II Encontro Nacional TIC e Educação para Alunos do Ensino básico e Secundário
PROJETOS E PRÁTICAS DE INTEGRAÇÃO CURRICULAR COM AS TIC
A CRIAÇÃO DE PORTEFÓLIOS COM WEBNODE
Ferreira, S.M.; Pereira, M.
Escola Secundária de Vialonga; Escola Secundária D. Dinis
[email protected]; [email protected]
Resumo
Este trabalho pretende refletir sobre a utilização dos Recursos Educativos Digitais junto dos
alunos de uma turma do Ensino Básico. O objetivo do trabalho visou a pesquisa, organização e
adaptação de um Recurso Educativo Digital à disciplina de TIC do 9º ano, com o intuito de
promover a criação de um portefólio por parte dos alunos.
Neste artigo, procura-se abordar uma ferramenta que pudesse ser utilizada à disciplina de TIC,
mas também de um modo transversal e de uma forma continuada a outras disciplinas. A escolha
recaiu sobre uma ferramenta específica de criação de páginas web, a WebNode, e a sua
aplicação apresentou como objetivos gerais: saber o que é a Internet e distinguir os vários
serviços que ela disponibiliza; conhecer e utilizar o Webnode, enquanto ferramenta informática
destinada à construção de páginas Web. Pretende-se deste modo que o aluno adquira como
competência chave, a aplicação das TIC em contextos diversificados através de softwares
educativos específicos.
Palavras-chave: WebNode, RED, portefólio, aprendizagem colaborativa, transversalidade
PORTEFÓLIO
Um portefólio, segundo o dicionário da Priberan, é um conjunto de documentos
(fotografias, trabalhos de pesquisa, textos escritos, desenhos, …), reunidos num dossier
ou CD, acompanhados de uma reflexão do aluno e organizados tendo em conta os
objetivos que se pretende atingir/desenvolver. O portefólio reflete o conjunto de
aprendizagens que o aluno adquire ao longo do processo formativo. A elaboração do
portefólio tem como objetivos: organizar e planear; recolher elementos; desenvolver e
concretizar os conteúdos; refletir sobre os conteúdos; apresentar ao professor.
RECURSOS EDUCATIVOS DIGITAIS
Antes de mais, comecemos por entender o que são os Recursos Educativos Digitais
(RED). Uma definição que se apresenta como adequada é a apresentada por Carneiro et.
al. (2010), que define RED como produtos em suporte digital destinados aos contextos
de aprendizagem e serviços de suporte e apoio à sua utilização.
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Conforme referido por Campos (2009), os RED apresentam como principais
características a facilidade de manipulação e manuseamento bem como a capacidade de
serem facilmente transportáveis e a sua constante mutação.
Em resumo, os RED devem ter uma finalidade muito própria, contribuindo de algum
modo para o desenvolvimento das aprendizagens dos alunos.
SOFTWARE EDUCATIVO
Uma área em rápido crescimento é a dos softwares educativos. Após o aparecimento e
evolução dos computadores, as aplicações foram-se adequando às diversas áreas do
saber e, como não poderia deixar de ser, a educação foi uma das áreas mais
beneficiadas, pois agilizou o seu modo de funcionamento, permitindo aos pesquisadores
que trocassem informações com maior rapidez.
Segundo Chaves (2000), a avaliação de um software educativo deve corresponder a uma
análise criteriosa, considerando, por um lado, os requisitos associados aos mesmos, e,
por outro, as variáveis relacionadas com produto analisado, procurando desta forma
selecionar o que é mais adequado às necessidades do contratante.
De modo a simplificar o método de avaliação de um software, torna-se fundamental
aplicar métodos, técnicas e ferramentas que conduzam esse processo de avaliação. A
evolução de um método que atenda essa avaliação permitirá organizar e uniformizar as
etapas a ser seguidas. Para Chaves (2002), a construção de uma metodologia para
avaliação de software tem ainda como propósito fornecer uma visão de todas as
características do objeto avaliado permitindo verificar a conformidade com os requisitos
inerentes ao software o que proporcionará maior rapidez e qualidade nos resultados a
serem obtidos.
WEBNODE
Segundo Raposo (2012), “o Webnode é uma ferramenta inovadora que permite ao
utilizador a criação, edição e gestão de projetos em páginas Web. É uma ferramenta de
utilização bastante simples, cuja navegação é na sua maioria intuitiva. Fornece uma série
de ferramentas poderosas baseadas em tecnologias Web 2.0, tais como edição de
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páginas, criação de blogue e catálogos de produtos. O Webnode é totalmente gratuito e
de fácil manipulação, pois não é necessário possuir conhecimentos de programação.”.
IMPLEMENTAÇÃO DO RED
A aplicação desta ferramenta inseriu-se no paradigma interpretativo de investigação,
tentando entender as formas de pensar, as atitudes e percepções dos alunos no
processo de ensino e aprendizagem (Coutinho, 2006).
A implementação deste RED à referida disciplina visou a criação de um portefólio por
parte dos alunos com recurso à ferramenta WebNode. De modo a cumprir o objetivo
proposto, os alunos começaram por se registar na plataforma e entender os conceitos
inerentes ao seu modo de utilização.
Seguidamente, e cumprindo os objetivos definidos para a realização do portefólio, os
alunos organizaram e planearam a estrutura do site. À medida que as matérias foram
sendo apresentadas, os alunos foram efetuando a recolha elementos de modo a
poderem desenvolver e concretizar estes conteúdos no seu portefólio. Finalmente, e de
uma maneira contínua, foram apresentando o resultado final ao professor com vista a
obterem uma avaliação, que incidiu em pontos como a apresentação, criatividade,
originalidade, autonomia, organização, estruturação e sequencialidade.
Como potencialidades à utilização deste RED, segundo Raposo (2012), o Webnode
apresenta como principais potencialidades: não requerer a instalação de qualquer
software, sendo a sua gestão fácil; atualizar, editar, desenvolver e manter o site em
qualquer altura; editar documentos online; inserir Widgets: Redes Sociais, Mapas,
Vídeos, Partilha de Ficheiros; possibilitar uma publicação instantânea.
Como constrangimentos, pode-se apontar o facto de a ferramenta ser totalmente online, logo necessitar de uma ligação à internet.
Os instrumentos de recolha de dados recaíram na observação direta e na entrevista, pois
são facilitadores do registo de uma narrativa menos condicionada pelo método de
investigação, proporcionando uma maior autonomia na associação de ideias e uma
maior facilidade no discurso, tornando o objeto de estudo mais rico em detalhes
(Almeida, Delicado, Alves e Carvalho, 2011).
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Este estudo apresentava como objetivo responder à questão: a utilização de um
software educativo propicia uma maior criatividade nos alunos?
Os resultados demonstraram que esta ferramenta foi bem aceite pelos alunos, que
consideraram esta atividade criativa e relevante.
CONCLUSÃO
Em suma, entende-se que perante o público-alvo selecionado, uma turma do 7º ano
constituída por 25 alunos, esta é uma ferramenta que se adequa à elaboração do
objetivo proposto. A ferramenta é de fácil compreensão bem como as suas
funcionalidades. Para o nível de conhecimentos que, normalmente estes alunos
apresentam e pensando neles como imigrantes digitais, entende-se ser esta uma boa
ferramenta para a sua iniciação na internet.
Limitações presentes à sua utilização prendem-se com nem todas as escolas possuírem
boas infraestruturas tecnológicas além de um acesso ser moroso.
REFERÊNCIAS
Almeida, A., Delicado, A., Alves, N., Carvalho, T. (2011). Crianças e Internet: usos e
representações, a família e a escola: relatório do inquérito. Lisboa: ICS e Fundação
Calouste Gulbenkian.
Campos, F. (2009). Dos recursos digitais aos objetos de aprendizagem em contexto
escolar. Doutoramento em Tecnologias de Informação e Comunicação e
Educação – Integração Curricular nas TIC. Universidade de Lisboa: Lisboa.
Disponível em http://www.slideshare.net/fernandocampos/dos-recursoseducativos-digitais-aos-objectos-de-aprendizagem-em-contexto-escolar. Acedido
em 13 de fevereiro de 2013.
Chaves, E. (2000). Avaliação de software para EAD via internet: algumas considerações
preliminares.
Coutinho, C (2006). Aspectos metodológicos da investigação em tecnologia educativa em
Portugal (1985-2000). Atas do Colóquio da AFIRSE. Lisboa: Universidade de Lisboa
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Priberan. Disponível em
http://www.priberam.pt/DLPO/Default.aspx?pal=portef%C3%B3lio. Acedido em
10 de fevereiro de 2013.
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A Criação de Portefólios com Webnode