Pensava que era apenas uma homenagem…
e que entre os muitos convidados de
honra estaria a nossa irmã Maria
Filomena Gouveia. O principal
objetivo
da
homenagem
era
reconhecer, em sessão solene
presidida pelo provedor da Santa Casa
da Misericórdia (Pedro Santana Lopes),
o trabalho desenvolvido por um
significativo número de voluntárias e
voluntários.
A curiosidade de espreitar o que se iria passar levou-me a estacionar o carro e a ir até
lá. Na sala de entrada estavam já muitos voluntários que trocavam saudações. Havia
pessoas de todas as idades, porque o que determinava a presença era apenas ter
prefeito cinco anos consecutivos de voluntariado. Preocupada com tantas outras
coisas regressei ao carro, mas um outro carro bloqueara-me a saída. Percebi o convite
que me estava a ser feito e regressei ao salão dos homenageados. Pude, então, assistir
a toda a cerimónia cuidadosamente preparada.
Foi com um imenso orgulho que escutei o nome da Maria Filomena, que se levantou e
lá foi, como todos os outros e outras, até junto do Provedor para receber um pequeno
símbolo. Regressou ao seu lugar meio envergonhada, não sei se pela sua timidez
habitual se pelos dois beijinhos públicos de Santana Lopes!!! Se decidi partilhar este
momento com todas vós, não foi, como devem calcular, por ela me o ter pedido, mas
simplesmente, por aquilo que ele me fez refletir, rezar e agradecer. Temos um imenso
número de irmãs que em diferentes partes do mundo e, nomeadamente, na nossa
Província Portuguesa, se disponibilizam a um serviço de voluntariado. Nós apenas as
vemos sair de casa, silenciosamente... Elas apenas vêm a importância de abraçar uma
pequenina parte de realidade humana fragilizada.
Na sala e no símbolo entregue estava escrito: «Para falar ao vento bastam palavras.
Para falar ao coração são precisas obras» (Padre António Vieira). Não temos dúvidas
de que os últimos cinco anos de voluntariado da Maria Filomena, na Santa Casa da
Misericórdia, têm falado ao coração de todos os que ela tem encontrado, mas eles
falam também ao coração de Deus e de todas nós que viemos PARA QUE TODOS
TENHAM VIDA.
Luísa Maria Almendra, rscm
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Pensava que era apenas uma homenagem…