Bruna Valle França
R2 Medicina Esportiva
Orientador: Prof. Dr. Simão Lottenberg
Definições

 Estado de hiperglicemia
 DM tipo1: perda das células ß por autoimunidade insulinopenia
 DM tipo 2: resistência à ação da insulina – hiperinsulinemia
 DM gestacional: hormônio lactogênio placentário (HLP)  ↓
utilização de glicose pela mãe  hiperinsulinemia.
Diagnóstico

 Glicemia de jejum ou Teste de Tolerência Oral à
Glicose (GTTO 75g)
 Glicemia de jejum > 126mg/dl (jejum >8h) OU
 Sintomas (polidipsia, poliúria, perda de peso) E
glicemia casual >200mg/dl OU
 Glicemia >200mg/dl no GTTO 75g após 2 horas OU
 Hemoglobina glicada ≥ 6,5%.
 Gestante: GTTO 100g - Valores: >95 em jejum; >180
em 1h; >155 em 3h; >140 em 3h

Diabetes Care" January 2010". American Diabetes Association.
http://care.diabetesjournals.org/content/33/Supplement_1/S3.full. Retrieved 2010-01-29
Diagnóstico

HbA1C: Diabetes se > 6,5%; pré-diabetes se entre 5,7% e 6,4%.
Fatores de Risco

 Sedentarismo
 Antecedente familiar
 Antecedente de DG ou parto de RN acima de 4kg
 Hipertensão (>140/90mmHg)
 Dislipidemia: HDL <35mg/dl ou triglicérides
>250mg/dl
 Ovários policísticos
 Pré-diabetes prévio
 Doença vascular
Rastreio

 Assintomáticos: em qualquer idade, se sobrepeso ou
obesidade, além de um ou mais fatores adicionais de
risco para o diabetes.
 Sem fatores de risco: após os 45 anos de idade.
 Mulheres com diabetes gestacional: entre 6 a 12
semanas após o parto.
Avaliação Inicial

 Idade e características do DM;
 Padrões alimentares, história ponderal e quantificar
atividade física;
 Tratamentos prévios,
história de hipoglicemias ou
cetoacidose;
 Complicações.
Exame Físico

PA normal e ortostática;
Fundo de olho;
Exame neurológico e dos pés e pulsos;
Pele.
Laboratório: HbA1C, perfil lipídico, enzimas
hepáticas, função renal, microalbuminúria.
Cuidados com os Pés

 Auto-exame: calos, cortes, ulcerações,
olhar entre os dedos.
Pedir ajuda ou usar espelho.
 Não usar “escalda-pés” ou bolsas de água quente ou gelo.
 Secar cuidadosamente, especialmente entre os dedos,
não deixar resíduos.
 Verificar objetos estranhos.
 Não cortar calos, cutículas,
cantos das unhas.
Cuidados com os Pés

 Manter as unhas retas, usar instrumentos adequados.
 Verificar objetos estranhos.
 Evitar esparadrapos, sprays.
 Meias sem costura, nunca ficar descalço.
 Calçados fechados e sem costuras.
 Não usar sapatos apertados, abertos, bico fino, salto alto.
Controle Glicêmico

 Auto-monitoração: 3 ou mais vezes ao dia se insulina
em mais de 1 aplicação ou em bomba. Único modo
de acessar a glicemia pós-prandial.
 HbA1C: pelo menos 2 vezes ao ano, cuidado com
doenças hematológicas. Ref: <6%
Hipoglicemia

 Sintomas
 Riscos
 Causas: erro de dose, mudança na sensibilidade,
redução do consumo
 Insuf. Renal, uso de álcool, doença hepática
 Orientações
 15 g a 20 g de glicose, podendo ser repetidos.
 Lanche para evitar recidiva.
 Glucagon se hipoglicemia severa (aumento das
metas glicêmicas).
Metas
HbA1C
Glicemia pré-prandial
<7%
90-130
Glicemia pós-prandial
<180 mg/dl
PA
LDL
Triglicérides
HDL
<130/80
<100mg/dl
<150mg/dl
>50mg/dl
American Diabetes Association. Standards of Medical Care in Diabetes – 2010.
Diabetes Care 33(Suppl 1):S11-S61, 2010.
Tratamento

 Não Medicamentoso (orientações, cuidados com os
pés, além dos exercícios e dieta).
 Exercícios: pelo menos 150 minutos semanais de
atividade aeróbica moderada.
 Perda de 5 a 10% do peso corpóreo.
 Medicamentoso:
 Insulina
 Antidiabéticos orais
# Bariátrica se IMC > 35 + DM.
Tipo
Início
ação
(h)
Pico
ação
(h)
Lenta
2-4

6-12
NPH
2-4
Glargina
Duração Duração
efetiva
máxima
(h)
(h)
12-18
16-20
6-10
10-16
14-18
>2
Sem
24
24
Regular
0.5-1
1-3
3-6
6-8
Lispro e
Aspart
<0.25
0.5-1.5 3-4
4-6

Evitar associar drogas com o mesmo mecanismo!!!
Uso de AAS

 Considerar o uso de ácido acetilsalicílico (75162 mg/dia) como estratégia de prevenção primária
em pacientes com DM-1 ou DM-2 com risco
cardiovascular aumentado.
 Homens com mais de 50 anos e a maioria das
mulheres com mais de 60 anos que apresentam pelo
menos mais um fator adicional de risco
EF no DM

 O EF tem sido crescentemente promovido como
parte do regime terapêutico do DM.
 Além dos seus efeitos benéficos cardiovasculares, o
exercício pode também melhorar o controle
glicêmico, resultante de uma sensibilidade tecidual
aumentada à insulina.
Cuidados nas Complicações

 Retinopatia proliferativa: evitar exercício isométrico intenso
(levantamento de peso), o que pode causar uma elevação
significativa da pressão arterial que pode precipitar hemorragia
intraocular.
 Neuropatia: evitar exercícios de sustentação de peso
traumáticos (como corridas de longa distância ou esqui em
declive prolongado), o que pode precipitar fraturas de estresse
nos pequenos ossos do pé e tornozelo, e o desenvolvimento de
úlceras de pressão nos dedos do pé e no pé. São necessários
também calçados protetores bem ajustados e sapatos
confortáveis. Evitar excessos de temperatura (autonômica).
Aplicação de Insulina

Aplicação de Insulina

 Injetar a insulina em um local diferente do que será exercitado
para prevenir aumento da absorção da insulina.
 Também é prudente administrar a insulina de 60 a 90 minutos
antes do exercício para minimizar o problema do aumento de
absorção.
 Reduzir gradativamente as doses diárias de 15 a 20% se EF leve
a moderado, chegando a 50% se intenso.
 Medir glicemia antes, durante e após os exercícios (prever
mudanças para as próximas sessões).
EF no DM1

 Hidratar continuamente às sessões de exercícios com líquidos
livres de açúcar.
 Evitar exercício se glicemia > 250mg/dL.
 Se glicemia < 100mg/dL, fazer suplementação de carboidrato
pré exercício.
 Ingerir de 20 a 30g de CHO por hora de exercício leve e 30 a 60g
por hora de exercício intenso.
 O exercício não substitui a insulina e deve ser encarado como
uma medida de APOIO.
EF no DM1

 Risco de hipoglicemia tardia (4 a 8 horas após o término do exercício)
devido ao reabastecimento dos depósitos de glicogênio depletados.
Isso geralmente pode ser evitado pela ingesta de carboidratos de baixa
velocidade de absorção (frutas secas, barras de granola) imediatamente
após o exercício.
 Cuidado no exercício vespertino, pela hipoglicemia noturna.
 A reposição inadequada de carboidratos antes, durante e após o
exercício é a causa mais comum de hipoglicemia associada ao
exercício.
 O exercício deve ser praticado no mesmo horário, otimizado com
relação à ingesta alimentar e as aplicações de insulina. Quando isso é
feito, a mudança na concentração de glicose sérica é geralmente
previsível e reprodutível.

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Exercício Físico no Diabetes Mellitus