A GAZETA
2 - Terra & Criação - Cuiabá, Segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Chico Ferreira
pecuária
Levantamento feito pelo Imea
aponta que o volume de gado bovino
em Mato Grosso ficou em 28,65
milhões cabeças no ano de 2012
registra uma queda de 1,8% no rebanho de
Imea
Mato Grosso em 2012 em relação ao ano anterior
Menos bois no pasto
Da Redação
D
e acordo com informações do Instituto
de Defesa Agropecuária do Mato Grosso (Indea-MT) o rebanho bovino do Estado ficou em 28,65 milhões de cabeças em 2012.
O número representa uma queda de 1,8% em relação ao ano anterior, quando o rebanho atingiu
29,18 milhões de cabeças. Sendo que a participação de vacas nos abates de bovinos também
aumentou, como era esperado, segundo o Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária (Imea),a média foi de 47,8%, em 2012. Estes dados indicam um crescente descarte de fêmeas,
que também pode ser percebido em nível nacional
conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontam que até
setembro de 2012 a participação de fêmeas nos
abates no país foi de 43,2%, incremento de 1,9%
em relação a 2011.
Este índice negativo já era previsto pela As-
sociação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), justamente pelo aumento da participação
das fêmeas nos abates e da demanda por carnes.
Conforme Luciano Vacari, superintendente da
Acrimat, a crise de pastagem enfrentada no Estado tem obrigado os produtores a abater suas fêmeas para reduzir o rebanho. Ele diz ainda que em
2010 teve início um problema nos pastos por
causa do ataque de cigarrinhas, que somado à degradação culminou na crise enfrentada hoje no
campo. Já que entre os anos de 2008 e 2011
houve uma redução de 3,47% da área pastagem,
que foi transformada em agricultura, passando
de 26 milhões de hectares para 24,9 milhões de
hectares. Porém, neste período o rebanho passou
de 26 milhões de animais para 29,1, o que aponta ganho de produtividade.
Na avaliação do economista e consultor técnico da Acrimat, Amado de Oliveira, há que ser
destacado que este fenômeno de redução de bovinos de corte em Mato Grosso aconteceu tam-
bém em anos recentes como em 2006, que reduziu 672 mil cabeças de gado em relação a 2005.
E ainda, continuou o processo de redução na ordem de 433 mil cabeças em 2007 em relação a
2006, portanto 1 milhão e 104 mil cabeças em
dois anos. Segundo ele, os fatores responsáveis
pela redução do rebanho de bovinos em Mato
Grosso são bastantes conhecidos. Destacam-se
também a falta de investimentos em reforma ou
recuperação de pastagens e, mais recentemente
a transferência de áreas de pastagens para a
agricultura.
Conforme o economista, para que se resolvam os problemas inerentes a questão das pastagens é necessário que se aumente a rentabilidade do setor que permitirá ao pecuarista reinvestir na atividade. Da mesma forma é necessário que se defina regras ambientais, agora sob a
responsabilidade do Supremo Tribunal Federal.
Segundo ele, o Código Florestal com três Ações
Diretas de Inconstitucionalidades no STF, devol-
via aos produtores rurais a possibilidade de
acessarem linhas de créditos como o Programa
ABC do Governo Federal que permite a recuperação de pastagens e, por conseguinte, parte da
renda do produtor.
Já o abate de fêmeas, conforme Amado, se
dá de forma cíclica e há que se conviver com este
fenômeno, já que, uma matriz alcança o seu auge
reprodutivo e passa a declinar em produtividade,
deixando de ser interessante a sua manutenção
no plantel. Sendo que acontece também abates
de fêmeas em função da necessidade de caixa do
pecuarista, comprometendo fortemente a oferta
de bezerros. O economista diz ainda que é importante destacar que mesmo diante de tantos problemas o setor produtivo da pecuária de corte em
Mato Grosso surpreende positivamente, aumentando a oferta de bovinos com maior peso para o
abate, além do aumento da taxa de cabeças por
hectare em suas pastagens, fruto de muito trabalho e uso de tecnologias.
leilões
Villefort abre temporada de remates
Criador mineiro vai ofertar novilhas, bezerras e reprodutores Gir Leiteiro PO
Wisley Tomaz
Da Redação
A
raça Gir leiteiro está em ritmo acelerado de crescimento no Brasil em função da migração das bacias leiteiras
para as regiões Sul, Centro-Oeste, Norte e Nordeste.
Em função disso, com objetivo de atender essa crescente, o produtor Virgílio Villefort, de Minas Gerais, está começando o ano
promovendo importantes leilões desta raça, ofertando novilhas,
bezerras e reprodutores Gir Leiteiro PO, mais especificamente
em leilões virtuais. Contudo, voltando na história do produtor
com estes animais, quando ele decidiu trabalhar com o Gir Leiteiro foi direto aos criatórios consagrados e formou uma base de
animais conhecidos e premiados das fazendas Calciolândia, Brasília, Estância Jasdan e Poções.
A partir de então Virgílio Villefort tem surpreendido ano a
ano, já que 2013 mal começou, e seu calendário de eventos já
está traçado, a começar pelo Leilão Virtual Top Leite Gir Villefort, agendado para esta segunda-feira, 4 de fevereiro, às 20h15
(horário de Brasília), pelo AgroCanal. O objetivo é atender a crescente demanda pela raça, então foram apartadas 60 fêmeas, entre bezerras e novilhas, e mais 05 reprodutores de repasse.
O acesso à boa genética é uma característica marcante dos
leilões Villefort, além de facilidades no pagamento, descontos
especiais e comodidade no frete. Seu programa de seleção contempla animais adquiridos nos principais plantéis brasileiros,
genética multiplicada a partir de acasalamentos dirigidos com
os melhores reprodutores da atualidade, visando a produção de
contemporâneos extremamente funcionais na criação extensiva.
A capacidade produtiva e a rusticidade conferem ao Gir Leiteiro o posto de excelente alternativa comercial na pecuária
brasileira, que demanda por animais produtivos e bem adapta-
dos ao clima tropical. As projeções futuras para esse gado são
as mais otimistas, tendo em vista que o país reúne todas as condições para tornar-se um grande exportador mundial de leite. O
Gir é um animal de origem indiana, especificamente da península
de Catiavar, com dupla aptidão: produtor de carne e de leite, ou
seja, o Gir Leiteiro. As primeiras importações brasileiras desta
raça ocorreram 1906 e principalmente, por causa da intensificação na formação da raça Indubrasil, as compras do animal indiano se intensificaram entre 1920 e 1940.
As primeiras importações tiveram como objetivo a seleção genética produtora de carne no Brasil, uma vez que o conhecimento
sobre o potencial leiteiro do zebu era pouco trabalhado. Em outubro de 1980, foi fundada a Associação Brasileira dos Criadores
de Gir Leiteiro (ABCGIL), preocupada em avaliar não só os parâmetros raciais como os de produção dos criadores. Cinco anos
depois, é criado o Programa Nacional de Melhoramento do Gir
Leiteiro, da Embrapa Gado de Leite, em parceira com a ABCGIL.
Atualmente, este animal é considerado uma excelente opção
para o setor, trazendo vários benefícios, como a produção de diversos produtos: leite, sêmen, embriões, tourinhos, matrizes. Em
relação às suas características, com certeza a adaptabilidade é
um ponto forte dos zebus indianos trazidos ao Brasil. Além disso,
a rusticidade é um benefício para quem quer se dedicar ao setor.
Segundo informações da ABCGIL, este animal tem boa capacidade leiteira, com produção de 3,233 mil quilos por lactação, ou seja, 12 quilos de leite ao dia. Tem uma boa longevidade e pode
conceder dez crias em atividade leiteira. Além disso, a vaca Gir
pode dar cria a animais machos para recria e engorda. Por ser um
animal rústico é bastante resistente aos ectoparasitos, principalmente o carrapato.
Novilhas da raça Gir
leiteiro do produtor
Virgílio Villefort,
que abre hoje
temporada de
leilões virtuais
Arquivo
agroagenda
Reuniões
Curso
Curso 2
A Câmara Temática de Insumos Agropecuários.do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
retoma as reuniões de seus representantes. Amanhã,
5, é a vez da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de
Animais de Estimação, criada em novembro passado.
Na quarta-feira, dia 6, ocorre o encontro da Câmara
Temática de Infraestrutura e Logística do
Agronegócio e, no dia seguinte (7), a Câmara Setorial
da Cadeia Produtiva de Viticultura, Vinhos e
Derivados se reúne.
Associação Nacional dos Confinadores
A
(Assocon) promove 4ª edição dos seus Cursos
de Confinamento de 25 de fevereiro a 1º de março, em
stão abertas as inscrições para o curso Melhoramento
E
Genético Animal (MGA) PAINT, uma realização do Ensino
Avançado CRV Lagoa em parceria com o PAINT, programa de
Goiânia (GO). O curso é voltado a funcionários de
fazendas que utilizam o sistema de engorda em
confinamento e funcionários de propriedades onde o
sistema está sendo implantado. Em abril e maio, o
evento será realizado em Água Boa (MT), Barretos (SP)
e Campo Grande (MS). Mais informações e inscrições
no site da Assocon (www.assocon.com.br)
melhoramento genético para bovinos de corte da Central, está
com inscrições abertas para a próxima edição, que será realizada
na sede da empresa, em Sertãozinho (SP), no período de 04 a 06
de março.
O número de vagas é limitado e as inscrições podem ser feitas
pelo site www.crvlagoa.com.br, pelo e-mail
[email protected] ou pelo fone (16) 2105-2218.
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Villefort abre temporada de remates