Daniel faria
SUB Hamburg
A/590853
POESIA
edição
VERA VOUGA
ASSÍRIO & ALVIM
I - CONFIDÊNCIA.
Prefácio à Poesia de um poeta maior — Vera Vouga
9
II - A N T E M A N H Ã (Inéditos)
Poderia ter escrito a tremer de respirares tão longe
19
Precisava de falar-te ao ouvido
20
Sou gémeo de mim e tudo
;
Deixo o corpo à sombra da flor mais alta
A manhã move apedra sem raiz
21
; . . ..
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23
III - DAS MANHÃS (Livros da idade adulta)
EXPLICAÇÃO DAS ÁRVORES E DE OUTROS ANIMAIS
Explicação das árvores e de outros animais
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Depois das queimadas as chuvas
31
A estrela nasce da raiz carbonizada
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Largo é o aberto abandonado
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Como doem as árvores
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Como as crias no colo dobrasse as patas
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Para que visses
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Se fosses pássaro baterias as asas para destruir a armadilha
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Devo ser o último tempo
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Ando um pouco acima do chão
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Tenho aflição por tudo o que morre
41
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Encosto-me à morte sem amparo ou sombra
Voz no vento passando entre poeira
Houvesse um sinal a conduzir-nos
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Explicação da pedra enquanto lume
Anuncio e pereço
A mão aberta já não liga
Apedra tem a boca junto do ouvido
Apedra está poisada sobre si mesma
Se acender a luz
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Explicação das casas
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Aporta mora à espera
A casa vem das mãos para ficar desabrigada
Estou dentro de paredes brancas
Mesmo no interior do quarto
Não fui margem sem outra margem onde ligar os braços
Os homens descansam na sombra
De manhã vendeu a casa e o arado
Sei bem que não mereço um dia entrar no céu
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Explicação do labirinto
Aquiles e Pátroclo
Labirinto I
Labirinto II
Labirinto III
Pedra de Sísifo I
Pedra de Sísifo II
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•
-.-.-
Do inexplicável
O homem pensa na razão para o pousio
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O homem lança a rede e não divide a água
......:...
No meio da tempestade corrigiu o saibro do caminho
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Acontecera que as coisas.se destruíssem sem que nelas sobrevivesse....
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O nome parece a infância
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Estranho é o sono que não te devolve.
Como reporás a terra arrastada
Guarda a manhã
Anoitece como num dia de acidentes.
Socorre-me, devolve-me a leveza
Caminha para dentro dos cercos
Caminho sem pés e sem sonhos
O meu projecto de morrer- é o meu oficio
Um coração de sangue
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Ultimas explicações
Explicação da madrugada
Explicação da t a r d e . . . :
Explicação da noite
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Explicação da lâmpada
Explicação da luz
Explicação do cântaro
Explicação dos cântaros
Explicação das marés
Explicação do tráfego .
Explicação do homem
Outra explicação do homem
Explicação da gravidade
Explicação do poeta
Explicação da escuta
Explicação de Ricardo Reis
Explicação da ceifa
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Explicação do jugo
Explicação da ceguez
Explicação do sorriso
Explicação da cura
Explicação do alpendre
Explicação da ausência
Explicação da espera
Explicação da distância
Ultimas explicações
:....
HOMENS QUE.SÃO COMO LUGARES MAL SITUADOS
Homens que são como lugares mal situados
Examinemos um homem no chão
Sei que o homem lavava os cabelos como se fossem longos
As mulheres aspiram a casa para dentro dos pulmões
O filho é o carrossel à volta da mãe
i
Homens que são como lugares mal situados
Homens que são como projectos de casas
Homens que trabalham sob a lâmpada
Não levantemos os homens que se sentam à saída
Mas basta-me um quadrado de sossego.
Amanhecemos sem materiais suficientes para a luz total
Repito que vivo enclausurado na agilidade de um animal nascido . . .
Épor isso que adormeço numa luz em movimento
Há muitos metros entre um animal que voa
.
Foi u m tempo branco, repetidamente lavado nas próprias m ã o s . . . .
Tornei-me peso
:.........
Dinamitei depois tudo o que em m i m tinha forma de aquário . . . .
Agora és um animal que pensa
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Para encontrar o golpe no sono
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Acordei com as narinas a sangrar um perfume
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Acordei também com os pássaros
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Ela pôs-me o dedal sobre os olhos
142
Acordei dentro do poço
142
Trinquei o vidro e ouvi o coração da mulher estalar:
142
Ela sorveu-me o sangue, curou-me a boca,
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Acordei dentro desse pensamento como um homem salvo
143
E eu disse à mulher: destece-me
143
Assemelhei-me a um xilofone de silêncio:
144
Debrucei-me sobre a meada estreita, o estreito poço
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A mulher lançou a sua mão
144
A mulher guardou-me no útero
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Acordei com os olhos comidos como um corpo depois de sepultado. . .
Se fores pelo centro de ti mesmo
Sara
A escrava de Sara
Separação de Abraão e Lot
A morte de Jonatas
Sarepta
Eliseu
Sunam
Junto dos rios da Babilónia
O regresso dos rios da Babilónia
Elogio da mulher
Coeleth
Raquel
Lamentações
Ezequiel
A mulher adúltera
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,
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Filho pródigo
Zaqueu
Charles de Foucauld
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Uma espécie de anjo ferido na raiz
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Examinemos também a escrita
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Um pulso aberto não dói mais
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Conserto a palavra com todos os sentidos em silêncio
174
Falo daquilo que vejo, embora possas pensar que sou u m cego . . . 1 7 5
Entrei na sombra como alguém que via
•
176
Alguma coisa trazia a candeia para dentro — havia uma noite
dentro de casa —
177
Existia, no entanto, um poema a recuar
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Para o instrumento difícil do silêncio
Trago os instrumentos do fogo
Mas tu existes
Mas tu cresces abundante como um ano bom
Porque a morte tem o seu tempo
És o pé de criança sobre o meu pé
De veres o meu lugar. De me veres só
Há uma palavra pessoa
Este é o dia novo. Sei-o pelo desejo
Se o fogo destruir a casa
.•
Cruz, rosa
Dos
'.'.
.-
LÍQUIDOS
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Para que nasças no mês anterior
Das nascentes
Há homens a abrir as mãos como livros
Eles trazem em nós as águas e pousam-nos
Eles abrem a palavra
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•
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Do Livro do Êxodo
Do Livro dos Números
Do Livro de Ezequiel
Do Livro de Zacarias
Do Livro dos Actos dos Apóstolos
Do Livro do Apocalipse
Das Instruções de S. Columbano, Abade
Do Livro dos Solilóquios 1
Do Livro dos Solilóquios 2
Do Livro das Meditações 1
Do Livro das Meditações 2
Do Livro das Meditações 3
Do Livro Primeiro da Noite Escura, de São João da Cruz 1. . .
Do Livro Primeiro da Noite Escura, de São João da Cruz 2. . .
Do Livro Primeiro da Noite Escura, de São João da Cruz 3. . .
Do Livro Segundo da Noite Escura, de São João da Cruz 1 . . .
Do Livro Segundo da Noite Escura, de São João da Cruz 2 . . .
Do Livro Segundo da Noite Escura, de São João da Cruz 3. . .
Do Livro Segundo da Noite Escura, de São João da Cruz 4 . . .
Do Livro Segundo da Noite Escura, de São João da Cruz 5 . . .
Do Manuscrito C de Santa Teresa do Menino Jesus 1
Do Manuscrito C de Santa Teresa do Menino Jesus 2
Do sacrifício de Isaac
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Dos líquidos
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Quando eu era uma criança de muletas
233
Quando vier o meió-dia e da noite só tiver uma certa semelhança . . 234
Quando nadei profundamente na morte
235
Quando a embarcação lançava o seu lugar
236
Quando a tua casa se vai tornando a cesta de vime
237
451
Do inesgotável
239
Abriu-se em ferida a cerca do teu sopro
•.
241
Amo-te no intenso tráfego
242
Amo-te como um planeta em rotação difusa
243
Sem outra palavra para mantimento
244
Amo-te nesta ideia nocturna da luz nas mãos
245
Amo-te na carne que tomaste do chão que aplaino
246
A m o o caminho
que estendes p o r dentro das minhas
divisões.....
247
Neste lugar transitório mantém-me mendigo
248
Observei-te sabendo já que eras um homem — a cabeça
249
Todas as minhas fontes vêm de ti
250
E desço à verdura das tuas mãos
252
Deixo crescer o cabelo sobre os pés divinos
253
Enquanto tenho o lume corro
254
Estou a um palmo da parede. Pergunto — se queres saber o que oiço —
255
Transforma o coração na coisa desamada
256
As chagas são vivas como as guelras dos peixes
257
Consomes-te, não podes apagar-te
258
Escolhi a morte para ficar contigo
259
Procuro o trânsito de um homem que repousa èmti
260
Procuro o lento cimo da transformação
261
Pastagem onde o pastor descansa .'.
262
As nossas cabeças são como as ameias que vigiam
263
Vimos apedra vazia no interior da terra
264
Ele é o cavador e o trabalho e a vinha
265
Do sangue
267
Também poderia ter escrito de ter provado no deserto r.
Começa no verbo o que escrevo. A palavra
269
270
Trabalho a partir da existência da luz
271
Ainda não sei ouvir a lâmina
272
452
Vejo o pedreiro
à chuva a abrir aquedutos
para o coração . . . . . . 2 7 3
Voz pisada como o vinho
274
O sangue não carboniza os sons para que os aguarde —
275
Há um comboio iluminado no meu cérebro cheio de túneis e noites
276
Escrevo do lado mais invisível das imagens
277
Estás na terra plana e o teu cabelo não ondula
278
Ponho sete vezes a terra sobre esta terra, sobre esta raiz afogada . .
279
A nuvem é noite sobre o viajante às escuras
280
A lâmpada está no espelho e não é um rosto
281
É sob a silenciosa sombra dos sobreiros
Tapas as palavras sem socorro no escuro
282
:
283
A flor está poisada no lugar de florir
284
Quero a fome de calar-me. O silêncio. Único
285
Eupeneiro o espírito e crivo o ritmo
287
Das inúmeras águas
289
Com a vara calculei a distância entre os dias
291
A criança fecha os olhos no muro
292
Um pássaro em queda mesmo
293
Apareço na fenda do muro
294
Sei o mês exacto por medo de perder-te
295
Como nos degraus a sombra nos olhos de Ezequias
296
Dos campos que cultivei duas sementes restaram
297
Chamavas os bois com a mão
298
Costumo poisar os dedos, tactear
299
Construo o meu casulo até as cisternas transbordarem
300
Ponho-me na toca dos bichos, nos teus olhos fechados
301
Calculo uma doença difícil e definitiva
302
Queria ter aposição dos claustros
303
Atiro uma pedra à água
304
Apedra na terra
•
453
305
Sento-me entre os que cantam em círculos
Sem o agasalho das asas
:
306
•.
307
E multipliquem os pássaros que cantam
Dou-te a minha ausência e a noite da escada
A noite veloz bate a lâmpada azul contra as casas
308
309
310
Do que sangro
311
O que desconheço: a casa. O modo como a encontrei de noite . . . 3 1 3
Entro. Conheço a minha casa. É mansa
314
Corro tal como os bichos quando as ervas nascem
315
A casa abre fendas dos pés à cabeça
316
Quem me dera adormecer em frente do teu sono quem me dera. . 318
A mulher muitas vezes avança
320
Há uma mulher a morrer sentada
322
A sombra dafigueiranão me lembra a sombra
323
Dai-me da água ou da resina de um ramo
324
Dizei-me em que caminho o nómada se me iguala
326
Tenho os olhos fechados para que não os enxugue ninguém
327
Ninguém mo ensinou mas descobri por mim
328
Amarro dois degraus para não subir
329
A árvore, uma nora de sombra
330
Já me ensinaram que o sol
331
As águas mudam por dentro de outras águas
332
As areias, as sementes delas
333
Do ciclo das intempéries
335
Sabes, leitor, que estamos ambos na mesma página
337
Quero dizer-te que esta magnólia não é a magnólia
338
Nem ela sabe por onde te conduzo agora
339
Se te puseres à escuta a magnólia pode ser uma árvore de fruto — . . 340
Começo, pois, no alto a saciar-te. Explico-te o ciclo
341
O tesouro é então a magnólia segredada entre nós dois
342
454
Magoa ver a magnólia cair. Acredita
Prometo-te a palma da minha mão para a escrita
343
344
IV - DAS MADRUGADAS (Livros da idade juvenil)
. UMA CIDADE COM MURALHA
349
Prefácio
Antecomeço
(Hoje)
(Ontem)
(Dizem que ontem)
(Mais que ontem)
(Nos dias de mais que ontem)
(Idem)
(Idem)
(Onde o ontem podia ser hoje)
(Anteontem)
(Idem)
(Idem)
(Idem)
(Voltando ao ontem)
(Ontem)
(Hoje. Quase amanhã)
:
OXÁLIDA
351
352
354
355
357
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359
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361
362
363
364
365
366
368
369
370
371
Antemanhã
Anteaurora
Asas denominadas
Aurora
Cigarra
Histórias do país de Helena
ftaca
373
374
375
376
' 377
378
379
455
Infância
Naíade
Monólogo
As praças
(Part)ida
Oxálida
A casa de Cecília
Biografia
As manhãs
Fragmentos
Espuma calcária
Sono díglifo
Estio
Ausência
Recado a Náuvio
Arte poética
•
:....
'.
380
381
382
383
385
386
387
388
389
390
391
392
393
394
395
396
A CASA DOS CEIFEIROS
397
Pórtico
Ofício
Braços abertos
Mendigos
Mulher
Manhã
Lugar
Como os que chegam
Confidência
Ramo de amendoeira
Ascese
Eva
Rendição
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400
401
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404
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407
408
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410
411
:..
:'.
;
456
Aqui peço
Sobre a areia
Percurso
Mãos de pedra
Os pescadores
Os laços
Alucinação
Mar fundo
Barco solto
Canção para um fim de Verão
Mãos incendiadas
E agora escondo
Estuário
Imigração
Quase nada
Combate
O menino
Dálias
O corpo, a coluna
Espera
Siracusa
Fosses tu
A casa dos ceifeiros
'
...
.
V - ANTEAURORA (Inéditos)
Forampétalas
A espessura do sol
Pai I Tenho medo de morrer depois da morte
Mãe I Manda a águia
Ouve a luz
Diário
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