ANALISE MICROBIOLOGICA E CICATRICIAL DE ÚLCERA POR PRESSÃO
UTILIZANDO OLEO DE COCO OZONIZADO – ESTUDO DE CASOS CLÍNICOS
Gisele Lauer Murta Gobi1, Dora I. Kozusny-Andreani2, Lidiane C. H. C. Saraiva3,
Milene da S. Melo4, Adriana C. L. Valerio5, Camila B. W. Viotto6, Ricardo S. Navarro7
1-7
Universidade Camilo Castelo Branco/Núcleo do Parque Tecnológico de São Jose dos Campos
Rod. Presidente Dutra, Km 138, Eugenio de Melo, São Jose dos Campos, SP, 12247-004, Brasil.
[email protected],5,6, [email protected] 2, [email protected],
[email protected], [email protected] 7
Resumo: A ulcera por pressão apresenta difícil resolução em relação à cicatrização diminuindo a qualidade
de vida dos acometidos. Este estudo de casos clinicos tem o objetivo de avaliar os efeitos antimicrobianos e
cicatricial do óleo de coco ozonizado em feridas. A partir de uma amostra de conveniência foram
selecionados 2 indivíduos: A- curativo e óleo de coco ozonizado; B- curativo, diariamente por 21dias.
Avaliação qualitativa microbiológica e quantitaiva da área das feridas por imagens digitais padronizadas (0,
7, 14, 21 dias). Os resultados mostraram que o óleo de coco ozonizado tem efeito antimicrobiano e na
cicatrização contribuindo para o tratamento de feridas.
Palavras-chave: Úlcera de pressão, feridas cutâneas, óleo de coco, ozônio, cicatrização, antimicrobiano
Área do Conhecimento: Engenharia Biomédica e Ciências da Saúde
Introdução
As úlceras por pressão são definidas por
Ferreira, Calil (2001) como lesões cutâneas ou de
partes moles, superficiais ou profundas, de
etiologia isquêmica, secundária a um aumento de
pressão externa, e localizam-se, usualmente,
sobre uma proeminência óssea.
O ozônio misturado com óleos por meio de
descargas elétricas; os óleos, como por exemplo,
o de coco, é rico em ácidos insaturados; que
quando ozonizados formam ozonídeos, de sua
hidrólise podem ser gerados aldeidos, cetonas e
peróxidos de hidrogênio, responsáveis pelo
desencadeamento das reações bioquimicas.
(LINCHETA ET AL, 2000).
Devido à necessidade de resultados eficazes
no tratamento de feridas cutâneas, e evidenciando
os fatores causais de ulcera por pressão, tem-se
muito interesse na investigação de produtos
naturais como o óleo de coco associado ao
ozônio. Assim, o objetivo deste estudo foi analisar
e acompanhar a evolução de ulceras por pressão,
através da utilização do óleo de coco ozonizado.
foi mantida (colagenase). Para o estudo de casos
clínicos, a partir de uma amostra de conveniência,
foram selecionados 2 pacientes seguindo um
critério de inclusão (acima de 60 anos e com
ulcera por pressão cutânea em calcâneo), e
divididos em: A- curativo conforme prescrição
médica e óleo de coco ozonizado; B- curativo. O
óleo de Coco foi ozonizado pelo aparelho de
modelo Ozone&Life, O&L 1.5M a 10ppm, 10hs.
Os curativos foram realizados diariamente
durante 21 dias. As análises foram realizadas nos
tempos 0, 7, 14 e 21 dias: qualitativa
microbiológica do material coletado na superfície
da úlcera e quantitativa da área da ferida,
conforme o Modelo de Minatel et al (2009), através
de fotografias digitais padronizadas (8X) e do
software Image J®, usando o índice de
cicatrização das ulceras [ICU = (Área inicial – Área
final)/Área inicial], onde ICU = 1 reepitelização
total; ICU = 0 sem reepitelização; ICU>0 significa
redução da área da ulcera e ICU<0 aumento da
área da ferida.
Resultados
Metodologia
Seguindo parecer do CEP UNICASTELO
(048906/2012) todos os participantes assinaram o
TCLE. A terapêutica tópica prescrita pelo medico
As tabelas 1 e 2 descrevem os microrganismos
encontrados nos pacientes pesquisados.
Encontro de Pós-Graduação e Iniciação Científica – Universidade Camilo Castelo Branco
219
Tabela 1 – Paciente A - Tratamento
Dias
Microorganismos
0
Salmonella sp,
Escherichia coli e Candida
albicans
7
Escherichia coli,
Cândida albicans
14
Escherichia coli,
Candida albicans
21
Cândida albicans
Tabela 2 – Paciente B - Controle
Dias
Microorganismos
0
7
14
21
Pseudômonas aeruginosa,
Cândida albicans.
Pseudômonas aeruginosa,
Cândida albicans.
Pseudômonas aeruginosa,
Cândida albicans.
Pseudômonas aeruginosa,
Cândida albicans.
Abaixo imagens do processo cicatricial do
Paciente A
calculo de índice de cicatrização da
Úlcera (ICU).
Tabela 3 – Área da ulcera dias 0 e 21,
porcentagem de cicatrização e Índice de
cicatrização (IC).
Paciente
ÁREA
AREA
%
ICU
DIA 0
DIA 21
11.64
8,22
29,38
0,30
A
B
19,59
17,99
8,17
0,082
Discussão
Observando as tabelas 1 e 2 notamos o efeito
antimicrobiano do óleo de coco ozonizado. O
paciente A (tratado) no dia zero estava com tres
espécies de microorganismos e ao final do
tratamento (dia 21) ele apresentava somente
Candida albicans, o que já era considerado
esperados, pois, segundo Brynes, (2000) a
levedura Cândida, em geral, pode viver em
equilibrio no organismo na superfície cutânea. Em
contrapartida o paciente B (controle) no dia zero
apresentava
três
microrganismos
que
permaneceram até o vigésimo primeiro dia.
Na analise do processo de cicatrização o índice
de cicatrização é nítido. O paciente A com ICU de
0,30 e o não tratado com IC de 0,082
Conclusão
Pode-se concluir que o óleo de coco ozonizado
tem efeito antimicrobiano e na cicatrização
contribuindo para o tratamento de feridas.
Referências
Imagem 1: dia 0
Imagem 2: dia 21
Abaixo imagens do processo cicatricial do
paciente B:
- BRYNES,S."Candidiase-Candidas, como vencer
naturalmente”.
Rev.
Continuum,V.5,n.6,ed.
Londres.Traduzido do Boletim da AVS – Espanha
2000.
- FERREIRA LM, CALIL JA.Etiopatogenia e
tratamento
das
úlceras
por
pressão.
Diag.Tratamento; 6:36-40, 2001.
- LINCHETA L.F; SIMÓN R.D; CEPERO S.M;
DIAZ N.L; DUQUE S.M.Solucion para La
epidermofitosis de los pies em integrantes de lãs
Fuerzas Armadas Revolucionarias. Rev Cubana
MedMilit; 29(2): 98-102, 2000.
Imagem 3: dia 0
Imagem 4: dia 21
A tabela 3 descreve os resultados da
cicatrização das feridas conforme o
modelo de Minatel et al (2009), com o
- MINATEL, D. G.; Enwemeka, C. S.; França, S.
C.; Frade, M. A. C. Fototerapia (LEDs 660/890nm)
no tratamento de úlceras de perna em pacientes
diabéticos: estudo de caso. An. Bras. Dermatol.
vol. 84, n. 3 Rio de Janeiro julho 2009
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