia ser apenas mais uma razão porque os humanos não
tinham nada que se meter em tais assuntos.
"O que eles fazem não é certo também", disse, em um raro reconhecimento
de Moroi com ela. Eu não gostava que as habilidades que eu encontrei e que
eram tão erradas estavam dentro do alcance humano também.
"Ninguém deveria ter esse tipo de poder sobre o outro."
Seus lábios se curvaram.
"Você é muito arrogante sobre algo com o qual você não tem experiência".
"Você nem sempre precisa de experiência. Eu nunca matei ninguém, mas eu
sei que o assassinato é errado. "
"Não descarte estes feitiços. Eles poderiam ser uma defesa útil ", disse ela
com um encolher de ombros. "Talvez isso depende de quem o está usando.
Muito parecido com um revólver ou outra arma. "
Eu fiz uma careta. "Eu realmente não gosto de armas também."
"Então você pode encontrar meios mágicos para ser uma opção melhor." Ela
fez um movimento pequeno e gracioso com as mãos, e uma panela de barro
sobre a mesa explodiu de repente. Fragmentos afiados do caldeirão caíram ao
chão. Eu pulei da minha mesa e me afastei poucos metros.
Isso foi algo que ela tinha sido capaz de fazer o tempo todo? Parecia
sem esforço. Que tipo de danos que ela poderia fazer se ela realmente tentasse?
Ela sorriu. "Vê? Muito eficiente."
Eficiente
e
simples,
tão
fácil
como
um
vampiro
empunhando
magia elementar com um pensamento. Depois todos os feitiços meticulosos que
eu vi nesses livros, fiquei chocada ao ver tal magia "fácil". Levei o que a
Sra.Terwiliger tinha estado defendendo a um novo e perigoso nível.
Meu corpo todo ficou tenso enquanto esperava por algum outro ato horrível,
mas a julgar pelo olhar sereno em seu rosto, esse era o único show do poder
que ela tinha em mente por enquanto. Sentindo-me um pouco tola com a minha
reação, eu sentei. Eu respirei fundo e escolhi as minhas palavras cuidadosamente,
mantendo a minha raiva e medo, empurrados para dentro. Não teria uma explosão
na frente de um professor.
"Senhora, por que você continua fazendo isso?"
Ms. Terwiliger inclinou a cabeça, como um pássaro.
"Fazer o que, querida?"
"Isso." Indicava o livro na minha frente.
"Por que você continua me fazendo trabalhar nisto contra a minha vontade?
Eu odeio isso, e você sabe disso. Eu não quero ter nada a ver com
isso! Por que você quer que eu aprenda tudo? O que você ganha com isso? Existe
algum clube de bruxa onde você começa a taxa de corretagem se você levar
algum novo recruta? "
Aquele sorriso peculiar dela voltou.
"Nós preferimos o termo clá ao invés de clube bruxo. Apesar de que tem um
belo anel. Mas, para responder à sua pergunta, eu não entendo nada
fora dele, pelo menos, não da maneira que você está pensando. Meu clã pode
sempre usar os membros fortes, e você tem o potencial de grandeza. É maior do
que isso,no entanto. Seu argumento é que é errado para os seres humanos ter
esse tipo de poder, certo? "
"Certo", eu disse entre dentes. Eu tinha feito esse argumento milhões de
vezes.
"Bem, isso é absolutamente verdadeiro para alguns seres humanos. Você se
preocupa que abusem desse poder? Você está certa. Acontece o tempo todo, é
por isso que precisamos de gente boa e com moral, pessoas que podem contrariar
aqueles que usam a magia por razões egoístas e nefastas ".
O sinal tocou, me libertando. Levantei-me e juntei minhas coisas .
"Desculpe, Sra. Terwiliger. Estou lisonjeada que você acha que eu sou uma
pessoa tão íntegra, mas eu já estou em uma batalha épica do bem contra o mal.
Eu não preciso de outra."
Deixei nossa sessão me sentindo incomodada e irritada e esperançosa de
que os dois últimos meses do semestre passassem rapidamente. Se esta missão
Alquimista
continuasse
no
ano
seguinte,
então,
escrita
criativa
ou
alguma outra matéria seria uma escolha muito viável para a minha agenda. Era
uma pena também, porque eu realmente gostava da Sra.Terwiliger quando eu a
conheci. Ela era brilhante e sabia que sua área (história, não magia) havia me
incentivado. Se ela tivesse mostrado o mesmo entusiamo por me ensinar história
como ela fez com a mágica, não teria terminado nessa confusão.
Meus jantares eram normalmente gastos com Julia e Kristin ou "a família."
Esta noite foi uma noite de família. Encontrei Eddie e Angeline já em uma mesa
quando entrei na Cafetaria Oriente, e, como de costume, ele parecia grato por
minha presença.
"Bem, por que não?"
Angeline estava dizendo quando me sentei com a minha bandeja. Era noite
de comida chinesa, e ela segurava pauzinhos, o que parecia uma má idéia. Eu
tentei
ensinar-lhe como usá-los uma vez, sem sorte. Ela se irritou e apunhalou tão forte
o rolinho primavera que os pauzinhos tinham se quebrado.
"Eu só ... Bem, não é a minha coisa," Eddie disse, claramente tateando em
busca de uma resposta para a pergunta dela. "Eu não estou indo. Com ninguém."
"Jil vau estar lá com Micah", destacou Angeline maliciosamente."Você não
tem que ir para ficar de olho nelajá que não é na escola?"
A resposta de Eddie era um olhar triste.
"Do que você está falando?" Eu finalmente perguntei.
"A Dança do Haloween", disse Angeline.
Isso era novidade para mim.
"Há uma dança de Haloween?"
Eddie arrastou-se de sua miséria para me dar um olhar surpreso.
"Como você não sabe?Há sinais em toda parte."
Remexi nos legumes em meu prato.
"Eles não devem estar em qualquer lugar que eu fui."
Eddie fez um gesto com o garfo para algo atrás de mim. Voltando, eu olhei
de volta para a linha de alimentos eu tinha acabado de entrar. Ali, pendurado
acima dele na parede, tinha uma enorme faixa que dizia DANÇA DAS BRUXAS. A
faixa listava a data e a hora e foi decorado com abóboras mal desenhadas.
"Huh," eu disse.
"Como você pode decorar livros inteiros, mas perder algo como isso",
perguntou Angeline.
"Porque o cérebro de Sydney só registra informações ”úteis ","
Eddie disse com um sorriso. Eu não nego.
"Você não acha que Eddie deveria ir?" perguntou Angeline. "Ele precisa
tomar cuidado com Jil. E se ele for, podemos, bem, irmos juntos."
Eddie me lançou um olhar desesperado, e eu tentei encontrar uma forma de
sair desta.
"Bem, sim, claro... especialmente se é fora do local."O banner mencionou
algum local que eu nunca tinha ouvido falar. Nós não tínhamos visto nenhum sinal
dos Moroi que estavam atrás de Jil, mas um lugar desconhecido apresentou novos
perigos. Inspiração me atingiu.
"Mas essa é a coisa. Ele estará de plantão. Ele gastará o tempo todo
verificando o lugar, olhando para as pessoas misteriosas. Seria um desperdício
para ele, uh, ir com você. Você provavelmente não iria se divertir muito. Melhor ir
com outra pessoa. "
"Mas eu deveria estar protegendo Jil também", argumentou. "Não é por isso
que estou aqui? Eu preciso aprender o que fazer. "
"Bem, sim", disse ele, obviamente preso por sua lógica.
“Você tem que ir comigo, para cuidar dela."
Angeline iluminou.
“Verdade? Então podemos ir juntos?”
O olhar de dor de Eddie voltou "Não. Vamos juntos.Não em conjunto."
Angeline não parecia ter ficado perturbada."Eu nunca fui a um baile", ela
admitiu.
"Bem, eu quero dizer, em casa, nós os temos todo o tempo. Mas eu não
acho que eles são como os daqui."Eu concordei com isso.
Eu tinha visto os tipos de eventos sociais que os Guardiões tinham. Eles
envolviam música estridente e dança em volta de fogueiras, junto com algum tipo
de álcool caseiro tóxico que, provavelmente, nem Adrian tocaria.Os Guardiões
também não achavam que um evento social era um sucesso, se pelo menos uma
luta não saisse. Eu deveria me sentir aliviada pelas trangressões de Angeline
terem ficado apenas em códigos de vestimenta e respostas mal-educadas para os
professores.
"Provavelmente não", eu disse neutra. "Eu não sei. Eu nunca fui a um baile
também. "
"Você está indo para este, não é?" Perguntou Eddie. "Com Brody?"
"Brayden. E eu não sei. Nós nem sequer tivemos nosso segundo encontro.
Eu não quero que as coisas se movam muito rápido ".
"Certo," disse Eddie. "Porque não há maior sinal de compromisso do que
uma festa de Haloween".Eu estava prestes a levá-lo de volta, sugerindo talvez que
ele e Angeline deveriam ir juntos depois de tudo quando Jil e Micah se juntaram a
nós.
Ambos estavam rindo e tiveram dificuldade em explicar o que era tão
engraçado."
Janna Hal terminou um terno de homens no clube de cistura desta noite",
disse Jil entre risos.
Mais uma vez, eu senti uma onda de alegria ao vê-la tão feliz. "Miss Yamani
disse que é aúnica roupa de um cara que ela viu lá em cinco anos. Claro, Janna
precisava de um modelo, e só há um cara lá... "
Micah tentou um olhar atormentado, mas estava rapidamente sorrindo
novamente.
"Sim, sim. Eu fiz a coisa viril. E a roupa era horrível."
"Ah", disse Jil. "Não foi tão terrível. Tudo bem, era sim. Janna não tentou
fazer por nenhuma orientação de tamanho, então as calças eram enormes. Como,
tendas. E uma vez que ela não fez nenhum botão, ele teve que segurá-la com um
cinto. "
"Que eu mal conseguia segurar quando me fizeram fazer um desfile.” disse
Micah, balançando a cabeça.
Jil deu-lhe uma cotovelada brincalhona.
"Todo mundo provavelmente teria amado se não tivesse que ter segurado."
"Lembre-me de nunca mais me inscrever para um clube de garotas
novamente", disse Micah. "No próximo semestre, vou levar algo como comrpa ou
karatê."
"Você não vai fazer isso de novo? Nem mesmo pormim? "Jil fez um olhar
que foi surpreendentemente sedutor. Isso, eu percebi, foi mais eficaz do que
qualquer feitiço de charme ou compulsão.
Micah gemeu.
"Eu estou impotente."
Eu não me considero particularmente sentimental e ainda desaprovo seu
tímido romance, mas mesmo eu sorri para suas travessuras. Pelo menos, eu fiz
até que avistei o rosto de Eddie. Ele não estava traindo-se muito, para ser justa.
Talvez Dimitri havia fornecido algumas dicas sobre o poker face de um guardião.
Mas Eddie não era Dimitriainda, e eu podia ver os mais tênues sinais de dor e
saudade.
Por que ele faz isso para si mesmo? Ele se recusou a dizer a Jil como ele se
sentia. Ele tomou a atitude nobre de que ele era seu protetor e nada mais. Uma
parte de mim poderia entender isso. O que eu não conseguia entender era por que
continuava torturando-se por endossar a sair com seu companheiro de quarto, de
todas as pessoas. Mesmo com o contra tempo Micah e Mason, Eddie estava
obrigando-se a vigiar constantemente a garota que ele queria, com outra pessoa.
Eu não tinha experiência relacionáveis, mas tinha que ser angustiante.Chamei a
atenção de Eddie e ele me deu um pequeno aceno de cabeça. Deixe pra lá, ele
parecia estar dizendo. Não se preocupe comigo. Eu vou ficar bem.
Angeline logo começou com mais conversa sobre a festa, interrogando Jil e
Micah sobre se eles estariam indo. Ela também trouxe seus planos de ir "com"
Eddie, para tirá-lo de seu humor melancólico, e, embora eu soubesse que ele se
incomodava, eu me perguntei se isso era melhor do que continuar sendo
atormentado por Jill e sua relação com Micah.
É claro, a conversa chegou a um impasse, como um problema para Eddie
quando Micah franziu o cenho e apontou o que o resto de nós tinha perdido.
"Por que vocês vão para a festa juntos? Vocês não são primos?"
Eddie, Jil, e eu congelamos. Eu não podia acreditar que isso já tinha
deslizado por mim duas vezes. Eu deveria ter mencionado isso, logo que Angeline
trouxe o tema da festa. Aos olhos da escola, nós éramos parentes.
"Então", disse Angeline, perdendo o ponto.
Eddie limpou a garganta.
"Hum, primos de terceiro grau. Mas ainda assim. Nós não estamos
realmente indo juntos. É mais uma piada."
Isso efetivamente acabou com o tema, e ele não poderia impedir de sorrir
triunfante.
Brayden me pegou imediatamente após a escola no dia seguinte, para que
pudéssemos fazer o passeio ao moinho de vento a tempo.
Ms.Terwiliger
tinha
até
me
deixar
sair
alguns
minutos
mais
cedo, depois de prometer que eu levaria para ela um cappuccino em nosso
caminho de volta para Amberwood. Eu estava animada para ver Brayden e sair
para o tour, mas quando eu entrei em seu carro, senti uma breve
pontada de dúvida. Será que tinha algum problema eu estar fazendo uma
atividade divertida e pessoal? Especialmente agora que a história tinha deslizado
um par de vezes. Talvez eu estivesse gastando muito tempo comigo e não o
suficiente sobre a missão.
Brayden tinha muito para me contar sobre a competição que ele participou
no fim de semana. Analisamos alguns dos temas mais difíceis que ele encontrou e
ria das mais fáceis que tinha deixado perplexo a equipe adversária. Eu temia
namoro a anos, mas estava agradavelmente surpresa em como era fácil falar com
ele. Era muito parecido com o passeio de Shakespeare: uma fonte inesgotável de
temas que ambos sabiam muito. Foi o resto da experiência que me deixou
inquietoa sobre a “nomeação” das coisas. Os livros de namoro que eu tinha lido
desde a nossa última excursão principalmente aconselhavam sobre quando ter
sexo, que era completamente inútil já que nós não havíamos nem pego um na
mão do outro ainda.
Os moinhos de vento gigantes foram bastante impressionantes. Eles não têm
a beleza elegante de carros que eu amava, mas eu senti a mesma admiração na
engenharia que representavam.Alguns dos moinhos tinham mais de trinta metros
de altura, com lâminas de metade do tamanho de um campo de futebol.
Momentos como esses me fazem admirar a engenharia humana.
Quem precisava de magia, quando poderíamos criar esses tipos de
maravilhas?
Nosso guia era uma menina alegre em seus vinte e poucos anos que
claramente amava seu trabalho e toda a energia eólica representada. Ela sabia
todo tipo de curiosidade sobre isso, mas não o suficiente para satisfazer Brayden.
"Como você aborda a ineficiência energética proveniente das turbinas que
precisam de velocidades do vento que entram em uma faixa tão estreita?"
Em seguida:
"Qual é a sua resposta a estudos que mostram que simplesmente melhorar
os filtros na conversão de combustíveis fósseis resultaria em menos emissões de
dióxido de carbono do que este tipo de produção de energia? "
E mais adiante:
"Pode a energia eólica realmente ser tratada como uma opção viável
quando, depois de considerar o custo de construção e manutenção os
consumidores outro acabam pagando mais do que pagariam para formas mais
tradicionais de eletricidade?"
Eu
não
podia
ter
certeza,
mas
eu
acho
que
o
nosso
guia
encerrou a turnê mais cedo. Ela incentivou alguns dos outros turistas para voltar a
qualquer momento, mas não disse nada enquanto Brayden e eu passavamos por
ela.
"Essa mulher infelizmente estava desinformada", ele me disse, uma vez que
estávamos de volta na estrada.
"Ela sabia muito sobre os moinhos e suas instalações," eu apontei. "Eu estou
supondo que as últimas controvérsias apenas não sãomuito discutidas nesses
tours.Ou," Eu fiz uma pausa, sorrindo, "como lidar com, hum, turistas fortes."
"Eu era forte", ele perguntou, parecendo legitimamente surpreso. Ele tinha
ficado tão preso em suas idéias, que ele nem sequer percebeu isso. Foi cativante.
Eu tentei não rir.
"Você é forte, isso é tudo. Eu não acho que eles foram preparados para
alguém como você. "
"Eles deveriam ser. Em seu momento, a energia eólica prometia, mas agora,
existem todos tipos de despesas e problemas de eficiência que precisam ser
abordadas. É inútil de outra forma."
Eu sentei lá por vários momentos, tentando decidir a melhor forma que eu
deveria responder. Nenhum dos conselhos que eu tinha começado a partir dos
livros ou meus amigos realmente me prepararam em como lidar com as
discussões sobre fontes alternativas de energia. Um dos livros - que eu tinha
decidido não terminar - tinha uma visão decididamente masculina – dizendeo que
as mulheres devem sempre fazer os homens se sentirem importantes em
encontros. Eu suspeitava que o conselho de Kristin e Julia agora teria sido rir e
jogar o meu cabelo e não deixar que a discussão continuasse. Mas eu
simplesmente não podia fazer isso.
"Você está errado", disse eu.
Brayden, que era um grande defensor de dirigir seguramente tirou os olhos
da estrada por alguns segundos e olhou para mim.
"O que você disse?"
Além de aprender que ele tinha um vasto estoque de conhecimento aleatório,
como eu, também havia percebido algo mais central na personalidade do Brayden.
Ele não gostava de estar errado. Isso não foi surpresa. Eu também não, e nós
tivemos muito em comum por essa parte. E, do jeito que ele discutiu na escola sua
competição no debate, eu também deduzia que as pessoas nunca lhe dissessem
que ele estava errado, mesmo se por acaso ele estava.
Talvez não fosse tarde demais para fazer a coisa do arremesso de cabelo.
Em vez disso, eu só disse.
"Você está errado. Talvez o vento não é tão eficiente quanto poderia ser,
mas o fato de que ainda está em desenvolvimento é uma grande melhoria sobre
as fontes de energia obsoletas e arcaicas que nossa sociedade tem sido
dependente. Esperar que seja tão eficiente em termos de custo como algo que
tem estado por aí a muito tempo, é ingênuo. "
"Mas"
"Não podemos negar que o custo vale a pena os benefícios. A mudança
climática está se tornando um problema, e as emissões de vento de dióxido de
carbono pode ter um impacto significativo. Além disso, e mais importante, a
energia eólica é renovável. Não importa se outras fontes são baratas se eles vão
acabar com nós"
"Mas"
"Nós precisamos ser progressivos e olhar para o que vai nos salvar depois.
Focar estritamente no que é rentável agora, ignorando as consequências, é como
ser míope eo que nos conduzirá à decaída da raça humana. Aqueles que pensam
o contrário estão apenas perpetuando o problema, a menos que possam chegar a
outras soluções. A maioria não. Eles só reclamam. É por isso que você está
errado."
Fiz uma pausa para recuperar o fôlego e depois me atrevi a olhar para
Brayden. Ele estava observando a estrada, mas seus olhos eram incrivelmente
grandes. Eu não acho que ele poderia ter estado mais chocado se eu tivesse o
esbofeteado. Imediatamente, eu me repreendi pelo que eu tinha dito. Sydney, por
que você apenas não bateu seus cílios?
"Brayden?" Eu perguntei timidamente quando quase um minuto se passou
sem resposta. Esse silêncio atordoado me surpreendeu.
De repente, sem aviso, ele parou bruscamente o carro para fora da estrada e
para o acostamento. Poeira e cascalho levantou em torno de nós. Naquele
momento, eu estava absolutamente certa de que ele iria exigir que eu saísse do
carro e voltasse para Palm Springs. E nós estávamos a milhas da cidade. Em vez
disso, ele agarrou minhas mãos e inclinou-se para mim.
"Você", ele disse sem fôlego. "É incrível. Absolutamente, positivamente,
requintadamente incrível." E então ele me beijou.
Eu estava tão surpresa, eu não conseguia nem me mexer. Meu coração
disparou, mas foi mais de ansiedade do que qualquer outra coisa. Eu estava
fazendo a coisa certa? Tentei relaxar no beijo, deixando meus lábios se
separarem ligeiramente, mas meu corpo ficou rígido. Brayden não se afastou em
repulsa, de modo que era um bom sinal. Eu nunca tinha beijado ninguém antes e
havia me preocupado muito sobre como seria. A mecânica não pareceu ser tão
difícil. Quando ele foi finalmente para longe, ele estava sorrindo. Um bom sinal, eu
imaginei. Eu sorri de volta provisoriamente porque eu sabia que era esperado.
Sinceramente, uma parte secreta de mim estava um pouco decepcionada. Era
isso? Isso é o que foi o grande negócio? Não tinha sido terrível, mas não tinha me
enviado subindo às alturas também. Ele foi exatamente o que parecia, lábios nos
lábios.
Com um grande suspiro de felicidade, ele se virou e começou a dirigir
novamente. Eu só podia vê-lo com admiração e confusão, incapaz de formar
qualquer resposta. O que tinha acontecido? Esse foi o meu primeiro beijo?
"Spencer, certo?" Brayden perguntou quando saímos para o centro logo
depois. Eu estava ainda tão perplexa com o beijo que me levou um momento para
lembrar que eu tinha prometido a Sra. Terwiliger um cappuccino.
"Certo."
Pouco antes de virar a esquina em direção a rua onde ficava a Spencer,
Brayden de repente fez uma parada inesperada em uma floricultura.
"Volto já", disse ele.
Eu balancei a cabeça sem dizer nada, e cinco minutos depois, ele voltou e
me deu um grande buquê de delicadas rosas pálidas.
"Obrigada?", eu disse, parecendo mais uma pergunta. Agora, além do beijo e
declaração de "incrível", eu de alguma forma havia ganhado flores também.
"Elas não são adequadas", admitiu. "No simbolismo floral tradicional, laranja
ou vermelho teria sido mais apropriado. Mas tinham estas e umas de lavanda, e
você simplesmente não parece ser uma pessoa de roxo."
"Obrigada”, disse eu, com mais firmeza neste momento. Eu respirava o doce
odor das rosas a caminho de Spencer, e percebi que ninguém nunca tinha me
dado flores antes.
Chegamos ao café logo depois. Eu saí do carro, e em um flash, Brayden
estava ao meu lado para que ele pudesse fechar a porta para mim. Nós fomos
para dentro, e eu estava quase aliviada ao ver Trey trabalhando. Sua provocação
seria um bom retorno à normalidade, já que a minha vida tinha acabado de ser
desviada para a Terra da loucura.
Trey nem percebeu-nos em primeiro lugar. Ele estava falando atentamente
para alguém do outro lado do balcão, um rapaz um pouco mais velho do que nós.
Pele bronzeada, cabelo preto, e semelhantes características faciais me deu a dica
muito rapidamente que ele e Trey eram relacionados.
Brayden e eu esperamos discretamente atrás do cara, e Trey finalmente
olhou para cima, com uma expressão surpreendentemente sombria em seu rosto
que estava fora de lugar. Ele olhou surpreso quando ele nos viu, mas depois
pareceu relaxar um pouco.
"Melbourne, Cartwright. Vieram em busca de um pouco de cafeína depois do
moinho? "
"Você sabe que eu nunca bebo cafeína após as quatro", disse Brayden.
"Mas Sydney precisa de algo para sua professora."
"Ah", disse Trey. "O de sempre para você e Sra. T?"
"Sim, mas quero o meu gelado dessa vez."
Trey me deu um olhar astuto. "É preciso esfriar um pouco, né?"
Eu revirei os meus olhos.
O cara a nossa frente estava quieto, e Trey acenou em direção a ele
enquanto agarrava dois copos. "Este é o meu primo Chris. Chris, estes são
Sydney e Brayden. "
Este deveria ser o primo “perfeito” de Trey. Num relance, vi pouco que o
marcou como melhor do que Trey, exceto, talvez, a sua altura. Chris era bastante
alto. Não tão alto quanro Dimitri, mas ainda assim alto. Ambos tinham boa
aparência e um corpo atlético semelhante. Chris ainda tinha alguns dos mesmos
hematomas e arranhões que Trey muitas vezes ostentava, fazendo-me pensar se
havia uma ligação familiar ao esporte, também. Independentemente disso, Chris
não parecia com alguém que Trey deveria se deixar intimidar, mas eu estava
afetada pela nossa amizade.
"De onde você é?", eu perguntei.
"São Francisco", disse Chris.
"Há quanto tempo você está na cidade?", Perguntou Brayden.
Chris deu a Brayden um olhar desconfiado.
"Por que você quer saber?"
Brayden pareceu surpreso, e eu não o culpo. Antes que qualquer um de nós
poderia imaginar o próximo passo na conversa, Trey foi mais rápido.
"Relaxe, C. Eles estão apenas sendo gentil. Não é como se eles
trabalhassem para uma agência de espionagem."
Desculpe", disse Chris, não realmente parecendo que sentia muito. Essa era
a diferença entre os primos, eu percebi. Trey teria reconhecido seu erro. Ele na
verdade nunca teria cometido esse erro. Havia definitivamente níveis diferentes de
simpatia nesta família."Algumas semanas".
Nem Brayden nem eu ousamos dizer nada depois disso, e graças a Deus,
Chris escolheu essa oportunidade para sair, com a promessa de ligar para Trey
mais tarde. Quando ele se foi, Trey sacudiu a cabeça como se pedisse desculpe e
colocou os cafés no balcão. Peguei minha carteira, mas Brayden fez um gesto
para que deixasse que ele pagava.
"A agenda da próxima semana já está pronta."
"É mesmo?" Brayden olhou para mim. "Se importa se eu entrar no quarto de
volta por um segundo? Figurativamente, é claro. "
"Vá em frente", disse eu.
Assim que ele se foi, eu me virei para Trey.
"Eu preciso de sua ajuda".
As sobrancelhas de Trey se levantaram.
"As palavras que eu nunca pensei que eu iria ouvir de você."
Éramos dois, mas eu estava perdida e Trey era minha única fonte de ajuda
agora.
"Brayden me deu flores", declarei. Eu não ia falar do beijo.
"E?"
"E, por que ele fez isso?"
"Porque ele gosta de você, Melbourne. Isso é o que fazemos. Nós pagamos
o jantar e compramos presentes, e nós esperamos que vocês retornem...um,
gostem de nós. "
"Mas eu discuticom ele," Eu assobiei, olhando ansiosamente para a porta por
onde Brayden passou. "Como, pouco antes de ele me dar as flores, eu lhe dei
esta palestra grande sobre como ele estava errado sobre fontes alternativas de
energia. "
"Espere, espere", disse Trey. "Você disse ... você disse a Brayden Cartwright
que ele estava errado?"
Eu balancei a cabeça. "Então por que ele reagiu daquele jeito?"
Trey riu, uma risada tão grande que eu achei que ele ia atrair Brayden de
volta.
"As pessoas não dizem que ele está errado."
"Sim, eu percebi."
"E as meninas especialmente não dizem que ele está errado. Você é
provavelmente a única menina que já tenha feito isso. Você é provavelmente a
única menina inteligente o suficiente para fazê-lo. "
Eu estava ficando impaciente.
"Eu entendo isso. Então, por que as flores? Por que os elogios? "
Trey balançou a cabeça e parecia que ele estava prestes a começar a rir de
novo.
"Melbourne, se você não sabe, então eu não vou falar pra você".
Eu estava muito preocupada com Brayden voltar e comentar sobre o inútil
conselho de Trey. Em vez disso, eu disse:
"Esse Chris é o primo perfeito do qual você estava falando?”
O sorriso de Trey desapareceu.
"Esse é o único. Qualquer coisa que eu possa fazer, ele pode fazer melhor."
Eu imediatamente me arrependi de perguntar. Trey, assim como Adrian, era
uma dessas pessoas que eu não gostava de ver perturbada.
"Bem. Ele não parecia tão perfeito para mim. Provavelmente eu sou
imparcial por estar próxima de você o tempo todo. Você define o padrão para a
perfeição."
Isso trouxe o sorriso de Trey de volta.
"Desculpe por sua atitude. Ele sempre foi assim. Não é o ramo mais
charmoso da árvore da família Juarez. Esse sou eu, é claro. "
"É claro", eu concordei.
Ele estava sorrindo quando Brayden voltou, mas quando eu lancei um olhar
para trás quando estava saindo do café, a expressão de Trey tinha escurecido
novamente. Seus pensamentos estavam voltados para dentro, e eu desejei que eu
soubesse como ajudar.
No caminho de volta para Amberwood, Brayden disse timidamente: "Bem.
Agora eu sei que a agenda para as próximas duas semanas. "
"Isso é ... bom," eu disse. Ele hesitou.
"Então ... eu sei quando eu posso sair de novo. Se, isto é, quero dizer. Se
você quiser sair outra vez. "Isso teria me surpreendido, se eu já não estivesse
perplexa por tudo o que tinha acontecido hoje. Brayden queria sair comigo de
novo? Por quê? Meninas, especialmente, não dizem a ele que ele está errado.
Você é provavelmente a única menina que já tenha feito isso. Você é
provavelmente a única menina inteligente o suficiente para fazê-lo. Mais
importante, eu queria sair com ele de novo? Olhei para ele e depois para as rosas.
Eu pensei em seus olhos quando ele olhou para mim com o carro parado. Percebi,
então, as chances de eu nunca encontrar um cara que pensava que Shakespeare
e o moinho de vento eram divertidos.
"Tudo bem", eu disse.
Estreitou os olhos, pensativo. "Não há algum tipo de festa na sua escola?
Você quer? As pessoas vão nisso, né?"
"É isso que eu continuo ouvindo. Como você sabe sobre isso? "
"O cartaz", disse ele. Então, como se fosse o momento certo ele chegou a
calçada em frente ao meu dormitório. Pendurado sobre a porta principal tinha um
cartaz decorado com teias de aranha e morcegos.
RECEBA SEU SUSTO NA FESTA DE HALLOWEEN.
"Oh," eu disse. "Esse cartaz." Eddie estava certo. Eu realmente tinha um
armazenamento de dados seletivo. "Eu acho que nós podemos ir. Se você quiser."
"Claro. Quer dizer, se você quiser." Silêncio. Nós rimos.
"Bem, então", eu disse. "Eu acho que nós estamos indo."
Brayden se inclinou para mim, e eu entrei em pânico, até que eu vi que ele
estava tentando obter um melhor olhar do cartaz.. "Uma semana e meia de
distância."
"Tempo suficiente para adquirir as roupas, eu suponho."
"Eu suponho. Embora ... "
E foi aí que a próxima coisa louca aconteceu. Ele segurou minha mão.
Eu admito, eu não estava esperando muito, especialmente depois da minha
reação para o beijo na estrada. Ainda, como ele colocou a mão sobre a minha,
fiquei surpresa ao sentir que era novamente como ... Bem, como tocar a mão de
alguém. Eu, pelo menos, pensei que poderia haver pele arrepiada ou um pequeno
vibrar do coração. Minha maior reação emocional foipreocupação sobre o que
fazer com a minha mão.Enganchar meus dedos? Apertar a sua mão?
"Eu gostaria de sair mais cedo", disse ele. A hesitação voltou. "Se você
quiser".
Eu olhei para as mãos e tentei descobrir como me sentia.
Ele tinha mãos bonitas. Suave, quente. Eu poderia me acostumar a segurar
as suas mãos. E, claro, ele cheirava como o café. Isso era o suficiente para
construir o amor? Mais uma vez, essa incerteza me incomodava. Que direito tinha
eu para isto? Eu não estava em Palm Springs para meu próprio divertimento. Não
havia nenhum “eu”na Alquimia. Bem, foneticamente havia, mas esse não era o
ponto.. Eu sabia que meus superiores não aprovariam nada disso.E, no entanto,
quando é que eu teria essa chance novamente? Quando que eu iria receber
flores? Quando é que alguém iria olhar para mim com esse tipo de fervor? Eu
decidi ir em frente.
"Claro", eu disse. "Vamos sair de novo."
Capítulo 8
Sair novamente não aconteceu até o fim de semana. Brayden e eu tínhamos
atitudes suficientemente parecidas sobre sair nas noites durante a semana e fazer
a lição de casa, mas nenhum de nós gostava de fazê-lo, se pudesse evitar.
Além disso, minhas noites normalmente tinham algum outro conflito com o grupo,
seja indo para a alimentação ou para os experimentos.
Eddie tinha dado o seu sangue esta semana, e eu tinha feito um ponto
de não estar por perto quando isso aconteceu, para que Sonya não tocasse no
assunto novamente.
Brayden queria sair sábado, mas esse era o dia em que eu tinha prometido
dirigir para Adrian até San Diego. Me comprometi com Brayden para o café da
manhã, ele me pegou antes de eu sair para a estrada, e fomos a um restaurante
ao lado de um dos muitos campos de golfe de Palm Springs. Embora eu tivesse
me oferecido muito para ajuda com a conta, Brayden continuou pagando tudo e
fazendo toda a condução. Quando ele me deixou em frente ao meu dormitório eu
vi uma surpreendente e não inteiramente bem-vinda visita me esperando: Adrian
sentado em um banco do lado de fora, olhando entediado.
"Oh Jesus," eu disse.
"O que", perguntou Brayden.
"Esse é o meu irmão." Eu sabia que não havia como evitar isso. O inevitável
aconteceu. Adrian provavelmente pularia no para choques do carro de Brayden,
até que ele fosse apresentado. "Vamos lá, você pode conhecê-lo."
Brayden deixou o carro em marcha lenta e saiu, lançando um olhar ansioso
para o cartaz de NÃO ESTACIONE.
Adrian saltou de sua cadeira, um olhar de satisfação suprema em seu rosto.
"Não era eu que deveria buscá-lo?", eu perguntei.
"Sonya tinha algumas coisas para fazer e se ofereceu para me deixar aqui
enquanto ela estava fora", explicou. "Pensei que iria poupar alguns problemas."
Adrian sabia o que eu estava fazendo esta manhã, então eu não tinha
certeza de que seus motivos tinham sido totalmente altruístas.
"Este é Brayden:" Eu disse a ele. "Brayden, Adrian."
Adrian apertou sua mão.
"Eu ouvi muito sobre você." Eu não tinha dúvidas, mas me perguntei de
quem ele tinha ouvido exatamente.
Brayden deu um sorriso amigável. "Na verdade eu nunca ouvi falar de você.
Eu nem sabia que Sydney tinha outro irmão. "
"Você nunca falou de mim?" Adrian me lançou um olhar de mágoa fingida.
"A ocasião nunca veio", disse eu.
"Você ainda está na escola preparatória, certo?", Perguntou Adrian. Ele
acenou com a cabeça em direção ao Mustang. "Você precisa ter um trabalho para
fazer os pagamentos do carro. A menos que você é um daqueles preguiçosos que
obtém dinheiro com os pais."
Brayden parecia indignado. "Claro que não. Eu trabalho quase todos os dias
em uma loja de café. "
"Um café", repetiu Adrian, conseguindo transmitir um milhão de tons de
desaprovação. "Eu vejo." Ele olhou para mim. "Eu suponho que poderia ser pior."
"Adrian."
"Bem, não é como como se eu fosse trabalhar lá para sempre", protestou
Brayden. "Eu já fui aceito na USC, Stanford, e Dartmouth."
Adrian assentiu pensativamente.
"Eu acho que é respeitável. Embora, eu sempre pensei em Dartmouth como
a faculdade que as pessoas vão quando não podem entrar em Yale ou Harv"
"Nós realmente precisamos ir," eu interrompi, agarrando o braço de Adrian.
Tentei puxá-lo em direção ao estacionamento dos estudantes e não consegui.
"Nós não queremos pegar trânsito."
Brayden olhou para o telefone celular.
"Os padrões de tráfego devem ser relativamente leve indo para o oeste a
esta hora do dia, mas sendo um fim de semana, você nunca sabe como
turistas podem alterar as coisas, especialmente com as várias atrações em San
Diego. Se você olhar para os modelos de tráfego da aplicação da Teoria do Caos "
"Exatamente," eu disse. "É melhor prevenir do que remediar. Te mandarei
uma mensagem de texto quando eu voltar, ok? Bom, o resto desta semana."
Pela
primeira
vez,
eu
não
tive
que
me
preocupar
sobre
dar um aperto de mão, ou beijar ou algo assim. Eu estava muito fixada em arrastar
Adrian antes que ele pudesse abrir a boca e dizer algo inflamatório. Brayden,
alguém apaixonado por temas acadêmicos e eu que ainda assim discordei dele,
tendia a ser bem-educado. Ele não tinha exatamente sido perturbado
agora, mas que foi certamente o mais agitado que eu já o vi até agora. Adrian
conseguia alterar até mesmo as pessoas mais descontraídas.
"De verdade?" Eu perguntei, uma vez que estávamos em segurança dentro
do Latte. "Você não poderia ter dito 'bom conhecer você", e deixá-lo ir?"
Adrian
empurrou
para
trás
o
banco
do
passageiro,
deixando na posição mais confortável possível enquanto seguia colocando o cinto
de segurança.
"Só estou cuidando de você, irmãzinha. Não quero que você termine com
algum aproveitador. Acredite em mim, eu sou um especialista nesse tipo de coisa."
"Bem, eu aprecio o seu conhecimento interno, mas eu posso fazer isso
sozinha, obrigada mesmo assim.”
"Vamos lá, um barista? Por que não um estagiário de negócios?"
"Eu gosto que ele seja um barista. Ele sempre cheira como café."
Adrian abaixou a janela, deixando a brisa arrepiar o cabelo.
"Estou surpreso por você deixá-lo dirigir em torno de você, especialmente
considerando a maneira que você enlouquece se alguém toca nos controles do
seu carro."
"Como a janela?" Eu perguntei incisivamente. "Quando o ar condicionado é
ligado?"
Adrian entendeu o recado e levantou a janela de volta.
"Ele queria dirigir. Então eu deixei. Além disso, eu gosto do carro ".
"É um bom carro", admitiu Adrian. "Apesar de eu nunca te considerar do tipo
que vai atrás de um símbolo de status."
"Eu não. Eu gosto dele porque é um carro interessante, com uma longa
história.”
"Tradução: símbolo de status."
"Adrian." Eu suspirei. "Esta vai ser uma longa viagem."
Na verdade, fizemos um bom tempo. Apesar das especulações de Brayden,
o tráfego se moveu facilmente, o suficiente para que eu sentisse que merecia um
coffee break no caminho. Adrian comprou um mocha "Você pode identificar o odor
deste, Sage?" E manteve seu estilo habitual de conversa alegre durante a maior
parte da viagem. Eu não pude deixar de notar, quando foram cerca de 30 minutos,
ele pareceu mais retraído e pensativo. Sua brincadeira caiu fora, e ele passou
muito tempo olhando pela janela.
Eu só poderia assumir que a realidade de ver o seu pai estava dentro de sua
cabeça. Foi certamente algo que eu poderia relacionar. Eu seria tão ansiosa se eu
estivesse prestes a ver o meu. Eu realmente não acho que Adrian gostaria de
receber uma sessão de psicoterapia compartilhada, embora, então eu tateei por
um tópico mais seguro para tirá-lo de seu mau humor.
"Vocês já aprenderam alguma coisa com o sangue de Eddie e de Dimitri?”
Eu perguntei.
Adrian me olhou com surpresa.
"Não esperava que você traria esse tema."
"Ei, eu sou curiosa sobre a ciência dela. Eu só não queria participar."
Ele aceitou isso. "Não há muito o que dizer tão cedo. Eles enviaram as
amostras a um laboratório - um de seus laboratórios - eu acho, para ver se há
alguma coisa diferente entre os dois. Sonya e eu pegamos um ... oh, eu não sei
como descrever isso. Como, um "zumbido" de espírito no sangue de Belikov. Não
que ele tenha sangue mágico deve surpreender ninguém. A maioria das pessoas
parecem pensar que tudo que ele faz é mágico."
"Oh, por favor", eu disse. "Isso é injusto."
"É? Você já viu a maneira como Castille o adora. Ele quer ser como Belikov
quando crescer. E apesar de Sonya ser usualmente o porta-voz para a nossa
investigação, ela não vai respirar sem verificar com ele de antemão. 'O que você
acha, Dimitri?" 'Esta é uma boa ideia, Dimitri?" Por favor, nos dê a sua benção
para que possamos adorar você, Dimitri."
Eu balancei a cabeça, exasperada. "Mais uma vez, injusto. Eles são
parceiros de pesquisa. É claro que ela vai consultá-lo. "
"Ela consulta a ele mais do que eu."
Provavelmente porque Adrian sempre parecia entediado durante a sua
pesquisa, mas achei que não iria ajudar trazer isso à tona.
"Os dois foram Strigoi. Eles tipo tem uma visão única para isso."
Ele não respondeu por alguns momentos.
"Tudo bem. Darei pontos por isso. Mas você não pode argumentar que havia
alguma competição entre mim e ele, quando ele veio para Rose. Você viu eles
juntos. Eu nunca tive uma chance. Eu não posso comparar."
"Bem, por que você precisa?" Parte de mim também queria perguntar o que
Rose tinha a ver com isso, mas Jil tinha me dito inúmeras vezes que, para Adrian,
tudo voltava a Rose.
"Porque eu queria," disse Adrian.
"Você ainda quer?"
Nenhuma resposta. Rose era um tema perigoso, que eu desejava que não
estivessemos discutindo tão estranhamente.
"Olha", eu disse. "Você e Dimitri são duas pessoas diferentes. Você não
deve se comparar a ele. Você não deve tentar ser como ele. Quer dizer, eu não
vou sentar aqui e cortá-lo em pedaços ou nada. Eu gosto de Dimitri. Ele é
inteligente
e dedicado, loucamente bravo e feroz. Bom em uma luta. E ele é apenas um cara
legal."
Adrian zombou.
"Você deixou de fora sonhador e absolutamente bonito."
"Ei, você é agradável sobre os olhos também," eu provoquei, citando uma
coisa que ele me disse há um tempo atrás.
Ele não sorriu.
"E não subestime a si mesmo. Você é inteligente também, e você pode falar
de e para qualquer coisa. Você não precisa mesmo de um carisma mágico ".
"Até agora eu não estou vendo muita diferença entre mim e um carnaval
vigarista".
"Oh, pare", eu disse. Ele poderia me fazer rir, mesmo com o mais sério dos
tópicos. "Você sabe o que eu quero dizer. E você também é uma das pessoas
mais ferozmente leais que eu conheço, e preocupado, não importa o quanto você
fingi o contrário. Eu vejo o jeito que você olha para Jil. Muitas pessoas não teriam
viajado por todo o país para ajudá-la. E quase ninguém teria feito o que fez para
salvar sua vida."
Mais uma vez, Adrian levou um tempo para responder.
"Mas o que vale realmente a lealdade e preocupação?”
"Para mim? Tudo."
Não houve hesitação na minha resposta. Eu já tinha visto muita traição e
cálculo na minha vida. Meu próprio pai não julgava as pessoas por quem eles
eram, mas pelo que eles poderiam fazer por ele. Adrian se importava
apaixonadamente sobre os outros debaixo de toda sua bravura e irreverência. Eu
tinha visto ele arriscar sua vida para provar isso. Considerando que eu tinha
mandado cortar os olhos de alguém para vingar a minha irmã ... bem. A devoção
era algo que eu definitivamente poderia apreciar.
Adrian não disse mais nada durante o resto da viagem, mas pelo menos eu
não tive a impressão de que ele estava pensando mais. Bom ele parecia
pensativo, mas não parecia que era tão preocupante. O que fez de mim um pouco
constrangida foi que eu muitas vezes o vi me estudando com minha visão
periferia. Eu repassei o que eu disse mais e mais em minha mente, tentando
descobrir se tinha havido qualquer coisa para justificar tal atenção.
O pai de Adrian estava hospedado em um hotel em San Diego alastrando
com uma vibe semelhante ao local onde Brayden e eu tinhamos tomado nosso
café da manhã. Empresários de terno misturavam-se com os que procuravam
lazer em estampas tropicais e sandálias. Eu quase havia usado meus jeans
desgastado para o café da manhã e estava feliz agora para a minha escolha de
uma saia cinza e blusa de manga curta com um deseho azul e cinza. Ele tinha
uma pequena guarnição de babados, e a saia tinha um padrão de espinha de
peixe muito, muito fraco. Normalmente, eu não teria usado como contraste de
texturas juntos, mas eu gostei da ousadia do look. Eu mostrei para Jil antes de
deixar o dormitório para o café da manhã. Ela tinha levado um tempo para
encontrar o mesmo contraste nas texturas, e quando o fez, ela revirou seus olhos.
"Sim, Sydney. Você é uma rebelde real".
Enquanto isso, Adrian estava em um de seus trajes típicos de verão, calça
jeans e uma camisa de botão, embora, claro, a camisa estava para fora da calça,
com as mangas dobradas e alguns botões de cima da camisa desabotoados. Ele
se vestia daquele jeito o tempo todo, e apesar de sua fachada casual, muitas
vezes ele parecia vistoso e elegante. Não é de hoje, no entanto. Estes
foram os mais desgastados jeans que eu já o vi usar até hoje. Os joelhos estavam
à beira de ter buracos. A camisa verde escuro, enquanto a qualidade agradável e
uma combinação perfeita com seus olhos, estava franzida a níveis inexplicáveis.
Mesmo dormir com ela ou jogá-la no chão não a deixaria naquele estado. Eu tinha
certeza de que alguém teria que amassa-la em ums bola e sentar em cima dela
para que ela parecesse dessa forma. Se eu tivesse notado isso em Amberwood
(se eu não testivesse tão distraída em afastá-lo de Brayden), eu teria insistido em
passar a camisa antes de sairmos.
Ele ainda parecia bem, claro. Ele sempre parecia bem, não importa a
condição de sua roupa e cabelo. Era uma das coisas mais irritantes sobre ele.Este
aspecto desalinhado fazia com que ele parecesse um pensativo modelo europeu.
Estudei-o quando pegou o elevador para o saguão do segundo andar, e decidi que
não poderia ser uma coincidência que a roupa mais amarratoda que eu já vi
Adrian usar tinha sido no dia em que ele teria uma conversa de pai e filho. A
pergunta era: por quê? Ele reclamou que seu pai sempre encontrava falhas nele.
Vestindo-se desta forma parecia que Adrian estava apenas fornecendo mais uma
razão.
O elevador se abriu, e eu estava ofegante quando saímos dele. A parede de
trás do lobby foi quase totalmente coberto com janelas que ofereciam uma visão
dramática do Pacífico. Adrian riu da minha reação e tirou o telefone celular.
"Dê uma olhada enquanto eu ligo para o velho."
Ele não teve que me dizer duas vezes. Fui até uma das paredes de vidro,
admirando a vasta expansão de azul-acinzentado. Eu imaginava que em dias
nublados, seria difícil de ver onde acabava o céu e começava o oceano. O clima
estava exuberante hoje, cheios de sol, e um céu azul claro. No lado direito do
lobby, um conjunto de portas abertas para uma varanda estilo Mediterrâneo, onde
clientes foram saborear almoço no sol. Olhando para baixo ao nível do solo,
avistei uma espumante piscina tão azul como o céu, rodeada de palmeiras e
banhistas. Eu não tinha o mesmo desejo de água que um usuário mágico como Jil
possuía, mas eu estava vivendo no deserto por quase dois meses. Isso foi incrível.
Eu estava tão fascinada com a beleza exterior que eu não percebi o retorno
de Adrian. Na verdade, eu nem percebi que ele estava de pé ao meu lado até que
uma mãe chamando sua filha – que também se chamava Sydney me fez olhar para o lado. Lá, vi Adrian a poucos centímetros de mim, me olhando
com diversão. Eu vacilei e recuei um pouco.
"Que tal um aviso da próxima vez?"
Ele sorriu.
"Eu não queria interromper. Você parecia feliz para variar."
"Para variar? Estou feliz em muitas ocasiões."
Eu conhecia Adrian o suficiente para saber quando um comentário sarcástico
estava para vir. No último segundo, ele mudou de ideia, sua expressão se
transformando, sério.
"Esse cara...esse Brendan"
"Brayden."
"Esse cara Brayden faz você feliz?"
Eu olhei para Adrian surpresa. Esses tipos de perguntas eram quase sempre
uma configuração dele, mas seu rosto neutro fazia com que fosse difícil de
adivinhar seus motivos neste momento.
"Eu acho", disse no final. "Sim. Quero dizer, ele não me faz infeliz."
Isso trouxe o sorriso de Adrian de volta.
"Uma resposta vermelho vivo, se alguma vez houve uma. O que você gosta
nele? Além do carro? E de que ele cheira como o café? "
"Eu gosto que ele é inteligente," eu disse. "Eu gosto que eu não tenho que
mudar em torno dele."
Agora Adrian franziu a testa."
“Você faz muito com as pessoas?"
Fiquei surpresa com a amargura em minha risada própria.
“Um monte?" Tente o tempo todo. Provavelmente a coisa mais importante
que aprendi em Amberwood é que as pessoas não gostam de saber o quanto
você sabe. Com Brayden, não há censura para nenhum de nós. Quer dizer, basta
olhar para esta manhã. Um minuto estávamos falando de trajes de Halloween e no
próximo estávamos discutindo as antigas origens atenienses da democracia.”
"Eu não vou afirmar ser um gênio, mas como que você fez esse salto?"
"Oh," eu disse. "Nossas fantasias de Haloween. Vamos nos vestir como
gregos. Desde a era ateniense. "
"É claro", disse ele. E desta vez, eu poderia dizer que o sarcasmo estava
prestes a voltar. "Sem trajes sexy de gata para você. Apenas as vestimentas
feminista mais digna é adequada.
Eu balancei a cabeça.
"Feminista? Oh, não. Não, as mulheres atenienses. Elas estão tão longe de
serem feministas, como você pode...bem, esqueça. Não é realmente importante."
Adrian fez um gesto de surporesa.
"É isso, não é?" Ele se inclinou para mim e eu quase me afastei... mas
algo me segurou onde eu estava, algo sobre a intensidade em seus olhos.
"O que?" Eu perguntei.
Ele apontou para mim.
"Você se deteve justo agora. Você apenas se calou para mim. "
Hesitei apenas um momento.
"Sim, eu meio que fiz."
"Por quê?"
"Porque você realmente não quer ouvir falar de Atena antiga, mais do que
você queria ouvir Brayden falar sobre a Teoria do Caos".
"Isso é diferente", disse Adrian. Ele não havia se afastado e realmente
estava de pé tão... tão perto de mim. Parecia que deveria ter me incomodado, mas
isso não aconteceu. "Ele é chato. Você faz a aprendizagem divertida. Como um
livro infantil ou um programa educativo para crianças na televisão. Me diga sobre
seus... hum, as mulheres atenienses."
Eu tentei não sorrir. Eu admirava suas intenções aqui, mas sabia que ele
realmente não estava a fim de uma aula de história. Mais uma vez, eu me
perguntava o que
estava acontecendo. Por que ele estava fingindo estar
interessado? Tentei compor uma resposta que levaria menos de sessenta
segundos.
"A maioria das mulheres atenienses não foram educadas. A maioria delas
ficavam dentro de casa e apenas esperavam para ter filhos e cuidar da casa. As
mulheres mais progressistas foram os heteras. Elas eram como artistas e
prostitutas de alta classe. Elas foram educados e um pouco mais chamativas.
Homens poderosos mantiveram suas esposas em casa para criar os filhos e
depois saiam com heteras para se divertir. " Fiz uma pausa, sem saber se ele
havia entendido algo disso "Como eu disse, não é realmente importante. "
"Eu não sei", disse Adrian pensativamente "Acho prostitutas muito
importantes."
"Bem...Como é animador ver que as coisas não mudaram ", uma nova voz
cortou-nos.
Nós dois estremecemos e olhamos para o homem carrancudo que tinha
acabado de se juntou a nós.
O pai de Adrian tinha chegado.
Capítulo 9
Aqueles de nós que sabiam o que procurar para poder detectar
instantaneamente um Moroi era por sua pele pálida e figura alta. Para olhos mais
humanos, esses recursos se sobressaiam, mas não era um claro indício de
vampiro. Os seres humanos só notam as características tão marcantes e
incomuns, assim como Lia havia considerado Jil como a forma perfeita para a
passarela. Eu não queria julgar por estereótipos, mas depois de uma rápida
avaliação da palidez Moroi, do rosto longo, olhar severo, e cabelos cor de prata,
do Sr. Ivashkov eu meio que me perguntei se ele não era confundido com um
vampiro com mais freqüência. Não, vampiro não era realmente o termo correto, eu
decidi. Mais como agente funerário.
"Pai," disse Adrian rigidamente. "É sempre um prazer."
"Para alguns de nós." Seu pai me estudou, e eu vi seus olhos pararem na
minha bochecha. Ele estendeu a mão. Eu a peguei, orgulhosa de que apertar a
mão de um Moroi não foi um evento para mim agora. "Nathan Ivashkov."
"Sydney Sage," eu respondi. "É muito bom conhecê-lo, senhor."
"Eu conheci Sage, enquanto eu estava por aqui", explicou Adrian. "Ela era
boa o suficiente para me dar uma carona de LA hoje, já que eu não tenho um
carro."
Nathan me olhou com espanto. "Isso é uma longa viagem."
Não é tão longa como a unidade de Palm Springs, mas nós imaginamos que
seria mais seguro e mais crível deixá-lo pensar que Adrian estava em Los
Angeles.
"Eu não me importo, senhor", eu disse. Eu olhei para Adrian. "Vou fazer
algum trabalho. Você quer me mandar uma mensagem de e texto quando você
estiver pronto para ir?"
"Trabalho", questionou em desgosto. "Vamos lá, Sage. Vai comprar um
biquíni e desfrutar da piscina enquanto você está por perto."
Nathan olhou entre nós, incrédulo. "Você a fez trazê-lo aqui, e agora você vai
fazê-la esperar por aí por sua conveniência?"
"De verdade," eu disse. "Eu não"
"Ela é uma alquimista", continuou Nathan. "Não é um motorista.Há uma
grande diferença ". Na realidade, haviam dias em Amberwood que eu duvidei
disso. "Vem, Miss Sage. Se você perdeu o seu dia dirigindo para meu filho até
aqui, o mínimo que euposso fazer é comprar-lhe o almoço.
"Lancei um olhar de pânico para Adrian. Eu não estava em pânico porque
estava com medo de estar com um Moroi. Eu há muito tempo havia me
acostumado a esses tipos de situações. O que eu estava insegura era se Adrian
realmente me queria em torno de sua reunião de família. Isso não fazia parte do
plano. Além disso, eu não tinha certeza de que eu realmente queria estar por perto
para essa reunião.
"Pai" Adrian tentou.
"Eu insisto", disse Nathan com firmeza. "Preste atenção e aprenda a cortesia
comum." Ele se virou e começou a se afastar, assumindo que estávamos
seguindo-o. Fizemos.
"Devo encontrar um motivo para sair?", Sussurrei para Adrian.
"Não quando ele usa sua voz de ‘eu insisto’” foi a resposta murmurada.
Por um momento, capturando a vista maravilhosa do restaurante e sua vista
para o mar ensolarado, eu pensei que eu poderia lidar com os Ivashkovs. Sentada
lá fora, vendo o calor e a beleza valeria a pena o drama. Então, Nathan passou
direto pelas portas da varanda e nos levou até o elevador. Nós o seguimos
obedientemente. Ele nos levou para baixo ao piso do hotel, a um bar chamado O
Corkscrew.
O lugar era escuro e sem janelas, com vigas de madeira penduradas e
cabines de couro preto. Barricadas de carvalho alinhadas nas paredes, e a luz que
havia era filtrada através de lâmpadas de vidro vermelhas. Além de um barman
solitário, o bar estava vazio, o que não inteiramente me surpreende a esta hora do
dia.
O que me surpreendeu foi que Nathan tinha-nos trazido aqui ao invés do
restaurante ao ar livre. O cara estava vestido com um terno caro que parecia que
tinha vindo direto de uma sala de reuniões de Manhattan. Por que ignoraria um
elegante restaurante de elite para o almoço para escolher um lugar mal ventilado,
escuro...
Eu quase gemi. É claro que o terraço não era uma opção, e não para um
Moroi. A tarde ensolarada que fez tais condições encantadoras para mim, teria
resultado em um almoço bastante infeliz para o Sr. Ivashkovs... não que algum
deles parecia que planejava desfrutar deste local de qualquer maneira.
"Sr. Ivashkov ", disse obarman. "É bom ver você de volta."
"Posso pegar comida entregue por aqui de novo?", Perguntou Nathan.
"É claro."
Novamente. Esta toca subterrânea provavelmente tinha sido o lugar onde
Nathan pegava suas refeições desde que havia chegado a San Diego. Me permiti
um último e nostálgico pensamento sobre o terraço e depois segui Nathan e
Adrian ao interior. Nathan escolheu uma mesa de canto destinada para oito
pessoas. Talvez ele gostava de seu espaço. Ou talvez ele gostava de fingir que
estava presidindo uma reunião corporativa. O barman deu-nos menus e levou os
pedidos de bebidas. Eu pedi café. Adrian pediu um martini, ganhando olhares de
desaprovação de seu pai e de mim.
"É quase meio-dia", disse Nathan.
"Eu sei", disse Adrian. "Estou surpreso que eu tenha aguentado por muito
tempo também."
Nathan ignorou o comentário e se virou para mim.
"Você é muito jovem. Você deve ter começado a pouco tempo com os
Alquimistas".
"Todos começamos jovens," eu concordei. "Eu tenho trabalhado sozinha por
um pouco mais de um ano.”
"Eu admiro isso. Mostra uma grande dose de responsabilidade e iniciativa."
Ele acenou com a cabeça agradecendo ao barman por ter trazido a garrafa de
água com gás. "Não é nenhum segredo como os Alquimistas se sentem sobre
nós, mas ao mesmo tempo, seu grupo nos faz muito bem. Sua eficiência é
particularmente notável. Pena que o meu povo não dá mais atenção a esse
exemplo. "
"Como estão as coisas com os Moroi?" Eu perguntei. "Com a rainha?"
Nathan quase sorriu. "Você está dizendo que você não sabe?"
Eu sabia, pelo menos eu sabia o que os Alquimistas sabiam. "É sempre
diferente ouvir uma perspectiva privilegiada, senhor."
Ele riu. Foi um duro som, como se o riso não era algo que Nathan Ivashkov
tinha muita prática.
"A situação é melhor do que era. Não é grande, no entanto. Essa menina é
inteligente, considero isso." Eu presumi que a ‘menina’ era Vasilisa Dragomir,
rainha adolescente do Moroi e melhor amiga de Rose. "Tenho certeza que ela
preferia aprovar a lei dos dhampirs e a hereditária, mas ela sabe que isso só vai
enraivecer seus oponentes. Então, ela está encontrando maneiras dse
comprometer em outras questões e ganhou mais alguns inimigos."
As leis hereditárias. Aqueles eram de interesse para mim. Havia 12 linhas
reais entre os Moroi, e Vasilisa e Jil eram, as únicas que sobraram da delas. A Lei
Moroi dizia que um monarca tinha de ter pelo menos um outro membro da família,
que foi como Jill se tornou uma peça do jogo político. Mesmo assassinos graves
teriam um tempo difícil tentando pegar uma rainha bem guardada. Eliminar a
meia-irmã iria fornecer os mesmos resultados, no entanto, e invalidar o mandato
de Vasilisa. Foi por isso que Jil acabou se escondendo.
Os pensamentos de Nathan seguiram as mesmas linhas. "Ela também é
inteligente para esconder a irmã bastarda dela." Eu sabia que ele queria dizer
"bastardo", no sentido de uma criança ilegitima, e não como um insulto, mas eu
ainda estremeci."Há rumores de que seu povo sabe algo sobre isso. Não suponha
que você ia me dar uma perspectiva privilegiada sobre ele?"
Eu balancei a cabeça e tentei manter o meu tom amigável. "Desculpe,
senhor. Meu conhecimento tem limites. "
Depois de alguns instantes de silêncio, Nathan limpou a garganta."Bem,
Adrian. O que é que você queria? "
Adrian tomou um gole de seu martini. "Oh, você acabou de perceber que eu
estava aqui? Eu pensei que você tinha vindo para ver a Sydney."
Eu afundei em minha cadeira um pouco. Este foi exatamente o tipo de
situação que eu queria evitar.
"Por que todas as perguntas tende a tirar uma resposta difícil com você",
perguntou Nathan, cansado.
"Talvez seja o tipo de perguntas que você faz, pai." Este bar não ia ser
grande o suficiente para conter a tensão que aumentava rapidamente. Cada
instinto me dizia para ficar invisível, mas eu encontrei-me falando de qualquer
maneira.
"Adrian está na universidade", eu disse. "Tendo aulas de arte. Ele é muito
talentoso." Adrian me lançou um olhar questionador, mas divertido, a olhar para
isso. Algumas de suas peças eram bastante boas. Outras, especialmente quando
ele tinha estado bebendo pareciam que tinham acidentalmente derramado tinta
sobre a tela. Eu disse isso a ele amavelmente em um monte de ocasiões.
Nathan olhou impressionado. "Sim. Ele já fez isso antes. Não durou."
"Tempo diferente, lugar diferente", eu disse. "As coisas podem mudar.As
pessoas podem mudar."
"Mas, muitas vezes, eles não fazem", declarou Nathan. O garçom voltou a
receber ordens do almoço, embora nenhum de nós tinha sequer olhado para os
menus ainda. “Simplesmente pedirei para todos nós. Está bem?"
Nathan abriu o menu e examinou-o rapidamente. "Traga-nos um prato de
cogumelos com manteiga de alho, o fondue de queijo de cabra, vieiras enrolados
em bacon, e salada Cesar de ostras fritas. A salada suficiente para três,
obviamente."O barman fez um par de notas rápidas e foi embora antes que eu
pudesse mesmo dizer uma palavra.
"Mão muito pesada, pai?", Perguntou Adrian. "Você nem mesmo se importou
em perguntar nó nos importavamos de que você fizesse os pedidos."
Nathan olhou despreocupado. "Eu comi aqui antes. Eu sei o que é bom.
Confie em mim, você gostará."
"Sage não vai comer nada disso." Isso realmente seria mais fácil, eu decidi,
se tivessem ambos fingindo que não existe..
"Por que não?", Perguntou Nathan, olhando-me com curiosidade. "Você é
alérgica a frutos do mar?"
"Ela só come coisas saudáveis", disse Adrian. "Tudo o que você acabou de
pedir pinga gordura."
"Um pouco de manteiga não vai machucá-la. Ambos verão que eu estou
certo. Tudo é bom. Demais." Nathan acrescentou, fazendo uma pausa para
saborear a sua água. "Eu pedi uma salada para a mesa. O alface é saudável."
Eu nem sequer tentei ressaltar que nenhuma quantidade de salada romana
iria compensar ostras fritas ou molho Caesar. Eu não tive a chance de falar,
porque Adrian já havia bebido e notei com surpresa que ele já estava na metade
de seu Martini.
"Você vê?", Disse ele em desgosto. "Isso é exatamente como você opera.
Você assumi que você sabe o que é melhor para todos. É só ir em frente e tomar
essas decisões, não se preocupando em consultar ninguém, porque você está tão
certo de que você está certo. "
"Na minha vasta experiência", disse Nathan friamente, "Eu sou usualmengte
estou certo. Quando você também possuir esse tipo de experiência... quando você
puder presumir ser uma autoridade em...bem...qualquer coisa, então você também
pode ser confiável com decisões importantes."
"Este é o almoço", argumentou Adrian de volta. "Não é uma decisão de vida
ou morte. Tudo o que eu estou dizendo é que você poderia ter feito algum esforço
para incluir os outros. Obviamente, a sua "Vasta experiência" não se aplica a
cortesias normais. "
Nathan olhou para mim. "Estou sendo qualquer coisa a não ser cortês com
você, Miss Sage?"
Minha cadeira, para minha grande consternação, não me escondeu.
Adrian terminou seu martini de um só gole e levantou o vidro para chamar a
atenção do garçom.
"Deixe-a de fora", disse Adrian para seu pai. "Não tente manipulá-la para
provar seu ponto. "
"Dificilmente preciso manipular alguém para mostrar meu ponto", disse
Nathan. "Creio que está feito.”
"O almoço estará bem," eu soltei, ciente de que esta briga entre pai e filho
realmente não tinha nada a ver com os meus hábitos alimentares. "Eu preciso
experimentar coisas novas de qualquer maneira."
"Não ceda a ele, Sydney", avisou Adrian. "É assim que ele consegue
continuar caminhando sobre as pessoas...principalmente mulheres. Ele faz isso
com a minha mãe há anos." O garçom apareceu silenciosamente e substituiu a
taça de martini vazia por uma cheia.
"Por favor", disse Nathan, com um profundo suspiro. "Vamos deixar a sua
mãe fora disso."
"Deve ser fácil", disse Adrian. Eu podia ver as linhas de tensão no seu rosto.
Sua mãe era um tema delicado. "Vendo como você sempre faz. Eu venho
tentando obter uma resposta de você por semanas sobre como ela está! Inferno,
eu só estava tentando descobrir onde ela está. É tão difícil para você desistir? Ela
não pode estar em segurança máxima. Eles devem deixar que ela receba cartas."
"É melhor que você não tenha contato com ela enquanto ela está presa.”
disse Nathan. Até eu fiquei espantada com a frieza que ele falou sobre sua
esposa.
Adrian zombou e tomou um gole de martini de novo. "Ai estamos outra vez:
você sabe o que é melhor para todos. Você sabe, eu realmente, realmente gosto
de pensar que você mantém esta atitude evasiva com ela, porque dói muito. Eu
sei que se a mulher que eu amava estivesse trancada, eu estaria fazendo de tudo
em meu poder para alcançá-la. Para você? Talvez seja muito difícil. Talvez a única
maneira que você pode viver sem ela é bloquea-la e mantendo-me longe demais.
Eu quase poderia entender isso. "
"Adrian" Nathan começou.
"Mas não é isso, não é? Você não quer que eu tenha contato e você
provavelmente não está tendo contato, porque você está envergonhado". Adrian
estava realmente se exaltando agora. "Você quer afastar-nos e fingir que isso não
existe. Você quer fingir que ela não existe. Ela arruinou a reputação da família."
Nathan fixou seu filho com um olhar de aço. "Considerando a sua própria
reputação, eu acho que você poderia ver a sabedoria em não se associar com
alguém que tenha feito o que ela fez. "
"O que, estragar tudo?" Adrian exigia. "Nós todos estragamos. Todo mundo
comete erros. Isso é o que ela fez. Foi um mau julgamento, isso é tudo. Você não
corta as pessoas que você ama por erros como esse. "
"Ela fez isso por causa de você", disse Nathan. Seu tom não deixou
nenhuma pergunta sobre o que ele achava da decisão. "Porque você não pode
deixar sozinho essa garota vampira. Você teve que exibir o seu relacionamento
com ela, quase obtendo-se em tantos problemas quanto ela no assassinato de
sua tia. É por isso que sua mãe fez o que ela fez, para protegê-lo. Por causa de
sua irresponsabilidade, ela está na prisão agora. Tudo isso é culpa sua."
Adrian
ficou
pálido,
mais
do
que
de
costume
e
parecia
muito
chocado para dar qualquer resposta. Ele pegou o martini de novo, e eu estava
quase certa que eu podia ver suas mãos tremendo. Foi então nese instante que
dois graçons apareceram com a nossa comida. Olhamos em silêncio enquanto
eles definiam nosso lugar e colocavam artisticamente os pratos de comida.
Olhando todos os alimentos me senti enjoada, e não tinha nada a ver com o teor
de óleo e sal.
"Sr. Ivashkov, "eu comecei, apesar de toda voz razoável na minha cabeça
gritando para eu calar a boca. "É injusto culpar Adrian por suas escolhas,
especialmente quando ele nem sequer percebia o que ela estava fazendo. Eu sei
que ele faria qualquer coisa por ela. Se ele tivesse sido capaz de parar isto ou
tomar o seu lugar, ele teria."
"Está certa disso, hein?" Nathan estava acumulando seu prato com
alimentos e parecia bastante animado sobre ele. Nem Adrian e nem eu tinhamos
apetite. "Bem, Miss Sage, desculpe acabar com suas ilusões, mas parece que
você, assim como muitas outras mulheres jovens têm sido enganadas pelas
maneiras de persuasão do meu filho. Posso assegurar-lhe, ele nunca fez nada
que não servisse aos seus próprios interesses em primeiro lugar. Ele não tem
iniciativa, sem ambição, sem terminar o que começa. Desde uma idade muito
precoce, ele estava constantemente quebrando as regras, nunca ouvia o que os
outros tinham a dizer, se não convenia ao que ele queria. Eu não estou realmente
surpreso que suas tentativas de universidade falharam e garanto-lhe esta vai
falhar também. Porque ele quase não conseguiu sair da escola. Não era nem
mesmo sobre a bebida, as meninas, e as acrobacias que ele fazia ... ele
simplesmente não se importava. Ele ignorou o seu trabalho. Foi somente através
de nossa influência e talão de cheques que ele conseguiu se formar. Desde então,
tem sido uma constante espiral para baixo."
Adrian parecia que tinha levado um tapa. Eu queria chegar e confortá-lo, mas
mesmo eu ainda estava em choque com as palavras de Nathan. Adrian
claramente também estava. Era uma coisa ir e falar sobre como você pensou que
seu pai estava decepcionado com você. Outra totalmente diferente era ouvir seu
pai explicar em detalhes excruciantes. Eu sabia porque eu tinha estado em ambas
as situações.
"Honestamente, eu não me importo de ele beber tanto, desde que o
nocauteie e mantenha-o quieto", continuou Nathan, através de uma boca cheia de
queijo de cabra. "Você acha que sua mãe sofre agora? Eu lhe asseguro, ela está
muito melhor. Ela ficou incontáveis noites, chorando sobre qualquer problema que
ele tinha se metido. Mantê-lo longe dela agora não é sobre mim ou sobre ele. É
por ela. Pelo menos agora, ela não tem de ouvir sobre suas últimas travessuras ou
se preocupar com ele. A ignorância é uma bênção. Ela está em um lugar melhor
sem ter contato com ele, e eu pretendo mantê-lo assim." Ele ofereceu as vieiras
para mim, como se não tivesse acabado de entregar um enorme castigo sem
respirar. "Você realmente deve tentar isso. Proteína é bom para você, você sabe."
Eu balancei minha cabeça, incapaz de encontrar as palavras.
Adrian respirou fundo. "Realmente, pai? Venho até aqui para vê-lo, para
pedir-lhe para me dar alguma forma de contato com ela ... e isso é tudo que eu
recebo? Que ela é melhor se não está falando comigo?" Olhando para ele, eu
tinha a sensação de que ele estava trabalhando muito duro para manter a calma e
a razão. Responder de forma sarcástica não ia fazer com que ele ganhasse
terreno e ele sabia disso.
Nathan olhou assustado. "É a única razão que você veio aqui?" Ficou claro
desde o tom que ele pensou que era um motivo tolo. Adrian mordeu o lábio,
provavelmente mais
para segurar
seus
verdadeiros
sentimentos. Fiquei
impressionada com o seu controle.
"Eu também pensei ... Bem, que talvez você gostaria de saber como eu
estava fazendo. Achei que poderia ficar feliz em saber que eu estava fazendo algo
útil. "Engoli em seco.Por um momento, seu pai simplesmente olhou. Então, sua
confusão derreteu em um desses risos desajeitados.
"Ah. Você está brincando. Fiquei intrigado por um momento. "
"Eu terminei com isso ", disse Adrian. Em um flash, ele terminou seu martini
e estava fora de seu assento, indo em direção a porta. Nathan continuou a comer
sem perturbações, mas eu estava de pé. Foi somente quando eu estava do outro
lado do bar, tentando acompanhar Adrian, que Nathan se preocupou em dizer algo
mais.
"Miss Sage?" Cada parte de mim queria correr atrás de Adrian, mas parei
para olhar para trás para o pai dele. Nathan tinha tirado seu carteira e estava
folheando uma pilha de dinheiro. "Aqui. Permita-me pagar por sua gasolina e seu
tempo." Ele segurou o dinheiro para fora, e eu quase ri.
Adrian tinha se obrigado a vir aqui por várias razões, dinheiro era uma delas.
Ele nunca tinha tido a chance de perguntar para ele, mas aqui estava seu pai,
oferecendo-me. Eu não me mexi.
"Eu não quero nada de você", eu disse. "A menos que seja um pedido de
desculpas a Adrian."
Nathan me deu um outro olhar em branco. Ele parecia sinceramente
confuso. "Porque eu tenho que me desculpar?"
Eu sai. Adrian tinha subido as escadas ou imediatamente pego um elevador,
porque não havia sinal dele fora do bar. Eu voltei para o lobby e olhei em
volta ansiosamente. Um barman passava e eu dei sinal para que se detivessem.
"Desculpe-me. Onde é o lugar mais próximo que você pode fumar?"
Ele acenou com a cabeça em direção à porta da frente."Lado Mais Distante
do acionamento do círculo".
Agradeci e praticamente corri para fora. Com imaginei na área específica
para fumantes, Adrian estava encostado em uma cerca ornamentado à sombra de
uma laranja, iluminando-o. Corri para ele.
"Adrian", exclamei. "Você está bem?"
Ele deu uma longa tragada em seu cigarro. "É realmente uma pergunta que
você gostaria de fazer, Sage?"
"Ele estava fora de linha", eu disse com firmeza. "Ele não tinha nenhuma
razão para dizer nada daquilo para você."
Adrian inalou o cigarro novamente e então ele deixou cair na calçada. Ele
apagou o cigarro com a ponta do sapato.
"Vamos voltar para Palm Springs."
Eu olhei de volta para o hotel. "Nós devemos pegar um pouco de água ou
algo assim. Você virou aquela vodka muito rápido."
Ele quase sorriu. Quase.
"Precisa muito mais do que isso para me fazer mal. Eu não vou vomitar no
seu carro. Eu prometo. Eu só não quero ficar por aqui e correr o risco de vê-lo
novamente." Assenti e em pouco tempo, estávamos de volta na estrada.
Havíamos passado menos tempo em San Diego do que tinha levado de
carro até lá. Adrian ficou em silêncio e, desta vez, eu não tentei persuadi-lo ou
distraí-lo com conversa. Nenhuma palavra minha poderia ajudar. Eu duvidava que
as palavras de ninguém iria ajudar. Eu não culpei Adrian pelo seu humor. Eu me
sentiria da mesma forma se meu pai tivesse me exposto dessa forma em público.
Ainda assim, eu desejava que houvesse algo que eu pudesse fazer para aliviar a
dor de Adrian. Algum pequeno conforto para dar-lhe um momento de paz. Minha
chance veio quando eu vi um posto de gasolina pequeno fora de Escondido com
um cartaz que se lia: AS MELHORES RASPADINHAS DO SUL DA CALIFÓRNIA
ESTÁ AQUI NO JUMBO JIM!
Lembrei-me de sua piada sobre a mudança para uma dieta baseada em
lama. Virei o carro para fora da estrada, mesmo que eu soubesse que
era errado. O que era uma lama em comparação com o desastre que tinha
acabado
de
deixar
para
trás?
Eu
tinha
que
fazer
algo
para Adrian se sentir melhor. Ele nem pareceu notar que havia parado lá até que
eu estava saindo do carro.
"O que foi?", Ele perguntou, conseguindo arrastar-se para fora de seus
pensamentos sombrios. O olhar em seu rosto me rasgou em pedaços. "Você tem
metade de um tanque."
"Volto já", eu disse.
Voltei cinco minutos mais tarde, um copo em cada mão, e consegui bater em
sua janela. Ele saiu do carro, realmente intrigado agora.
"O que está acontecendo?"
"Raspadinha", eu disse. "Cereja para você. Você tem que beber aqui, no
entanto. Eu não vou arriscar o carro."
Adrian piscou um par de vezes, como se talvez eu era uma miragem
provocada por muito sol. "O que é isso? Uma festa de pena de mim? Porque eu
sou tão patético?"
"Não é sempre sobre você", repreendi. "Eu vi o cartaz e queria uma
raspadinha. Achei que você iria querer uma também. Se você não quiser isso, é
só jogar fora e eu vou beber o meu.”
Eu só dei um passo antes de ele me parar e pegar a raspadinha vermelha
brilhante. Nós encostamos no carro juntos e bebemos sem falar por um tempo.
"Cara", ele finalmente disse, quando estávamos na metade. Havia um olhar
de admiração em seus olhos."Eu tinha esquecido o quão bom isso é. De que tipo
você pediu?"
"Framboesa azul".
Ele balançou a cabeça e sorveu ruidosamente a sua. Ainda via aquele humor
negro em torno dele, e eu sabia que uma bebida de infância não estava indo para
desfazer o que seu pai tinha feito. O melhor que eu podia esperar era de alguns
momentos de paz para ele. Nós terminamos pouco depois e jogamos os copos no
lixo.Quando chegamos de volta no Latte, Adrian suspirou e esfregou os olhos.
"Deus, são impressionantes. Eu acho que eu precisava disso. A vodka pode
ter me pegado mais forte do que eu pensava. Fico feliz que você tenha decidido
parar por algo que não seja café."
"Ei, se eles tivessem sabor café, você sabe que eu teria escolhido."
"Isso é nojento", disse ele. "Não há açúcar suficiente no mundo para fazer
que seja remotamente..." Ele parou e me deu um olhar assustado. Na verdade, ele
parecia tão chocado que eu parei de dar marcha a ré e estacionei o carro em volta
do parque.
"O que há de errado?" Eu perguntei.
"A raspadinha. Essa coisa como 99 por cento de açúcar. Você bebeu um,
Sage. "Ele parecia interpretar meu silêncio como se talvez eu não tivesse
entendido. "Você só bebeu açúcar líquido."
"Talvez você bebeu açúcar líquido", eu disse. "O meu era livre de açúcar."
Eu esperava que eu tivesse soado convincente.
"Ah." Eu não poderia dizer se ele estava aliviado ou decepcionado. "Você me
assustou por um minuto."
"Você deveria ter conhecido melhor."
"É. Acho que sim. "Ele disse, de volta em seu mau humor, a raspadinha
apenas uma distração temporária. "Você sabe qual é a pior parte de tudo?" Eu
sabia que estávamos de volta a seu pai, não a raspadinhas.
"O que?"
"Você acha que seria porque eu não recebi o dinheiro ou que ele
simplesmente rasgou minha vida à parte, ou que ele não tem fé em mim na
universidade. Mas tudo bem. Estou acostumado com isso vindo dele. O que
realmente me incomoda é que eu realmente arruinei a vida da minha mãe."
"Eu não posso imaginar que você tenha feito isso", eu disse, chocada com
suas palavras. "Como você disse, nós amamos as pessoas que cometem erros.
Tenho certeza que ela também te ama. Enfim, isso é algo que você precisa
discutir com ela, não ele."
Ele acenou com a cabeça. "A outra coisa que me incomodou ... Bem, ele
disse tudo isso na sua frente." Isso foi um choque também. Eu estava me sentindo
um pouco perturbada que ele pensava na minha opinião. Por que ele deveria se
importar?
"Não se preocupe comigo. Eu estive com pessoas muito mais mordazez do
que ele. "
"Não, não ... quer dizer ..." Adrian olhou para mim e então rapidamente
desviou os olhos.
"Depois do que ele disse sobre mim, eu não posso suportar a ideia de que
você pode pensar menos de mim."
Eu estava tão surpresa que eu não poderia dar uma resposta de imediato.
Quando eu fiz, eu só deixei escapar a primeira coisa que me veio à mente.
"É claro que não." Ele ainda não olhava para mim, aparentemente, não
acreditando nas minhas palavras. "Adrian." Eu coloquei minha mão sobre a dele e
senti uma faísca quente de conexão. Ele levantou a cabeça na minha direção com
espanto. "Nada do que ele dissesse poderia mudar o que eu penso de você. Eu
tive a minha opinião formada sobre você por um longo tempo...e tudo é bom."
Adrian olhou para longe de mim até onde minha mão cobriu a sua. Corei e
retirei-a.
"Sinto muito." Eu provavelmente tinha o assustado.
Ele olhou de volta para mim. "É a melhor coisa que me aconteceu o dia todo.
Vamos pegar a estrada."
Voltamos para a estrada, e eu encontrei-me distraída por duas coisas.
Primeiro foi a minha mão. Ela ainda formigava e estava quente de onde eu havia
tocado a sua, o que era engraçado. As pessoas sempre pensavam que os
vampiros eram frios, mas eles não eram. Certamente não Adrian. A sensação foi
desaparecendo quanto mais eu dirigia, mas eu meio que queria que ficasse.
A outra coisa que me manteve distraída foi o açúcar que acabara de
consumir. Eu continuei passando minha língua sobre os dentes. Minha boca
inteira foi revestida em doentia doçura. Eu queria escovar os dentes e depois
beber uma garrafa de enchague bucal. Açúcar líquido. Sim, isso era exatamente o
que
tinha
sido.
Eu
não
queria
beber
um,
mas
eu sabia que se eu só trouxesse um para Adrian, ele realmente teria visto como
piedade e teria recusado. Eu tinha que agir como se eu queria um também, com
ele como uma reflexão tardia. Ele parecia ter acreditado na minha mentira sobre o
conteúdo da bebida de açúcar, apesar de uma rápida viagem para a estação de
gasolina teria rapidamente alertado para o fato de que Jumbo Jim certamente não
faz raspadinha sem açúcar. Eu perguntei a eles. Eles riram.
Omitir o almoço não iria compensar as calorias, pensei com tristeza. E eu
não ia conseguir que o gosto doce da minha boca saísse tão cedo. Com tão
rapidamente Adrian tinha afundado de volta para sua depressão, de repente me
senti estúpida até mesmo para tentar essa artimanha. A raspadinha não poderia
mudar o que seu pai tinha dito, e eu estaria pensando um quilo a mais amanhã.
Isso provavelmente não tinha valido a pena.
Então, eu pensei de volta para aquele breve momento no carro, o olhar fugaz
de Adrian de contentamento, seguido mais tarde por: Deus, são impressionantes.
Eu acho que ele precisava disso.Um breve momento de paz em meio a seu
desespero escuro. Isso era o que eu queria, e que eu tinha conseguido. Valeu a
pena? Esfreguei meus dedos juntos, ainda sentindo o calor.
Sim, eu decidi. Sim, valeu a pena.
Capítulo 10
A viagem para San Diego continuou a me incomodar, mesmo que eu sabia
que eu deveria deixá-lo ir. Como muitas vezes eu me lembrei, Adrian não era
minha preocupação, não como Jil e os outros. No entanto, eu não conseguia parar
de pensar no confronto terrível com ele e Nathan ou o rosto de Adrian depois. Eu
me senti ainda pior quando um Eddie preocupado veio falar comigo sobre Jil
durante o café da manhã na segunda-feira seguinte.
"Algo está errado com ela", ele me disse. Imediatamente, eu olhei para a fila
do restaurante, onde Jil estava esperando com sua bandeja. Havia um olhar vago
em seu rosto, como se ela fosse apenas consciente do ambiente. Mesmo sem
talento mágico para auras, eu podia ver a miséria irradiando dela.
"Micah notou também", Eddie acrescentou. "Mas não sabemos nada que
pudesse ter perturbado tanto ela. É por causa da Lia? Ou ela está sendo
assediada novamente?"
Naquele momento, eu não tinha certeza de por quem eu senti pior para:
Adrian, Jil ou Eddie. Houve tanta dor no Eddie como havia em Jil. Oh, Eddie,
pensei. Por que você continua fazendo isso para si mesmo? Ele estava
claramente preocupado com ela, mas não ousa se aproximar dela ou oferecer
conforto.
"Não há nada de errado com Jil. É Adrian, e ela está sentindo isso através do
vínculo. Ele está passando por um momento difícil. "Eu não ofereci mais detalhes
sobre a situação de Adrian. Não era a minha história para contar.
O rosto de Eddie escureceu um pouco.
"Não é justo que ela tem de suportar seu humor."
"Eu não sei", eu disse. "Parece que pode ser justo por ela estar viva." Adrian
usou espírito para trazer Jill de volta dos mortos e isso era uma questão
preocupante para mim.
Cada pedaço de treinamento Alquimista que eu tinha tido falava ue este tipo
de magia estava errado, muito pior do que qualquer outra magia que eu
testemunhei. Podia até argumentar que o que ele tinha feito estava apenas a
alguns passos de distância da imortalidade dos mortos-vivos, dos Strigoi. Ao
mesmo tempo, sempre que eu via Jil brilhante e viva, eu estava convencida de
que Adrian feito uma coisa boa. Eu quis dizer isso quando eu disse isso a ele em
San Diego.
"Eu acho", disse Eddie. "Eu gostaria que houvesse uma maneira que ela
pudesse bloqueá-lo para fora. Ou pelo menos uma forma de torná-lo um pouco
menos mal-humorado."
Eu balancei a cabeça. "Pelo que eu ouvi, Adrian era assim muito antes de Jil
ser beijada pelas sombras." Essa conversa ficou comigo, e eu passava o dia
pedindo a mim mesma: o que eu poderia fazer para tornar Adrian mais feliz? Um
novo pai, obviamente, não era possível. Eu tentaria isso em mim mesma anos
atrás, se eu pudesse. Raspadinhas estavam também fora de cogitação porque só
ofereceu 10 minutos de conforto e porque eu ainda estava me recuperando da
última. Uma ideia finalmente veio a mim mas não era uma que eu poderia
facilmente implementar. Na verdade, eu sabia que meus superiores diriam que
não era nada que eu deveria fazer uma tentativa, e é por isso que eu decidi fazê-lo
de uma forma que não iria deixar um e-mail ou trilha de papel. Eu não poderia
fazê-lo hoje, no entanto, então fiz uma nota mental para lidar com isso mais tarde.
Além disso, quem poderia dizer? Talvez Adrian iria sacudir os efeitos de seu
encontro paternal por conta própria.
Essas esperanças foram reforçadas quando eu vi Jil no dia seguinte a uma
reunião escolar. Assembléias como esta eram um conceito novo para mim, e nós
tivemos exatamente dois desde que a escola começou. Um tinha sido um
encontro de boas-vindas durante a primeira semana. O outro tinha sido uma
injeção de ânimo para animar a equipe de futebol antes do regresso a casa. Hoje
foi sobre "Estilos de Vida Saudáveis." Eu não conseguia descobrir o que era ou
por que era importante o suficiente para interromper a minha aula de química. Nós
se sentamos nos degraus do ginásio da escola, colocando Jil e eu em seções
separadas das arquibancadas. Esticando o pescoço para obter um vislumbre dela,
eu a vi sentada para baixo perto da frente com Angeline e vários amigos que ela
havia feito através de Micah. Eles a acolheram facilmente, uma vez que tinham-na
conhecido, o que não foi uma surpresa com a forma como ela era legal. Mesmo
Laurel, uma garota que tinha atormentado Jill uma vez, agora deu-lhe um olhar
amigável. Angeline disse algo que fez Jil rir e, no geral era definitivamente uma
melhora na atitude de Jil. Uma melhoria muito grande, a julgar o quanto ela estava
rindo. Meu ânimo aumentou. Talvez Adrian realmente tinha se recuperado.
"Pode alguém me dizer do que se trata?" Eu perguntei. Eu tinha Eddie e
Micah em um lado de mim, Trey, de outro.
"É este grupo que vem para a escola e faz apresentações sobre coisas como
drogas e sexo seguro", explicou Micah. Ele era muito ativo no corpo estudantilo,
de modo que eu não estava surpresa que ele sabia sobre a agenda de hoje.
"Esses são o tipo de grandes temas", disse eu. "Não deveria ser só uma
hora? Não parece que eles podem realmente oferecer cobertura completa dessas
questões."
"Eu acho que é suposto ser apenas uma visão geral", disse Trey. "Não que
eles estão tentando fazer um seminário ou qualquer coisa."
"Bem," eu declarei. "Eles deveriam."
"Perdemos alguma coisa?" Julia e Kristin abriram caminho através dos
outros e apertaram-se entre Trey e eu. Trey não pareceu se importar.
"Nós estamos tentando explicar o ponto de vista para Sydney", disse Trey.
"Eu pensei que o objetivo era sair da classe", disse Julia.
Kristin revirou seus olhos. "Isso vai te mostrar o que faltava por ter sido
educada em casa, Sydney."
Nada poderia ter me preparado para o espetáculo que se seguiu.
Principalmente porque nunca em meus mais loucos sonhos que eu tinha
imaginado que pesadas questões sociais seriam abordadas em números
musicais. O grupo realizando o espetáculo para nós se chamava Koolin ‘Around e
o uso inadequado do K foi quase o suficiente para me fazer sair dali. Antes de
cada música, eles dão uma informação rápida e totalmente vaga sobre o tema ou
ainda pior, uma sátira. Estas pequenas palestras sempre começavam com..
"Ei, crianças!"
A primeira música se chamava "DSTs não são para mim." Foi quando eu tirei
meu dever de matemática.
"Vamos," Eddie disse-me, rindo. "Não é tão ruim assim. E as pessoas
deveriam saber sobre essas coisas."
"Exatamente," eu disse, não olhando para cima de minha tarefa. "Na
tentativa de ser" hip "e" compreensível ", eles banalizam questões que precisam
ser levadas mais a sério."
A única vez que eu estive sintonizada novamente foi quando Koolin 'Around
tinha se mudado para os males do álcool. Uma das letras de sua música foi
particularmente atroz, "Não ouça o que seus amigos dizem / Bourbon totalmente
arruinará seu dia."
"Ugh. É isso, "eu murmurei. Procurei Jil novamente. Ela estava assistindo
com uma espécie de descrença atordoada, mas, assim como antes, não havia
nada de desespero ou melancolia. Algum instinto me disse por que ela teve a
mudança de humor. Adrian não saiu de sua melancolia. O mais provável é que ele
estava bebendo para superar. Às vezes, Jil iria pegar alguns dos efeitos colaterais
de intoxicação, como quando eu a observei rindo anteriormente, mas
eventualmente o álcool adormece o vínculo espiritual. O lado bom de sua
indulgência era que poupava sua depressão. O lado negativo era que ela poderia
sofrer os efeitos físicos de uma ressaca mais tarde.
Koolin'Around chegou na sua última música, um número grande para
celebrar as alegrias de se sentir bem e vivendo um estilo de vida saudável e feliz.
Eles puxaram para cima membros do corpo discente para dançar com eles,
ganhando uma variedade de reações. Alguns alunos apenas estava ali
congelados e envergonhados, com expressões que diziam que estavam contando
os segundos até que isso acabasse. Outros – basicamente aqueles que buscam
atenção na sala - fizeram o maior espetáculo, o mais estranho que poderiam por si
mesmos.
"Sydney". A nota de advertência na voz de Eddie parou-me quando eu
estava prestes a voltar para a minha tarefa. Esse tipo de preocupação só poderia
ser reservada para Jil, e eu imediatamente olhei para ela de novo. Ela não era a
questão. Angeline era. Um dos estava tentando persuadi-la e até mesmo agarrou
a mão dela. Angeline negou com a cabeça enfaticamente, mas o cara parecia
alheio. Angeline pode estar bem em torno de danças selvagens no Sertão de West
Virginia, mas esta não era uma situação que era confortável. Para ser justa, o que
aconteceu a seguir não era inteiramente culpa sua. Ele realmente deveria ter
deixado ela sozinha quando ela disse que não, mas eu acho que ele estava muito
preso em seu humor para prestar atenção. Ele conseguiu arrastar aos pés dela, e
é aí que Angeline deixou sua desaprovação perfeitamente clara.
Ela lhe deu um soco.
Foi muito impressionante já que o cara tinha quase uma cabeça de diferença
na altura. Eu supunho que veio da formação de Eddie de como derrubar um Moroi
mais alto. O cara cambaleou para trás e caiu, atingindo o chão duro. Houve um
suspiro da maioria dos estudantes sentados próximos, embora apenas um dos
membros da banda-guitarrista percebeu. O resto continuou cantando e dançando.
O guitarrista apressou-se até o colega caído e deve ter ameaçado o espaço
pessoal de Angeline, porque Angeline socou ele também.
"Eddie, faça alguma coisa!", Eu disse.
Ele se virou para mim com espanto. "Como o quê? Eu nunca chegaria a
tempo."
Era verdade. Estávamos a dois terços do caminho para cima na
arquibancada, rodeado por outros. Eu só podia assistir impotente enquanto o resto
do espetáculo se desenrolava. A banda logo percebeu que algo estava
terrivelmente errado, e sua música vacilou, finalmente chegando ao silêncio.
Enquanto isso, um grupo de professores havia corrido no chão, tentando manter
Angeline longe do guitarrista do Koolin. Havia um olhar frenético em seus olhos,
como um animal preso que tinha ido além da razão e só queria escapar. Os
professores finalmente conseguiram contê-la, mas não antes que ela tinha jogado
um alto-falante no vocalista (ela errou) e socado o maestro da companhia de
dança. Trey se inclinou para frente, a boca escancarada.
"Essa é sua prima?Uau. "
Eu não me incomodei mesmo responder. Atudo o que eu podia pensar era
como no mundo que eu ia fazer o controle de danos neste momento. Lutar era
uma ofensa grave em si. Eu não podia sequer imaginar o que atacar um grupo
musical motivacional iria provocar.
"Ela derrubou, como, três pessoas duas vezes o tamanho dela!" Kristin
exclamou."E eu quero dizer que derrubou. Bateu e jogou para o chão ".
"Sim, eu sei", disse finalmente. "Eu estou bem aqui. Eu vi tudo."
"Como ela era mesmo capaz de fazer isso", perguntou Julia.
"Eu lhe ensinei alguns movimentos", comentou Eddie em descrença.
Sem surpresa, ninguém sequer se preocupou enviando isto para a Sra.
Weathers. Angeline foi encaminhada diretamente para o diretor e vice-diretor.
Depois de sua exibição, talvez eles sentiram que não havia segurança nos
números. Pode ter sido a recomendação da Sra. Weathers, ou simplesmente o
fato de que nossos pais fictícios (e "primo" de Angeline) eram notoriamente difícil
de conseguir, mas me pediram para acompanhá-la quando ela se reuniu com a
administração.
Minha pré-reunião com Angeline foi curta e direto ao ponto.
"Você agirá arrependida e contrita," eu disse a ela como quando nos
sentamos em frente ao escritório do diretor.
"O que é contrito?"
"Arrependida".
"Então por que você apenas disse"
"E", eu continuei. "Se te pressionarem para saber as razões, você vai dizer
que você estava sobrecarregada e em pânico. Você vai dizer que não sabe o que
deu em você."
"Mas eu não"
"E você não mencionará o quão estúpido eles eram ou dizer qualquer coisa
negativa que seja."
"Mas eles são"
"Na verdade, não fale nada a menos que te perguntem algo diretamente. Se
você me deixar lidar com isso, será mais rápido."
Angeline aparentemente levou isso a sério porque ela cruzou os braços na
altira do peito e olhou para mim, recusando-se a dizer mais nada.
Quando fomos levadas para o escritório, o diretor e vice-diretor - Sra. Welch
e Sr. Redding - respectivamente, estavam ambos sentados sobre o mesmo lado
de uma mesa de trabalho. Eles estavam lado a lado, apresentando uma frente
unida, que mais uma vez fez-me pensar que temia por suas vidas.
"Srta. McCormick," começou a Sra. Welch. "Eu espero que você saiba que o
que você fez foi completamente fora da linha". McCormick era o nome falso de
Angeline por aqui.
"Violência e combate de qualquer tipo não são tolerados em Amberwood",
disse Redding. "Nós temos padrões altos, normas destinadas a garantir a
segurança de todos na escola e esperamos que os nossos alunos possam aderir a
eles. Nenhuma de suas outras violações das regras da escola chegou perto do
que você fez hoje."
"Mesmo se não tivéssemos essas outras transgressões em arquivo, não
pode haver nenhuma questão aqui", disse a Sra. Welch. "Não há lugar para você
em Amberwood".
Meu estômago afundou. Expulsão. Embora os Guardiões não foram
inteiramente ignorantes, sua formação acadêmica mal tinha sido até aquela da
escola média do mundo moderno. Ela estava em um monte de aulas de reforço, e
trazê-la para Amberwood tinha sido uma façanha. A expulsão não foi tão ruim
como alguém investigando como uma menina pequena como ela poderia fazer
muito dano, mas ainda não era um resultado que eu queria. Eu já podia imaginar
um dos meus superiores perguntando, por que você não percebe o quão volátil ela
estava na escola? Para que eu teria que responder: porque eu tenho estado muito
ocupada indo em encontros e ajudando os vampiros que não são minha
preocupação.
"Você tem alguma coisa a dizer, antes de avisar seus pais", perguntou a Sra.
Welch.
Eles olharam para Angeline em expectativa. Eu me preparei para um
discurso irracional. Em vez disso, Angeline conseguiu produzir algumas lágrimas
que, eu tinha que admitir, certamente parecia contrito.
"Eu...eu entrei em pânico", ela disse. "Eu não sei o que deu em mim. Tanta
coisa aconteceu de uma vez, e aquele cara era tão assustador, e eu me apavorei.
Eu me senti ameaçada. Eu queria que todos ficassem longe de mim..."
Eu estava quase convencida, provavelmente porque foi semeada com a
verdade. Angeline tinha tido uma série de momentos afobados em Amberwood,
não importa a sua bravata. Haviam mais pessoas na escola do que tinha estado
em sua comunidade na montanha, e ela foi tão oprimida em sua primeira semana
que tinha que se revezar escoltando ela para a classe. Eu realmente deveria ter
prestado mais atenção nela.
Sr. Redding parecia um pouquinho simpático, mas não o suficiente para
mudar sua mente. "Tenho certeza de que deve ter sido difícil, mas não era motivo
para você agir dessa maneira. Ferindo três pessoas e danificando equipamentos
de áudio visual que eram caros, de modo algum respostas adequadas ".
Eufemismo.
Eu estava cansada das formalidades, era necessário consertar as coisas
antes que elas piorassem. Inclinei-me em minha cadeira.
"Sabe o que mais não é adequada? Um cara de trinta anos - porque é assim
que ele era, não importa quão jovem e fresco que eles estavam tentando ser agarrando uma menina de 15 anos de idade. Já era ruim o suficiente que ele
fez isso quando ela claramente não queria ir com ele. O ponto é que ele nunca
deveria ter tocado ela em primeiro lugar. Ela é menor de idade. Se um professor
fizer isso, ele estaria demitido. Eu li o livro que é dado aos professores no
departamento de RH." Foi uma tentativa de ver se a Sra. Terwiliger estava
abusando de mim.
"Emergências médicas e separar uma luta são as únicas vezes que os
professores podem colocar as mãos sobre os alunos. Agora, você pode
argumentar que o cara não era um professor ou empregado pela escola, mas seu
grupo foi convidado aqui pela escola, que é obrigada a manter seus alunos
seguros.
É
uma
escola
particular,
mas
estou
certa
de
que
o
Departamento de Educação da Califórnia teria algumas coisas a dizer sobre o que
aconteceu aqui hoje, como o pai de Angeline vai, que é advogado."Ele era o líder
de um bando de vampiros da montanha e teve várias esposas, mas isso não tinha
nada a ver com o ponto. Olhei para trás e para frente entre a Sra. Welch e o Sr.
Redding. "Agora. Deveriam renegociar a sua posição?"
Angeline estava assombrada depois que deixou a sala e voltou para o nosso
dormitório.
"Suspensão", exclamou ela, muita alegria em sua voz para o meu gosto. "Eu
realmente só vou ficar sem aulas? Isso soa mais como uma recompensa."
"Você tem que se manter em dia com o seu dever de casa", eu avisei."E
você não pode deixar o dormitório. Não pense mesmo sobre você esgueirando-se
por que isso vai fazer com que te expulsem e eu não vou ser capaz de salvá-la de
novo."
"Ainda assim", disse ela, praticamente pulando, "foi tudo muito fácil."
Eu parei em frente a ela, obrigando-a a me encarar. "Não foi fácil. Você
começou com um detalhe técnico.Você continua resististindo aos esforços para
seguir as regras por aqui, e hoje bem, que estava fora dos gráficos. Você não vai
voltar para casa. A única vez que você deve sequer pensar em lutar aqui é se Jil
for atacada. É por isso que você está aqui. Não para fazer o que quiser. Você
disse que estava aí para o desafio de protegê-la. Se você se for expulsa - é um
milagre que não ainda não foi - ela está em risco. Assim que entrar em linha ou
começar a arrumar a casa. E pelo amor de Deus, deixe Eddie sozinho."
Seu rosto estava cheio de raiva enquanto eu falava, mas que duraram pouco
quando a peguei desprevenida. "O que você quer dizer?"
"Quero dizer, que você está constantemente se jogarndopara ele."
Ela cheirou. "É assim que você mostra para um cara que você gosta dele."
"Talvez entre os incivilizados! Aqui você precisa recuar e começar a agir
como um ser humano responsável...er, dhampir. Qualquer que seja. Você está
fazendo-o miserável! Além disso, vocês deveriam ser primos. Você está
estragando o nosso disfarce."
A mandíbula de Angeline caiu. "Eu ... eu estou fazendo-o infeliz?"
Eu quase me senti mal por ela. O olhar de choque no rosto dela era tão
grande que era óbvio que ela realmente não sabia que o que estava fazendo para
Eddie era errado. Eu estava muitoexausta até para sentir muita simpatia nesse
momento. Jil tinha exteriorizado o que sentia quando nós chegamos a princípio, e
tinha sido tão frustrante. Eu havia chregado a desfrutar da nossa paz, e agora
Angeline estava ameaçando tudo isso.
Ao contrário de Jil, ela parecia não perceber isso, e eu não sei se isso
tornava as coisas melhores ou piores.
Deixei uma Angeline chateada e frustrada do lado de fora do seu quarto do
dormitório e também verifiquei com Jil que Adrian tinha estado de fato a beber. E
que minha agitação era mais do que suficiente para me fazer querer sair do
campus, mesmo que apenas para fugir.
Brayden tinha perguntado antes se eu queria sair, mas eu não queria isso.
Enviei um texto rápido: Não é possível sair hoje à noite. Coisas de família. Então
eu fui para Clarence.
Eu havia ligado antes para garantir que Dimitri e Sonya estavam lá desde
que eu não tinha interesse em ter uma visita de um-para-um com o antigo Moroi.
Ele não estava por perto quando eu cheguei. Eu encontrei Dimitri e Sonya
debruçados sobre alguns cartões com manchas de sangue seco, especulando
sobre como proceder.
"Seria interessante ter sangue Strigoi e ver se alguma coisa aconteceu
quando eu apliquei espírito", ela estava dizendo. "Você acha que poderia controlar
isso?"
"Com prazer", disse Dimitri.
Eles me notaram. Assim que ela olhou para cima, Sonya perguntou: "O que
há de errado?"
Eu não me incomodei mesmo a perguntar como ela sabia. Meu rosto
provavelmente disse mais do que minha aura fez. "Angeline entrou em uma briga
com um grupo motivacional na escola."
Dimitri e Sonya trocaram olhares. "Talvez devêssemos ir jantar", disse ele.
Ele pegou um jogo de chaves da mesa. "Vamos para o centro."
Eu nunca poderia imaginar que estaria saindo com um Moroi e um dhampir.
Foi mais um sinal de quão longe eu havia avançado ou regredido, por Padrões
Alquimistas. Em comparação com a maioria das outras pessoas em minha vida,
Dimitri e Sonya foram centrados e estáveis. Foi refrescante.
Eu dei-lhes um resumo do comportamento de Angeline,, bem assim como a
minha ameaça velada legal. Essa parte pareceu divertir Sonya.
"Lista", disse ela, girando o espaguete em um garfo. "Talvez você devesse
estar na escola de direito, em vez de com os Alquimistas."
Dimitri achou menos engraçado." Angeline veio aqui para fazer um trabalho.
Ela queria sair dos Guardiões e jurou que ela dedicaria cada minuto de vigília para
proteger Jil ".
"Tem havido um pouco de choque cultural", eu admiti, sem saber por que eu
estava defendendo Angeline. "E esses caras hoje ... Quer dizer, se eles tentassem
me juntar para cantar com eles eu provavelmente teria os golpeado também.”
"Inaceitável", disse Dimitri. Ele costumava ser um instrutor de combate, e eu
pude entender o porquê. "Ela está aqui em uma missão. O que ela fez foi
imprudente e irresponsável ". Sonya lhe deu um sorriso malicioso. "E eu que
pensava que tinha um fraquinho por meninas imprudentes."
"Rose nunca teria feito nada como isso", ele respondeu. Ele fez uma pausa
para reconsiderar, e eu podia jurar que havia a sugestão de um sorriso ali. "Bem,
pelo menos não em tal contexto público".
Uma vez que o tema Angeline foi posto para descansar, eu trouxe a razão
que eu vim aqui. "Então ... não tem experimentos hoje?" Mesmo a natureza boa
de Sonya vacilou. "Ah. Não, não exatamente. Nós revisamos algumas de nossas
notas, mas Adrian não tem estado... ele não tem estado muito disponível para a
pesquisa esta semana. Ou até ir para a aula."
Dimitri assentiu. "Eu estava lá antes. Ele mal conseguia abrir a porta. Não
faço ideia do que ele tinha bebido, mas o que quer que fosse, ele tinha um monte."
Considerando seu relacionamento rochoso, eu teria esperado desdém em
discutir os vícios de Adrian. Em vez disso, Dimitri parecia desapontado, como se
esperasse melhor.
"É isso que eu queria falar com você", eu disse. Eu tinha comido pouco do
meu jantar e foi nervosamente rasgando um rolo em pedaços. "O humor atual de
Adrian não é inteiramente culpa dele. Quero dizer, é, mas eu posso compreendêlo. Você sabe que ele viu seu pai neste fim de semana, certo? Bem ... aquilo não
foi bem."
Havia um brilho nos olhos escuros de Dimitri. "Eu não estou surpreso.
Nathan Ivashkov não é o melhor homem para se dar bem. "
"Ele meio que derrubou tudo que Adrian está tentando fazer. Eu tentei fazer
um caso de Adrian, mas o Sr. Ivashkov não quis ouvir. É por isso que eu queria
saber se vocês poderiam ajudar." Sonya não conseguiu esconder sua surpresa.
"Eu ficaria feliz em ajudar Adrian, mas algo me diz que Nathan não vai
realmente dar muita atenção no que temos a dizer."
"Isso não é o que eu estava pensando." Eu desisti do pão e deixei cair os
pedaços no meu prato."Vocês estão ambos perto da rainha. Talvez você poderia
levá-la a falar com o pai de Adrian ... Eu não sei. O quão ativo que ele tem sido.
Quanto ele está ajudando. Obviamente, ela não conseguia explicar exatamente o
que ele está fazendo, mas qualquer coisa pode ajudar. Sr. Ivashkov não vai ouvir
Adrian ou qualquer outra pessoa, mas ele tem que tomar uma comenda da rainha
a sério. Se ela o faria."
Dimitri parecia pensativo. "Oh, ela o faria. Ela sempre teve um fraquinho por
ele. Todo mundo parece ter".
"Não", eu disse teimosamente. "Nem todos. Há uma divisão. A metade o
condena e o julga inútil como seu pai. A outra metade apenas encolhe os ombros,
o mimam e dizem 'Bem, este é Adrian."
Sonya me estudou cuidadosamente, um rastro de diversão voltando. "E
você?"
"Eu não acho que ele deveria ser mimado ou desconsiderado. Se você
espera que ele faça grandes coisas, ele vai ". Sonya não disse nada de imediato,
e eu mexi desconfortavelmente sob seu escrutínio. Eu não gosto quando ela olha
para mim desse jeito. Tratava-se das auras. Era como se ela pudesse ver o meu
coração e alma.
"Eu vou falar com Lissa," ela disse, finalmente. "E eu tenho certeza que
Dimitri vai também. Enquanto isso, vamos esperar que se siga o seu conselho e
esperar que Adrian fique sóbrio logo."
Nós tínhamos acabado de pagar quando o telefone de Dimitri tocou.
"Alô?", Respondeu ele. E assim, seu rosto se transformou. A ferocidade que
eu tão associava a ele suavizou, e ele praticamente brilhava. "Não, não. É sempre
uma boa hora para ligar, Roza."
Qualquer que seja a resposta do outro lado fez ele sorrir.
"Rosa", disse Sonya para mim. Ela se levantou." Vamos dar-lhes um pouco
de privacidade. Você quer dar uma volta? "
"Claro," eu disse, levantando-me também. Fora, o crepúsculo caia.
"Há uma loja de roupas poucos quarteirões de distância que eu queria ver se
eles ainda estiverem aberto" Sonya olhou para Dimitri. "Encontre-nos lá?", Ela
sussurrou.
Ele deu um aceno rápido.
Uma vez que estávamos fora, no ar quente da noite, ela riu. "Ah, aqueles
dois. Em uma luta, eles são letais. Em torno de si, eles derretem."
"É assim que você e Mikhail são?" Eu perguntei, pensando que não havia
fusão muito com Brayden e eu, não importa o quanto eu gostava de passar tempo
com ele.
Ela riu de novo e olhou para o céu, pintado em tons de laranja e azul. "Não
exatamente. Cada relacionamento é diferente. Todo mundo ama de forma
diferente.” Foi uma longa pausa, quando ela escolheu suas palavras seguintes.
"Isso foi uma coisa boa que você escolheu fazer para Adrian."
"Não houve nenhuma escolha a ser feita", retruquei. Atravessamos para o
mais agitado lado da
rua, cheios de lojas brilhantemente iluminadas com
atomizadores de água que foram feitos para refrescar os compradores quentes.
Estremeci com o que estava fazendo com meu cabelo. "Eu tinha que ajudar. Ele
não merecia esse tipo de tratamento. Eu não posso imaginar como Adrian
suportou isso por toda a vida. E você acredita que o que preocupava mais o
Adrian era que eupoderia pensar menos dele?"
"De fato", disse Sonya baixinho, "Eu posso muito acreditar nisso."
A loja de roupa ainda estava aberta, graças a horas prolongadas do
Haloween, mas só por mais dez minutos. Sonya vagava pelos corredores sem
objetivo real, mas eu fui imediatamente para a seção histórica. Eles tinham
exatamente a esquerda vestidos em estilo grego, um branco liso com um cinto de
plástico ouro. Ajoelhei-me para dar uma olhada melhor. Abri o pacote, senti o
tecido. Ele foi barato, provavelmente inflamável. O vestido era também um XL, e
eu me perguntava se Jil tinha aprendido o suficiente em costura para arrumá-lo
para mim.
Com menos de uma semana até a dança, minhas opções eram
limitadas.
"De verdade?" Uma voz ao meu lado disse. "Você não me insultou o
suficiente, sem recorrer a esse lixo?" Acima de mim estava Lia DiStefano. Seu
cabelo encaracolado era ligado com um lenço vermelho brilhante, e uma blusa
camponesa volumosa fez seu corpo pequeno parecer que tinha asas. Ela olhou
para mim com desaprovação.
"Você está me seguindo?" Eu perguntei, chegando a meus pés. "Toda vez
que estou no centro, você está aqui."
"Se eu estivesse seguindo você, eu nunca teria deixado você colocar os pés
aqui em primeiro lugar" Ela apontou para o traje. "O que é isso?"
"Minha roupa para Haloween", eu disse. "Eu vou de grego."
"Não é mesmo o tamanho certo."
"Vou arrumar."
Ela produziu um zunido desaprovador com a língua "Estou tão consternada
eu nem sei por onde começar. Você quer um vestido grego? Eu vou fazer um. Um
bom. Não esta monstruosidade. Meu Deus. As pessoas sabem que você me
conhece. Se você for vista nisso iria arruinar a minha carreira."
"Sim, porque o que eu uso para uma festa de escola realmente vai quebrar
você."
"Quando é a sua dança", ela perguntou.
"Sábado".
"Fácil", declarou ela. Ela me olhou de cima a baixo e assentiu com
satisfação. "Medidas fáceis também. Sua irmã também se vestirá tão mal?
"Não tenho certeza", eu admiti. "Ela falou sobre como fazer um vestido de
fada no clube de costura. Um azul, eu acho."
Lia empalideceu. "Pior ainda. Vou fazer o dela também. Eu já tenho suas
medidas."
Eu suspirei. "Lia, eu sei o que você está tentando fazer, e isso não vai
funcionar. Jil absolutamente não pode modelar para você novamente. Não importa
o quanto você tenta o suborno ".
Lia tentou um olhar inocente que não era de forma nenhuma convincente.
"Quem disse alguma coisa sobre o suborno? Estou fazendo isso por
caridade. Seria uma vergonha deixar vocês duas sairem com nada menos do que
o melhor."
"Lia"
"Não compre isso", alertou, apontando para o traje. "É um desperdício. Você
pode definir como vai jogar seu dinheiro no fogo, embora, provavelmente não iria
iluminar tão rápido quanto o vestido.
Te deixarei saber quando seus trajes
estiverem prontos."Com isso, ela se virou em seus altos saltos de madeira e foi
embora, deixando-me olhando.
"Você conseguiu um traje?" Sonya perguntou-me mais tarde, uma vez que a
loja de fechamento nos obrigou a sair.
"Estranhamente, sim", eu disse. "Mas não de lá."
Dimitri aparentemente não tinha terminado sua ligação uma vez que ele não
tinha se juntado a nós ainda. Nós andamos devagar de volta para a restaurante,
querendo dar-lhe mais tempo com Rose. Outras lojas estavam fechando, e os
turistas estavam começando a sair. Expliquei o encontro com Lia. Sonya achou
mais divertido do que eu.
"Bem, não os toque", disse ela. "Se um designer quer fazer alguma coisa,
você não é obrigada a dar-lhe qualquer outra coisa. Talvez ela pudesse me ajudar
com vestidos de dama de honra. "
Atravessamos uma rua menos movimentada e cortamos através de uma rua
estreita com um edifício de tijolos de um lado e um gramado da igreja, do outro.
Eu admirava a igreja no meio do caminho, mas agora, em pouco tempo, a noite
tinha arquivado com sombras e lhe deu um mau presságio. Eu estava feliz, eu não
estava andando por aqui sozinha. Era estranho ser tranquilizada pela presença de
um vampiro.
"Lia faz coisas incríveis", eu admiti. "Mas eu não sei se devemos encorajá-la.
"Muito bem", disse Sonya. "Talvez um dia destes, você me ajuda a procurar
vestidos. Você tem uma sensação realmente boa"
De repente, ela virou-se em direção ao lado escuro da igreja. Havia uma
expressão de medo em seu rosto, mas eu não vi nada alarmante em primeiro
lugar. Segundos depois, quatro figuras em preto saltaram de trás das árvores. Um
deles me jogou contra a parede de tijolos enquanto os outros três prenderam
Sonya contra o solo. Eu empurrei de volta contra o meu captor, mas um braço
musculoso me segurou firmemente. Na luz fraca, eu vi um vislumbre de algo que
eu nunca esperava ver nas ruas de Palm Springs: uma espada.
A figura escura colocou a espada sobre o pescoço de Sonya. "Hora de voltar
para o inferno”, disse ele.
Capítulo 11
Eu não sou uma pessoa física. Sou decente no volei, e Eddie, uma vez me
ensinou a dar um soco. Mas eu não faço nenhuma reivindicação para ter o tipo de
treinamento que os guardiões tem. Eu certamente não tenho seus reflexos.
Portanto, nesta situação, incapaz de me libertar de restrições, eu praticamente fiz
a única coisa que podia.
Eu gritei.
"Socorro! Alguém me ajude!"
Minha esperança era que isso iria atrasar os captores de Sonya de decapitála ose é o que eles pensavam em fazer. Eu também esperava que iria, bem,
conseguir ajuda. Tinhamos nos afastado das estradas principais do centro, mas
estávamos perto o suficiente para que alguém pudesse nos ouvir, sobretudo
porque havia um monte de pessoas por ali mais cedo.
Um dos atacantes de Sonya se encolheu, então eu acho que eu tinha tido
um êxito parcial. Meu próprio captor fechou a mão sobre minha boca e me
empurrou com mais força contra a parede de tijolo. Então, uma coisa estranha
aconteceu. Ele - porque ele tinha a correta altura para ser homem - mesmo que
eu não poderia ver seu rosto, congelou. Ele ainda estava me segurando, mas seu
corpo tinha ficado rígido. Era quase como se ele estivesse chocado ou surpreso.
Eu não tinha certeza do porquê. Certamente alguém gritando por ajuda quando
agredido não era estranho. Eu não acho que eu poderia dominá-lo mas ainda
assim esperava que eu pudesse tirar vantagem de seu atordoado Estado.
Eu empurrei para frente de novo, tentando sair de seu aperto. Eu só
consegui mover alguns centímetros antes de ele me apertar de volta no lugar.
"Nós precisamos ir", exclamou um dos captores de Sonya. Outro cara. Pelo
que eu podia ver, todos eram. "Alguém virá."
"Isso vai levar apenas um segundo", resmungou o que estava segurando a
espada. "Precisamos livrar o mundo desse mal." Eu assisti com terror, meu
coração batendo com apreensão em meu peito. Eu tinha medo por mim, mas eu
estava com medo especialmente para Sonya. Eu nunca tinha visto uma
decapitação. Eu não queria começar agora.
Meio segundo depois, de repente me vi livre. Alguém novo se juntou a nossa
briga, alguém que arrancou meu captor longe e atirou-lhe facilmente para o
pavimento. Isso parecia doloroso, e o cara caiu com um grunhido. Mesmo nesta
má iluminação, a altura e casaco me deu a revelação de meu salvador. Era
Dimitri.
Eu tinha visto ele lutar antes, mas nunca deixava de ser estranho. Ele foi
cativante. Ele nunca parou de se mover. Toda ação era graciosa e letal. Ele era
um dançarino da morte.
Ignorando o cara que ele tinha apenas jogado, Dimitri subiu em direção aos
outros. Ele foi imediatamente para o cara com a espada. Um chute de Dimitri
enviou o assaltante a voar para trás. Ele deixou cair a espada e mal conseguiu
agarrar-se a em uma das árvores do cemitério. Enquanto isso, um dos homens
que detêm Sonya simplesmente deu as costas e correu em direção ao centro.
Dimitri não prosseguiu. Sua atenção agora estava no último cara, que foi
estupidamente tentar se defender. Este libertou Sonya, no entanto, e ela não
perdeu tempo a chegar a seus pés e correr para o meu lado.
Eu não era raramente melosa com ninguém, certamente não Moroi, mas eu
me agarrei a ela, sem sequer pensar duas vezes. Ela fez o mesmo, e eu podia
sentir seu tremor. Uma vez que, como Strigoi, ela tinha sido uma força a ser
contada. Como uma Moroi, uma que tinha acabado de ter uma espada em sua
garganta, as coisas eram compreensivelmente diferentes.
O cara que enfrentou Dimitri conseguiu se esquivar algumas vezes. Seu erro
foi quando ele tentou bater em Dimitri. Ele abriu a guarda, e assim,
Dimitri deu um soco forte no rosto. O cara que tinha atingido a árvore mais cedo
tentou um ataque, mas ele era um idiota se ele achava que Dimitri estava
distraído. Dimitri despachou-o facilmente, e ele caiu perto do cara que Dimitri tinha
acabado de dar um soco. O cara pulou para seus pés e parecia que ele queria
atacar novamente. Seu amigo agarrou-o e tirou ele de lá. Depois de um momento
de luta entre eles, os dois finalmente sairam correndo. Dimitri não foi atrás. Sua
atenção estava toda em Sonya e eu.
"Você está bem?", Perguntou ele, caminhando rapidamente para nós.
Eu consegui dar um aceno de cabeça fraca, embora eu estava tremendo
incontrolavelmente.
"Vamos sair daqui", disse Dimitri. Ele colocou uma mão em cada um dos
nossos ombros e começou a dirigir-nos para longe.
"Espere", eu disse, movendo-me em direção ao cemitério. "Devemos levar a
espada."
Eu fiz a varredura na minha frente, mas era ainda mais escuro do que antes.
Dimitri encontrou a espada de imediato com a sua visão superior. Ele colocou-a
sob seu sobretudo, e nós três rapidamente saimos de lá. Caminhamos para o
apartamento de Adrian, já que era muito mais perto do que a propriedade de
Clarence fora da cidade. Mesmo assim, a breve viagem pareceu durar uma
eternidade. Eu continuei sentindo como se pudéssemos ser atacados novamente
a qualquer momento, mas Dimitri continuou dando-nos garantias, enquanto ainda
nos empurrava em um bom ritmo.
Adrian ficou surpreso ao ver-nos em sua porta. Ele também parecia muito
bêbado, mas eu não me importava. Tudo que eu queria era a segurança de suas
quatro paredes.
"O que ... o que está acontecendo?", Perguntou ele, quando Dimitri pediu
que Sonya e eu entrassemos. Os olhos de Adrian olhou para cada um de nós, o
mais longo detendo-se em mim. "Você está bem? O que aconteceu?"
Dimitri fez com que Sonya e eu entrassemos, duplo controlo de lesões
apesar dos nossos protestos. Ele estendeu a mão e gentilmente segurou meu
queixo, virando minha bocheca, no lado da tatuagem em direção a ele.
"Um pouco arranhado", disse ele. "Não é sério, mas você deve limpá-lo."
Eu toquei o local indicado e fiquei surpresa ao ver sangue em
meus dedos. Eu não me lembro de me machucar, mas supus que tinha vindo da
parede de tijolo. Sonya não tinha marcas físicas, mas admitiu ter uma dor de
cabeça muito ruim de onde ela caiu no chão.
"O que aconteceu?" Adrian perguntou novamente.
Dimitri levantou a espada que ele tinha recuperado da cena.
"Algo um pouco mais grave do que um assalto, eu acho."
"Eu diria que sim", disse Sonya, sentada no sofá. Sua atitude foi
surpreendentemente calma para o que tinha acabado de suportar. Ela tocou a
parte de trás de sua cabeça e fez uma careta."Até porque eles me chamaram de
uma criatura do mal antes de você aparecer."
Dimitri arqueou uma sobrancelha. "Eles fizeram?"
Eu não tinha me movido nenhuma vez desde que eu tinha chegado à sala de
estar. Eu simplesmente fiquei lá com os meus braços em volta de mim, sentindose entorpecida. Movimentar parecia muito difícil. Pensar parecia muito difícil.
Como Dimitri examinou a espada, no entanto, algo me chamou a atenção e fez
meu cérebro lento lentamente começam a funcionar novamente.
Vendo meu interesse, ele segurou a espada para mim. Peguei-a, tomando
cuidado com a lâmina, e examinei o punho. Ela estava coberta com gravuras.
"Isso significa algo para você?", Perguntou ele.
Minha mente estava nublada, ainda com medo e adrenalina, mas eu ignorei
e tentei desenterrar alguns fatos. "Estes são símbolos velhos de alquimia", eu
disse. "Da Idade Média, da época em que nosso grupo era apenas um bando de
cientistas medievais tentando transformar chumbo em ouro ". Isso era tudo o que
os livros de história sabiam sobre a minha sociedade. Isso, e que nós havíamos
desistido do ouro. A organização tinha encontrado mais tarde compostos mais
sofisticados, incluindo sangue de vampiro.
Interagir com os vampiros tinham eventualmente evoluido para a nossa
causa atual, quando os antigos alquimistas perceberam o quão terríveis e escuras
tentações os vampiros representavam. Nossa causa se tornou um santo. A
química e fórmulas que a minha sociedade já havia trabalhado para obter ganhos
pessoais tornaram-se as ferramentas necessárias para esconder a existência de
vampiros, ferramentas agora complementadas com a tecnologia.
Bati o maior símbolo, um círculo com um ponto no centro.
"Este é o símbolo para ouro. Este outro é prata. Estas quatro coisas
triangulares são os elementos básicos -terra, ar, água e fogo - e estes...Marte e
Júpiter, que se vinculam a ferro e estanho. Talvez a composição da espada?" Eu
fiz uma careta e estudei o resto do metal. "Sem ouro ou prata nele, no entanto.
Seus símbolos também pode se referir ao sol e a lua. Talvez não se trata de física
em absoluto. Eu não sei."
Eu entreguei a espada de volta para Dimitri. Sonya tomou dele, estudando o
que eu apontei.
"Então, você está dizendo que esta é uma arma Alquimista? "
Eu balancei a cabeça. "Os alquimistas nunca iriam usar algo como isto.
Armas são mais fáceis. E os símbolos são arcaicos. Usamos a tabela periódica
agora. Mais fácil de escrever 'Au' para o ouro em vez de desenhar esse símbolo
do sol."
"Há alguma razão para que estes símbolos estejam em uma espada? Maior
simbolismo ou significado."Dimitri perguntou.
"Bem, mais uma vez, se você voltar, o sol e o ouro foram os mais
importantes para os antigos alquimistas. Ele girava em torno de toda essa idéia de
luz e clareza." Eu toquei minha bochecha. "Essas coisas são ainda importante em
alguns aspectos, é por isso que usamos esta tinta de ouro. Além dos benefícios, o
ouro nos marca como ... puros. Santificados. Parte de uma causa santa. Mas em
uma espada ... eu não sei. Se quem fez isso estava usando o mesmo simbolismo,
então talvez a espada é santificada."
Eu pensei em voltar às palavras dos agressores, sobre o retorno ao inferno.
Eu fiz uma careta. "Ou talvez seus proprietários sentem que estão servindo a uma
espécie de dever sagrado."
"Quem eram esses caras, afinal?", Perguntou Adrian. "Você acha que Jil está
em risco?”
"Eles sabiam sobre vampiros. Mas eles eram humanos ", disse Dimitri.
"Mesmo que eu pudesse dizer", eu concordei. "Um era bem alto, mas ele não
era um Moroi." Admitir que nossos assaltantes haviam sido humanos foi difícil e
frustrante para mim. Eu sempre acreditei que os Strigoi eram maus. Isso foi fácil.
Mesmo Moroi não poderia ser sempre confiável, que foi por isso que o
pensamento de assassinos Moroi atrás de Jil não parece rebuscado. Mas os seres
humanos ... as pessoas que eu deveria estar protegendo? Isso foi difícil. Eu tinha
sido atacada por minha própria espécie, os caras bons, não os demônios de
presas que eu tinha sido ensinada a temer. Foi um choque para minha visão de
mundo.
O rosto de Dimitri cresceu ainda mais sombrio. "Eu nunca ouvi falar de nada
parecido, principalmente porque a maioria dos humanos não sabem sobre Moroi.
Além dos Alquimistas."
Eu dei-lhe um olhar penetrante. "Isso não teve nada a ver com a gente. Eu te
disse, espadas não são o nosso estilo. Nem são ataques ". Sonya deixou a
espada em cima da mesa de café.
"Não estamos fazendo acusações sobre ninguém. Eu suponho que é uma
questão que ambos queremos trazer para seus grupos. "Dimitri e eu assentimos.
"Embora, eu acho que nós estamos com vista para um ponto-chave aqui. Eles
estavam me tratando como um Strigoi. A espada não é a maneira mais fácil de
matar alguém. Teria que haver uma razão.
"É a única maneira que um ser humano poderia matar um Strigoi, também,"
eu murmurei. "Os seres humanos não podem encantar uma estaca de prata.
Suponho que poderia definir o fogo, mas isso não é prático.”
O silêncio caiu enquanto pensavamos sobre isso. Por último, Sonya
suspirou. "Eu não acho que nós vamos chegar a lugar nenhum esta noite, não
sem falar com os outros. Você quer que eu cure isso?"
Levei um momento para perceber que ela estava falando para mim. Eu
toquei minha bochecha. "Não, vai curar rapidamente por conta própria." Esse foi
um dos efeitos colaterais do sangue de vampiro em nossas tatuagens de lírio.
"Vou limpá-lo antes de ir."
Fui até o banheiro, com a maior confiança que eu pude. Quando cheguei lá e
vi meu reflexo no espelho, eu a perdi. O machucado não era ruim, não em todo.
Principalmente, o que me chateou foi o que ela representava. Sonya tinha a
lâmina na garganta, mas minha vida estava em perigo também. Eu tinha sido
atacada, e eu estava indefesa. Molhei uma toalha e tentei trazê-la para o meu
rosto, mas minhas mãos tremiam muito.
"Sage?”
Adrian apareceu na porta, e eu rapidamente tentei afastar as lágrimas que
tinham começado a aparecer em meus olhos.
"Sim?"
"Você está bem?"
"Você não pode dizer pela minha aura?" Ele não respondeu, mas em vez
disso tomou o pano de mim antes que eu deixasse cair.
"Vire", ele ordenou. Eu virei e ele limpou o machucado com ele. Com ele em
pé, muito perto de mim, eu podia ver que seus olhos estavam vermelhos. Eu
também poderia sentir o álcool sobre ele. No entanto, sua mão estava mais
segura do que a minha.
Mais uma vez, ele perguntou: "Você está bem?"
"Eu não sou a única que tinha uma espada na minha garganta."
"Essa não é a pergunta que fiz. Você se machucou em outro lugar? "
"Não", eu disse, olhando para baixo. "Só talvez ... talvez meu orgulho."
"O seu orgulho?" Ele fez uma pausa para lavar a toalha. "O que isso tem a
ver com alguma coisa?"
Eu olhei para cima mas ainda assim não encontrei seus olhos.
"Eu posso fazer um monte de coisas, Adrian. E - correndo o risco de soar
egoísta - quero dizer, bem, eu posso fazer um monte de coisas que a maioria das
pessoas não pode."
Havia diversão em sua voz. "Não me diga. Você pode mudar um pneu em 10
minutos, enquanto fala grego. "
"Cinco minutos", eu disse. "Mas quando minha vida está na linha, quando a
vida dos outros estão na linha..para que eu sirvo? Eu não posso lutar. Eu estava
completamente desamparada lá fora. Justo como quando os Strigoi nos atacaram
e Lee. Eu só posso ficar e assistir e esperar pelas pessoas como Rose e Dimitri
para me salvar. Eu ... Eu sou como uma donzela dos livros de histórias."
Ele terminou de limpar meu rosto e abaixou a toalha. Ele segurou meu rosto
em suas mãos.
"A única coisa verdadeira sobre o que você acabou de dizer foi a parte sobre
a donzela das histórias e isso é só porque você é bonita o suficiente para ser
uma. Não a parte de estar em apuros. Tudo o resto que disse foi ridículo. Você
não está desamparada."
Eu finalmente olhei para cima. Em nossas conversas, Adrian não estava
usualmente a acusar-me de ser ridícula.
"Oh? Então, eu sou como Rose e Dimitri? "
"Não. Não mais do que eu sou. E, se não me falha a memória, alguém me
disse recentemente que era inútil tentar ser como as outras pessoas. Que você só
deve tentar ser você mesmo."
Fiz uma careta por ter as minhas palavras jogadas de volta para mim.
"Isso não é a mesma situação. Eu estou falando sobre como cuidar de
mim mesma, não impressionar alguém. "
"Bem, há o seu outro problema, Sage. ‘Cuidar de si mesma.’ Estes encontros
que você teve com Strigoi; malucos com espadas. Aqueles que não são
exatamente normal. Eu não acho que você deve subestimar a si mesma por não
ser capaz de lutar contra esses tipos de ataques. A maioria das pessoas não
pode. "
"Eu deveria ser capaz de," eu murmurei.
Seus olhos eram simpáticos. "Então aprenda. Essa mesma pessoa que
gosta de me dar conselho uma vez me disse para não ser uma vítima. Portanto,
não seja. Você aprendeu como fazer um milhão de outras coisas. Aprenda esta.
Tome umas aulas de auto-defesa. Consiga uma arma. Você não pode ser um
guardião, mas essa não é a única maneira de se proteger."
Um conjunto de emoções ferveu dentro de mim. Raiva. Constrangimento.
Reafirmação. "Você tem muito o que dizer para um cara bêbado.”
"Oh, Sage. Eu tenho muito a dizer, bêbado ou sóbrio. "Ele me soltou e se
afastou. Eu me senti estranhamente vulnerável sem ele perto. "O que a maioria
das pessoas não entendem é que eu sou mais coerente assim. Menos chance do
espírito me deixar louco." Ele bateu na lateral de sua cabeça e revirou seus olhos.
"Falando nisso ... Eu não vou dar nenhuma palestras sobre isso", eu disse,
feliz por mudar o tópico de mim. "Almoço com seu pai foi horrível. Eu entendi. Se
você quiser se afogar nisso, tudo bem. Mas, por favor, mantenha em mente Jil.
Você sabe o que isso faz para ela, não agora, talvez, mas mais tarde. "
O fantasma de um sorriso cintilou em seus lábios. "Você é sempre a voz da
razão. Apenas tente ouvir a si mesma de vez em quando."
As palavras eram familiares. Dimitri havia dito algo semelhante, que eu não
poderia cuidar dos outros sem cuidar de mim mesma em primeiro lugar. Se duas
pessoas tão completamente diferentes como Adrian e Dimitri tiveram a
mesma opinião, então talvez houvesse alguma razão.. Ele me deu um monte no
que pensar quando voltei para Amberwood mais tarde.
Uma das coisas boas sobre a intoxicação de Adrian era que Jil não tinha
sido capaz de testemunhar a nossa conversa. Então, no dia seguinte, durante o
almoço, quando eu dei a Jil, Eddie, e Angeline uma recapitulação do que tinha
acontecido, eu era capaz de editar a história e deixar de fora o meu próprio
colapso. As reações de Jil e Angeline foram o que eu esperava. Jil
estava preocupada e ficava perguntando mais e mais se Sonya e eu estava bem.
Angeline regalou-nos com contos de todas as coisas que ela teria feito para os
atacantes e como, ao contrário de Dimitri, ela teria os perseguido pelas ruas.
Eddie foi tranqüilo e não disse muito até que as outras duas tinham saido,
Angeline de volta para seu quarto e Jil para se preparar para a aula.
"Eu pensei que algo estava errado com você hoje", disse ele. "Especialmente
no café da manhã, quando Angeline disse que um tomate era um vegetal e você
não a corrigiu."
Eu consegui um meio sorriso de sua piada. "É. Bem, é o tipo de coisa que
fica com você. Quer dizer, talvez não para vocês. Ataques de espada aleatórios
em lugares escuros são normais para você, certo?"
Ele balançou a cabeça, o rosto sério. "Você não pode nunca ter qualquer
ataque no tranco. As pessoas que fazem chegam descuidadas. Você não tem que
se sentir mal."
Eu estava mexendo no purê de batatas e finalmente desisti. "Eu não gosto
de estar despreparada. Para qualquer coisa. Não me interprete mal. Eu estive lá
quando você e Rose lutaram contra Strigoi. Eu estava indefesa também ... mas
isso é diferente. Eles são maiores do que a vida ... além de um ser humano. Eu
realmente não esperava ser capaz de lutar. Mas o que aconteceu ontem à noite,
mesmo com a espada, foi apenas a um passo de um assalto. Mundano. E eles
eram humanos, como eu. Eu não deveria ter sido tão ineficaz ".
"Você quer que eu lhe ensine alguns truques", ele perguntou gentilmente.
Isso trouxe meu sorriso de volta. "O que você faz é um pouco maior do que a
vida também. Talvez seja melhor fazer algo um pouco mais adequado ao meu
nível. Adrian disse que eu deveria conseguir uma arma ou ter uma aula de autodefesa. "
"É um bom conselho."
"Eu sei. Assustador, não? Os Alquimistas fazer treinamento com armas, mas
eu não sou uma fã. Eu vou muito bem nas aulas e teoria, no entanto."
Ele riu. "É verdade. Bem, se você mudar de idéia, me avise. Depois de
trabalhar com Angeline, eu estou pronto para qualquer coisa. Embora ... para ser
justo, ela recuou um pouco."
Lembrei-me de minha última conversa real com ela. Sua luta e suspensão
tinha sido apenas ontem, mas senti como se fosse anos atrás.
"Ah. Eu meio que tive uma conversa com ela. "
"Que tipo de conversa", ele perguntou, surpreso. "Eu lhe disse para não se
preocupar com a minha vida pessoal. O problema é meu. "
"Eu sei, eu sei. Mas simplesmente aconteceu. Eu disse a ela que seu
comportamento estava fora de linha e que ela precisava parar. Ela estava muito
brava comigo, embora, por isso não tinha certeza se tinha feito efeito. "
"Huh. Eu acho que fez. "As próximas palavras eram obviamente uma grande
concessão. "Talvez ela não é tão ruim quanto eu pensava."
"Talvez", eu concordei. "E olhando por este caminho. Pelo menos sua
suspensão significa que você não tem que se preocupar com ela no baile."
A partir do modo como seu rosto se iluminou, ficou claro que ele não tinha
percebido isso ainda. Alguns momentos depois, ele endureceu novamente. "Se há
ataques acontecendo assim, eu vou ter que ser mais cauteloso com Jill na festa."
Eu não tinha pensado que havia alguma maneira de que Eddie poderia ser
mais cauteloso, mas provavelmente ele me provou que estava errada."
Eu meio que desejava que Angeline estivesse indo."
A maioria das minhas aulas foram me distraindo o suficiente para me impedir
de pensar muito sobre ontem à noite, mas a Sra. Terwiliger de estudo
independente foi diferente. Ela era muito quieta, muito discreta. Ela me deu um
monte de tempo em minha própria cabeça, trazendo de volta todo o medo e
insegurança que eu estava tentando ignorar. Pela primeira vez, eu copiei e anotei
os feitiços sem realmente memorizá-los. Usualmente, eu não poderia evitar. Hoje,
a minha mente não estava lá.
Estávamos quase a meio do período, quando eu finalmente sintonizei o
suficiente para realmente processar o que eu estava trabalhando. Era um feitiço
da Antiguidade Tardia que supostamente fez a vítima pensar que escorpiões
estavam rastejando sobre ele ou ela. Como tantos livros de feitiços da
Sra.Terwiliger, a fórmula foi complicada e demorada.
"Ms. Terwiliger? "Eu odiava pedir algo a ela, mas os acontecimentos
recentes pesavam demais em mim.
Ela olhou com surpresa de sua papelada. Depois da guerra fria que tinhamos
entrado ela havia se acostumado de que eu não falava a não ser que ela falasse
comigo.
"Sim?”
Toquei no livro. "Que bem fazem esses, assim chamados, feitiços
inofensivos? Como você nunca usá-los em uma briga quando eles exigem
misturas que levam dias para preparar? Se você for atacado, não há tempo para
nada disso. Quase não há tempo para pensar."
"Qual você está olhando?", Ela perguntou.
"O do escorpião."
Ela assentiu com a cabeça. "Ah, sim. Bem, isso é mais como um
premeditado. Se você tem alguém que você não gosta, você trabalha sobre este e
lançá-o. Bastante eficaz para ex-namorados, eu poderia acrescentar."
Seu rosto ficou distraído, e então ela se concentrou em mim de novo.. "Há
certamente os que seriam mais úteis no tipo de situação que você está
descrevendo. O feitiço do fogo, se você se lembrar, tinha um monte de trabalho
de preparação, mas poderia ser usado muito rapidamente. Há outros que podem
ser convertidos em aviso extremamente curto, com poucos componentes, mas
alguns, como eu disse no passado, esses tipos exigem considerável habilidade.
Quanto mais avançado o você é, menos você precisa de ingredientes. Você
precisa de muito mais experiência antes que você está em um nível para aprender
qualquer coisa assim. "
"Eu nunca disse que queria aprender qualquer coisa assim", eu atirei. "Eu só
estou ... fazendo um inquérito."
"Oh? Meu erro. Quase soava como se você estivesse, ouso dizer,
interessada. "
"Não!" Eu estava grata que a magia de cura em minha tatuagem tinha
desaparecido a maioria das contusões no rosto da noite passada. Eu não queria
que ela suspeitasse que eu poderia ter motivação séria para proteção. "Veja, é
por isso que eu nunca digo nada aqui. Você lê muito do que eu digo e apenas usa
para promover sua agenda para me atormentar. "
"Tormento? Você lê livros e bebe café aqui, exatamente o que você estaria
fazendo se não estivesse aqui? "
"Só que eu sou infeliz", disse a ela. "Eu odeio cada minuto disso. Estou
quase pronta para parar de vir e arriscar o fracasso acadêmico. Isso é doente e
retorcido... "
O último sinal do dia me cortou antes que eu dissesse algo que eu ia me
arrepender.
Quase
imediatamente,
Trey
apareceu
na
porta.
Senhorita
Terwiliger começou a guardar as coisas e olhou para ele com um sorriso, como se
tudo aqui estivesse perfeitamente normal.
"Ora, o Sr. Juarez. Que bom que você se mostrou agora, vendo como você
não poderia fazê-lo para minha classe esta manhã. "Olhando para trás, eu percebi
que ela estava certa. Trey não tinha estado em sua aula de história ou a nossa
aula de química.
"Desculpe", disse ele. "Eu tinha algumas coisas da família para cuidar."
"Assuntos familiares " foi uma desculpa que eu usava a todo momento,
embora eu duvidava de que o de Trey envolvia tomar conta de vampiros em uma
corrida alimentar de sangue.
"Você pode, uh, me dizer o que eu perdi?", Perguntou.
Ms. Terwiliger pendurou sua bolsa por cima do ombro. "Eu tenho um
compromisso. Pergunte a senhorita Melbourne, ela provavelmente pode explicar
mais profundamente do que eu posso. A porta fechará atrás de vocês quando
vocês se forem. "
Trey sentou em uma mesa próxima e puxou-a para perto da minha enquanto
eu pegava nossa tarefa de história e química, uma vez que eu pensei que ele ia
precisar deste último. Eu apontei para a mochila que tinha no chão ao lado dele.
"Em treinamento?"
Ele se inclinou para copiar as atribuições, seu cabelo escuro caindo em torno
dos lados de seu rosto. "Não perderia", disse ele, sem olhar para cima como ele
escreveu.
"Certo. Você só faltou às aulas. "
"Não julgue", disse ele. "Eu estaria lá, se eu pudesse."
Eu deixei ir. Eu certamente tive meu quinhão de estranhas complicações
pessoais. Enquanto ele escrevia, liguei meu telefone celular e descobri que eu
tinha uma mensagem de texto de Brayden. Foi uma palavra, um recorde para ele:
Jantar?
Eu hesitei. Eu estava ainda trabalhando durante a noite passada e, embora
Brayden fosse divertido, ele não era o conforto que eu precisava agora. Eu mandei
uma mensagem de volta: Não tenho certeza. Eu tenho alguns trabalhos a fazer
esta noite.
Eu queria olhar para algumas opções de auto-defesa. Essa foi a garantia de
que eu precisava. Fatos. Opções.
Brayden respondeu rápido: jantar tarde? Em Stone Grill as 8?
Eu considerei isso e então mandei uma mensagem de volta que eu estaria
lá.Eu tinha acabado de abaixar meu telefone quando outra mensagem de texto
chegou.
Inesperadamente, era de Adrian. Como tá se sentindo dps da noite passada?
Adrian era articulado nos e-mails mas ele recorria a abreviaturas nas
mensagens de texto algo que eu nunca tive coragem de fazer. Mesmo lendo era
como ouvir unhas em um quadro-negro para mim, mas algo me tocou sobre sua
preocupação, que ele estava preocupado com o meu bem-estar. Foi reconfortante.
Eu escrevi de volta: Melhor. Eu vou encontrar uma aula de auto-defesa.
Seu tempo de resposta foi quase tão rápido quanto Brayden: Deixe-me saber o
que você encontrar. Talvez eu tb tome 1.
Eu pisquei surpresa. Eu certamente não havia visto isso. Havia apenas uma
coisa que eu poderia enviar de volta: Por quê?
"Nossa", disse Trey, fechando o seu notebook. "a Srta. Popularidade.
"Coisas de família", disse eu.
Ele zombou e empurrou o notebook em sua mochila.
"Obrigado por estes. E por falar em coisas de família ... sua prima. É verdade
que ela foi expulsa? "
"Suspensa por duas semanas."
"Verdade?" Ele se levantou. "É isso? Eu pensei que seria muito pior. "
"É. Quase foi. Eu os persuadi para que pegassem leve com ela. "
Trey riu abertamente para isso. "Eu só posso imaginar. Bem, eu acho que eu
posso esperar duas semanas então. "
Eu fiz uma careta. "Para quê?"
"Para chamar ela para sair."
Eu fiquei sem palavras por alguns segundos. "Angeline", eu perguntei,
apenas no caso de que ele achava que eu tinha outra prima. "Você quer chamar
para sair a ... Angeline?"
"Claro", ele disse. "Ela é uma gracinha. Ela derrubando três rapazes e um
professor? Bem ... eu não vou mentir. Isso foi muito quente."
"Consigo pensar em um monte de palavras para descrever o que ela fez.
'Quente' não é uma delas."
Ele deu de ombros e foi para a porta. "Ei, você tem o que te atrai, eu tenho o
meu. Moinhos para você, brigas para mim. "
"Inacreditável", eu disse. No entanto, eu me perguntava se realmente era.
Supondo que todos nós tenhamos o que nos atraia. O estilo de vida de Trey é
certamente diferente do meu. Ele era dedicado ao esporte e sempre tinha
hematomas sobre ele a partir da prática, mesmo agora. Eles foram mais severos
do que o habitual. Eu não conseguia entender suas paixões mais do que ele
pudesse entender o meu amor pelo conhecimento. Meu telefone soou novamente.
"É melhor voltar para o seu fã clube", disse Trey. Ele saiu, e um pensamento
estranho me ocorreu. As contusões recentes de Trey realmente eram de
esportes? Ele continuou fazendo um monte de referências à sua família, e de
repente eu me perguntei se algo muito mais insidioso do que eu suspeitava
mantinha-o
assim.
Era
uma
ideia
preocupante,
que
eu
não tinha muita experiência.
Outro burburinho do telefone me tirou das minhas preocupações.
Eu chequei o telefone e encontrei uma outra mensagem de texto de Adrian, uma
longa que durou duas mensagens. Foi uma resposta à minha pergunta sobre ele
fazer aulas de auto-defesa.
Me dará 1 razão para evitar S&D. Além disso vc não é a única q poderia
precisar de proteção. Esses caras eram humanos e sabiam que S era vampiro.
Talvez os caçadores de vampiros sejam reais. Já pensou q Clarence pode estar
dizendo a verdade?
Olhei para o telefone em descrença, processando as palavras de Adrian e as
implicações do ataque de ontem à noite. Já pensou que Clarence pode estar
dizendo a verdade?
Não. Até aquele momento, eu não tinha.
Capítulo 12
Quando eu apareci para o meu jantar, Brayden estava sentado em uma
cabine com um laptop.
"Eu cheguei aqui cedo", explicou. "Imaginei que poderia trabalhar um pouco.
Fez o seu?"
"Na verdade, sim. Eu estava pesquisando aulas de auto-defesa. Você não
vai acreditar o que eu encontrei. "
Sentei-me a seu lado na cabine para que eu pudesse usar o seu laptop.
Como de costume, ele cheirava como café. Eu nunca me canso disso, eu decidi.
Eu dirigi-lo a um site. Eu tinha encontrado um pouco antes de vir aqui. O local
parecia que eu poderia ter feito cerca de dez anos atrás e tinha um monte de
imagens animadas nele. Escola de Defesa - Malachi Wolfe, instrutor.
"Jura?" Brayden perguntou. "Malachi Wolfe?"
"Não posso fazer nada a respeito do nome", disse. "E olha...ele ganhou uma
série de prêmios e elogios." Alguns dos prêmios foram ainda mais recentes. A
maior parte eram de pelo menos alguns anos atrás. "Aqui está a melhor parte."
Eu cliquei em um link intitulado "aulas futuras." Malachi Wolfe tinha uma agenda
muito ocupada, mas havia uma parte promissora. Ele ia oferecer um curso de a
partir de amanhã, que se reunia uma vez por semana.
"Isso não é exatamente o tipo de instrutor que eu tinha em mente," eu admiti,
"mas ele começa imediatamente."
"Não um curso muito longo", acrescentou Brayden. "Mas isso lhe daria uma
boa introdução. Por que o interesse? "
Uma imagem do beco piscou de volta em minha mente, as figuras no escuro
e o sentimento de desamparo quando eu fui empurrada contra a parede. Minha
respiração começou a aumentar, e eu tinha que me lembrar que eu não estava
mais lá.
Eu estava em um restaurante bem iluminado, com um menino que
gostava de mim. Eu estava segura.
"Assim, uh, algo que eu sinto que é importante para uma mulher aprender",
eu disse. "Apesar de ... ser aberto a homens e mulheres."
"Tentando me inscrever?" No começo eu pensei que ele estava falando
sério, mas quando eu olhei, ele estava sorrindo.
Eu sorri. "Se você quiser. Eu estava pensando em meu irmão. Ele quer fazer
isso também."
"Provavelmente é melhor se eu não fazer. Embora, eu ia levar as artes
marciais como um colégio eletivo". Brayden desligaou o seu laptop, e se moveu
para o outro lado da cabine. "De qualquer forma, você tem uma família muito
unida. Não tenho certeza se eu deveria me esforçar para isso."
"Provavelmente é uma idéia inteligente", eu concordei, pensando que ele não
sabia da missa a metade.
O jantar foi bom, como foi a nossa conversa posterior sobre termodinâmica.
Apesar do tópico fascinante, no entanto, eu encontrei a minha mente vagando
muito. Eu tinha que me concentrar de volta para o que Brayden estava dizendo. O
ataque e comentário improvisado de Adrian sobre caçadores de vampiros tinha
me dado muito o que pensar.
Ainda assim, ficamos muito tempo no restaurante. Tanto que, quando
saimos, eu vi que estava completamente escuro. Eu não tinha estacionado muito
longe e nem mesmo em um local remoto, mas, de repente, a antecipação de uma
caminhada sozinha no escuro me fez congelar. Brayden estava dizendo algo
sobre me ver na festa e então percebeu minha reação.
"O que há de errado?", Perguntou.
"Eu ..." Olhei pela rua. Dois quarteirões. É o tanto que meu carro estava
perto. Havia pessoas. E, no entanto, eu estava sufocando. "Será que você me
acompanharia até o carro?”
"Claro", ele disse. Ele nem sequer pensou duas vezes sobre isso, mas eu
estava mortificada todo o caminho. Como eu disse a Eddie e Adrian, eu
usualmente não precisava da ajuda de outros. E precisra por algo como isso era
realmente humilhante. Rose não precisaria de um acompanhante, pensei. Mesmo
Angeline não precisaria. Ela provavelmente bateria em alguns pedestres no
caminho, apenas para ficar em prática.
"Aqui estamos nós", disse Brayden, quando chegamos ao Latte. Eu me
perguntei se ele pensava menos de mim para a necessidade de um
acompanhante.
"Obrigada. Vou vê-lo no sábado? "
Ele acenou com a cabeça. "Você tem certeza que quer se encontrar lá? Eu
posso buscá-la. "
"Eu sei. E eu não me importaria de ir em seu carro. Sem ofensa, Latte. "Eu
dei ao lado do carro um tapinha reconfortante. "Mas tenho que dirigir para meu
irmão e irmã. É mais fácil assim."
"Tudo bem", disse ele. O sorriso que ele me deu foi quase tímido,
contrastando com a sua confiança com temas acadêmicos. "Mal posso esperar
para ver seu traje. Eu tenho a minha de uma companhia teatral. Não é uma
reprodução de um ideal de trajes ateniense, é claro, mas é o melhor que eu
poderia encontrar. "
Eu quase esqueci que eu tinha deixado minha roupa nas mãos de Lia.
Brayden não era o único interessado em ver o que eu estaria vestindo.
"Espero vê-lo ansiosamente", eu disse.
Depois de alguns momentos, eu me perguntava por que ele não estava indo.
Entretanto ele tinha essa timidez e insegurança, como se ele estivesse tentando
criar coragem para dizer algo. Só que, como me dei conta, falar não era o que ele
queria fazer. Com um grande show de coragem, ele se aproximou e me beijou. Foi
bom, apesar de mais uma vez um pouco satisfatório. A partir do olhar no rosto de
Brayden, no entanto, poderia ter sido enviado a novas alturas. Por que eu não
tenho a mesma reação? Talvez eu tivesse feito algo errado, depois de tudo. Ou
talvez eu era defeituosa?
"Vejo você no sábado", disse ele. Eu fiz uma nota mental para adicionar
beijar a minha lista de tópicos de pesquisa.
Voltei para Amberwood e envie uma mensagem de texto para Adrian
enquanto entrava no dormitório. Há uma classe de defesa, que começa amanhã à
noite. R$ 75. Apesar de seu interesse noite passada, eu estava um pouco cética
se ele saiu de sua depressão o suficiente para fazer algo como isto. Eu não tinha
certeza se ele estava indo para suas aulas de arte mais. Um minuto depois, recebi
a resposta: Vou estar lá. Seguida de outra mensagem: pode me adiantar o
dinheiro?
Jil estava caminhando para o dormitório, assim como eu, nós duas entrando
antes do toque de recolher. Ela nem sequer me notou e, em vez parecia
incomodada e pensativa.
"Hey," eu disse. "Jil?" Ela parou no meio do pátio e piscou surpresa ao me
ver.
"Oh, hey. Você estava com seu namorado? "
Eu estremeci. "Não tenho certeza que devo chamá-lo assim ainda.”
"Quantas vezes vocês saíram?"
"Quatro".
"Ele está levando você para a festa?"
"Vou me encontrar com ele lá."Ela encolheu os ombros.
"Soa como um namorado para mim."
"Parece que você está citando alguma coisa do guia de namoro de Kristin e
Julia.
Isso trouxe um sorriso fugaz, mas não durou muito. "Eu acho que é apenas o
senso comum."
Estudei ela, tentando ter uma idéia de seu humor. "Você está bem? Você
olhou como se algo estivesse te incomodando. É ... é Adrian? Será que ele está
chateado?" Por um momento, eu estava mais preocupada por Adrian do que por
ela.
"Não", ela disse. "Eu quero dizer, bem, sim. Mas ele está um pouco melhor.
Ele está animado sobre a aprendizagem de auto-defesa com você. "O laço nunca
deixa de me surpreender. Eu só me comuniquei com Adrian um minuto atrás.
"'Animado?'" Eu perguntei. Que parecia uma reação surpreendentemente
forte.
"É uma distração. E uma distração é a melhor coisa para ele nestes humores
", explicou ela. "Ele está chateado ainda, no entanto. Ele ainda está deprimido
com o seu pai. "
"Eu não deveria tê-lo levado a San Diego", murmurei, mais para mim do que
ela. "Se eu tivesse recusado, ele não teria sido capaz de chegar lá.
Jil parecia cética. "Eu não sei. Eu acho que ele teria encontrado uma
maneira, com ou sem você. O que aconteceu entre eles estava para acontecer
eventualmente "Ela soou incrivelmente sábia.
"Eu me sinto terrível vendo Adrian assim", disse.
"Esses humores vêm e vão para ele. Sempre acha um jeito. "Jil tinha um
olhar distante em seus olhos. "Ele tem deixado a bebida um pouco...por minha
causa. Mas, então, apenas abre-se para ... Bem, é difícil de explicar. Você sabe
como o espírito leva as pessoas a ficarem insanas? Quando ele está assim
deprimido e sóbrio, ele torna-se mais vulnerável. "
"Você está dizendo que Adrian está ficando louco?" Essa não era uma
complicação que eu estava preparada.
"Não, não exatamente." Ela apertou os lábios como ela pensava. "Ele só fica
um
pouco
disperso
...
estranho.
Você
saberá
quando
você
ver.
Ele meio que faz sentido, mas as vezes não. Se torna sonhador e divaga. Mas não
da maneira que eu faço. Tem uma, não sei, sensação mística. Mas não é
realmente mágico. É só ele ... se perdendo temporariamente. Nunca dura e, como
eu disse, você saberá quando ver. "
"Eu acho que eu já vi ..." Uma memória inesperada piscou de volta para mim,
pouco antes de Sonya e Dimitri terem chegado. Eu tinha ido até Adrian, e ele
olhou para mim estranhamente, como se ele estivesse apenas observando-me
pela primeira vez. Pensar nisso, todavia, dava calafrios em mim.
Meu Deus, Sage. Seus olhos. Como é que eu nunca percebi eles? A cor ...
como ouro derretido. Eu poderia pinta-los ...
"Meninas" Sra.Weathers estava em sua mesa, fechando as coisas para a
noite.
"Vocês precisam ir para seus quartos."
Nós assentimos obedientemente e subimos as escadas. Quando chegamos
ao andar de Jill a parei antes que ela pudesse sair.
"Ei, se Adrian não é o problema, então o que estava incomodando você
quando você chegou? Está tudo bem? "
"Hein? Ah, isso. "Ela corou de uma forma bonita. "É. Eu acho. Eu não sei.
Micah... hum, bem, ele me beijou esta noite. Pela primeira vez. E eu acho que eu
estava meio surpresa com a forma como eu me sentia sobre isso.
Fiquei surpresa que eles não tinham se beijado antes e acho que eu deveria
ser grata. Suas palavras me marcaram. "O que você quer dizer? Você se sentiu
muito menos emocionante do que você esperava? Como se você estivesse
apenas tocando os lábios de alguém? Como se você estivesse beijando um
parente? "
Ela me deu um olhar perplexo. "Não. Isso é loucura. Por que você acha
isso?"
"Hum, só adivinhando." De repente, me senti tola. Por que havia sido assim
para mim?
"Foi ótimo, na verdade." Um olhar distante veio sobre ela. "Bem, quase. Eu
não conseguia chegar a ele, tanto quanto eu queria, porque eu estava preocupada
com minhas presas.. É fácil escondê-los conversando e sorrindo. Mas não,
enquanto se beijam. E o que eu pensava era: "O que eu vou fazer se ele
perceber?" E então eu comecei a pensar sobre o que você e todos os outros,
disseram. Sobre como essa coisa com Micah não é uma boa ideia e como eu não
posso manter as coisas sem contato físico para sempre. Eu gosto dele. Eu gosto
muito dele. Mas não o suficiente para arriscar expor os Moroi ... ou colocar em
perigo Lissa. "
"Essa é uma atitude nobre."
"Eu acho. Eu não quero terminar as coisas ainda, embora. Micah é tão bom
... e eu amo todos os amigos que fiz por estar com ele. Acho que vou ver o que
acontece... mas é difícil. É uma chamada de ligação."Ela parecia tão triste quando
ela entrou em seu quarto.
Continuando para meu quarto, eu me senti mal por Jil ... mas, ao mesmo
tempo, eu estava aliviada. Eu salientei sobre seu namoro casual com Micah,
preocupada se estaríamos enfrentando algo dramático, umasituação romântica,
onde ela se recusava a deixá-lo, porque o amor deles era muito grande e
transcendeu suas corridas. Em vez disso, eu deveria ter tido mais fé nela. Ela não
era tão imatura quanto às vezes eu pensava. Jil ia perceber a verdade e resolver
isso sozinha.
Suas palavras sobre Adrian também ficaram presas comigo, principalmente
quando eu peguei ele na noite seguinte para a nossa aula de auto-defesa em
primeiro lugar.
Ele entrou no meu carro com uma atitude alegre, parecendo nem deprimido
nem louco. Ele estava, eu notei, muito bem vestido, com roupas que teria sido
uma excelente escolha para a visita a seu pai. Ele percebeu minha roupa,
também.
"Uau. Eu não acho que eu já vi você em qualquer coisa assim ... casual." Eu
vestia calça de yoga verde oliva e camiseta da Amberwood.
"A descrição da aula dizia para vestir roupas de treino confortáveis... como
eu te disse na mensagem que mandei mais cedo." Eu dei a camisa de seda crua
um olhar significativo.
"Isso é muito confortável", ele me assegurou. "Além disso, eu não possuo
nenhuma roupa de treino."
Quando eu coloquei o carro em movimento, avistei a mão esquerda de
Adrian. No início, eu pensei que ele estava sangrando. Então, eu percebi que era
tinta vermelha.
"Você está pintando de novo", eu disse em deleite. "Achei que você tinha
parado."
"Sim, bem. Você não pode ter aulas de pintura e não pintar, Sage ".
"Achei que você tinha parado."
Ele me deu um olhar de soslaio. "Quase fiz. Mas depois lembrei-me que eu
tinha convencido uma garota que se ela me deu uma chance e me meteu nessas
aulas, eu continuaria.. Isso me ensinará. "
Eu sorri e sai para o trânsito.
Eu tinha ido um pouco cedo para que Adrian e eu tivessemos tempo para
cuidar do nosso registro. Quando eu liguei para a Escola de Defesa Wolfe hoje
cedo, um homem agitado me disse que eu tinha apenas que estar com o dinheiro,
uma vez que era de último minuto. O endereço estava fora da cidade, em uma
residência que ficava numa área de grande crescimento que não fazia nenhuma
tentativa de de ser ecológica e frustrar o clima. O deserto todavia liderava aqui,
dando à casa um olhar sombrio e desolado. Se não fosse por WOLFE impresso
na caixa de correio, eu teria pensado que estavamos no lugar errado. Estacionei
na entrada – não haviam outros carros lá – e ficamos olhando.
"Este é o tipo de lugar que você vê nos filmes", disse Adrian. "Onde as
pessoas descuidadas se encontram com assassinos em série.
"Pelo menos, tem luz", eu disse. Desde o abeco, a escuridão tinha se
tornado uma ameaça totalmente nova para mim. "Não pode ser tão ruim assim.
Adrian abriu a porta do carro. "Vamos descobrir." Tocamos a campanhia e
imediatamente ouvimos os sons de latidos e pés correndo. Eu recuei
inquieta.
"Eu odeio cães mal treinados", eu murmurei para Adrian. "Eles precisam se
comportar e serem mantidos na linha."
"Assim como as pessoas em sua vida, hein?", Perguntou Adrian.
A porta se abriu, e fomos recebidos por um homem de mais ou menos uns
cinquenta anos com uma barba loira. Ele estava vestindo bermuda e uma
camiseta Lynyrd Skynyrd . Além disso, ele tinha um tapa-olho.
"Isso é incrível", eu ouvi o murmúrio de Adrian. "Além de meus sonhos."
Fiquei surpresa. O tapa-olho me fez pensar no olho de vidro de Keith, que
por sua vez me fez pensar em meu papel nele. Não era uma memória que eu
gostava de ser lembrada, e eu me perguntava as chances de me encontrar com
um outro homem de um olho só.
Esse cara cutucou a manada de cães de lado, que parecia ser algum tipo de
mistura de Chihuahua e mal conseguiu sair sem eles saírem antes que ele
fechasse a porta.
"Sim", ele perguntou.
"Estamos, uh, aqui para a aula. A classe de auto-defesa."Eu senti a
necessidade de esclarecer, no caso de ele também ensinar sobre criação de cães
ou andar em alto mar. "SouSydney, este é Adrian. Eu liguei esta manhã?
"Ah, certo, certo." Ele coçou a barba. "Você tem o dinheiro? Somente em
dinheiro."
Eu peguei 150 dolares e entreguei a ele. Por força do hábito, eu quase pedi
um recibo, mas depois pensei melhor. Ele enfiou o dinheiro no bolso de sua
bermuda.
"Tudo bem", disse ele. "Você está dentro. Vá em frente e espere na garagem
até que os outros apareçam. A porta está aberta." Ele fez um gesto em direção a
uma grande construção que parecia industrial – duas vezes o tamanho da casa do outro lado do estacionamento. Sem esperar para ver se nós cumprimos, ele
escorregou para dentro, para os cães latindo.
O interior da garagem, fiquei aliviada de ver, foi a primeira coisa aqui que
parecia que tinha alguma aparência de legitimidade. Havia tapetes limpos no chão
e espelhos em algumas das paredes. Um aparelho de TV e VHS estavam
colocadas em um canto junto com algumas fitas relacionadas com a defesa
cobertas de poeira. Um pouco mais desconcertante era uma parte da decoração,
como um par de Nunchaku penduradas na parede.
"Não toque aqueles!" Eu avisei, vendo Adrian ir em direção a eles. "Isso não
é o tipo de cara cujo coisas você quer mexer."
Adrian manteve suas mãos longe "Você acha que aprenderemos a usar
isso?"
"As armas não estavam na descrição da aula. É sobre a base de auto-defesa
e mão-a-mão".
"Por que se preocupar, então?" Adrian passou ao longo de uma caixa de
vidro exibindo vários tipos de soqueiras. "Esse é o tipo de coisa que Castille faz
todo dia. Ele poderia ter nos mostrado."
"Eu queria alguém um pouco mais acessível", eu expliquei.
"O que, como o capitão McShorts Tropical lá atrás? Onde demônios você o
encontrou, afinal? "
"Só fiz uma pesquisa na Internet." Sentindo a necessidade de defender a
minha pesquisa, eu acrescentei: "Ele é altamente recomendado."
"Por quem? Long John Silver? "Apesar de tudo, eu ri.
Durante a meia hora seguinte, o resto de nossa classe chegava. Uma era
uma mulher que parecia ter uns 70. Outra foi uma mãe que tinha acabado de ter
seu quarto filho e decidiu que ela precisava "aprender a protegê-los." As duas
últimas mulheres da classe estavam em seus vinte e poucos anos e usavam
camisetas com frases de poder feminino. Adrian e eu éramos os mais jovem do
grupo. Ele era o único homem, sem contar com o nosso instrutor, que pediu que
nós simplesmente nos referissemos a ele como Wolfe.
Eu estava começando a ter um mau pressentimento sobre tudo isso,
particularmente quando a aula começou. Os seis de nós sentamos no chão,
enquanto Wolfe inclinou-se contra um dos espelhos e olhou para cima de nós.
"Se você está aqui," ele começou. "Você provavelmente quer aprender a
usar aqueles imediatamente." Ele apontou para os Nunchaku.
Eu peguei a visão do rosto de Adrian no espelho. Sua expressão disse: Sim,
isso é exatamente o que eu quero aprender.
"Bem, muito ruim", disse Wolfe. "Vocês não vão usá-los. Não nesta classe,
de qualquer maneira. Ah, eles têm seus usos, acredite. Me salvou mais de uma
vez quando eu estava caçando com arco no Alasca, há alguns anos. Mas se você
prestar atenção no que eu vou ensinar a você, você não vai precisar escolher
aqueles acima, já que não temos um problema de alce raivoso aqui em Palm
Springs."
A nova mamãe levantou a mão. "Você usou Nunchaku em um alce?
Wolfe tinha um olhar assombrado em seus olhos. "Eu usei todo tipo de
coisas com esse bastardo. Mas isso não é nem aqui nem agora. Porque essa é a
coisa. Com um pouco de senso comum, você não vai precisar de armas. Ou
punhos. Você."
Para minha surpresa, Wolfe apontou para mim e me encarou com um olhar
de aço, o olhar de um olho só.
"O que eu disse para você fazer quando você chegou?" Engoli em seco.
"Dar-lhe o dinheiro, senhor."
"E depois?"
"Você nos disse para esperar aqui fora."
Ele acenou com a cabeça em satisfação, de forma que aparentemente minha
resposta do óbvio tinha ido bem. "Nós estamos a duas milhas de quaisquer outras
casas e cerca de um quilômetro da rodovia. Você não me conhece, e vamos
encarar, este lugar se parece com algo saído de um filme de serial killer."
Com o canto do meu olho, vi Adrian me lançar um olhar triunfante. "Eu
enviei vocês a um edifício remoto, sem janelas. Você entrou. Você olhou ao redor
quando entrou aqui?? Será que você analisou o ambiente antes de entrar? Será
que você verificou todas as saídas?"
"Eu..."
"Não, claro que não", ele interrompeu. "Ninguém nunca faz. E essa é a
primeira regra de auto-defesa. Não assuma nada. Você não tem que viver sua
vida em medo, mas saiba o que está ao seu redor. Seja esperto. Não vá
cegamente em becos escuros ou estacionamentos. "
E assim, eu estava viciada.
Wolfe foi surpreendentemente bem preparado. Ele tinha um monte de
histórias e exemplos de ataques, aqueles que mantiveram a lembrar-me: os seres
humanos são algumas das criaturas mais cruéis lá fora, não vampiros. Ele nos
mostrou fotos e diagramas de vários locais inseguros, apontando vulnerabilidades
e fornecendo conselhos muito prático que deveriam ser óbvio para a maioria das
pessoas, mas não era. Quanto mais ele falava, mais tola eu me senti sobre o que
tinha acontecido com Sonya. Se esses caras queriam atacar Sonya com suficiente
intensidade, eles teriam encontrado uma maneira de alguma forma. Mas havia
algumas coisas que eu poderia ter feito para ser mais cautelosa e, possivelmente,
evitar o confronto que aconteceu aquela noite. Essa ideia acabou por ser uma
grande parte da filosofia de Wolfe: evitar perigo em primeiro lugar.
Mesmo quando ele finalmente mudou-se para discutir alguns movimentos
básicos, a ênfase foi em usá-los para fugir, não para machucar e derrubar seu
adversário no chão. Ele deixou-nos praticar alguns destes movimentos na última
meia hora da aula, colocou-nos para trabalhar com os colegas e um manequim já
que não queríamos ferir uns aos outros.
"Graças a Deus", disse Adrian, quando eclodiu a prática.
Ele e eu éramos parceiros. "Eu pensei que eu ia chegar a uma aula de luta
para aprender a não lutar."
"Mas ele está certo", disse eu. "Se você pode evitar a luta, tanto melhor."
"Mas e se você não pode?", Perguntou Adrian. "Como com seus amigos
espadachins? O que você faz quando você está em apuros? "
Eu dei um golpe no rosto do nosso manequim sem expressão.. "É para isso
que isso é".
O principal movimento que Wolfe ensinou hoje era sobre a forma de se livrar
de alguém se fossemos agarrados por trás. Ele tinha um par de técnicas que não
eram muito mais complexo do que golpes de cabeça ou batendo nos pés. Adrian e
eu revezamos sendo o atacante enquanto a vítima praticava manobras em
movimento lento e com quase nenhum contato com os nossos parceiros. Isso era
o que os bonecos eram. Eu era uns treze centímetros menor do que Adrian e
parecia bastante improvável como um atacante, o que nos fez rir cada vez que eu
fiz um movimento. Wolfe castigou-nos por não ser sérios o suficiente, mas nos deu
notas altas por aprender as técnicas.
Isso me fez sentir um pouco arrogante, o suficiente para que, quando Adrian
se virou de costas para pegar uma garrafa de água, eu fui sorrateiramente por trás
e atirei meus braços em volta dele, imobilizando os seus.
Wolfe havia mostrado como quebrar esse tipo de agarro, e eu sinceramente
pensei que Adrian tinha me visto chegar o suficiente para escapar antes mesmo
de eu o tocar. Aparentemente não. Ele congelou, e por um momento, ficamos
presos
no
tempo.
Eu
podia
sentir
a
seda
de
sua
camisa
contra
minha pele e do calor de seu corpo. O cheiro persistente da cara colônia que ele
usava flutuou em torno de mim. Não havia cheiro de fumaça. Eu sempre lhe disse
que a colônia não poderia valer a pena o que ele gastava, mas, de repente, eu
reconsiderei. Foi incrível.
Eu estava tão repleta de sobrecarga sensorial que fui apanhada
completamente inconsciente quando ele me afastou.
"O que você está fazendo?", Exclamou. Eu pensei que ele ficaria
impressionado com o meu ataque furtivo, mas não havia nem aprovação nem
humor em seu rosto. Meu próprio sorriso desapareceu.
"Testando se você poderia lidar com um ataque surpresa." Meu tom foi
hesitante. Eu não sabia o que eu tinha feito de errado. Ele parecia desconfortável.
Quase chateado. "O que foi? "
"Nada", ele disse rispidamente. Por um momento, os olhos fixos em mim
com uma intensidade que me deixou sem fôlego. Então, ele desviou o olhar, como
se ele não poderia suportar me olhar. Eu me senti mais confusa do que nunca.
"Nunca pensei que veria o dia em que você jogaria seus braços em torno de
um vam-alguém como eu."
Eu mal notei seu descuido público. Suas palavras me deixaram surpresa. Ele
estava certo. Eu havia o tocado sem nem pensar nisso e não apenas um aperto
de mão Moroi formal, como de costume. Claro, foi no contexto de nossa aula, mas
eu sabia que eu nunca poderia ter feito isso há alguns meses. Tocá-lo agora
parecia perfeitamente natural. Era por isso que ele estava chateado? Ele estava
preocupado pelos Alquimistas e por mim?
Wolfe passou por nós. "Bom trabalho, garota." Ele deu um tapa atrás de
Adrian que fez seus dentes rangerem. "Você estava totalmente despreparado para
ela."
Isto parecia angustiar Adrian ainda mais, e eu poderia jurar que o ouvi
murmurar:
“Isso é certeza."
Algo da arrogância de Adrian volotu quando estávamos no carro, mas ele se
manteve quieto e pensativo. Eu novamente tentei descobrir sua mudança de
humor.
“Você precisa parar no Clarence para sangue? "Talvez a aula tivesse
esgotado ele.
"Não", disse ele. "Não quero que você chegue tarde. Mas talvez ... talvez
você pode vir por este fim de semana, e podemos fazer uma viagem em grupo
ali?"
"Eu tenho a festa no sábado", disse desculpando-me. "E eu acho que Sonya
vai levar Jill ao Clarence amanhã depois da escola. Provavelmente ela pode pegar
você também ".
"Eu acho", disse ele. Ele parecia desapontado, mas um dia não era muito
tempo para esperar por sangue. Talvez ele estivesse com medo de Sonya recrutálo para experimentos de novo. O que não seria uma coisa ruim, pensei. De
repente, ele se levantou de seu desleixo.
"Falando de Sonya ... Eu estava pensando em algo mais cedo. Algo que
Wolfe disse. "
"Por que, Adrian. Você estava prestando atenção depois de tudo? "
"Não comece, Sage", alertou. "Wolfe é louco, e você sabe disso. Mas
quando ele estava dando suas palavras de sabedoria, ele mencionou coisas sobre
não dar informações pessoais a estranhos e como as vítimas são muitas vezes
demarcadas com antecedência. Lembra-se? "
"Sim, eu estava lá", eu disse. "Tipo a uma hora atrás."
"Certo, então. Esses caras que atacaram você e Sonya pareciam saber que
ela era uma vampira, o tipo errado, mas ainda assim. O fato de que eles
apareceram com uma espada implica que eles fizeram alguma pesquisa. Quer
dizer, é possível que eles só notaram ela na rua um dia e foi como, 'Oh, vampiro.’
Mas talvez eles estão vigiando ela por um tempo. "
Notado ela na rua ... Engoli em seco quando um milhão de peças vieram em
minha mente de uma só vez.
"Adrian, você é um gênio."
Ele estremeceu de surpresa.
"Espere. O que? "
"A semana antes do ataque. Sonya e eu tinhamos ido buscar o jantar, e
fomos parados por um cara aleatório que alegou que ele a conhecia de Kentucky.
Ela estava muito assustada porque ela era um Strigoi todo o tempo que ela estava
lá, e, obviamente, ela não saia com os seres humanos naquela época.
Adrian teve alguns momentos para pensar no que eu disse.
"Então ... você está dizendo que eles estão vigiando ela por um tempo."
"Na verdade, você está dizendo isso."
"Certo. Porque eu sou um gênio. "
Mais silêncio enquanto ambos consideravamos as implicações da situação
de Sonya. Quando Adrian falou de novo, seu tom não era tão claro.
"Sage ... a noite passada. Você nunca reconheceu meu comentário sobre
caçadores de vampiros. "
"Os alquimistas não têm registros de caçadores de vampiros modernos", eu
disse automaticamente. "Meu pai disse uma vez que ocasionalmente, algum ser
humano aleatório descobre a verdade. Eu imaginei que o ataque era algo como
que não algum grupo organizado ou grande conspiração.”
"É remotamente possível que de alguma forma, em algum lugar, os
Alquimistas possam ter perdido alguma coisa? E o que você quer dizer com
'moderno', exatamente? "
A História Alquimista havia sido instruída quase tanto como as filosofias que
presidiram nossas ações. "Há muito tempo atrás, como, na Idade Média - quando
os Alquimistas estavam se formando - um monte de facções tinham ideias
diferentes sobre como lidar com vampiros. Ninguém pensou que os seres
humanos deveriam associar-se com eles. Aqueles que eventualmente formaram
meu grupo decidiram que a melhor maneira era trabalhar com Moroi apenas o
suficiente para mantê-los separados dos humanos. Mas havia outros que não
gostavam dessa abordagem. Eles pensaram que a melhor maneira de manter os
seres humanos livre era erradicar os vampiros, através de qualquer meio." Eu
estava contando com fatos novamente, minha armadura de idade. Se eu
afastasse esse argumento, então eu não teria que reconhecer o que significaria
que houvessem pessoas ativamente caçando Moroi.
"Soa como caçadores de vampiros para mim", Adrian apontou.
"Sim, mas não tiveram sucesso. Havia apenas vampiros demais, Moroi e
Strigoi, para um grupo como este. Os últimos registros que temos deles são de,
oh, eu diria que a Renascença. Esses caçadores eventualmente desapareceram."
Mesmo eu ouvi a incerteza na minha voz.
"Você disse que a espada tinha símbolos de alquimia sobre ela."
"Antigos"
"Velho o suficiente para ser a partir do momento que o grupo dissidente foi
rompido?"
Eu suspirei. "Sim. Aquele velho. "
Eu queria fechar meus olhos e afundar no meu lugar.. Rachaduras estavam
aparecendo na minha armadura. Eu não estava inteiramente certa de que poderia
aceitar a idéia de caçadores de vampiros, mas eu já não podia descartar a
possibilidade. Eu podia ver Adrian me estudando com o canto do meu olho.
“Por que o suspiro?"
"Porque essas são coisas que eu deveria ter compreendido mais cedo.” Ele
parecia muito satisfeito com o reconhecimento.
"Bem, você não acredita em caçadores de vampiros. Torna realmente difícil
considerá-los uma ameaça real quando você opera em um mundo de fatos e
dados, hein? Mas então ... como é que eles ficaram sob seu radar por tanto
tempo? "
Agora que Adrian me deu as sementes, minha mente já estava trabalhando a
ideia.
"Porque eles matam apenas Strigoi, see estes caçadores realmente existem.
Se algum grupo estivesse matando Moroi, seu povo notaria. O Strigoi não estão
organizados da mesma maneira, e mesmo se eles perceberam, não é como se
eles estivessem indo denunciar a matança para nós. Além disso, Strigoi são
assassinados por Moroi e dhampirs todo tempo. Uns poucos mortos seriam
apenas associados a vocês, se alguém os encontrou. Atire um Strigoi
no sol, e você nunca saberá que ele estivera ali. "
Alívio passava por mim na minha conclusão. Se um grupo como este
existisse, eles não poderiam estar matando Moroi. No entanto, caçar Strigoi
continuava sendo perigoso. Somente Alquimistas poderiam ser confiáveis para
lidar com a morte desses demônios e mantê-los em segredo de seres humanos.
"Você poderia perguntar sobre outros caçadores para os Alquimistas?"
Adrian perguntou.
"Não, ainda não. Eu poderia ser capaz de cavar através de alguns registros,
mas eu nunca poderia trazer isso oficialmente. Eles iam ficar com a teoria do meu
pai... teoria de que era apenas um raro e aleatório grupo de humanos. Em
seguida, eles iriam rir de mim. "
"Você sabe quem não iria rir de você?"
"Clarence", ambos disseram em uníssono.
"Não é uma conversa que eu ansio ter," eu disse, cansada. "Mas ele pode
realmente saber alguma coisa depois de tudo. Toda sua paranóia poderia ser útil.
Toda a segurança em casa? Se esse grupo realmente está atrás de Sonya, então
ela pode estar em perigo ainda maior do que imaginávamos. "
"Precisamos dizer a Belikov. Ele se destaca na coisa de proteção. Ele não
vai dormir se convencê-lo de que ela está em apuros, que parece provável após o
ataque de espada."
Eu percebi que esta era a primeira vez que Adrian já tinha falado sobre
imitri sem amargura. Na verdade, as palavras de Adrian soou como um legítimo
elogio. Ele acreditava na habilidade de Dimitri. Eu não disse nada sobre a minha
observação, no entanto. Se Adrian estava indo para superar seu ódio de Dimitri,
que precisava vir gradativamente e sem qualquer ‘ajuda’ de fora.
Deixei Adrian com planos para falar mais tarde. Quando voltei para
Amberwood, fui imediatamente sinalizada para baixo pela Sra. Weathers. E
agora? Eu estava pronta para ouvir que Angeline tinha botado fogo em alguma
coisa. Em vez disso, o rosto da Sra.Weathers parecia calmo, agradável, mesmo e
me atrevi a esperar o melhor.
"Algumas coisas vieram para você, querida", disse ela. A partir de um
escritório pequeno atrás de sua mesa, ela tirou dois cabides com sacos plásticos
zipados sobre eles. "Uma pequena e energética mulher deixou isso. "
"Lia". Levei os cabides, perguntando o que eu iria encontrar dentro.
"Obrigada."
Eu comecei a me afastar, mas a Sra. Weathers falou de novo. "Só mais uma
coisa. Ms. Terwiliger deixou algo para você também." Eu tentei manter meu rosto
neutro. Eu já estava afogada nas mais recentes atribuições da Sra. Terwiliger. E
agora? Sra.Weathers me entregou um envelope grande que parecia que tinha um
livro nela. Rabiscado no lado exterior estava: Isto não é trabalho de classe. Talvez
você não odeie isso.
Agradeci a Sra.Weathers novamente e peguei meu curso para o meu quarto.
Depois de depositar os figurinos minha cama, eu prontamente rasguei o envelope.
Algo sobre sua nota me fez sentir desconfortável. Eu não estava completamente
surpresa ao ver que era um outro livro de feitiços. O que me surpreendeu foi que
ao contrário dos outros que havia lido para ela, este era novo. Moderno. Não havia
editor listado nele, então provavelmente era algum projeto de casa, mas tinha sido
claramente impresso e encadernado dentro dos últimos anos. Isso foi
surpreendente. Eu nunca perguntei a Sra. Terwiliger incisivamente sobre seus
amigos e seu estilo de vida, mas sempre tinha assumido que eles estavam lendo
os velhos volumes empoeirados que ela tinha me feito traduzir e copiar. Que eles
possam estar trabalhando a partir de seus próprios livros novos e atualizados
ainda não tinha passado pela minha cabeça, embora deveria ter.
Eu não tinha tempo para me castigar, mas não, uma vez que eu dei um olhar
para o título do livro. A Adaga Invisível: Magias práticas para ataque e defesa.
Passando as páginas, vi que os feitiços eram exatamente como o título sugeria,
mas escrito de uma forma mais moderna do que eu estava acostumada. Suas
origens foram citados, tempos e lugares. Aqueles variavam muito, mas o que não
era diferente, era a eficiência. Todos eram tipos de feitiços que poderiam ser
lançados em muito pouco tempo ou aqueles que poderiam ser feitos com
antecedência para efeitos destrutivos, como aquele do fogo. Esses eram
exatamente os tipos de feitiços que eu estava pedindo a Sra.Terwiliger.
Irritada, eu coloquei o livro de novo no envelope. Como ela ousa tentar
seduzir-me com isso? Será que ela acha que isso iria compensar tudo o que ela
me fez passar? A Sra.Weathers todavia estaria lá embaixo, e eu tinha a ideia de
devolver o livro e dizer que tinha sido enviado para mim por engano. Ou eu
poderia simplesmente deixá-lo na mesa da Sra. Terwiliger no início da manhã.
Agora desejava não tê-lo aberto. “Retornando ao remetente" fechado teria feito
uma declaração poderosa, que ela não ia me enganar em seu anel mágico por
encontrar um tema de interesse para mim.
A Sra. Weathers sabia sobre a minha ligação com a Sra. Terwiliger, porém, e
simplesmente me disse para devolvê-lo amanhã, quando eu tentei lhe devolver
esta noite. Então, eu tenho que ficar com isto até amanhã. Eu me consolava por
ter um pouco de fita. Eu não poderia desfazer a abertura do envelope, mas não
seria algo psicologicamente calmante sobre selar ele.
No entanto, como eu comecei a desenrolar a fita, minha mente girou de volta
para minha noite com Adrian e Wolfe. Wolfe me acalmou um pouco em suas
lembranças constantes de que a maioria dos ataques eram aleatórios e veio de
descuido por parte da vítima. Sabendo o que procurar me fez sentir poderosa. Ele
havia mencionado ataques de natureza mais premeditado ou pessoal, mas
aqueles que claramente não eram seu foco. No entanto, eles me trouxeram de
volta à minha conversa com Adrian. E se era verdade as histórias de Clarence? E
se caçadores de vampiros eram reais? Nós sabíamo que o ataque a Sonya não foi
aleatório, mas se ela realmente estava lidando com alguma facção que existia
desde a Idade Média ... Bem, então. Meus medos e de Adrian estavam corretos.
Eles provavelmente viriam para ela novamente. Nenhuma quantidade de evitar
pontos de estacionamento isolados ou caminhar confiantemente iriadetê-los.
Eu olhei para o envelope e decidi não selá-lo ainda.
Capítulo 13
Dia do baile, eu considerei seriamente voltar para a loja de roupa e comprar
o traje branco.
O vestido de Lia era...um pouco mais do que eu esperava.
Ela tinha feito um bom trabalho de copiar o estilo de túnica usada na Grécia
antiga, eu daria isso a ela. O vestido era sem mangas, presa em meus ombros e
descia pela linha baixa de meu colo em um decote menor do que eu estava
confortável. O vestido foi até o chão, e ela de alguma forma havia feito da minha
altura perfeitamente sem medir em mim. Que foi onde o histórico de semelhança
terminava. O material era algum tipo de tecido, seda fluindo em torno de mim e
mostrou minha figura melhor do que você esperaria de um vestido assim para
mim. Seja qual for o material era...não era nada que os gregos poderiam ter
produzido, e era...vermelho.
Eu não conseguia me lembrar da última vez que eu tinha usado vermelho.
Talvez quando eu era criança. Claro, as variações dos uniformes da Amberwood
às vezes tinha Borgonha neles, mas era um tom suave. Este era brilhante,
flamejante, escarlate. Eu nunca usei cores tão intensas. Eu não gostava da
atenção que atraiu. Ampliando foi a quantidade de ouro que ela tinha trabalhado
para o vestido. Fio de ouro dançava ao longo da borda do tecido vermelho
brilhante à luz. A correia era dourada demais e não o plástico barato de costume.
Os pinos que prendem o vestido eram de ouro (ou, pelo menos, um metal de alta
qualidade, que parecia ouro), mais os acessórios que ela tinha fornecido: um colar
e brincos feitos de moedas pequenas. Ela até me deu um pente de ouro com
pequenos cristais vermelhos sobre ele.
Eu provei no meu quarto do dormitório olhando para o vestido vermelho
brilhante, que era.
"Não", eu disse em voz alta.
Alguém bateu na minha porta, e eu fiz uma careta. Levaria uma eternidade
para mudar o vestido elaborado, então eu não tinha escolha a não ser atender no
traje. Felizmente, era Jil. Ela abriu a boca para falar e então ficou em silêncio
quando ela me viu.
"Eu sei", eu disse. "Isso é ridículo."
Ela se recuperou alguns segundos mais tarde. "Não ... não! É incrível. Oh,
meu Deus".
Corri para o quarto dela antes que nossos colegas podiam me ver. Ela
também estava vestida para o baile, em uma confecção de fadas de material
transparente azul pálido que parecia perfeito em seu corpo Moroi.
"É vermelho," eu disse a ela. No caso de que não era óbvio, acrescentei: "Eu
nunca uso vermelho."
"Eu sei", disse ela, com os olhos arregalados. "Mas você deve. Parece
incrível em você. Você deve queimar toda a sua roupa cinza e marrom."
Eu balancei a cabeça. "Eu não posso usar isso. Se sairmos agora, há tempo
para ir até a loja de roupa e pegar uma outra coisa."
Jil saiu de seu estado reverente e assumiu um olhar inflexível e feroz que
parecia um pouco extremo para a situação. "Não. Absolutamente não. Você está
usando isso. Vai explodir o seu namorado a distância. E você deve colocar um
pouco mais de maquiagem, eu sei, eu sei. Você não gosta de nada louco, mas
apenas escurecer o delineador e colocar um pouco de batom. Só um pouco. Você
tem que combinar com a intensidade do vestido."
"Você vê? Esta cor já está causando problemas." Ela não recuaria.
"Vai levar um minuto. E é tudo que temos. Se não sair logo, vamos
nos atrasar. Seu namorado sempre chega cedo, né?"
Eu não respondi imediatamente. Ela tinha-me lá. Brayden sempre chegava
cedo, e, tanto quanto o traje me doeu, eu não podia suportar a ideia de fazê-lo
esperar, especialmente já que ele não seria capaz de entrar na dança sem um
estudante de Amberwood.
"Tudo bem", eu disse, com um suspiro. "Vamos".
Jil sorriu triunfante.
"Mas primeiro a maquiagem."
Eu concedi a maquiagem e então, no último minuto, acrescentei meu colar
de cruz. Ele não combinava com o tema e foi imediatamente tragado pela jóia de
ouro mais extravagante, mas isso me fez sentir melhor. Era um pouco de
normalidade.
Quando finalmente saimos, encontramos Eddie nos esperando no lobby. Ele
estava vestido com roupas normais, seu único assessório de Haloween era uma
máscara branca que me fez lembar de O Fantasma da Ópera. Eu estava meio
tentada a perguntar se ele tinha um segundo para que eu pudesse fazer uma
mudança de guarda-roupa rápido e ir só com uma máscara.
Ele saltou da sua cadeira, seu rosto sonhador quando viu Jil em sua glória,
azul etérea. Honestamente, como ninguém mais poderia ver como ele era louco
por ela? Era tão dolorosamente óbvio. Ele bebeu-a com os olhos, olhando como
se ele poderia desmaiar ali mesmo. Então, ele jogou seu olhar para mim e me
olhou de cima a baixo. Sua expressão não estava apaixonado tanto quanto
confuso.
"Eu sei, eu sei." Eu já podia ver o padrão de hoje à noite se formando. "É
vermelho. Eu nunca uso vermelho. "
"Você deveria", disse ele, ecoando Jil. Ele olhou entre mim e ela e balançou
a cabeça. "Pena que estamos aparentados. Senão eu pediria a vocês para
dançar. Vendo como a minha prima já quer sair comigo, porém, acho que não
devemos começar mais rumores."
"Pobre Angeline", disse Jil, enquanto caminhávamos para o meu carro. "Ela
realmente queria ir."
"Vendo como deve ter alto falantes lá, é provavelmente melhor que ela não
vai", eu disse.
Eddie parou quando chegamos Latte. "Posso dirigir? Eu sinto que eu deveria
ser o motorista da noite. Vocês parecem da realeza." Ele sorriu para Jil. "Bem,
você sempre é da realeza. " Ele abriu uma das portas traseiras e fez uma
reverência. "Depois de você, milady. Estou aqui para servir."
O prático e estóico Eddie raramente dava esses espetáculos dramáticos, e
eu podia dizer que pegou Jil desprevenida.
"Ob-obrigada",
disse
ela,
ficando
no
banco
de
trás.
Ele
ajudou
ela a colocar a saia para dentro e ela olhou para ele com admiração, como se ela
nunca tivesse notado ele antes. Depois disso, eu não poderia negar o seu pedido
e dei-lhe as chaves.
O baile de Haloween estava sendo realizado em um hal muito bonito ao lado
de alguns jardins botânicos. Eddie e eu verificamos esta semana para que ele
pudesse determinar a sua segurança. Micah encontraria Jill ali, embora por razões
diferentes de Brayden. Os ônibus estavam sendo supervisionados já que a maioria
dos alunos da escola estava indo para o baile dessa forma. Veteranos como Eddie
e eu fomos tinhamos permissão para ir com nosso próprio meio de transporte,
juntamente com a família, como Jil. Nada podia, tecnicamente saber se Micah a
levaria de volta mais tarde, mas, por enquanto, ela só podia sair do campus com a
família.
"Espero que eu esteja pronta para isso", eu murmurei, como se puxada para
dentro do estacionamento. O vestido tinha me distraído tanto que eu não tinha tido
tempo para refletir sobre minha outra preocupação: ir a um baile.
Todos os meus velhos anseios sociais retornaram. O que fazer? O que era
normal aqui? Eu não tinha tido a coragem de perguntar a qualquer um dos meus
amigos.
"Vai ficar bem", disse Eddie. "Seu namorado e Micah ficarão sem palavras."
Eu desprendi o cinto de segurança. "Essa é a terceira vez que eu ouvi
'Seu namorado. "O que está acontecendo com isso? Por que ninguém diz o nome
do Brayden?"
Nenhum deles respondeu imediatamente. Finalmente, Jil disse timidamente:
"Porque nenhum de nós pode se lembrar."
"Oh, vamos lá! Eu esperaria isso de Adrian, mas não de vocês. Não é um
nome raro."
"Não", admitiu Eddie. "Mas há apenas uma coisa assim ... Eu não sei.
Memorável sobre ele. Fico feliz que ele te faz feliz, mas eu simplesmente saio de
sintonia sempre que ele começa a falar."
"Eu não posso acreditar nisso", eu disse.
Brayden estava esperando na frente para nós, sem dúvida, deveria estar lá
por pelo menos dez minutos. Meu estômago vibrou como ele me olhou dos pés à
cabeça. Ele não fez nenhum comentário, embora seus olhos se arregalaram um
pouco. Foi bom ou ruim? Eu mostrei minha carteira de estudante para tirá-lo na
porta, e Jil quase imediatamente juntou-se a Micah.
A breve chama romântica de Eddie se foi e ele entrou em modo de negócios.
Um breve olhar de dor cruzou seu rosto, desaparecendo tão depressa como tinha
aparecido. Eu toquei seu braço.
"Você vai ficar bem?" Eu perguntei em voz baixa.
Ele sorriu de volta. "Vou estar bem. Apenas vou me divertir."
Ele foi embora, logo se perdendo na multidão de estudantes. Isso me deixou
sozinha com Brayden. Silêncio caiu entre nós, o que não era incomum. Às vezes,
nos levava alguns minutos para aquecer e começar a conversa.
"Então", disse ele, enquanto caminhávamos mais para dentro. "Você tem um
DJ. Gostaria de saber se seria isso ou uma banda ao vivo."
"Nossa escola só tinha uma experiência ruim com uma banda ao vivo," eu
disse, pensando em Angeline.
Brayden não pressionou para obter mais detalhes e, em vez disso olhou em
volta para a decoração. Teias de aranha falsas e luzes cintilantes estavam
espalhados perto do teto. Esqueletos de papel e bruxas penduradas nas paredes.
Em uma mesa distante, os alunos estavam se servindo de ponche num caldeirão
gigante de plástico.
"Incrível, não é?", Disse Brayden. "Como um feriado pagão celta se tornou
um evento comercial."
Eu balancei a cabeça."
E um muito secular. Bem, além de tentar combinar com o Dia de Todos os
Santos."
Ele sorriu para mim. Eu sorri de volta. Estávamos em segurança no território
acadêmico familiar.
"Você quer provar o ponche?", eu perguntei. Alguma canção rápida e pesada
estava tocando, atraindo um monte de gente para a pista de dança. Dança rápida
não era realmente meu estilo. Eu não sabia se Brayden gostava e eu tinha medo
que ele quisesse que nos juntássemos a eles.
"Claro", ele disse, parecendo aliviado de ter um propósito. Algo me disse que
ele tinha tido tantas danças quanto eu tinha: nenhuma. O ponche nos forneceu
uma razão para discutir sobre açúcar vs adoçantes artificiais, mas meu coração
não estava nele. Eu estava muito preocupada com outra coisa. Brayden não havia
dito uma palavra sobre o meu vestido, e isso me deixava ansiosa. Ele havia ficado
tão chocado quanto eu? Estava ele educadamente segurando seus verdadeiros
pensamentos? Eu não podia esperar elogios se eu não estava dando a ele, então
eu decidi dar o passo.
"Seu figurino é ótimo", eu disse. "Isso é da companhia de teatro, certo?"
"Sim." Ele olhou para baixo e alisou as dobras de sua túnica. "Não é
inteiramente preciso, é claro, mas deu pra fazer." A túnica era na altura do joelho,
preso em um ombro, e feita de uma leve lã esbranquiçada. Ele tinha uma capa de
lã sobre ele tingido de um marrom escuro que era preciso para o período. Mesmo
com a capa, uma quantia justa de seus braços e peito estavam expostos,
mostrando o corpo de um corredor com uma ligeira musculatura. Eu sempre achei
que ele era bonito, mas não foi até o momento que eu percebi que ele poderia ser
quente. Eu esperava que isso provocasse um sentimento mais forte em mim, mas
isso não aconteceu. Ele estava esperando que eu dissesse alguma coisa. "O meu
não é inteiramente, um, preciso também."
Brayden estudou o vestido vermelho de uma forma muito clínica.
"Não", ele concordou. "Não de todo. Bem, o corte não é muito longe, eu
suponho." Ele pensou por alguns instantes mais. "Mas eu ainda acho que é muito
bonito em você."
Eu relaxei um pouco. Vindo dele, "muito bonito" foi um grande elogio.
Embora muitas vezes ele tinha muito a dizer sobre cada tópico ele era econômico
com as palavras quando se tratava de emoções. Eu não deveria ter esperado algo
mais do que uma simples declaração de fatos, de modo que este foi um grande
negócio.
"Whoa, Melbourne. Onde você estava se escondendo? "Trey veio até nós e
começou a encher generosamente um copo com o ponche verde fluorescente.
"Você parece bem e quente." Ele atirou a Brayden um olhar de desculpas. "Não
tome isso da maneira errada. Apenas estou dizendo como é."
“Entendido", disse Brayden. Não pude deixar de sorrir. Trey tinha se
comportado estranhamente em torno de mim nos últimos dias ou algo assim, e foi
bom vê-lo de volta ao normal.
Trey me deu um outro olhar de admiração e, em seguida, virou-se para
Brayden.
"Hey, veja. Nós dois temos togas. Os romanos mandam! "Ele levantou a mão
para chocar com a de Brayden, mas não recebeu.
"Esta é uma túnica grega," Brayden explicou pacientemente. Ele estudou a
toga caseira de Trey, que olhou desconfiado como se tivesse sido feita a partir de
uma folha de cama. "Isso é, hum, não."
"Grega, romana." Trey encolheu os ombros. "Qual é a diferença?"
Brayden abriu a boca, e eu sabia que ele estava prestes a explicar
exatamente qual era a diferença. Eu rapidamente interferi
"Fica bem em você", disse a Trey. "Parece que todas aquelas horas de
musculação renderam e eu finalmente começo a ver a tatuagem." Como Brayden,
a túnica de Trey foi estendida sobre um ombro, dando um vislumbre de sua parte
inferior das costas. Trey, como metade da escola, tinha uma tatuagem. Mas ao
contrário do resto, a sua não tinha sido parte da alta de indução, os vampiros
sinistros de sangue que tinham varrido o corpo discente. A de Trey era um sol com
raios altamente estilizados. Ela havia sido feita com tinta normal, azul-escuro.
Eddie tinha me falado sobre isso, mas eu nunca tinha conseguido dar uma olhada
antes, visto que Trey não realmente ficava sem camisa perto de mim.
Um pouco do entusiasmo de Trey esmaeceu, e ele virou-se ligeiramente,
mantendo as costas para longe de nós. "Bem, é bem suave comparado ao seu.
Foi bom te ver de novo, certo."
Eu distraidamente toquei minha bochecha. Eu usualmente cobria o lírio
dourado com maquiagem na escola, mas eu percebi aqui no baile, que eu poderia
reivindicá-lo como parte do traje se algum professor me perguntasse sobre o
código de vestimenta. Outra música rápida veio, e Trey estava vibrante
novamente.
"É hora de mostrar meus movimentos. Vocês vem? Ou vão ficar
supervisionando o ponche a noite toda?"
"Eu realmente não sei dançar rápido", disse Brayden. Eu quase cai de alívio.
"Eu também não", eu disse.
Trey nos deu um sorriso triste, antes de sair. "Me surpreendeu."
Brayden e eu passamos uma boa parte da noite perto do ponche,
continuando nossa discussão das origens Halloween e maior subjugação das
festas pagãs. Minhas amigas vieram ocasionalmente, e Kristin e Julia em
particular, não conseguiam parar de falar sobre o meu vestido. De vez em quando,
eu também pegava um vislumbre de Eddie patrulhando as multidões, silenciosa e
dissimuladamente. Talvez ele deveria ter sido um fantasma. Ele estava quase
sempre à vista de Jil e Micah, mas entrando eu seu modo guardião parecia tê-lo
salvo de ficar ansiando por Jill.
Ambos, Brayden e eu paramos de falar quando uma música lenta finalmente
veio. Nós ficamos tensos e, em seguida, olhares trocados, sabendo o que estava
por vir.
"Tudo bem", disse ele. "Não podemos evitar isso por tanto tempo." Eu quase
começei a rir, e ele respondeu com um sorriso pequeno. Ele também era
consciente de nossa inépcia social. De alguma forma, isso era reconfortante.
"É agora ou nunca", eu disse.
Caminhamos sobre a pista de dança, vendo outros casais se olhando
envergonhados. Comparando com o que a maioria deles estava fazendo
a ‘dança’ era uma espécie de estiramento. A maioria estava apenas se
balançando e rigidamente girando ao redor. Alguns estavam simplesmente
aproveitando a oportunidade de gesso para ficar sobre o outro e se exibir. E eram
rapidamente separados pelos chaperones.
Peguei uma das mãos Brayden, e ele pousou a outra no meu quadril. Além
do beijo, este foi provavelmente o mais íntimo contato que tivemos até agora.
Haviam alguns centímetros entre nós, mas eu não podia deixar de ser oprimida
com a mudança para os meus limites normais de espaço pessoal. Lembrei-me de
que eu gostava de Brayden e que não havia nada de estranho nisso. Como de
costume, eu não me sentia cercada de corações ou arco-íris, mas eu não me
sentia ameaçada também. Tentando
mudar meus pensamentos de nossa
proximidade, eu escutei a música e começou imediatamente uma sensação para a
sua contagem. Cerca de um minuto para a canção, Brayden percebeu o que eu
estava fazendo.
"Você ... você pode dançar", disse ele com espanto.
Eu olhei para ele com surpresa. "É claro."
Eu quase estava varrendo o chão em algum salão de baile, mas todos os
meus movimentos foram cronometrados para a batida da canção. Eu não poderia
realmente imaginar de que outro jeito você poderia dançar. Brayden, entretanto,
estava apenas um passo dos movimentos rígidos da maioria dos outros casais.
"Não é difícil", acrescentei. "É apenas uma espécie de matemática."
Uma vez que eu coloquei em tais termos, Brayden subiu a bordo. Ele estava
rapidamente estudando e contando as batidas comigo. Em pouco tempo, parecia
que nós estávamos tendo aulas de dança sempre. Ainda mais surpreendente,
olhei para ele uma vez, esperando vê-lo se concentrar e contando. Em vez disso,
ele estava me olhando com uma expressão suave...um olhar afetuoso, mesmo. Eu
desviei o olhar. Surpreendentemente, o cheiro de café se agarrou a ele, mesmo
que ele não tenha trabalhado hoje. Talvez nenhuma quantidade de banho poderia
se livrar desse cheiro. No entanto, tanto quanto eu adorei o café, eu me peguei
pensando na colônia de Adrian, que ele havia usado em Wolfe.
Quando a próxima música rápida veio, Brayden e eu fizemos uma pausa, e
ele pediu licença para ir conversar com o DJ. Quando ele voltou, ele se recusou a
explicar sua misteriosa missão, mas ele parecia extremamente satisfeito consigo
mesmo. Outra música lenta logo começou e voltamos para a pista de dança. E
pela primeira vez, a conversa entre nós se aquietou.. Foi o suficiente para apenas
dançar por um tempo. Isto é o que se sente em levar uma vida simples, pensei.
Isto é o que as pessoas da minha idade fazem. Sem grande maquinações ou luta
entre o bem e o"Sydney?"
Jil estava de pé ao lado de nós, uma expressão preocupada no rosto. Meus
alarmes internos foram imediatamente ligados, querendo saber o que havia
causado uma mudança tão repentina de sua atitude, feliz e despreocupada de
antes.
"O que há de errado?" Eu perguntei. Meu medo primeiro foi para Adrian, que
ela tivesse sentido algo pelo vínculo. Eu afastei o pensamento. Eu precisava me
preocupar com assassinos Moroi, não com seu bem-estar.
Jil não disse nada, mas simplesmente assentiu com a cabeça em direção à
mesa de ponche, quase exatamente onde Brayden e eu tinhamos estado antes.
Trey estava de volta, conversando animadamente com uma menina em uma
Máscara veneziana. A máscara foi um belo azul gelado, decorado com folhas de
prata e flores. A máscara também era familiar. Jil tinha usado no desfile de Lia..
Igualmente familiar era a roupa dessa garota mascarada, uma camisa esfarrapada
e jeans curtos.
"Não", eu disse, reconhecendo o longo cabelo loiro morango. "Angeline.
Como ela chegou aqui? Não importa. "Havia muitas pessoas com as quais ela
poderia ter se infiltrado aqui. Os chaperones provavelmente não a tinham notado
no ônibus.
"Nós temos que tirá-la daqui. Se ela não for cautelosa, ela será expulsa com
certeza."
"A máscara esconde suas características", Jil apontou. "Talvez ninguém
perceba.
"A Sra. Weathers vai ", eu disse, suspirando. "Essa mulher tem um sexto
sentido para...oh. tarde demais."
A Sra. Weathers estava vigiando o outro lado do salão, mas seus olhos de
águia não perdiam nada. Olhando por cima da pista de dança lotada, eu a vi
começar a fazer seu caminho para o ponche. Eu não acho que ela fez uma
identificação
positiva
em
Angeline
ainda,
mas
suas
suspeitas
foram
definitivamente levantadas.
"O que há de errado?", Perguntou Brayden, olhando entre Jil e eu. Sem
dúvida que usavamos expressões espelhadas de consternação.
"Nossa prima está prestes a entrar em algum problema sério", eu disse.
"Nós temos que fazer alguma coisa." Os olhos de Jil estavam arregalados e
ansiosos. "Nós temos que tirá-la daqui."
"Como?" Eu exclamei.
A Sra. Weathers tinha alcançado a mesa de refrescos, assim como Trey e
Angeline começaram a caminhar para a pista de dança. Eu a vi começar a ir atrás
deles, mas ela não foi muito longe porque a tigela de ponche de repente explodiu.
Bem, não o próprio recipiente. O ponche dentro explodiu, espalhando em um
chuveiro espetacular de líquido verde brilhante. Houve gritos quando várias
pessoas próximas foram salpicadas mas era a Sra.Weathers que tomara o pior de
tudo. Eu ouvi uma ingestão aguda de respiração de Brayden.
"Como no mundo que isso aconteceu? Isso deve ter...Sydney?
Eu gritei e me afastei alguns metros de distância, sabendo exatamente o que
tinha feito a tigela explodir. Brayden assumiu que minha reação foi o medo de
lesões.
"Está tudo bem", ele disse. "Estamos muito longe para qualquer vidro chegue
aqui."
Imediatamente, eu olhei para Jil. Ela me deu um pequeno e indefeso
encolher de ombros que disse: Bem, o que mais eu poderia fazer? Minha reação
usual para magia Moroi era desgosto e medo. Choque hoje à noite, e
consternação estavam lá também. Nós não precisamos de atenção voltada para
nós. É verdade, ninguém sabia ou sequer acho que Jil havia usado magia vampira
de água para criar a distração do ponche, mas isso não importa. Eu não queria
nenhuma palavra de estranhos e inexplicáveis fenômenos vazassem em
Amberwood. Precisávamos permanecer sob o radar.
"Você
está
bem?"
Eddie
apareceu
de
repente
ao
nosso
lado,
especificamente do lado de Jil. "O que aconteceu?" Ele não estava nem olhando
para o ponche. Seu foco era em Jil, e, assim como antes, ela pareceu notar.
Brayden foi o único que respondeu, com os olhos brilhando de curiosidade
intelectual, enquanto observava os professores correrem e tentarem limpar a
bagunça.
"Algum tipo de reação química, se eu tivesse de adivinhar. Poderia ser tão
simples como a utilização de bicarbonato de sódio. Ou talvez algum tipo de
dispositivo mecânico?"
Eu dei a Eddie um olhar penetrante. "Foi uma brincadeira", eu disse.
"Qualquer um poderia ter feito isso."
Eddie olhou para mim, então olhou para Jil. Ele deu um aceno lento.
"Eu vejo. Devemos tirar você daqui ", disse a ela. "Você nunca sabe o que..."
"Não, não", eu disse. "Tire Angeline daqui."
"Angeline?" O rosto de Eddie registrado com descrença. "Mas como ...?" Eu
dirigi-lo para onde ela estava com Trey na pista de dança. Eles, como muitos
outros, estavam olhando para o rescaldo da explosão de ponche com admiração.
"Eu não sei como ela chegou aqui", eu disse. "É irrelevante. Ela precisa sair.
Sra. Weathers quase a pegou. "
Um brilho conhecedor apareceu nos olhos de Eddie. "Mas o ponche
distraiu?"
"Sim".
Sua atenção voltou para Jil, e ele sorriu. "Timing conveniente."
Ela sorriu de volta. "Eu acho que nós tivemos sorte desta vez." Seus olhares
se encontraram, e foi quase uma vergonha interromper.
"Vá", disse aEddie. "Pegue Angeline".
Ele lançou um último olhar para Jil e depois saltou para a ação. Eu não podia
ouvir a conversa enquanto falava com Angeline e Trey, mas o olhar no seu rosto
não aceitaria argumentos. Eu podia ver Trey ceder à autoridade da família, e
depois de alguns argumentos mais, Angeline aceitou. Eddie rapidamente escoltou
ela para fora, e para meu alívio, nem a Sra.Weathers nem ninguém mais pareceu
notar.
"Jil", eu disse. "Poderia ser melhor se você e Micah fossem mais cedo. Você
não tem que ir neste segundo ... mas em breve ".
Jil balançou a cabeça, o rosto triste. "Eu entendo."
Mesmo que ninguém iria ligar ela a isso, o melhor era que ela não estivesse
por perto. Já, eu podia ver pessoas reunidas à mesa e, como Brayden, tentando
descobrir o que poderia ter causado tal fenômeno. Ela desapareceu no meio da
multidão. Brayden finalmente desviou o olhar do espetáculo. Ele começou a dizer
algo para mim e de repente virou a cabeça para o DJ.
"Oh, não", disse ele, seu rosto cabisbaixo.
"O que?" Eu perguntei, meio que esperando a mesa do DJ entrar em colapso
ou de um alto-falante pegar fogo.
"Esta canção. Eu pedi para você ... mas já está quase acabando." Inclinei a
cabeça para escutar. Eu não sabia que canção era, mas era lenta e romântica e
me fez me sentir...bem,um pouco de culpa. Era um gesto sentimental de Brayden,
arruinado pela minhs "Família" de malucos. Eu peguei a mão dele.
"Bem, não acabou ainda. Vamos." Fomos capazes de dançar por pelo
menos um minuto, mas era claro que Brayden estava decepcionado. Eu queria
fazer as pazes com ele de alguma forma e, apesar de tudo que tinha acontecido,
ainda teria a experiência de dança normal de alta escola que eu queria.
"A noite é uma criança," eu provoquei. "Vou fazer um pedido para você, e
então você pode tentar adivinhar quando começa. Considerando que eu não
escutava o rádio, provavelmente não seria tão difícil de adivinhar. Eu fiz o pedido
e, em seguida, juntei-me a Brayden para outra canção lenta.
Eu estava um pouco ansioso sobre o que tinha acontecido anteriormente,
mas disse a mim mesma que tudo estava bem agora. Jil tinha ido. Eddie tinha
cuidado de Angeline. Só o que eu tinha que fazer era relaxar e...
Uma vibração me assustou enquanto eu dançava. Eu estava usando uma
pequena bolsa sobre o vestido vermelho por cima do meu ombro. Foi perdido nas
dobras do meu vestido, mas o zumbido do meu telefone celular foi inconfundível.
Desculpando-me com Brayden, eu parei de dançar para verificar a mensagem.
Era de Adrian: Precisamos conversar.
Ótimo, eu pensei e meu coração se afundou. Poderia esta noite ser mais de
um desastre?Eu mandei uma mensagem de volta: estou ocupada.
Sua resposta: Eu vou ser rápido. Eu estou por perto. Um sentimento de
medo se apoderou de mim: quão perto? A resposta foi quase tão ruim quanto eu
poderia esperar: O estacionamento.
Capítulo 14
"Oh, Senhor", eu disse.
"O que há de errado?", Perguntou Brayden. "Está tudo bem?"
"É difícil dizer." Eu coloquei o telefone de volta na minha bolsa. "Eu odeio
fazer isso, mas eu tenho que ir cuidar de algo lá fora. Vou estar de volta o mais
rápido que eu puder."
"Você quer que eu vá com você?"Eu hesitei.
"Não, está tudo bem." Eu não tinha idéia do que esperar lá fora. Era melhor
se Brayden não fosse submetido ao mesmo. "Será rápido."
"Sydney, espera." Brayden agarrou meu braço. "Esta ... esta é a canção que
você pediu, não é?" O que estávamos dançando havia terminado, e uma nova
estava ou, bem, uma antigo. Ela tinha cerca de trinta anos de idade.
Eu suspirei. "Sim. É. Serei rápida, eu prometo."
A
temperatura
exterior
era
agradável,
aconchegante,
mas
não
opressivamente assim. Estávamos supostamente esperando uma inesperada e
rara chuva. Enquanto eu caminhava para o estacionamento algumas das lições de
Wolfe voltou para mim. Verifique a sua volta. Preste atenção as pessoas à
espreita perto dos carros. Fique na luz. Certifique-se de...
"Adrian!"
Os pensamentos razoáveis desapareceram da minha cabeça. Adrian estava
deitado no meu carro. Eu corri para Latte tão rápido quanto o vestido permitiu.
"O que você está fazendo?" Eu exigi. "Saia daí!" Eu automaticamente
busquei manchas e riscos.
Adicionando insulto à injúria, Adrian estava fumando enquanto ele estava
deitado sobre o capô e olhando para o céu. Nuvens estavam se movendo, mas
uma meia lua podia se ver ocasionalmente.
"Relaxe, Sage. Eu não vou deixar um arranhão. Realmente, isso é
surpreendentemente confortável para um carro familiar. Eu teria esperado...
Ele virou a cabeça para mim e congelou. Eu nunca o tinha visto tão tranqüilo
e tão calado. Seu choque foi tão profundo e intenso que caiu seu cigarro.
"Ahh," Eu chorei, saltando para a frente, para que o cigarro aceso não
fizesse dano no carro. Ele pousou sem causar danos no asfalto, e eu rapidamente
disse. “Pela última vez. Você vai sair daí?" Adrian sentou-se lentamente, os olhos
arregalados. Ele deslizou para fora do capô e parecia não deixar nenhuma marca.
Obviamente, eu teria que verificar isso mais tarde.
"Sage", disse ele. "O que você vestindo? "
Eu suspirei e olhei para o vestido.
"Eu sei. É vermelho. Não comece. Estou cansada de ouvir sobre isso.
"Engraçado", disse ele. "Eu não acho que eu poderia me cansar de olhar
para ele."
Aquelas palavras me pararam e uma onda de calor passou por mim. O que
ele quis dizer? Eu estava tão estranha de aparência que ele não podia parar de
olhar para o espetáculo de loucura?
Certamente ... certamente ele não estava querendo dizer que eu era bonita...
Eu prontamente voltei a realidade, lembrando-me que eu precisava pensar
sobre o cara dentro do salão e não o que estava aqui fora.
"Adrian, eu estou em um encontro. Por que você está aqui? No meu carro?"
"Desculpe interromper, Sage. Eu não estaria em seu carro se tivessem me
deixado entrar no baile.", disse ele. Um pouco de sua admiração se desvaneceu, e
ele relaxou em uma postura mais típica de Adrian, encostado no Latte. Pelo
menos ele estava de pé e menos propenso a causar danos.
"É. Geralmente eles desaprovam deixar um cara de vinte e poucos anos
entrar num baile de ensino médio. O que você quer?"
"Falar com você."
Esperei por ele para elaborar, mas a única resposta que recebi foi um breve
flash de raios acima. Era sábado, e eu tinha estado em torno do campus todo o
dia, durante o qual ele podia ter facilmente chamado. Ele sabia que a festa era a
noite.
Então, inalando o cheiro de álcool que pairava no ar em torno dele, eu sabia
que nada do que ele fizesse essa noite deveria me surpreender.
"Por que não poderia ter sido amanhã?" Eu perguntei. "Você realmente tem
que vir aqui hoje à noite e..." Eu fiz uma careta e olhei em volta. "Como você veio
aqui?"
"Peguei o ônibus", disse ele, quase com orgulho. "Muito mais fácil chegar
aqui do que em Carlton." Colégio Carlton era onde ele estava tendo aulas de arte,
e sem o seu próprio transporte, ele viria a depender fortemente de transporte de
massa, algo que nunca tinha feito antes em sua vida. Eu esperava que Sonya ou
Dimitri tivessem o trazido porque significaria que eles o levariam de volta. Mas é
claro que isso não aconteceria. Nenhum deles trariam um Adrian bêbado aqui.
"Então, eu acho que tenho que levar você pra casa ", eu disse.
"Ei, eu cheguei aqui sozinho. Eu mesmo vou chegar em casa. "Ele começou
a tirar um cigarro, e eu dei-lhe uma severa negação com a cabeça.
"Não", eu disse rapidamente. Com um encolher de ombros, ele guardou o
pacote de cigarro. "E eu tenho que levá-lo para casa. Vai chover em breve. Eu não
vou fazer você andar na chuva." Outro relâmpago enfatizou minhas palavras, e
uma fraca brisa agitou o tecido do meu vestido.
"Hey," ele disse, "Eu não quero ser um incom..."
"Sydney?" Brayden veio caminhando pelo estacionamento. "Tudo bem?"
Não, não realmente.
"Eu vou ter que sair um pouco", disse. "Eu tenho que dar a meu irmão uma
carona para casa. Você vai ficar bem me esperando? Não deve ser por muito
tempo." Me senti ruim sugerindo isso. Brayden realmente não conhecia ninguém
na minha escola. "Talvez você possa encontrar Trey?"
"Claro", disse Brayden incerto. "Ou eu posso ir com você."
"Não", eu disse rapidamente, não querendo ter ele com um Adrian
embriagado no carro. "Basta voltar e se divertir."
"Toga legal", disse Adrian a Brayden.
"É uma túnica", disse Brayden. "É grego."
"Certo. Esqueci que era o tema de hoje à noite." Adrian deu a Brayden um
olhar avaliador, olhou para mim, e então se virou para Brayden. "Então. O que
você acha do traje de nossa menina essa noite? Incrível, não é? Como Cinderela.
Ou talvez uma Cinderela grega."
"Não há realmente muito sobre isso que é verdadeiramente grego", disse
Brayden.
Eu estremeci. Eu sabia que ele não tinha a intenção de ser insensível, mas
suas palavras me picaram um pouco.
"O vestido é historicamente impreciso. Quero dizer, é um vestido muito
bonito, mas as jóias são anacrônicas, e o tecido não é nada que as mulheres da
Grécia de antigamente usariam. A cor tampouco, certamente".
"E aquelas outras mulheres gregas", perguntou Adrian. "As mais chamativas
e astutas." Sua testa enrugada, como se estivesse tomando cada grama de seu
cérebro para vir com a palavra que ele queria. E, para meu espanto, ele fez. "As
heteras." Eu sinceramente não acreditava que ele tinha mantido qualquer coisa de
nossa conversa, em San Diego. Eu tentei não sorrir.
"As heteras?" Brayden foi ainda mais surpreso do que eu. Ele me deu um
olhar
examinando.
"Sim
... sim.
Acho que, se tais
materiais
fossem
hipoteticamente possíveis na época, isso é algo que você esperaria encontrar em
uma hetera em vez da matrona média grega."
"E elas eram prostitutas, certo?", Perguntou Adrian. "Estas heteras?"
"Algumas eram", concordou Brayden. "Não todas. Eu acho que o termo usual
é cortesã."
Adrian estava completamente inexpressivo.
"Então. Você está dizendo que minha irmã está vestida como uma
prostituta."
Brayden olhou meu vestido.
"Bem, sim, se estamos falando hipoteticamente..."
"Você sabe o quê?" Eu interrompi. "Nós precisamos ir. Vai chover a qualquer
minuto. Vou levar Adrian para casa e nos encontramos aqui. Está bem? "Eu me
recusei a deixar Adrian continuar a jogar sejá lá qual jogo fosse que ele estava
fazendo para atormentar Brayden e, por extensão, a mim. "Mando uma mensagem
de texto pra você quando eu estiver no meu caminho de volta."
"Claro", disse Brayden, não estando muito seguro, na realidade.
Ele saiu, e eu comecei a entrar no carro até que eu notei Adrian tentando, e
falhando, abrir a porta do lado do passageiro. Com um suspiro, eu me aproximei e
abri a porta para ele.
"Você está mais bêbado do que eu pensei," eu disse. "E eu pensei que você
estava muito bêbado." Ele conseguiu colocar seu corpo no banco, e eu voltei para
o meu próprio lado quando gotas de chuva caíram no meu pára-brisa.
"Muito bêbado para Jailbait sentir", disse ele. "O vínculo é dormente. Ela
pode ter uma noite livre de Adrian".
"Isso foi muito gentil de sua parte", disse eu. "Ainda que eu estou supondo
que não é a verdadeira razão para você beber. Ou por que você veio aqui. Tanto
quanto eu posso dizer, tudo o que você fez foi mexer com Brayden."
"Ele te chamou de prostituta."
"Ele não fez! Você o levou a dizer isso."
Adrian passou a mão pelo cabelo e encostou-se à janela, olhando a
tempestade rapidamente se desdobramento lá fora.
"Não importa. Eu decidi que eu não gosto dele."
"Porque ele é muito inteligente?", Eu disse. Lembrei dos comentários de Jill e
Eddie anteriormente. "E memorável?"
"Nah. Eu só acho que você pode fazer melhor."
"Como?"
Adrian não tinha resposta, e eu tinha de ignorá-lo por um tempo quando a
minha atenção se voltou para a estrada. Tempestades, enquanto pouco
frequentes, poderiam chegar rápidas e furiosas em Palm Springs. Enchentes não
eram incomuns, e a chuva estava caindo em folhas, tornando a visibilidade difícil.
Felizmente, Adrian não vive muito longe. Essa foi uma dupla bênção, porque,
quando estávamos a poucas quadras de seu apartamento, ele disse:
"Eu não me sinto tão bem assim."
"Não", eu gemia. "Por favor, por favor, não fique doente no meu carro.
Estamos quase lá." Um minuto mais tarde, eu estacionei no meio-fio do seu
edifício. "Fora. Agora".
Ele obedeceu, e eu o segui com um guarda-chuvas. Olhando para mim como
nós caminhamos para o prédio, ele perguntou:
"Nós vivemos em um deserto, e você mantêm um guarda-chuvas em seu
carro?"
"Claro que sim. Por que não?"
Ele deixou cair as chaves, e eu as peguei, imaginando que eu teria um
tempo mais fácil de abrir a porta. Acendi o interruptor de luz e nada aconteceu.
Nós ficamos lá por um momento, juntos na escuridão, nenhum de nós se
movendo.
"Eu tenho velas na cozinha", disse Adrian, finalmente dando alguns passos
cambaleantes nesse sentido. "Vou acender uma."
"Não", eu pedi, tendo visões de todo o prédio caindo em chamas. "Deite-se
no sofá. Ou vomite no banheiro. Eu vou cuidar das velas."
Ele optou pelo sofá, aparentemente não tão doente quanto ele temia.
Enquanto isso, eu encontrei as velas atrozmente refrescando o ar que cheirava a
pinho falso. No entanto, elas iluminaram e eu trouxe uma acendida para ele,
juntamente com um copo de água.
"Aqui. Beba isso."
Ele pegou o copo e conseguiu sentar-se tempo suficiente para obter alguns
goles. Em seguida, ele entregou o copo de volta e se chocou contra o sofá,
colocando um braço sobre seus olhos. Eu peguei uma cadeira próxima e me
sentei. As velas de pinheiro eram fracas, uma luz bruxuleante entre nós.
"Obrigado, Sage."
"Você vai ficar bem se eu sair?" Eu perguntei. "Tenho certeza que a luz
voltará pela manhã."
Ele não respondeu a minha pergunta. Em vez disso, ele disse,
"Você sabe, eu não apenas bebi para ficar bêbado. Quer dizer, isso é parte
dela, sim. Uma grande parte dela. Mas, às vezes, o álcool é tudo que me mantém
lúcido."
"Isso não faz sentido. Aqui, "eu solicitei, entregando a água de volta para ele.
Como eu fiz, eu lancei um rápido olhar para o relógio no meu telefone celular,
ansiosa sobre Brayden. "Beba um pouco mais."
Adrian cumpriu e continuou falando, com os braços de volta a seus olhos.
"Você sabe o que é se sentir como se algo estivesse consumindo sua
mente."
Eu estava prestes a dizer a ele que precisava ir embora, mas suas palavras
me deixaram fria. Lembrei-me de Jill dizer algo semelhante quando estava
contando algo sobre ele e o espírito.
"Não", eu disse honestamente. "Eu não sei o que é ... mas, para mim, bem, é
praticamente uma das coisas mais terríveis que eu posso imaginar. Minha
mente,...é quem eu sou. Eu acho que eu prefiro sofrer qualquer outra lesão no
mundo do que ter minha mente adulterada."
Eu não poderia deixar Adrian agora. Eu simplesmente não conseguia. Eu
mandei uma mensagem para Brayden: Vai ser um pouco mais longo do que eu
pensava.
"É terrível", disse Adrian. "E estranho, por falta de uma palavra melhor. E
parte de você sabe ... Bem, parte de você sabe que algo não está certo. Que o
seu pensamento não está certo. Mas o que fazer sobre isso? Tudo o que
podemos seguir é o que pensamos, a forma como vemos o mundo. Se você não
pode confiar em sua própria mente, no que você pode confiar? No que te dizem as
outras pessoas?"
"Eu não sei", disse eu, por falta de uma resposta melhor. Suas palavras me
impressionaram, e eu pensei o quanto da minha vida tinha sido orientada pelos
outros.
"Rose me disse uma vez sobre este poema que ela leu. Houve essa linha:
"Se seus olhos não estivessem abertos, você não saberia a diferença entre
sonhar e acordar. Você sabe o que eu estou com medo? Que um dia, mesmo com
os olhos abertos, eu ainda não sei."
"Oh, Adrian, não." Eu senti meu coração quebrar e sentei-me no chão perto
do sofá. "Isso não vai acontecer."
Ele suspirou.
"Pelo menos com o álcool...ele acalma o espírito e então eu sei que se as
coisas parecerem estranhas, provavelmente é porque eu estou bêbado. Não é um
grande motivo, mas é uma razão, sabe? Pelo menos você tem uma razão ao invés
de não confiar em si mesmo.”
Brayden mandou uma mensagem de volta: Quanto tempo mais?
Irritada, eu respondi de volta: Quinze minutos.
Eu olhei de volta para Adrian. Seu rosto estava coberto ainda, embora a luz
da vela fazia um bom trabalho iluminando as linhas limpas do seu perfil.
"É por isso...é por isso que bebeu esta noite? É o espírito te incomodando?
Quero dizer ... você parecia estar fazendo isso tão bem no outro dia ... "
Ele suspirou profundamente.
"Não. O espírito está bem ... na medida do possível. Eu bebi esta noite por
que ... bem, foi a única maneira que eu me atrevi a falar com você."
"Falamos todo o tempo."
"Eu preciso saber de uma coisa, Sage." Ele descobriu o rosto para olhar para
mim, e de repente eu percebi o quão perto eu estava sentada. Por um momento,
eu quase não prestei atenção às suas palavras. A dança cintilante de sombra e luz
deu a sua boa aparência uma beleza assombrosa. "Você pediu que Lissa falasse
com meu pai?"
"O quê? Oh. Isso... Espere um segundo"
Pegando meu telefone celular, eu mandei uma mensagem para Brayden
novamente: Melhor 30 minutos.
"Eu sei que alguém fez isso", Adrian continuou. "Quero dizer, Lissa gosta de
mim, mas tem muita coisa acontecendo. Ela não teria apenas pensado um dia,
'Oh, hey. Eu deveria ligar para Nathan Ivashkov e dizer a ele como seu filho é
incrível. "Você pediu que ela o fizesse?”
"Eu nunca falei com ela," eu disse. Eu não me arrependo de minhas ações
de todo, mas me senti estranha por falar sobre elas. "Mas eu, uh, poderia ter
pedido a Sonya e Dimitri falarem com ela em seu nome."
"E então ela falou para o meu pai."
"Eu sabia", disse ele. Eu não poderia avaliar seu tom, se ele estava chateado
ou aliviado. "Eu sabia que alguém tinha que ter soliciatdo a ela, e de alguma forma
eu sabia que era você. Ninguém mais teria feito isso por mim. Não sei o que Lissa
disse a ele, mas o homem, ela deve ter realmente o conquistado. Estava
loucamente impressionado. Ele está me mandando dinheiro para um carro. E
levantou minha ‘ajuda de custo’ a níveis razoáveis."
"Isso é uma coisa boa", eu disse. "Não é?"
Meu telefone brilhou com outro texto de Brayden. A festa vai quase ter
terminado então.
"Mas por quê?" Adrian perguntou. Ele sentou-se no chão ao meu lado. Havia
um olhar quase desesperado nele. Ele se inclinou para mim e depois pareceu
chocado quando ele percebeu o que ele estava fazendo. Ele inclinou-se um pouco
para trás, mas só um pouco. "Por que você faria isso? Por que você faria isso por
mim?"
Antes que eu pudesse responder, outra mensagem de texto veio. Você vai
mesmo estar de volta a tempo?
Eu não podia deixar de ficar irritada que ele não era mais compreensivo.
Sem pensar, eu digitei de volta: Talvez você devesse sair agora. Eu te ligo
amanhã. Desculpe.
Eu virei o telefone para não ver nenhuma outra mensagem. Eu olhei para
Adrian, que estava me observando atentamente.
"Eu fiz isso porque ele não foi justo com você. Porque você merece o crédito
pelo que você fez. Porque ele precisa perceber que você não é a pessoa que ele
sempre pensou que você era. Ele precisa ver você por quem você realmente é, e
não todas essas ideias pre-concebidas que ele tem sobre você."O poder no olhar
de Adrian era tão forte que eucontinuei falando. Eu estava nervosa sobre o olhar
intenso e silencioso que ele me dava. Além disso, parte de mim estava com medo
de que se eu ponderasse as minhas próprias palavras, eu descobriria que elas
eram sobre o meu próprio pai e eu como de Adrian e seu. "Deveria ter sido o
suficiente para você dizer a ele quem você é. Para mostrar a ele quem você é,
mas ele não quis ouvir. Eu não gosto da ideia de usar os outros a fazer coisas que
podemos fazer nós mesmos, mas esta parecia ser a única opção."
"Bem," Adrian disse por fim. "Eu acho que funcionou. Obrigado."
"Será que ele vai dizer como entrar em contato com sua mãe?"
"Não. Seu orgulho em mim, aparentemente, não vai tão longe."
"Eu provavelmente posso descobrir onde ela está", eu disse. "Ou ... ou
Dimitri poderia, eu tenho certeza. Como você disse antes, eles devem deixar
entrar cartas."
Ele quase sorriu. "Lá vai você de novo. Por quê? Por que você continua me
ajudando?"
Havia um monte de respostas nos meus lábios, tudo desde: ‘É a coisa certa
a fazer’ até ‘eu não sei.’ Em vez disso, eu disse:
"Porque eu quero".
Desta vez, eu tive um sorriso verdadeiro dele, mas havia algo de sombrio e
introspectivo sobre isso. Ele se aproximou de mim novamente.
"Porque você se sente mal por este cara louco?”
"Você não vai ficar louco", eu disse com firmeza. "Você é mais forte do que
você pensa. A próxima vez que você se sentir assim, encontre algo para se
concentrar, para lembrá-lo de quem você é."
"Como o quê? Tem algum objeto mágico em mente?"
"Não tem que ser mágico", eu disse. Quebrei a cabeça. "Aqui." Eu abri o
colar com a cruz de ouro. "Este sempre foi bom para mim. Talvez possa ajudá-lo."
Eu coloquei em sua mão, mas ele agarrou a minha antes de que eu poderia puxar
de volta.
"O que é isso?", Perguntou ele. Ele olhou mais de perto. "Espere ... Já vi
isso. Você usa o tempo todo."
"Comprei-o há muito tempo atrás, na Alemanha." Ele estava segurando a
minha mão ainda como ele estudou a cruz.
"Não tem enfeites. Não floresce. Não tem símbolos secretos gravados ".
"É por isso que eu gosto", eu disse "Ele não precisa de enfeite. Um monte de
velhas crenças Alquimistas focadas em pureza e simplicidade. Isso é o que é.
Talvez possa ajudar você a ter clareza de espírito."
Ele estava olhando para a cruz, mas agora ele levantou seu olhar para
encontrar o meu.
Alguma emoção que eu não conseguia ler jogada sobre suas feições. Era
quase como se ele tivesse acabado de descobrir algo, algo preocupante para ele.
Ele respirou fundo e, sua mão ainda segurando a minha, me atraiu para ele. Seus
olhos verdes estavam escuros à luz das velas, mas de alguma forma,
simplesmente apaixonantes. Seus dedos apertaram nos meus, e eu senti uma
propagação de calor em todo meu ser.
"Sage..."
A energia voltou de repente, inundando a sala com a luz. Aparentemente,
sem nenhuma preocupação com com a conta de luz ele deixou todas as luzes
acesas quando ele saiu mais cedo. O feitiço foi quebrado, e nós dois
estremeceumos com o brilho repentino. Adrian saltou para trás de mim, deixando
a cruz na minha mão.
"Você não tem um baile ou um toque de recolher ou algo assim?", Ele
perguntou abruptamente, sem olhar para mim. "Eu não quero mantê-la. Maldição,
eu não deveria ter te incomodado. Desculpe. Presumo que foi Aiden quem te
mandou as mensagens de texto."
"Brayden," eu disse, levantando. "E está tudo bem. Ele saiu, e eu só vou
voltar a Amberwood agora.”
"Desculpe", ele repetiu, movendo-se em direção à porta comigo. "Desculpe
eu arruinei sua noite."
"Isto?" Eu quase riu, pensando em todas as coisas malucas que aconteciam
com a minha vida. "Não. Levaria muito mais para arruinar minha noite do que
isso."
Eu comecei a dar alguns passos e então parei.
"Adrian?"
Ele finalmente olhou diretamente para mim, mais uma vez, quase
derrubando-me com seu olhar.
"Sim?" "Da próxima vez...próxima vez que você quiser falar comigo sobre
algo...qualquer coisa, você não tem que beber para ter coragem. Apenas me
diga."
"É mais fácil falar do que fazer."
"Não realmente." Eu tratei de ir para a porta de novo e, desta vez, ele me
parou, descansando a mão no meu ombro.
"Sage?"
Eu me virei.
"Sim?"
"Você sabe por que eu não gosto dele? Brayden?"
Eu estava tão atônita que ele tinha conseguido dizer o nome certo que eu
não poderia expressar quaisquer respostas, embora várias me vieram à mente.
"Por causa do que ele disse."
"Que parte?" Vendo como Brayden havia dito muitas coisas, em grande
parte, não era totalmente claro a qual Adrian estava se referindo.
"'Historicamente impreciso." Adrian fez um gesto para mim com a outra mão,
a que não estava no meu ombro. "Quem diabos olharia para você e diria:
'historicamente inexato'?"
"Bem", eu disse. "Tecnicamente é."
"Ele não deveria ter dito isso."
Eu me movi, sabendo que eu deveria se afastar ... mas não o fiz.
"Olha, é só como ele é.”
"Ele não deveria ter dito isso", repetiu Adrian, estranhamente sério.
Ele inclinou seu rosto para o meu.
"Eu não me importo se ele não é o tipo emocional ou o tipo de cortesia ou o
quê. Ninguém pode olhar para você neste vestido, em todo esse fogo
e ouro, e começar a falar sobre anacronismos. Se eu fosse ele, eu teria dito: "Você
é a criatura mais linda que eu já vi andando nesta terra.'"
Minha respiração falhou, tanto com as palavras quanto com a maneira como
ele as disse. Eu me senti estranha por dentro. Eu não sabia o que pensar, só que
eu precisava sair de lá, longe de Adrian, longe do que eu não entendia. Eu me
separei dele e fiquei surpresa ao me encontrar tremendo.
"Você ainda está bêbado", eu disse, colocando a mão na maçaneta da porta.
Ele inclinou a cabeça para o lado,todavia me olhando dessa forma
desconcertante.
"Algumas coisas são verdadeiras, bêbado ou sóbrio. Devereia saber disso.
Você lida com os fatos todo o tempo."
"Sim, mas isso não é..." Eu não podia discutir com ele enquanto ele me
olhava assim. "Eu tenho que ir. Espera ... você não pegou a cruz."Eu segurei-a
para ele.
Ele balançou a cabeça.
"Mantenha-o. Eu acho que eu trnho algo que vai me ajudar a tomar o centro
da minha vida.”
Capítulo 15
Eu me senti tão mal por Brayden no dia seguinte que eu liguei para ele, ao
contrário de nosso costume de enviar mensagens de texto e e-mails.
"Eu sinto muito", eu disse. "Sair correndo assim ... não é o meu estilo
habitual. Em absoluto. Eu não teria deixado se não fosse uma emergência
familiar." Talvez isso era forçá-lo ao máximo, talvez não.
"Está tudo bem", disse ele. Sem ver o seu rosto, eu não poderia dizer se ele
realmente estava bem. "Acho que as coisas foram sinuosas de qualquer maneira."
Eu
me
perguntava
o
que
eram
as
"coisas"
que
ele
quis
dizer.
Ele quis dizer a dança em si? Ou ele estava falando de nós?
"Deixe-me levá-lo para sair para compensar isso", eu disse. "Você sempre
faz tudo. Vou me encarregar. O jantar será por minha conta e eu vou te buscar. "
"No Subaru?"
Eu ignorei a julgamento em seu tom.
"Você está dentro ou não?"
Ele estava dentro. Fizemos as medidas necessárias, e eu fiquei me sentindo
melhor sobre tudo. Brayden não estava furioso. A
visita de Adrian não tinha
arruinado minha relação incipiente. As coisas estavam de volta ao normal, pelo
menos para mim.
Eu tinha guardado para mim mesma o dia após o baile, querendo pegar no
trabalho e não o estresse sobre as questões sociais. Segunda-feira começou a
semana da escola de novo, de volta aos negócios de sempre. Eddie entrou no
refeitório quando eu fiz, e esperamos juntos no faixa de alimentação. Ele queria
saber sobre a visita de Adrian no baile, e eu dei uma versão resumida da noite,
simplesmente
dizendo
que
Adrian
tinha
ficado
bêbado
e
precisava de uma carona para casa. Eu não mencionei o meu papel na obtenção
da rainha para agir em seu nome ou de eu ser "a mais bela criatura caminhando
nesta terra." Eu certamente não mencionara a forma como eu me sentira quando
Adrian tinha me tocado.
Eddie e eu caminhamos até uma mesa e encontramos a visão incomum de
Angeline tentando animar Jil. Normalmente, eu teria castigado Angeline pelo que
ela tinha feito no baile mas não tinha havido nenhum dano feito ... desta vez. Além
disso, eu estava muito distraída por Jil. Era impossível para mim ve-la
imediatamente, sem assumir que havia algo de errado com Adrian. Eddie falou
antes que eu pudesse, percebendo que eu não tinha.
"Sem Micah?", Perguntou. "Ele foi para a porta antes de mim. Eu imaginei
que ele teria me vencido para chegar aqui."
"Você tinha que perguntar, não é?" Angeline fez uma careta. "Eles tiveram
uma briga."
Eu juro, Eddie olhou mais chateado com isso do que Jil.
"O quê? Ele não disse nada. O que aconteceu? Vocês pareciam estar tendo
um ótimo tempo no sábado."
Jil assentiu sombriamente, mas não olhou para cima de sua bandeja de
alimentos. Eu quase pude avistar lágrimas em seus olhos. "Nós fizemos. Tão bom
que ele falou comigo ontem e perguntou ... Bem, ele perguntou se eu queria
passar a Ação de Graças com sua família. Eles são de Pasadena. Ele pensou que
poderia obter a permissão ou da escola ou falar com vocês. "
"Isso não soa tão ruim", disse Eddie com cautela.
"Ação de Graças com sua família é sério! É uma coisa para nós sairmos
juntos aqui, mas se começarmos a expandir... se tornando um casal fora da
escola..."
Ela suspirou. "Ele vai ir muito rápido. Quanto tempo eu seria capaz de
esconder o que eu sou? E mesmo se isso não era um problema, que não é seguro
de
qualquer
maneira.
Todo
o
ponto
de
eu
estar
aqui
é
que é um ambiente seguro e controlado. Eu não posso simplesmente sair para
conhecer outras pessoas."
Foi mais um passo de progresso para ela aceitar as dificuldades de um
‘casual relacionamento com Micah’.Eu ofereci um comentário neutro.
"Parece que você já pensou muito sobre isso."
Jil olhou para cima bruscamente, quase como se ela não tinha percebido que
eu estava lá.
"É. Eu acho que eu tenho." Ela me examinou por alguns segundos, e
estranhamente, sua expressão perturbada suavizou. Ela sorriu. "Você está
realmente bonita hoje, Sydney. A forma como a luz bate em você ... é meio
surpreendente."
"Hum, obrigada", eu disse, incerta quanto ao que havia causado o
comentário. Eu tinha certeza que não havia nada de extraordinário sobre mim
hoje. Meu cabelo e maquiagem eram os mesmos de sempre, e eu tinha escolhido
uma camisa branca e saia xadrez do uniforme. Eu tinha que compensar o alarde
de cor do final de semana.
"E os efeitos de borgonha em sua saia realmente ressaltam o âmbar em
seus olhos", Jil continuou. "Não é tão bom quanto o vermelho brilhante, mas ainda
assim parece ótimo. Naturalmente, cada cor fica bem em você, mesmo os
apagados.”
Eddie estava centrado em Micah.
"Como a briga surgiu?"
Jil arrastou seu olhar de mim, para meu alívio. "Ah. Bem. Eu lhe disse que
não sabia se eu poderia ir para a Ação de Graças. Provavelmente se eu tivesse
acabado de lhe dar uma razão, teria sido bom. Mas eu comecei a pirar, pensando
em todos os problemas, e a divagar dizendo que poderia voltar para Dakota do Sul
ou talvez a família viria aqui ou talvez você não me deixou ... ou, bem, um monte
de outras coisas. Acho que era óbvio que eu estava inventando tudo e
francamente me perguntou se eu não queria estar com ele. Então eu disse que eu
queria, mas que era complicado. Ele perguntou o que eu queria dizer, mas é claro
que eu não poderia explicar tudo, e aí..." Ela levantou as mãos. "Tudo explodiu a
partir daí.”
Eu nunca pensei muito sobre Ação de Graças ou uma reunião de família
como um rito de passagem em namoro. A família de Brayden vivia no sul da
Califórnia também ... eu teria a esperança de conhecê-los um dia?
"Micah não é do tipo que guarda rancor", disse Eddie. "Ele também é
bastante razoável. Apenas diga a ele a verdade. "
"O quê, que eu sou um dos últimos de uma linha de realeza vampira e o
trono da minha irmã dependente de que eu fique escondida e sobrevivendo?" Jil
perguntou incrédula.
Diversão cintilou nos olhos de Eddie, embora eu pudessedizer que ele
estava tentando ficar sério por causa dela.
"Essa é uma maneira, eu suponho. Mas não ... eu quis dizer, apenas dar-lhe
a versão simplificada. Você não quer ficar muito sério. Você gosta dele, mas só
quer ver o quão rápido as coisas estão indo. Não é razoável, você sabe. Você tem
quinze anos e tem estado saindo a apenas um mês."
Ela ponderou suas palavras.
"Você não acha que ele estaria enojado?"
"Não, se ele realmente se importa com você", disse Eddie com veemência.
"Se ele realmente se importa, vai entender e respeitar os seus desejos e ser feliz
em apenas qualquer chance de gastar tempo com você. "
Eu quis saber se Eddie estava se referindo a Micah ou a si mesmo, mas era
um pensamento melhor mantido em silêncio. O rosto de Jil se iluminou.
"Obrigada", disse a Eddie. "Eu não tinha pensado nisso dessa forma.
Você está tão certo. Se ele não pode aceitar os meus sentimentos, então não há
nenhum ponto de qualquer coisa."Ela olhou para um relógio de parede e saltou
para seus pés. "Eu acho que eu vou tentar encontrá-lo agora, antes da aula." Com
isso, ela tinha ido embora.
Bom trabalho, Eddie, pensei. É possível que tenha ajudado a garota dos
seus sonhos a voltar com o namorado. Quando Eddie chamou minha atenção, o
olhar em seu rosto me disse que ele estava pensando exatamente a mesma coisa.
Angeline assistiu Jill sair rapidamente para fora da lanchonete, seus olhos
azuis estreitaram em pensamento. "Mesmo que eles façam, eu não acho que vai
durar. Com a sua situação ... não pode funcionar."
"Eu pensei que você fosse de mente aberta sobre vampiros e relações
humanas", disse eu.
"Ah, com certeza. Em casa, não há problema. Mesmo fora do seu mundo,
não há problema. Mas Jil é um caso especial. Ela tem que ficar fora de vista e ficar
segura se ela vai ajudar sua família. Namorando ele não vai fazer isso, e ela sabe
disso,
não
importa
o
quanto
ela
deseje
que
não
fosse
verdade.
Ela vai fazer a coisa certa no final. Este é o dever. É maior do que desejos
pessoais. Jil sabe disso."Angeline declarou então que ela precisava voltar para
seu quarto para pegar sua lição de casa. Eddie e eu ficamos olhando.
Ele balançou a cabeça com espanto. "Eu não acho que eu já vi Angeline
assim..."
"...Subjugada?",Sugeri.
"Eu estava pensando...coerente."Eu ri.
"Vamos lá, ela é bastante coerente as vezes."
"Você sabe o que quero dizer", argumentou. "O que ela disse? Foi
totalmente verdadeiro. Foi...sábio. Ela entende Jil e esta situação."
"Eu acho que ela entende mais do lhe damos crédito," eu disse, lembrando o
muito que ela havia melhorado desde a Assembléia, tirando a noite do baile. "Ela
só levou tempo para se adaptar, o que faz sentido, considerando que esta é uma
mudança. Se você tivesse visto de onde ela vem, você entenderia."
"Eu posso tê-la julgado mal," Eddie admitiu. Ele pareceu surpreso com suas
próprias palavras.
Parte de mim esperava ser castigada por Trey por ter deixado Brayden
sozinho no baile. Em vez disso, descobri que Trey havia faltado de novo essa
manhã. Eu quase fiquei preocupada, mas depois me lembrei de que seu primo
aindaa estava na cidade, possivelmente atrapalhando Trey em "coisas de família".
Trey era competente. O que estivesse acontecendo, ele poderia lidar com isso.
Então, por que todas as contusões? Eu me perguntava.
Quando cheguei ao estudo independente Ms. Terwiliger, ela estava
esperando ansiosamente por mim, e eu tomei como um mau sinal. Usualmente,
ela já estava trabalhando duro em sua própria mesa e só me dava um aceno de
reconhecimento
quando
eu
pegava
meus
livros.
Hoje,
ela
estava
em pé na frente de sua mesa, de braços cruzados, olhando para a porta.
"Miss Melbourne. Eu confio que você teve um agradável fim de semana?
Você foi, certamente, a rainha no baile de Haloween".
"Você me viu?" Eu perguntei. Por um momento, eu esperava que ela
dissesse que ela estava assistindo o baile todo através de uma bola cristal ou algo
assim.
"Bem, certamente. Eu estava lá como uma dama de companhia. Meu posto
estava perto do DJ, por isso não estou surpresa que você não me viu. Isso, e que
eu dificilmente me destacava como você. Devo dizer que foi uma reprodução neoGreco requintado que estava vestindo."
"Obrigada." Eu estava recebendo elogios de todos os lados hoje, mas os
dela era muito menos assustador do que o de Jil.
"Agora, então", disse Terwiliger, toda negócios novamente. "Eu pensei que
poderia ser útil para nós discutir alguns dos feitiços que você está pesquisando
para o meu projeto. Anotá-los é uma coisa. Compreendê-los é outra."
Meu estômago afundou. Eu cresci confortável em minha fuga dela e de
natureza repetitiva, quase irracional de anotar e traduzir feitiços. Enquanto nós
não tinhamos que nos aprofundar , me sentia segura de que eu não estava
fazendo nada de real com magia. Eu temia o que ela tinha em mente, mas sabia
que havia pouco o que eu poderia fazer protestando, sempre e quando isto estava
redigido
nos
termos
do
meu
estudo
e
não
envolvia
prejudicar a mim ou aos outros.
"Você seria gentil o suficiente para fechar a porta", ela perguntou. Eu fiz, e
minha sensação de desconforto aumentou. "Agora. Eu queria examinar aquele
livro complementário que lhe dei, um dos feitiços protetores".
"Eu não tenho comigo, minha senhora", eu disse, aliviada. "Mas se você
quiser, eu posso ir buscá-lo no meu quarto do dormitório e trazê-lo de volta." Se eu
cronometasse o serviço do ônibus certo, o que significava, errado, eu
provavelmente poderia usar uma grande parte da nossa hora na ida e volta.
"Não tem problema. Obtive essa cópia para seu uso pessoal." Ela levantou
um livro da sua mesa. "Eu tenho o meu próprio. Vamos dar uma olhada, sim? " Eu
não poderia esconder o meu desânimo. Ficamos sentados em mesas de
estudantes adjacentes, e ela começou simplesmente a repassar a tabela de
conteúdos comigo.
O livro foi dividido em três seções: Defesa, ataques planejados e ataques
instantâneos. Cada uma dessas subsecções foi dividido em níveis de dificuldade.
"Defesa inclui uma série de feitiços protetores e feitiços de evasão", ela me
disse. "Por que você acha que eles vem em primeiro lugar no livro?"
"Porque a melhor maneira de ganhar uma luta é evitar uma", eu disse
imediatamente. "Faz o resto supérfluo."
Ela olhou assustada que eu tinha vindo com isso.
"Sim ... precisamente".
"Isso é o que Wolfe disse," eu expliquei. "Ele é o instrutor de uma classe de
auto-defesa eu estou tendo."
"Bem, ele está certo. A maioria dos feitiços nesta seção fazem exatamente
isso. Este..." Ela virou algumas páginas no livro. "Esse é muito básico, mas
extremamente útil. É um feitiço de ocultação. Muitos componentes físicos - que
você esperaria de um feitiço de principiante - mas vale a pena. Você
cria um amuleto e mantém um ingrediente particular - gesso desintegrado –nas
mãos. Quando estiver pronto para ativá-lo, adicione o gesso, e o amuleto vem à
vida. Ele torna quase impossível alguém te ver. Você pode deixar um espaço ou
área em segurança, sem serem detectados, antes da magia desaparecer. "
O texto não passou despercebido por mim, e apesar da minha resistência
interna, eu não poderia deixar de perguntar:
“Quase impossível?”
"Isso não vai funcionar se realmente sabem que está ali", explicou ela. "Você
não pode simplesmente lançá-lo e tornar-se invisível, embora haja feitiços mais
avançados para isso. Mas se alguém não está ativamente à espera de te ver ...
Bem, eles não vão."
Ela me mostrou os outros, muitos dos quais eram básicos e amuletos base,
exigindo um meio semelhante de ativação. Um que ela apelidou intermediário
tinha um processo de ativação inversa.
O lançador usava um amuleto que
protegia quando lançava o resto do feitiço, um que fazia as pessoas - dentro de
um
determinado
raio
–
temporariamente
cegas.
Apenas
o
lançador
continuava vendo. Ouvindo, eu ainda me contorcia com a ideia de usar a magia
para afetar diretamente outra pessoa. Esconder-se era uma coisa. Mas cegar
alguém? Tornando-os tontos? Forçando-os a dormir? Isso cruzava a linha, usando
meios errados e não naturais de fazer coisas que os humanos não tinham porque
fazer.
E no entanto ... no fundo, uma parte de mim podia ver a utilidade. O ataque
tinha me feito repensar todo tipo de coisas. Tanto quanto doía-me admitir isso, eu
poderia até mesmo ver como doar sangue para Sonya poderia não ser tão ruim.
Talvez. Eu não estava pronta para fazê-lo ainda por qualquer meio.
Escutei pacientemente enquanto ela passava as páginas, todo o tempo me
perguntando qual era seu jogo aqui. Finalmente, quando estavamos a cinco
minutos do término da aula, ela me disse, "Para próxima segunda-feira, eu
gostaria que você recriasse um desses, assim como você fez com o amuleto de
fogo e escreva um artigo sobre isso."
"Ms.Terwiliger..." eu comecei.
"Sim, sim", ela disse, fechando o livro e ficando em pé. "Estou bem assim
consciente de seus argumentos e objeções, como os seres humanos não são
destinadas a exercer o poder e todo esse absurdo. Eu respeito o seu direito de se
sentir assim. Ninguém está fazendo você usar nada disso. Eu só quero que você
continue recebendo uma ideia para a construção."
"Eu não posso", eu disse com firmeza. "Eu não vou."
"Não é diferente do que dissecar um sapo na biologia", argumentou ela."
Mãos a obra para entender o material."
"Eu acho ..." Eu cedi, melancolicamente. "Qual você quer que eu faça,
senhora?"
"Qualquer que seja o que você gosta."
Algo sobre isso me incomodava ainda mais.
"Eu prefiro que você escolha.”
"Não seja tonta", disse ela. "Você tem a liberdade no seu trabalho e a
liberdade neste. Eu não me importo o que você faz, desde que a atribuição seja
completa. Faça com o que lhe interessa."
E esse era o problema. Fazer com que eu escolhesse, ela estava me
fazendo investir na magia. Era fácil para mim afirmar que não participava
e apontar que tudo o que fiz por ela era sob coação. Mesmo que esta atribuição foi
tecnicamente ditada por ela, essa pequena escolha que ela me
forçava a fazer,
fazia com que eu fosse pró-ativa.
Então, aplaquei a decisão, o que era quase inédito para mim, quando se
tratava de uma tarefa. Uma parte de mim pensou que talvez se eu ignorasse a
atribuição, que desapareceria ou ela mudaria de ideia. Além disso, eu teria uma
semana. Nenhum motivo para se estressar com isso ainda.
Embora eu sabia que não tinha obrigação com Lia por ter nos dado o
figurino, eu ainda sentia que a coisa apropriada a fazer era devolvê-los a ela,
apenas para que não houvesse dúvidas de minhas intenções. Uma vez que a Sra.
Terwiliger me liberou, eu coloquei o meu traje e o de Jill em seus sacos de roupas
e fui para o centro. Jil ficou triste, mas admitiu que era a coisa certa a fazer.
Lia, no entanto, sentiu-se ao contrário. "O que eu vou fazer com isso?", Ela
perguntou quando eu apareci em sua loja. Brincos de argola de strass grandes
fazia
ela
parecer
deslumbrante.
"Eles
estavam
sob
encomenda
feito para você."
"Eu tenho certeza que você pode alterá-los. E tenho certeza que eles não
estão longe de seus tamanhos de amostra de qualquer maneira."
Eu segurei os cabides, e ela obstinadamente cruzou os braços.
"Olha, eles ão geniais. Nós realmente apreciamos o que você fez. Mas não
podemos mantê-los ".
"Você vai mantê-los", afirmou.
"Se você não pegar, simplesmente vou deixar no balcão," eu avisei.
"E eu vou enviar de volta ao seu dormitório." Eu gemi.
"Por que isso é tão importante para você? Porque você não pode aceitar um
não como resposta? Há muitas meninas bonitas em Palm Springs. Você não
precisa de Jil."
"É exatamente isso", disse Lia. "Muitas meninas bonitas que se misturam
entre si.Jil é especial. Ela é natural e não sabe.
Ela pode ser grande
algum dia."
"Algum dia", repeti. "Mas não agora."
Lia tentou outra abordagem. "A campanha é para lenços e chapéus. Eu não
posso fazer máscaras de novo, mas eu posso colocá-la em óculos de sol.
Especialmente se fizermos fora. Diga-me que você concorda com esse plano "
"Lia, por favor. Não se incomode"
"Basta ouvir", ela insistiu. "Eu vou fazer uma sessão de fotos. Depois, você
pode passar por todas as imagens e jogar fora os que não atendem a seus
estranhos critérios religiosos. "
"Sem exceções", eu insisti. "E eu estou deixando os vestidos."
Eu coloquei em um balcão e sai, ignorando os protestos de Lia sobre todas
as coisas incríveis que ela poderia fazer para Jil. Talvez um dia, eu pensei. Algum
dia, quando todos os problemas de Jill tiverem acabada. Algo me disse que este
dia estava muito longe, no entanto.
Embora a minha lealdade a Spencer era firme, um pequeno café francês
chamou minha atenção enquanto eu caminhava de volta para o meu carro. Ou
melhor, o aroma de seu café me chamou a atenção.. Eu não tinha obrigações na
escola e parei para tomar um copo. Eu tinha um livro para a aula de Inglês comigo
e decidi fazer algumas leituras em uma das mesas pequenas do café. Metade
desse tempo foi gasto em mensagens de texto, de ida e volta com Brayden. Ele
queria saber o que eu estava lendo, e nós estávamos trocando nossas citações
favoritas de Wiliams Tennessee.
Eu mal tinha estado lá por 10 minutos quando as sombras caíra, sobre mim,
bloqueando o sol da tarde. Dois caras estavam lá, nenhum deles eu conhecia.
Eles eram um pouco mais velhos do que eu, um loiro e de olhos azuis, enquanto o
outro era moreno e muito bronzeado. Suas expressões não eram hostis, mas eles
não eram amigáveis também. Ambos estavam muito bem constituídos, como
aqueles que treinavam regularmente. E então, depois de voltar a observá-los, eu
percebi que reconhecia um deles. O cara de cabelo escuro foi o que se aproximou
de Sonya e eu há um tempo atrás, alegando conhecê-la de Kentucky.
Imediatamente, todo o pânico que eu estava tentando suprimir esta semana
passada voltou para mim, a sensação de estar presa e indefesa. Foi apenas a
percepção de que eu estava em um lugar público, cercada por pessoas, que me
permitiu considerar estes dois com calma surpreendente.
"Sim", eu perguntei.
"Nós precisamos falar com você, Alquimista", disse o loiro.
Eu não contrai um músculo na minha cara.
"Eu acho que você tem me confundido com outra pessoa."
"Ninguém aqui tem uma tatuagem de lírio", disse o outro cara. Ele disse que
seu nome era Jeff, mas eu me perguntei se ele estava dizendo a verdade. "Seria
ótimo se você pudesse dar uma volta com a gente." Minha tatuagem estava
coberta hoje, mas algo me disse que esses caras estavam me seguindo por um
tempo e não precisavam ver o lírio para saber que estava lá.
"Absolutamente não", eu disse. Eu nem sequer precisava de lembretes de
Wolfe para saber que era uma péssima ideia. Eu estava aqui na segurança da
multidão. "Se vocês quiserem conversar, é melhor sentarem. Caso contrário, vão
embora."
Eu olhei de volta para o meu livro, como se não tivesse uma só preocupação
no mundo. Enquanto isso, meu coração estava batendo, e levou cada grama de
controle que eu tinha para manter minhas mãos sem tremer. Alguns momentos
depois, ouvi o som de raspagem de metal no concreto, e os dois rapazes se
sentaram à minha frente. Eu olhei de volta para seus rostos impassíveis.
"Você tem que ir para dentro, se vocês quiserem café", comentei.
"Eles não têm serviço aqui fora."
"Nós não estamos aqui para falar sobre o café", disse Jeff. "Nós estamos
aqui para falar sobre vampiros."
"Por quê? Você está filmando um filme ou algo assim? "Eu perguntei.
"Nós sabemos que você sai com eles", disse o loiro. "Incluindo a Strigoi,
Sonya Karp."
Parte da magia da minha tatuagem era prevenir Alquimistas de revelar
informações sobre o mundo dos vampiros para os forasteiros. Nós literalmente
não poderíamos fazê-lo. A magia entraria em jogo e evitaria que tentássemos.
Uma vez que esses caras pareciam já saber sobre vampiros, a tatuagem não iria
censurar as minhas palavras. Em vez disso, eu escolhi me censurar de meu
próprio livre arbítrio. Algo me dizia que a ignorância era a melhor tática aqui.
"Os vampiros não são reais", eu disse. "Olha, se isso é algum tipo de
piada..."
"Nós sabemos o que você faz", continuou Cabelo Louro. "Você não gosta
mais
deles
do
que
nós.
Então,
por
que
você
está
ajudando?
Como poderia o seu grupo ter conseguido tão confusa e perdida visão do nosso
objetivo original? Séculos atrás, éramos um grupo unido, determinado a ver todos
os vampiros eliminados da face da terra, em nome da luz. Seus irmãos traíram
esse objetivo."
Eu tinha um outro protesto pronto, e então percebi um brilho de ouro na
orelha de Jeff. Ele estava usando um brinco pequeno, uma esfera pequena,
dourada, com um ponto preto no meio. Não pude me conter.
"O brinco", eu disse. "É o símbolo do sol...o símbolo para o ouro." E, eu
percebi, era exatamente o mesmo símbolo que estava sobre o punho da espada
que tinhamos recuperado no beco.
Ele tocou seu brinco e acenou com a cabeça. "Nós não esquecemos a
missão ou o nosso propósito original. Nós servimos a luz. Não a escuridão que
esconde os vampiros."
Eu ainda me recusei a reconhecer tudo o que disse sobre vampiros. "Vocês
são os que atacaram a minha amiga e eu no beco na semana passada." Nem um
negou.
"A sua ‘amiga’ é uma criatura das trevas", disse Cabelo Louro. "Eu não sei
como ela conseguiu essa corrente de encantamento fazendo parecer com um dos
outros vampiros, mas você não pode ser enganada. Ela é má. Ela matará você e
inúmeros outros."
"Vocês são loucos", eu disse. "Nada disso faz sentido."
"Só nos diga onde seu covil principal é", disse Jeff. "Nós sabemos que não é
o apartamento do outro lado da cidade. Nós estamos vigiando e ela não voltou
desde nossa última tentativa de destruí-la. Se você não vai ajudar ativamente,
essa informação é tudo que precisamos para livrar o mundo de seu mal."
Nós estamos vigiando. O apartamento de Adrian. Calafrios me atravessaram.
A quanto tempo estavam espionando seu apartamento? E em que medida?
Haviam sentado no carro do lado de fora, simplesmente vigiando? Será que eles
possuem equipamentos de alta tecnologia de vigilância? Wolfe tinha advertido
contra a ser perseguida em estacionamentos, não em casas.
O pequeno conforto que eu tinha aqui era que eles obviamente não sabiam
sobre Clarence. Sua vigilância não poderia ter sido completa que se ninguém tinha
seguido ainda. Mas se tivessem seguindo a mim? Será que eles sabiam que ia a
escola?
E com as suas próprias palavras, eles foram confirmando a terrível realidade
que eu não ousava especular. Era uma realidade que significava que havia forças
em movimento invisível por debaixo dos 'Alquimistas aparentemente oniscientes
da visão, as forças trabalhando contra os nossos objetivos.
Caçadores de vampiros eram reais.
Com essa constatação veio uma centena de perguntas mais aterrorizantes.
O que isso significa para os Moroi? Jill estava em perigo?
Estava Adrian?
"A única coisa que eu vou fazer é ligar para a polícia", disse eu. "Eu não sei
quem vocês são ou por que vocês estão obcecados com minha amiga, mas
nenhum de nós fez
nada para vocês. Você é ainda mais louco do que eu
pensava, se você acha que eu vou dizer onde ela está para que você possa
perseguir ela."
Então, pela mais pura sorte, eu vi um policial patrulhando a pé pela rua. Os
dois caras seguiram meu olhar e puderam, sem dúvida, adivinhar meus
pensamentos. Seria muito fácil chamar. Nós não apresentamos nenhum relatório
sobre o ataque, mas acusando esses caras de uma agressão recente certamente
deteria-os. Em sincronia, ambos levantaram.
"Você está cometendo um erro terrível", disse Jeff. "Nós poderíamos ter tido
esse problema erradicado a anos atrás, se os nossos grupos trabalhassem juntos.
Primeiro o Strigoi, em seguida, o Moroi. Sua equivocada descida em sua
corrupção quase colocou tudo a perder. Felizmente, nós trilhamos o caminho
verdadeiro."O fato de que ele tinha apenas o nome dos dois grupos foi
particularmente alarmante. Esses caras eram assustadores, certamente, mas nem
tanto se estávamos falando sobre vampiros em termos sombrios e vagos. Usando
"Moroi" e "Strigoi" indicava amplo conhecimento.
Cabelo Louro pegou um panfleto pequeno, caseiro. "Leia isto, e talvez você
verá a luz. Entraremos em contato."
"Eu não faria isso se eu fosse você", eu disse. "Meta-se comigo novamente,
e eu vou fazer muito mais do que apenas ter uma conversa agradável." Minhas
palavras saíram mais fortes do que eu esperava. Talvez Dimitri e Wolfe estavam
me contagiando.
Jeff riu quando os dois começaram a se afastar.
"Pena que você ficou tão atolada em livros", disse ele. "Você tem o espírito
de um caçador."
Capítulo 16
16
Eu não perdi tempo em juntar todo o grupo. Este foi grande. Eu ainda não
sabia o nível de perigo que estavamos enfrentando, mas recusei-me a arriscar.
Escolhi a casa de Clarence como um ponto de encontro, visto que os caçadores
não sabiam sobre isso ainda. Todavia, ainda me deixava nervosa. Eu teria ficado
nervosa mesmo que tvessemos nos reunido em um bunker Alquimista.
E, aparentemente, "caçadores" não era mesmo o termo certo.
De acordo com seu panfleto de baixa qualidade, eles intitulavam-se
"Os guerreiros da luz." Eu não tinha certeza de que merecia o título de fantasia,
especialmente já que em sua declaração de missão, eles escreveram
"Avismoo", ao invés de "Abismo." O panfleto foi realmente muito escasso,
simplesmente afirmando que houve uma caminhada do mal entre a humanidade e
que os guerreiros eram a força para destruí-lo. Eles instavam a seus seguidores a
estarem prontos e permanecerem puros. Nenhum dos vampiros foram
mencionados por nome, o que eu agradecia. O panfleto também não mencionou
muito sobre qualquer da história compartilhada que eles alegaram ter com os
Alquimistas.
Antes de irmos para Clarence, Eddie vasculhou o Latte para qualquer tipo de
dispositivo de rastreamento. A ideia me assustou muito, da mesma forma que eles
estavam vigiando Adrian. Havia uma sensação de violação nisso. Foi apenas a
minha falta de fé em sua tecnologia que fez com que me sentisse um pouco
melhor.
"Parece improvável que eles sejam tão avançados", disse a Eddie, quando
ele mexeu debaixo do carro. "Quero dizer, o panfleto parecia que tinha sido feito
em uma máquina de escrever de 1980 . Eu não sei se é porque eles tem esse
panfletos por muito tempo ou se eles realmente usam esse tipo de máquina...mas
independentemente disso, eles não parecem usar alta tecnologia para mim."
"Talvez", ele concordou, a voz um pouco abafada. "Mas não podemos correr
nenhum risco. Nós não sabemos do que eles são capazes. E pelo que sabemos,
eles estão tentando ficar a par com os Alquimistas para se colocar por dentro dos
acontecimentos."
Senti calafrios. Era um pensamento absurdo: que os Alquimistas e esse
grupo marginal violento poderiam estar relacionados. Tinha sido uma loucura
quando Adrian e eu tinhamos especulado sobre isso e era difícil de aceitar,
mesmo em face de evidências. Pelo menos agora eu tinha informação suficiente
para falar com os meus superiores sem ser ridicularizada. Mesmo que eu nunca
tinha ouvido falar de caçadores como este, que parecia plausível que em algum
lugar, em algum momento, eles tentaram se conectar com a minha organização.
Esperançosamente alguém nos Alquimistas poderia ajudar.
Eddie saiu de debaixo de Latte.
"Está limpo. Vamos."
Jil e Angeline estavam esperando nas proximidades, ambas tensas e
ansiosas. Jil deu a Eddie um sorriso de admiração.
"Eu não sabia que você sabia fazer nada disso. Eu nunca teria pensado
sobre isso."Ele limpou o suor da testa.
"Você pensou que o treinamento guardião era tudo sobre bater e chutar?"
Ela corou. "Sim. Algo assim."
“Você pode dizer-me sobre algumas dessas coisas em algum momento",
perguntou Angeline. "Parece que eu deveria saber."
"Claro", disse Eddie, soando como se ele quisesse dizer isso. Ela sorriu.
Ele estava mais amável co ela agora, desde que a sua atitude tornou-se mais
séria e contida. Acho que algo desse bom comportamento tinha sido por eu ter
conseguido uma permissão para ela se juntar a nós esta noite. Ela tecnicamente
ainda estava em suspensão, mas eu consegui uma isenção especial em razão da
religião da nossa família. Eu tinha usado uma desculpa semelhante quando Jil
havia sido suspens no mês passado, a fim de levá-la para a alimentação.
Mesmo assim, estávamos em ordens muito rígidas com Angeline esta noite.
Ela não podia ficar de fora por mais de duas horas, e o preço foi a adição de um
dia extra de suspensão a sua sentença.
Fizemos uma rota alternada para a casa de Clarence, e Eddie vigiou atrás de
nós cuidadosamente, à procura de qualquer sinal de perseguição. Ele tentou
explicar algumas das coisas que eu precisava estar atenta quando eu estivesse
sozinha. Eu estava tão nervosa, que eu quase não ouvi. Depois de uma viagem
tensa, nós fizemos com segurança para Clarence. Lá, encontramos Adrian já a
espera por nós. Dimitri aparentemente havia estado pela cidade mais cedo e
pegou Adrian em seu apartamento, sem dúvida tomando todas as mesmas
precauções que Eddie tinha tomado conosco.
Eu tinha dado a Eddie e Dimitri algumas das informações sobre os
caçadores, mas todos os outros exigiram uma explicação mais detalhada.
Reunimo-nos em nosso lugar de sempre, a formal sala de estar, e Dimitri andava
pela sala, se preparando para um ataque a qualquer momento. andava ao redor
da sala, se preparando para um ataque a qualquer momento.
Clarence olhava de sua cadeira com aquele olhar típico distraído. Quando eu
levantei o panfleto, porém, ele voltou à vida.
"São eles!", Ele gritou. Eu pensei que ele poderia saltar da cadeira e rasgar o
panfleto de minhas mãos. "Esses são os seus símbolos!" Mais do mesmo
símbolo alquímico que estavam na espada foram espalhados na frente do
panfleto."Esse círculo. Lembro-me desse círculo."
"O símbolo de ouro", eu confirmei. "Ou, eu acho que no seu caso, o símbolo
do sol, uma vez que está tão obcecado com a luz e a escuridão." Clarence olhou
ao redor freneticamente.
"Eles estão de volta! Temos que sair daqui. Eu vim para esta cidade para
escapar deles, mas eles me acharam. Nós não temos tempo. Onde está Dorothy?
Onde está Lee? Devo embalar! "
"Sr. Donahue, "eu disse, com o tom mais suave que consegui", eles não
sabem que você está aqui. Você está seguro. "
"Se o que você está dizendo é verdade", disse Sonya, "Eu sou a única que
está em perigo." Ela parecia muito mais calma do que eu poderia estar nessa
situação.
"Eles não vão machucar você também", disse Dimitri bruscamente
"Especialmente se você não deixar esta casa."
"A pesquisa..." ela começou.
"Não é nada em comparação com a sua segurança", concluiu. Havia um
olhar em seus olhos que disse que ele não toleraria mais discussões sobre esse
assunto.
"Você precisa voltar ao Tribunal. Você estava planejando isso de qualquer
maneira. Basta fazer a viagem mais cedo."
Sonya não parecia feliz com isso.
"Então, eu deixo o resto de vocês em perigo?"
"Talvez nós não estamos", disse Eddie, embora a tensão em seu corpo,
disse o contrário. "Pelo que disse Sydney – em seu pequeno manifesto ‘ seu foco
parece ser Strigoi, não Moroi."Ele olhou para Jil. "Não é que nós podemos baixar a
guarda. Se eles confundiram Sonya com um Strigoi, quem sabe que outras
loucuras podem fazer? Não se preocupe. Eu não vou deixá-los perto de você".
Jil parecia prestes a desmaiar.
"Essa é uma boa idéia", eu disse. "Eles ainda acham que Moroi são uma
ameaça, mas não tanto quanto os Strigoi."
"Assim como os Alquimistas", disse Adrian. Ele estava sentado em uma
poltrona de canto e tinha ficado quieto o tempo todo. Eu não o tinha visto desde a
noite do baile ou tive qualquer comunicação com ele, o que era estranho. Mesmo
quando ele não estava me mandando patéticos e-mails sobre os experimentos,
ele quase sempre tinha alguma piada espirituosa para passar adiante.
"É verdade," eu admiti, com um sorriso. "Mas nós não estamos tentando
matar nenhum de vocês. Nem mesmo Strigoi."
"E há o problema", disse Dimitri. "Estes guerreiros estão convencidos de que
Sonya
é
um
Strigoi
e
está
usando
algum
truque
para
disfarçar."
"
"Talvez eles tenham algum controle ou sistema de inventário", Sonya refletiu.
"Eles mantém esse controle sobre vários Strigoi no país e, em seguida, tentam
caçá-los."
"E eles ainda não sabem sobre você," eu apontei para Dimitri. Seu rosto
manteve-se neutro, mas eu sabia que era difícil para ele se lembrar de seus dias
de Strigoi. "E pelo que eu sei ... você foi muito mais uma, hum, figura notável do
que Sonya." Ele tinha sido essencialmente um mafioso Strigoi. "Então, se você
estiver fora de seu radar, eles provavelmente não tem uma presença
internacional...ou pelo menos não um russo."
Angeline se inclinou para frente, de mãos dadas, e considerando Clarence
com um sorriso doce o suficiente para justificar o seu nome. "Como você os
encontrou?"
No começo, ele parecia com muito medo de responder, mas eu acho que a
atitude dela gentilmente acalmou ele.
"Bem, eles mataram minha sobrinha, é claro." Nós todos sabiamos que Lee
tinha matado a sobrinha de Clarence, mas o velho não acreditava mais niddo do
que ele acreditava que Lee estava morto.
"Você os viu fazer isso", perguntou Angeline. "Você os viu?"
"Não quando Tamara morreu, não", admitiu. Seus olhos tinha um olhar
distante, como se estivesse olhando para o passado. "Mas eu sabia quais sinais
procurar. Eu os havia encontrado antes disso. De volta quando eu estava morando
em Santa Cruz. Eles gostam da Califórnia, você sabe. E a Sudoeste. Vai de
acordo com sua fixação com o sol."
"O que aconteceu em Santa Cruz", perguntou Dimitri.
"Um grupo dos jovens começou a me perseguir. Tentando me matar."
O resto de nós trocamos olhares.
"Então, eles vão atrás dos Moroi", disse Eddie. Ele se aproximou de Jil.
Clarence balançou a cabeça. "Não geralmente. Pelo que me disse Marcus,
eles preferem Strigoi. Estes eram jovens, membros indisciplinados fazendo por
sua própria conta, sem o conhecimento de seus superiores. Presumo que foi o
mesmo tipo que matou Tamara."
"Quem é Marcus?" Eu perguntei.
"Marcus Finch. Ele me salvou deles, há alguns anos. Defendeu-me durante
um ataque e mais tarde entrou em contato com a sua ordem de manter os
bandidos longe de mim." Clarence estremeceu com a lembrança. "Não fiquei
por ali depois disso. Peguei Lee e sai. Foi quando me mudei para Los Angeles por
um tempo. "
“Este Marcus” disse “era um guardião?”
“Um humano. Tinha a sua idade aproximadamente. Sabia tudo sobre os
caçadores.”
"Eu suponho que sabia se ele
entrou em contato com eles", Dimitri
especulou." Mas se ele te ajudou, ele deve ser amigável com os Moroi?"
"Oh, sim", disse Clarence. "Sim, muito."
Dimitri olhou para mim.
"Você acha..."
"Sim", eu disse, adivinhando sua pergunta. "Vou ver se podemos encontrar
esse cara Marcus. Seria bom ter uma fonte de informação que não é um desses
guerreiros loucos. Eu também vou reportar tudo isso, na realidade."
"Eu também", disse Dimitri.
Apesar de Clarence não ser especialista em caçadores como este misterioso
Marcus era, o velho Moroi ainda tinha uma quantidade surpreendente de
informações – informações que nenhum de nós quis escutar antes. Ele verificou o
que já tinhamos deduzido, sobre a "devoção à luz dos caçadores." O foco do
grupo era Strigoi (por agora), e todas as suas caçadas foram cuidadosamente
planejadas e organizadas. Eles tinham um conjunto de comportamentos
ritualizados, particularmente em relação aos seus membros mais jovens, pelo qual
o grupo que tinha atacado Clarence foi detido. Pelo que Clarence disse, o grupo
era bastante duro com os seus novos recrutas, enfatizando a disciplina e
excelência.
Com o relógio correndo com a suspensão de Angeline, precisavamos
terminar tudo rapidamente. Eu também era encarregada de levar Adrian para
casa, já que achamos que seria melhor eliminar qualquer chance de Dimitri ser
seguido de volta para Clarence. Além disso, eu poderia dizer que Dimitri estava
ansioso para começar a colocar algumas coisas em movimento. Ele queria
finalizar a partida de Sonya e também conversar com os guardiões, no caso
necessário de ter que remover Jill.
Seu rosto refletia o que eu senti sobre esse resultado possível. Nós duas nos
apegamos a Amberwood.
Enquanto ele estava dando algumas instruções de última hora para Eddie,
eu puxei Sonya de lado por uma palavra calma.
"Eu ... eu estive pensando em algo", disse a ela.
Ela me estudou cuidadosamente, provavelmente lendo minha aura e
linguagem corporal.
"O que é?", Perguntou ela.
"Se você quiser ... se você realmente quiser, você pode ter um pouco do
meu sangue".
Foi uma admissão enorme, enorme. Foi algo que eu queria fazer? Não.
Absolutamente não. Eu ainda tinha os mesmos medos instintivos sobre dar meu
sangue para Moroi, mesmo para fins científicos. E ainda, os eventos de ontem e
até o ataque no beco tinha começado a fazer-me re-analisar a minha visão de
mundo. Os vampiros não eram os únicos monstros aqui. Dificilmente eram
mosntros, ainda mais ao lado desses caçadores. Como eu poderia julgar o inimigo
por sua raça? Eu estava sendo lembrada cada vez mais que os seres humanos
eram apenas tão capazes quanto os vampiros do mal e que os vampiros eram
capazes de fazer o bem. Eram ações que importava, e Sonya e Dimitri eram
nobres. Eles estavam lutando para destruir o mal supremo, e apesar de como eu
me sentia sobre dar o meu sangue, eu sabia que era a coisa certa para ajudá-los.
Sonya sabia que isso era um sacrifício para mim. Seu rosto se manteve
tranquilo – sem nenhum sinal de alegria - e ela balançou a cabeça solenemente.
"Eu tenho meu kit de coleção aqui. Eu posso ter uma amostra antes de sair,
se você está certa."
Tão cedo? Bem, por que não. Era melhor acabar logo com isso,
especialmente se Sonya teria que deixar a cidade logo de qualquer maneira. Nós
fizemos isso na cozinha, que parecia um pouco mais higiênico do que a sala de
estar. Sonya não era médicoa mas seja qual for a formação que ela teve, foi bem
em linha com o que eu tinha observado quando fazia exames médicos. Antiséptico, luvas, uma nova seringa. Todos os procedimentos corretos foram
seguidos, e depois de um puxão rápido da agulha, ela teve minha amostra de
sangue.
"Obrigada, Sydney," ela disse, entregando-me um curativo de plástico. "Eu
sei o quão difícil deve ter sido para você. Acredite em mim, isso poderia realmente
ajudar-nos."
"Eu quero ajudar", disse a ela. "Eu realmente quero." Ela sorriu.
"Eu sei. E de toda a ajuda que pudemos obter. Depois de ser um deles ...
"Seu sorriso desapareceu. "Bem, eu acredito mais do que nunca que sua maldade
deve acabar. Você pode ser a chave."
Por um segundo, suas palavras me inspiraram, que eu possa de alguma
forma ter um papel maior na luta contra o mal e, possivelmente, até mesmo
impedi-la. Imediatamente, esse pensamento foi substituído por meu pânico. Não.
Não. Eu não era especial. Eu não queria ser. Gostaria de fazer um esforço de boa
fé para ajudar, mas certamente nada viria dele.
Voltei para buscar os outros. Adrian e Jil estavam tendo uma conversa séria,
no canto. Eddie e Angeline estavam também conversando, e ouvi-la dizer:
"Estarei mais com Jilj na escola, apenas por segurança. Nós não podemos
permitir que ela seja parte de um acidente ou erro de identidade."
Eddie assentiu com a cabeça e olhou impressionado para o que ela sugeriu.
"Concordo." Surpreendente, pensei.
Saí logo com o pessoal para o carro e segui para o centro da cidade, para
deixar Adrian. Quando eu parei na frente de seu prédio, vi algo que fez o meu
queixo cair. Admiração e descrença rolou através de mim. No que foi
provavelmente o trabalho de estacionamento mais deselegante que eu já fiz na
minha vida, eu trouxe Latte a uma parada brusca e fui para fora do carro
no segundo que tirei as minhas chaves da ignição. Os outros saíram momentos
depois.
"O que", eu respirei. "É isso?"
"Oh," disse Adrian casualmente. "Esse é o meu carro novo."
Eu dei alguns passos para a frente e depois parei, com medo de abordá-lo
da forma como alguém abordava a realeza.
"É um Ford Mustang conversível 1967," eu disse, sabendo que meus olhos
estavam saltando para fora. Eu comecei a andar em torno dele. "O ano em que
fizeram uma grande reforma e aumentaram o tamanho para acompanhar a
concorrência das grandes potências. Veja? É o primeiro modelo com as luzes
traseiras côncavas, mas o último a ter as letras da Ford na frente até 1974."
"O que diabos é essa cor?", perguntou Eddie, não parecendo impressionado.
"Amarelo primavera", Adrian e eu dissemos em uníssono.
"Eu teria imaginado Lemon Chiffon," disse Eddie. "Talvez você possa
conseguir que o pintem."
"Não!" Eu exclamei. Joguei minha bolsa em cima
da grama e
cuidadosamente toquei o lado do carro. O mustang novo de Brayden de repente
parecia tão comum. "Foram retocadas, obviamente, mas esta é uma cor clássica.
Qual código de motor é este? C, certo? "
"Hum...não tenho certeza", disse Adrian. "Eu sei que ele tem um motor V-8."
"Claro que sim", eu disse. Foi difícil não revirar meus olhos. "Um 289. Eu
quero saber a potência."
"Está provavelmente na papelada", disse Adrian sem convicção.
Foi nesse momento que eu realmente processei as palavras anteriores de
Adrian. Eu olhei para ele, sabendo que a minha cara deveria aparentar descrença.
"Este é realmente o seu carro?"
"Sim", disse ele. "Eu disse a você. O velho me enviou dinheiro para um."
"E você comprou este?" Eu olhei pela janela. "Legal. Interior preto,
transmissão manual."
"Sim," disse Adrian, uma nota de desconforto em sua voz. "Esse é o
problema."
Olhei para trás.
"O que é? O preto é genial. E a condição do couro é fantástico. Assim como
o resto do carro."
"Não, não o interior. A transmissão. Eu não posso dirigir com uma marcha."
Eu congelei.
"Você não sabe dirigir com marcha?"
"Nem eu", disse Jil.
"Você não tem uma licença", eu lembrei ela.
Embora, minha mãe me ensinou a dirigir antes que eu tivesse uma licença,
tanto transmissão automática e manual. Eu sabia que não deveria estar surpresa,
a marcha era uma arte perdida, tão selvagem como essa falta de conhecimento
parecia. Isso empalidecia, naturalmente, em comparação com o outro problema
óbvio.
"Por que você compraria um carro como este, se você não sabe dirigí-lo?
Há dezenas de carros novos que têm transmissão automática. Seria mil vezes
mais fácil.”
Adrian encolheu os ombros.
"Eu gosto da cor. Ele coincide com minha sala de estar."
Eddie bufou.
"Mas você não pode dirigi-lo," eu apontei.
"Eu acho que não pode ser tão difícil." Adrian soou incrivelmente
despreocupado com o que eu encontrei blasfêmia. "Vou apenas praticar dando
voltas ao redor do prédio algumas vezes e aprenderei." Eu não podia acreditar no
que estava ouvindo.
"O quê? Você está louco? Vou vai arruiná-lo se você não sabe o que você
está fazendo!"
"O que mais eu poderia fazer?", Perguntou. "Você vai me ensinar?"
Virei-me para o Mustang bonito.
"Sim", eu disse com firmeza. "Se isso é o que é preciso para salvá-lo de
você."
"Eu posso mostrar-lhe também", disse Eddie.
Adrian ignorou e se concentrou em mim.
"Quando podemos começar?"
Eu corri com o meu horário escolar, sabendo que falar com os Alquimistas
sobre os Guerreiros da Luz era a minha prioridade. Então, o óbvio me bateu.
"Ah. Quando formos para Wolfe esta semana. Vamos levar ele pra fora."
"É realmente para me ajudar", perguntou Adrian. "Ou você só quer dirigir o
carro?"
"Ambos," eu disse, sem vergonha de admitir isso.
O tempo de Angeline estava correndo e nós tinhamos que ir. Eu havia
dirigido três quarteirões de distância quando eu percebi que eu tinha deixado a
minha bolsa na grama. Com um gemido, eu dei a volta e retornei ao seu prédio.
Minha bolsa estava lá, mas o Mustang se fora.
"Onde está o carro?" Eu perguntei, em pânico. "Ninguém poderia ter roubado
tão rápido."
"Oh", disse Jil do banco de trás, parecendo um pouco nervosa. "Eu vi através
do vínculo. Ele, um, moveu."
Era útil ter o laço como uma fonte de informação, mas suas palavras me
fizeram entrar em pânico mais do que se o carro tivesse sido roubado.
"Ele o quê?"
"Não muito", disse ela rapidamente. "Logo atrás do edifício. Esta rua tem
estranhas regras de estacionamento durante a noite."
Eu fiz uma careta.
"Bem,
eu
estou
contente
que
não
vai
ser
rebocado,
mas
ele
deveria ter me falado para tirá-lo daí! Mesmo se não for agora, ele poderia arruinar
a transmissão."
"Eu tenho certeza que ele está bem", disse Jil. Havia uma nota estranha em
sua voz.
Eu não respondi. Jill não era especialista em carro. Nenhum deles era.
"É como deixar uma criança solta em uma sala cheia de porcelana Chinesa,"
eu murmurei. "O que ele estava pensando? Sobre isto?"
Ninguém tinha uma resposta para isso. Eu nos levei de volta para
Amberwood a tempo para o toque de recolher de Angeline e retirou-me para a
sanidade e calma do meu quarto. Assim que eu estava satisfeita que meus amigos
estavam a salvo e seguros para a noite, eu mandei um e-mail para
Donna
Stanton - uma alquimista de alto patamar com quem eu inexplicavelmente
desenvolvi um bom relacionamento - sobre os caçadores e aquilo que tinha
aprendido. Eu mesma tirei fotos do panfleto e enviei também.
Uma vez que isso foi feito, eu me sentei e tentei pensar se havia algo mais
que eu poderia fornecer para ajudar. Foi só quando eu tinha esgotado todas as
opções
(e atualizado minha caixa de entrada algumas vezes para ver se ela
respondeu) que finalmente pude fazer minha tarefa. Como de costume,
fui muito bem apanhada em cada atribuição exceto uma...
A da Sra.Terwiliger
Esse estúpido livro estava em minha mesa, olhando para mim, me
desafiando a abrir. Eu ainda tinha um número de dias antes de fazer o feitiço,
tempo durante o qual eu pudesse continuar a adiar. Eu estava começando a
aceitar, no entanto, que esta atribuição não ia desaparecer. Considerando o tempo
de preparação que isto levava, talvez seria melhor aceitar a realidade e fazê-lo.
Resolvido, eu trouxe o livro para a minha cama e abri na tabela de
conteúdos, revisando alguns dos feitiços que ela havia estudado comigo. Meu
estômago revirou para a maioria deles, cada instinto me dizendo como era errado
até mesmo estar tentando estes.
A magia é para os vampiros, e não seres humanos. Eu acreditava que isso
era verdade, mas a parte analítica da minha mente não podia deixar de aplicar
alguns feitiços defensivas para várias situações. Bem como a minha decisão de
dar sangue, os acontecimentos recentes me fizeram olhar o mundo de forma
diferente. Era a magia errado? Sim. Mas esse feitiço de cegueira teria certamente
sido útil no beco. Outro feitiço, um que deixava as pessoas temporariamente
imobilizados, poderia ter sido utilizado, se eu quisesse fugir dos caçadores no
café.
Claro,
isso
durava
apenas
trinta
segundos,
mas
era mais do que tempo suficiente para eu ter escapado.
Continuei revisando a lista. Eles eram tão errados e ainda assim tão...tão
úteis. Se eu não tivesse visto o encantamento do fogo que eu tinha feito acender
uma Strigoi, eu não teria acreditado que qualquer um destes eram possíveis. Mas
afinal de contas, eles eram. Tanto poder...a capacidade de proteger-me...
Imediatamente, eu me repreendi por tal pensamento. Eu não tinha
necessidade de poder. Esse tipo de pensamento foi o que levou aberrações como
Liam a querer ser Strigoi. Embora...era realmente o mesmo? Eu não queria a
imortalidade. Eu não queria machucar os outros. Eu só queria proteger
a mim e aqueles que me preocupava. Wolfe tinha muito a me ensinar, mas suas
técnicas preventivas não ajudaria se caçadores de vampiros determinados
encurralassem Sonya e eu novamente. Conforme o tempo passava, tornava-se
claro que os caçadores eram muito determinados
Voltei para a tabela de conteúdos, encontrando vários que seriam úteis e
bem assim dentro de minhas capacidades para fazer. De acordo com a Sra.
Terwiliger, alguém como eu tinha potencial excelente para a magia por causa do
talento inato (que eu não acredito totalmente) e do treinamento rigoroso Alquimista
em medição e atenção aos detalhes. Não era difícil descobrir quanto tempo levaria
para produzir qualquer um desses prováveis candidatos.
A questão era que feitiço eu faria? Que eu tinha tempo para fazer?
A resposta foi assustadoramente simples.
Eu teria tempo para fazer todos eles.
Capítulo 17
O carro de Adrian dirigia como um sonho.
Quando cheguei ao volante, eu quase esqueci de verificar se havia qualquer
perseguição. Na verdade, eu quase esqueci que eu deveria estar nos levando
para Wolfe e mostrando a Adrian como utilizar as marchas.
Em vez disso, eu estava presa na forma como o motor cantarolava ao nosso
redor e no cheiro do couro. Deixando seu bairro, eu tive que me conter nas ruas
apinhadas do centro de Palm Springs. Este era um carro gritando para ser solto
em estrada aberta. Eu admirava o Mustang de Brayden, mas eu adorava
este.
"Eu sinto como se eu tivesse acabado de me intrometer no encontro de
alguém", comentou Adrian, uma vez que estávamos na estrada. Ninguém tinha
nos
seguido
para
fora
do
centro
da
cidade,
fazendo-me
sentir
muito mais segura. "Como eu estou me intrometendo entre vocês dois. Se você
quiser me deixar em algum lugar, Eu vou entender."
"Hein?" Eu estava prestando muita atenção à forma como o carro chegava
até velocidades mais elevadas, tanto através de som e sentir. O Mustang era de
fato impressionante. As pessoas muitas vezes têm a ideia de que carros clássicos
são caros. Eles são, se eles estão em boas condições. A maioria não é.
Quando algo passa por anos sem cuidado, inevitavelmente cai aos pedaços,
que é por isso que muitos carros mais velhos precisam de reparação.
Não o de Adrian. Este tinha sido mantido e restaurado ao longo dos anos e
provavelmente nunca saiu do estado da Califórnia, o que significa que não tinha
enfrentado invernos rigorosos. Tudo isso somado a uma etiqueta de alto preço,
tornando-o muito mais ridículo que Adrian tinha comprado algo que não podia
dirigir.
Eu gemi.
"Eu sinto muito ... Eu não sei o que eu estava pensando."
Bem, eu meio que sabia. Eu estava pensando em quais eram as
probabilidades de que eu recebesse uma multa se rompesse os limites de
velocidade para ver o quão rápido podemos ir.
"Eu estar praticando com você logo que eu liguei o carro. Eu prometo que
vou
quando
sairmos
do
Wolfe,
todas
as
etapas.
Por
agora,
eu
acho que podemos recapitular o básico. Esta é a embreagem..."
Adrian não parecia incomodado com a minha negligência. Se qualquer coisa,
ele parecia estar se divertindo e simplesmente ouviu minhas explicações com um
sorriso pequeno e calmo em seu rosto.
Wolfe parecia tão vergonhoso como ele estava na última vez, completando
com o tapa-olho que eu suspeitava que haviam sido a bermuda que ele usava
antes. Eu esperava que ele tivesse se lavado desde então. Apesar de sua
aparência, ele estava pronto para ir quando nossa classe estava lá e ele era
competente nesse assunto.
Embora ele tenha nos lembrado novamente sobre a importância de evitar
conflitos e estar ciente de seu meio envolvente, ele rapidamente passou por esses
pontos e focou em formas mais físicas de se proteger.
Considerando o quanto Adrian reclamou da última vez sobre a conversa de
segurança "chato", eu imaginei que ele estaria animadoque estávamos passando
para alguma ação. Em vez disso, aquele olhar divertido do carro desapareceu, ele
ficou cada vez mais tenso quando Wolfe explicou o que ele queria que nós
fizessemos em nossas sessões de treinos em parceria.
Quando o tempo de praticar veio, Adrian olhou descaradamente infeliz.
"Qual é o problema?" Eu perguntei. De repente me lembrei da última vez,
quando Adrian tinha assustado sobre meu "ataque." Talvez ele não tivesse
realmente esperado que ele teria que trabalhar aqui. "Vamos lá, elas são simples.
Você não vai ficar sujo."
Mesmo quando ensinar ações mais combativos, Wolfe foi um defensor de
manter as coisas simples e rápida. Nós não estávamos tentando aprender a bater
em alguém. Estas manobras eram meios eficazes de distrair um assaltante para
que pudéssemos escapar. A maioria foi feita com os manequins, já que
dificilmente poderia tentar furar os dedos nos olhos um do outro. Adrian passou
por esses movimentos de forma diligente, se silenciosamente. Era trabalhando
diretamente comigo que ele parecia ter um problema.
Wolfe notou também quando ele fez a sua ronda. "Vamos lá, garoto!
Ela não pode tentar escapar, se você não tentar segurá-la. Ela não vai te
machucar, e você não vai machucá-la. "
A manobra em questão era uma que teria sido útil a noite que eu estava no
beco. Então, eu estava ansiosa para praticá-lo e frustrada que Adrian manteve
apenas ajudando um pouco.. Ele deveria colocar um braço em volta do meu
tronco na tentativa de cobrir minha boca. Infelizmente, seus esforços foram tão
fraco e seu segurar tão solto que eu não precisava de técnicas especiais para
escapar. Eu poderia ter simplesmente caminhado para fora de seus braços.
Com Wolfe lá, Adrian fez uma exibição um pouco melhor como um assaltante,
mas imediatamente recorreu a seus métodos, uma vez que estavamos sozinhos.
"Vamos mudar", disse no fim, quase querendo arrancar meus cabelos "Você
tenta escapar de mim. Faça pela última vez. "
Eu não podia acreditar que a atitude lenta de Adrian se voltou a ser o
problema aqui. Eu esperava que seria eu não querer tocar num vampiro, mas não
me incomodava em nada. Eu não estava pensando nele como um vampiro. Ele
era Adrian, e meu parceiro nesta classe. Eu precisava dele para aprender o
movimento.
Foi
tudomuito
pragmático.
Se
eu
não
soubesse
melhor,
eu quase diria que Adrian estava com medo de tocar em mim, o que não fazia
sentido. Moroi não tinham esse complexos.
Havia algo de errado comigo?
Por que Adrian não queria me tocar?
"O que está acontecendo?" Eu exigi, uma vez que estavamos no carro e
voltando para a cidade. "Eu sei que você não é um atleta, mas o que aconteceu lá
dentro?"
Adrian se recusou a encontrar meus olhos e, em vez olhou incisivamente
para fora da janela.
"Eu não acho que isso é realmente minha coisa. Eu estava todo jogando
sobre ser um herói de ação antes, mas agora ... eu não sei. Esta é uma má ideia.
É mais trabalho do que eu pensava."
Havia um tom irreverente de desprezo em sua voz que eu não ouvia há
algum tempo.
"O que aconteceu com você terminar as coisas que você começou?" Eu
perguntei."Você me disse que havia mudado."
"Isso foi para a arte", disse Adrian rapidamente. "Ainda estou nessas classes,
não é? Eu não pulei do barco. Eu só não quero mais fazer isso. Não se preocupe.
Agora que eu tenho mais dinheiro, vou pagar de volta a taxa da aula. Você não vai
ficar fora."
"Isso não importa", argumentei. "É um desperdício! Especialmente desde
que Wolfe mostrou que não é realmente difícil. Nós não estamos rasgando-nos em
pedaços como Eddie e Angeline fariam. Por que é tão difícil para você ficar e
aprender? "Minha dúvida anterior voltou. "Simplesmente não quer trabahar
comigo? Há...há algo de errado comigo?"
"Não! Claro que não. Absolutamente não ", disse Adrian. Na minha periferia,
eu vi ele finalmente olhar para mim. "Talvez eu só possa aprender uma coisa de
cada vez. Eu quero dizer... Eu tenho que também aprender a dirigir com uma
marcha. Não é que eu vejo isso acontecendo. "
Eu queria dar um tapa-me na testa. Na minha frustração com a aula, eu tinha
completamente esquecido novamente sobre mostrar a Adrian como dirigir. Eu me
senti como uma idiota, mesmo que eu ainda estava brava com ele por desistir de
Wolfe. Eu chequei o tempo. Eu tinha coisas para fazer hoje à noite em
Amberwood mas senti obrigada a me redimir pelo meu ensino de má qualidade.
"Praticaremos uma vez que estivermos de volta no seu bairro", eu prometi.
"Bem, começamos devagar, e vou mostrar tudo o que você precisa fazer. Eu
poderia até mesmo deixar você tentar dirigir em torno do quarteirão se esta noite
você parecer que você está prestando atenção à aula. "
A transformação em Adrian foi notável. Ele passou de ranzinza e
desconfortável para alegre e enérgico. Eu não conseguia entender. Claro, eu
achava carros e dirigir fascinante, mas tecnicamente falando, houve um detalhe
muito mais a aprender sobre transmissão manual do que havia em técnicas
evasivas de Wolfe. Por que aqueles era difícil para ele, mas a embreagem era
fácil?
Coloquei em torno de uma hora quando voltamos. Para seu crédito, Adrian
prestava atenção a cada palavra que eu dizia, embora seus resultados eram
inconsistentes sempre que eu interrogava-o ou deixava que ele tentasse algo. Às
vezes ele respondia como um profissional. Outras vezes, ele parecia totalmente
perdido
em
coisas
que
eu
poderia
jurar
que
ele
tinha
pego.
Até o final da hora, eu me senti segura o suficiente com ele dirigindo o carro em
velocidades baixas em ruas vazias. Ele foi um longo caminho desde a autoestrada o parar-e-ir do tráfego de uma movimentada cidade.
"Parece que temos mais aulas em nosso futuro", disse ele quando terminou.
Eu tinha estacionado o carro atrás de seu prédio, e estávamos andando de volta
para a entrada principal para o Latte.
"Não pegue o carro por mais de meio quilômetro Eu verifiquei o odômetro.
Eu vou saber."
"Notável", disse ele, com um sorriso manhoso. "Quando é a próxima aula?
Você quer voltar amanhã à noite?"
"Não é possível", disse eu. "Eu vou sair com Brayden." Fiquei surpresa com
o quanto eu estava olhando para a frente. Não só eu queria fazer as coisas para
ele após o baile, mas eu também só queria uma dose de normalidade, bem, pelo
menos o tipo de normalidade que Brayden e eu temos juntos. Além disso, as
coisas com Adrian estavam realmente estranhas...
"Oh". O sorriso de Adrian caiu. "Bem...Eu entendo. Quer dizer, me refiro ao
amor e romance e tudo isso".
"Nós estamos indo para o museu têxtil", eu disse. "É legal, mas eu não tenho
certeza de quanto amor e romances realmente terá lá.”
Adrian quase chegou a um impasse.
"Há um museu têxtil aqui? O que as pessoas fazem lá?"
"Bem, eles olham ... um, têxteis. Há uma exposição grande em..."
Eu parei quando chegamos à frente do edifício. Há, por trás de Latte, era um
carro familiar, o alugado que Sonya e Dimitri estavam usando. Olhei
interrogativamente para Adrian.
"Você estava esperando por eles esta noite?"
"Não", disse ele, retomando sua caminhada até a porta. "Eles têm uma
chave, embora, por isso suponho que podem se sentir em casa a qualquer hora.
Eles fazem muito isso, na verdade. Eles comem a minha comida, e ela usa minhas
coisas de cabelo."
Eu segui ele.
"Espero que seja só Dimitri." Depois de nossas revelações recentes sobre os
caçadores, Sonya estava praticamente sob prisão domiciliar. Ou assim pensava
eu.
Quando entrei no apartamento, ela estava sentada no sofá. Dimitri não
estava a vista. Ela olhou para nós de seu laptop.
"Graças a Deus que você está aqui", disse ela, dirigindo suas palavras para
mim. "Jil disse que estava fora e tinha a esperança de te alcançar.”
Algo me disse que não podia sair nada bom desse ‘te alcançar’, mas eu tinha
maiores preocupações.
"O que você está fazendo aqui?" Eu perguntei, meio que esperando que
caçadores entrariam pela porta. "Você deveria estar em Clarence até você sair da
cidade."
"Depois de amanhã", ela confirmou. Ela se levantou; olhos iluminados com o
que a levou aqui. "Mas eu precisava falar com você agora, cara-a-cara."
"Eu viria para você", eu protestei. "Não é seguro para você estar fora."
"Eu estou bem", disse ela. "Tenho a certeza que não fui seguida. Isso era
muito importante." Ela estava sem fôlego e animada.
Mais importante do que ser pego por aspirantes a caçadores de vampiros?
Discutível.
Adrian cruzou os braços e parecia surpreendentemente em desaprovação.
"Bem, é tarde demais agora. O que está acontecendo?"
"Temos os resultados do exame de sangue de Sydney", explicou Sonya.
Meu coração parou. Não, eu pensei. Não, não, não.
"Assim como com o sangue de Dimitri, nada fisiológico mostrou-se", disse
ela. "Nada de anormal com proteínas, anticorpos, ou qualquer coisa assim."
Alívio passou por mim. Eu estava certa. Nada de especial sobre mim, não há
propriedades inexplicáveis. E ainda...ao mesmo tempo, senti uma pontada de
arrependimento pequena. Eu não era aquela que deveria consertar tudo.
"Desta vez nós enviamos para um laboratório Moroi, não um alquimista",
Sonya continuou. "Um dos pesquisadores, um usuário de terra sentiu um zumbido
magia terrestre. Assim como Adrian e eu sentimos o espírito no sangue de Dimitri.
O técnico teve mais outros usuários de magia examinando seu sangue e quatro
elementos básicos foram detectados."
O pânico voltou. Ela tinha-me em uma montanha russa emocional, uma que
me deixou enjoada.
"Mágica ... no meu sangue?" Um momento depois, eu entendi. "Claro que
há..." eu disse lentamente. Eu toquei minha bochecha. "A tatuagem tem sangue
de vampiro e magia. Isso é o que é. Existem diferentes graus de encantos a partir
de diferentes usuários. Isso mostraria no meu sangue." Eu tremi. Mesmo com uma
explicação lógica, era uma coisa assustadora aceitar que havia magia no meu
sangue.
Os feitiços da Sra.Terwiliger eram um anatema para mim, mas pelo menos
havia algum conforto em saber que extraíam a magia para fora de mim. Mas
sabendo que eu tinha algo interno? Isso foi assustador. E, no entanto, eu não
poderia ser surpreendida com este achado, não com a tatuagem.
Sonya assentiu.
"Sim, é claro. Mas deve haver algo sobre a combinação que é repulsivo para
Strigoi. Ele pode ser a chave para todo o nosso trabalho!"
Para minha surpresa, Adrian deu alguns passos em direção a mim, e havia
uma tensão em sua postura que foi ferozmente protetora.
"Então você sabe que o sangue Alquimista tem mágica nele", disse ele.
"Isso não é surpresa. Caso encerrado. O que você quer dela agora?"
"Outra amostra para começar", disse Sonya ansiosamente. "Não sobrou
nada no frasco original que eu peguei, uma vez que todo o teste foi feito. Eu sei
que isso soa estranho, mas também seria útil se um Moroi pudesse...bem, provar
seu sangue e ver se ele tem a mesma qualidade repulsiva que tem para os Strigoi.
O sangue fresco seria o ideal, mas mesmo eu não estou suficientemente louca
para pedir-lhe para se submeter a uma alimentação. Devemos simplesmente ser
capaz de usar sua amostra e..."
"Não", eu disse. Eu tropecei para trás, horrorizada. "Absolutamente não.
Se é de um pescoço ou um frasco, não há nenhuma maneira que eu estou dando
meu sangue para qualquer um provar. Você sabe como isso é errado? Eu sei que
você faz isso o tempo com os alimentadores, mas eu não sou um deles. Eu nunca
deveria ter lhe dado a primeira amostra. Você não precisa de mim para nada
disso. Espírito é a chave. Lee é a prova de que os ex-Strigoi são os que você
precisa para examinar."
Sonya não estava intimidado pela minha explosão. Ela empurrou para a
frente, apesar de seu tom de voz era suave.
"Eu
entendo
o
seu
medo,
mas
acho
que
as
aplicações!
Se
algo em seu sangue torna resistente a Strigoi, então você pode salvar inúmeras
vidas."
"Os alquimistas não são resistentes", eu disse. "Essa tatuagem não está nos
protegendo, se é onde você quer chegar. Você acha que em toda nossa história,
não houve Alquimistas que foram transformados em Strigoi?"
"Bem, é claro", disse ela. Suas palavras eram hesitantes, me incentivando.
"Então, a magia que sentia em mim é irrelevante. É apenas a tatuagem.
Todos os Alquimistas tem. Talvez o nosso gosto é ruim, mas o sangue Alquimista
não tem nada a ver com a conversão de um Strigoi. Ainda que nos aconteça." Eu
estava divagando, mas não importa.
Sonya ficou perplexa, sua mente correndo pelas implicações desta notícia.
"Mas todos os Alquimistas tem gosto ruim? Se sim, como um Strigoi pode
ser capaz de drená-los?"
"Talvez isso varia por pessoa," eu disse. "Ou talvez alguns Strigoi são mais
difíceis do que outros. Eu não sei. Independentemente disso, nós não somos os
únicos a se concentrar."
"A menos que há algo de especial em você", ponderou Sonya.
Não. Eu não queria isso. Eu não queria ser examinada, trancada atrás do
vidro como Keith. Eu não poderia suportar. Roguei para que ela não veria como eu
estava com medo.
"Há muito que é especial sobre ela", disse Adrian secamente. "Mas seu
sangue não é para disputa. Por que você está pressionando isso de novo depois
da última vez?"
Sonya olhou para Adrian. "Eu não estou fazendo isso por razões egoístas,
você sabe disso! Eu quero salvar o nosso povo. Eu quero salvar todos os nossos
povos. Eu não quero ver nenhum novo Strigoi adicionado ao mundo. Ninguém
deve viver assim." Um olhar assombrado brilhou em seus olhos, como uma
memória tivesse agarrado-a. "Esse tipo de sede de sangue e falta completa de
empatia para qualquer vivente criatura...ninguém pode imaginar o que é. Você é
vazio. Um pesadelo andante, e ainda...você simplesmente não se importa..."
"Atitude
engraçada",
disse
Adrian,
"vendo
como
você
escolheu
propositadamente se tornar um".
Sonya empalideceu, e eu me senti mortificada. Apreciei a defesa Adrian, mas
também me compadeci de Sonya. Ela explicou-me um dia sobre como a
instabilidade – a instabilidade que Adrian temia - a levou a se tornar um Strigoi.
Olhando para trás, em sua decisão, ela se arrependeu mais do que qualquer
outra coisa em sua vida. Ela teria se submetido para uma punição, mas nenhum
tribunal sabia como lidar com a situação.
"Fazer isso foi um erro", disse ela friamente. "Um que eu aprendi como é, por
isso que estou tão ansiosa para salvar outros desse destino."
"Bem, então, encontre uma maneira de fazê-lo sem arrastar Sydney para ele!
Você sabe como ela se sente sobre nós..." Adrian vacilou quando ele olhou para
mim, e fiquei surpresa ao detectar quase amargura em sua voz. "Você sabe como
os Alquimistas se sentem. Mantenha a envolvendo e a deixará com problemas
com eles. E se você está tão convencida de que temos as respostas, peça a eles
voluntários e faça as experiências dessa maneira."
"Eu ajudaria com isso", eu ofereci. “Conseguiria pessoas autorizadas para
você. Eu falaria com os meus superiores. Eles gostariam de ver o fim dos Strigoi
tanto quanto você."
Quando Sonya não respondeu de imediato, Adrian adivinhou o motivo.
"Ela sabe que eles vão dizer que não, Sage. É por isso que ela está apelando
diretamente para você e por que não enviou o seu sangue para um laboratório
Alquimista."
"Porque você não pode ver o tanto que isso é importante", perguntou Sonya,
uma ânsia desesperada de fazer o bem em seus olhos. Isso me fez sentir culpada
e conflituosa.
"Eu vejo", disse Adrian. "Você acha que eu não quero ver cada um dos
Strigoi bastardos varridos da face da terra? Eu quero! Mas não à custa de forçar
as pessoas a fazer coisas que eles não querem."
Sonya lhe deu um olhar longo.
"Eu acho que você está deixando seus sentimentos pessoais interferirem
nisso. Suas emoções vão arruinar nossa pesquisa."
Ele sorriu.
"Bem, então. Alegre-se que você se verá livre de mim em dois dias."
Sonya olhou entre nós dois, parecia que ela estava prestes a protestar, e
depois pensou melhor. Sem outra palavra ela saiu, seu rosto derrotado. Mais uma
vez, eu me senti mortificada. Em teoria, eu sabia que ela estava certa...mas meu
instinto simplesmente não podia concordar.
"Eu não queria aborrecê-la", disse.
O rosto de Adrian não mostrava simpatia.
"Ela não deveria ter perturbado você. Ela sabe como você se sente."
Eu ainda me senti um pouco mal, mas eu não conseguia afastar a sensação
de que se eu desse isso, eu ia ser convidada a dar mais e mais. I lembrava do dia
em que Eddie e Dimitri tinham sido revestidos em magia do espírito. De jeito
nenhum eu poderia arriscar me envolver a esse nível. Eu já estava empurrando os
meus limites muito longe.
"Eu sei...mas é difícil", disse eu. "Eu gosto de Sonya. Dei-lhe o primeiro
frasco, por isso posso ver por que ela achava que o segundo seria fácil."
"Não importa", disse ele. "Não é não".
"Eu realmente vou mencionar para os Alquimistas", eu disse. "Eu quero
quero ajudar." Eu não acho que eu ia ficar muito em apuros pelo primeiro frasco.
Os Alquimistas endossaram os experimentos iniciais depois de tudo, e eu
provavelmente obteria pontos por me manter firme sobre a pressão de um vampiro
para uma outra amostra.
Ele deu de ombros.
"Se eles fizerem isso, ótimo. Se não, não é de sua responsabilidade."
"Bem, obrigada por galantemente ter vindo em minha defesa de novo",eu
disse "Talvez se sentiria melhor no treinamento de Wolfe se você tem que
proteger alguém, em vez de si mesmo? "
O sorriso anterior voltou.
"Eu só não gosto de ver as pessoas intimidadas, é só isso."
"Mas você deve voltar para Wolfe comigo", insisti. "Você precisa de uma
chance para tentar me superar."
Assim, ele estava sério de novo. Ele olhou para longe.
"Eu não sei, Sage. Vamos ver. Por agora, vou me concentrar apenas na
condução. Quando você puder ficar longe de seu namorado, é claro."
Eu saí logo depois disso, ainda confusa sobre seu comportamento estranho.
Será que era alguns dos efeitos loucos do espírito sobre a mente? Um minuto, ele
foi corajoso e defensivo. No seguinte, ele estava para baixo e obstinado. Talvez
houvesse um padrão ou algum tipo de raciocínio por trás dele, mas foi além das
minhas habilidades analíticas.
De volta a Amberwood, eu imediatamente fui para a biblioteca para pegar um
livro para minha aula de Inglês. Sra. Terwiliger tinha aliviado no meu trabalho
habitual, de modo que eu pudesse "Dedicar mais tempo" para a elaboração de
seus feitiços. Desde que estudo independente era para ser minha escolha optativa
acabava levando mais tempo do que as minhas outras classes, era refrescante
poder concentrar em outra coisa para variar. Quando eu estava saindo da seção
britânica, avistei Jil e Eddie estudando juntos a uma mesa. O que não era
estranho, exatamente. O que era estranho era que Micah não estava com eles.
"Ei, pessoal," eu disse, deslizando em um assento. "Tarefas difíceis?"
"Você sabe o quão estranho é estar repetindo meu último ano", perguntou
Eddie. "Eu não posso sequer pular também. Eu tenho que tirar notas decentes
para ficar aqui."
Eu sorri.
"Ei, todo o conhecimento vale a pena ter." Ele bateu os papéis na frente dele.
"Sim? Você tem algum conhecimento sobre a primeira mulher a ganhar o
Prêmio Pulitzer na ficção?"
"Edith Wharton," eu disse automaticamente. Ele rabiscou algo em seu papel,
e eu virei para Jil. "Como estão as coisas com você? Onde está Micah?"
Jil tinha o queixo apoiado na mão e estava olhando para mim com uma
estranha aparência. Foi quase ... sonhadora. Levou alguns momentos para tirá-la
de seu torpor e responder. O olhar sonhador transformou-se em constrangido e
consternado. Ela olhou para o seu livro.
"Desculpe. Eu estava pensando o quão bom a cor marrom fica em você. O
que você perguntou?"
"Micah?" Eu disse.
"Ah. Certo.. Ele tem...coisas para fazer."
Eu tinha certeza de que era a menor explicação que ela já tinha me dado. Eu
tentei me lembrar o último que tinha ouvido de seu relacionamento.
"Vocês resolveram as coisas, né?"
"É. Eu acho. Ele entendeu sobre Ação de Graças. "Ela iluminou. "Ei, Eddie e
eu estávamos conversando sobre isso. Você acha que poderiamos ter uma Ação
de Graças como uma grande família no Clarence? Você acha que ele se
importaria? Poderíamos todos ajudar, e seria muito divertido. Quer dizer, além das
aparências, nós realmente somos como uma família. Eddie disse que
ele pode fazer o peru."
"Eu acho que Clarence adoraria isso", eu disse, feliz por vê-la alegre
novamente. Então, eu repassava suas palavras. Eu me virei para Eddie, incrédula.
"Você sabe como fazer um peru? Como você aprendeu isso? "Pelo que eu sabia,
a maioria dos dhampirs ficou quase o ano inteiro em suas escolas a partir de uma
idade precoce. Não passam muito tempo com culinária.
"Hey", disse ele, sério. "Todo conhecimento vale a pena ter."
Jil riu.
"Tão pouco disse para mim."
"Você sabe, Angeline afirma que ela pode cozinhar", disse Eddie. "Nós
estávamos falando sobre isso no café da manhã. Ela diz que sabe sobre o
cozimento
do
peru
também,
então
se
seguirmos
seus
passos,
podemos ter êxito. Claro, provavelmente ela quer caçar e matar por conta própria."
"Provavelmente", eu disse. Era incrível que ele estava falando sobre como
trabalhar com ela em algo. Foi mesmo surpreendente que ele poderia falar sobre
ela com carinho, sem uma careta. Eu estava começando a pensar mais e mais de
que sua exposição na reunião tinha sido uma coisa boa. Nós não precisamos de
animosidade neste grupo. "Bem, eu tenho o que eu vim buscar, então eu vou
voltar. Vejo você de manhã."
"Nos vemos," disse Eddie.
Jil não disse nada, e quando eu olhei, eu vi que ela estava olhando para mim
novamente com aquele olhar estranho, encantado. Ela suspirou feliz. "Adrian teve
um ótimo momento com você em sua aula hoje à noite, você sabe."
Eu quase revirei meus olhos. "O vínculo não deixa segredos. Ele não parece
sempre ter um bom tempo.”
"Não, ele realmente teve", ela me assegurou. Um sorriso bobo cruzou suas
características. "Ele adora que você ama o carro mais do que ele faz e pensa que
é incrível que você está indo tão bem nas aulas de defesa pessoal. Não que isso
seja uma surpresa. Você é sempre tão boa em tudo, e você nem percebe. Você
não percebe metade das coisas que você fez, como você presta atenção aos
demais e nunca sequer pensar em si mesma."
Mesmo Eddie parecia um pouco surpreso com isso. Ele e eu trocamos
olhares intrigados. "Bem", eu disse sem jeito, realmente não sabia como lidar com
esse festival de amor por Sydney Decidi que escapar era minha melhor opção.
"Obrigada. Te verei mais tarde. Onde você conseguiu isso?"
"Hein?", Ela perguntou, piscando para fora de sua névoa extasiada.
Jill usava um lenço de seda pintado em tons de jóias ricas, quase me
lembrando da cauda de um pavão. Ele também me lembrou de outra coisa, mas
eu não conseguia colocar o meu dedo sobre ele. "O lenço. Eu já vi isso antes".
"Ah." Ela correu os dedos sobre o material liso. "Lia me deu."
"O quê? Quando foi que você a viu?"
"Ela parou no dormitório ontem para dar os vestidos de volta. Eu não disse a
você, porque eu sabia que você gostaria de devolvê-los."
"Exato", eu disse com firmeza.
Jil suspirou. "Vamos, vamos mantê-los. Eles são tão bonitos. E você sabe
que ela apenas vai trazê-los de volta de qualquer maneira."
"Trataremos disso mais tarde. Diga-me sobre o lenço."
"Não é grande coisa. Ela estava tentando fazer com que eu fosse nessa
coleção de lenço."
"Sim, sim, ela me disse também. Como ela poderia fazer isso para que
ninguém reconhecesse você."
Eu balancei a cabeça, sentindo uma quantidade surpreendente de raiva. Não
havia mais nada sob o meu controle?
"Eu não posso acreditar que ela passou por mim! Por favor, me diga que
você não passou despercebido com ela para fazer uma sessão de fotos."
"Não, não", disse Jill rapidamente. "Claro que não. Mas você não acha que
... Quer dizer, você não acha que há alguma maneira que eu poderia fazer?
Esconde-me?"
Eu tentei manter meu tom suave. Após tudo eu estava com raiva de Lia, não
Jil.
"Talvez. Talvez não. Você sabe que não pode correr o risco. "
Jill balançou a cabeça, o rosto triste. "Sim".
Saí me sentindo aborrecida e estava tão distraída que quase tropecei em
Trey. Quando ele não respondeu a minha saudação, eu percebi que ele estava
ainda mais distraído do que eu. Havia um olhar assombrado em seus olhos, e ele
parecia exausto.
"Você está bem?" Eu perguntei.
Ele conseguiu um sorriso fraco. "Sim, sim. Apenas sentindo a pressão de
tudo. Nada que eu não possa lidar. E você? Será que não saem deste lugar? Ou
você finalmente está cansada de estar aqui por oito horas?"
"Eu só precisava de um livro", eu disse. "E eu estava aqui por apenas 10
minutos. Estive fora a maior parte da noite."
O sorriso caiu, substituído por uma carranca. "Saiu com Brayden?"
"Isso é amanhã. Eu tinha, um, coisas de família hoje à noite. "
A carranca se aprofundou.
"Você sai muito, Melbourne. Você tem um monte de amigos fora da escola. "
"Não é para tanto", eu disse. "Eu não estou vivendo um estilo de vida
festeiro, se é onde você quer chegar."
"Sim, bem. Tenha cuidado. Ouvi falar de algumas coisas assustador
acontecendo lá fora."
Lembrei-me dele estar preocupado para Jil também. Eu normalmente estava
a par de todas as notícias locais e não tinha ouvido nada alarmante recentemente.
"O que, há uma rede de crime em Palm Springs que eu deveria saber?"
"Basta ter cuidado", disse ele.
Começamos a nos separar, e então eu disse para ele
"Trey? Eu sei que é o seu próprio negócio, mas o que está acontecendo...se
você quiser conversar, eu estou aqui." Foi uma enorme concessão para mim, já
que eu não era sempre a pessoa mais socialmente adepta.
Trey me deu um sorriso melancólico. "Notável".
Eu estava meio cambaleando quando eu voltei para o meu dormitório.
Adrian, Jil, Trey. Acho que se contasse que Eddie e Angeline estavam se dando
bem, todos em minha vida estavam se comportando estranhamente. Tudo parte
do trabalho, eu pensei.
Assim que eu estava de volta no meu quarto, eu ligeui para Donna Stanton e
os Alquimistas. Eu nunca poderia ter certeza de qual fuso horário que ela estava,
então eu não estava muito preocupada com a hora tardia. Ela respondeu de
imediato e não soava cansada, que eu tomei como um bom sinal. Ela não havia
respondido
ao
meu
e-mail
sobre
os
guerreiros,
e
eu
estava
ansiosa por notícias. Eles eram uma grande ameaça para nós para ser ignorado.
"Srta. Sage," ela disse. "Eu estava pensando em te ligar em breve. Eu confio que
tudo está bem com a garota Dragomir?"
"Jil? Sim, ela está bem. Eu queria verificar algumas outras coisas. Você tem
a informação que eu lhe enviei sobre os Guerreiros da Luz?" Stanton suspirou.
"Isso é o que eu estava para falar com você. Você já teve mais algum
problema?"
"Não. E eles não parecem ter sido seguidos mais. Talvez eles desistiram."
"Improvável". Suas próximas palavras levou muito tempo para sair. "Não é os
que temos observado no passado."
Eu congelei, momentaneamente sem fala.
"No passado? Quer dizer ... que já se encontraram antes? Eu estava
esperando que eles eram apenas alguns ... Eu não sei. Um grupo de loucos,
localizado".
"Infelizmente,
não.
Encontramos
antes.
Esporadicamente.
Mas
eles
aparecem em todos os lugares."
Eu estava em descrença. "Mas sempre me ensinaram que todos os
caçadores tinham desaparecido séculos atrás. Por que nunca falaram disto?"
"Honestamente", perguntou Stanton. "A maioria dos Alquimistas não sabem.
Queremos dirigir uma organização eficiente, que lida com o problema de vampiros
de uma forma organizada e pacífica. Há algumas pessoas em nosso grupo que
poderiam querer tomar medidas mais extremas. É melhor, então, se a existência
do nosso ramo radical é mantida em segredo. Eu não teria sequer que lhe dizer,
mas com todo o contato que você teve, você precisa estar preparada."
"Radicais...então eles estão relacionados com os Alquimistas!" Fiquei
enojada.
"Não por muito tempo." Ela parecia igualmente enojada. "Não há quase
nenhuma semelhança mais. Eles são irresponsáveis e selvagens. A única razão
para deixá-los é porque eles usualmente vão atrás
apenas de Strigoi. Esta
situação com Sonya Karp é mais difícil. Ela não teve mais ameaças?"
"Não. Eu só a vi hoje ... que traz a outra razão que eu liguei..."
Eu dei a Stanton um resumo das experiências de sangue diversos, incluindo
a minha doação própria. Eu pintei-a em termos muito científicas, como ela parecia
útil como dados extras. Eu, então, fiz questão de soar corretamente consternada
pelo segundo pedido, que não foi tão difícil.
"Absolutamente não", disse Stanton. Sem hesitação. Muitas vezes, as
decisões Alquimistas passavam por cadeias de comando, mesmo com alguém tão
alto quanto ela. Era um sinal de o quanto isso ia contra as crenças Alquimista que
ela nem sequer tinha que consultar ninguém.
"Controle de sangue humano é uma coisa. O resto que ela está sugerindo
está fora de questão. Não permitiremos que os seres humanos sejam usados
nestas experiências, especialmente quando a evidência mostra claramente quem
um antigo Strigoi precisa ser o foco, não nós. Além disso, pelo que sabemos, esta
é uma manobra por parte Moroi para obter mais do nosso sangue por motivos
pessoais."
Eu não acreditava nessa última parte e tentei encontrar uma maneira
delicada de dizer isso.
"Sonya parece acreditar sinceramente que isso ajudaria a proteger contra
Strigoi. Ela só não parece entender como nos sentimos sobre isso."
"É claro que ela não iria", disse Stanton com desdém. "Nenhum deles faz."
Ela e eu voltamos nosso foco para os caçadores de vampiros. Os
Alquimistas estavam fazendo alguma investigação sobre quaisquer avistamentos
na área. Ela não quer que eu faça qualquer investigação por mim mesma, mas eu
deveria informar imediatamente se tivesse qualquer outra informação em meu
caminho. Ela estava assumindo que os Guerreiros da Luz estavam operando
nas proximidades, e uma vez que ela descobrisse onde, os Alquimistas iriam
"Lidar com eles."
Eu não estava inteiramente certa do que isso significava, mas seu tom de
voz me fez estremecer. Como ela apontou anteriormente, não eramos um grupo
particularmente agressivo...mas éramos excelentes em nos livrarmos de
problemas.
"Oh," eu disse, quando estávamos encerrando. "Alguma vez você descobriu
qualquer coisa sobre Marcus Finch?" Eu tinha tentado localizar o humano
misterioso de Clarence, que tinha ajudado contra os caçadores, mas não encontrei
nada. Eu esperava que Stanton poderia ter mais conexões.
"Não. Mas seguiremos procurando. "Uma pequena pausa. "Srta. Sage... Eu
não posso enfatizar o suficiente o quão satisfeito estamos com o trabalho que
você está fazendo. Você correu em algumas maiores complicações do que
qualquer um de nós esperava, mas você lidou com eles de forma eficiente e
adequada. Mesmo com a sua conduta Moroi, é excelente. Uma pessoa mais fraca
poderia ter cedido ao pedido de Karp. Você se recusou e entrou em contato
comigo. Estou tão orgulhosa que dei a chance a você."
Eu senti um aperto no meu peito. Tão orgulhosa. Eu não conseguia me
lembrar da última vez que alguém tinha dito que eles estavam orgulhosos de mim.
Bem, minha mãe fez muito, mas ninguém ligado ao meu trabalho entre os
Alquimistas fez. A maior parte da minha vida, eu esperava que meu pai diria que
ele estava orgulhoso. Eu finalmente desisti de esperar isso. Stanton era
dificilmente uma figura paterna, mas suas palavras desencadeava uma felicidade
em meu interior que eu não tinha conhecido que estava esperando
para sair.
"Obrigada, senhora", eu disse, quando eu pude finalmente falar.
"Continue assim", disse ela. "Quando eu puder, Ieu vou tirar você desse
lugar e colocar em uma posição que não envolve muito contato com eles."
E assim, o meu mundo desabou. De repente, senti culpa. Ela realmente tinha
me dado uma chance, e agora eu estava enganando. Eu era quase como Liam,
pronta a dar minha alma para o Strigoi, mas eu tão pouco estava me mantendo
objetiva anti minhas responsabilidades.
Aulas de condução. Ação de Graças. O que Stanton diria se ela soubesse
sobre isso? Eu era uma farsa, colhendo glória que eu não merecia. Se eu fosse
realmente uma Alquimista dedicada, eu mudaria a minha vida aqui. Eu pararia
com as atividades estranhas com Jil e os outros. Eu nem frequentaria Amberwood.
Eu teria aceito a oferta da acomodação. Era só vir aqui e ver a turma quando
fosse absolutamente obrigatório. Se eu pudesse fazer essas coisas, então eu
realmente seria uma boa alquimista.
E, eu percebi, que eu estava terrivelmente só.
"Obrigada, senhora", eu disse.
Foi a única resposta que eu poderia dar.
Capítulo 18
Jill não me deu nenhum olhar sonhador no café da manhã na manhã
seguinte, o que era uma espécie de alívio. Micah tinha aparecido de novo, e
enquanto eles não eram tão galantes como tinham sido no passado, os dois
estavam conversando animadamente sobre um projeto de ciências que tinham.
Igualmente Eddie e Angeline estavam absortos em uma conversa, fazendo planos
para quando ela estivesse livre de sua suspensão. Seus olhos azuis se iluminaram
com a felicidade quando falava, e eu percebi que ela tinha sentimentos legítimos
por ele. Ela não estava se atirando pra ele apenas pela conquista. Eu me
perguntei se ele sabia.
Teria sido fácil sentir como uma quinta roda aqui, mas em vez disso, eu
estava feliz e contente de ver meu grupo se dando tão bem assim. A conversa
com Stanton me deixou em conflito, mas não havia nada de errado com apreciar a
paz por aqui. Eu teria sido mais feliz se o comportamento de Trey também tivesse
normalizado, mas quando cheguei na minha aula de história mais tarde, ele estava
ausente mais uma vez.
Eu não tinha dúvidas de que ele afirmaria que ele tinha coisas de família,
mas as minhas suspeitas anteriores estavam retornando, sobre se sua família
pode ser responsável por seus ferimentos. Devo relatar minhas preocupações
com alguém? Quem? Eu não queria tirar conclusões precipitadas ou, o que me
deixou em uma situação difícil.
Eddie e eu sempre sentavamos perto um do outro na mesma classe, e eu
me inclinei para ele antes do sinal tocar, lançando minha voz baixa para enfrentar
outra preocupação.
"Ei, vocêtem notado que Jil tem agido estranhamente em torno de mim?"
"Ela tem muita coisa acontecendo", disse ele, sempre rápido para defendêla.
"Sim, eu sei, mas você tinha que ter notado sua última noite. Na biblioteca?
Quero dizer mantendo em mente que eu sou terrível em descobrir essas coisas,
era como se ela tivesse uma queda em mim ou algo assim."
Ele riu.
"Em parte estava exagerando, mas eu não acho que você tem que se
preocupar com alguma complicação romântica. Ela só te admira muito, só isso.
Uma parte dela ainda quer ser uma valente lutadora que sai correndo sem
medo..." Ele fez uma pausa enquanto saboreava essa ideia, uma mistura de
orgulho e êxtase em seu rosto antes que ele sintonizou de volta para mim. "Mas,
ao mesmo tempo, você está começando a mostrar que há várias maneiras de ser
poderoso."
"Obrigada", eu disse. "Eu acho. Mas, falando de ser um lutador corajoso..."
Eu estudei com curiosidade. "Por que você não a treinou mais? Você não quer
que ela aprimore suas habilidades?"
"Oh, sim. Isso. Bem ... há algumas razões para isso. Uma é preciso se
concentrar em Angeline. Outra é que eu só não quero Jil preocupada com isso. Eu
me encarrego da proteção. "Aqueles eram exatamente as razões que eu tinha
adivinhado. O próximo não era. "E eu acho que ... a outra coisa é que eu não me
sinto bem de estar em contato com ela assim. Quer dizer, eu sei que isso não
significa nada para ela...mas isso significa algo para mim."
Mais uma vez, minhas habilidades sociais levaram um momento para
encaixar as peças
"Você quer dizer, você não gosta que você tem que tocá-la?"
Eddie corou.
"Isso não me incomoda, o que é o problema. Melhor para nós passarmos o
tempo juntos sem intervenção".
Eu não esperava isso, mas eu conseguia entender. Deixando Eddie com
seus próprios demônios internos, logo fui pega no dia e perguntando o que tinha
acontecido com Trey. Eu esperava que ele tinha vindo para a aula final, mas ele
não o fez. Na verdade, ele não veio o resto do dia, nem mesmo quando eu estava
terminando meu estudo independente. Eu tinha pensado que ele poderia vir para a
tarefa.
"Você está com problemas", disse Terwiliger, observando-me arrumar
quando o sinal tocou. "Preocupada com a obtenção de seu projeto na hora?"
"Não." Eu tinha acabado dois dos encantos, mas eu certamente não ia dizer
a ela. "Estou preocupada com Trey. Ele tem faltando a escola. Você sabe por que
ele está fora? Quer dizer, se você puder me dizer?"
"O escritório informa-nos se um estudante vai faltar, mas eles não nos
contam o motivo. Se isso faz você se sentir melhor, o Sr. Ausência Juarez foi
chamado nesta manhã. Ele não desapareceu." Eu quase mencionei meus medos
sobre a sua casa, mas fiquei quieta. Eu ainda precisava de mais provas.
Entre me preocupar com Trey, o trabalho da Sra. Terwiliger, os Guerreiros,
Brayden, e o resto de minhasx outras complicações, eu sabia que não podia
perder o meu tempo livre. No entanto, eu fui para Adrian depois da escola em
uma missão que eu não podia recusar. No caminho para a aula de Wolfe no início
desta semana, Adrian tinha mencionado que ele não tinha levado o Mustang para
um mecânico antes de comprá-lo. Embora a minha própria avaliação de novata
não tinha encontrado nada de errado com o carro, eu pressionei Adrian para levar
o carro para examinação, naturalmente, significava que eu tinha que procurar um
especialista e fazer a nomeação. Foi pouco antes do meu encontro no museu
têxtil, mas eu tinha certeza que eu tinha tempo para fazer o trabalho.
"O cara que de quem eu comprei pareceu muito confiável", Adrian me disse,
depois que tinha deixado o carro com o mecânico. Ele nos disse que iria olhar de
imediato e que poderiamos ficar ao redor e esperar. Sua loja foi nos limites de
uma área suburbana, então Adrian sugeriu irmos para uma caminhada pelos
bairros. "E funcionou muito bem quando eu fiz o test drive, então eu percebi que
estava tudo bem."
"Isso não significa que não existam problemas que você não pode ver. É
melhor estar seguro ", eu disse, sabendo que eu parecia enfadonha. "Já é mal o
suficiente, você ter um carro que você não pode dirigir." Olhando por cima, vi um
meio sorriso pequeno em seu rosto.
"Com a sua ajuda, vou ser um profissional a qualquer momento. Claro, se
você não quer ajudar mais, eu apenas vou improvisar e descobrir isso por conta
própria."
Eu gemi.
"Você já sabe o que eu diria sobre...uau." O bairro nós estávamos era muito
exuberante. Na verdade, eu diria que as casas que nos rodeava eram mansões.
Paramos em frente a uma que parecia um cruzamento entre uma fazenda e uma
plantação do sul, grande e em expansão com uma varanda revestimento rosa. O
jardim da frente era uma mistura de grama verde com palmeiras que revesteíam o
caminho para a casa. As árvores eram como sentinelas tropicais.
"Lindo", eu disse. "Eu amo arquitetura. Em outra vida, eu teria estudado
isso... não produtos químicos e vampiros." Como nós continuamos, vimos mais do
mesmo, cada casa tentando superar as outras.. todas tinham altas cercas e sebes
bloqueando seus quintais. "Eu me pergunto o que está lá atrás. Piscinas,
provavelmente."
Adrian parou na frente de outra. Era amarela como seu carro e mostrou outra
mistura de estilos, como uma versão ao sudoeste de um castelo medieval,
completo com torres.
"Legal justaposição", comentou.
Virei-me, sabendo que meus olhos estavam arregalados enquanto eu olhava
para ele.
"Você acabou de usar justaposição em uma frase?"
"Sim, Sage", disse ele pacientemente. "Utilizamos todo o tempo com a arte,
quando estamos misturando diferentes componentes. Isso, e eu sei como usar um
dicionário."
Ele virou-se para longe de mim e observou a casa, com os olhos
descansando em um jardineiro que estava aparando algumas coberturas. Um
sorriso malicioso atravessou os lábios de Adrian.
"Você quer ver a parte de trás? Vamos."
"O que você está..." Antes que eu pudesse dizer outra palavra, Adrian
caminhou até a via de granito e cortou através de todo o gramado para onde o
cara estava trabalhando. Eu não queria ter nada a ver com isso, mas a parte
responsável de mim não poderia deixar Adrian entrar em apuros. Corri atrás dele.
"São proprietários da casa?" Adrian perguntou.
O jardineiro havia parado seu recorte e olhou para Adrian.
"Não."
"Quando eles vão estar de volta?"
"Depois das seis."
Fiquei surpresa que o cara estava respondendo a estas perguntas.
Se fosse comigo, eu teria assumido que alguém estava organizando um
assalto. Então, eu vi o olhar vidrado nos olhos do jardineiro e percebi o que estava
acontecendo.
"Adrian"
Os olhos de Adrian nunca deixaram o rosto do outro homem.
"Leve-nos para o quintal."
"É claro."
O jardineiro deixou os cortadores no chão e dirigiu-se para uma porta na
lateral da casa. Tentei chamar a atenção de Adrian para acabar com isso, mas ele
tinha me deixado para trás. Nosso guia parou no portão, digitou um código de
segurança, e levou-nos para a parte de trás. Meus protestos morreram em meus
lábios enquanto eu olhava ao redor.
Este imóvel era quase três vezes o tamanho da frente. Havia mais palmeiras
de toque do quintal, junto com um jardim com terraço de plantas, nativas
e não-nativas. Uma piscina em forma oval enorme dominou o espaço, sua cor
turquesa surpreendente contra o cinzento do granito que a cercava. De um lado
da piscina, apeas alguns passos, levava para a piscina quadrada. Só cabia
poucas pessoas e uma cascata vertia fora dela para a piscina grande. . Tochas e
mesas ao redor das piscinas concluiam a configuração exuberante.
"Obrigado", disse Adrian ao jardineiro. "Volte para o seu trabalho. Não
importa se estamos aqui. Nos encarregaremos de tudo."
"É claro", respondeu o homem. Ele caminhou de volta do jeito que tinha
vindo.
Eu caí de volta à realidade.
"Adrian! Você usou compulsão nesse cara. Que...eu quero dizer, é..."
"Incrível?" Adrian caminhou até os degraus que levavam até a piscina
superior. "Sim, eu sei."
"É errado! Tudo isso. Invasão de domicílio, e compulsão..."Eu tremia, apesar
do calor sufocante. "É imoral. Controlando a mente de outra pessoa. Você sabe!
Seu povo e o meu, ambos concordam."
"Eh, nenhum dano feito." Ele subiu para o topo da piscina e ficou em sua
borda, examinando seu reino. O sol trouxe reflexos cobres em seu cabelo
castanho. "Acredite em mim, esse cara era fácil de controlar. Pouca força de
votade. Eu mal tive que usar compulsão."
"Adrian"
"Vamos lá, Sage. Não é como se estivessemos causando dano a algo.
Venha ver esta vista."
Eu estava quase com medo de ir até lá. Era tão raro para qualquer um dos
Moroi aqui para usar sua magia que foi fácil para eu fingir que não existia. Vendo
Adrian usá-lo - o tipo mais insidioso – fazia minha pele arrepiar. Como eu disse a
Sra. Terwiliger em nossa discussão sobre feitiços, ninguém deve ser capaz de
controlar o outro assim.
"Vamos," Adrian repetiu. "Você não está preocupada que eu vou obrigar
você até aqui, está?"
"Claro que não", eu disse. E eu quis dizer isso. Eu não sei por que, mas uma
parte de mim sabia que Adrian nunca, nunca iria me prejudicar.
Relutantemente, eu fui para me juntar a ele, esperando que iria encorajá-lo a
sair. Quando cheguei ao topo, meu queixo caiu. A piscina íntima não parecia tão
alta, mas isso nos deu uma vista deslumbrante sobre as montanhas ao longe,
robusta e majestosa contra o azul do céu. A maior piscina brilhava abaixo de nós,
e a cascata fez parecer que tinha entrado algum oásis místico.
"Legal, né?", Perguntou ele. Adrian sentou-se à beira da piscina pequena,
enrolou seus jeans, e tirou os meias e sapatos.
"Agora, o que você está fazendo?" Eu perguntei
"Aproveitando ao máximo isso." Ele colocou os pés na água. "Vamos lá.
Faça algo mal para variar. Não que seja realmente tão ruim assim. Não estamos
destruindo este lugar nemnada. "
Eu hesitei, mas a água era inebriante, como se ela também pudesse exercer
compulsão. Me sentando, copiei Adrian e mergulhei os pés descalços na água.
Sua frieza foi surpreendente e maravilhoso, neste calor intenso.
"Eu poderia me acostumar com isso", admiti. "Mas e se os proprietários
voltarem para casa mais cedo?"
Ele deu de ombros.
"Posso fazer com que mudem de opinião, não se preocupe."
Isso não foi exatamente animador. Eu me virei para a vista deslumbrante e
propriedade exuberante. Eu não era sempre a pessoa mais imaginativa, mas eu
pensei de volta para o que eu disse sobre viver uma outra vida. O que seria ter
uma
casa
como
esta?
Para
ficar
em
um
só
lugar?
Para
gastar
dia à beira da piscina, imersão no sol, e não se preocupar com o destino da
humanidade? Eu cai em devaneios e estava tão envolvida que eu perdi a noção
do tempo.
"Nós temos que voltar para a loja", exclamei.
Olhando por cima, fiquei surpresa ao ver Adrian me olhando, um olhar de
contentamento em seu rosto. Seus olhos pareciam estudar cada uma de minhas
feições. Vendo-me observá-lo, ele imediatamente desviou o olhar. Sua expressão
usual substituiu o sonhador.
"O mecânico pode esperar", disse ele.
"Sim, mas eu tenho que ver Brayden em breve. Eu vou..."
Foi então que dei uma boa olhada em Adrian.
"O que você fez? Olhe para você! Você não deveria estar aqui."
"Não é tão ruim assim."
Ele estava mentindo, e ambos sabiamos disso. Era fim de tarde, o sol estava
impiedoso. Eu certamente senti que, embora o frescor da água ajudou a me
distrair. Isso, e eu era humana. Claro a insolação e as queimaduras eram
alarmantes, mas eu adorava o sol e tinha uma alta tolerância para ele. Os
vampiros não.
O suor escorria de Adrian, empapando sua camisa e cabelo. Manchas rosas
cobriam seu rosto. Isso me era familiar. Eu tinha visto em Jill de volta quando ela
tinha sido forçada a fazer esportes ao ar livre em PE. Se nada for feito, eles se
transformam em queimaduras. Eu pulei para os meus pés.
"Vamos, temos que sair daqui antes de piorar. O que você estava
pensando?"
Sua expressão era surpreendentemente indiferente para alguém que parecia
que ia desmaiar.
"Valeu a pena. Você estava...feliz."
"Isso é loucura", disse eu.
"Não é a coisa mais louca que eu já fiz." Ele sorriu quandoele olhou para
mim. Seus olhos ficaram um pouco fora de foco, como se estivessem vendo mais
do que apenas eu. "O que há de mal em um pouco de loucura aqui e ali? Eu
deveria estar fazendo experimentos...por que não ver o que é mais brilhante? Sua
aura ou o sol."
A maneira como ele olhou para mim e falou enervou-me, e me lembrei do
que tinha dito Jil, como o espírito levava pouco a pouco seus usuários à loucura.
Adrian
parecia
louco,
mas
não
era
certamente
algo
assombroso
sobre ele, uma mudança definitiva de sua sagacidade habitual afiada. Era como
se algo mais tinha tomado conta dele. Lembrei-me da linha poema do poema, de
sonhar e acordar.
"Vamos," eu repeti. Eu estendi minha mão. "Você não deveria ter usado
espírito. Precisamos tirá-lo daqui. "Ele pegou minha mão e cambaleou. Uma onda
de calor e eletricidade passou por mim, assim como aconteceu a última vez que
nos tocamos, e nossos olhos se encontraram. Por um momento, tudo que eu
podia pensar eram em suas palavras anteriores: Você parecia feliz...
Afastei tais sentimentos de lado e rapidamente tirei-o de lá, só para descobrir
que o mecânico não tinha terminado. Pelo menos em sua loja, fomos capazes de
obter para Adrian um pouco de água e ar condicionado. Enquanto esperávamos
eu mandei uma mensagem para Brayden. Uma hora atrasada, com coisas de
família. Desculpe. Vou estar lá assim que eu puder.
Meu telefone soou de volta cerca de trinta segundos depois: Isso só deixa
uma hora para o museu têxtil.
"Isso não é tempo suficiente", disse Adrian inexpressivo. Eu não tinha
percebido que estava lendo por cima do meu ombro. Mudei o telefone longe e
sugeri a Brayden que nos encontrássemos para um jantar. Ele concordou.
"Eu sou um desastre", eu murmurei, verificando-me num espelho. O calor
definitivamente tinha tomado a sua totalidade, e eu estava suada e cansada.
"Não se preocupe com isso", me disse Adrian. "Se ele não percebeu o quão
incrível você estava de vestido vermelho, ele provavelmente não vai notar nada
agora." Ele hesitou. "Não que não há mesmo nada a reparar. Você está tão bonita
como de costume."
Eu estava prestes a lhe dar uma cotovelada por bricar comigo, mas quando
eu olhei, seu rosto tinha uma seriedade mortal. O que quer que eu poderia retrucar
morreu em meus lábios, e eu rapidamente me levantei para verificar o nosso
estado, a fim de esconder o quão confusa eu me senti.
O mecânico finalmente terminou, não foram encontrados problemas e Adrian
e eu fomos no centro. Eu continuei olhando para ele ansiosamente, com medo
que ele fosse desmaiar.
"Pare de se preocupar, Sage. Eu estou bem ", disse ele. "Embora ... eu
ficaria melhor com um sorvete ou gelato. Mesmo você tem que admitir que seria
bom agora."
Seria, mas eu não lhe daria a satisfação.
"O que há com você e sobremesas congeladas? Por que você sempre os
quer?"
"Porque nós vivemos em um deserto."
Eu não podia discutir com esse raciocínio. Chegamos a seu apartamento, e
eu troquei de carro. Antes que ele entrasse, eu o inundei com conselhos sobre ele
receber água e descansar. Então, eu disse as palavras que estavam queimando
dentro de mim.
"Obrigada pelo passeio junto a piscina", disse eu. "Deixando de lado sua
quase insolação, foi bastante impressionante."
Ele me deu um arrogante sorriso.
"Talvez você vá se acostumar a magia de vampiro depois de tudo."
"Não", eu disse automaticamente. "Nunca vou me acostumar com isso."
Seu sorriso imediatamente desapareceu.
"Claro que não", ele murmurou. "Vejo você por aí."
Eu finalmente cheguei ao jantar. Eu tinha escolhido um restaurante italiano,
arquivado com os aromas de alho e queijo. Brayden se sentou em uma mesa de
canto, bebendo
água
e ganhando olhares
da garçonete,
que
estava,
provavelmente, impaciente pela demora. Sentei-me em frente a ele, largando
minha bolsa ao meu lado.
"Eu sinto muito," eu disse a ele. "Eu tive que fazer isso com o meu irmão,
uh..."
Se Brayden estava bravo, ele não demonstrou. Essa era a sua maneira. Ele,
no entanto, me examinava com o olhar.
"Foi algo atlético? Parece que você fez uma maratona."
Não era um insulto, de nenhuma maneira, mas me pegou de guarda baixa;
sobretudo porque estava pensando no comentário de Adrian. Brayden não tinha
quase nada a dizer sobre o meu traje de Haloween, mas ele percebeu isso?
"Nós estávamos em Santa Sofia, coseguindo com que revisassem seu
carro."
"Bonita área. Continue indo para cima da estrada, e você pode chegar ao
Parque Nacional Joshua Tree. Já esteve lá?"
"Não, mas li sobre isso."
"Um lugar icônico. A geologia é fascinante. "A garçonete veio, e eu pedi um
café gelado.
Brayden estava mais do que feliz em dizer-me sobre a geologia do parque, e
logo cai em nosso ritmo confortável de discussão intelectual. Eu não sabia nada
específico do parque, mas eu sabia mais do que o suficiente sobre geologia em
geral, para manter-me. Na verdade, eu era capaz de falar em piloto automático
enquanto minha mente vagava de volta para Adrian. Eu recordei novamente o que
ele disse sobre o vestido vermelho. Eu também não poderia abalar o comentário
sobre eu estar feliz, e como que valeu a pena o sofrimento.
"O que você acha?"
"Hum?" Eu percebi que tinha perdido o fio da nossa conversa.
"Eu perguntei que tipo de deserto você acha mais surpreendente", Brayden
explicou. "A região de Mojave recebe toda a pompa, mas eu prefiro o Deserto do
Colorado."
"Ah." Eu escorreguei de volta para o fluxo. "Hum, Mojave. Eu gosto das
formações rochosas."
Isso provocou um debate das regiões, enquanto comíamos, e Brayden
parecia mais feliz. Ele realmente gostava de ter alguém que pudesse manter o
ritmo, eu me dei conta. Nenhum dos meus livros tinha dito nada sobre o caminho
para o coração de um homem estar através de debates acadêmicos. Eu não me
importava, no entanto. Eu gostei da conversa, mas não exatamente enviava
emoções através de mim. Eu tinha que me lembrar que ainda era o início do
nosso relacionamento, se eu pudesse até mesmo chamá-lo assim. Sem dúvida, a
parte de estar profundamente apaixonados viria em breve.
Conversamos por um longo tempo após a refeição. A garçonete trouxe-nos
um cardápio de sobremesas não solicitado quando terminamos, e eu me
surpreendi, dizendo:
"Uau... Eu não posso acreditar o quanto eu quero sorvete agora. Isso nunca
acontece."
Talvez o suor e calor tinha abaixado meus nutrientes ... ou talvez eu ainda
tinha Adrian na cabeça.
"Eu nunca ouvi você pedir sobremesa", disse Brayden, deslizando seu menu
a distância. "Não é muito açúcar?"
Era outra dessas declarações estranhas dele que poderiam ser interpretadas
de uma série de maneiras diferentes. Ele estava me julgando? Será que ele acha
que eu não deveria ter qualquer açúcar? Eu não sei, mas foi o suficiente para eu
fechar o menu e colocá-lo em cima do dele.
Sem outras formas de entretenimento programadas para a noite, decidimos ir
apenas para uma caminhada depois do jantar. A temperatura caiu para níveis
moderados, e tinha luz suficiente para que eu não ficasse tão preocupada com os
Guerreiros da Luz saltar dos cantos. Isso não significa que eu ignorei os
ensinamentos de Wolfe, no entanto. Eu mantive um olho ao meu redor, olhando
para o nada, suspeita.
Chegamos a um pequeno parque que só tomou um quarteirão da cidade e
encontramos um banco no canto. Sentamo-nos sobre ele, observando as crianças
brincarem no lado oposto do gramado enquanto continuamos a discussão sobre
observação de aves no Mojave. Brayden colocou o braço em volta de mim
enquanto conversávamos, e eventualmente, esgotamos o assunto e simplesmente
sentamos em um silêncio confortável.
"Sydney..."
Virei o olhar das crianças, surpresa com o tom incerto de Brayden, o que era
muito diferente da que ele tinha acabado de usar para defender a superioridade do
pássaro azul da montanha sobre o pássaro azul ocidental. Não havia suavidade
em seus olhos agora quando ele olhou para mim. A luz da noite fez seus olhos cor
de avelã assumisse um tom dourado um pouco mais do que o habitual, mas
completamente escondeu o verde. Muito ruim.
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele se inclinou e beijou-me. Ele
foi mais intenso do que da última vez, embora tinha ainda um longo caminho
desde os épicos beijos que eu tinha visto em filmes. Ele não descansou a mão no
meu ombro desta vez, gentilmente me puxou um pouco mais. O beijo também
durou mais do que os anteriores, e, tentei novamente deixar-me ir e me perder na
sensação dos lábios de outro alguém.
Ele foi quem terminou, um pouco mais abruptamente do que eu teria
esperado.
"Eu...eu sinto muito", disse ele, olhando para longe. "Eu não deveria ter feito
isso."
"Por que não?" Eu perguntei. Não era tanto que eu tinha ansiado pelo beijo
como era que isso parecia exatamente o tipo de lugar que você gostaria de beijar:
um parque romântico ao pôr do sol.
"Nós estamos em público. É uma espécie de... vulgar, eu suponho. "
Vulgar? Eu não tinha certeza se estávamos realmente muito em público, já
que não havia ninguém por perto de nós e nós estávamos à sombra de algumas
árvores. Brayden suspirou com desânimo.
"Eu acho que eu perdi o controle. Isso não vai acontecer de novo."
"Está tudo bem", eu disse.
Não tinha parecia muito uma perda de controle, mas o que eu sabia? E eu
me perguntava se talvez a perda de um pequeno controle não era uma coisa tão
ruim. Não era esse o tipo de base da paixão? Eu não sabia. A única coisa que eu
sabia com certeza era que esse beijo tinha sido muito parecido com o último. Bom,
mas nada que me impactou. Meu coração se afundou. Havia algo de errado
comigo.
Todo
mundo
estava
sempre
falando
sobre
como
socialmente inapta eu era. Será que se estendia ao romance também? Eu era tão
fria que eu passaria a minha vida sem sentir alguma coisa?
Acho que Brayden descaracterizou a minha consternação e assumiu que eu
estava chateada com ele. Ele se levantou e estendeu a mão.
"Ei,
vamos
caminhar
para
uma
loja
de
chá
a
uma
quadra.
Eles têm a arte deste pintor local em exposição que eu acho que você gostará.
Além disso, sem calorias no chá, certo? Melhor do que a sobremesa. "
"Certo", eu disse. Pensando no gelato não me animaria.
O lugar italiano tinha romã, que soou como a melhor coisa do mundo.
Quando me levantei, meu telefone celular tocou e surpreendeu a nós dois.
"Alô?"
"Sage? Sou eu."
Eu não tinha razão para estar com raiva de Adrian, não depois do que ele fez
por mim, mas de alguma forma eu me sentia irritada com a interrupção. Eu estava
tentando fazer o máximo desta noite com Brayden, e Adrian desestabilizava tudo.
"O que está acontecendo?" Eu perguntei.
"Você ainda está no centro da cidade? Você precisa vir agora."
"Você sabe que eu estou fora com Brayden", eu disse. Este foi insistente, até
mesmo para Adrian. "Eu não posso simplesmente largar tudo e entretê-lo."
"Não é sobre mim." Foi então que percebi o quão difícil e grave sua voz estava.
Alguma coisa apertou no meu peito. "É sobre Sonya. Ela desapareceu.”
Capítulo 19
"Ela ia deixar a cidade" Eu lembrei a ele.
"Não até amanhã."
Ele estava certo, eu percebi. Quando nós tinhamos falado com Sonya a noite
passada, ela tinha dito dois dias.
"Tem certeza de que ela está realmente desaparecida?" Eu perguntei.
"Talvez ela só está...fora."
"Belikov está aqui, e ele está assustado. Ele diz que ela nunca voltou para
casa a noite passada."
Eu quase deixei cair o telefone. Ontem à noite? Sonya estava fora a tanto
tempo? Isso foi quase vinte e quatro horas atrás.
"Como ninguém se deu conta até agora?" Eu exigi.
"Eu não sei,", disse Adrian. "Você pode vir? Por favor, Sydney?"
Eu era impotente quando ele usou o meu primeiro nome. Ele sempre levou
tudo para um nível extra de seriedade - não que nesta situação fosse necessário
qualquer ajuda particular. Sonya. Desaparecida durante vinte e quatro horas. Por
tudo que nós sabíamos, ela não estaria mais viva se aqueles fanáticos armados
com espadas a tiverem levado.
O rosto de Brayden era uma mistura de incredulidade e desapontamento
quando eu disse a ele que eu teria que sair.
"Mas você acabou de...eu quero dizer..." Foi um raro momento de mudez
para ele.
"Eu sei, desculpe," eu disse fervorosamente. "Especialmente depois de ter
chegado tarde e arruinando o museu. Mas é uma emergência de família."
"Sua família tem um lote terrível de emergências." Você não tem idéia, eu
pensei. Em vez de dizer isso, eu simplesmente pedi desculpas novamente.
"Eu realmente sinto. Eu..."Eu quase disse que ia fazer as pazes com ele,
mas era o que eu havia dito depois do baile de Halloween. Hoje à noite era
suposto para ter sido o encontro da reconciliação. "Eu sinto muito, desculpe."
O apartamento de Adrian estava perto o suficiente que eu poderia ter
razoavelmente caminhado, mas Brayden insistiu em dirigir para mim, desde que o
anoitecer foi caindo. Eu não tinha nenhum problema aceitando.
"Whoa,", disse Brayden, quando nós paramos no edifício. "Mustang legal."
"É. É um C-Code de 1967...", eu disse automaticamente. "Grande motor. É
do mei irmão. Ele o moveu de ovo! Eu espero que ele não estava fora dirigindo em
qualquer lugar ele não estava suposto para... whoa. O que é isso? "
Brayden olhou para onde eu estava olhando fixamente.
"Um Jaguar?"
"Obviamente." O carro, preto lustroso estava estacionado apenas na frente
do Mustang de Adrian. "De onde veio?"
Brayden não tinha resposta, é claro. Depois de mais pedidos de desculpas
e uma promessa de que telefonaria, eu o deixei. Não houve nenhuma pretensão
de um beijo, não quando ele estava tão decepcionado com a noite e eu
demasiado ansiosa sobre Sonya. De fato eu me esqueci de Brayden enquanto eu
caminhava para o edifício. Eu tinha preocupações maiores.
"É de Clarence,", disse Adrian, tão logo ele atendeu a porta.
"Que?" Eu perguntei.
"o Jaguar. Eu imaginei que você iria querer de saber. Ele deixou que Belikov
dirigisse já que Sonya sumiu com o de aluguel." Ele deu um passo de lado quando
entrou e sacudiu a cabeça em consternação. “Você pode acreditar que ele
matinha o carro em sua garagem o tempo todo que eu vivi com ele? Ele disse que
ele esqueceu que ele tinha! E lá estava eu, preso com o ônibus."
Eu já teria rido sob quase quaisquer outras circunstâncias. Mas quando eu
viu o rosto de Dimitri, todo o humor me deixou. Ele estava passeando pela sala de
estar como um animal aprisionado, irradiando frustração e preocupação.
"Eu sou um idiota,", ele murmurou. O que não estava claro era se ele estava
falando para si mesmo ou para nós. "Eu não percebi que ela tinha saído a noite
passada, e então eu passei metade do dia pensando que ela estava do lado de
fora, na jardinagem!"
"Tentou ligar em seu celular?" Eu sabia que era uma pergunta tola, mas eu
tinha que começar, logicamente.
"Sim," Dimitri disse. "Não teve resposta. Em seguida, eu verifiquei duas
vezes se o vôo não tinha mudado, e em seguida, eu conversei com Mikhail para
ver se ele sabia de algo. Ele não sabia. Tudo em que eu tive êxito foi em deixá-lo
preocupado."
"Ele
deveria,"
Eu
murmurei,
sentada
na
beira
do
sofá.
Nada de bom poderia vir disso. Nós sabiamos que as guerreiros eram obcecados
com Sonya, e agora ela tinha desaparecido depois de sair sozinha.
"Eu só imaginei agora que ela poderia ter vindo ver vocês dois", acrescentou
Dimitri. Ele parou de andar e olhou de relance entre nós. "Será que ela disse
qualquer coisa sobre onde ela estava indo?"
"Não", eu disse. "As coisas não foram exatamente...bem entre nós." Dimitri
acenou com a cabeça.
"Adrian insinuou a mesma coisa." Eu olhei para Adrian e poderia dizer que
ele não queria chegar aquele assunto mais do que eu. "Nós tivemos uma
discussão," ele admitiu. "Ela estava tentando empurrar Sydney em alguns
experimentos, e Sydney se recusou. Eu respondi quando ela continuou
pressionando Sydney e ela se foi. Nunca disse nada sobre onde ela estava indo."
O rosto de Dimitri cresceu mais escuro. "Então, qualquer coisa poderia ter
acontecido. Ela poderia ter sido pega do lado de fora, na rua. Ou ela poderia ter
ido em algum lugar e sido levada de lá."
Ou ela poderia estar morta. Dimitri estava falando em termos de que ela
ainda estivesse viva, mas eu não tinha tanta certeza. Os caçadores que haviam
atacado no beco tinham bastante intenção de matar Sonya. Se ela não havia ido
para casa a noite passada, as probabilidades pareciam, bem, que eles a tivessem
encontrado. Vinte e quatro horas era um tempo particularmente longo para manter
uma "criatura das trevas" viva.
Estudando o rosto de Dimitri de novo, eu sabia que ele estava ciente de tudo
isto. Ele estava simplesmente operando na esperança de que nós tinhámos uma
chance para fazer algo, que nós não éramos impotentes.
Resolvido, Dimitri andou a passos largos para a porta.
"Eu tenho que ir falar com a polícia."
"Um reletório de pessoas desaparecidas?” Perguntou Adrian.
"Isso, e mais importante, para conseguir uma pesquisa sobre o carro.Se ela
foi levada ..." Ele hesitou, dirigindo para casa o medo que se escondia em todos
nós. "Bem. Se ela está escondida, afastada em algum lugar, será muito difícil de
localizar. Mas é muito mais difícil ocultar um carro do que uma mulher. Se a polícia
pode obter a sua descrição por aí, nós podemos conseguir uma dica se ela
aparecer." Ele começou a abrir a porta e em seguida, olhou de volta para nós.
"Você tem certeza que você não se lembra de qualquer outra coisa que ela disse e
que poderia ajudar?"
Adrian e eu reiteramos que nós não sabíamos. Dimitri se foi, dando-nos
instruções desnecessárias para alerta-lo imediatamente se nós lembrassemos de
qualquer coisa ou se - por um milagre –Sonya aparecesse.
Eu gemi uma vez que ele tinha ido embora.
"Isso é minha culpa," eu disse.
Adrian olhou para mim em surpresa.
"Por que na terra você diria isso?"
"Sonya veio aqui, e ela se foi quando viu que eu não ajudaria,
por causa de mim. Por causa do meu sangue. Quem sabe o que teria acontecido
se eu não tivesse recusado? Talvez uma diferença de minutos e os caçadores não
estariam ao redor. Ou talvez se ela não tivesse saído tão chateada, ela teria sido
capaz de se defender mais." Um monte de memórias despencaram através da
minha cabeça. Sonya fazendo crescer um lírio pra mim. Sonya falando com a
rainha em nome de Adrian. Sonya mostrando-me fotos de vestidos de dama de
honra. Sonya trabalhando diligentemente para parar a ameaça Strigoi e redimir a
si mesma. Tudo o que poderia ser perdido agora.
"Talvez, talvez, talvez." Adrian sentou-se perto de mim no sofá. "Você não
pode pensar dessa forma, e é certo como o inferno que você não pode culpar a si
mesma, pelas ações de um grupo louco de marginais e paranóicos."
Eu sabia que ele estava certo, mas não fez com que eu me sentisse melhor.
"Eu deveria ligar para os Alquimistas. Nós temos vínculos para a aplicação
da lei também. "
"Provavelmente uma boa idéia,", ele disse, apesar de suas palavras soarem
um pouco com indiferença. "Eu tenho apenas um mau pressentimento sobre
esses caras. Mesmo se ... bem, até mesmo se ela está viva, I realmente não sei
como nós estamos indo encontrá-la. Há falta de uma solução milagrosa e mágica."
Eu congelei.
"Oh, meu Deus".
"O que é?" Ele perguntou, olhando para mim com preocupação. "Será que
você lembrou de algo?"
"Sim ... não mas o que você está pensando." Eu fechei meus olhos e tomei
uma respiração profunda. Não, não, não. O pensamento na minha cabeça era
louco. Eu não tinha nada que fazer, muito menos considerar. Dimitri teve a idéia
certa. Nós precisávamos nos concentrar em métodos normais, concretos para a
localização de Sonya.
"Sage?" Adrian tocou ligeiramente meu braço, e eu pulei ante a sensação de
seus dedos contra a minha pele. "Você está bem?"
"Eu não sei," Eu disse suavemente. "Eu apenas pensei em algo louco."
"Bem-vindo ao meu mundo." Eu olhei para longe, em conflito sobre a decisão
em mim. O que eu estava contemplando ... bem, alguns podem argumentar que
não
era
tão
diferente
do
que
o
que
eu
tinha
feito
antes.
E
ainda, tudo se reduzia à delgada linha entre fazer algo por vontade própria e fazer
algo por que tinha que fazê-lo, Não havia nenhuma questão aqui. Esta seria uma
opção. Um exercício de livre arbítrio.
"Adrian...e se eu tivesse uma forma de encontrar Sonya, mas fosse contra
tudo o que eu acredito?"
Ele tomou vários momentos para responder.
"Você acredita que conseguirá com que Sonya volte? Se assim for, você não
estaria indo contra tudo que você acredita."
Era uma estranha lógica, mas ele me deu o empurrão que eu precisava. Eu
peguei
meu
celular
e
disquei
um
número
que
eu
raramente
ligava,
embora eu certamente recebia mensagens de texto e ligações o tempo todo. A
resposta veio depois de dois toques "Ms. Terwiliger? Este é Sydney. "
"Miss Melbourne. O que eu posso fazer por você?"
"Eu preciso ver você. É uma espécie de urg...não, não 'espécie de'. É
urgente. Você está na escola?"
"Não. Tão chocante como isso é, eu vou para casa de vez em quando." Ela
fez uma pausa por um momento. "No entanto ... certamente você é bem-vinda
para vir a minha casa."
Eu não sei por que isso me deixou inquieta. Depois de tudo, eu passei um
monte de tempo no Clarence. Certamente a propriedade de um vampiro era muito
pior do que a casa de um professor. É claro, essa professora era também uma
bruxa, assim eu não estava certa se eu poderia esperar uma casa suburbana
chata ou uma casa feita de doces.
Eu engoli em seco.
"Você guarda em sua casa uma grande qualtidade de livros de feitiço como
você guarda na escola?"
Adrian arqueou uma sobrancelha quando eu disse feitiço.
Ms. Terwiliger hesitou por muito mais tempo desta vez. "Sim", ela disse. "E
mais."
Ela me deu seu endereço e antes que eu pudesse até mesmo pendurar,
Adrian disse, "Eu estou indo com você."
"Você nem sabe onde eu estou indo."
"Verdade", disse ele. "Mas a falta de informação nunca me deteu. Além
disso, eu sei que tem algo a ver com Sonya, o que é bom suficiente para mim.
Isso, e você parecia assustada como a morte. Não há nenhuma maneira que eu
posso deixar você ir sozinha."
Eu cruzei meus braços.
"Eu já enfrentei coisas mais assustadoras, e na última vez que eu chequei,
não estava na posição de me deixar fazer nada. "Havia preocupação em seu
rosto, no entanto, que eu sabia que não seria capaz de recusar... especialmente
porque eu estava um pouco assustada. "Você tem que prometer não dizer a
ninguém o que nós estamos indo fazer. Ou falar sobre o que você ver."
"Droga. O que estpa acontecendo, Sage? ", Ele perguntou. "Será que
estamos falando sobre sacrifício animal ou algo assim?"
"Adrian," Eu disse calmamente.
Ele se colocou sério de novo. "Eu prometo. Nem uma palavra, a menos que
você disser o contrário."
Eu não tinha que estuda-lo para saber que eu poderia confiar nele.
"Ok, então. Mas antes de nós irmos, eu preciso de sua escova de cabelo... "
Ms. Terwiliger vivia em Vista Azul, o mesmo subúrbio onde ficava
Amberwood. Para minha surpresa, a casa realmente parecia bastante ordinária.
Era pequena, mas por outro lado bem misturados num bairro mais antigo. O sol
havia se posto a um tempo quando chegamos e eu estava consciente do toque de
recolher se aproximando da escola. Quando ela nos deixou entrar em sua casa,
eu encontrei o interior um pouco mais em linha do que eu estava esperando.
Claro, tinha uma TV e méveis modernos, mas a uma decoração também contou
com um monte de velas e estátuas de vários deuses e deusas. O aroma de Nag
Champa pairava no ar. Eu contei pelo menos três gatos nos primeiros cinco
minutos e não duvidava que houvessem mais.
"Miss Melbourne, bem-vinda." Ms. Terwiliger olhou para Adrian com
interesse. "E bem-vindo para o seu amigo."
"Meu irmão", eu disse intencionalmente. "Adrian."
Ms. Terwiliger – consciente dos Moroi no mundo - sorriu.
"Sim. Claro. Você vai a Carlton, correto?"
"Yeah,", disse Adrian. "Você é a que me ajudou, certo? Obrigado por isso."
"Bem,", disse a Sra. Terwiliger, com um encolher de ombros, "Eu estou
sempre feliz para ajudar os alunos estrela - especialmente aqueles que são tão
diligente sobre me manter com café. Agora, então, o que é este assunto urgente
que traz você para fora a noite?"
Meus olhos já estavam em uma estante de livros grande em sua sala de
estar. As prateleiras estavam cheias de livros antigos, encadernados em couro,
exatamente os mesmos tipos de livros que ela sempre me fez trabalhar.
"Você
tem...você
tem
um
feitiço
que
iria
ajudar
a
localizar
alguém?" Eu perguntei. Cada palavra causou-me dor. "Quero dizer, eu sei que
eles estão por aí. Me encontrei com eles em meu trabalho um par de vezes. Mas
eu estava me perguntando se não havia talvez um que gostaria de recomendar."
Ms. Terwiliger riu suavemente, e eu olhei para longe.
"Bem, bem. Esta é, sem dúvida, uma valiosa visita noturna." Nós estávamos
em sua sala de jantar, e ela puxou para fora uma cadeira ornamentada de madeira
para sentar-se para baixo. Um dos gatos enroscou-se em sua perna. "Há uma
série de feitiços de localização, embora nenhum seja do seu nível. E por seu nível
eu quero dizer a seu constante recusa de praticar ou de melhorar a si mesma."
Eu fiz uma carranca.
"Existe um que você poderia fazer?"
Ela balançou a cabeça.
"Não. Este é o seu problema. Você vai fazê-lo. É você que precisa."
"Bem, não se é além de mim!" Eu protestei. "Por favor. Esta é uma questão
de vida e morte." Isso, e eu não queria manchar a mim mesma com a sua magia.
Já era mal o suficiente que eu a estava incentivando.
"Fique tranquila. Eu não iria fazer você fazê-lo se você não pudesse lidar.”
ela disse. "Para fazê-lo funcionar, no entanto, é imperativo que nós tenhamos algo
que possa nos conectar com a pessoa que estamos procurando. Existem feitiços
que isso não é necessário, mas aqueles são, definitivamente, fora de sua liga."
Eu peguei a escova de Adrian de dentro de minha bolsa. "Algo como um fio
de cabelo?"
"Algo exatamente igual a isso” ela disse, claramente impressionada.
Eu me lembrava da queixa de Adrian sobre Sonya estar usando alguns de
seus itens pessoais. Embora ele, aparentemente, limpava a escova regularmente
– e, de verdade, eu não esperaria nada menos vindo de alguém que passa tanto
tempo com seu cabelo - e ainda haviam algumas mechas vermelhas persistentes.
Cuidadosamente eu arranquei o mais longo das e o levantei.
"O que eu preciso fazer?" Eu perguntei. Eu estava tentando ser forte, mas
minhas mãos tremiam.
"Vamos encontrar." Ela se levantou e caminhou pela sala de estar,
estudando as prateleiras.
Adrian virou-se para mim.
"Ela é de verdade?" Ele fez uma pausa e reconsiderou. "É você de verdade?
Feitiços? Mágica? Eu quero dizer, não entenda errado. Eu bebo sangue e controlo
a mente das pessoas. Mas eu nunca ouvi falar de qualquer coisa como isso."
"Nem eu sabia até um mês atrás.” Eu suspirei. "E, infelizmente, é real. Pior,
ela pensa que eu tenho um dom para isso. Você se lembra quando um dos Strigoi
no seu apartamento pegou fogo?"
"Vagamente, mas sim. É o tipo de coisa que eu deixei de lado e eu nunca
pensei muito sobre isso." Ele franziu a testa, incomodado com a memória. "E
estava fora de mim por causa da mordida.”
"Bem, não era um estranho acidente. Era...magia." Eu gesticulei em direção
a Ms. Terwiliger. "E eu fiz isso acontecer."
Seus olhos se arregalaram. "Você é alguma espécie de humano mutante?
Como um usuário de fogo? E eu uso mutante como um elogio, você sabe. Eu não
iria pensar menos de você."
"Não é como magia de vampiro," eu disse. Alguma parte de mim supunha
estar satisfeito que Adrian ainda seria ‘amigável’ com um ‘mutante.’ "Não se trata
de algum tipo de conexão interna dos elementos. De acordo com ela, alguns seres
humanos podem trabalhar a magia tirando-a do mundo. Que parece loucura,
mas...bem. Incendiei um Strigoi."
Eu podia ver Adrian percebendo tudo isso quando a Ms. Terwiliger voltou
para nós.. Ela trouxe um livro com uma capa de couro vermelho e capotou através
das páginas antes de encontrar o que ela queria. Olhamos para ela.
"Isso não é Inglês,", disse Adrian amavelmente.
"É apenas grego," eu disse, olhando a lista de ingredientes. "E não parece
exigir muito."
"Isso é porque uma parte enorme é o foco mental," explicou explicou Ms.
Terwiliger. "É mais complicado do que parece. Isto tomará um par de horas, pelo
menos..."
Olhei a hora num ornamentado relógio na parede.
"Eu não tenho algumas horas. Muito perto do toque de recolher."
"Facilmente remediado,", disse a Sra. Terwiliger. Ela pegou o telefone dela e
discou um número de memória.
"Olá, Desiree? É Jaclyn. Sim, bem. Obrigada. Eu tenho Sydney Melrose aqui
agora, ajudando-me em um projeto muito crucial." Eu quase revirei meus olhos.
Ela estava perfeitamente ciente do meu último nome quando ela precisava,
aparentemente. "Eu temo que ela poderia estar fora depois do toque de recolher
do dormitório, e eu estava me perguntando se você podia ser gentil
o suficiente para fazer uma extensão. Sim...sim, eu sei. Mas é muito importante
para o meu trabalho, e eu penso que nós podemos concordar que com sua
trajetória exemplar, ela é dificilmente o tipo que precisamos nos preocupar com ela
abusar de tais privilégios. Ela é certamente um dos alunos mais dignos de
confiança que eu conheço." Isso conseguiu um pequeno sorriso de Adrian.
Trinta segundos mais, e eu estava livre do toque de recolher.
"Quem é Desiree?" Eu perguntei a Ms. Terwiliger quando ela desligou.
"A do seu dormitório. Sra. Weathers."
"Verdade?" Eu pensei na maternal Sra. Weathers. Eu nunca teria adivinhado
que o primeiro nome dela é Desiree. É o tipo de nome que eu associaria a alguém
sensual e sedutora. Talvez ela tinha alguma vida escandalosa fora da escola e
nós não sabíamos sobre. "Então, eu tenho um passe para toda a noite?”
"Não tenho certeza se gostaria de empurrar muito isso” disse a Sra.
Terwiliger. "Mas nós certamente temos tempo o suficiente para este feitiço. Eu não
posso
fazer para você, mas eu posso ajudar você
com os ingredientes e
suprimentos."
Toquei o livro, esquecendo sobre o meu medo enquanto fazia uma varredura
da lista. Detalhes como estes me colocaram de volta em minha zona de conforto.
"Você tem tudo isso?"
"É claro.
"Ms. Terwiliger levou-nos para baixo em um hall que se rseparava da
cozinha, onde eu esperava encontrar quartos. Um quarto, de fato, nos deu um
vislumbre de uma cama, mas nosso destino final era completamente distinto: uma
oficina. Era uma espécie de lugar que você encontraria se misturasse a casa de
um mago com um laboratório de um cientista louco. O quarto tinha equipamento
muito moderno: béqueres, uma pia, queimadores, etc. O resto era de outra época,
os frascos de óleos e ervas secas, junto com os pergaminhos e caldeirões de –
honestamente – boa qualidade. Plantas e ervas se alinhavam em uma saliência de
uma janela escura. Haviam mais dois gatos aqui, e eu tinha certeza de que não
eram os mesmos que eu havia visto na sala de estar.
"Parece caótico,", disse a Sra. Terwiliger. "Mas eu ouso dizer que ele está
organizado o suficiente, até mesmo para você."
Em uma inspeção mais perto, eu vi que ela estava certa. Todas as plantas e
os frascos estavam organizados em ordem alfabética. Todas as ferramentas
estavam etiquetas, enumeradas por tamanho e material. No centro da sala tinha
uma grande mesa de pedra lisa, e eu coloquei o livro para baixo sobre ele,
cuidando em deixar aberto na página necessária.
"Agora o que?" Eu perguntei.
"Agora, você construa", disse ela. "Quanto mais você fazer por si própria,
mais conexão com o feitiço você terá. Certamente você deve começar vendo se
tem problemas com os ingredientes ou conexões. Por isso, o mais concentrada
que você estiver em fazer certo, melhor será o resultado."
"Onde você vai?" perguntei, surpreendida. Apesar de eu não gostar do
pensamento de trabalhar com ela em um laboratório misterioso, eu não gostava
do pensamento de estar sozinha aqui.
Ela apontou para o lugar por onde havíamos vindo.
"Oh, apenas lá fora...Eu vou entreter o seu 'irmão' já que você tem que fazer
isso sozinha."
A minha ansiedade aumentou. Eu tinha protestado do pedido original de
Adrian para vir aqui, mas agora eu queria ele ao redor.
"Posso pelo menos obter um pouco de café?"
Ela riu.
"Normalmente, eu diria que sim - especialmente se você está trabalhando
para fazer um amuleto ou uma poção. Já que estará usando a sua mente a magia
funcionará muito melhor se seus pensamentos estiver livre de qualquer substância
que afete seu estado mental.”
"Cara, isso soa familiar," murmurou Adrian.
"Ok, então...” eu disse, resolvendo ser forte. "Eu preciso começar. Sonya
está esperando." Supondo que ela ainda está viva.
A Sra. Terwilliger se foi, dizendo-me para chamá-la quando estivesse na
etapa final do feitiço. Adrian se atrasou um momento para falar comigo.
“ Está segura de que está bem com tudo isso? Quero dizer, pelo que sei de
você e dos Alquimistas...bem, parece que, na realidade, não estaria muito de
acordo com isso.
“Eu não estou” concordei “Como disse isso vai contra tudo em que eu
acredito, contra tudo o que me foi ensinado. Esta é a razão porque você não pode
dizer nada. Você ouviu o comentário passivo-agressivo sobre eu não estar
praticando? Ela tem insistido por um tempo para que eu desabroche minhas
‘habilidades mágicas’ e eu sigo negando, porque isso é errado. Assim, tem me
feito buscar livros de feitiços para meu estudo independente, esperando que eu
aprenda por osmose.”
"Isso está mal" ele disse, sacudindo a cabeça. "Você não tem que fazer isso.
Você não tem que fazer algo que você não queira."
Eu dei a ele um sorriso pequeno.
"Bem, eu quero encontrar a Sonya. Então tenho que fazer isso.”
Ele não me deu nenhum sorriso em retorno.
"Tudo bem. Simplesmente vou estar aqui fora, tendo uma festa de chá com
seus gatos ou o que seja que ela tenha em mente. Você precisa de mim? Você
grita. Você quer ir embora? Nós vamos. Tirarei você daqui, não importa o que.”
Algo se apertou em meu peito e, por um momento, todo o mundo se reduziu
ao verde de seus olhos.
“Obrigada.”
Adrian se foi e eu estava sozinha. Bem, quase. Um dos gatos tinha ficado,
um de pelo preto brilhante com olhos amarelos. Estava encostado em uma estante
alta, me olhando, curioso, como se perguntasse se eu podia levar isso adiante.
Éramos dois.
Por um momento, não pude me mover. Estava a ponto de trabalhar com
magia voluntariamente. Todos os protestos e razões qe havia dado a Sra.
Terwilliger eram como cinzas ao vento agora. Comecei a tremer e me senti sem
fôlego. Então, pensei em Sonya. A amável e valente Sonya.
Ela havia dedicado tanto tempo e energia para fazer o correto.
Como eu poderia fazer menos do que isso?
Como me disse a Sra. Terwillinger, o feitiço era aparentemente simples. Não
requeria nem a metade dos passos que requeria o amuleto do fogo. Tive que
manter água a fogo baixo em um caldeirão de cobre e adicionar diferentes
ingredientes, a maioria eram óleos transparentes que deviam ser medidos com
exatidão. O ar logo cresceu pesado com o cheiro da bergamota, a vanila, e o
heliotrópio. Alguns dos passos tinha o mesmo ritual redundante que eu tinha feito
antes. Por exemplo, eu tinha que arrancar treze folhas frescas de hortelã de suas
plantas, deixando-as cair uma por uma enquanto contava em grego. Logo, quando
haviam cozinhado por treze minutos, teria que removê-las com uma colher de pau
rosa.
Antes de sair, a Sra. Terwilliger tinha dito que me mantivesse concentrada e
pensasse em ambos os passos do feitiço e no que queria encontrar no final.
Portanto, dirigi meus pensamentos para Sonya e em encontrá-la, rezando para
que estivesse bem. Quando finalmente terminei esses passos iniciais, vi que havia
se passado quase uma hora.
Eu mal tinha notado que a hora passou. Passei uma mão por minha testa,
surpresa em como os vapores haviam me deito suar. Saí para encontrar a Sra.
Terwilliger e Adrian, sem estar segura em que atividade estranha os encontraria.
Na verdade, a situação era bastante normal: estavam vendo televisão. Ambos me
olharam quando cheguei.
“Pronto?” perguntou ela.
Assenti com a cabeça.
“Cheira como chá aqui.” Disse Adrian enquanto me seguiam para a sala de
trabalho.
A Sra. Terwilliger examinou o pequeno caldeirão e assentiu com a cabeça
em aprovação.
“Está excelente.” Não sabia como ela podia dizer isso em apenas uma
olhada, mas pensei em acreditar em sua palavra.
“Agora. A adivinhação efetiva implica uma bandeja de prata, certo?”
Observou suas estantes e separou algo. “Aqui. Usa isso.”
Peguei uma bandeja perfeitamente redonda de uns trinta centímetros de
diâmetro. Era suave, sem adornos, havia sido polida e estava tão brilhante, que
refletia quase tão bem quanto um espelho. Eu provavelmente poderia ter ficado
sem essa parte, vendo como meu cabelo e maquiagem estavam mostrando o
desgaste do dia. Se nada estivesse ao redor, não teria me importado.
Coloquei o prato na mesa de trabalho e derramei uma xícara da água do
caldeirão na superfícies de prata. Todos os ingredientes que não eram líquidos
haviam sido removidos e a água era perfeitamente clara. Uma vez que deixou de
emitir ondas, o efeito do espelho regressou. A Sra. Terwilliger me entregou uma
pequena tijela de incenso de gálbano, que, segundo o livro, deveria ser queimado
nesta etapa. Eu acendi a resina com uma vela e um odor amargo levantou,
constratando com a doçura do líquido.
“Você tem o cabelo?” perguntou a Sra. Terwilliger.
“Claro” coloquei sobre a superfície da água. Parte de mim queria que algo
acontecesse, faíscas ou fumaça, mas havia lido as instruções e sabia o que
aconteceria. Peguei um banquinho debaixo da mesa e sentei nele, permitindo-me
olhar para baixo na bacia de água.
“Agora olho?”
“Agora olha” confirmou ela “Sua mente precisa estar concentrada e aberta.
Precisa pensar nos componetes do feitiço e na magia que contém, assim como
também eu seu desejo de encontrar a pessoa do feitiço. Ao mesmo tempo, precisa
manter claridade mental e manter um enfoque fixo e claro na sua tarefa.
Olhei para o meu reflexo na bacia e tentei fazer todas as coisas que ela
acabara de descrever. Nada aconteceu.
“Não vejo nada.”
“É claro que não” disse ela “só se passou um minuto. Te disse que esse era
um feitiço avançado. Pode levar um tempo para que reúna toda a força e poder
que precisa. Continue tentando. Nós esperaremos.
Ambos se foram. Olhei fixamente para a bacia de água, perguntando-me
quanto tempo significava “um tempo”. Habia ficado emocionada quando o feitiço,
no começo, parecia tão simples. Agora, desejava que houvesse mais ingredientes
para misturar, mais encantamentos para recitar. Essa magia de alto nível, que
dependia da vontade e da força mental, era muito mais difícil, em sua maioria
porque era intangível. Eu gostava do concreto. Eu gostava de saber exatamente o
que necessitava fazer para que algo acontecesse. Causa e efeito.
Mas, isto? Isto era sobre olhar e olhar, desejando permanecer focada e com
um enfoque fixo e claro. Como ia saber se estava fazendo? Mesmo se eu
conseguisse, poderia demorar um pouco para manifestar o que eu precisava. Eu
tentei não pensar nisso.
Sonya. Sonya era tudo o que importava agora. Toda a minha vontade e
energia deveriam estar em salvá-la.
Segui peretindo isso enquanto os minutos se passavam. Cada vez que
estava segura de que deveria parar e perguntar a Sra. Terwilliger o que fazer,
forçava a mim mesma a seguir olhando para a água. Sonya. Sonya. Pensa em
Sonya. E ainda assim, nada acontecia. Finalmente, quando uma dor fez com que
continuar sentada fosse insuportável, levantei para me endireitar. O resto dos
meus músculos estavam começando a dar cãimbras. Caminhei para a sala de
estar, quase havia se passado uma hora e meia desde a última vez que havia
estado aqui.
“Nada?” perguntou a Sra. Terwilliger.
“Não” disse “ Devo estar fazendo algo errado.”
“Está se esforçando?” Pensando nela? Em encontrá-la?
Estava realmente cansada de escutar a palvara “esforçar”. Frustração estava
substituindo minha ansiedade anterior com a magia.
“Sim, sim e sim” disse “Mas mesmo assim não funciona.
“É por isso que temos uma extensão do toque de recolher. Tente de novo.”
Adrian me deu um olhar de simpatia e começou a dizer algo, mas logo ele
pensou melhor. Estava a ponto de ir, mas um pensamento que me incomodava
me deteve.
“O que acontece se ela não está viva?” perguntei “Poderia ser essa a razão
do porque não está funcionando?
A Sra. Terwilliger negou com a cabeça.
“Não. Ainda assim veria algo se não estivesse. E, bem...você saberia.
Regressei para a sala de trablaho e tentei de novo, com resultados
parecidos. Na vez seguinte que fui falar com a Sra. Terwilliger, vi que nem sequer
havia se passado uma hora.
“Estou fazendo algo errado” insisti “É isso ou eu arruinei o feitiço desde o
começo. Ou isto realmente está além da minha capacidade.
“Esse feitiço está impecável.” Disse ela “E não, não está além de suas
capacidades, mas só você tem o poder para fazer com que aconteça.
Estava cansada demais para analisar sua filosofia esotérica. Dei a volta sem
dizer uma palavra e caminhei para a sala de trabalho.
Quando a alcancei, descobri que haviam me seguido. Olhei para Adrian e
suspirei.
“Sem distrações, lembra? Disse.
“Não vou ficar” disse ele “só queria me assegurar de que você está bem.”
“Sim...quero dizer, eu não sei. Estou tão bem como pode estar alguém com
tudo isso.” Indiquei com a cabeça a bandeja de prata. “Talvez eu preciso que me
tire daqui.
Ele considerou por um momento e negou com a cabeça.
“Não acredito que seja uma boa ideia.”
O olhei, desconcertada.
“O que aconteceu com o você não tem que fazer nada que não queira? E
que me defenderia nobremente?
Um de seus pequenos sorrisos conhecedores apareceu em seus lábios.
“Bom. Isso era quando não queria fazer isso porque desafiava todas as suas
crenças. Agora que já cruzou essa linha, o seu problema parece ser que você é
pessimista e que não acredita que pode fazer. E, honestamente, isso é uma
merda.”
“Pessimista?” exclamei. “Adrian, eu estou olhando para uma bandeja com
água por quase duas horas. É quase uma e meia. Estou esgotada, quero beber
café e cada músculo do meu corpo dói. Oh, e eu estou a ponto de vomitar graças
a esse incenso.
“Essas coisas sugam” ele concordou “ mas me lembro de você dando
sermões sobre suportar penúrias para fazer algo certo. E está dizendo que não
pode fazer isso para ajudar Sonya?
“Faria qualquer coisa para ajudá-la! Qualquer coisa que está em meu poder,
isso é tudo. E não creio que isso seja.
“Eu não sei” especulou ele “Eu tive muito tempo para conversar com Jackie,
deixe-me dizer, sabe...eu aprendi muito sobre a magia humana. Há muito que se
pode fazer com ela.
“É errada” murmurei.
“E ainda assim aqui está, com a habilidade de encontrar Sonya” Adrian
hesitou e depois, tomando uma decisão, deu um passo adiante e colocou as mãos
em meus ombros. “Jackie me disse que é uma das pessoas que ela encontrou
que tem o maior talento matural para este tipo de coisa. Disse que, com um pouco
de prática, um feitiço com esse será fácil para você e tem razão de que pode fazer
agora. E eu acredito nela. Não porque talvez tenha talentos mágicos, mas porque
já vi como gerencia todo o resto. Não falhará com isso. Não falha em nada.
Estava tão exausta que pensei que podia chorar. Queria me inclinar nele e
pedir que me tirasse daqui, como havia prometido antes.
“Esse é o problema. Não falho, mas temo que agora falharei. Não sei como
é. E isso me aterroriza.” Especialmente porque a vida de Sonya depende de mim.
Adrian estendeu sua mão e tocou o lírio em minha bochecha.
“Não tente averiguar como se sente essa noite porque não vai falhar. Você
pode fazer isso. E eu estarei aqui com você, tome o tempo que for, está bem?”
Inalei profundamente e tentei me acalmar.
“Está bem.”
Voltei para meu banquinho depois que ele se foi e tentei ignorar a fadiga do
meu corpo e da minha mente. Pensei no que havia dito, que não falharia. Pensei
sobre sua fé em mim. E, mais importante, pensei em Sonya. Pensei em quão
desesperadamente queria ajudá-la.
Todas essas coisas agitando-se dentro de mim enquanto olhava a água, o
cristal claro exceto pelo cabelo flutuando nela. Uma linha vermelha contra toda
essa prata. Era como uma faísca de fogo, uma faísca que ficava cada vez mais
brilhante ante meus olhos, até que formou uma forma definida, um círculo com
linhas saindo dele. Um sol, me dei conta. Alguém havia pintado um sol alaranjado
sobre um pedaço de madeira e pendurou em uma cerca de arame. Mesmo com a
tela de má qualidade, o artista tinha tido uma série de cuidados na pintura do sol,
estilizando os raios e assegurando que os comprimentos eram consistentes com o
outro. A cerca era feia e industrial, e avistei o que parecia uma caixa de alta
voltagem pendurado nela.
A paisagem era escuro e árido, mas as montanhas ao longe me diziam que
estava dentro da zona de Palm Springs. Esta era uma espécie de área onde vivia
Wolfe, fora da cidade e longe da vegetação bonita. Através da cerca, além do
sinal, avistei um grande, imenso edifício...
“Ai”
A visão desapareceu quando minha cabeça bateu no chão. Eu tinha caído do
banco.
Consegui sentar, mas sso foi tudo o que consegui fazer. O mundo estava
girando e meu estômago vazio e enjoado. Depois do que poderia ter sido três
segundos ou três horas, ouvi vozes e passos. Braços fortes me pegaram e Adrian
ajudou-me a ficar de pé. Agarrei-me à mesa, enquanto ele pegou o banquinho e
ajudou a me sentar.
A Sra. Terwiliger empurrou a bandeja de prata de lado e substituiu-o com um
prato de cozinha comum com queijo e biscoitos. Um copo de suco de laranja
logo se juntou a ele.
"Aqui," ela disse. "Coma isso. Vai se sentir melhor."
Eu estava tão desorientada e fraca que nem hesitei. Eu comi e bebi como se
eu não tivesse comido em uma semana, enquanto Adrian e a Sra. Terwiliger
esperavam pacientemente. Foi só quando eu praticamente lambi o prato
deixando-o vazio que me dei conta do que havia acabado de comer.
"Queijo Havarti e suco de laranja?" Eu gemi. "Isso é muita gordura e açúcar
para esta hora da noite."
Adrian zombou.
"Fico feliz em ver que não há danos permanentes."
"Acostume-se a isso, se você está indo usar muita magia" disse a Sra.
Terwiliger. "Feitiços podem esgotar você. Não é incomum que seu nível de açúcar
baixe. Suco de laranja se converterá em seu melhor amigo."
"Nuncaa vou me acostumar, já que eu não vou..." Engoli em seco, como as
imagens que eu tinha visto na bandeja de prata veio caindo de volta para mim.
"Sonya! Eu acho que vi onde ela está. "Eu descrevi o que eu tinha visto, embora
nenhum de nós tinha qualquer pista sobre onde poderia estar este lugar ou o que
era.
“Você tem certeza que era como um sol comum? Com raios ", perguntou
Adrian. "Porque eu achei que os caçadores usavam esse antigo símbolo dos
Alquimistas: círculo e ponto."
"Eles fazem, mas este era definitivamente...oh Deus." Eu olhei para Adrian.
"Nós temos que voltar para Amberwood. Agora."
"Não depois disso", disse a Sra. Terwiliger. Ela estava usando sua voz de
professora. "Isso tomou mais de você do que eu esperava. Dorme aqui, e eu vou
me assegurar de que tudo está bem na escola com Desiree.”
"Não." Eu me levantei e senti minhas pernas começarem a ceder, mas no
final, me sustentaram. Adrian colocou um braço de apoio em torno de mim,
claramente
não
acreditando
na
recuperação
do
meu
corpo.
"Eu
tenho que voltar lá. Eu acho que sei como podemos descobrir onde é esse lugar."
Adrian estava certo ao dizer que o sol que eu acabei de descrever não era o
desenho que estava na espada e no folheto. Ambos haviam usado o símbolo
antigo. O de minha visão era mais uma adaptação moderna e esta não era a
primeira vez que eu via isso.
O sol na minha visão era uma cópia exata da tatuagem de Trey.
Capítulo 20
Chegar a Trey era mais fácil falar do que fazer. Que uma garota entrasse no
dormitório dos garotos em horários normais já era difícil, mas depois do toque de
recolher? No meio da noite? Quase impossível. Tive que recorrer a opções mais
criativas e chamei Eddie enquanto levava Adrian para casa. Uma das coisas pela
qual eu nunca deveria me sentir culpada era por chamar Eddie a qualquer hora.
Mantinha seu telefone ligado (para deleite de Micah, sem dúvida) e suspeitava que
dormia com o telefone ao lado de seu travesseiro.
- Sim? - a voz de Eddie estava desperta e preparada, como se nem
estivesse dormindo. Assim era como ele era.
- Preciso que vá ver se pode acordar o Trey - eu disse. - Sequestraram
Sonya e eles a tem retida em um recinto que tem um logo como a tatuagem de
Trey. Preciso averiguar o que ele sabe.
Esta era a primeira vez que Eddie ouvia sobre o sequestro de Sonya, mas
não pediu mais informações, nem tampouco como eu sabia a sua localização.
Sabia que ela tinha estado em perigo recentemente e essa rápida mensagem foi o
suficiente para fazê-lo atuar. Não sabia o que aconteceria quando Eddie
encontrasse Trey, vendo que não havia maneira de que eu mesma falasse com
Trey a não ser pela manhã. Ainda assim, tinhamos que começar por alguma parte.
- De acordo - disse Eddie. - Estou nisso. Já te chamo.
Desliguei e contive um bocejo.
- Bom, aqui vamos. Esperemos que Eddie possa averiguar alguma coisa.
- Preferivelmente sem golpear Trey no processo. - disse Adrian. Se enrolou
no assento do passageiro, o único sinal de que também estava se sentindo
cansado por nossa noite. Ele tinha a um tempo se convertido do horário noturno
de um vampiro. “É suposto que isso limitaria o que podemos averiguar.
Fiz cara feia.
- Se Trey está metido nisso de alguma forma, não acredito que queira ser
suave com ele. E ainda assim...não posso acreditar que ele esteja.
- As pessoas se enganam o tempo todo. Olhe você. Você crê que Trey sabe
que é parte de uma sociedade secreta que ajuda a manter os vampiros ocultos
desse mundo?
- Sinceramente...sim. - Me detive em uma luz vermelha e pensei no estranho
comportamento de Trey. - Ele sabe que Jill é uma Moroi, estou segura. Não se
deu conta no início, mas quando fez, seguiu me dizendo para que a escondesse.
Logo depois que Sonya foi atacada, disse que me cuidasse. - Um horrível
descobrimento passou a surgir em meu interior. - Ele sabia. Ele sabia que eu era
amiga de Sonya. Provavelmente sabia do ataque e não disse nada!
- Não é surpreendente se o grupo dele está trabalhando contra o seu. - O
tom de Adrian abrandou. - Se te faz sentir melhor, parece como se de certo modo
ele tem estado em conflito sobre tentar te advertir.
- Não sei se ele fez. Oh Adrian. - Parei na frente de seu edifício e vi o
Mustang amarelo iluminado pela luz pública. - Deixou o carro fora, tem sorte que
não foi rebocado.
- Eu vou tirá-lo. - Disse. - E não me olhe assim. Está em torno de um
perímetro de meio quilômetro. Não estou rompendo as regras.
- Só tenha cuidado. - murmurei.
Abriu a porta do Latte e olhou para mim.
- Tem certeza que quer voltar ao colégio? Estará presa ali até de manhã.
- De todas as formas não terá muito que eu posso fazer até então. Quero
estar ali no instante em que eu puder ter acesso a Trey. Confiarei em Eddie por
agora.
Adrian parecia relutante em me deixar, mas finalmente assentiu.
- Ligue se precisar de algo. Vou continuar tentando ver se posso encontrar
Sonya em seus sonhos. Não tive muita sorte antes.
Um dos mais desconcertantes poderes do espírito era a habilidade de entrar
no sonho de outras pessoas.
- É porque ela não está dormindo?
- Isso, ou ela está drogada.
Nenhuma das opções fazia com que me sentisse melhor. Me deu uma última
e persistente olhada antes de ir. Voltei a Amberwood onde um guia sonolento de
estudantes me disse que seguisse, sem comentários. Havia muito que a Sra.
Weathers havia ido para casa, e seu substituto noturno não parecia se importar
com minhas idas e vindas. Enquanto subia as escadas meu telefone tocou. Eddie.
- Bom, levou uma eternidade, mas finalmente acordei seu companheiro de
quarto. - me disse.
- E?
- Não está aqui. Creio que tampouco esteve aqui pela noite. Algo sobre uma
emergência familiar.”
- Não sabe quando ele volta? - Estava começando a pensar que todos os
“assuntos familiares” de Trey eram mais insidiosos do que havia suposto. Também
estava tentada a apostar que ele não era o único com a tatuagem do sol.
- Não.
Fiquei acordando a todo instante durante a noite. Meu corpo estava exausto
devido a magia, mas também estava ao limite por causa de Sonya para sucumbir
ante a fadiga. Fiquei levantando e verificando meu celular, temendo perder alguma
chamada, sem importar se estava no volume máximo. Finalmente me rendi e saí
da cama horas antes de começar o café da manhã do colégio. Depois de ter
tomado um banho e me vestido – e colocado minha cafeteira no máximo – estava
de volta nas horas liberadas do campus. Não é que me fizesse muito bem.
Fiz duas chamadas depois disso, primeira para Spencer para ver se Trey
estava trabalhando. Não esperava que estivesse, mas era uma boa desculpa para
saber se ele havia estado por ali nos últimos dias. Não havia estado. Minha
próxima chamada foi para Stanton, reportando o desaparecimento de Sonya.
Disse a ela que tinhamos uma pista que conectava um de meus companheiros
com os caçadores de vampiros e que Sonya provavelmente estava sendo retida
em um recinto fora da cidade. Não mencionei como eu sabia e Stanton estava
suficientemente distraída com o sequestro para perguntar algo.
No café da manhã, encontrei minha “família” com Micah na cafeteria. Os
rostos preocupados de Eddie, Angeline e Jill me dizia que todos sabiam do
sequestro de Sonya. Micah falava feliz sobre algo, e tinha o pressentimento de
que sua presença estava impedindo os outros de discutir sobre o que realmente
queriam. Micah perguntou algo a Eddie e eu me inclinei e murmurei para Jill.
- Tire-o daqui.
- Digo a ele para ir?” sussurrou ela.
- Se for necessário. Ou vá com ele.
- Mas quero...
Mordeu o lábio quando Micah voltou sua atenção para ela. Ela estava infeliz
pelo que teria que fazer, mas em seguida colocou sua expressão de segurança
que tanto havia visto esses dias. Apontou para o prato de Micah.
- Já terminou? Preciso perguntar algo para a Srta. Yamani. Vem comigo?
Micah se iluminou.
- Claro.
Uma vez que os dois se foram virei para Eddie e Angeline.
- Algum sinal de Trey? - perguntei
- Não. - disse Eddie - Conferi essa manhã. Seu companheiro de quarto está
começando a me odiar. Não posso culpá-lo.
- Isso está me enlouquecendo! - disse, sentindo que podia golpear minha
cabeça contra a parede. - Estamos tão perto, e ainda impotente. Cada minuto que
passa é um minuto que Sonya perde.
Ele fez uma careta.
- Estamos seguros de que ela está viva?
- Ela estava a noite. - disse.
Eddie e Angeline me olharam surpreendidos.
- Como sabe? - perguntou ela.
- Hum, bom, eu...não pode ser! - Minha boca se abriu enquanto olhava para
trás de Eddie. - É Trey!
Certamente um sonolento Trey acabara de entrar na cafeteria. Seu cabelo
úmido indicava que havia se lavado recentemente, mas tinha hematomas e
arranhões que não podia atribuir ao futebol.
Eddie já estava em ação antes que eu pudesse dizer outra palavra, e
Angeline e eu o seguimos rapidamente. Quase esperava que Eddie fosse derrubar
Trey ali mesmo. Em vez disso, Eddie caminhou para a frente de Trey o impedindo
de entrar na fila da comida. Cheguei a tempo de escutar Eddie dizer.
- Não tem café da manhã hoje. Você vem conosco.
Trey começou a protestar e depois viu eu e Angeline. Jill apareceu de
repente também, aparentemente tinha dado um perdido em Micah. Um olhar triste
cruzou as feições de Trey, quase derrotado, e assentiu, cansado.
- Vamos lá fora.
No momento em que saímos pela porta Eddie agarrou Trey e o empurrou
contra a parede.
- Onde está Sonya Karp? - disse Eddie. Trey parecia compreensivelmente
surpreendido. Eddie era magro e musculoso, mas muitos subestimavam o quão
forte ele era.
- Eddie, afaste! - eu disse, olhando preocupada ao nosso redor. Tinha
urgência, claro, mas nosso interrogatório não daria frutos se um professor visse e
acreditasse que estávamos molestando um estudante.
Eddie soltou Trey e deu um passo para trás, mas ainda havia um brilho
perigoso em seus olhos.
- Onde está o lugar em que a tem?
Isso pareceu despertar Trey de seu estado de inatividade.
- Como sabem isso?
- Nós fazemos as perguntas. - disse Eddie. Não voltou a tocar em Trey de
novo, mas sua proximidade e sua postura deixavam claro que ele chegaria aos
extremos se fosse necessário. - Sonya está viva?”
Trey titubeou, quase esperava que negasse seu conhecimento.
- S..sim, por agora.
Eddie explodiu outra vez. Agarrou a camisa de Trey e o puxou.
- Te juro que, se você e seu transtornado grupo colocarem uma mão em
cima dela...
- Eddie. – eu adverti.
Por um momento Eddie não se moveu. Logo, devagar, soltou a camisa de
Trey, mas ficando onde estava.
- Trey. – disse, usando o mesmo tom razoável que acabara de usar com
Eddie. Apesar de tudo Trey e eu éramos amigos, certo? – tem que nos ajudar. Por
favor nos ajude a encontrar Sonya.
Ele negou com a cabeça.
- Não posso Sydney. É para o seu próprio bem. Ela é malvada. Não sei que
truque ela aplicou com vocês ou como tem mantido essa ilusão que esconde sua
verdadeira identidade, mas não podem confiar nela. Se voltará contra vocês.
Deixe-nos...deixe-nos fazer o que temos que fazer.
As palavras eram todas corretas, junto com a linha da propaganda dos
Guerreiros. Mas, havia algo na maneira em que Trey falava, algo sobre sua
postura...não podia dizer que era o que me fazia duvidar dele. As pessoas me
incomodavam por causa da minha falta de habilidade em questões sociais, mas
estava quase certa de que ele não estava totalmente de acordo com o que esse
grupo queria que ele fizesse.
- Esse não é você Trey – disse – Te conheço bem para saber. Não mataria
uma mulher inocente.
- Ela não é inocente. – Aí estava outra vez, essa mescla de emoções.
Dúvida. – É um monstro. Você sabe sobre eles. Sabe o que podem fazer. Não são
como ela. – assentiu em direção a Jill. – São como os outros. Os mortos.
- Você vê Sonya como uma morta? – perguntou Eddie. – Você viu os olhos
vermelhos?
- Não. – admitiu Trey – mas temos outras provas. Testemunhas que a viram
em Kentucky. Reportes de suas vítimas.
Foi difícil manter a calma depois disso. Havia visto Sonya quando era uma
Strigoi. Ela era aterrorizante e se tivesse tido a oportunidade, teria matado a mim e
a meus companheiros. Era difícil aceitar isso quando um era convertido em Strigoi,
não estavam no controle de seus sentidos e de sua alma. Perdiam a conexão com
sua humanidade, ou o que tinham os Moroi, e não eram os mesmos que haviam
sido antes. Sonya havia feito coisas terríveis, espantosas, mas já não era essa
criatura.
- Sonya mudou – disse. – ela não é um deles.
- Os olhos de Trey se estreitaram.
- Isso é impossível. Estão sendo enganados. Há algum tipo de...não
sei...magia obscura em tudo isso.
- Isso não está nos levando a nada – grunhiu Eddie – chame Dimitri, nós dois
seremos capazes de fazer ele dizer onde é o local. Já invadi uma prisão antes.
Posso fazer de novo.
- Oh, você acha isso? - Um sorriso sem graça cruzou as características de
Trey. - Esse lugar é cercado com uma cerca elétrica e cheio de homens armados.
Além disso, ela está fortemente guardada. Você não pode simplesmente entrar lá.
- Por que ela ainda está viva? - perguntou Angeline. Ela pareceu perceber o
quão estranho que soou e foi rápida para elaborar. - Isso é...Quer dizer, eu estou
feliz que ela está. Mas se você acha que ela é tão mal, por que não acabar com
ela? - Ela olhou para os meus amigos e eu. - Sinto muito.
- É uma boa pergunta - Eddie disse a ela.
Trey levou um longo tempo para responder. Eu tinha uma sensação de que
ele estava dividido entre manter segredos do grupo e querendo justificar suas
ações para nós.
- Porque todos nós estamos sendo testados - disse ele finalmente. - Para ver
quem é digno de matá-la.
- Oh, meu Deus - disse Jill.
- Por isso todas as suas contusões recentemente - eu disse. Meus temores
de violência doméstica não estavam longe, realmente. - Você está competindo
para matar uma mulher que não tem feito nada para você.
- Pare de dizer isso! - Trey gritou, realmente olhando distraído. - Ela não é
inocente.
- Mas você não está tão certo - disse eu. – Ou sim? Seus olhos não estão
dizendo o mesmo que dizem seus amigos caçadores.
Ele fugiu da acusação.
- Minha família espera isso de mim. Principalmente depois de arruinar o
ataque no beco. Perdemos nossa autorização para matar ela, então, é por isso
que o conselho ordenou essas provas para nos redimirmos e provarmos que
somos capazes.
Ter “autorização” para matar alguém era repulsivo, mas foi o resto do que
havia dito que me fez pensar duas vezes.
- Você estava lá – disse incrédula – no beco, e...era você! Foi você que me
agarrrou! - Tudo voltou a mim novamente, a surpresa e a dúvida de meu atacante.
O rosto de Trey me confirmou.
- Sabia que era amiga deles. Pude dizer só de olhar, ainda que não
soubesse que eram vocês de imediato. – Isso tinha sido dirigido para Eddie e
Angeline. Trey se dirigiu a mim outra vez. – Reconheci sua tatuagem na primeira
vez que nos vimos. Ignorei porque não pensei que estava envolvida no que eu
estava. Pensei que só andasse com vampiros inofensivos, assim não esperava
que estivesse ali naquela noite. Não queria que se machucasse. Continuo não
querendo, e é por isso que precisa deixar isso passar.
- Cansei disso – disse Eddie. Era uma maravilha que tinha sido paciente todo
esse tempo. – Precisamos derrubar a porta desse lugar e...
- Espera, espera – uma ideia estava se formando em minha cabeça...e era
outra ideia louca. – Trey, disse que Eddie não pode entrar nesse lugar, mas eu
poderia?
- Do que está falando? – perguntou Trey, tinha uma mescla de surpresa e
confusão em seu rosto.
- Sabe quem sou. Sabe o que faço. – Trey assentiu. – Nossos dois grupos
podiam ser unidos. Aqueles caras que me detiveram no café disseram que
pensavam que devíamos trabalhar juntos. Os guerreiros querem os recursos dos
Alquimistas.
- Você que...quer um intercambio? – perguntou Trey, franzindo o cenho.
- Não. Só quero falar com o seu conselho. Quero explicar porque Sonya não
é...eh, porque ela não é mais como era antes. Tem um Moroi que usa um certo
tipo de magia que pode enclusive te mostrar...
- Não. – disse Trey imediatamente. – Nenhum deles teria permissão de
entrar. A vocês, híbridos, tampouco seriam permitidos. – De novo se dirigia a
Eddie e Angeline. Nunca havia escutado o termo “ híbrido” ser usado, mas seu
significado era claro.
- De acordo. – disse – Só humanos. Eu sou humana. Seu grupo quer
trabalhar com o meu grupo. Deixe-me ir com você. Desarmada. Falarei com seus
líderes e...
- Sydney não – protestou Eddie – Não pode ir lá sozinha! Vão decapitar a
Sonya, Santo Deus. E você lembra do que disse Clarence dos radicais que o
pegaram?
- Não ferimos humanos – disse Trey com firmeza – Estará segura.
- Acredito – eu disse – e também estou segura de que não deixará que algo
de mal me aconteça. Olha, não sente curiosidade sobre porque Sonya é como é?
Pode pensar que sua gente está comentendo um erro? Disse que tolerava os
Moroi. Ela é um deles. Me deixe explicar. Não estou pedindo nada mais do que
uma oportunidade para falar.
- E uma garantia de segurança – disse Angeline, que parecia tão ofendida
quanto Eddie. Ele assentiu ante suas palavras – Importa muito a honra certo? Tem
que prometer que ela estará bem.
- A honra é o que nos faz fazer o que fazemos – disse Trey – Se
prometemos que ela vai estar bem, ela estará.
- Então peça, por favor? Não faria isso por mim? Como meu amigo?
Um olhar de dor cruzou as feições de Trey ante isso. Havia feito alusão a
que me devia algo por tê-lo ajudado a encerrar o caso das tatuagens ilícitas. Isso
obrigaria qualquer amigo, sobretudo a um que haviam lhe inculcado um rígido
sentido de honra. Supus então, que algo mais do que honra estava em jogo aqui.
Trey e eu éramos amigos, com mais coisas em comum do que eu havia dado
conta. Ambos éramos parte de grupos que queriam controlar nossa vida, de
maneiras que não gostávamos. Também tínhamos pai dominante. Se Trey e eu
não tivéssemos metas tão opostas, poderíamos rir sobre isso.
- Eu perguntarei. – disse Trey. Algo me dizia que ele também estava
pensando em nossas similiaridades. – Porque é você. Mas não posso prometer
nada.
- Então pergunte agora. – grunhiu Eddie. – Não temos tempo a perder. E
imagino que Sonya tampouco.
Trey não negou. De repente estava perguntando-me se esta era uma
decisão inteligente. O que aconteceria se deixássemos que Trey saísse de nossas
vistas? Seria melhor se levássemos ele para Dimitri? E Sonya...quanto tempo lhe
restava?
- Agora – reiterei a Trey – Tem que contatá-los agora, não vai para a aula.
Era provavelmente a primeira e última vez que diria essas palavras.
- Eu juro – disse Trey – Vou ligar agora.
O sinal tocou, terminando nossa reunião. Ainda, se tivéssemos tido a
oportunidade de salvar Sonya justo agora, estava segura de que todos os meus
amigos saíram do campus nesse momento. Deixamos que Trey se fosse e ele se
dirigiu a seu dormitório, não para as aulas.
Angeline, recentemente liberada de sua suspensão, partiu com Jill enquanto
Eddie e eu seguimos para a aula de história.
- Isso foi um erro – disse, com o rosto sombrio quando olhou por onde Trey
havia ido – Por tudo que sabemos ele pode desaparecer e teremos perdido toda a
oportunidade de recuperar Sonya.
- Não creio que ele faça – disse eu – Conheço Trey. É uma boa pessoa, e
me dei conta de que ainda que creia que os Strigoi precisam ser exterminados,
não está cem por cento seguro sobre Sonya. Fará o que pode. Acredito que se
sente dividido agora mesmo, atrapalhado entre o que lhe disseram por toda a sua
vida e no que está começando a ver com seus olhos.
Parece com alguém que você conhece? Me perguntou uma voz interna.
Havia esperado que Trey me desse uma resposta em seguida...digamos que
na aula de química. Mas ele não estava ali e nem em nenhum lugar do colégio.
Supus que essas coisas levassem tempo, e minha paciência e fé se viram
recompensadas no final do dia com uma mensagem de sua parte: Ainda estou
verificando. Alguns estão dispostos a falar. Outros precisam ser convencidos.
Eddie não levou a mensagem de Trey como uma prova concreta quando
enviei, mas não acredito que Trey tivesse dito algo se tivesse saído da cidade.
Eddie queria se reunir com Dimitri e discutir estratégias tendo em conta este novo
acontecimento. Assim, decidimos fazer uma viagem grupal ao centro da cidade.
Eu enviei mensagens a nossa família para nos reunirmos fora do dormitório em
meia hora. Jill foi a primeira a chegar e se deteve em seco quando me viu.
- Sydney...seu cabelo.
Levantei o olhar de onde estava respondendo uma mensagem de Brayden,
dizendo que não podia sair esse fim de semana.
- O que tem ele?
- A maneira com que você arrumou as camadas. Fazem um complemento
perfeito em seu rosto.
Estava me olhando daquela forma estranha outra vez.
- Bom, sim – disse, esperando mudar o tema – É um, humm, bom corte de
cabelo. Lamento que teve que se livrar de Micah.
Levou alguns segundos, mas minha distração a tirou de seu transe induzido
por meu cabelo.
- Ah, não. Está bem, as coisas estão se tornando raras entre nós de toda
forma.
- Ah, verdade? – Micah parecia tão animado como sempre da última vez que
eu o vi. – Ainda tem problemas?
- Bom...acredito que sim. Eu gosto dele, de verdade. Eu gosto de sair com
ele e seus amigos. Mas eu só fico recordando que nada pode acontecer entre nós.
Como esta manhã. Há um mundo inteiro que ele não pode fazer parte. E eu não
suporto pensar em mentir ou excluí-lo de minha vida. Talvez tenha que fazer...de
verdade. Terminar as coisas. Sei que disse isso antes, mas agora é sério.
- Estamos aqui para você se fizer. - Tecnicamente estava sendo sincera,
mas se Jill viesse chorando para mim, não saberia o que fazer. Talvez poderia
encontrar um livro de técnicas sobre uma boa ruptura antes dela fazer.
Um sorriso cansado se estendeu em seu rosto.
- Sabe o que é bobo? Quero dizer, não quero ir saltando de um garoto para
outro, e me importo com Micah, mas estou começando a me dar conta de que
Eddie é um bom garoto.
- Ele é um grande garoto. – eu confirmei.
- Casais de Moroi e dhampirs são mal vistos, mas agora...quero dizer, há uns
que fizeram casais em St. Vladimir – riu angustiada – Eu sei, eu sei...sei que não
deveria estar pensando assim. Um garoto de cada vez. Mas mesmo
assim...quando vejo Eddie; é tão valente e tão seguro. Faria qualquer coisa por
nós, sabe? É como um herói em quadrinhos da vida real. Mas é tão dedicado que
provavelmente nunca se interessaria por alguém como eu. Não tem tempo para
garotas.
- Na realidade – disse – acredito que se interessaria muito por você.
Seus olhos se abriram.
- Sério?
Queria contar tudo. Em vez disso, escolhi minhas palavras cuidadosamente,
pouco disposta a revelar seus segredos depois que ele tinha falado para mim
deixar que ele cuidasse de seus próprios assuntos pessoais.
- Todo o tempo fala de como inteligente e competente você é. Acredito que
definitivamente estaria aberto para algo. – Também disse que não merecia seu
amor, mas esse pensamento poderia desaparecer se Jill se interessasse por ele.
Ela se perdeu em seus pensamentos e não disse mais nada do tema quando
Eddie e Angeline chegaram. Fomos até a cidade e deixei Jill e os dhampirs na
casa de Adrian, enquanto eu fazia alguns recados. Esperar Trey era agonizante e
eu precisava de uma distração. E me faziam falta umas coisas de Alquimista e
queria me assegurar de fazer tudo antes de entrar no acampamento dos
Guerreiros.
Meu telefone tocou quando estava empacotando. Era Trey, e saí da loja de
ervas em que estava, para atender a chamada.
- Tudo bem – disse ele – Está tudo pronto. Vão se reunir com você à
noite...só você.
Emoção e ansiedade passaram por meu corpo. Esta noite. Parecia
surpreendentemente pronto, ainda que isso era exatamente o que queria.
Precisávamos tirar Sonya dali.
- Vou te levar lá as sete em ponto – disse Trey – E...bom, eu sinto...mas terá
que ir com os olhos vendados. E estará certa de que nada nos siga. Se fizerem,
tudo acaba.
- Entendo. – disse, ainda que ir vendada fazia com que isso forre
aterrorizante. – Estarei pronta, obrigada Trey.
- E tem mais – continuou – queremos que nos devolvam a espada.
Fiz os arranjos para que ele me pegasse no Adrian, eu sabia que Eddie e
Dimitri teriam várias coisas para me dizer. Então, liguei para eles tão logo acabei
de falar com Trey, para avisá-los. Também liguei para Stanton, para atualizá-la.
Me ocorreu que deveria ter ligado antes, mas primeiro queria uma resposta
definitiva por parte de Trey.
- Não gosto da ideia de que vá sozinha. – me disse – Mas é pouco provável
que façam algo contra você. De verdade parece que se mantém longe dos
humanos, nós em particular. E se há uma oportunidade de tirar Karp de lá...bom.
Isso nos salvaria de muitos problemas com os Moroi. – O tom de Stanton me disse
que ainda que ela acreditasse que eu estaria bem, não era muito otimista a
respeito de Sonya. – Tenha cuidado, senhorita Sage.
O apartamento de Adrian estava cheio de tensão quando cheguei. Dimitri,
Eddie e Angeline estavam claramente inquietos, provavelmente porque eles
estavam sendo deixados de fora da ação. Adrian, surpreendentemente, também
parecia irritado, ainda que eu não soubesse o porque. Jill o olhava preocupada e
se mantiveram, olhando um para o outro, seguramente passando mensagens
entre si, através do laço. Por fim, através de apenas um olhar, era como se
tivessem terminado uma conversa. Jill suspirou e se dirigiu à cozinha com os
outros.
Comecei a falar com Adrian, mas Eddie me chamou.
- Estamos debatendo se devemos te dar uma arma ou não. – disse.
- Bom, a resposta é não – disse imediatamente – Vamos, eles vão me
vendar. Não acreditam que vão me revistar também?
- Deve haver uma maneira – disse Dimitri. Como estávamos com o ar
condicionado ligado ele tinha colocado seu sobretudo. – Não posso deixar que vá
para lá indefesa.
- Não estou em perigo – disse, sentindo que havia repetido o mesmo todo o
dia. – Pode ser que estejam loucos, mas Trey disse que se dão sua palavra, a
cumprem.
- Sonya não tem essa garantia. – disse Dimitri.
- Nenhuma arma vai me ajudar a salvá-la. – disse – Exceto por meu
raciocínio. E estou preparada com isso o melhor que posso.
Os dhampirs não estavam felizes. Seguiram discutindo entre eles e eu os
deixei para pegar água. Adrian gritou da sala.
- Tem refrigerante dietético aí dentro.
Abri a geladeira, e certamente estava vendo todo o tipo de refrigerante. E
tinha mais comida do que jamais tinha visto. Outro benefício da generosidade de
Nathan Ivashkov. Peguei uma lata de Coca Cola dietética e me reuní a Adrian no
sofá.
- Obrigada – disse, abrindo a lata – Esta é a segunda melhor coisa que pode
ter depois do sorvete.
Ele levantou uma sobrancelha.
- Sorvete? Soa como uma sobremesa, Sage.
- E é – admiti. O tema mundano era reconfortante entre toda a tensão. – É
em parte sua culpa por trazer a tona ontem. Agora não posso deixar de pensar
nisso. Queria um pouco no jantar, e Brayden me convenceu de não comê-lo, o
que é provavelmente o porque eu estou tão obcecada com isso. Alguma vez
aconteceu com você? Alguma vez não poder ter algo e o querer ainda mais.
- Sim – disse amargamente – Acontece todo o tempo.
- Porque está tão desanimado? Também pensa que eu deveria levar uma
arma? – Com Adrian era realmente difícil saber onde levaria seu estado de ânimo.
- Não, entendo seu ponto, e penso que está correta. – disse. – Ainda que eu
não goste da ideia de você ir lá.
- Tenho que ajudar a Sonya. – disse.
- Sei que tem que fazer. Desejaria poder ir com você.
- Ah, verdade? Vai me proteger e me tirar de lá como fez a noite? – o
provoquei.
- Sim, se é o que precisa. Você e Sonya. Colocaria uma em cada ombro.
Muito viril, certo?
- Muito – disse, feliz de vê-lo brincando de novo.
Sua diversão desapareceu e voltou a ficar sério.
- Deixe eu perguntar algo. O que é mais assustador: entrar em um covil de
humanos loucos assassinos ou estar segura, ainda que de certo modo selvagem,
com vampiros e meio vampiros? Sei do temor que você e os Alquimistas tem da
gente, mas..é a lealdade a sua própria raça tão forte que...não sei...que as
pessoas em si não importam?
Era uma pergunta surpreendentemente profunda para Adrian. Também fazia
alusão a minha viagem ao centro de reeducação dos Alquimistas para visitar
Keith. Me lembrei como o pai de Keith não havia se importado com os valores
morais de seu filho sempre e quando significava que Keith não tivesse boas
relações com os vampiros. Também me levou a pensar no café e em como os
Guerreiros não queriam escutar outra verdade que não fosse a sua. E finalmente,
olhei para os dhampirs discutindo na cozinha, pensando em maneiras encobertas
de manter eu e Sonya seguras sem importar os riscos.
Olhei para Adrian.
- Eu fico com os vampiros. Minha lealdade a minha própria raça vai até certo
ponto.
Algo no rosto de Adrian se transformou, mas não prestei muita atenção.
Estava muito impactada dando-me conta que as palavras que acabava de dizer
podiam ser consideradas como alta traição entre os Alquimistas.
Eddie e Angeline foram buscar o jantar e os deixei pegar meu carro, desde
que Eddie dirigisse. Enquanto eles estavam fora, Dimitri me ensinou algumas
técnicas de auto defesa, mas era difícil aprender muito em tão pouco tempo.
Continuava pensando no que Wolfe havia dito de evitarmos lugares perigosos. O
que diria de mim se soubesse que iria entrar no esconderijo de caçadores de
vampiros?
Eddie e Angeline estiveram fora por um bom tempo e lregressaram,
desanimados por todo o tempo que o restaurante havia demorado.
Não pensei que chegaríamos a tempo – disse Eddie – Tinha medo que não
teria tempo de comer antes da sua missão.
- Nem sequer sei se posso comer – admiti. Apesar de minhas palavras
valentes de antes, estava começando a ficar nervosa. – Oh, pode ficar com essas
no caso de precisar do carro.
Ele havia caminhado até minha bolsa com as chaves e as havia deixado ali
de todas as formas.
- Tem certeza?
- Tenho.
Ele encolheu os ombros e pegou as chaves outra vez. Adrian, para minha
surpresa, o olhou com os olhos semicerrados e parecia incomodado com algo.
Não podia suportar suas mudanças de humor hoje. Se levantou e caminhou até
Eddie. Depois de uns momentos, se afastaram mais e pareciam estar tendo uma
discussão em voz baixa, uma que incluía umas olhadas para mim. Todo mundo
parecia incomodado e começaram a falar de qualquer coisa que vinha a mente.
Só podia olhar de um lado a outro, sentindo que havia perdido algo importante.
Trey me chamou as sete em ponto, dizendo que estava me esperando lá
fora. Me levantei e peguei a espada, respirando profundamente.
- Desejem-me sorte.
- Te acompanho lá fora. – disse Adrian.
- Adrian. – o advertiu Dimitri.
Adrian revirou os olhos.
- Eu sei, eu sei. Não se preocupe. Eu prometi.
Prometeu o que? Nada havia sido explicado.
Não havia muito o que caminhar já que ele vivia no primeiro andar, mas
quando saímos, me reteve com suas mãos em meus braços. Um tremor me bateu,
tanto pelo contato como pelo inesperado gesto. Suas únicas demostrações de
ternura eram com Jill.
- Sage – disse – É sério, tome cuidado. Não seja uma heroína, temos muito
disso aqui. E...não importa o que aconteça, quero que saiba que nunca duvidei do
que vai fazer. É inteligente, e é valente.
- Fala como se já tivesse acontecido e falhado. – disse
- Não, não. Eu só...bom, quero que saiba que eu confio em você.
- De acordo – disse me sentindo um pouco confusa. Outra vez sentia que
não estavam me dizendo algo. – Espero que meu plano funcione.
Precisava me afastar, me soltar do agarro de Adrian, mas não podia fazer.
Tinha dúvidas, por alguma razão. Havia segurança e comodidade aqui. Uma vez
fora, realmente estaria caminhando para a jaula do leão. Fiquei uns momentos
mais, segura no círculo que havíamos feito, e logo, de má vontade, me afastei.
- Por favor tenha cuidado – repetiu – Volte a salvo.
- Eu terei. – Por impulso tirei meu crucifixo e coloquei em sua mão – Desta
vez, guarde-o, é serio. Guarde até que eu volte. Se você se preocupar muito, olhe
e pense que terei que voltar para buscá-lo. Ele realmente cai bem com calça caqui
e cores neutras.
Me preocupava que ele me devolveria, mas simplesmente assentiu e apertou
a cruz. Me afastei, sentindo um pouco vulnerável sem o crucifixo, mas esperava
que lhe desse confiança. Meu incômodo de repente parecia algo pequeno, queria
que Adrian estivesse bem.
Sentei no banco do passageiro no carro de Trey e imediatamente dei a
espada. Ele parecia tão miserável quanto antes.
- Tem certeza de que quer fazer isso?
Porque todo mundo continuava me perguntando isso?
- Sim. Absolutamente.
- Me dê seu celular.
Eu entreguei e ele o desligou. Me devolveu, junto com uma venda.
- Vou confiar em você para que coloque isso.
- Obrigada.
Comecei a colocar a venda e logo, impulsivamente voltei a olhar o edifício
uma última vez. Adrian ainda estava ali de pé, com as mãos nos bolsos, e o rosto
preocupado. Vendo que o olhava, logo sorriu e levantou uma mão em...que?
Despedida? Benção? Eu não sabia, mas me fez sentir melhor. A última coisa que
eu vi foi o reflexo da cruz na luz do sol justo antes de cobrir os olhos com a venda.
Sumi na obscuridade.
Capítulo 21
Já havia visto filmes onde pessoas que tinham os olhos vendados eram
capazes de dizer onde iam, com base em seu talento inato de detectar o
movimento e a direção. Eu não. Depois de umas tantas voltas, não podia dizer em
que parte de Palm Springs estavamos, sobretudo porque suspeitava que Trey
estava dirigindo em círculos com o fim de se assegurar de que não tinha nada o
seguindo. A única coisa de que estava segura foi quando chegamos a I-10,
simplesmente pela sensação da estrada.
Não sabia em que direção íamos, e não tinha forma de dizer quanto tempo
havíamos viajado.
Trey não ofereceu muito sobre conversação, dava respostas curtas toda vez
que fazia perguntas.
- Quando se uniu aos caçadores de vampiros?
- Guerreiros da Luz – corrigiu – E nasci sendo um.
- É por isso que estava sempre falando da pressão familiar e porque
esperam tanto de você, não? É por isso que seu pai está tão preocupado com seu
rendimento esportivo?
Tomei o silêncio de Trey como uma afirmação e segui adiante, precisando
obter tanta informação quanto fosse possível.
- Com que frequência tem suas, hum, reuniões? Está sempre tendo essas
provas brutas? – Até muito pouco, não havia sabido nada que sugeria que a vida
de Trey fora muito diferente da de qualquer outro atleta na secundária que
mantinha boas notas, um trabalho e uma vida social ativa. Na verdade, pensando
em todas as coisas que Trey costumava fazer, era difícil imaginá-lo tendo algum
tempo em absoluto com os Guerreiros.
- Não temos reuniões periódicas. – disse – Bom, não alguém a meu nível.
Esperamos que nos chamem, geralmente devida a uma causa que esteja em
marcha. As vezes chegamos a fazer competições, com o fim de por a prova nossa
força. Nossos líderes viajam pelos arredores e logo os Guerreiros se reúnem de
todos os lugares com o fim de estarmos preparados.
- Preparados para que?
- Para o dia em que podemos acabar com os vampiros por completo.
- E realmente acredita que essa é a maneira de fazer? Que é o correto a se
fazer?
- Alguma vez os viu? – perguntou –Os vampiros maus, os mortos?
- Tenho visto um bom número deles.
- E não acredita que devem ser destruídos?
- Isso não é o que estava dizendo. Não tenho nenhum apreço pelos Strigoi,
acredite. Meu ponto é que Sonya não é um deles.
Mais silêncio.
Com o tempo, senti que saíamos da estrada. Conduzimos durante um tempo
mais até que o carro desacelerou e parou em um caminho de cascalho.
Chegamos a uma parada e Trey abaixou a janela.
- Esta é ela? – perguntou um homem desconhecido.
- Sim. – disse Trey.
- Desligou seu telefone celular?
- Sim.
- Leve-a para dentro então. Eles se encarregarão do resto da busca.
Ouvi o abrir de uma porta e logo continuamos no caminho de cascalho que
depois parecia ter mudado para terra. Trey diminuiu o carro e parou. Abriu sua
porta ao mesmo tempo que alguém de fora abria a minha. Uma mão em meu
ombro me impulsionou para sair.
- Vamos. Saia.
- Tenha cuidado com ela. – advertiu Trey.
Me levaram do carro a um edifício. Não foi até que uma porta se fechasse
que a venda dos meus olhos foi finalmente retirada. Estava em uma habitação
austera com paredes de gesso sem terminar e lâmpadas penduradas no teto.
Outras quatro pessoas estavam de pé ao redor de Trey e eu, três homens e uma
mulher. Todos eles pareciam estar em seus vinte anos e dois eram os que haviam
me detido no café. Além disso, todos eles estavam armados.
- Esvazie sua bolsa. – Era Jeff, o sujeito com o cabelo escuro, tinha um
pingente de ouro do antigo símbolo do sol.
Assenti, virando o conteúdo da minha bolsa e colocando sobre uma mesa
improvisada composta de um conjunto de madeira compensada colocada na parte
superior de alguns blocos de cimento. Eles se revesavam entre as coisas, a
mulher me revistou em busca de objetos. Tinha um cabelo com um péssimo
descolorimento e um rosnado em seu rosto, pelo menos era profissional e
eficiente.
- O que é isso? O cara de cabelo loiro do café levantou uma pequena bolsa
de plástico cheia de ervas e flores secas. – Você não me parece consumir drogas.
- É potpourri – disse rapidamente.
- Guarda potpourri no bolso? – perguntou com incredulidade.
Encolhi os ombros.
- Mantemos todo tipo de coisas. Sem enrolação, tirei todos os ácidos e
substâncias químicas antes de vir aqui.
Descartou o potpourri como inofensivo e o colocou em um monte com outros
elementos descartados, como minha carteira, sabonete para as mãos e uma
pulseira de madeira plana. Me dei conta então de que a pilha também incluía um
par de brincos. Era uns discos redondos de ouro, cobertos de redemoinhos e
pedras pequenas. Eram belos, mas nunca os havia visto antes.
Embora, não iria chamar a atenção sobre nenhuma coisa, especialmente
quando a mulher pegou meu celular.
- Deveríamos destruir isso.
- Eu desliguei. – disse Trey.
- Ela poderia ligá-lo de novo. Pode ser rastreado.
- Não faria – argumentou Trey – E isso é um pouco paranóico, não? Nada
tem esse tipo de tecnologia na vida real.
- Se surpreenderia. – disse ela.
Ele estendeu a mão.
- Me dá. Vou mantê-lo guardado. Ela está aqui de boa fé.
A mulher vacilou e Jeff assentiu com a cabeça. Trey deslizou o celular para
seu bolso e eu o agradeci. Havia um monte de números gravados que seria
doloroso perder. Uma vez que minha bolsa foi considerada segura, me permitiram
devolver as coisas dentro e levar comigo.
- Está bem. – disse cabelo loiro – Vamos para a arena.
Arena? Tive um momento difícil imaginando o que isso implicava num lugar
como esse. Minha visão da placa de prata não havia me mostrado grande parte do
edifício, só que se tratava de um único piso e tinha um aspecto irregular. Esta
habitação parecia ser do mesmo jeito. Se os folhetos antiquados eram uma prova
do estilo dos Guerreiros, esperava que esta “arena” estivesse na garagem de
alguém.
Estava equivocada.
Qualquer que fosse as faltas que os Guerreiros da Luz tiveram em outras
áreas de operação, eles haviam usado na arena...ou como me disseram era seu
nome oficial: A Arena do Esplendor Divino do Ouro Santo. A arena havia sido
construída em um lugar rodeado de vários edifícios. Não iria tão longe para
chamar de pátio. Era maior e no chão estava a mesma terra arenosa por onde
háviamos entrado. Esta disposição estava longe de ser a fina tecnologia, enquanto
observava tudo não conseguia deixar de pensar em Trey dizendo que os
Guerreiros haviam chegado a cidade esta semana.
Já que eles haviam arrumado isso tudo tão rápido...bem, era de certo modo
impressionante. E aterrorizante. Dois conjuntos de arquibancadas de madeira
haviam sido construídas em lados opostos do espaço. Um conjunto albergava em
volta de cinquenta espectadores, em sua maioria homens, de diferentes idades.
Seus olhos com receio e hostis, estavam sobre mim a medida que fui guiada a
continuar. Praticamente podia sentir seus olhares em minha tatuagem. Todos eles
sabiam sobre os Alquimistas e nossa história? Todos estavam vestidos com roupa
normal, mas aqui e ali, vi flashes de ouro. Muitos deles levavam algum tipo de
adorno – um pino, um pingente, etc – ou com um símbolo do sol antigo ou
moderno.
As outras arquibancadas estavam quase vazios. Três homens – mais velhos,
mais ou menos da idade do meu pai – estavam sentados juntos. Vestiam túnicas
amarelas, cobertas com bordados de ouro que brilhavam na luz alaranjada do pôr
do sol. Capacetes de ouro cobriam suas cabeças e estavam gravados com o
símbolo antigo do sol, o círculo com o ponto. Eles também me observavam,
mantive minha cabeça erguida, com a esperança de poder ocultar o tremor de
minhas mãos. Não poderia apresentar um caso convincente para Sonya se
parecia intimidade.
Ao redor da arquibancada, em volta dos postes, tinham banners de todas as
formas e tamanhos. Estavam cheios de telas esquisitas e pesadas, o qual me
rcordou dos tapetes medievais. Obviamente, estes não eram tão velhos, mas
davam ao lugar um toque de luxo e sentido cerimonial. Os desenhos dos banners
variavam consideravelmente. Alguns realmente se via tirados da história,
mostrando estilizados cavalheiros lutando contra os vampiros. Ao vê-los me deu
calafrios. Realmente havia retrocedido no tempo, na dobra de um grupo com uma
história tão antiga quanto a dos Alquimistas. Outros eram mais abstratos,
retratando os símbolos alquimistas antigos. Ainda assim, outros eram modernos,
representando o sol nas costas de Trey. Me perguntei se essa interpretação
recente do sol era com a intenção de atrair os jovens de hoje em dia.
Todo o tempo, me peguei pensando, menos de uma semana. Armaram tudo
isso em menos de uma semana. Viajaram ao redor com tudo isso, pronto para
colocá-lo a qualquer momento, com o fim de levar a cabo estas competências e
execuções. Talvez sejam primitivos, mas isso não os fazem menos perigosos.
Apesar da grande multidão de espectadores terem um olhar áspero e
frenético, como uma espécie de milícia rústica, era um alívio que não pareciam
armados. Só minha escolta estava. Uma dúzia de armas seguiam sendo muito
para meu gosto, mas faria o que podia, e com a esperança de que a maioria
guardara as armas para o espetáculo. Chegamos a parte inferior das
arquibancadas vazias, e Trey parou perto de mim.
- Este é o alto conselho dos Guerreiros da Luz – disse Trey
Mostrou cada um de uma vez.
- Mestre Jameson, Mestre Angeletti e Mestre Ortega. Esta é Sydney Sage.
- É muito bem vinda aqui, pequena irmã – disse o Mestre Angeletti com uma
voz grave. Tinha uma barba longa e desordenada. – O momento para a união de
nossos dois grupos chegou a muito tempo. Seremos muito mais fortes uma vez
que deixemos de lado nossas diferenças e nos unamos como um só.
Mostrei a ele o sorriso cortês que pude processar, e decidi não assinalar que
era pouco provável que os Alquimistas dariam boas vindas a fanáticos armados
até os dentes em nossas linhas.
- É um prazer conhecê-los, senhores. Obrigada por permitirem que eu
viesse. Eu gostaria de falar com os senhores sobre...
O Mestre Jameson levantou uma mão para me deter. Seus olhos pareciam
demasiado pequenos para seu rosto.
- Tudo a seu tempo. Em primeiro lugar, nós gostaríamos de mostrar a você
quão diligentemente formamos nossos jovens para lutar na grande cruzada. Assim
como formamos a excelência e disciplina da mente, de igual modo, também
formamos no corpo.
Através de algum sinal tático, a porta pela qual havia acabado de chegar se
abriu. Um cara familiar caminhou para o centro da arena: Chris, o primo de Trey.
Estava com calças de treinamento e sem camisa, dando uma visão clara do
radiante sol tatuado em suas costas. Tinha um olhar feroz em seu rosto e veio
para ficar ao centro da clareira.
- Acredito que já conheceu Chris Juarez – disse o Mestre Jameson – É um
dos finalistas nesta última rodada de combate. O outro, por suposto, também
conhece. É muita a ironia de que primos devem estar frente a frente, mas não há
outra forma já que os dois falharam no ataque inicial contra o demônio.
Virei para Trey, minha boca aberta.
- Você? É um dos concorrentes...para matar Sonya? – apenas pude
pronunciar as palavras. Voltei ao conselho alarmada. – Me disseram que teria a
oportunidade de advogar pelo caso de Sonya.
- Você terá. – disse o Mestre Ortega, em um tom que implicava que seria um
esforço inútil. – Mas em primeiro lugar, devemos determinar nosso campeão.
Competidores, tomem seus lugares.
Me dei conta agora de que Trey també estava em calças de treinamento
parecendo como se pudesse estar indo para a prática de futebol. Tirou a camisa
também, e na falta do que fazer com ela, me entregou. A peguei e fiquei olhando
ele, ainda incapaz de acreditar no que estava acontecendo. Ele se encontrou com
o meu olhar brevemente, mas não pude mantê-lo. Ele caminhou para se reunir a
seu primo e o Mestre Jameson me convidou a sentar.
Trey e Chris se olhavam de frente um para o outro. Me senti um pouco
envergonhada de estar estudando dois garotos sem camisa, mas não era como se
algo demasiado sórdido estivesse passando. Minhas impressões de Chris desde a
primeira vez que o vi não haviam mudado. Tanto ele como Trey se encontravam
em boa forma física, musculosos e fortes, com as aulas de corpo que
constantemente eram trabalhados e treinados. A única vantagem que Chris tinha,
se havia uma, era sua altura; a qual também havia notado antes. Sua altura. Com
uma sacudida, as lembranças do ataque no beco voltaram a mim. Havia muito
pouco para ver de nossos atacantes, mas o que empunhava a espada era alto.
Chris deve ter sigo o originalmente designado para matar Sonya.
Outro homem de túnica apareceu pela porta. Sua túnica estava cortada de
forma ligeiramente diferente da do conselho e de alguma maneira levava mais
bordados de ouro. No lugar de um capacete, usava algo parecido com o que um
sacerdote usaria. De fato, isso era o que parecia ser quando Chris e Trey
ajoelharam-se ante ele.
O sacerdote marcou suas frentes com óleo e disse uma espécie de benção
que não pude ouvir. Então, para minha surpresa, ele fez o sinal contra o mal em
seu ombro: o sinal dos Alquimistas contra o mal.
Acredito que isso -mais do que qualquer assunto sobre vampiros maus- o
uso compartilhado de símbolos antigos, era o que realmente deixava mais óbvio
que nossos dois grupos haviam sido relacionados. O sinal contra o mal era uma
pequena cruz desenhada no ombro com a mão direita. Havia sobrevivido com os
Alquimistas desde os tempos antigos. Um calafrio percorreu meu corpo.
Realmente havíamos sido um e iguais.
Quando o sacerdote terminou, outro homem chegou e entregou a cada um
dos primos um cacetete curto de madeira: algo assim como o que a polícia
utilizava as vezes no controle de multidões. Trey e Chris se voltaram em relação
aos outros, parados em poses agressivas, sustentando os cacetetes em posição
de ataque. Um murmúrio de excitação passou pela multidão a medida em que
ficavam cada vez mais ávidos por violência. A brisa da noite jogou poeira ao redor
dos primos, mas nenhum deles estremeceu. Olhei para o conselho com
incredulidade.
- Vão se atacar com esses cacetetes? – perguntei. – Podem se matar!
- Ah, não – disse o Mestre Ortega, com demasiada calma. – Não tivemos
uma morte por anos. Vão ter lesões, isso é certo, mas isso só endurece nossos
guerreiros. A todos os nossos jovenzinhos se ensina a suportar a dor e seguir
lutando.
- Jovenzinhos – repeti. Meu olhar foi para a garota descolorida que havia me
trazido até aqui. Ela estava de pé perto das arquibancadas, sustentando sua arma
a seu lado. – O que faz com suas mulheres?
- Nossas mulheres também são fortes – disse o mestre Ortega – e
certamente valiosas. Mas nunca sonhamos em deixá-las lutar nas arenas ou caçar
vampiros ativamente. Parte da razão porque fazemos é para mantê-las a salvo.
Estamos lutando contra este mal por seu bem e o futuro dos nossos filhos.
O homem que havia entregado os cacetetes também anunciou as regras em
voz alta, uma voz ressonante que preencheu a arena. Para meu alívio, os primos
Juarez não estariam combatendo entre si sem sentido. Havia um sistema para o
combate que eles estavam a ponto de entrar. Só podiam golpear entre si em
certos lugares. Golpear outro lugar daria lugar a sanções. Um ataque com êxito
daria um ponto.
A primeira pessoa com cinco pontos era o ganhador.
Sem demora, tão pronto quando começou, estava claro que isso não ia ser
tão civilizado como esperava. Chris conseguiu êxito de imediato, golpeando Trey
com tanta força no ombro que me fez tremer. Gritos selvagens e vivas ressoaram
entre a multidão sedenta por sangue, fazendo eco de consternação com os
simpatizantes de Trey. Trey nem sequer reagiu e só seguiu tratando de golpear
Chris, mas sabia que haveria um desagradável hematoma ali mais tarde. Ambos
eram bastante rápidos e estavam alertas, capazes de esquivar da maioria dos
golpes. Moveram-se ao redor, tratando de conseguir golpear através da defesa do
outro. Mais terra subiu, grudando em suas peles suadas. Encontrei-me inclinando
mais para frente, com os punhos fechados em nervosismo. Sentia a boca seca e
não podia emitir nenhum som.
De certa forma, recordava um pouco a maneira em que Eddie e Angeline
treinavam. Certamente, também ficavam com lesões. Em sua situação, no
entanto, estavam jogando a guardião e Strigoi. Havia uma diferença entre isso e
dois garotos esforçando-se para infligir o maior dano possível ao outro. Olhando
Chris e Trey, senti meu estômago revirar. Eu não gostava de violência, sobretudo
esse desenvolvimento bárbaro. Era como se tivesse sido transportada para a
época dos gladiadores.
O fervor da multidão seguiu aumentando. Estavam de pé dando vivas
violentamente e instando os primos. Suas vozes ressoavam na noite do deserto.
Apesar de ter sido golpeado primeiro, Trey claramente podia sustentar a si
mesmo. Vi que dava golpes atrás de golpes em Chris e não estava certa do que
me deixava mais mal: ver meu amigo sendo ferido ou vê-lo ferir alguém.
- Isso é terrível – disse, quando por fim pude encontrar minha voz.
- Esta é a excelência em ação – disse o Mestre Angeletti – Não é nenhuma
surpresa, já que seus pais também são guerreiros excepcionais. Também se
enfrentaram um pouco em sua juventude. São aqueles, na primeira fila.
Olhei onde ele indicou e vi dois homens de idade mediana, lado a lado, com
olhares alegres em seus rostos enquanto davam gritos de alento aos primos. Nem
precisava de um guia do Mestre Angeletti para adivinhar que estavam
relacionados. O selo da família Juarez era forte nos homens e seus filhos. Os pais
aplaudiam tão avidamente como a multidão, nem sequer pestanejando quando
Trey e Chris se machucavam. Era como meu pai e o de Keith. Nada importava
exceto o orgulho familiar e respeitar as regras do grupo.
Eu havia perdido a quantidade de pontos quando Mestre Jameson disse:
- Ah, isso vai ser bom. O próximo ponto determina o ganhador. Sempre fico
orgulhoso quando os competidores estão igualados. Me deixa saber que estamos
fazendo certo.
Não havia nenhuma razão nisso. As lágrimas apareceram em meus olhos,
mas se era pelo ar seco e poeirento ou simplesmente minha ansiedade, não podia
dizer. O suor respaldava em Trey e Chris agora, seus peitos subindo e descendo
com o esforço da batalha. Ambos estavam cobertos de arranhões e hematomas,
parecendo os antigos dias do passado. A tensão na arena era palpável, todos
esperavam para ver quem daria o golpe final. Os primos se detiveram
ligeiramente, medindo-se entre si quando se deram conta de que esse era o
momento da verdade. Esse era o golpe que contava. Chris, com o rosto
emocionado e iluminado, atacou primeiro, se adiantando para conseguir dar um
golpe no torso de Trey. Dei um grito afogado, saltando em meus pés em alarme
como a maior parte da multidão. O som foi ensurdecedor. Ficou claro na
expressão de Chris que podia saborear a vitória, e me perguntava se já estava
imaginando o ataque com o qual mataria Sonya. O sol banhava seu rosto em luz
sangrenta.
Talvez foi porque havia visto o suficiente de Eddie para aprender alguns dos
fundamentos, mas de repente me dei conta de algo. O movimento de Chris foi
demasiado temeroso e descuidado. Efetivamente, Trey era capaz de evitar o
ataque e deixei escapar um suspiro de alívio. Me deixei cair de volta em meu
assento. Aqueles que estavam seguros de que ele estava a ponto de ser acertado
rugiram de indignação.
Isso deixou a Trey uma brecha para acabar com Chris. Minha tensão voltou.
Isso era realmente o melhor? Trey “ganhando” o direito de levar uma vida? O
ponto era discutível. Trey não pegaria a oportunidade. Franzi o cenho enquanto
olhava. Ele não titubeava precisamente, mas havia algo que não parecia certo. Há
um ritmo na luta, onde as respostas instintivas e automáticas tomavam o relevo.
Era quase como se Trey estivesse lutando intencionalmente contra seu seguinte
movimento instintivo, o que dizia ataca agora
e ao fazê-lo Trey permaneceu
aberto. Deu um golpe em Chris, mas este o derrubou contra o solo. Apoiei uma
mão em meu próprio peito, como se eu também tivesse sentido o golpe.
As pessoas pareciam loucas. Inclusive os Mestres saltaram de seus
assentos, gritando sua aprovação e consternação. Tive que continuar sentada a
força. Cada parte de mim queria correr ali e me assegurar de que Trey estava
bem, mas tive a sensação de que os membros armados de minha guarda
atirariam ou me golpeariam antes que eu desse dois passos. Minha preocupação
desapareceu um pouco quando vi Trey se levantar. Chris deu uma palmadinha em
Trey, sorrindo de orelha a orelha enquanto os presentes gritavam seu nome.
Trey prontamente se retirou indo para os terraços abarrotados, dando lugar
ao vencedor. Seu pai logo o recebeu com um olhar de desaprovação, mas não
disse nada. O homens que havia dado os cacetetes parou perto de Chris com a
espada que eu havia devolvido. Chris a ergueu sobre sua cabeça, ganhando mais
aplausos. Ao meu redor, Mestre Jameson se levou e gritou:
- Tragam a criatura.
Criatura era dificilmente como eu descreveria Sonya Karp quando quatro
guerreros fortemente armados a arrastaram por toda a arena poeirenta. Suas
pernas apenas pareciam funcionar, e apesar da distância, me dei conta de que
estava drogada. Por isso Adrian não podia alcançá-la em seu sonho. Também
explicava porque ela não havia utilizado nenhum tipo de magia para tentar
escapar. Seu cabelo estava um desastre, e estava com a mesma roupa que a
havia visto naquela noite no apartamento de Adrian. Estava desalinhada, mas pelo
menos não parecia ter sinais de abuso físico.
Desta vez, não pude evitar de ficar em pé. A garota loira imediatamente
colocou uma mão no meu ombro, me obrigando a sentar. Olhei para Sonya,
querendo desesperadamente ajudá-la, mas sabia que estava impotente.
Escondendo de novo o medo e a raiva, pouco a pouco me sentei e virei na direção
do conselho.
- Vocês me disseram que teria a oportunidade de falar. – Recorri a seu
sentido de honra. – Deram sua palavra. Isso não significa nada?
- Nossa palavra significa tudo. – disse o mestre Ortega, parecendo ofendido.
– Vai ter sua oportunidade.
Atrás da guarda de Sonya chegaram dois homens transportando um enorme
bloco de madeira com restrições de braço. Parecia que havia saído de um estúdio
de filme medieval, e meu estômago se retorceu, quando me dei conta para o que
era: decapitação. As sombras haviam se incrementado, obrigando os homens a
pegar tochas que projetavam sinistros flashes de luz ao redor da arena. Era
impossível acreditar que estava no século 21 na Califórnia. Me senti como se
tivesse sido transportada a algum castelo bárbaro.
E realmente, estes caçadores eram bárbaros. Um dos guardas de Sonya a
empurrou por trás, forçando sua cabeça sobre a superfície do bloco enquanto
atava suas mãos com os correias de couro. Em seu estado aturdido, não requeria
quase nenhum nível de força que o homem usou. Não podia acreditar que
pudessem ser tão hipócritas quando estavam a ponto de acabar com a vida de
uma mulher que não podia oferecer nenhuma resistência e que muito menos sabia
que estava aqui. Todo mundo gritava por seu sangue, e senti que eu ia ficar
doente.
O Mestre Angeletti se levantou, e um silêncio caiu sobre a arena.
- Estamos reunidos aqui de todas as partes do país para uma grande coisa.
É um dia raro e bendito quando realmente temos um Strigoi em cativeiro – Porque
não é um Strigoi, pensei com raiva. Nunca seriam capazes de capturar um vivo –
Eles infectam seres humanos decentes como nós, mas hoje vamos enviar uma de
volta ao inferno, uma que é particularmente insidiosa devido a sua capacidade de
ocultar sua verdadeira natureza e finge ser um dos demônios mais benignos, os
Moroi, com quem também lidaremos um dia. – Murmúrios de aprovação passou
pela multidão – Sem enrolação, antes de começar, uma de nossas irmãs
Alquimista gostaria de falar em nome dessa criatura.
A aprovação desapareceu, substituída por enojados e evidentes murmúrios.
Me perguntava inquieta se os guardiões manteriam suas armas apontadas para
mim se eu fosse atacada. O Mestre Angeletti levantou as mãos e os silenciou.
- Mostrarão respeito a nossa pequena irmã – disse - Os Alquimistas são
familiares, e uma vez, fomos um. Seria um acontecimento transcedental se
pudéssemos uma vez mais unir forças.
Com isso, se sentou e me fez um gesto. Nada mais foi oferecido e assumi
que isto significava que a palavra era minha. Não estava de todo segura do que se
supunha que deveria expor de meu caso nem onde. O conselho tomava as
decisões, mas isso parecia algo que todos deveriam escutar. Me coloquei de pé e
esperei que a garota com a arma fosse me impedir de novo. Ela não fez. Pouco a
pouco, com cuidado, fiz meu caminho para baixo dos terraços e parei na arena,
consciente de não chegar muito perto de Sonya. Não acreditava que seria melhor.
Mantive meu corpo em ângulo para o conselho mas voltei minha cabeça de
uma maneira que esperava chegar aos demais. Havia dado reportes e
apresentações antes, mas sempre em uma sala de conferências. Nunca havia
abordado uma multidão furiosa, e muito menos falado com um grupo tão grande
sobre assuntos de vampiros. A maioria dos rostos ali estavam encobertas pelas
sombras, mas eu podia imaginar todos esses olhos enojados e sedentos de
sangue fixos em mim. Sentia minha boca seca, e, o que foi um fenômeno raro,
minha mente estava em branco. Um momento depois, fui capaz de empurrar
através de meu medo – o que certamente não desapareceu – e recordei o que
queria dizer.
- Estão cometendo um erro – comecei. Minha voz era pequena e clareei a
garganta, obrigando-me a projetar e soar mais forte – Sonya Karp não é um
Strigoi.
- Temos registros dela em Kentucky – interrompeu o Mestre Jameson –
Testemunhas que a viram matar.
- Isso porque ela era um Strigoi aquela época. Mas ela já não é mais. – Não
deixava de pensar que a tatuagem me impediria de falar, mas este grupo já estava
muito consciente do mundo vampírico. – No último ano, os Alquimistas tem
aprendido muito sobre os vampiros. Vocês devem saber que os Moroi, vocês os
chamam de “demônios benignos”, praticam magia elementar. Recentemente
descobrimos que há um novo e raro tipo de magia, uma que está ligada aos
poderes psíquicos e a cura. Esse poder tem a capacidade de restaurar Strigoi de
novo a sua forma original, seja ele humano, dhampir ou Moroi.
Uns poucos raivosos se levantaram rapidamente em um frenesí. A
mentalidade da multidão em ação. O Mestre Jameson tomou isso como para
acalmá-los de novo.
- Isso – disse simplesmente – é impossível.
- Temos documentado o caso de três, não, quarto pessoas que aconteceu
isso. Três Moroi e um dhampir que uma vez foram Strigoi e agora estão em
posição de seus seres originais e almas. – Falar sobre Lee no tempo presente não
era de todo exato, mas não havia necessidade de esclarecer. E descrever um
antigo Strigoi que queria se converter em Strigoi outra vez provavelmente não
ajudaria no meu caso – Olhem-na. Ela parece Strigoi? Ela está fora, no sol. – Não
havia muito sol, mas esses fugazes raios de sol matariam a um Strigoi. Com a
maneira com que eu suava de medo, bem poderia ter estado em um ardente sol
de meio de tarde – Seguem dizendo que isso é obra de uma magia retorcida, mas
alguma vez, apenas uma vez, a viram em forma de Strigoi aqui em Palm Springs?
Ninguém reconheceu isso de imediato. Finalmemte, o Mestre Angeletti,
disse.
- Ela derrotou nossas forças na rua. Obviamente voltou a sua forma
verdadeira.
- Ela não fez isso. Dimitri Belikov fez, um dos melhores guerreiros dhampirs
aí fora. Não se ofenda, mas apesar de todo o treinamento, seus soldados foram
superados irremediavelmente. – Vi os olhares mais agressivos. Me dei conta de
que provavelmente não era a melhor coisa que pudesse ter dito.
- Você foi enganada. – disso o Mestre Angeletti – Não é de estranhar já que
sua gente a tempos se enreda atrás das cenas com os Moroi. Não são como nós,
nas trincheiras. Vocês não enfrentam cara a cara os Strigoi. São criaturas
malvadas, sedentas de sangue que devem ser destruídas.
- Estou de acordo com isso. Mas Sonya não é um deles. Olhem-na. – Eu
estava ganhando valor, minha voz cada vez mais forte e mais clara na noite do
deserto. – Seguem presumindo a captura de um monstro terrível, mas tudo o que
vejo é uma mulher drogada e comedida. Bom trabalho. Na verdade um inimigo
digno.
Ninguém do conselho parecia quase tão tolerante como haviam estado
antes.
- Nós simplesmente a submetemos – disse o Mestre Ortega – É um sinal de
nossa destreza que fomos capazes de fazê-lo.
- Submeteram uma mulher inocente e indefesa. – Não sabia se enfatizando
este ponto poderia ajudar, mas pensei que não seria mal se tinham pontos de
vista retorcidos e cavalheirescos das mulheres – E sei que tem cometido erros
antes. Sei sobre Santa Cruz – Não tinha ideia se este havia sido o mesmo grupo
cujos homens haviam ido atrás de Clarence, mas estava apostando que pelo
menos o conselho sabia. – Alguns de seus membros mais entusiastas foram atrás
de um Moroi inocente. Vocês viram os erros de seus métodos quando Marcus
Finch disse a verdade. Tampouco é demasiado tarde para corrigir este erro.
Para minha surpresa o mestre Ortega sorriu.
- Marcus Finch? Você o está colocando como uma espécie de herói?
Não exatamente, não. Nem sequer conheço o tipo. Mas se ele era um ser
humano que falava em tom condescendente com estes loucos, então deve ter
algum tipo de integridade.
- Porque não haveria de colocar? – perguntei – Ele foi capaz de diferenciar o
bem do mal.
O Mestre Angeletti começou a rir agora.
- Nunca tinha esperado um alquimista falar do sentido de “bem e mal”.
Pensei que seus próprios pontos de vista disso eram irremovíveis.
- Do que está falando? – Não pretendia descarrilar, mas estes comentários
eram muito desconcertantes.
- Marcus Finch traiu os alquimistas – explicou o mestre Angeletti – Não
sabia? Supus que um alquimista renegado seria a última pessoa que usaria para
advogar por seu caso.
Estava momentaneamente sem fala. Estava dizendo...estava dizendo que
Marcus Finch era um alquimista? Não. Não pode ser. Se ele tivesse sido, então
Stanton sabia quem ele era. A menos que ela mentiu sobre não ter nenhum
registro dele, uma voz em minha cabeça advertiu.
O Mestre Jameson aparentemente ouviu o bastante de mim.
- Nós apreciamos que tenha vindo aqui e respeitamos sua intenção de
defender o que acredita ser verdade. Assim mesmo, nos alegra que foi capaz de
ver o quão fortes estamos convertidos. Espero que leve esta notícia quando voltar
a seu grupo. Em todo caso, suas intenções aqui demonstraram o que sabemos
por muito tempo: os grupos precisam se juntar. Claramente, os alquimistas tem
recolhido uma grande quantidade de conhecimentos ao longo dos anos que
poderiam ser úteis para nós, assim como nossa força pode ser útil para vocês.
Sem mais...- Olhou para Sonya e franziu o cenho – o ponto segue sendo que
agora, qualquer que sejam suas intenções, realmente foi enganada. Inclusive há
uma pequena possibilidade impossível de que tenha razão, que ela realmente seja
uma Moroi...não podemos tomar a possibilidade de que talvez esteja corrompida.
E se ela acredita que foi restaurada, poderia ser influenciada subconscientemente.
Uma vez mais fiquei sem palavras, mas não porque parecia ter perdido meu
caso. As palavras do Mestre Jameson foram quase idênticas a que o pai de Keith
havia dito, quando me disse que Keith teria que voltar para a re-educação. O Sr.
Darnell havia feito eco deste sentimento, que não poderia correr o risco de que um
pouco de influência sutil afetara Keith. Ações extremas haviam sido requeridas.
Somos o mesmo, pensei. Os alquimistas e os guerreiros. Os anos nos tinha
dividido, mas viemos do mesmo lugar, tanto em nossos objetivos quanto em
nossas atitudes cegas.
Então o Mestre Jameson disse o mais impactante de tudo.
- Inclusive se é só um Moroi, não é uma grande perda. Iremos buscar eles
eventualmente de todos os modos, uma vez que tivemos derrotado os Strigoi
Fiquei gelada ante essas palavras. A garota loira me cercou e de novo me
obrigou a sentar na primeira fila. Não ofereci resistência, muito surpreendida pelo
que acabara de ouvir. O que quiseram dizer com buscar os Moroi? Sonya podia
ser só o início e logo o resto dos meus amigos, e logo Adrian...
O Mestre Angeletti me trouxe de volta para o presente. Fez um grande gesto
para Chris enquanto falava.
Chris pegou a espada, com um brilho fanático em seus olhos. Uma sentelha
feliz, inclusive. Ele queria fazer isso. Queria matar. Dimitri e Rose haviam matado
muitas e muitas vezes, mas ambos haviam dito que não havia alegria nisso.
Estavam contentes de fazer o certo e defender os demais, mas não desfrutavam
trazendo a morte. Havia aprendido que a existência de vampiros era incorreta e
torcida, mas o que estava a ponto de presenciar era a verdadeira atrocidade.
Estes eram os monstros.
Queria gritar, chorar ou me jogar na frente de Sonya. Estávamos a um passo
da morte de uma pessoa brilhante e afetuosa. Então, sem aviso prévio, o silêncio
da arena foi preenchido com armas de fogo. Chris se deteve e levantou a cabeça
com surpresa. Estremeci e olhei imediatamente para a escolta armada,
perguntando-me se tomariam sobre si mesmo para se converter em um pelotão de
fusilamento. Pareciam tão surpreendidos quanto eu, bom, a maioria deles. Dois
deles não mostraram muita emoção, porque despencaram no solo.
E foi então quando Dimitri e Eddie irremperam pela arena.
Capítulo
Capítulo 22
Se ouvia disparos na arena, derrubando vários Guerreiros armados.
Compreendi que Dimitri e Eddie não estavam sozinhos, porque nenhum deles
tinha uma arma. Os disparos vinham dos edifícios que rodeavam a arena. Desatou
o caos quando os espectadores reunidos se colocaram de pé para participar da
briga. Minha respiração parou quando me dei conta de que muitos deles também
tinham suas próprias armas. Me surpreendi ao notar que o Guerreiro caído ao solo
junto a mim não sangrava. Um pequeno dardo estava em seu ombro. As “balas”
dos franco atiradores deviam ser tranquilizantes. Quem eram?
Olhei para a entrada e vi que alguns outros com aspecto de guardiões
haviam entrado na arena e estavam lutando com alguns dos Guerreiros, incluindo
Chris. Isso dava a Dimitri e Eddie a cobertura para libertar Sonya. Um flash de
cabelo vermelho chamou minha atenção perto deles e reconheci a ágil figura de
Angeline. Dimitri cortou eficientemente as correias de Sonya e logo ajudou a
levantá-la com Eddie. Um Guerreiro entusiasta chegou a eles, e Angeline
rapidamente o nocauteou, como se tratasse de um orador motivacional.
Ao meu lado, um dos Mestres gritou.
- Peguem a garota Alquimista! Peguem-na como refém! Negociarão por ela!
A garota Alquimista. Correto. Essa seria eu.
No calor da batalha, quase ninguém o ouviu, exceto um. A garota loira
descolorida tinha conseguido escapar dos tranquilizantes. Saltou para mim. Minha
adrenalina entrou em ação e de pronto eu não tive medo. Com reflexos que não
sabia que tinha, coloquei a mão na bolsa e peguei o potpourri. Abri e o lancei ao
redor de mim, gritando uma conjuração em latim que traduzia basicamente como
“não veja mais”.
Comparado com o feitiço da bola de cristal, este era surpreendentemente
fácil. Requeria vontade de minha parte, certamente, mas a maior parte da magia
estava ligada aos componentes físicos e não necessitava das horas de
concentração que o outro demandava. O poder se elevou dentro de mim quase
instantaneamente, dando-me uma emoção que não havia antecipado.
A garota gritou e deixou cair sua arma, coçando os olhos. Os gritos de
consternação dos mestres sentados juntos a mim demostrava que eles também
haviam sido infectados. Havia lançado um feitiço de cegueira, que afetaria os que
estavam perto de mim por uns trinta segundos. Uma parte de mim sabia que usar
magia era mal, mas o resto de mim se sentia triunfante ao deter alguns destes
fanáticos, mesmo que temporariamente. Não desperdicei nada do precioso tempo.
Me levantei de onde estava sentada em um salto e atravessei a arena correndo,
longe dos combates perto da entrada.
- Sydney!
Não sei como consegui escutar meu nome por cima de todo esse ruído.
Olhando para trás de mim, vi Eddie e Angeline levando Sonya porta a fora.
Fizeram uma pausa, e uma expressão de dor cruzou o rosto de Eddie quando
olhava ao redor, avaliando a situação. Podia adivinhar seus pensamentos. Queria
que fosse com eles. A maioria dos Guerreiros reunidos haviam corrido para o
centro da arena, tentando deter o resgate de Sonya. Me superavam por muito,
criando um muro entre eu e meus amigos. Ainda quando não tivera que brigar
com ninguém, parecia impossível que pudesse passar despercebida, sobretudo
porque as pessoas gritavam “a garota alquimista”.
Sacudindo a cabeça redundantemente, fiz sinal para Eddie para que se fosse
sem mim. A indecisão apareceu em seu rosto e esperava que não tentasse passar
através da multidão para chegar a mim. Fiz sinal para a porta uma vez mais
instando-o a ir para fora. Sonya era a que estava incapacitada. Eu teria que
encontrar minha própria saída. Sem esperar para ver o que ele faria, dei a volta e
continuei pelo caminho que estava seguindo. Havia muito espaço aberto para
correr, menos Guerreiros para me deter.
Vários edifícios rodeavam a arena, alguns com portas e janelas. Fui até eles,
ainda que não tivesse nada com que quebrar os vidros. Duas das portas tinham
cadeados. Isso deixava duas sem cadeado. A primeira que tentei abrir tinha um
bloqueio invisível e não se abria. Frenética, corri para a segunda e ouvi um grito
atrás de mim. A garota loira descolorida tinha recuperado a visão e vinha atrás de
mim. Desesperadamente, girei a fechadura da porta. Nada aconteceu. Colocando
a mão em minha bolsa tirei o que os Guerreiros tinham confundido com sabonete
para as mãos. Eu peguei, derramando ácido sobre o metal. Derreteu ante meus
olhos. Tinha a esperança de que isso rompesse a fechadura. Golpeei a porta com
meu ombro e cedeu. Então me atrevi a olhar para trás. Minha perseguidora estava
no chão, outra vítima dos tranquilizantes.
Dei um suspiro de alívio e empurrei a porta. Havia esperado entrar em outra
garagem como a primeira que havia sido levada, mas em seu lugar me encontrei
em algum tipo de edifício residencial. Os corredores vazios giravam em uma e
outra direção e me senti desorientada. Todos estavam imersos na atividade da
arena. Passei por dormitórios improvisados, cheios de berços e maletas e
mochilas parcialmente desarrumadas. Quando vi o que parecia uma oficina, vacilei
na porta. Papéis cobriam uma grande mesa dobrável no interior, e me perguntei
se algum conteria informações úteis sobre os Guerreiros.
Morria de vontade de entrar e investigar. Esses Guerreiros eram um mistério
para os Alquimistas. Quem sabia que informações continham estes documentos?
E se houvessem informações que podiam proteger os Moroi? Duvidei por um
espaço de umas poucas batidas de coração, logo, segui meu caminho. Os
guardiões estavam usando tranquilizantes, mas os Guerreiros tinham armas
autênticas...armas que não teriam medo de usar em mim. Melhor sair dali com a
informação que tinha, do que não sair com vida.
Finalmente cheguei ao outro lado do edifício e olhei por uma janela do
dormitório. O exterior estava tão escuro que apenas podia ver algo. Já não tinha o
benefício das tochas. O único que podia dizer com certeza era que já não estava
mais na arena. Isso era suficientemente bom para mim, ainda que tivesse sido
melhor se tivesse uma porta de saída. Teria que fazer a minha. Pegando uma
cadeira, golpeei a janela e me surpreendi completamente quando o vidro se
rompeu facilmente. Alguns fragmentos caíram em mim, mas nada grande o
suficiente para causar dano. De pé sobre a cadeira, me segurei para sair pela
janela sem ferir minhas mãos.
Fui recebida por uma noite cálida e escura. Não havia luzes elétricas visíveis
mais adiante, só o terreno aberto e escuro. Supus que isso significava que estava
no lado oposto do recinto por onde Trey havia me trazido. Não havia ruas, nenhum
som da estrada pela qual havíamos viajado. Tampouco havia sinais de vida em
algum lugar, o que tomei como um bom sinal. Com sorte todos os guardas
Guerreiros que normalmente patrulhavam os terrenos estariam lutando contra os
guardiões. Se Sonya já havia saído, minha esperança era que os guardiões
começassem a se retirar...e me levasse com eles. Se não fizessem, eu não estava
certa de caminhar para a I-10 e fazer uma paragem automática.
O recinto era extenso e confuso, e enquanto caminhava ao redor, não via
sinais da estrada, comecei a ficar inquieta. Quão longe haviam me levado? Só
tinha uma quantidade de tempo para sair da propriedade dos Guerreiros. Podiam
estar me caçando agora mesmo. Também tinha o desconcertante problema de
que quando chegasse ao portão, teria que passar pela cerca elétrica. Ainda assim,
poderia ser melhor esquecer a busca da auto estrada e simplesmente ir pelo
campo do acampamento dos Guerreiros para que pudesse...
Uma mão tocou meu ombro e eu gritei.
- Calma, Sage. Não sou nenhum louco pistoleiro. Louco, sim. Mas não o
resto.
Olhei incrédula, não que realmente pudesse distinguir muito a alta e escura
figura de pé junto a mim.
- Adrian? – A altura estava correta, também a textura. Conforme olhava, me
senti mais e mais segura. Suas mãos estabilizaram meu tremor. Estava tão feliz
de ver um rosto conhecido...de ver ele...que quase me afundei em seus braços de
alívio.
- É você? Como me encontrou?
- É o único ser humano aqui fora com uma aura amarela e roxa. – disse –
Faz com que seja fácil te identificar.
- Não, quero dizer. Como me encontrou aqui. Neste recinto?
- Segui os outros. Me disseram para não fazer, mas...bom – Debaixo da débil
luz da lua apenas pude ver seu encolher de ombros – Não sigo bem as instruções.
Quando Castille saiu com Sonya e começou a balbuciar sobre como havia saído
por alguma porta, pensei em dar uma volta rápida ao redor. Não acredito que
supunha que fizesse isso tampouco, mas os guardiões estavam ocupados.
- Está louco – disse, apesar de feliz por saber que não havia sido
abandonada neste miserável lugar – Os Guerreiros estão tão loucos que
provavelmente matariam um Moroi a primeira vista que tivessem.
Ele puxou minha mão para a frente. Mesmo através de sua brincadeira, tinha
um tom duro em suas palavras. Ele estava consciente do perigo que
enfrentávamos.
- Então é melhor sairmos daqui.
Adrian me levou de volta na direção que eu tinha vindo, em seguida, deu a
volta ao lado oposto do prédio. Eu não vi as luzes da auto-estrada ainda, mas ele
logo se virou e começou a correr em direção a borda mais distante da
propriedade, longe do edifício. Eu corri ao lado dele, ainda segurando sua mão.
- Onde vamos? – perguntei.
- Os Guardiões se reuniram na parte posterior, para não serem vistos. Essa
parte da cerca foi desativada...você pode escalá-la.
- Claro que posso escalá-la. Sou praticamente um prodígio na Educação
Física. – assinalei – a pergunta é, você pode senhor fumante?
A cerca começou a tomar forma a medida que ela bloqueava algumas
estrelas.
- Essa é a seção. Atrás do arbusto de aspecto selvagem. – disse Adrian. Não
podia ver nenhum arbusto mas confiava em seus olhos – Iremos um pouco mais
além dela, há uma rota rural que os guardiões utilizaram como um ponto de
parada. Estou estacionado ali.
Nos detivemos em frente a cerca, ambos um pouco sem alento. Olhei para
cima.
- Tem certeza de que está desligada?
- Estava quando entramos – disse Adrian, mas pude ouvir um pouco de
incerteza em sua voz – Você acha que esses caras teriam começado a agir em
conjunto o suficiente para já ter arrumado?
- Não – admiti – Mas ainda assim eu gostaria de ter certeza. Quero dizer, a
maioria das cercas elétricas comerciais não ferem alguém significativamente, mas
eu gostaria de saber.
Ele olhou ao redor.
- Podemos jogar um pedaço de pau?
- A madeira não é condutora – revirei minha bolsa e encontrei o que queria:
uma caneta de metal com cabo de espuma – Com sorte, a espuma bloqueará a
pior parte se a cerca estiver realmente ligada.
Tentando não fazer uma careta, me estiquei e toquei a cerca com a ponta da
caneta, esperando que uma intensa descarga me enviaria voando para trás. Não
aconteceu nada. Lentamente deslizei a caneta pela cerca, já que a maioria dos
objetos eletrificados tinham um pulso intermitente. Esse contato seria necessário.
- Parece limpo – disse, exalando com alívio e voltando para Adrian – Acredito
que podemos...ahh!
Uma forte luz brilhou em meus olhos, cegando-me e acabando com qualquer
visão noturna que tinha adquirido aqui fora. Ouvi Adrian gritar também de
surpresa.
- É a garota! – exclamou uma voz masculina – E...e um deles!
A lanterna foi retirada de meu rosto e alguns pontos seguiam dançando na
minha visão, pude distinguir duas figuras descomunais que nos cercavam
rapidamente. Estavam armados? Minha mente se acelerou.
Se estivessem ou não, continuavam sendo uma ameaça evidente já que ao
parecer, os Guerreiros gostavam de praticar batendo um no outro em seu tempo
livre e eu e Adrian não.
- Não se movam – disse um deles. Uma folha clareou pelo brilho da lanterna
que havia caído. Não tão mal quanto uma pistola, mas tampouco genial. – Ambos
venham conosco, de volta para dentro.
Desafortunadamente para eles, eu tinha alguns truques na manga.
Rapidamente coloquei a caneta em meu bolso e peguei outra das tarefas da Srta.
Terwilliger: um bracelete fino e redondo de madeira. Antes de que qualquer dos
Guerreiros pudesse fazer algo, rompi o círculo de madeira em quatro partes e
lançei ao chão, invocando outro encantamento em latim. Uma vez mais, senti a
emoção do poder e seu júbilo. Os homens gritaram, havia lançado um feitiço de
desorientação, um que arruinava o equilíbrio e deixava sua visão borrada e
surrealista. Funcionava muito parecido com o feitiço da cegueira, afetando os que
me rodeavam.
Me lancei pra frente e empurrei um dos nossos agressores para baixo. Caiu
facilmente, muito incapacitado pelo feitiço para resistir. O outro tipo estava tão
alterado que havia deixado cair a lanterna e estava praticamente no chão já que
seus intentos para se equilibrar fracassaram. Sem demorar, dei um bom chute no
processo. Não precisava necessariamente da visão noturna de Adrian, mas estes
dois estariam indefesos na escuridão enquanto o feitiço se desfazia.
- Sage! Que demônios você fez comigo?
Me virando, vi Adrian agarrado a cerca, utilizando-a para sustentar a si
mesmo. Em minha busca por deter os Guerreiros, esqueci que o feitiço afetava a
todos que estavam ao meu redor.
- Oh – disse – sinto muito.
- Você sente? Minhas pernas não funcionam!
- É seu ouvido interno, na realidade. Vamos. Segure a cerca e suba. Uma
mão depois da outra.
Me segurei à cerca também e o incentivei a subir. Não era a cerca mais fácil
de subir, não estava eletrificada e não tinha picos e tê-la de apoio diminuía um
pouco a desorientação de Adrian. Não obstante, ainda assim foi um processo
lento, mas fazíamos nosso caminho para cima. Esse feitiço durava um pouco mais
do que o da cegueira, mas eu estava dolorosamente consciente que assim como
quando Adrian estivesse livre do feitiço, os Guerreiros também estariam.
Contra todo o prognóstico, chegamos a parte superior da cerca. Passar por
cima, para o outro lado, foi muito mais difícil, e tive que fazer uma boa quantidade
de acrobacias para ajudar Adrian a fazer a transição enquanto eu permanecia
estável. Finalmente consegui colocá-lo na posição correta para descer.
- Bem – disse – agora só tem que reverter o que você fez antes, com uma
mão na frente da...
Algo escapou, ou sua mão ou seu pé, e Adrian desabou no chão. Não era
uma caída longa, e sua estatura ajudou um pouco...não é que ele estivesse em
condições de usar suas pernas e aterrizar de pé. Fez uma careta.
- Ou simplesmente pode tomar o caminho mais curto para baixo – disse.
Rapidamente desci até ele e o ajudei a se colocar de pé. A não ser a
debilitação pelo feitiço, ele não parecia ter sofrido nenhum dano. Deslizando um
braço ao redor dele e desejando que apoiasse seu peso em mim, tentei correr
pelo caminho que ele havia mencionado, agora ligeiramente visível. “Correr” era
difícil. Era difícil manter Adrian de pé e eu dava tombos continuamente. Saimos
lentamente do lugar, que era quase tanto quanto poderíamos esperar. O estado
de Adrian o deixava torpe e pesado, e sua altura era um verdadeiro inconveniente.
Então, sem prévio aviso, o feitiço se desvaneceu, e Adrian se recuperou num
instante. Suas pernas fortaleceram e seu passo, difícil de manejar, se indireitou.
De repente, foi como se ele me levasse e nós praticamente tropeçamos em nós
mesmo tentando nos adaptar.
- Está bem? – perguntei, deixando-o ir.
- Eu estou agora. Que demônios foi isso?
- Não é importante. O importante é que eles também se recuperaram. Talvez
tenha os golpeado o suficiente para reduzir sua velocidade. – Isso parecia algo
improvável. – Mas de todo modo é melhor corrermos.
Corremos, e sem dúvida ele tinha o sistema respiratório de um fumante
inveterado, suas pernas longas compensavam. Podia me deixar para trás
facilmente, mas desacelerou de maneira que permanecessemos juntos. Quando
começou a se adiantar, pegou minha mão de novo. Gritos soaram atrás de nós e
apaguei a lanterna para ser mais difícil de nos detectar.
- Ali – disse Adrian – vê os carros?
Lentamente, saindo da escuridão, duas caminhonetes se materializaram,
junto com um Mustang de cor amarela muito mais visível.
- Muito discreto. – murmurei.
- A maioria dos guardiões se foram – disse Adrian – mas não todos.
Antes de que pudesse responder alguém me pegou por trás. Em uma
manobra que teria deixado Wolfe orgulhoso, consegui dar um chute para trás que
tanto havia se esforçado para nos ensinar. Peguei meu atacante com surpresa e
me soltou, só para que seu companheiro me empurrasse para o chão.
Três figuras correram dos carros e se lançaram sobre nossos atacantes.
Graças a seu característico sobretudo, supus que Dimitri comandava o grupo.
- Saiam daqui – exclamou para Adrian e para mim – Sabe onde nos
encontrar. Te cubriremos. Conduza rápido, provavelmente estão no caminho.
Adrian me ajudou a levantar, e uma vez mais corremos juntos. Havia
lesionado o tornozelo quando caí, assim me movia devagar, mas Adrian me
ajudou e permitiu que me apoiasse nele. Todo o tempo meu coração ameaçava
sair do meu peito, mesmo quando chegamos a segurança do Mustang. Ele me
guiou para o lado do passageiro.
- Pode entrar bem?
- Estou bem – disse, delizando para dentro e pouco disposta a admitir que a
dor estava aumentando. Rezava para que não tivessemos demorado muito. Não
podia suportar a ideia de ser a responsável pela captura de Adrian.
Satisfeito, Adrian correu para o lado do condutor e arrancou o carro. O motor
rugiu com vida e ele seguiu as ordens de Dimitri ao pé da letra, alcançou uma
velocidade que me causou inveja. Nesta rota rural, parecia improvável que
houvesse alguma polícia. Olhei para trás várias vezes, mas quando chegamos a I10, era óbvio que nada havia nos seguido. Suspirei agradecida e apoiei a cabeça
contra o assento, mesmo estando muito longe de estar tranquila. Todavia não
podia dar por certo que estávamos a salvo.
- Ok. – disse. - Como diabos me encontraram?
Adrian não respondeu de imediato. E quando ele fez, me dei conta de que
era de muita má vontade.
- Eddie colocou um dispositivo de rastreio em sua bolsa, quando estavamos
em minha casa.
- Que? Não pode ser! Eles me revistaram.
- Bem, estou certo de que não parecia como um. Eu não sei o que ele
acabou fazendo. Na verdade, ele conseguiu do seu pessoal. Tão pronto quando
Trey confirmou a reunião desta noite, Belikov estava ao telefone com cada
guardião em um raio de duas horas, tentando recrutar ajuda. Também chamou os
Alquimistas e os convenceu de compartilhar algo de tecnologia.
Havia tantas loucuras no que ele havia acabado de dizer, que não sabia por
onde começar a analisar. Todos os tipos de acontecimento tinha ocorrido sem o
meu conhecimento. E ainda assim quando tudo havia sido resolvido, ninguém
havia me falado sobre ele. Além do mais, os Alquimistas haviam participado?
Ajudando os guardiões a me rastrear?
- Os brincos – disse – De lá que veio. O rastreador deve estar em um deles.
Nunca teria imaginado.
- Não me surpreende, conhecendo a maneira como vocês trabalham.
O resto da realidade da noite começou a assentar. O último dos meus medos
desapareceu, só para ser substituido por ira.
- Mentiram para mim! Todos vocês! Deveriam ter me dito o que estavam
fazendo...que estavam me seguindo e que planejavam uma incursão. Como pôde
me esconder isso?
Ele suspirou.
- Eu não queria, acredite. Disse a eles uma e outra vez que era necessário
deixá-la informada. Mas todos temiam que você se negasse a levar o dispositivo
se soubesse. O que, de alguma maneira, você pudesse ter um deslize e revelasse
o plano para esses malucos. Eu não acreditava nisso, contudo.
- E ainda assim, não se incomodou em me dizer você mesmo – espetei,
indignada.
- Não podia! Me fizeram prometer que não diria.
De alguma maneira sua traição doía mais do que a dos outros. Havia
chegado a confiar nele implicitamente. Como podia fazer isso comigo?
- Ninguém acreditava que eu fosse capaz de persuadir os Guerreiros, assim
todos fizeram seus planos de emergência sem mim. – Não importava que eu não
tinha sido capaz de persuadí-los. – Alguém deveria ter me contado. Você deveria
ter me contado.
- Estou te dizendo, queria te contar. Mas estava preso. Você mais do que
ninguém sabe o que é estar preso entre grupos, Sage. Além disso, não se lembra
o que te disse antes de entrar no carro de Trey?
Sim eu lembrava. Quase palavra por palavra. Aconteça o que acontecer,
quero que saiba que nunca duvidei do que vai fazer. É inteligente e valente.
Me encolhi mais no assento e me senti como se estivesse a ponto de chorar.
Adrian estava certo. Sim, sabia o que era ter sua lealdade estendida entre
diferentes grupos. Entendia a posição em que ele estava. Era só uma parte
egoísta de mim que desejava que sua lealdade comigo tivesse sido mais forte do
que com os outros. Ele tentou, disse uma voz interior. Ele tentou dizer.
O ponto de encontro ao qual Dimitri tinha dito a Adrian resultou na casa de
Clarence. O lugar estava cheio de guardiões, alguns dos quais estavam
remendando as lesões do outro. Ninguém havia sido assassinado em nenhum dos
grupos, algo que os guardiões haviam sido muito cautelosos. Os Guerreiros da
Luz já pensavam que os vampiros eram retorcidos e corruptos. Não precisavam
de mais combustível para botar fogo.
Não que o ataque desta noite fosse ajudar no assunto. Não tinha nem ideia
de como iam reagir os Guerreiros, ou se poderia haver alguma represália
preparada. Supunha que os guardiões e os Alquimistas haviam levado isso em
consideração. Me perguntei amargamente se alguns deles compartilhariam suas
opiniões comigo.
- Sei que não devo me oferecer para te ajudar a curar – me disse Adrian, a
medida que passavamos junto a um grupo de guardiões – sente na sala de estar e
trarei um pouco de gelo.
Comecei a dizer que podia conseguir por mim mesma, mas meu tornozelo
doía cada vez mais. Com um assentimento, o deixei e fui para a sala de estar. Um
par de guardiões desconhecidos estavam ali, junto com um radiante Clarence.
Para minha surpresa, Eddie e Angeline também estavam ali, sentados juntos
e...de mãos dadas?
- Sydney! – exclamou ele. Imediatamente soltou a mão de Angeline e correu
para mim, assombrando-me com um abraço. – Graças a Deus que está bem.
Odiei ter que te deixar lá. Isso não era parte do plano. Supunhamos que trariamos
você junto com Sonya.
- Sim, bom, quem sabe na próxima vez, alguém possa me informar sobre o
plano – disse con intenção.
Eddie fez uma careta.
- Eu sinto por isso. Realmente sinto. Nós simplesmente...
- Eu sei, eu sei. Não pensaram que aceitaria, temiam que algo saísse mal,
etc, etc.
- Sinto muito.
Não o perdoei completamente, mas estava cansada demais para pressionar
muito mais.
- Simplesmente me diga isso – disse, baixando a voz – estava segurando a
mão de Angeline?
- Er. Sim. Só estávamos...conversando. Quero dizaer, isso é...acredito que
poderíamos sair em algum momento. Não na escola, claro, porque todo mundo
pensa que somos parentes. E provavelmente não seria nada sério. Quero dizer,
ela está, todavia, um pouco fora de controle, mas não é tão mal quanto eu
pensava. E esteve realmente genial nesta batalha. Sinto que devo tirar da minha
cabeça essa fantasia com Jill e provar algumas coisas normais. Você me
empresta seu carro.
Tive que recolher minha mandíbula do chão.
- Claro. – disse – Está longe de minha intenção deter um incipiente romance.
– Deveria dizer a ele que Jill poderia não ser uma fantasia, depois de tudo? Não
queria me intrometer. Eddie merecia ser feliz, mas não podia evitar de me sentir
um pouco mal por ter dito para Jill que ele podia estar interessado. Esperava não
ter feito as coisas mais complicadas.
Adrian voltou com uma bolsa de gelo. Sentei em uma cadeira e ele me
ajudou a colocar o gelo no tornozelo depois de ter apoiado em um banco. Relaxei
a medida que o gelo começou a adormecer a dor, com esperança de que tivesse
quebrado nada.
- Não é emocionante? – me perguntou Clarence – Finalmente puderam ver
os caçadores de vampiros vocês mesmos!
Não estava segura de descrever a noite com tanto entusiasmo, mas tinha
que lhe conceder um ponto.
- Tem razão – disse – Sinto por não acreditar antes.
Ele me ofereceu um sorriso amável.
- Está bem querida. Provavelmente eu tampouco teria acreditado em um
velho louco.
Devolvi o sorriso e logo pensei em algo que me ocorreu antes.
- Senhor Donahue...você disse que quando se encontrou com os caçadores
antes, este humano chamado Marcus Finch interveio em seu nome.
Clarence assentiu ansiosamente.
- Sim, sim. Bom jovem, esse Marcus. Certamente espero encontrá-lo de
novo algum dia.
- Era um alquimista? – eu perguntei. Vendo o olhar perplexo de Clarence,
toquei a bochecha. – Tinha uma tatuagem como a minha?
- Igual a sua? Não, não. Era diferente. É dificil de explicar.
Me inclinei mais a frente.
- Mas ele tinha uma tatuagem na bochecha?
- Sim. Não viu na foto?
- Que foto?
O olhar de Clarence se voltou pensativo.
- Podia jurar que te mostrei algumas das fotos de minhas viagens, da época
em que Lee e Tamara eram jovens...ah, que bons dias esses.
Trabalhei duro para manter a paciência. Os momentos coerentes de
Clarence as vezes era difícil de conseguir.
- E Marcus? Tem uma foto dele também?
- Claro. Uma encantadora de nós dois juntos. Procurarei um dia e te
mostrarei.
Queria pedir que me mostrasse agora, mas com sua casa tão cheia de
gente, não parecia o momento adequado.
Dimitri chegou pouco depois, junto com os últimos guardiões que tinham
estado lá. Dimitri de imediato perguntou por Sonya, que eu sabia que estava
descansando em seu quarto. Adrian havia se oferecido para curá-la, mas Sonya
tinha suficiente claridade mental para recusar, dizendo que só queria sangue,
descanso e uma oportunidade para que os medicamentos desaparecessem de
forma natural.
Uma vez que Dimitri conseguiu essa informação e pode se tranquilizar
quanto a Sonya, veio diretamente a mim, olhando para baixo de sua elevada
altura para onde estava sentada com o gelo.
- Sinto muito – disse – Sei que a essa altura já deve saber o que aconteceu.
- Que fui enviada a uma situação perigosa com só a metade da informação
que precisava? – perguntei – Sim, sei tudo sobre isso.
- Não sou um fanático por mentiras e as meias verdades – disse – desejaria
que tivesse tido outra maneira. Tivemos tão pouco tempo, e esta parecia a melhor
opção. Ninguém duvidava da sua capacidade para a razão e apresentar um caso
convincente. Era da habilidade dos guerreiros para escutar e racionalizar que
duvidávamos.
- Pude ver porque vocês não me confiaram o plano – em volta de mim vi
Adrian estremecer pela forma que havia dito vocês. Não queria dizer nada
intencionalmente com isso, mas agora me dava conta de que soava muito
condescendente e alquimista; tão eles contra nós. – Mas não posso acreditar que
os alquimistas permitiram...toleraram que me mantivessem fora de qualquer
informação.
Não havia mais cadeiras livres, então Dimitri apenas se sentou com as
pernas cruzadas.
- Não há muito que possa dizer sobre isso. Como te disse, havia pouco
tempo, e quando falei com Donna Stanton, sentiu que seria mais seguro que não
soubesse o que aconteceria. Se te faz sentir melhor, fui muito firme sobre que te
mantivessem a salvo uma vez que estivessemos ali.
- Talvez – disse – Seria melhor se ela tivesse pensado em como poderia me
sentir quando me inteirasse de que não era de confiança no que se refere a
informação vital.
- Sim, pensou – disse Dimitri, parecendo ligeiramente incomodado. – Disse
que não se importaria porque entende a importância de não questionar as
decisões de seus superiores e que sabe que o que fazem é o melhor. Disse que é
uma alquimista exemplar.
Não questionar. Eles sabem o que é melhor. Não podemos correr nenhum
risco.
- É claro que disse. – eu disse. Eu nunca questiono nada.
Capítulo 23
Sonya levou alguns dias para se recuperar, o que atrasou a sua volta para a
Pensylvânia. Quando estava bem para ir ao aeroporto, me ofereci para levá-la. O
carro alugado havia sido encontrado, mas Dimitri estava usando para limpar
depois da missão. Em menos de vinte e quatro horas, os Guerreiros haviam
desocupado o lugar, que era na verdade um centro de viagens geralmente usado
para retiros. Quase não haviam deixado rastros de sua presença, mas isso não
deteve os guardiões de limpar cada centímetro do acampamento abandonado.
- Obrigada de novo – disse Sonya – Sei como ocupada você deve estar.
- Não tem problema. É fim de semana, e de qualquer maneira é para isso
que estou aqui...para ajudar.
Ela riu suavemente para si mesma. Sua recuperação nos últimos dias havia
sido notável, e agora parecia tão charmosa e brilhante como sempre. Hoje estava
com seu cabelo solto, deixando-o cair em ondas selvagens ao redor das linhas
delicadas de seu rosto.
- Certo, mas parece que começa a ter que ir mais além de sua descrição de
trabalho.
- Simplesmente estou feliz de que está bem – disse formalmente. Havia
crescido em volta de Sonya e estava triste de vê-la ir. – Lá na arena...bom, foi um
pouco assustador.
Algo de sua diversão se desvaneceu.
- Foi. Estive fora a maior parte do tempo e realmente não fui capaz de
processar o que estava se passando ao meu redor. Mas me lembro das suas
palavras. Estava muito surpreendente, para não mencionar valente, enfrentando a
multidão e me defendendo. Sei o quão difícil deve ter sido estar do lado oposto
daqueles da sua própria classe.
- Essas pessoas não são da minha classe – disse firmemente. Uma parte de
mim perguntou exatamente quem era de minha classe. – O que vai acontecer com
sua investigação agora?
- Oh, continuarei com ela. Dimitri também voltará em breve, e há outros
investigadores que podem nos ajudar na Corte. Ter um usuário de espírito objetivo
como Adrian foi extremamente útil, e conseguimos bastante informação para
ficarmos ocupados agora, graças as amostras de sangue e as observações da
aura. Permitiremos que Adrian continue com sua arte e ele se colocou a
disposição para mais adiante se precisarmos dele outra vez.
- Sonya, sobre meu sangue...
- Não se preocupe com isso – interrompeu – Tinha razão sobre estar sendo
agressiva e também sobre necessitarmos nos focar em Dimitri primeiro. Além do
mais, poderíamos estar fazendo algum avanço em conseguir a ajuda dos
Alquimistas.
- De verdade? – Stanton havia parecido muito contra isso quando
conversamos – Disseram que sim?
- Não, mas disseram que entrariam em contato.
Ri.
- Com eles, essa é uma resposta muito positiva.
Fiquei em silêncio por um momento, perguntando-me se isso significava que
todos esqueceriam do meu sangue. Entre os Guerreiros e a potencial ajuda
Alquimista, seguramente meu sangue já não era importante. Depois de tudo, o
estudo inicial não havia encontrado nada de especial. Ninguém tinha razão para
se preocupar com o meu sangue. Exceto que o assunto era que...eu estava um
pouco preocupada. Porque não importava o muito que eu temia ser usada como
experimento, essa pergunta persistente não me deixaria em paz. Porque o Strigoi
não havia sido capaz de beber meu sangue?
A menção anterior de auras me lembrou outra pergunta que me corroia.
- Sonya? O que significa a cor roxa na aura de alguém? Adrian disse que ele
viu na minha, mas não me disse o que era.
- Típico – disse com uma risada entre dentes – A cor roxa...bom, vamos ver.
Pelo que tenho observado, é uma cor complexa. É uma cor espiritual, mas
apaixonado, está ligado aqueles que amam profundamente e também buscam
uma vocação mais elevada. É interessante já que tem muita profundidade. A cor
branca e ouro tende a ser cores associados com poderes mais superiores e
matafísicos, assim como o roxo e o laranja estão ligados ao amor e instintos mais
baixos. O roxo tem o melhor de tudo isso. Desejaria poder explicá-lo mais
claramente.
- Não, isso tem sentido – disse, estacionando no caminho circular de entrada
do aeroporto – Mais ou menos. Ainda não soa exatamente como eu.
- Bem, dificilmente é uma ciência exata. E ele tem razão...está em você.O
assunto é... – Havíamos nos detido e a vi me estudando cuidadosamente – Eu
tinha notado antes. Quero dizer, estou segura de que sempre tem estado aí, mas
cada vez que te via, simplesmente via o amarelo da maioria dos intelectos. Adrian
não é tão esperto em ler auras como eu sou, assim que estou surpreendida que
ele notou algo que eu não notei.
Não era a única. Espiritual, apaixonada...eu de verdade era essas coisas?
Adrian acreditava que eu era essas coisas? A ideia fez eu me sentir quente em
todas as partes. Exaltada...e confusa.
Sonya parecia estar a ponto de dizer algo mais sobre o assunto e logo
mudou de opinião. Clareou a garganta.
- Bem, então. Aqui estamos. Obrigada pelo passeio.
- Não tem problema. – disse, minha mente no entanto navegava em visões
roxas – Tenha uma boa viagem.
Abriu a porta do carro e se deteve.
- Ah, tenho algo para você. Clarence me pediu que te desse.
- Clarence?
Sonya procurou em seu bolso e encontrou.
- Aqui está. Foi bastante firme que você tivesse...já sabe como ele é quando
se trata de algo.
- Eu sei. Obrigada.
Sonya se foi e a curiosidade me fez abrir o envelope antes de ir. Dentro
havia uma fotografia, mostrando Clarence e um cara jovem, quase da minha
idade, que parecia humano. Os dois tinham seus braços ao redor do outro e
estavam sorrindo para a câmera. O garoto desconhecido tinha cabelo loiro liso
que apenas chegava a seu queixo e olhos azuis impressionantes que destacavam
contra sua característica bronzeada. Era extremamente bonito, e seus olhos
refletiam seu sorriso, que também tinha um pouco de tristeza.
Estava tão focada na sua boa aparência que não notei sua tatuagem
imediatamente. Estava sobre sua bochecha esquerda, um desenho abstrato feito
de meias luas agrupadas de vários tamanhos e orientações, que estavam juntas
de modo que quase pareciam como uma videira. Era exótico e charmoso; a tinta
índigo forte quase coincidia com seus olhos. Estudando mais o desenho, notei
algo familiar em sua forma e jurei que podia ver um brilho tênue de dourado
bordando as linhas azuis. Quase deixei cair a foto de surpresa. As meias luas
haviam sido tatuadas sobre o lírio Alquimista. Voltei a olhar para a foto. Uma
palavra estava gravada sobre esta: Marcus.
Marcus Finch, quem os guerreiros haviam clamado que era um exAlquimista. Marcus Finch, quem os alquimistas haviam clamado que não existia. A
coisa louca era, a menos que alguém fosse trancado como Keith contou, não
haviam "ex-Alquimistas." Você estava nisso para a vida toda. Você não pode ir
embora. No entanto, o lírio obscurecido falava por si. A menos que Marcus tinha
uma mudança de nome que de alguma forma iludiu os Alquimistas, Stanton e os
outros estavam mentindo para mim sobre saber quem ele era. Mas por quê?
Houve algum racha? Há uma semana, teria dito que era impossível que Stanton
não tivesse me dito a verdade sobre ele, mas agora, sabendo como a informação
era dividida cuidadosamente em parcelas...teria que perguntar.
Olhei fixamente a foto uns momentos mais, presa nesses olhos azuis
assombrosos. Logo a guardei e voltei para Amberwood, resolvi manter a fotografia
secreta. Se os alquimistas queria me negar a existência de Marcus Finch, iria
continuar deixando que eles fizessem isso até eu descobrir o porque. Isso
significava que minha única pista era Clarence e os guerreiros ausentes. Ainda
assim, era um começo.
De alguma maneira, alguma vez, iria encontrar Marcus Finch e obteria
minhas respostas.
Estava surpreendida de ver Jill sentada fora do nosso dormitório quando
entrei. Estava na sombra, e era capaz de desfrutar do agradável clima sem a força
completa do sol. Por fim, havíamos passado para uma espécie de outono por aqui,
não era que vinte e seis graus podia ser associado ao clima de outono. O rosto de
Jill estava pensativo, mas brilhou um pouco quando me viu.
- Olá, Sydney. Tinha a esperança de te encontrar. Já não posso te encontrar
sem seu telefone.
Fiz uma careta.
- Sim, preciso substituí-lo. Foi uma grande pena.
Ela assentiu em compaixão.
- Levou Sonya?
- Está a caminho de voltar a Corte e a Mikhail...e espero que a uma vida
muito mais pacífica.
- Isso está bem – disse Jill. Desviou o olhar e mordeu o lábio inferior.
Eu a conhecia o suficientemente bem agora para reconhecer sinais quando
estava se preparando para me dizer algo. Também sabia que não devia
pressionar, assim esperei pacientemente.
- Eu disse – disse ela afinal – Eu disse a Micah que está terminado...
verdadeiramente terminado.
O alívio fluiu através de mim. Uma coisa a menos para me preocupar.
- Sinto muito – disse – Sei que deve ter sido difícil.
Tirou o cabelo de seu rosto enquanto considerava.
- Sim. Eu não. Eu gosto. Eu gostaria de seguir passando um tempo com ele,
como amigos, se ele quiser. Mas não sei. Ele não gostou muito...e nossos amigos
em comum? Bem...não estão muito felizes comigo agora. – Tratei de não gemer.
Jill havia avançado tanto em seu status aqui, e agora isso podia se destruir. – Mas
é melhor. Micah e eu vivemos em mundos diferentes, tenho estado pensando
muito em amor...como, o amor épico... – levantou o olhar para mim por um
momento, seus olhos se suavizando – E isso não era o que tinhamos. Acredito
que se estou com alguém, é isso que deveria sentir.
Acreditava que o amor épico era uma espécie de extensão para alguém de
sua idade, mas não disse.
- Vai ficar bem?
Ela voltou para a realidade.
- Sim, vou. – Um pequeno sorriso apareceu em seus lábios. – E uma vez que
isso tiver passado, talvez Eddie queira sair alguma vez...fora do campus, claro.
Vendo como estamos “relacionados.”
Suas palavras eram quase uma repetição do que havia escutado na outra
noite na casa de Clarence, e a olhei surpreendida quando a compreensão me
bateu.
- Não sabe...acreditei que sabia já que Angeline é sua companheira de
quarto...
Jill franziu o cenho.
- Do que está falando? O que eu não sei?
Oh Deus. Porque, porque, tinha que ser eu a entregar a notícia? Porque não
podia estar trancada no meu quarto ou na biblioteca fazendo algo agradável, como
uma tarefa?
- Eddie, humm, convidou Angeline para sair. Não sei quando vai ser, mas ele
decidiu dar uma oportunidade para ela. – Não havia pego meu carro emprestado,
assim que provavelmente ainda não haviam saído.
Jill parecia afligida.
- O que? Eddie e Angeline? Mas...ele não suportava ela...
- Algo mudou – disse sem convicção – Não estou certa do que. Não é
como... é, amor épico, mas eles tem se acertado na última semana. Sinto muito.
Jill parecia mais devastada por isso do que por terminar com Micah.
Desviou o olhar e piscou para espantar as lágrimas.
- Está bem. Quero dizer, nunca o encorajei. Provavelmente acredita que
estou saindo com Micah. Porque deveria ter esperado? Deveria ter alguém.
- Jill...
- Está bem. Estarei bem. – Parecia tão triste e logo, surpreendentemente,
seu rosto ficou mais escuro. – Oh Sydney. Vai ficar zangada comigo.
Estava pensando em Micah e me senti totalmente confundida pela mudança
do tema.
- Porque?
Ela colocou a mão no bolso e tirou uma revista. Era alguma revista de
turismo do sul da Califórnia, com artigos e anúncios onde se expunha as áreas.
Uma das páginas estava marcada e abri ela. Era um anúncio de página completa
para Lia DiStefano, uma colagem de fotos de seus vários desenhos.
E uma das fotos era de Jill.
Levei um momento para percebê-la. A foto era de perfil, com Jill com óculos
de sol e um chapéu de feltro, também com um cachecol colorido como um pavão
real que Lia tinha dado. O cabelo ondulado de Jill fluía atrás dela e os ângulos de
seu rosto estavam charmosos. Se não conhecesse Jill nunca a teria identificado
como essa modelo, ainda que certamente seria óbvio que era uma Moroi para
qualquer um que soubesse o que buscar.
- Como? – exigi – Como aconteceu isso?
Jill deu uma respiração profunda, pronta para aceitar sua culpa.
- Quando deixou as roupas e me deu o cachecol, perguntou se deixaria tirar
uma foto para ver como seriam fotografadas as cores. Tinha outros acessórios no
carro e também coloquei. Queria me provar que com a cobertura correta, poderia
esconder minha identidade. Mas nunca pensei...quero dizer, não disse que as
usaria. Deus, me sinto tão estúpida.
Talvez não estúpida, mas inocente. Quase destruí a revista. Estava furiosa
com Lia. Parte de mim queria processá-la por usar uma foto de uma menor sem
autorização, mas tinhamos problemas maiores. Quão extensa era a circulação
dessa revista? Se Lia havia colocado a foto de Jill só para ser mostrada na
Califórnia, talvez ninguém a reconheceria. Ainda assim, uma modelo Moroi
poderia surpreender as pessoas.Quem sabe que problemas causaríamos agora?
- Sydney, sinto muito – disse Jill – Que posso fazer para remediar?
- Nada – disse – exceto se manter longe de Lia. – Me senti doente. – Me
encarregarei disso. – Só não sabia como. Só podia rezar para que ninguém
notasse a foto.
- Farei o que você precisar se pensar em algo. Eu... – Seus olhos se
arregalaram por algo atrás de mim. – Talvez devessemos conversar mais tarde.
Olhei para trás. Trey estava caminhando em nossa direção. Outro problema
com o qual lidar.
- Provavelmente é uma boa ideia. – disse. A pena de Jill e a publicidade
teriam que ficar em segundo plano. Ela se foi quando Trey chegou e parou ao meu
lado.
- Melbourne – disse, testando um de seus velhos sorrisos. Este titubeou um
pouco.
- Não sabia que estava por aqui – disse – Acreditei que havia ido com os
outros. – Os guerreiros haviam se dispersado como o vento. Trey havia dito antes
que eles viajavam pelas suas “casas” e o Mestre Angeletti também havia
mencionado encontros em diversos lugares do país. Provavelmente, todos haviam
regressado ao lugar de onde tinham vindo. Havia acreditado que Trey
simplesmente desapareceria também.
- Nope – disse – Aqui é onde vou a escola, onde meu pai quer que eu
permaneça. Além do mais, os outros Guerreiros nunca tiveram uma base
permanente em Palm Springs. Se movem onde quer...
Não pode terminar, assim eu disse.
- Aonde quer que recebam dicas sobre monstros que possam executar
brutalmente?
- Não foi assim – disse – Acreditávamos que ela era uma dos Strigoi. Ainda
acreditamos.
Analisei seu rosto, esse garoto que eu havia acreditado que era meu amigo.
Estava bastante segura de que era.
- Você não. Por isso perdeu a luta de propósito.
- Não fiz. – protestou
- Você fez. O vi vacilar quando podia ter eliminado Chris. Não queria ganhar.
Não queria matar Sonya porque não estava certo de verdade se ela era um
Strigoi.
Ele não negou.
- Mas acredito que todos eles devem ser destruídos.
- Eu também. – reconsiderei. – Bem, a menos que haja uma maneira de
salvar todos, mas isso é incerto. – Apesar do muito que havia dito enquanto
defendia Sonya, não estava muito cômoda em revelar segredos e experimentos. –
Se os guerreiros viajam ao redor do mundo, o que acontecerá a proxima vez que
estiverem aqui na área? Inclusive em Los Angeles? Se unirá a eles outra vez?
Viajará para a seguinte casa?
- Não. – a resposta foi dura. Franca, inclusive.
A esperança surgiu em mim.
- Decidiu se separar deles?
As emoções no rosto de Trey eram difíceis de ler, mas não pareciam
emoções felizes.
- Não. Eles decidiram nos isolar...meu pai e a mim. Fomos marginalizados.
Olhei fixamente por uns momentos, perdida nas palavras. Não gostava dos
guerreiros e da participação de Trey, mas isso não era o que estava tentando
alcançar.
- Por minha culpa?
- Não. Sim. Não sei. – encolheu os ombros. – Indiretamente, suponho. Não
te culpam pessoalmente nem os Alquimistas. Todavia querem formar uma equipe
com os Alquimistas. Imaginaram que você simplesmente se comportou a sua
maneira tipicamente equivocada. Mas eu? Fui eu que te coloquei lá, quem jurou
que tudo estaria bem. Por isso me culpam pelo lapso de juízo e as consequências
disso. Os outros também estão aceitando a culpa, o conselho está de acordo,
porque a segurança não deteu o ataque, mas isso não me faz me sentir melhor.
Papai e eu somos os únicos exilados.
- Eu..eu sinto muito. Nunca acreditei que algo como isso aconteceria.
- Não tinha o porque – disse pragmático, apesar de seu tom de voz ainda
estar triste – Até certo ponto, tem razão. Fui eu que te meti lá. É minha culpa e
estão castigando meu pai pelo que eu fiz. Essa foi a pior parte. – Trey estava
tentando parecer relaxado, mas podia ver a verdade. Havia trabalhado tão duro
para impressionar seu pai e acabou causando-lhe a pior humilhação. As seguintes
palavras de Trey confirmaram. – Os guerreiros tem sido toda a vida do meu pai.
Ser expulso é como...bem, ele está levando muito mal. Tenho que encontrar uma
maneira de voltar a entrar...por ele. Suponho que não saiba onde tem um Strigoi
fácil de matar, verdade?
- Não – disse – Especialmente já que nenhum deles são fáceis de matar. –
Estava insegura de como proceder – Trey, o que significa isso para nós? Entendo
que já não podemos ser amigos...vendo como eu, uh, arruinei o trabalho da sua
vida.
Um indício de seu antigo sorriso voltou.
- Nada está arruinado para sempre. Eu te disse, voltarei a entrar. E se não é
por matar um Strigoi, quem sabe? Talvez se aprender mais de vocês, posso
achar uma brecha entre nossos grupos e fazer com que todos trabalhemos juntos.
Isso me daria alguns pontos.
- É bem vindo para tentar – disse diplomaticamente. Na realidade não
acreditava que isso aconteceria, e podia dizer.
- Bom, descobrirei algo então, algum movimento grande para chamar a
atenção dos guerreiros e pedir que meu pai e eu voltemos a estar com eles.
Tenho que fazer. – Seu rosto começou a escurecer outra vez, mas então tive um
breve regresso de seu sorriso...um cheio de tristeza – Sabe o que é pior? Agora
não posso convidar Angeline para sair. Passar tempo com você é uma coisa,
ainda mais se sou um marginalizado, mas não posso arriscar ser amistoso com
um Moroi nem com um dhampir. Especialmente não posso sair com uma. Quero
dizer, eu percebi o que ela era a um tempo atrás, mas poderia ter jogado de tolo.
Esse ataque à arena meio que destruiu qualquer oportunidade disso. Os
guerreiros tampouco gostam dos dhampirs, você sabe. Dhampirs e Moroi.
Também os encantaria vê-los derrotados...eles simplesmente acreditam que é
muito difícil e não é uma prioridade agora.
Algo nessas palavras me fez tremer, sobretudo porque me lembrou do
comentário casual dos guerreiros sobre eliminar eventualmente os Moroi. Os
Alquimistas certamente não tinham carinho pelos dhampirs e pelos Moroi, mas
estavam muito longe de querer acabar com eles.
- Eu tenho que ir – Trey alcançou seu bolso e me entregou algo que eu
estava agradecida de ver. Meu telefone. – Imaginei que estava querendo isso.
- Sim. – O peguei com entusiasmo e liguei. Não sabia se o recuperaria e
estava a ponto de comprar um novo. Esse tinha três meses e praticamente era
antiquado de todos os modos. – Obrigada por salvá-lo. Oh. Veja – Li a tela – Há
um monte de mensagens de Brayden. – Não havíamos nos falado desde a noite
do desaparecimento de Sonya.
O sorriso malicioso de Trey que eu tanto gostava voltou.
- Melhor você ficar com esse então. O amor verdadeiro não espera por nada.
- Amor verdadeiro, huh? – Sacudi minha cabeça em exasperação. – É bom
ter você de volta.
Isso me valeu um sorriso franco.
- Te vejo por aí.
Tão logo quando estava só, escrevi uma mensagem a Brayden: Sinto por
não responder. Perdi meu telefone durante três dias. Sua resposta foi quase
imediata: Estou no trabalho, tenho um descanso logo. Você vem? Pensei nele.
Vendo que não tinha que salvar vidas agora, este era um bom momento quanto
qualquer outro. Respondi que estava saindo de Amberwood agora.
Brayden tinha meu café favorito pronto para mim quando cheguei a Spencer.
- Baseado em quando saiu de lá, calculei quando necessitaria fazê-lo para
que estivesse quente quando chegasse.
- Obrigada. – disse, tomando-o. Me senti um pouco culpada por ter uma
reação emocional maior por ver o café do que por ver ele.
Me disse que o outro barista estava em seu descanso e logo me levou para
uma mesa longe.
- Isso não levará muito tempo – disse Brayden – Sei que provavelmente tem
muitas coisas para fazer essa semana.
- Na verdade as coisas estão começando a se acalmar – disse
Tomou uma respiração profunda, demonstrando a mesma ansiedade e
determinação que havia tido quando me pediu para sair.
- Sydney – disse, sua voz formal – Creio que não deveríamos nos ver mais.
Me detive a meio gole.
- Espera...o que?
- Sei o quão devastador que provavelmente isso é para você – adicionou –
Eu admito, também é difícil para mim. Mas frente a luz dos acontecimentos
recentes, está bastante claro que não está pronta para uma relação.
- Acontecimentos recentes?
Assentiu solenemente.
- Sua família. Você quebrou vários de nossos compromissos sociais para
estar com eles. Ainda que essa devoção familiar seja admirável, simplesmente
não posso estar em uma relação volátil.
- Volátil? – Continuei repetindo suas palavras e finalmente me obriguei a
tomar o controle – Então...deixe-me ver se entendi bem. Está terminando comigo.
Ele meditou.
- Sim. Sim, eu estou fazendo.
Esperei, em busca de uma reação interna. Uma torrente de dor. A sensação
de que meu coração estava se rompendo. Alguma emoção, na realidade. Mas em
sua maioria, tudo o que senti foi uma espécie de surpresa, perplexidade.
- Uh – disse
Isso aparentemente foi o suficiente de uma reação perturbadora para
Brayden.
- Por favor não faça isso mais difícil. Te admiro muito. É absolutamente a
garota mais inteligente que já conheci. Mas simplesmente não posso me envolver
com alguém tão irresponsável como você.
O olhei.
- Irresponsável.
Brayden assentiu de novo.
- Sim.
Não sei onde começou, em algum lugar em meu estômago ou meu peito,
talvez. Mas de repente, fui consumida por uma risada incontrolável. Não pude me
deter. Tive que baixar meu café, para que não derramasse. Ai tive que enterrar
meu rosto em minhas mãos para limpar as lágrimas.
- Sydney? – perguntou Brayden cautelosamente – Esta é um tipo de reação
de dor histérica?
Levou quase outro minuto para que me acalmasse o suficiente para
contestar.
- Oh, Brayden. Fez meu dia melhor. Me deu algo que nunca pensei que
receberia. Obrigada. – Peguei meu café e levantei. Me olhou completamente
perdido.
- Uhm, de nada?
Deixei a cafeteria, rindo como uma tonta. Durante todo o último mês, tudo em
minha vida havia sido uma ou outra vez sobre como responsável eu era, diligente,
exemplar. Havia sido chamada de um montão de coisas. Mas nunca, jamais, havia
sido chamada de irresponsável.
E eu gostava um pouco disso.
Capítulo 24
Devido ao fato de que este dia não poderia ser mais estranho, decidi parar
no apartamento de Adrian. Havia algo que estava morrendo por saber, mas não
tinha tido oportunidade de perguntar.
Ele abriu a porta quando toquei a campainha, um pincel na mão.
- Oh – disse – Inesperado.
- Estou interrompendo algo?
- Só o trabalho. – Se afastou para me deixar entrar – Não se preocupe. Não
é uma crise para mim como seria para você.
Entrei na sala de estar e estava feliz de vê-la com telas e cavaletes de novo.
- Recuperou seu estúdio de arte.
- Sim. – Deixou o pincel e limpou as mãos num trapo. – Agora que este lugar
não é mais uma central de investigação, pode voltar a seu estado artístico normal.
Se inclinou contra a parte posterior do sofá xadrez e me observou enquanto
eu passeava de tela em tela. Uma delas me deteve.
- O que é isso? Parece com um lírio.
- E é – disse – Não se ofenda, mas este lírio é um pouco mais rude que
o´seu. Se os Alquimistas quiserem comprar os direitos deste e começar a usá-lo
estou disposto a negociar.
- Tomarei nota – disse. Todavia estava sorrindo por causa do término com
Brayden e isso só aumentava meu bom humor. Ainda que, certamente, a pintura
havia me desorientado um pouco, como o caráter abstrato da sua arte usualmente
fazia. O lírio, apesar de ser mais estilizado e “rude” do que o da minha bochecha,
era claramente identificável. Inclusive estava feito em uma pintura dourada.
Pinceladas de pintura roxa sem forma rodeavam, e ao redor do roxo havia padrão
quase cristalino de azul céu. Era surpreendente, mas se havia algum significado
mais profundo, estava além do meu entendimento.
- Está com um humor terrivelmente bom – disse – Teve redução caqui para
tudo?
Renunciei minha interpretação artística e me virei para ele.
- Nope. Brayden terminou comigo.
O sorriso de Adrian sumiu.
- Ah. Merda. Sinto muito. Está...quero dizer, precisa de uma bebida? Precisa,
uh, chorar ou algo assim?
Eu ri.
- Não. Estranhamente estou bem. Na verdade não me incomoda em
absoluto. Mas deveria, não é? Talvez haja algo errado comigo.
Os olhos verdes de Adrian me analisaram.
- Não creio. Não são todas as rupturas que são uma tragédia. Ainda
assim...poderia precisar de um pouco de consolo.
Se endireitou e caminhou até a cozinha. Perplexa observei enquanto ele
pegava algo do congelador e de sua gaveta de talheres. Voltou para a sala e me
entregou um litro de sorvete de romã e uma colher.
- Para que é isso? - Perguntei, aceitando o oferecimento com uma careta de
surpresa.
- Para você, obviamente. Queria romã, certo?
Lembrei da noite no restaurante italiano.
- Bem, sim, mas não precisava fazer isso...
- Bem, eu queria – disse razoavelmente – Isso, e um trato é um trato.
- Que trato?
- Se lembra quando disseste que tomaria uma lata de refrigerante com
açúcar se eu não fumasse por um dia? Bom, calculei as calorias, e isso é o
mesmo que uma porção disso. Você pode acreditar que tem quatro porções nessa
coisa.
Quase deixei cair o sorvete.
- Você...passou um dia sem fumar?
- Quase uma semana, na realidade – disse – Assim você pode comer tudo
se quiser.
- Porque raios faria isso? – perguntei.
Ele encolheu os ombros.
- Olha, você propôs o desafio. Além do mais, fumar é um hábito pouco
saudável, certo?
- Certo... – Todavia estava aturdida.
- Come. Vai derreter.
Devolvi o sorvete.
- Não posso. Não com você observando. É muito estranho. Posso comê-lo
mais tarde?
- Claro – disse, colocando o sorvete no congelador – Se realmente você
comer. Sei como você é.
Cruzei os braços enquanto ele permanecia de pé em frente a mim.
- Oh?
Me olhou de uma forma desconcertantemente dura.
- Talvez todos os demais acreditam que sua aversão por comida é lindo, mas
eu não. Te vejo observar Jill. Aqui vai um pouco de amor duro: nunca, jamais terá
o corpo de Jill. Jamais. É impossível. Ela é Moroi. Você é humana. Isso é biologia.
Tem um corpo grandioso, um que a maioria das humanas matariam...e você
ficaria melhor se ganhasse um pouco de peso. Cinco quilos seria um bom
começo. Esconder as costelas. Obter um tamanho maior de sutiã.
- Adrian! – estava atônita. – Está...está louco? Não tem o direito de me dizer
isso. Para nada.
Ele franziu o cenho.
- Tenho todo o direito, Sage. Sou teu amigo e ninguém mais vai dizer. E, sou
o rei dos hábitos pouco saudáveis. Acredita que não reconheço um quando vejo?
Não sei de onde veio isso, de sua família, de muitos Moroi, ou só a sua própria
natureza obssessivo-compulsivo, mas eu te digo, não tem que fazer.
- Suponho que esse é um tipo de intervenção.
- Essa é a verdade – disse – De alguém que se preocupa e quer que seu
corpo seja tão saudável e surpreendente quanto sua mente.
- Não vou escutar isso – disse, dando a volta. Uma mescla de emoções se
agitou. Ira. Indignação. E estranhamente, um pouco de alívio. – Vou embora, não
deveria ter vindo.
Sua mão sobre meu ombro me deteve.
- Espera...me escuta – De má vontade me virei. Sua expressão era severa,
mas sua voz havia se suavizado. – Não estou tratando de ser mal. É a última
pessoa que quero ferir...mas tampouco quero que fira a você mesma. Pode
ignorar tudo o que acabei de dizer, mas eu tive que dizer, ok? Não mencionarei de
novo. É a que tem o controle da sua vida.
Olhei para longe e pisquei para afastar as lágrimas.
- Obrigada. – disse. Deveria estar feliz de que ele voltou atrás. Em seu lugar,
havia uma dor em meu interior, como se tivesse rasgado algo que estava tentando
ignorar e manter escondido. Uma verdade terrível que eu não queria admitir para
mim mesma, que sabia que era hipócrita para alguém que dizia lidar com fatos e
dados. E quisesse estar de acordo com ele ou não, eu sabia, sem dúvida, que
tinha razão sobre algo: ninguém mais teria dito o que ele acabara de me dizer.
- Porque você veio de toda forma? – perguntou. – Tem certeza de que não
quer que minha impressionante pintura seja o novo logo dos Alquimistas?
Não pude evitar um pequeno sorriso. Voltei a olhar para ele, disposta a
ajudá-lo com a abrupta mudança de assunto.
- Não. Algo muito mais sério.
Pareceu aliviado ante meu sorriso e me deu um de seus sorrisos de volta.
- Deve ser verdadeiramente sério.
- A noite no complexo. Como sabia como conduzir o Mustang?
Seu sorriso desapareceu.
- Porque você fez – disse. - Conduziu sem nenhuma vacilação. Tão bem
quanto eu podia fazer. Mas imagino que mesmo se tivesse tomado aula todos os
dias desde que comprou o carro, não poderia dirigir daquele jeito. Você dirigiu
como se estivesse dirigindo de forma natural por toda sua vida.
Adrian se virou abruptamente e caminhou para o lado oposto da sala.
- Talvez seja instintivo. – disse, sem se virar.
Era engraçado quão rápido haviam mudado os papéis. Há um minuto havia
me encurralado em uma esquina, obrigando-me a enfrentar problemas que não
queria. Agora era minha vez. O segui até a janela e o fiz encontrar meu olhar.
- Tenho razão certo? - O pressionei – Tem estado dirigindo por toda sua
vida.
- Nem sequer os Moroi dão licença para recém-nascidos, Sage. – disse com
ironia.
- Não fuja disso. Sabe o que quero dizer. Sabe dirigir com marcha durante
anos.
Seu silêncio respondeu por ele, dizendo-me que tinha razão, mesmo se seu
rosto era difícil de ler.
- Porque? – exigi. Estava quase implorando. Todos diziam que eu era tão
excepcionalmente inteligente, que podia conectar coisas ao azar e chegar a
conclusões notáveis. Mas isso estava além da minha compreensão, e não podia
manusear algo que tinha tão pouco sentido. – Porque faria isso? Porque atuaria
como se não soubesse dirigir?
Um monte de pensamentos pareceram cruzar sua mente, nenhum dos quais
ele queria compartilhar. No final, sacudiu a cabeça com exasperação.
- Não é óbvio Sage? Não, claro que não é. Fiz porque assim teria uma razão
para ficar perto de você...uma que sabia que você não poderia recusar.
Estava mais confusa ainda.
- Mas..porque? Porque queria fazer isso?
- Porque? – perguntou – Era o mais perto que podia chegar para fazer isso.
Se esticou e me puxou para ele, uma mão na minha cintura e a outra no meu
pescoço. Inclinou minha cabeça para cima e baixou seus lábios nos meus. Fechei
meus olhos e me derreti enquanto meu corpo inteiro era consumido pelo beijo. Eu
não era nada. Eu era tudo. Calafrios circulavam pela minha pele, envolvi meus
braços ao redor de seu pescoço. Seus lábios eram mais quentes e mais suaves
do que eu pudera imaginar e ainda assim feroz e poderosos ao mesmo tempo. Os
meus responderam avidamente e me agarrei a ele. Seus dedos deslizaram pela
parte posterior do meu pescoço, seguindo sua forma, e cada lugar que tocava era
eletrizado.
Mas, talvez, a melhor parte de tudo isso era que eu Sydney Katherine Sage,
culpada de analisar constantemente o mundo ao meu redor, bom, eu parei de
pensar.
E isso foi glorioso.
Ao menos foi até que eu voltei a pensar de novo.
Minha mente e todas as suas preocupações e considerações repentinamente
tomaram o controle. Me afastei de Adrian, apesar dos protestos de meu corpo.
Retrocedi, sabendo que meus olhos estavam aterrorizados e muito abertos.
- O que...o que está fazendo?
- Eu não sei – disse com um sorriso. Deu um passo para mim. – Mas estou
bastante seguro de que estava fazendo também.
- Não. Não. Não chegue mais perto! Não pode fazer isso outra vez. Entende?
Não podemos...Não deveríamos fazer...oh Meu Deus. Não. Nunca mais. Isso está
mal. – Coloquei meus dedos sobre meus lábios, como se fosse limpar o que
acabava de acontecer, mas sobretudo foi para recordar outra vez a doçura e o
calor de sua boca contra a minha. Rapidamente deixei cair minha mão.
- Mal? Eu não sei, Sage. Honestamente, isso foi o mais correto que já me
aconteceu durante um tempo.
Contudo, mantive distância.
Sacudi minha cabeça freneticamente.
- Como pode dizer isso? Sabe como são as coisas! Não há...bom, já sabe.
Os humanos e os vampiros não podem...não. Não pode haver algo entre eles.
Entre nós.
- Bem, teve que ser assim em algum momento. – disse, tentando um tom
razoável. – Ou não haveriam dhampirs hoje. Além do mais, o que me diz dos
Vigilantes?
- Os Vigilantes? – Quase ri, mas nada disso era divertido. – Os Vigilantes
vivem em cavernas e iniciam batalhas ao redor de fogueiras por um ensopado de
gambá. Se quer viver essa vida, é mais do que bem vindo a fazer. Se quer viver
no mundo civilizado com o resto de nós, então não me toque de novo. E Rose?
Não estava loucamente apaixonado por ela?
Adrian parecia muito calmo para a situação.
- Talvez eu estive uma vez. Mas foi a...o que, cerca de três meses? E
honestamente, não tenho pensado muito nela há um tempo. Sim, estou ferido e
me sinto um pouco usado, mas...na realidade, ela já não é em quem sempre estou
pensando. Não vejo seu rosto quando vou dormir. Não me pergunto sobre...
- Não. – retrocedi para mais longe. – Não quero escutar isso. Não vou
escutar isso.
Com uns quantos passos rápidos, Adrian parou na minha frente outra vez. A
parede estava a alguns centímetros atrás de mim, e não tinha aonde ir. Não fez
movimentos ameaçadores, mas apertou minhas mãos e as colocou contra seu
peito enquanto se inclinava para mim.
- Não, escutará. Por uma vez, vai escutar algo que não encaixa no seu
mundo ordenado, organizado em compartimentos de ordem, lógica e razão.
Porque isso não é razoável. Se está assustada, acredite...isso também me
assusta como o inferno. Perguntou por Rose? Tentei ser uma pessoa melhor por
ela, mas isso foi para impressioná-la, para fazer com que me quisesse. Mas
quando estou perto de você, quero ser melhor porque...bom, porque parece certo.
Porque quero fazer. Me faz querer ser uma pessoa melhor do que eu mesmo. Me
inspira em cada ato, cada palavra, cada olhar. Te olho, e é como...como a luz feita
de carne e osso. Eu disse no Halloween e quis dizer cada palavra: é a criatura
mais bonita que alguma vez já vi caminhar neste mundo. E nem sequer sabe. Não
tem ideia do quão bonita que é, o quão brilhante é sua chama.
Sabia que tinha que me separar, retirar minhas mãos das suas. Mas não
pude.
- Adrian...
- Eu sei, Sage – continuou, seus olhos cheios de fogo – Sei como vocês se
sentem sobre nós. Não sou estúpido, acredite, tenho tentado te tirar da minha
cabeça. Mas não há suficiente licor ou arte ou qualquer outra distração no mundo
que faça. Tive que deixar de ir as aulas de Wolfe porque era muito difícil ficar perto
de você, mesmo que fosse simplesmente fingir lutar. Não podia suportar o contato.
Estava agonizando porque significava algo para mim, porque sabia que não
significava nada para você. Me dizia que devia me manter afastado por completo e
então encontrava desculpas...como o carro...ou qualquer coisa para estar perto de
você de novo. Hayden era um imbecil, mas pelo menos enquanto estava com ele,
tive uma razão para manter distância.
Adrian segurava minhas mãos, seu rosto ansioso, assustado e desesperado
enquanto derramava seu coração para mim. Meu próprio coração estava batendo
descontrolavelmente, e qualquer quantidade de emoções poderia ser o culpado.
Tinha esse olhar distraído, extasiado...o que teve quando o espírito se apoderou
dele e o fez divagar. Rezei para que se tratasse disso, algum ataque de loucura
induzido por espírito. Tinha que ser. Verdade?
- Seu nome é Brayden – disso afinal. Lentamente, fui capaz de acalmar
minha ansiedade e ganhar algum controle – E mesmo sem ele, tem um monte de
razões para manter a distância. Disse que sabe como nos sentimos. Mas é assim?
De verdade, é assim? – Retirei minhas mãos da sua e apontei para minha
bochecha. – Sabe o que o lírio dourado significa verdadeiramente? É uma
promessa, um voto de um estilo de vida e um sistema de crenças. Não pode
deixar algo como isso. Isso não me deixará, mesmo se eu quiser fazer. E
verdadeiramente, não quero fazer. Creio no que fazemos.
Adrian me olhou desapaixonadamente. Não tentou pegar minhas mãos outra
vez, mas tampouco retrocedeu. Minhas mãos se sentiam dolorosamente vazias
sem as suas.
- Esse “estilo de vida” e “sistema de crenças” que está defendendo te usou e
segue te usando. Te tratam como a peça de uma máquina, uma que não tem
permissão para pensar...e você é muito melhor do que isso.
- Algumas partes do sistema são defeituosas – admiti – Mas os princípios
são sólidos e eu acredito neles. Há uma brecha entre humanos e vampiros, entre
você e eu, que nunca pode ser infrigida. Somos muito diferentes. Não estamos
destinados a estar...desta maneira. De nenhuma maneira.
- Nenhum de nós está destinado a ser ou a fazer algo – disse – Decidimos o
que vamos ser. Me disse uma vez que não há vítimas aqui, que todos temos o
poder de escolher o que queremos.
- Não use minhas próprias palavras contra mim. – adverti.
- Porque? – perguntou, um sorriso ligeiro em seus lábios. – São
malditamente boas. Não é uma vítima. Não é uma prisioneira desse lírio. Pode
escolher o que quiser.
- Tem razão – Afastei, não encontrando resistência de sua parte. – E eu não
te escolho. Isso é o que você está perdendo em tudo isso.
Adrian ficou em silêncio. Seu sorriso desapareceu.
- Não acredito em você.
Franzi o cenho.
- Deixe-me adivinhar. Porque correspondi ao beijo? – Esse beijo havia me
feito sentir mais viva do que havia estado em semanas, e tinha a sensação de que
ele sabia disso.
Sacudiu sua cabeça.
- Não. Porque não há ninguém lá fora que te entenda como eu entendo.
Esperei por mais.
- Isso é tudo? Não vai elaborar o significado disso?
Aqueles olhos verdes me detiveram.
- Não acredito que precise fazer.
Tive que desviar o olhar, ainda que não estava certa do porque.
- Se me conhece tão bem, então entenderá porque eu vou embora.
- Sydney...
Fui rapidamente em direção a porta.
- Adeus, Adrian.
Me apressei para a porta, um pouco assustada de que ele tentasse me deter
outra vez. Se ele fizesse, não estava segura de que poderia ir. Mas não chegou
nenhum toque. Nenhum esforço para me deter. Não foi até que estava a meio
caminho do lado de fora, na grama em frente a seu edifício que me atrevi a olhar
para trás. Adrian estava parado ali, inclinado contra a porta, observando-me com o
seu coração em seus olhos. Em meu peito, meu próprio coração estava se
rompendo. Sobre minha bochecha, o lírio me lembrava de quem eu era.
Virei as costas e fui embora, me negando a olhar para trás.
Fim
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