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Convênio: Ministério da Saúde/Fundep – Universidade Federal de Minas Gerais
Programa VIVA LEGAL/TV FUTURA
Tema: Climatério e menopausa – a solidariedade é fundamental
CLIMATÉRIO E MENOPAUSA
Pouco se fala sobre climatério, de modo que as mulheres chegam a essa fase
da vida com pouquíssima informação a respeito, ficando sujeitas a dúvidas, temores
e inseguranças que poderiam ter sido evitados se elas estivessem bem informadas
sobre o assunto. Por este motivo, o tema é de importância fundamental no que diz
respeito à saúde física e emocional das mulheres, como também à manutenção de
relações saudáveis entre elas e os outros membros de suas famílias.
O próprio termo climatério é quase desconhecido entre as mulheres, que
costumam chamar de menopausa ao período. Deve-se fazer a diferença entre as
palavras, pois menopausa é a última menstruação da vida de uma mulher, e
climatério é o nome do período que vai dos 45 aos 65 anos, aproximadamente,
quando diminuem as atividades dos ovários. Assim, a mulher não entra na
menopausa, e sim no climatério.
As mulheres devem saber que neste período ocorrerão alterações naturais
em seus organismos e em suas vidas. Embora o climatério se caracterize por
apresentar alguns sinais físicos — pois aproxima-se o fim da capacidade reprodutiva
da mulher —, e também alterações de comportamento — já que as transformações
físicas influenciam algumas funções do cérebro —, é preciso esclarecer certos
pontos que costumam ser alvo de conjecturas e geram grandes inseguranças nas
mulheres. Além disso, é importante ressaltar que os sintomas variam de mulher para
mulher.
Muitas acreditam que climatério é uma doença ou mesmo um estado
psicológico negativo que as acometerá a partir de determinado momento. Assim, o
período torna-se uma ameaça para elas, que criam a falsa idéia de que suas vidas
vão acabar porque não menstruam mais, ou a de que não devem mais manter
relações sexuais com seus companheiros porque não podem mais gerar filhos.
Pode, também, acontecer de algumas mulheres acreditarem que não mais
engravidarão, e isto em função de seu ciclo menstrual ter-se tornado irregular, o que
pode resultar numa gravidez indesejada. Esta é uma hipótese a ser evitada, pois a
partir de certa idade uma gravidez oferece muitos riscos para a mulher e para o feto.
A mulher deve saber que alguns sintomas do climatério podem ser bastante
desconfortáveis, mas que esse desconforto será tanto maior quanto maior for o
desconhecimento que os acompanha. Por exemplo, se a mulher não sabe por que
sofre de insônia em algumas noites, ela pode superestimar um sintoma que, com
tratamento adequado, poderia ser superado sem maiores transtornos para a sua
vida. Do mesmo modo, o ressecamento vaginal, que dificulta as relações sexuais, é
um problema que pode ser facilmente contornado com os procedimentos
recomendados pelos profissionais de saúde que estiverem orientando as mulheres.
A questão básica é informá-las sobre o que acontecerá com elas durante o
climatério. Além disso, devemos instruí-las para que procurem os serviços de saúde
disponíveis em suas comunidades, para que criem o hábito de buscar essas
informações junto aos profissionais mais adequados, bem como o de submeteremse regularmente aos exames preventivos específicos de sua idade. Essas condutas
certamente contribuirão para diminuir temores que porventura existam entre as
mulheres quanto à entrada no climatério, como também para diminuir a incidência de
doenças características dessa fase.
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O que está em discussão
Para que as mulheres possam nesse período usufruir do que construíram ao
longo de suas vidas, é preciso que elas estejam bem informadas sobre tudo o que
diz respeito à sua saúde, que saibam onde procurar essas informações e com quem
devem esclarecer as dúvidas que porventura venham a surgir.
Após a apresentação do vídeo, os sintomas mais freqüentes — como ondas
de calor, suores noturnos, insônia, uma certa depressão e a diminuição do desejo
sexual — devem ser enumerados, além do nervosismo e da irritabilidade que podem
ocorrer durante o climatério; por outro lado, deve ser dito também que tudo isto
acontece em função do fim da fase reprodutiva da mulher e da conseqüente
diminuição na produção dos hormônios.
Produzidos nos ovários ao longo da vida, os hormônios desempenham
importantes funções para a reprodução e para a saúde geral da mulher. Nas
comunidades onde o vídeo for apresentado, devem-se ouvir os relatos de sintomas e
reações das mulheres que já passaram pela menopausa, com o objetivo de dar voz
às experiências e histórias da comunidade, bem como para ampliar a quantidade de
informações para as outras mulheres.
É preciso enfatizar que, se as mulheres realizarem os procedimentos
adequados e se estiverem livres de temores infundados, o climatério pode ser para
elas um período de renascimento e de busca de novas experiências, inclusive no
que diz respeito ao campo sexual.
Por outro lado, elas devem ser alertadas sobre os riscos de doenças graves
que as alterações físicas podem lhes trazer caso não tomem os cuidados
necessários para com sua saúde. Assim, devemos focar nossa atenção
principalmente nos problemas abordados pelo vídeo: as doenças cardíacas e a
osteoporose, bem como nos modos de diminuir a incidência ou até de eliminar o
risco de as mulheres desenvolverem essas doenças. Neste item, mais uma vez, é
preciso enfatizar a importância da informação e também a necessidade de haver
uma mudança de hábitos — alimentares, físicos, e quanto ao abandono de
substâncias químicas que até então porventura venham sendo utilizadas, como o
álcool e o fumo, altamente prejudiciais em qualquer idade.
As mulheres devem ser esclarecidas quanto aos riscos de uma gravidez após
os 40 anos. Nesse momento, podemos analisar a eficiência, as vantagens e
desvantagens de cada um dos métodos anticoncepcionais que estão ao alcance
delas, e reiterar que as mulheres devem procurar orientação em um serviço de
saúde antes de adotarem um método anticoncepcional, até porque qualquer método
pode ter contra-indicações, dependendo das características do organismo de cada
mulher.
Até o início do século XX, as mulheres tinham a expectativa de viver até os 50
anos; hoje, no início do século XXI e graças aos avanços da medicina, a expectativa
de vida das mulheres é de mais de 70 anos. Isto significa que elas viverão
aproximadamente 1/3 de suas vidas após a menopausa. Não é à toa que a cada dia
que passa tanto as mulheres como os homens da terceira idade vêm sendo alvo das
preocupações dos programas sociais em todo o mundo, representando uma grande
força política e econômica.
Quanto mais as pessoas de nossas comunidades estiverem conscientes
quanto a essas questões, mais elas se farão ouvir e respeitar em nosso país, o que
significa um importante passo em direção à conquista de sua plena cidadania.
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