INSS 2178-5481
Ano XIII # 194 | Agosto 2011
9912263550
Insumos em alta
Produtores driblam alta nos preços dos
insumos formando grupos para compras
conjuntas e em escala
Bienal da
agricultura
Água para
sementes
Capacitação
profissional
Federações do Centro-Oeste se
unem para realizar evento que
bate recorde de público
Sementes irrigadas abrem
um novo mercado ao
produtor goiano
Sistema Faeg/Senar firma
parceria com AGSEP para
capacitar detentos
SEGUROS
PALAVRA DO PRESIDENTE
CAMPO
A revista Campo é uma publicação da Federação da
Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional
de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela Gerên-
Palavra do Presidente
cia de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR, com
distribuição gratuita aos seus associados.Os artigos assinados
são de responsabilidade de seus autores.
Conselho editorial
Bartolomeu Braz Pereira;
Claudinei Rigonatto; Eurípedes Bassamurfo da Costa
Editores: Francila Calica (01996/GO) e
Rhudy Crysthian (02080/GO)
Reportagem: Alessandra Goiaz (GO 01772 JP) e
Karine Rodrigues (01585/GO)
Fotografia: Jana Tomazelli Techio, Mendel Cortizo
e Raphaela Boghi
Revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO)
D
iscutir alternativas para dizimar os entraves ao desenvolvimento da agropecuária nos Estados que compõem o Brasil
Central foi o principal norte das discussões, entre representantes do setor agropecuário e autoridades políticas de Goiás, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, durante a Bienal dos
Negócios da Agricultura, realizada pela primeira vez em Goiânia.
Diagramação: Rowan Marketing
Impressão: Gráfica Talento Tiragem: 12.500
Comercial: (62) 3096-2200
[email protected]
DIRETORIA FAEG
Presidente: José Mário Schreiner
Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel
Caixeta Haun. Diretores-Secretários: Bartolomeu Braz
Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. Diretores-Tesoureiros:
Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares. Suplentes:
Wanderley Rodrigues de Siqueira, Flávio Faedo, Daniel
Klüppel Carrara, Justino Felício Perius, Antônio Anselmo de
Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo Moreira Guimarães.
Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Vilmar Rodrigues
Os mais de 1,5 mil produtores rurais, técnicos, pesquisadores e
autoridades, que estiveram nos dois dias do evento, puderam discutir os principais problemas que afetam o setor e que carecem
de solução imediata. O evento fomentou, também, um ambiente
propício para a susgestão de soluções a esses entraves. A Bienal
dos Negócios da Agricultura – Brasil Central foi uma mostra do trabalho de aproximação que está sendo desenvolvido pelos Estados
do Centro-Oeste e Distrito Federal no sentido de fortalecer a região
e impulsionar seu crescimento.
da Rocha, Antônio Roque da Silva Prates Filho, César Savini
Neto, Leonardo Ribeiro. Suplentes: Arno Bruno Weis, Pedro
da Conceição Gontijo Santos, Margareth Alves Irineu Luciano,
Wagner Marchesi, Jânio Erasmo Vicente. Delegados representantes: Alécio Maróstica, Dirceu Cortez. Suplentes: Lauro
Sampaio Xavier de Oliveira, Walter Vieira de Rezende.
CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR
Presidente: José Mário Schreiner
Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges,
Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça.
Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva,
O mesmo trabalho de união que está em curso entre os representates do setor agropecuário, também vem sendo replicado entre as
demais federações de outros segmentos produtivos. Prova disso, é
o recém-criado Fórum das Entidades Produtivas do Centro-Oeste
que engloba as federações de agricultura, comércio e indústria dos
três Estados e Distrito Federal. Sabemos do imenso potencial da
região e é com a articulação de toda a classe produtiva do Brasil
Central que conseguiremos dar salto de desenvolvimento.
Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta
Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar
Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. Suplentes:
Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho
Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo: Bairon
Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Heberson Alcântara,
José Manoel Caixeta Haun, Sônia Maria Domingos Fernandes.
Suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino
Vieira da Silva, Antônio Sêneca do Nascimento, Glauce
Mônica Vilela Souza.
Superintendente: Marcelo Martins
FAEG - SENAR
Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300
Goiânia - Goiás
Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222
Site: www.faeg.com.br
E-mail: [email protected]
Fone: (62) 3545-2600- Fax: (62) 3545-2601
José Mário Schreiner
Presidente do Sistema
FAEG/SENAR
Site: www.senargo.org.br
Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o
e-mail: [email protected].
Para falar com a redação ligue:
(62) 3096-2208 - (62) 3096-2248
(62) 3096-2115.
Alexandre Cerqueira
E-mail: [email protected]
PAINEL CENTRAL
Mercado
de insumos
21
Fertilizantes registram alta de 21%
no primeiro semestre deste ano.
Produtores que integram o Grupo
União Agrícola comemoram economia
conseguida graças às compras em escala
Senar capacita
detentos
25
Parceria entre o Sistema Faeg/Senar e
AGSEP oferece cursos de capacitação
profissional aos detentos do Complexo
Prisional de Aparecida de Goiânia
Sementes irrigadas 28
Mendel Cotizo
Cultivo de sementes irrigadas
abre mercado ao produtor goiano.
Milho, trigo e feijão estão entre as
principais cultivares produzidas.
“ Nos próximos dez anos ficará clara
a posição predominante do chamado
Brasil Central dentro do panorama do
agronegócio brasileiro. Seja em lavouras
temporárias, em pecuária ou lavouras
consideradas permanentes quando
estamos falando em agroenergia. ”
Mendel Cortizo
Prosa Rural
4 | CAMPO
08
Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores
avalia o protencial do Centro-oeste nos
próximos 10 anos.
Agosto/2011
www.sistemafaeg.com.br
Bienal dos negócios
da agricultura 16
Raphaela Boghi
Evento reúne mais de 1,5 mil produtores
rurais em debates e discussões sobre
temas relacionados ao ambiente de
negócios para o futuro
34
Caso de Sucesso
Ednaldo da Costa, de Luziânia, conseguiu aumentar produção de 90 litros de leite/
dia para 400 litros/dia com as técnicas que aprendeu nos cursos do Senar. Objetivo
é alcançar uma produção de 600 litros de leite por dia em dois anos
Rapadura que gera renda
36
06
Fique Sabendo
07
Cartão Produtor
12
Campo Responde
32
Delícias do Campo
33
INSS 2178-5481
Curso de fabricação de Melado, Açúcar Mascavo e Rapadura repassa técnicas que
visam um maior aproveitamento da produção de cana-de-açúcar
Agenda Rural
Ano XIII # 194 | Agosto 2011
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Insumos em alta
Produtores driblam alta nos preços dos
insumos formando grupos para compras
conjuntas e em escala
Bienal da
agricultura
Água para
sementes
Capacitação
profissional
Federações do Centro-Oeste se
unem para realizar evento que
bate recorde de público
Sementes irrigadas abrem
um novo mercado ao
produtor goiano
Sistema Faeg/Senar firma
parceria com AGSEP para
capacitar detentos
www.senargo.org.br
Produtor de Joviânia, Johnny Eduardo de Pádua se
uniu a um grupo de outros produtores e consegue
comprar insumos por preços mais vantajosos.
Foto produzida por Mendel Cortizo.
Agosto/2011
CAMPO | 5
AGENDA RURAL
AGOSTO
SETEMBRO
10
04
XXXII Reunião de Pesquisa de Soja da
Campo Saúde, em Ouro Verde
Região Central do Brasil - Hotel Fonte
de Goiás. Informações: (62)
Colina Verde, Estância Turística e
3545-2600.
Hidromineral de São Pedro, em São Paulo.
Informações: (43) 3025-5223.
11 e 12
10
2º Leilão Estrela do Araguaia Recinto Leilões Sindicato Rural,
03
Rod. MT100 - KM 01, em
Campo Saúde, em Campo
Torixoréu -MT.
Limpo de Goiás. Informações:
13 a 15
(62) 3545-2600.
INTERCONF 2011 - Conferência Internacional de Confinadores - Oliveira´s Place, em
Bienal dos Negócios da Agricultura -
01 e 02
Centro de Cultura e Eventos Professor
Goiânia. Informações: (11) 2198-1888.
Encontros Regionais -
Ricardo Freua Bufaiçal (UFG), em Goiânia.
14
Construindo o Futuro, Hotel
Informações: (62) 3096-2200.
WORKSHOP “Repensando o Leite
Plaza Inn, em Goiânia.
11
em Goiás” – SINDILEITE, em Goiâ-
Informações: (62) 3096-2200.
Reunião da Câmara Setorial da Carne
nia. Informações: (62) 3212-8885.
Bovina do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, em Goiânia.
4
6
Informações: 3096-2200.
3
1
2
1
2
14
3
Reunião do CONCELG - Conselho de
4
5
5
6
8
8
11
Consumidores de Energia Elétrica
7
7
10
10
Reunião do Fórum Nacional
11
11
dos Executores de Sanidade
de Goiás – CELG, em Goiânia
9
9
17
17
19 a 22
18
18
Brasil Central, em Goiânia. Informações:
Informações: (64) 3441-2479.
16
16
Encontro de Jornalismo Agropecuário no
(62) 3096-2200.
15
15
11
Florestal de Goiás, em Catalão.
14
14
Informações: (62) 3096-2200.
Audiências Públicas do Código
13
13
Animal - FONESA, em Goiânia.
16
12
12
19
20
20
12
VIII Congresso Brasilleiro
19
23
23
25
25
26
26
tecimento - Centro de Eventos UFG, em
27
28
29
Goiânia. Informação: (62) 3096-2200
30
31
30
29
28
27
Direito do Trabalho e Processo do Trabalho
- Castro´s Park Hotel, em Goiânia
Produtor Rural através das
27
Campo Saúde , em Santa
Terezinha de Goiás.
Informações: (62) 3545-
19
Seminário Regional de Legislação
Trabalhista e Previdenciária Rural, em Jataí.
20
Palestra: Agregar Valor ao
15
Abertura do 17º Congresso Goiano de
Informações: (11) 5084-1383.
24
24
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-
EMBRAPA, em São Paulo.
22
22
Reunião da Câmara Setorial da Soja do
de Algodão - IAC/ABRAPA/
21
21
2600.
Organizações, em Arenópolis.
Informações: (64) 3667-1530.
21
Seminário Regional de Legislação
Trabalhista e Previdenciária Rural, em
Luziânia. Informações: (61) 3621-1060.
Informações: (64) 3631-2223.
19
Sara Sandberg, www.sxc.hu
Audiências Públicas do Código Florestal de Goiás,
em Rio Verde. Informações: (64) 3612-0252.
Campo Saúde, em Cabeceiras. 20
Informações: (62) 3545-2600.
6 | CAMPO
Agosto/2011
www.sistemafaeg.com.br
FIQUE SABENDO
Divulgação
Marcos Esteves/Embrapa Hortaliças
Armazém
Projeto Orquídeas lança
oitavo livro
A pesquisadora Lou Menezes
acaba de lançar seu mais novo
livro sobre orquídeas com o
título Cattleya walkeriana. A
variável é considerada a rainha
do Cerrado. A planta foi o
objeto de estudos da engenheira
florestal que também é chefe
do Orquidário Nacional do
Ibama. Esse é o oitavo livro
do Projeto Orquídeas do
Brasil, sob responsabilidade
da pesquisadora. Além de
apresentar a espécie em suas
diversas variedades, a autora
aborda ainda conservação,
doenças, pragas, coleta e
comércio ilegais, condições
ideais de cultivo, dentre outros.
O livro pode ser adquirido no
Orquidário Nacional do Ibama.
Informações: (61) 3316-1212.
pesquisa
Produtor
de batatas tem
nova variedade
A Embrapa Transferência de
Tecnologia (Brasília-DF) já
disponibiliza no mercado as batatas
BRS Eliza, BRS Ana, BRS Clara e
BRS Cristal, variedades melhoradas
pela pesquisa e com potencial de
produção para todo o País. A BRS
Clara apresenta um elevado potencial
produtivo, com alta percentagem de
tubérculos graúdos.
A BRS Ana é adequada para
processamento na forma de palitos
pré-fritos congelados e de flocos.
Lançada em 2002, a BRS Eliza possui
um elevado potencial produtivo
e apresenta menor exigência em
fertilização que as principais batatas
importadas. Os melhores locais para
o plantio dessa cultivar são as regiões
Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Jana Tomazelli
registro
www.senargo.org.br
ABC da boa mesa
O presidente da Faeg, José Mário Schreiner (primeiro da
esquerda para a direita) participou do lançamento da 3ª
edição do Festival do Alho, Batata e Cebola - ABC da Boa
Mesa. O lançamento do evento teve a presença do governador
Marconi Perillo. O ABC da Boa Mesa ocorreu em Cristalina,
de 19 a 21 de agosto. Com o tema “Produzindo alimento
saudável com sustentabilidade e responsabilidade social”,
o evento teve como objetivo chamar a atenção de diferentes
públicos para o processo produtivo das três principais
culturas locais, que juntas são responsáveis pela geração de
8,2 mil empregos diretos na região.
Agosto/2011
CAMPO | 7
PROSA RURAL
paulo rabello de castro
Mendel Cortizo Presidente da RC Consultores
Cenários para o Brasil
Central
Karine Rodrigues | [email protected]
D
outor em Economia e prestigiado pesquisador e administrador,
Paulo Rabello foi um dos mais aguarda dos palestrantes da Bienal dos
Negócios da Agricultura, realizada em Goiânia. Durante o evento,
ele falou com a equipe da Revista Campo sobre os futuros cenários para
o Brasil em 2020. Dentre as constatações, está clara a predominância do
Brasil Central dentro do panorama do agronegócio brasileiro. Ele também
ressaltou a urgente necessidade de investimentos corretos em infraestrutura
e logística, pois só assim será possível vislumbrar o desenvolvimento
econômico previsto para 2020, não apenas no Centro-Oeste, mas para todo
o Brasil.
8 | CAMPO
Agosto/2011
www.sistemafaeg.com.br
Revista Campo: O que o Brasil
pode esperar do Centro-Oeste
para o segmento agropecuário
dentro dessa perspectiva de
cenário de 2020, ou seja, para
os próximos dez anos?
Paulo Rabello: Nos próximos
dez anos ficará clara a posição
predominante do chamado
Brasil Central dentro do
panorama do agronegócio
brasileiro. Seja em lavouras
temporárias, em pecuária ou,
eventualmente, em lavouras
consideradas permanentes
destinadas à agroenergia.
Essa predominância vai
depender, fundamentalmente,
da viabilização, ainda nesta
década, de uma malha
estrutural que encurte as
distâncias. Em alguns casos, a
distância pode quase inviabilizar
o agronegócio dentro do coração
do Brasil, que é o Brasil Central.
Revista Campo: O senhor
acredita que nos próximos dez
anos os problemas relacionados
à logística possam ser
amenizados?
Paulo Rabello: Vamos
continuar errando em matéria de
logística de grandes distâncias
se continuarmos a pensar a
logística como um problema.
A logística tem que ser algo
rentável, ou seja, a resposta
ao problema tem que ser algo
que em si gere um retorno
suficiente para atrair capital.
Essa foi a abordagem que
eu apresentei na Bienal dos
Negócios da Agricultura. Tentei
mobilizar mentes e corações
para estabelecer um modelo que
será apoiado pelas Federações
de Agricultura, por todos os
setores, até os indiretamente
envolvidos como as federações
de indústria, comércio e
www.senargo.org.br
serviços, nessa grande região
que chamamos de Brasil Central.
É preciso que a gente selecione
os projetos por seu aspecto de
prioridade e ao mesmo tempo
de rentabilidade, que sejam
articulados, que façam parte de
um modelo financeiro viável de
inserção do governo em uma
gestão privada e não vice-versa.
Porque, hoje, o modelo já parte
equivocado. Partimos da noção
de que aquele investimento é
caro demais e, portanto, inviável
para iniciativa privada, é quando
o setor privado fica esperando
passivamente que a obra fique
pronta para utilizar aquele
sistema.
“
Nos próximos
dez anos ficará
clara a posição
predominante
do chamado
Brasil Central
dentro do
panorama do
agronegócio
brasileiro”
Revista Campo: O que deve
ser feito?
Paulo Rabello: Temos que
inverter os termos da equação.
Na área de infraestrutura
também temos que ter o setor
privado assumindo o comando
das ações, buscando uma parte
desse investimento dentro do
setor público e as aprovações
necessárias. Aí vamos ter ao
final da década um investimento
realmente como o Brasil
Central precisa e um cenário
absolutamente fabuloso que hoje
é até difícil de acreditar que ele
possa acontecer.
Revista Campo: Quais são os
principais gargalos que impedem
o avanço do Centro-Oeste,
no caso do desenvolvimento
agrícola? Eles são diferentes do
restante do País? Há soluções?
Paulo Rabello: Conceitualmente, esses gargalos são os mesmos. O Brasil que empreende,
produz e faz, é sub-representado
no parlamento nacional, é sub-representado nos gabinetes
do poder executivo em Brasília
e sub-representado na mídia,
porque comunica pessimamente
para a população o que o empreendedor agrícola faz. Agora
somos responsáveis por todas
as contingências ambientais,
sociais, às vezes até culturais.
Portanto, ultrapassar essa barreira de sub-representação é o
grande desafio das lideranças
atuais. Eles estão aprendendo com os erros do passado a
construir uma base política, que
já começa muito bem, com o
exemplo que foi dado em relação
ao Código Florestal brasileiro,
onde houve uma movimentação
independente do resultado final,
que nem é perfeito e nem ficou
100% resolvido.
Revista Campo: Goiás já
recebeu várias missões chinesas
interessadas em comprar
produtos agropecuários.
O senhor acredita que nos
próximos 10 anos a China
continuará a estratégia
dela de ser um dos maiores
importadores de matéria-prima
Agosto/2011
CAMPO | 9
PROSA RURAL
para beneficiar em solo chinês
ou essa política tem data para
acabar?
Paulo Rabello: Você tem
que combinar com o time
adversário. Nós temos uma
sub-representação em Brasília,
menor ainda é o nosso grau de
representatividade política fora
do Brasília. Até porque, para
termos essa prática diplomática
já precisaríamos estar de
braços dados com a chancelaria
brasileira, com o Itamaraty, com
as forças do poder executivo.
Essa concatenação ainda
é muito pequena. Nenhum
representante do Itamaraty
esteve na Bienal e estamos a
poucos quilômetros de Brasília.
Provavelmente lá tem muitos
diplomatas que deveriam ter
participado das discussões
na Bienal. Onde está o adido
agrícola que não compareceu
às discussões que são do
interesse dele? Onde estava
o representante expressivo
do Ministério da Agricultura?
Então, eu não preciso falar
nada a respeito de chinês; os
chineses estão mais longe
ainda. Portanto, não é dizer
que o agricultor não esteja
interessadíssimo em fazer
essa aproximação. Nós é que
temos que ter a proatividade
suficiente para chegar para eles
e propor um contra negócio.
Revista Campo: O que seria
esse contra-negócio?
Paulo Rabello: Esse contranegócio é o que levei como
ideia na Bienal, na prática.
Temos que criar uma estrela
de cinco pontas para dar
respostas rentáveis aos desafios
até 2020. Na ponta de cima
dessa estrela deve estar o
empresário agrícola. Ele deve
10 | CAMPO
Agosto/2011
ser um contribuinte ativo dessas
soluções. Na segunda ponta, o
produtor rural precisa identificar
quais são essas soluções e
prontificar-se a ser sócio ainda
que minoritário daquilo que
acha que é rentável. Na terceira,
deve convidar o comprador
estratégico, seja ele chinês,
vietnamita ou indiano. Deve
convidar o mercado. Existem
inúmeros capitais europeus
e americanos dispostos a
vir participar conosco como
aplicadores de recursos.
“
O Programa
Estratégico de
Crescimento
utilizaria recursos
oriundos da
repactuação das
dívidas internas
estaduais para
utilização direta
e exclusiva
em projetos
selecionados de
infraestrutura
agilizando PAC”
Revista Campo: E quais
seriam as quatro pontas?
Paulo Rabello: A quarta ponta
é o BNDES. Onde esteve o
BNDES na Bienal? No momento
em que o evento se realizava,
pois o banco estava no Rio
de Janeiro cedendo bilhões à
Petrobras que tem mais do que
suficientes condições para entrar
no mercado de capitais e não
onerar a pauta e a agenda do
Banco. O BNDES deveria estar
voltado para a interiorização do
desenvolvimento desse outro
pré-sal que é o agronegócio.
Denomino o agronegócio de
outro pré-sal, mas ele é mais
fácil de extrair, ambientalmente
mais correto e, eventualmente,
tão rentável quanto o
petróleo. Então, finalmente,
vamos precisar dos governos
estaduais deste Brasil Central
em um Programa Estratégico
de Crescimento (PEC). Esse
Programa utilizaria recursos
oriundos da repactuação das
dívidas internas estaduais.
A taxa de juros que se paga
é muito onerosa, poderia
ser parcialmente aplicada,
através de uma repactuação
com o governo federal, para
utilização direta e exclusiva
nesses projetos selecionados de
infraestrutura agilizando PAC
da presidente Dilma Roussef.
É o PEC do Brasil Central
agilizando e materializando o
sonho do PAC.
Revista Campo: Qual será o
perfil mais comum do produtor
rural nos próximos 10 anos?
Paulo Rabello: Será o perfil de
um produtor profissionalizado,
cuja arma principal de negócios
será a inteligência. A agricultura
é cada vez mais de precisão, um
trabalho que exige a utilização
de ferramentas tecnológicas,
por isso o produtor deve
se preparar. Não precisa,
necessariamente, saber tudo,
mas há muitos profissionais
que podem colaborar com o
empreendimento agrícola. O
produtor só precisará saber
cobrar de quem já sabe fazer.
www.sistemafaeg.com.br
MERCADO E PRODUTO
Sidney\Rowan Mkt
Preços médios
do boi gordo
seguem firmes
em Goiás
Christiane Rossi | [email protected]
O preço do boi gordo em Goiás reagiu e
registrou variação positiva de 2% no mês de julho
se comparado com o mês anterior e uma variação
de 0,6% em agosto se comparado com o de julho,
para o preço médio à vista. Mesmo com pressões de
baixa nos preços em alguns períodos, o que dificulta
os negócios, o mercado segue resistindo.
As estatísticas do SIF/MAPA (abates com
inspeção federal) mostram que o total de animais
abatidos em Goiás, de janeiro a julho de 2011,
ficou 2,9% menor que no mesmo período de 2010
e 4,8%, no país. Estes números menores refletem
a dificuldade real de oferta. Mesmo com o número
de abates maior em 3,9%, de junho para julho,
ao compararmos julho com o mesmo mês do ano
anterior, são 14% a menos de animais abatidos em
Goiás e 11% a menos no Brasil.
Para os próximos meses, a oferta pode ser
melhorada. Em algumas pesquisas já realizadas pela
Assocon e pelo Beefpoint, há estimativas de aumento
por volta de 32% no número de animais confinados
no país. Goiás se destaca tanto em quantidade de
confinadores como de animais. Destaque também
para a importância dos confinamentos próprios das
indústrias.
Isso não significa, necessariamente, dizer que os
preços cederão. Historicamente, os preços médios
neste período tendem a reagir positivamente e o
mercado futuro está indicando preços também
mais atrativos. A demanda interna pode não reagir
muito além do que já se percebe pois, os preços
para o valor da carne estão em patamares maiores
e a melhor renda da população tem sustentado o
consumo.
Fatos correntes na economia externa e as
www.senargo.org.br
possibilidades de reflexos negativos nos negócios
brasileiros não podem ser descartados. Os preços
internacionais, que já superam as expectativas
projetadas de aumentos e testam o limite de
aceitação por parte dos mercados compradores,
podem não mais ter fôlego para altas e até serem
pressionados por outros mercados vendedores.
As exportações de carnes bovinas brasileiras
reduziram em quantidade (queda de 14%) e em
valores aumentaram 5%, comparando junho de
2010 com junho de 2011. O mercado mais valorizado
é o da União Europeia (US$ 7.369 por tonelada) e o
qual foi reduzido com o episódio da rastreabilidade.
A Rússia é outro mercado importante, porém a
média por tonelada é menor, cerca de US$ 4..7 por
tonelada, próximo ao valor médio no período que
foi de aproximadamente US$ 4.5.
As iniciativas do setor em ampliar mercados,
principalmente, os que pagam melhor inserir mais
plantas aptas à exportar, realizar uma campanha de
marketing sobre a pecuária brasileira, atuar melhor
nas negociações com a Rússia, podem contribuir
para apoiar os números de nossas exportações. Um
exemplo é o da China que já ampliou a compra de
carnes de 75 toneladas no mês de março para 333,8
toneladas em junho.
Para corresponder aos exigentes mercados, tanto
o externo quanto o interno, os agentes devem cada vez
mais se profissionalizar, principalmente, no quesito
comercialização, tanto na compra dos insumos
como na venda dos produtos. O mercado futuro,
o Boi na Bolsa, contratos de venda firmados entre
associações e indústrias devem ser mais frequentes
no cotidiano desses agentes, contribuindo para
garantir a renda e sustentar as futuras produções.
Christiane Rossi
é zootecnista e
assessora técnica
da Faeg para a
área de pecuária
de corte
Agosto/2011
CAMPO | 11
CARTÃO PRODUTOR
Descontos em
produtosagropecuários
A coluna deste mês vem com descontos em produtos
agropecuários para produtores rurais titulares do Cartão
Produtor. As empresas oferecem descontos em produtos como
sal mineral, rações, arames, ferramentas, vacinas, entre outros.
CARTÃOPRODUTOR
Produzindo benefícios. Colhendo resultados
Francisco Xavier Gonçalves
Goiânia - GO
Cod.CNA: 12345 Validade: 31/12/2012
CASA DO CRIADOR PRODUTOS AGROPECUÁRIOS LTDA
BOIFORTE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS LTDA
São oferecidos descontos de 3% com um prazo de
30 dias para pagar na Casa do Criador.
End.: Av. Castelo Branco nº 2.124, St. Coimbra,
Goiânia - GO.
Fone: (62) 3291-3838
A empresa oferece desconto para produtores titulares do
Cartão Produtor em:
- Medicamentos veterinários em geral - 5% a 10%
- Produtos agrícolas - 5%
- Selaria - 10%
- Arames e ferragens - 3%
- Sal mineral e rações - 5%
- Vacinas - 5% a 10% (exceto vacina contra aftosa)
End.: Av. Castelo Branco nº. 2180, St. Coimbra, Goiânia - GO.
Fone: (62) 3233-6345
AGROVEL CLíNICA VETERINÁRIA
A doutora Luzelena Vilela oferece descontos de
10% em serviços veterinários pagos à vista e 5%
para pagamentos a prazo.
End.: Rua Valdivino Raimundo de Sousa nº. 584,
Centro, Arenópolis - GO.
Fone: (64) 3667-1234
AGRORAÇA AGROPECUÁRIA
Os produtores rurais titulares do Cartão Produtor
conseguem descontos de 10% nas compras pagas à
vista na Agroraça.
End.: Av. Engenheiro Roberto Müller nº. 525,
Centro, Corumbá de Goiás - GO.
Fone: (62) 3338-1255
AGROPECUÁRIA CAIAPÔNIA
A loja oferece desconto de 10% para titulares do
Cartão Produtor em diversos itens.
End.: Av. Cel. Lindolfo Alves Dias nº. 906,
Centro, Caiapônia - GO.
Fone: (64) 3663-3134
CASA DA FAZENDA
AGROPECUÁRIA INDIARA
São oferecidos descontos de 5% a 10% nas compras
à vista para titulares do Cartão Produtor na
Agropecuária Indiara.
End.: Av. Pedro Ludovico Teixeira, Qd. N Lt. 3ª,
Centro, Indiara - GO.
Fone: (64) 3547- 1215
AGROFORTE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS LTDA
A Agroforte oferece descontos de 6% para pagamento à
vista, 4% de desconto com 30 dias e 2% de desconto com
60 dias no cheque ou duplicata para os titulares do
Cartão Produtor.
End.: Av. Michel Santioni nº. 32 – Centro, Ipameri – GO.
Fone: (64) 3491-1214
FOR AGRO COMÉRCIO INDÚSTRIA LTDA
São oferecidos descontos de 5% nas compras à
vista, prazo ou parceladas
End.: Gal Mascarenhas de Morais nº. 53 – Centro,
Ipameri – GO.
Fone: (64) 3491-3400
Além de desconto de 10% nas compras à vista o
titular do Cartão produtor também consegue um
prazo de 30 dias no cheque para pagar na Casa da
Fazenda, em Corumbá de Goiás.
End.: Avenida Engenheiro Roberto Müller nº. 872,
Centro, Corumbá de Goiás - GO.
Fone: (62) 3338-1442
CASA DA LAVOURA
A Casa da Lavoura oferece desconto de 10% em
vários produtos da loja.
End.: Av. Rio do Peixe n.º 220 , Centro,
Doverlândia – GO.
Telefone: (64) 3664–1253; 3664–1400
AGROMAIS
A loja garante descontos de 10% para titulares do
Cartão Produtor em Doverlândia.
End.: Av. José Alves de Assis n.º 110 – Centro,
Doverlândia – GO.
Telefone: (64) 3664–1474
INFORMAÇÕES SOBRE
COMO PARTICIPAR:
www.cartaoprodutor.com.br
[62] 3096.2200 ou na sede de
Sindicato Rural mais próximo
12 | CAMPO
Agosto/2011
Mineral
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Marcos Bragança
AÇÃO SINDICAL
Santa Helena de Goiás
Balde Cheio
Produtores dos municípios de Palminópolis,
Palmeiras de Goiás e Bela Vista, que
participam do programa Balde Cheio,
fizeram uma excursão técnica, dia 13
de agosto. A excursão teve por objetivo
conhecer a Fazenda Córrego da Ponte,
situada em Santa Helena de Goiás que é uma
unidade demonstrativa do programa. Os 45
produtores participantes foram recebidos
pelos proprietários Carlos Martins Sobrinho
e Sandra Martins. Técnicos e o coordenador
do Programa Balde Cheio, Marcos Bragança
conheceram os detalhes da propriedade e
repassaram as orientações aos visitantes.
São João da Paraúna
Sindicato ativo
O dia 17 de junho de 2011 foi um marco para o
município de São João da Paraúna. Nesta data foi
publicado no Diário Oficial da União o registro que
habilita o Sindicato Rural de São João da Paraúna a
ser representante legítimo dos produtores junto ao
poder público. Agora a expectativa é em relação ao
Sindicato Rural de Cocalzinho que já teve a primeira
publicação de registro e aguarda a segunda para
ratificar o registro.
Gouvelândia
Cooperativa à disposição
Os produtores rurais de Gouvelândia podem contar
agora com um posto de atendimento da Cooperativa
de Crédito do Vale do Paranaíba (Sicoob Agrorural).
O posto foi inaugurado no final do mês de abril e
já funciona plenamente. A implantação do posto
teve o apoio do presidente do Sindicato Rural de
Gouvelândia, Luiz Vieira Gonzaga. Lá, os produtores
terão oito serviços específicos e o Sicoob Agrorural
também atenderá a comunidade oferecendo vários
serviços bancários.
Cezarina
Mendel Cortizo
Diplomação de
alunos do Senar
O presidente do Sindicato Rural de Cezarina,
Sebastião Franco encerrou três gestões consecutivas frente à entidade com uma solenidade de entrega de 630 diplomas aos participantes aprovados em
treinamentos e cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás), promovidos no município. A
cerimônia foi realizada na segunda quinzena de julho e contou com a presença do prefeito municipal João Gladston,
do diretor-financeiro da Faeg, Eurípedes Bassamurfo e do superintendente do Senar Goiás, Marcelo Martins, além de
demais autoridades municipais.
14 | CAMPO
Agosto/2011
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Uruaçu
O município de Uruaçu sediou de 18 a 21
de agosto, o 1º Encontro Rankeado de
Muladeiros do Norte Goiano. Realizado
no parque de exposições da cidade, o
evento reuniu criadores do município e
região. Um dos chamarizes do encontro
foi a premiação de R$ 30 mil dividida
nas categorias mula adulta, mula jovem,
burro, mula iniciante, mula diagonal e
mula regional. O evento teve o apoio do
Sindicato Rural de Uruaçu, prefeituras
de Uruaçu e de Niquelândia e demais
parceiros.
Marcus Vinicius
Encontro de
muladeiros
Arenópolis
Torneio leiteiro
O Sindicato Rural de Arenópolis promoveu, com
apoio de parcerias, o 2º Torneio Leiteiro e o 2º
Encontro Exposição dos Produtores Rurais de
Arenópolis e Região, de 15 a 21 de agosto, na sede
da Associação dos Produtores Rurais Ribeirão
Areia (APRRA). Além da competição leiteira, a
programação contou com leilão, shows, cavalgada e
palestras de temas relacionados à pecuária leiteira.
Cláudia Beatriz Pinto
Posses e Eleições de Goiás
Montes Claros
O produtor rural Gilberto Ferreira Cabral
foi eleito em Montes Claros para assumir,
no próximo triênio 2011/2014, a liderança do
Sindicato do município. Também faz parte da
nova diretoria o vice-presidente Luís Flávio
Rocha Saccardo, o diretor-secretário Wilmar dos
Santos Peres e o diretor-tesoureiro Ricardo Alves
do Nascimento. A solenidade de posse foi
no dia 23 de agosto.
Goiânia
Treinamento
de funcionários
De 31 de agosto a 2 de setembro será
realizado em Goiânia, no Augustu’s Hotel, o
treinamento para funcionários de Sindicatos
Rurais sobre Contribuição Sindical Rural,
Imposto Territorial Rural (ITR) e Declaração
de Aptidão do Pronaf (DAP).
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Caiapônia
Leilão de Corte
O Sindicato Rural de Caiapônia promoveu no fim de
julho o 8ª Mega Leilão de Corte, no Tatersal do Parque
de Exposição José Francisco de Abreu, em Caiapônia.
O evento contou com a presença de produtores
locais e regionais, onde foram ofertados 760 animais
e vendidos mais de 90% dos lotes. O Sindicato se
prepara para realizar as próximas edições do leilão.
(Colaborou: Rosangela Cares Domingues)
Agosto/2011
CAMPO | 15
BALANÇO BIENAL
Integração que fortal
Autoridades políticas e
especialistas do setor agrícola
cobraram, durante a Bienal da
Agricultura, que os principais
problemas que afetam a
agropecuária sejam levados à
discussão pelos Estados que
compõem a região
Centro-Oeste do País
Fernando Dantas | Especial para a Revista Campo
[email protected]
S
olucionar gargalos e entraves que impedem o crescimento
do agronegócio no Brasil Central por meio da integração
dos Estados da região Centro-Oeste. Esse foi o caminho
apontado por representantes do setor agropecuário e autoridades políticas de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e
Distrito Federal durante a Bienal dos Negócios da Agricultura,
evento realizado nos dias 11 e 12 de agosto, no Centro de Cultura e Eventos da UFG, em Goiânia (GO). Mais de 1,5 mil pessoas
participaram da Bienal, superando as expectativas iniciais das
federações da agricultura e pecuária que organizaram o evento.
Durante toda a Bienal, os principais problemas que afetam o
setor e que carecem de solução imediata estiveram em discussão como logística, malha viária, seguro rural e financiamentos
agrícolas. A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a senadora Kátia Abreu, que participou da
solenidade de abertura da Bienal, ressaltou que apesar da evolução vivenciada no Centro-Oeste brasileiro nas últimas décadas, que passou a responder por 20% das exportações do agronegócio do País, a região é alvo de adversidades que atrapalham
seu desenvolvimento. “Mesmo tendo maior produtividade por
hectare, a região ainda tem a menor renda por hectare. Isso
por causa de problemas de logística e de financiamentos agrícolas”, enfatizou.
16 | CAMPO
Agosto/2011
De acordo com Kátia Abreu, 70% da malha rodoviária
do País estão em estado ruim ou péssimo e os recursos
destinados a manter as estradas em condições de tráfego são insuficientes. “É preciso investir 3% do PIB nacional para manter a malha viária. E esse valor é apenas
para manter, sem melhoria alguma. Mas o Brasil investe
apenas 2% do PIB, quantidade insuficiente para manter
as estradas”, reforçou.
Anfitrião da edição deste ano da Bienal da Agricultura, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, disse que os
Estados do Centro-Oeste precisam avançar em logística
e infraestrutura para ganhar em competitividade. Para
isso, segundo ele, é preciso reunir as demandas mais
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ece o agronegócio
Mendel Cortizo
José Mário Schreiner e senadora Kátia Abreu,
ao centro, cercados pelos presidentes das
outras federações (Famasul, Fape-DF e Famato),
governadores e representantes dos estados que
promoveram a Bienal. Integração entre os estados
para acelerar o desenvolvimento do agronegócio
importantes da região e levar para discussão. “Além de soluções para a logística, os avanços na política agrícola só
serão possíveis com seguro rural eficiente e melhorias de
comercialização. São assuntos que interessam não só à região central, mas a todo o Brasil”, destacou.
O governador de Goiás, Marconi Perillo, afirmou que os
gargalos do setor já estão em discussão. Segundo ele, um
diagnóstico dos problemas do segmento agrícola será levantado pelo Fórum da Produção do Brasil Central, que reúne
as federações de agricultura, indústria e comércio dos Estados do Centro-Oeste. “Esse mapeamento será relevante
para que os Estados e a região como um todo possam fazer
intervenções para melhorar e ampliar a competitividade do
Brasil Central nos cenários nacional e internacional”, disse.
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Gestão compartilhada
Para a secretária de Estado de Desenvolvimento Agrário,
da Produção, da Indústria e do Comércio do Mato Grosso do
Sul, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, cada Estado tem
suas particularidades, problemas e experiências que podem
ser compartilhadas para fortalecer o agronegócio regional.
“Podemos fazer da região Centro-Oeste o mesmo que é feito no Nordeste. Os Estados se juntam e conseguem melhorias para a região”, exemplificou. Já para o governador do
Mato Grosso, Silval da Cunha Barbosa, a união dos Estados
poderá ser decisiva para romper barreiras que impedem o
crescimento do Brasil Central. O secretário da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento do Distrito Federal, Lúcio Taveira
Valadão, ressaltou a importância estratégica dos Estados do
Agosto/2011
CAMPO | 17
BALANÇO BIENAL
Brasil Central, principalmente do Distrito Federal, que
reúne não só o centro político do país, onde as decisões
são tomadas, mas também por ser um celeiro agrícola.
“Para muitos é surpresa, mas o DF tem 70% de sua área
destinada à atividade rural. Além disso, possui aporte
tecnológico invejável. Uma maior união das competências de
cada federação pode tornar o Centro-Oeste brasileiro uma
potência agrícola maior do que é atualmente”, reforçou.
Modelos de negócios
A Bienal dos Negócios da Agricultura abriu espaço em
sua programação para apresentar modelos de negócios
que colaboram na melhoraria do gerenciamento agrícola.
Fatores de sucesso do produtor fictício Zé Tranquilo foram
apresentados aos produtores pelo presidente da consultoria
Agrosecurity, Fernando Pimentel. Ele citou algumas práticas
que têm alcançado resultados satisfatórios e que podem ser
seguidas pelos produtores rurais, como antecipar a compra
de insumos aproveitando o período em que eles estão
mais baratos, escalonar as vendas, evitar as mobilizações
excessivas de capital e produzir em grande escala a partir da
formação de cooperativas.
Rodolfo Hirsh, representante do Rabobank, mostrou
exemplos de integração vertical no agronegócio, como
a prática da soja com a distribuição de insumos, criação
conjunta de aves e suínos e vinícolas que têm a própria
plantação de uva. O CEO Horácio Ackermann, mostrou o
Case El Tejar, abordando a questão do modelo de agricultura
holística. “Gerenciamos a produção agrícola em terras
próprias e campos de terceiros, por meio de um sistema de
plantio direto e rotação de cultivos.
Nossa estrutura operacional é descentralizada e
apreciamos o uso de novas tecnologias”. O modelo de
negócio da El Tejar atua em uma rede que movimenta mais
de cinco mil empresas em vários países. No Brasil, já estão
presentes há mais de oito anos, especialmente no estado do
Mato Grosso.
O mercado de serviços ambientais como oportunidade de
negócio foi outro assunto discutido pelo coordenador de
Projetos Florestais da The Nature Conservancy, Gilberto
Tiepolo. “A atuação deve ser integrada conservando
os ecossistemas, garantindo os serviços ambientais
e a sustentabilidade do negócio e gerando benefícios
econômicos”. A ideia desses projetos é compensar os
produtores pelas áreas restauradas e pelas conservadas.
Exemplo de projeto de pagamentos por serviços ambientais
é o Cantareira, que por meio da sua bacia hidrográfica
abastece nove milhões de pessoas em São Paulo.
Jornalistas de Goiás, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul e Distrito Federal
se reuniram em Goiânia para discutir
o papel dos profissionais de Comunicação Social na difusão das informações do agronegócio ao produtor rural
e à sociedade. A atividade fez parte
da programação paralela da Bienal dos
Negócios da Agricultura.
Convidado para ministrar palestra
aos jornalistas, o engenheiro agrônomo Fernando Muraro, analista de
mercado da AgRural Commodities
Agrícolas, disse aos profissionais que
o agronegócio é um setor em constante expansão, inclusive para a atuação
dos comunicadores. “O setor agrícola
é cheio de meandros e, para uma cobertura jornalística qualificada, é necessário que o profissional de comunicação se especialize nos temas do
agronegócio. O mercado existe e está
18 | CAMPO
Agosto/2011
carente desse tipo de jornalismo”, defendeu.
O jornalista Samuel Zanello Milléo Filho, fundador da Associação de
Jornalistas do Agronegócio do Paraná
(AJAP), participou do painel “A Integração dos Profissionais de Jornalismo
e Comunicadores que atuam no Agronegócio: a experiência dos jornalistas
do Estado do Paraná”. Ele informou
que a AJAP tem promovido seminários e dias de campo para debater o
setor agrícola e auxiliar na formação
dos jornalistas interessados em cobrir
o agronegócio. O painel foi mediado
pela jornalista Guida Gorga, da Embrapa, e teve participação dos jornalistas Janine Gonzalez de Paula e Carlos
Montandon representando, respectivamente, os sindicatos dos Jornalistas
Profissionais de Mato Grosso do Sul,
Mato Grosso e Goiás.
Jana Tomazelli
Jornalistas debatem
comunicação especializada
Fernando Muraro,
analista de mercado, fala
aos jornalistas sobre o papel
dos comunicadores que
trabalham com agronegócio
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Foco de investimentos
2020 não vai acontecer e as federações
de agricultura têm que estar unidas
para cobrar uma resposta do Governo
Federal para melhorar esse cenário.
Essa região é um novo Pré-Sal brasileiro”, disse o painelista.
Peter Goldsmith ressaltou
que o fortalecimento
do agronegócio só será
alcançado com uma
logística eficiente
Mendel Cortizo
O professor da Universidade de Illinois
(EUA), Peter Goldsmith, ressaltou que a
emergência de economias em desenvolvimento, junto à demanda crescente por
alimentos e biocombustíveis, tem tornado a agricultura foco de investimentos
econômicos. Para ele, esse segmento deverá assumir a liderança no ranking de
investimentos, hoje ocupada pelo setor
industrial. Entretanto, Peter destacou
que essa posição só será alcançada com
a consolidação de uma logística eficiente.
“Infraestrutura é fundamental para que
o Centro-Oeste beneficie sua produção
e atenda aos mercados em crescimento”.
Para o painelista Paulo Rabelo de
Castro, sócio da RC Consultores, o Brasil Central é a “a China brasileira para os
próximos anos”, mas que não tem recebido a atenção suficiente do Governo Federal. “Apesar da importância dessa região,
é lamentável perceber que a infraestrutura que pensamos para o Centro-Oeste até
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julho/2011
www.sistemafaeg.com.br
Mendel Cortizo
MERCADO DE INSUMOS
Membros do Grupo União comemoram as
conquistas do trabalho em conjunto
Catalizadores da
produção
Fertilizantes e defensivos são os principais
responsáveis pelo aumento da produtividade no
campo. Mercado está aquecido para esses produtos
Karine Rodrigue | [email protected]
O
mercado de insumos agropecuários está em um
período de alta. As justificativas dos especialistas
para as elevações nos preços é o aquecimento da
demanda dada aos reajustes dos valores dos produtos
agropecuários e o crescimento na renda dos produtores.
Para quem vai plantar a safra 2011/2012, o ideal é que já
tenha adquirido os insumos, pois a partir deste semestre,
as perspectivas são de preços ainda maiores.
Os números apontam que, no primeiro semestre deste
ano, o custo da tonelada de fertilizante teve uma alta de
21% se comparado ao mesmo período de 2010. Segundo
a Associação Nacional para Difusão de Adubo (Anda),
o Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes do
mundo e importa em média cerca de 70% do que consome.
De acordo com informações do Sindicato Nacional da
Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag), nos
primeiros cinco meses de 2011, as vendas de defensivos
totalizaram R$ 2.747 milhões, o que representou uma
www.senargo.org.br
elevação de 7% frente ao mesmo período de 2010. As
culturas que mais impulsionaram esse aumento foram
a soja, o algodão, a cana-de-açúcar, o milho, o trigo e
pastagem.
Segundo o vice-presidente do Sindag, José Roberto Da
Ros, a estatística compilada pelo sindicato é quanto ao
volume de venda em dinheiro e a expectativa é de que as
vendas tenham um crescimento de 10% em 2011. Em 2010
foram adquiridos US$ 7,3 bilhões em defensivos somente
no Brasil e a expectativa para este ano é alcançar US$ 8
bilhões.
Da Ros relata que o consumo de defensivos no Brasil é
alto devido às condições climáticas e ao combate à doenças
e pragas. O especialista adianta que os preços deverão
se manter estáveis neste semestre, com reação de preços
apenas em alguns produtos. “Ganhamos mais mercado
com emprego de tecnologia na produção e o agricultor só
tem lucro com a alta produtividade”, enfatiza.
Agosto/2011
CAMPO | 21
MERCADO DE INSUMOS
Fertilizantes
O assessor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária
de Goiás (Faeg), Alexandro Alves, explica que, no caso dos
fertilizantes, o aumento dos preços dos produtos está relacionado ao incremento de tecnologia nas lavouras, motivado
pela melhoria de renda. “Ao utilizar o adubo, o produtor
espera aumentar a produtividade sem aumento de área”,
ressalta. A média do custo da tonelada de fertilizantes no
primeiro semestre de 2011 fechou em R$ 1.054 mil, o que
representa um acréscimo de 21% no preço em relação ao
mesmo período de 2010, que fechou em R$ 871. “Somos
grandes importadores desses produtos e não há problema
com impostos uma vez que as alíquotas brasileiras são quase
zeradas”, completa Alexandro.
Segundo o diretor-executivo da Anda, David Roquetti Filho, grande parte do adubo entregue no primeiro semestre
foi consumido na safrinha, algodão, milho, cana, café e outras culturas. Ele explica que houve alguma antecipação, mas
a tendência é de que haverá ainda bastante fertilizantes para
entregar. “Há, qualitativamente, uma tendência de manutenção dos preços das commodities em patamares remunera-
dores, propiciando assim, uma boa relação de trocas para
o produtor rural, mesmo com a recuperação dos preços
dos fertilizantes”.
Um dos problemas desse segmento do mercado de insumos é que na maioria dos casos fica mais barato importar fertilizantes que adquirir o produto nacional. Os principais gargalos que provocam essa situação são impostos
internos – pois não são cobrados impostos de importação
e transportes. Alexandro conta que os fertilizantes correspondem, em média, a 25% dos custos de produção.
Fonte: Anda e Sindag
As alternativas para pagar menos e
não deixar de comprar os insumos é
fazer os pedidos com a máxima antecedência possível e a reunião de produtores para realizarem as compras em
conjunto. Tais iniciativas estão se espalhando pelo Estado.
Há seis anos foi formado em Joviânia, o Grupo União Agrícola, que reúne
12 agropecuaristas, cujo objetivo principal é traçar estratégias de compras de
insumos que atendam às necessidades
dos produtores associados, mas com
preços mais baixos. Além das compras,
o espaço serve para a troca de experiências, informações e planejamento.
Segundo o presidente do Sindicato
Rural de Joviânia e membro do Grupo União, Johnny Eduardo de Pádua, o
grupo começou com quatro cotistas. É
um grupo fechado e com regras de participação definidas. O grupo compra de
tudo, fertilizantes, defensivos, sementes e até mesmo ração para bovinos.
Porém, antes das compras, que normalmente são de insumos para agricultura,
os cotistas se reúnem, fazem a relação
de quantos hectares e quais culturas
22 | CAMPO
Agosto/2011
serão plantadas. Feito isso, o próximo compras de 2011 foi feita no final de
passo é reunir dois responsáveis técni- junho e a próxima será no final de secos pelas lavouras dos componentes do tembro.”
grupo que vão definir o
que realmente é necessário comprar.
Posteriormente, são
feitas as cotações de
preços, as negociações
de descontos e o fechamento da compra também é finalizado com a
participação dos RT’s.
“Tudo isso tem valido a
pena, pois conseguimos
reduzir
significativamente o custo sem perder a qualidade”, explica Johnny de Pádua. O
produtor de Joviânia diz
que nos primeiros anos
de atuação do grupo a
economia foi de 30%
no custo do insumo.
Neste ano, as compras
Johnny Eduardo diz que a economia
já foram feitas. “Até os
gerada com as compras feitas em
pagamentos são progragrupo tem sido vantajosa
mados, uma parcela das
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Mendel Cortizo
União e economia
Defensivos
Entre as culturas que mais demandam o uso de defensivos estão a soja,
com contribuição de 44% do valor dos
defensivos na composição do custo,
seguida pelo algodão, com 11%, canade-açúcar com 10%, milho com 9%,
café com 4%,citros com 3% e demais
culturas com 19%. O maior consumo
relacionado à soja se deve ao fato de
os fungicidas serem empregados no
combate à ferrugem asiática.
Quanto ao volume de vendas es-
pecífico, entre as classes que respondem pelo maior valor estão os herbicidas, com faturamento total de US$
2,43 bilhões, o que representa 415 mil
toneladas em quantidade de produto
comercial. Em seguida foram os inseticidas que movimentaram US$ 2,36
bilhões. O vice-presidente do Sindag
explica que os impostos sobre importação têm pouquíssima influência
na formação do preço dos defensivos
comercializados no Brasil, porém, os
impostos internos como ICMS e o IPI
exercem um forte peso na formação dos
valores dos produtos.
As importações brasileiras de
defensivos agrícolas em 2010 foram
praticamente as mesmas de 2009,
próximas de 232 mil toneladas de
produtos técnicos e formulados. O
principal exportador para o Brasil
foi a China com participação de 20%
no volume total. “O Brasil não é
competitivo a ponto das indústrias
empregarem recursos para erguerem
fábricas no País”, ressalta Da Ros.
Fonte: Anda e Sindag
Armazenamento e segurança
O armazenamento de defensivos
deve ser feito conforme as regras da Lei
7802/89. Segundo o instrutor do Senar
Goiás e engenheiro agrônomo, Marcos
Mamprim, a legislação preconiza regras para a segurança das pessoas que
circulam nos barracões onde esses produtos são armazenados. Os locais de
armazenamento devem ser sinalizados
para impedir o acesso de pessoas não
autorizadas.
Outra determinação da legislação
quanto à construção do barracão é que
o prédio precisa ser completamente coberto e vedado, pois nenhum tipo de
material químico pode sair local. A lewww.senargo.org.br
gislação não regulamenta sobre o tamanho da construção, o proprietário pode
fazê-la de acordo com suas necessidades. O barracão também deve respeitar
as regras da legislação ambiental. Os
trabalhadores que transitam no espaço
devem ser treinados para lidar com esses produtos e para fazer o transporte
até à lavoura.
Uma das grandes preocupações
de quem compra insumos agrícolas é
quanto à segurança o material. Devido
à desproteção que as áreas rurais do
Estado possuem, a tática mais utilizada pelos agropecuaristas é levar os
produtos para o campo somente no
momento de usar. Para que a operação
dê certo, produtores compram os produtos nas indústrias e marcam a data
da entrega. Caso não seja possível guardar o insumo até a data do plantio, os
produtores pagam uma taxa para armazenar os produtos em locais adequados
e segurados.
São essas as alternativas usadas
pelo Grupo União de Joviânia. Segundo
Johnny de Pádua, membro do grupo, o
ideal é levar o insumo para a propriedade somente no momento do uso. “Já
houve casos de agricultores que foram
assaltados e não queremos que essa situação se repita”, ressalta.
Agosto/2011
CAMPO | 23
MERCADO DE INSUMOS
O Grupo Associado de Pesquisa do
Sudoeste Goiano (Gapes), fundado há
10 anos, não foi iniciado com objetivo
de comprar e vender produtos, mas
sim com a pesquisa.
Segundo o
produtor rural e presidente da Gapes,
Sandro Henkes, o intuito era testar
produtos diversos que o grupo queria
vender e comprar. O teste consistia em
observar qual produto era mais eficaz,
cujos resultados eram bons e o custo
compatível com que os produtores
esperavam. A fase de compra direta de
insumos foi a evolução das atividades
do Gapes.
O Gapes possui 34 associados
que decidiram comprar os insumos
em conjunto e direto das fábricas.
Devido ao grande volume, os preços
são negociados e a meta é conseguir
redução dos custos da lavoura. A base
das compras é fertilizantes, defensivos
e sementes. Hoje a área alcançada com
essas compras atinge em média 60 mil
hectares de soja e 30 mil hectares com
o milho safrinha.
Devido à evolução do grupo, houve
a necessidade de formar um corpo
24 | CAMPO Agosto/2011
Jana Tomazelli
Mudanças
que geram
resultados
Sandro diz que a meta do grupo é conseguir a
redução dos custos da lavoura através das compras
administrativo. Hoje, o Gapes possui
estatuto, diretoria executiva, conselho,
secretário executivo e vários prestadores
de serviço. O grupo também é composto
por comissões de compras, pesquisas e
comissão social.
Processo de compras
Os cotistas participam das reuniões
semanais, realizadas às segundas-feiras,
para conversar, trocar experiências,
discutir as compras que resultam em
ganhos às propriedades. “Fazemos
testes reais, pois precisamos ter mais
clareza da eficácia dos produtos que
vamos utilizar”, afirma Henkes.
As compras são feitas da seguinte
forma: Existe um cronograma de datas
e de produtos adquiridos para atender
os cotistas. Os dados das lavouras são
reunidos e compilados, para orientar as
compras futuras. O presidente do Gapes
diz que a cada ano as negociações são
aprimoradas com as empresas.
www.sistemafaeg.com.br
SISTEMA EM AÇÃO
Liberdade para
plantar e colher
O Sistema Faeg/Senar e Agsep firmam parceria
para promover o desenvolvimento da produção
agropecuária nas unidades prisionais do Estado
Karine Rodrigues | [email protected]
Jana Tomazelli
U
O cultivo de chuchu aumentou mais
de 50 vezes depois que o preso R.P.S
passou a cuidar pessoalmente da
plantação
www.senargo.org.br
ma parceria inédita firmada
entre a Agência Goiana do Sistema de Execução Penal (AGSEP) e o Sistema Faeg/Senar promete
alavancar a produção rural que mantém a AGSEP. Serão oferecidos cursos
para capacitar os detentos que trabalham nas áreas rurais das unidades do
interior e do Complexo Prisional de
Aparecida de Goiânia.
Serão ministrados cursos de bovinocultura de leite, suinocultura, olericultura básica, irrigação por aspersão
e operação e manutenção de tratores. Segundo o presidente da Agsep,
Edílson de Brito, há problemas para
dinamizar a produção, porque faltam
detentos treinados, além disso, são
necessários operadores de máquinas,
profissionais em manejo de suínos,
bovinos e em olericultura. “A capacitação promove a reinserção do preso
quando ele ganha a liberdade, pois
além reduzir o índice de reincidência
de criminalidade o detento terá uma
profissão”, acrescenta.
Além dos cursos, está previsto para
ocorrer ainda neste semestre a realização de ações do Campo Saúde e
do Programa Útero é vida, dentro do
Complexo de Aparecida e nas unidades do interior. Também serão ministradas palestras explicativas antes dos
eventos ocorrerem, com a finalidade
de motivar a participação.
O Complexo Prisional é composto
pela Penitenciária Coronel Odenir Gui-
Agosto/2011
CAMPO | 25
SISTEMA EM AÇÃO
Jana Tomazelli
O detento A.S. trabalha há dois anos com
irrigação da horta e da lavoura, ele diz
que aguarda o curso com expectativa
marães (POG), Casa de Prisão Provisória (CPP), Centro de
Inserção Social (CIS) Consuelo Nasser (presídio feminino),
Núcleo de Custódia e Colônia Agrícola Semi-aberto e abriga
aproximadamente 3.300 mil detentos. De acordo com informações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Goiás é o
Estado brasileiro que mais emprega detentos.
Somente nas cinco unidades prisionais que compõem o
Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, 879 detentos exercem alguma atividade laboral e outros 400 presos
aguardam finalização das instalações de uma indústria no
local para dar início aos trabalhos. Assim, 37% da popula-
ção carcerária, de um universo de 3.431 mil indivíduos, está
ligada a alguma atividade de trabalho, sendo que o índice
estadual de empregabilidade é de 30%.
O galpão construído e equipado com recursos federais
tem 600 metros quadrados, onde serão empregados 58
presos. A tecelagem está prevista para iniciar os trabalhos
neste mês de agosto. Também será implantada uma fábrica
de tijolo e bloco de concreto. As parcerias entre empresas
e entidades não governamentais são prospectadas e firmadas pela diretoria de Reintegração Social da Agsep. No
interior, as parcerias são, na maioria, com o empresariado
local, com autorizações e contribuições do judiciário e Ministério Público locais.
Produção rural
De acordo com o supervisor de Produção Agropecuária,
Mariogênio Cândido da Silva, na horta são produzidos couve, couve-flor, chuchu, abóbora, mandioca, cenoura, beterraba e folhagem para tempero (cheiro verde). A produção
mensal chega a cinco a toneladas de alimentos, três mil
litros de leite por mês e 100 toneladas de silagem por ano.
A área produtiva do complexo de Aparecida é composta
por 250 hectares. Dez detentos trabalham somente na horta do complexo.
Segundo informações de Mariogênio, na safra
2009/2010, a produção foi de 7 mil sacas de milho e 50
toneladas de sorgo. Em 2010/2011 a colheita foi de 1.500
mil sacas de milho. Em ambas as safras, a Secretaria de
Agricultura, Pecuária e Irrigação de Goiás (Seagro) cedeu
as sementes de milho e a Agsep comprou o restante das
sementes.
A lavoura do ano safra 2011/2012 será plantada a partir
de outubro, ou seja, quando inicia o período de chuvas.
Além de plantar milho e sorgo, neste ano, há um projeto
para plantar soja que servirá como base para a alimentação
animal. Não há produção de carne bovina no complexo. A
produção mensal de suínos é de cinco toneladas.
Detentos em atividades desenvolvidas na Agsep
Fonte: Agsep
26 | CAMPO
Agosto/2011
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cultura. Ambos estão com o pedido de condicional pronto
para ser avaliado por um juiz, mas enquanto a liberação da
condicional não chega, eles estão animados com a possibilidade do curso.
Com dois anos de trabalho na irrigação da horta do Complexo Prisional, A.S diz que gosta do que faz e o trabalho
no local é a melhor maneira que encontrou de pagar o que
deve. “Eu quero trabalhar. Aqui embaixo é mais tranquilo
e os chefes nos consideram como seres humanos. Acredito
que o curso vai nos abrir grandes possibilidades de trabalho quando sairmos daqui”, afirma. N.C. relata que embora
o trabalho seja diário e sem feriados, pois as plantas precisam ser molhadas todos os dias, ele tem prazer em trabalhar no local. “Estou aqui porque quero, temos liberdade
de ir e vir, e só de estar respirando o ar mais puro, ajuda o
tempo a passar mais rápido”, relata.
Jana Tomazelli
Dedicação
Os detentos que trabalham na área rural do complexo
afirmam que os cursos serão muito bem aproveitados, pois
vai capacitá-los para atuar da melhor forma enquanto eles
ainda estiverem dentro do Complexo prisional e, quando
saírem, terão uma profissão. O pintor R.D.S. de 27 anos,
cumpre pena em Aparecida de Goiânia e trabalha no manejo do gado leiteiro há cinco meses.
Sobre os cursos ele disse que poderá melhorar muito
o trato dos animais e ressaltou que todo aprendizado é
válido. “Prefiro ficar aqui com os animais, porque é mais
tranquilo e com o trabalho diário não vemos o tempo passar, é outra vida. Lá no presídio é uma canseira, há muitos
problemas, não tem paz”, afirma.
Um dos trabalhadores de confiança do supervisor de
Produção Agropecuária, Mariogênio Cândido é R.P.S., de
61 anos. Ele atua na produção de verduras e legumes há
dois anos e quatro meses. Dedicado ao trabalho, o detento
ajuda nos afazeres da horta de segunda a sexta-feira e diz
que não abre mão de ficar na parte rural do complexo.
Em relação aos cursos que serão ministrados pelo Senar
Goiás, ele disse que irá repassar o conhecimento obtido
para os mais jovens. Das mãos do detento, a produção de
chuchu aumentou mais de 50 vezes. Até no início deste ano
era colhida uma caixa e meia de chuchu por semana, há
cerca de 90 dias, devido ao trabalho intensificado, são retiradas da plantação 62 caixas de chuchu, comercializadas
no Ceasa.
A.S. de 46 anos e N.C. de 57 trabalham com a irrigação
das áreas de plantio do Complexo Prisional e também auxiliam no abastecimento de água das criações de animais no
local. A.S explica que já tinha experiência no assunto, pois
já trabalhou em irrigação de garimpo e também com agri-
R.D.S. diz que prefere ficar na
agropecuária a viver no presídio
julho/2011
CAMPO | 27
SEMENTES IRRIGADAS
Água na medida certa
para sementes
Estiagem favorece o plantio de sementes que, sob
irrigação controlada, geram cultivares ideais para
plantio do milho, trigo e feijão
Karine Rodrigues | [email protected]
P
ase chegar ao verde campo de soja ou uma frondosa
plantação de milho há um extenso caminho que
envolve alta tecnologia e o cuidadoso cultivo de
sementes. Mais comum do que se imagina, o plantio de
sementes irrigadas em Goiás é um mercado promissor.
Goiás está entre os cinco Estados brasileiros com maior
área irrigada o que favorece o plantio de sementes,
principalmente de milho e feijão durante o período de
estiagem.
Segundo o levantamento do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, o destaque
também é para o trigo, cuja área plantada foi de 21 mil
hectares, maior que a área do feijão de 19,5 mil hectares
e do milho com 8,3 mil hectares. Em último lugar vem a
soja com área plantada de 600 hectares. O baixo índice
de plantio de soja ocorre porque não se pode plantar
o grão durante o vazio sanitário e, durante a safra de
verão, a preferência dos produtores é pelo grão para o
28 | CAMPO
Agosto/2011
consumo. Embora os números do IBGE apontem que a
maior parte da área plantada em 2010 foi de sementes de
trigo, neste ano, a expectativa é de que a maior parte da
colheita de sementes seja de milho.
Em Goiás, as sementes irrigadas são plantadas no
período de seca que vai de maio a setembro. Isso porque
durante este período de estiagem, é possível fazer maior
controle da cultura, garantir maior qualidade fisiológica
e evitar doenças de origem fúngica. Segundo o analista
técnico da Embrapa Transferência de Tecnologia –
escritório de Goiânia, Sérgio Utino, a colheita da semente
em época chuvosa pode prejudicar a qualidade do grão,
que deve ser extremamente seco. Os cuidados com o
cultivo da semente devem ser redobrados se comparado
ao do grão para o consumo, pois a semente irá gerar uma
nova planta. Muitas doenças podem ser transmitidas à
planta pela semente.
O grão para semente deve ter umidade adequada,
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Jana Tomazelli
O produtor Carlos Henrique afirma
que dá trabalho, mas compensa
produzir sementes
a colheita deve ser diferenciada para não causar dano
mecânico, o solo tem que estar limpo e livre de
infestações anteriores de doenças e pragas. “A área
precisa ser selecionada”, explica Utino.
Tudo para que a semente atinja um padrão de
germinação. O padrão mínimo considerado hoje pelos
pesquisadores e empresas é de 80%. As aplicações
de defensivos devem ser feitas preventivamente e a
adubação é a mesma feita em lavouras de grãos para o
consumo. O analista da Embrapa diz que, em relação ao
solo, é imprescindível a análise para que os resultados
sejam os esperados.
Quanto à irrigação, Utino afirma que o ideal seria
fazer a medição com equipamentos específicos para
saber quais as necessidades de água na planta. “É
essencial fazer o controle adequado da irrigação para
racionalizar o gasto de água e as necessidades hídricas
da planta”, explicou.
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Processo de cultivo
O presidente da Associação Goiana dos Produtores
de Sementes (Agrosem), Marco Alexandre Bronson e
Sousa explicou como funciona o processo de produção da semente, que vai da formação da parceria entre
a empresa obtentora e produtor, à semente propriamente dita.
De início, a empresa obtentora faz a prospecção de
produtores que possuam sistema de irrigação na propriedade. Depois de firmado o contrato, a empresa
fornece a semente e parte dos insumos. Ela também
faz a colheita e transporte dos grãos-sementes. Cabe
ao produtor entrar com o serviço, que inclui a preparação da terra, o plantio e o cuidado com a cultura.
Segundo Marco, o agricultor não precisa ser necessariamente um produtor de semente para firmar
a parceria. “Cabe a empresa garantir uma produtividade mínima e uma receita mínima para o produtor
e caso essa meta seja alcançada e superada, o agricultor poderá receber um bônus por produtividade”,
explica.
O ganho do produtor é proveniente da economia
nos custos. Marco Alexandre disse que a redução nos
gastos varia entre 20% a 30%, dependendo da bonificação, até mais. A explicação é de que os ganhos do
produtor são provenientes da economia que ele faz
ao não gastar com a compra de sementes, insumos,
colheita e transporte. Além do ganho extra com a premiação por produtividade.
Bom retorno
O produtor de Goiatuba, Carlos Henrique Silva,
planta sementes irrigadas há mais de 10 anos e garante que compensa. Ele tem parceria com três das
principais empresas produtoras de sementes que atuam no País.
Este ano, ele plantou exclusivamente milho que irá
colher no mês de setembro. “Planto milho conforme a
demanda do mercado de milho grão, como o mercado está bom, a renda melhora”, explica. Ele também
planta semente de soja no verão e já plantou semente
de trigo.
Segundo ele, o custo é maior porque tem irrigação
e a produtividade é menor. No verão se tem uma produção maior com custo menor, porque não se gasta
com irrigação, a temperatura mais alta e mais luminosidade favorecem a produtividade. No inverno se
gasta mais para produzir menos. A temperatura e a
luminosidade afetam na produtividade da planta, que
resultam em custo 30% maior e a produção de 10% a
15% a menos.
Agosto/2011
CAMPO | 29
Rotação
As informações são divergentes quanto à utilização
da área de plantio de sementes. O presidente da Agrosem explica que as parcerias entre produtores e empresas são feitas anualmente, porém, as empresas gostam
de rotacionar o pivô e tentam fazer o rodízio das áreas
irrigadas.
Carlos planta 405 hectares de sementes em uma área
onde estão instalados cinco pivôs centrais. Ele relata que
para aproveitar o espaço e fazer a limpeza da área, faz
o plantio de outras culturas. Acrescenta que nunca lhe
foi pedido que fizesse rotação de área para o plantio das
sementes. “Vou colher semente de milho em setembro e
plantar soja em outubro”, conclui.
Marco também relatou que não depende muito da
vontade do produtor rural produzir sementes, mas da
necessidade das empresas obtentoras. “Depende da
vontade da empresa querer fechar a parceria e do agricultor de ter as condições adequadas para o plantio de
sementes”, ratifica.
Questionado sobre o plantio de sementes na região
em que trabalha, Carlos Henrique ressaltou que em
Goiatuba há muitos agricultores que plantam milho para
semente e a demanda por área para cultivo por parte
das empresas é grande. A mesma informação foi ratificada pelo produtor de sementes de feijão, soja e trigo,
Juliano Fontanella, de Crista
Mendel Cortizo
SEMENTES IRRIGADAS
Marco Alexandre, presidente da Agrosem
diz que produção de sementes irrigadas
em Goiás ainda é pequena
Produção autorizada
Produção de sementes é regulamentada por
lei e produtor precisa ter registro no Renasem
Para cultivar semente irrigada o produtor precisa ter o registro da área no Mapa. A produção, o comércio, a exportação, a importação e outras atividades relacionadas a sementes
e mudas no Brasil são regidas pela Lei 10.711/03, que instituiu
o Sistema Nacional de Sementes e Mudas, regulamentada
pelo Decreto 5.153/04.
A Lei nº. 10.711 instituiu o Registro Nacional de Sementes e
Mudas (Renasem) como obrigatório para pessoas físicas e jurídicas que exerçam as atividades na produção, beneficiamento, embalagem, armazenamento, análise, comércio, importação e exportação de sementes e mudas. Devem ter número de
registro os responsáveis técnicos, entidades de certificação,
certificador de sementes ou mudas de produção própria, laboratório de análise e amostrador na área de sementes e mudas.
Para produzir sementes de cultivares protegidas, inscritas
30 | CAMPO
Agosto/2011
no Serviço Nacional de Proteção de Cultivares (SNPC), é necessário que o produtor rural tenha autorização do detentor
dos direitos de propriedade intelectual. De acordo com informações do ministério, o primeiro passo para quem deseja
produzir, exportar, importar ou realizar qualquer atividade
relacionada com sementes é procurar a orientação do setor de
sementes e mudas da Superintendência Federal de Agricultura Estadual. Já as empresas que produzem e comercializam
precisam registrar as cultivares no Registro Nacional de Cultivares (RNC).
A produção de sementes para consumo próprio na maioria
dos casos é ilegal e o produtor não pode revender diretamente para outro o que produziu. Todo o ciclo de registro,
produção, entrega, beneficiamento e comercialização deve ser
respeitado.
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Informe Publicitário
Vantagens do associativismo
A Associação dos Produtores do Vale do Araguaia
(Aprova) tem como maior característica a união. Pecuaristas paulistas e goianos que atuam no Vale do
Araguaia se juntaram há seis anos com o objetivo de
fortalecer a pecuária de corte da região. Sua sede está
situada no município de Britânia e atualmente possui
100 associados. Esta união, segundo o presidente da
associação, Marcelo Marcondes, garante aos associados a comercialização dos bovinos a preços acima
dos praticados no mercado.
Atualmente, a associação possui um contrato de
12 meses, que termina em outubro, com um frigorífico onde a Aprova se compromete a fornecer 60
mil animais a um preço pré-definido pelos próprios
pecuaristas junto à empresa. Neste contrato, o pecuarista também está protegido contra as intempéries
do setor.
Marcondes conta ainda que além de facilitar a comercialização dos bovinos,
os associados também possuem
benefícios como a compra de
insumos e produtos agrícolas
que podem ser feitas por meio
da associação, cujos resultados são descontos maiores
no valor final da compra, que
automaticamente são abatidos no custo da produção.
“Essa é a vantagem do associativismo, tanto o pecuarista que abate 400 animais
quanto o que abate 15 mil
animais possuem os mesmo
benefícios”, acrescenta.
Jana Tomazelli
Alessandra Goiaz | [email protected]
Afonso/www.sxc.hu
CAMPO RESPONDE
Quais os
defensivos
permitidos ou
registrados para
utilização nas culturas
de manga, goiaba e
acerola em 2011?
Laercio Lima
Há uma deficiência muito grande em relação à quantidade
de produtos defensivos utilizados na produção de frutas. O
Ministério da Agricultura, juntamente com outras entidades do
setor, tem trabalhado em função de suprir essa deficiência e
tornar os produtos agrícolas, no caso as frutas, mais seguros ao
consumidor. Em breve serão divulgados os produtos registrados
para essas culturas e assim o fruticultor poderá trabalhar com
mais tranquilidade.
Como está o preço do açúcar no
mercado nacional e internacional?
Gerson Bravo
Os preços tanto no mercado interno
quanto no externo têm oscilado
bastante nos últimos meses,
especialmente pelas atualizações nas
estimativas de produção com a quebra
de safra no Centro-Sul. No mercado
interno o preço médio da saca (50 kg)
em julho fechou em R$ 64,33, alta de
17% em relação a junho. No mercado
externo alta de 14% nas cotações dos
preços futuros, US$ 29,30 por libra
peso na cotação de NY.
Consultor: ALEXANDRO ALVES,
assessor técnico da Faeg para a área
de cana-de-açúcar e bioenergia.
Consultor: ALEXANDRO ALVES, assessor técnico da Faeg
para a área de cana-de-açúcar e bioenergia.
Gostaria de saber se existe desconto para
liquidação ou renegociação de dívidas já
ajuizadas referentes à secutirização com
último pagamento em 1998 ou 1999.
Quais são os principais
modelos de abatedouros
de ovinos? Como posso ter
acesso a esses modelos? Quais
as normas para registro no Serviço
de Inspeção Estadual (S.I.E.)?
Ricardo Simões de Lima
Se você fez a opção pela adesão à Lei 11.775
este ano ainda poderá liquidar a dívida com
desconto, que vai depender do valor atual e
das amortizações realizadas. Se renegociou
em D.A.U., não incidirá nenhum desconto.
Consultor: ALEXANDRE CÂMARA
BERNARDES, presidente da Comissão de
Crédito Rural da Faeg.
Recentemente, a pedido da Comissão
Nacional de Ovinos e Caprinos da CNA, o
MAPA elaborou um modelo de planta com
todas as especificações técnicas aprovadas
por este ministério. Ela está disponível
também no site da CNA: http://www.
canaldoprodutor.com.br/sites/default/files/
Plantas-caprinoeovinos.pdf. Para a obtenção do
Serviço de Inspeção Estadual (SIE) entre em contato
na Agrodefesa.
Consultora: CHRISTIANE ROSSI, assessora técnica da
Faeg para a área de pecuária.
Envie suas dúvidas para [email protected]. Não se esqueça de colocar seu nome completo, a região onde mora e a
cultura que produz. Envie-nos também fotos do assunto que pretende obter resposta.
32 | CAMPO
Agosto/2011
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João Faria
Ademir Rodrigues Machado
Cristiano Ferreira
DELÍCIAS DO CAMPO
Receita elaborada
por Cristiano Ferreira da Silveira,
tecnólogo em Gastronomia e instrutor
de Cozinha Rural do
Senar, em Goiás.
www.senargo.org.br
Bolo cremoso de fubá
Ingredientes:
Modo de fazer:
5 ovos
2 copos de açúcar
3 colheres das de sopa (cheias)
de margarina
1 e ½ copo de fubá
4 colheres de sopa de farinha de trigo
4 copos de leite
6 colheres de sopa de queijo ralado
1 colher de sopa de sal
1 colher de sopa de fermento em pó
Coloque todos os ingredientes no liquidificador, exceto o fermento em pó, e bata
bem. Adicione o fermento e bata levemente. Despeje a massa batida em assadeira untada com margarina e enfarinhada
com açúcar refinado. Se desejar misture
um pouco de canela em pó no açúcar. Leve
para assar em forno médio, pré-aquecido,
até dourar. Para servir espere o bolo esfriar mais ou menos 1 hora.
Agosto/2011
CAMPO | 33
Jana Tomazelli
CASO DE SUCESSO
Edvaldo comemora o salto
na produção de leite em sua
propriedade
34 | CAMPO
Agosto/2011
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Vacas mais produtivas
Criador de gado de leite da região de Luziânia
aprendeu no Senar a receita de como aumentar a
produção e multiplicar os lucros
Rhudy Crysthian | [email protected]
U
Felipe Godoy / www.sxc.hu
m aumento na produção de 90 litros de leite por
dia para 400 litros/dia. Esse foi o saldo nos tanques
da propriedade de Ednaldo da Costa Meireles, a
60 quilômetros de Luziânia, entorno do Distrito Federal.
A diferença foi conquistada praticamente sem adquirir
novas vacas leiteiras, ele possui 24 animais na ordenha. O
produtor pretende, em dois anos, alcançar uma produção
de 600 litros de leite por dia.
A melhoria não foi alcançada por mágica. Ele estudou
e preparou a propriedade para se tornar uma referência
na região. Ednaldo participou de praticamente todos
os cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
(Senar), em Goiás, relacionados à bovinocultura. Foram
aulas como inseminação artificial, casqueamento de
bovinos e qualidade do leite, entre outras.
“Eu sabia que precisava encontrar uma maneira de fazer
meu rebanho produzir mais, só não sabia como”, lembra.
Com vacas produzindo quantidades insignificantes de
leite, o produtor via sua propriedade se tornando cada vez
menos viável. Houve momentos em que até alugava seu
pasto para poder manter as despesas
da propriedade.
“Estava praticamente pagando para trabalhar”, reclama.
Mas hoje ele é só alegria quando reúne as vacas no curral
e aponta as campeãs de produtividade. Graças às técnicas
e informações que aprendeu nos cursos do Senar, hoje,
o produtor sabe escolher os melhores lotes de leiteiras e
otimizar a alimentação das vacas na propriedade, sempre
visando maiores produtividades do rebanho.
Renda
Toda a renda da propriedade é extraída exclusivamente
do leite. Depois que se tornou um assíduo frequentador
dos cursos do Senar, Ednaldo já conseguiu construir uma
nova sede na propriedade, comprou uma ordenhadeira
mecânica, tanque para armazenar o leite de maneira
adequada, terminou de formar os pastos e passou a
investir no plantio de milho para a produção da silagem
utilizada como alimento do rebanho.
Quem pensa que os investimentos de Ednaldo param por
aí se engana. Ele aprendeu a fazer inseminação artificial
e tem um aproveitamento de 90% das tentativas. O nível
do produtor está tão além de um pequeno criador de gado
que ele já importou sêmem bovino da Nova Zelândia e
comprou dois lotes de gado melhorado geneticamente.
Andando pelo pasto, Ednaldo some em meio às suas
24 cabeças de vacas leiteiras que sabe os nomes uma
por uma. De poucas palavras e bastante concentrado em
suas atividades na fazenda, Ednaldo passa a impressão de
quem parece estar satisfeito quando olha para o passado
e vê que todo seu esforço está dando resultado. Tudo
graças ao melhor investimento que acredita ter feito na
propriedade; o aprendizado. “Eu participei de todos os
cursos de bovinocultura do Senar. Quando existirem
novas modalidades também participarei”, garante.
Como participar
Os interessados em treinamentos e cursos do
Senar Goiás no município de Luziânia devem
entrar em contato com o Sindicato Rural pelo
telefone: (62) 3621-1060.
www.senargo.org.br
Agosto/2011
CAMPO | 35
Jana Tomazelli
CURSOS E TREINAMENTOS
EM JULHO, O SENAR PROMOVEU
284
39
Na área de
agricultura
CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL
87
14
Em atividaNa área de
de de apoio
silvicultura
agrossilvipastoril
3
11
Na área de
Na área de
agroindústria aquicultura
97
Na área de
pecuária
33
Em atividades
relativas à
prestação de
serviços
Doçura no campo
Alessandra Goiaz | [email protected]
O
curso Fabricação Caseira de Melado, Açúcar
Mascavo e Rapadura ensina aos produtores, trabalhadores rurais e familiares técnicas que visam
um aproveitamento maior da produção de cana-de-açúcar. O evento oferece informações desde a preparação das
instalações até higiene e segurança no trabalho. Além
disso, os participantes também praticam as técnicas de
moagem, preparação do caldo, fabricação do melado, do
açúcar e da rapadura e se preparam para comercializar os
produtos. O curso é voltado para pessoas do meio rural
que tenham idade mínima de 18 anos.
Para mais informações sobre os cursos
e treinamentos oferecidos pelo Senar, em
Goiás, o contato é pelo telefone (62) 3545-2600
ou pelo site www.senargo.org.br
86
34
Alimentação
e nutrição
CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL
8
Organização
Comunitária
7
Saúde e
Alimentação
9
Prevenção
de acidentes
28
Artesanato
4.227
PRODUTORES E
TRABALHADORES
RURAIS
CAPACITADOS
CAMPO ABERTO
Investimento
para produtividade
Lorena Barbosa Carneiro | [email protected]
Arquivo pessoal
O
Lorena Barbosa
Carneiro é advogada, vice-diretora secretária da
SGPA e presidente da Comissão de
Direito Empresarial da OAB/
GOIÁS
38 | CAMPO
Estado de Goiás se
mostra a menina
dos olhos do país,
trazendo para o Brasil Central
a responsabilidade de 49% da
produtividade de carne nacional,
bem como para exportação.
O trabalhador rural - leia-se
empregadores e empregados
- visualiza o investimento na
produtividade como o meio
para atender a demanda por
políticas de proteção ambiental
sem sobrepor ao direito a vida,
pois o cidadão sem alimento não
poderá viver em um ambiente
socioambiental sustentável.
O meio produtivo, seja
ela urbano ou rural, tem se
manifestado com soluções para
as travas da produção como a
carga tributária, os subsídios
nos países estrangeiros, bem
como os custos com transporte
que diminui a competitividade
substancialmente. As Federações
da Agricultura em todo país,
bem como a exemplo da Faeg e
entidades ligadas ao setor como
a Sociedade Goiana de Pecuária
e Agricultura (SGPA), em parceria
com a OAB/GO, vêm realizando
debates de como restabelecer a
harmonia entre a produtividade e
preservação, tendo em vista que
somente temos a preservação de
Agosto/2011
hoje em função dos produtores
rurais que o fizeram mesmo
antes da existência de qualquer
norma legal.
A parceria entre as entidades
vai trazer otimização da
produção, através de políticas
de conscientização dos
procedimentos legais para
viabilização da propriedade
frente aos desafios dos novos
mercados. A essencialidade da
contratação de profissionais
e técnicos a exemplo do
contador, veterinário, engenheiro
agrônomo, advogado, e outros,
traz a minimização preventiva
de perdas que agrega na
rentabilidade do faturamento, ao
se implantar uma empresa rural.
O ano de 2011 trouxe um
avanço na área do direito
comercial, afeto ao direito do
agronegócio, ao profissionalizar
e desburocratizar a fundação
de uma empresa, por meio da
empresa individual limitada,
mediante a Lei 12.4 41/2011,
no intuito de desonerar o
custo da produção bem como
profissionalizar a atividade rural.
No entanto, é preciso destacar os
limites e as especificidades do
agronegócio, com ritmos e ciclos
peculiares, bem como face à sua
sazonalidade.
Com tal implantação no meio
produtivo, do chamado Sistema
Privado de Financiamento
do Agronegócio, através das
tradings companies, torna viável
ao pequeno produtor o acesso ao
crédito por meio das transações
estruturadas, e que refletem o
novo modo de comercialização
da produção com maior
segurança na compra e na venda
da mesma.
Países como a França e
Estados Unidos realizam
pesquisas frequentes dos
sistemas agroindustriais e
criaram o Comodity System
Approach, trazendo o processo
de especialização da produção
agropecuária com a interação
do setor agrícola e industrial no
processamento e distribuição
dos produtos do agronegócio,
aumento da rentabilidade e
otimizando a produtividade.
Recentemente, o Governo
Federal lançou o Plano Anual
da Safra, mas não reflete
as necessidades do campo.
Carece de incentivo a pesquisa,
assistência técnica e extensão
rural, eletrificação e irrigação
dentre outros quesitos, pois o
investimento no meio produtivo
rural é o que possui a maior taxa
de retorno.
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