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Cidade
Aná­po­lis, de 10 a 16 de outubro de 2014
VISA
Remédios controlados
sem relatórios completos
Foi revelado pelo órgão que ainda existem estabelecimentos vendendo remédios
controlados sem receita. Um maior controle dos dados seria o ideal
Felipe Homsi
P
roblema foi relatado pelo Jornal Contexto em 2010 e,
desde lá, pouco mudou
no município. Documentos sobre a circulação de
remédios com controle
especial de receituário
ficam arquivados na Vigilância Sanitária. Mas
dados como perfil, sexo,
idade, tipo de medicamento, médicos que receitaram os produtos e
estabelecimento onde os
medicamentos foram comercializados ainda não
estão sistematizados.
O controle sobre a
venda e o uso de medicamentos controlados no
município ainda permanece deficitário, conforme indicam informações
da Vigilância Sanitária
(VISA) local. Não que os
dados sobre o perfil dos
usuários e os tipos de remédios comercializados
não estejam disponíveis.
O problema está na sistematização das informações no banco da VISA
local. De acordo com o
órgão, algumas classes de
medicamentos exigem a
retenção da receita.
O chamado receituário especial é expedido
pelo médico para o uso
de remédios de tarja preta, alguns de tarja vermelha e os antimicrobianos.
Todos os documentos
relativos a estes medicamentos, conforme indicou a VISA, são arquivados, mas não existe um
relatório sistematizado,
por exemplo, com o sexo
e idade dos compradores.
Conforme foi indicado,
as farmácias e drogarias
apresentam um balanço
trimestral, mas apenas
para algumas classes de
medicamentos.
Este problema não é
recente. Em 2010, matéria do Jornal Contexto,
publicada no dia 10 de
abril, mostrou que naquele ano não havia a
sistematização de dados
sobre medicamentos controlados no município.
A explicação na época
foi de que havia poucos
fiscais para o trabalho
de fiscalização do uso
destes produtos. Naquele período, foi indicado
que apenas os dados de
cada venda nas farmácias
e drogarias, sem a siste-
matização com perfil dos
usuários, era suficiente
para um correto controle.
Entretanto, a VISA de
Anápolis, sob a gerência
de Sônia Maria Faustino,
apontou que, com uma
sistematização mais efetiva, seria possível promover um controle maior
sobre o que é comprado
nas farmácias. Um dos
casos retratados pelo órgão mostram que ainda
existem estabelecimentos vendendo remédios
controlados sem receita. O ideal, conforme foi
pontuado, é que houvesse um maior controle dos
dados, para planejamento de ações da Vigilância.
Atualmente, existem
na VISA de Anápolis
quatro fiscais, quatro
farmacêuticos e duas enfermeiras que atuam na
fiscalização das farmácias, drogarias e estabelecimentos hospitalares
que disponibilizam medicamentos para os seus
pacientes.
Fiscalização
De acordo com a gerente de Vigilância Sanitária de Anápolis, Sônia
Maria Faustino, a fiscalização do órgão em drogarias e farmácias tem
sido eficiente. “A gente
consegue fazer cem por
cento, finalizar o ano,
muitos com retorno”, explicou. Em alguns casos,
a VISA precisa retornar
ao local fiscalizado para
verificar se foram feitas
as adequações exigidas.
Diferentemente de outras
áreas, como o setor de
alimentos, a farmacêutica “é uma área mais fácil,
por causa do controle”
Medicamentos controlados têm relatórios falhos
realizado pela vigilância
e pela “quantidade de estabelecimentos” pequena
na cidade.
Entretanto,
alguns
problemas ainda são encontrados, como comercialização de produtos
“vencidos e vendas (de
remédios) sem controle”.
“Estabelecimentos sem
profissional farmacêutico” é um dos problemas
encontrados nas farmácias e drogarias, atestou a
gerente. Ela entende que
o “custo” seja a principal
justificativa dos estabelecimentos para a falta destes profissionais. Atualmente, existem na cidade
18 farmácias de manipulação de medicamentos,
208 drogarias e 24 farmácias hospitalares.
Sobre as consequências
para o consumidor no uso
irregular de medicamentos, ela declara: “o maior
risco é da própria saúde”.
“Cada medicamento tem
a sua indicação, a sua posologia, quem vai definir
isso é o médico”, pontuou,
acrescentando que, nos
casos de falta de critério
no consumo de remédios,
“o prejuízo às vezes poder
ser irreversível” e “pode
levar a óbito”. Estabelecimentos que desobedecem
à Legislação, conforme
indicou Sônia Maria, têm
recebidos multas e sido
autuados.
Conforme
afirmou,
“não tem sido multas leves”, “porque a gente não
pode deixar esses produtos no mercado”. “Justamente por causa deste
risco de vida, a atuação
da vigilância tem que ser
bem forte”, acrescentou.
Dados sobre movimentação de medicamentos controlados ainda são incompletos
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Foi revelado pelo órgão que ainda existem