Jorge Himitian
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ORIENTAÇÃO PARA O NAMORO
Jorge Himitian
O que é o namoro?
É um caminho de preparação para o casamento. Não é uma relação que tem
um propósito em si mesmo. Pensar em namoro sem projetar para a união
matrimonial é inadmissível para um discípulo de Cristo. Ninguém deveria
namorar, relacionar-se, a menos que esteja pensando seriamente em casar-se.
Isto não significa que todos que namoram estejam obrigados a casar-se, mas
deve ter esta sincera intenção. O namoro é uma etapa de mútuo
conhecimento. Para tanto, se os noivos descobrem durante esse período que
não são um para o outro, é melhor que se separem. O namoro é um caminho
que aponta para o casamento, mas não obriga a casar-se. Não é um caminho
sem retorno. Não é assim o casamento, que é uma relação definitiva.
O namoro é uma relação entre um homem e uma mulher para conhecer-se
mais profundamente, no caráter, a personalidade, a maneira de ser, a
espiritualidade, a afetividade, os gostos, os costumes, o projeto de vida, os
valores, com o propósito de descobrir na vontade de Deus, se um é para o
outro. Ou seja, é um período para que cada um descubra e confirme se quer
casar-se com essa pessoa; sendo ambos conscientes de que o matrimonio é
um pacto indissolúvel até que a morte os separe.
É bom esclarecer que o namoro é um período para conhecer-se
pessoalmente, em todo sentido, menos sexualmente. A experiência sexual virá
quando tenham feito o pacto matrimonial diante de Deus e da sociedade.
A Bíblia fala algo a respeito de namoro?
Não há um texto bíblico que nos dê instruções acerca do namoro, pois é algo
que depende da cultura de cada época e dos costumes de cada povo ou
sociedade. Mas, na palavra de Deus, sim há princípios eternos e imutáveis.
Por exemplo: “Deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e se unirá a sua mulher,
e serão os dois uma só carne” (Gn 2:24)
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A Bíblia ensina que o homem e a mulher têm somente dois estados possíveis:
solteiro/a ou casado/a. Viúvo/a é o mesmo que solteiro/a, quer dizer que está
só e livre para casar-se.
O divorciado/a ou separado/a diante de Deus segue sendo casado, pois já foi
declarado por Deus uma só carne.
Quando deveria se iniciar um namoro?
Quando podemos namorar? Em que idade? Quanto tempo deve durar o
namoro? Que requisitos se devem reunir para namorar? São todas perguntas
que não têm uma resposta única nem absoluta; as respostas devem vir do
conselho dos pais e pastores, e cada caso deve ser considerado
pontualmente. Mas, como orientação geral, podemos dar algumas
recomendações.
É importante que cada jovem saiba que na vida há etapas. Eclesiastes 3:1, diz:
Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito
debaixo do céu. E no vs. 11 assinala: “Tudo fez formoso em seu tempo”.
Todo jovem deve perguntar-se: Esta etapa de minha vida é o tempo próprio de
iniciar um namoro, ou seria melhor que neste período eu me concentre em
minha formação humana (completar meus estudos, aprender um ofício,
adquirir uma profissão, poupar), e/ou em minha formação espiritual (o
discipulado básico)?
A formação de uma vida é como edificar uma casa. Há diferentes etapas na
construção. Não se pode colocar o teto se não levantar primeiro as paredes.
Não podemos colocar as paredes se não construirmos primeiro a base, a
fundação. E assim por diante… A pessoa deve se perguntar: Tenho a idade e a
formação necessária para casar-me dentro de um tempo não muito longo?
Por isso desaconselhamos o namoro na adolescência.
Como princípio geral, dizemos que este passo se pode dar quando o casal está
em condições de casar-se dentro de um prazo não muito longo. Não é bom
namorar faltando muito tempo ainda para casar-se. Por duas razões:
Em primeiro lugar, a juventude é uma etapa que requer o esforço e a
dedicação intensa para alcançar uma adequada preparação para a vida, e
como o namoro é uma relação absorvente, isto ocasiona certas dificuldades.
Se uma pessoa está estudando, trabalhando, ocupando-se na obra do Senhor,
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e a isso se agrega um namoro longo, não vai poder tirar o proveito devido
dessa etapa formativa.
Em segundo lugar, deve-se fugir da tentação. Se o casal se ama, se veem
muito, passam muito tempo juntos e tem ainda um longo caminho a percorrer
antes do casamento, gera-se impaciências, desejos muito intensos de entregarse um ao outro, conflitos e situações difíceis de controlar que, por sua vez,
produzem remorsos e recriminações mútuas. Em lugar de ser uma época de
amor, de afeto verdadeiro, de pureza em que se estabeleçam bases honestas
para o casamento, para alguns é um período de pecado, de conflitos de
consciência, de sentimentos de culpa e decaimento espiritual, pois ao não ter
em vista um casamento próximo, pode ceder mais facilmente à tentação.
Aconselhamos em geral que o namoro não dure mais de 2 ou 3 anos. E se for
menos, melhor.
Consideramos esse período como adequado para conhecer-se e encaminhar
os preparativos para o casamento. Alguns, por razões de estudo ou de
trabalho ou outros motivos, quem sabe tenham de alongar o tempo um pouco
mais. Isto não é uma lei, mas sim um conselho. Também devem considerar os
recursos econômicos com que cada um pode contar, o trabalho, a moradia e
questões similares.
Com quem devo casar?
A Bíblia é muito clara ao referir-se com quem não devo casar-me. Em 2
Coríntios 6.14-15, diz: “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos;
porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que
comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou
que união, do crente com o incrédulo?”
Isto é óbvio. Tem que ser crente, discípulo. Deve ser um jugo igual.
Além disso, que é básico, todo o que quer casar necessita descobrir com quem
deve casar-se. É ali onde cada um deve buscar a vontade de Deus para sua
vida.
Algumas perguntas que podem ajudar ao jovem (ou pessoa mais velha):
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Tenho orado o suficiente para saber se tal pessoa é a vontade de Deus
para mim?
Já recebi alguma resposta da parte de Deus?
Conheço suficientemente essa pessoa para fazer uma proposta de
namoro?
Já consultei os meus pais?
Já consultei meus pastores ou líderes?
As pessoas que me conhecem e me amam o que me aconselham? Vêm
que essa pessoa é apropriada para mim?
Eu me sentiria orgulhoso/a de apresentar a meus amigos e familiares essa
pessoa como meu/minha namorado/a?
No casamento há dois aspectos que se deve ter em conta, e os dois são
importantes: o humano e o espiritual. O aspecto humano tem que ver com a
cultura, a formação, o nível social, os costumes, o estilo de vida, a maturidade
e coisas semelhantes. O aspecto espiritual tem que ver com sua experiência
com Deus, com suas crenças e convicções profundas, com seu grau de
compromisso com Deus e a obra, com as metas e objetivos de sua vida, com
seu projeto de vida e com sua vocação. É importante que os namorados
considerem e avaliem se em todos estes temas, tanto os que pertencem ao
plano humano como ao espiritual, há entre eles coincidências. Em outras
palavras, se realmente são um para o outro.
Como começar um namoro?
Quando exista um interesse mútuo, sugerimos que se encare uma primeira
etapa curta que poderíamos chamar de amizade, ou como dizem alguns
“amizade com propósito”. Isto é para conversar em um plano mais pessoal.
Podem sair juntos com o conhecimento dos país e dos responsáveis da igreja
na casa em que está inserido ou o pastor. Isso não significa que já estão
namorando; estarão “saindo” para conversar em um plano mais concreto. Se
neste tempo as coisas caminharem bem, concretizarão o namoro. Caso
contrário, terminarão com a relação.
Não temos orientações bíblicas para o namoro atual, já que a cultura e os
costumes com respeito a ele variaram muito desde aquela época. O
importante é não quebrar de nenhuma maneira os princípios gerais da Bíblia
quanto à santidade e retidão moral da relação homem-mulher.
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Issac conheceu sua esposa no dia em que se casou com ela. Foram
apresentados e imediatamente se uniram em matrimonio, sem namoro prévio.
Nos dias do Novo Testamento, os judeus praticavam o desposório ou promessa
de casamento. Um homem se casava legalmente com sua mulher, mas não
convivia com ela até o dia da boda, que se realizava algum tempo depois.
Talvez o propósito disso era formalizar o matrimonio antes de embarcar em
muitos preparativos e gastos que envolviam um casamento. Então se procedia
a realização das bodas. José e Maria estavam nessa situação de desposados
quando o anjo apareceu a ela anunciando o nascimento do salvador. Em
épocas mais recentes, o “compromisso” (namoro) era também um vínculo
forte, quase equivalente ao desposório.
Mas, todas estas coisas são costumes e têm um valor relativo. Basicamente,
entendemos que o namoro atual deve ser alcançado através de uma relação
progressiva. Começa com uma etapa de amizade. Se resulta positiva essa
etapa e há acordo, se inicia o namoro. Se os namorados quiserem se
comprometer em seguida, isso fica a critério do casal. Em tudo isto é bom
considerar também os costumes e desejos dos pais.
Qual deve ser o trato físico durante o namoro?
As pessoas que vivem sem Deus consideram que durante o namoro toda
experiência sexual está permitida se ambos estão de acordo. Obviamente um
filho de Deus tem outras orientações de vida.
Queremos compartilhar alguns princípios gerais que evitarão que esta etapa
tão importante para os jovens lhes resulte conflitiva. O namoro é um período
muito lindo da vida e não devemos arruiná-lo com conflitos, de consciência,
sentimentos de culpa e pecado. De todas estas coisas gostaríamos de
salvaguardar a nossos jovens. Por isso é fundamental ter convicções firmes
antes de começar um namoro.
Quais são os limites do contato físico? Este é um tema um pouco difícil de
estabelecer. Simplesmente tomar a mão da noiva já é um contato físico, ou
passar-lhe o braço sobre o ombro, ou abraçá-la. Perguntamos a nós mesmo:
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Até onde pode chegar o contato físico? Até onde é são, é conveniente, é
lícito?
Queremos ser claros a esse respeito. Partimos de uma base comum: como
cristãos admitimos que as relações sexuais estão reservadas unicamente para o
casamento. Até o dia que se casem, os noivos seguem sendo solteiros para
Deus e para a sociedade, isto é, ainda não são uma só carne. O namoro não é
um estado civil intermediário com licenças sexuais intermediárias. Não existe o
estado civil “namorados”.
Muitos confundem relações sexuais com relações genitais. Creem
equivocadamente que enquanto não se chegue a uma relação genital (um
coito consumado) não tiveram relações sexuais. A relação sexual não se limita
ao coito, nem começa nele, e sim com o chamado “jogo do amor”. Isto
consiste em abraços, beijos, carícias e toques nas partes mais sensíveis do
corpo que excitam o casal e os tentam a mais e mais.
O jogo do amor está reservado unicamente para o matrimonio, pois é a
preparação e a excitação para chegar finalmente ao coito. Os que se tocam,
se beijam apaixonadamente e se excitam mutuamente, já estão entrando em
um terreno das relações sexuais, pois estão se relacionando sexualmente.
A Bíblia fala contra as paixões desordenadas (Colossenses 3:5). O impulso
sexual não é um pecado, mas sim, o excitar o outro antes do matrimônio, já
que é uma paixão desordenada, isto é, está fora da ordem estabelecida por
Deus.
Por outro lado, a Palavra de Deus nos ensina a fugir das paixões juvenis (1
Timóteo 2:22). Sendo que o desejo sexual se acende facilmente, manter-se
longe de tudo aquilo que o excita durante o namoro é o recomendável. Os
casais que caem em fornicação, geralmente confessam que não foi sua
intenção chegar tão longe. Tudo começou pouco a pouco... Mas chegou um
momento em que a excitação se tornou irrefreável.
É bom também ter em conta que às vezes o namoro se rompe, e não é justo
nem digno que um filho de Deus haver manuseado e haver-se excitado com
uma pessoa que logo será a esposa ou o marido de outra.
Todo contato físico no namoro tem que estar limitado a uma expressão de
carinho e afeto, e não de iniciação de uma paixão sexual. Há beijos como
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expressão de carinho, e beijos apaixonados que se devem evitar. O verdadeiro
amor sabe esperar. O verdadeiro amor trata o outro em santidade e respeito.
Se alguém peca traspassando os limites, é importante a confissão, e o estar na
luz com seu pastor ou discipulador, e sobre tudo com Deus. A confissão tem
um duplo propósito: limpar a consciência de culpa, e proteger para não voltar
a cair.
É bom dizer aos jovens: “Não arranquem a fruta verde porque vai lhes fazer
mal”. A impaciência, a pressa, os desejos desordenados levam a arrancar e
comer a fruta verde. Sobrevêm, então, dois males: dor pela má consciência e
deterioração de algo que em seu justo momento teria sido tão bonito e feliz.
Tudo tem seu tempo, diz a Bíblia. Há tempo de abraçar-se, há tempo de beijarse apaixonadamente, e esse tempo pertence ao futuro, quando os dois sejam
uma só carne.
A juventude é uma etapa de formação para a vida. O namoro é uma etapa
de preparação para se iniciar uma família. Honrando a namorada ou o
namorado, honrando nossos corpos estaremos honrando a Deus. É importante
que os namorados conversem previamente sobre esse tema para reafirmar
juntos as orientações do conselho pastoral sobre seu comportamento no que
tem que ver com os limites do contato físico entre eles.
Que bom é viver o namoro de tal maneira que depois, ao estar casado, se
possa lembrar o namoro como uma etapa bonita e santa da vida.
Estes conselhos pastorais são para os discípulos de Cristo. Pois os demais não os
vão acatar.
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