PRODUTIVIDADE
Razão da Produtividade
(E) = É a quantidade da divisão da quantidade de produtos (P), pela quantidade de fatores de
produção utilizada (F), tais como: mão de obra, material, máquinas e equipamentos, em um
determinado período.
E
P
F
eq.1
Índice de Produtividade Total de Fatores
(IPTF) = O quociente da divisão da razão de produtividade de um período (Et) pela razão do
período anterior (Et0).
IPTF 
Et
Et 0
eq.2
Índice de Quantidade do Produto
(IQP) = É o quociente da divisão da quantidade de produto produzido de um período (Pt) pela
quantidade de produto de um período anterior (Pt0).
IQP 
Pt
Pt 0
eq.3
Índice de Quantidade dos Fatores de Produção
(IQF) = É o quociente da divisão da quantidade de fatores de produção de um período pela
quantidade de fatores de produção de um período pela quantidade de fatores de produção do
período anterior.
IQF 
Ft
Ft 0
eq.4
Relações
Pt
Pt
Et
Pt  Ft 0
IQP
Ft
IPTF 


 Pt 0 
Et 0 Pt 0
Ft  Pt 0 Ft
IQF
Ft 0
Ft 0
Tese de doutorado <WWW.eps.ufsc.br/teses/cosmo/index/index.htm> acesso em 12/01/2008
Texto:
Construtoras só conseguirão recuperar as margens em 2013 se conseguirem melhorar a
produtividade em canteiro para compensar altas nos custos de mão de obra e materiais
Por Juliana Nakamura
Não é de hoje que a produtividade é
questão nevrálgica para a construção civil
brasileira, uma indústria em que ainda são
marcantes a produção artesanal, a
mecanização parcial e a informalidade. O
agravante é que nos últimos tempos,
apesar dos significativos avanços no
desenvolvimento de novos materiais e
sistemas construtivos, as perdas têm se
tornado ainda mais sensíveis à medida que
diminuem a capacidade das empresas
lidarem com desafios como a escassez e o
encarecimento da mão de obra, a falta de
qualificação dos trabalhadores e a
necessidade, cada vez maior, de serem
competitivas e rentáveis. "Diante da baixa
produtividade, as empresas perdem capacidade de absorver os aumentos de custos de
produção, como a valorização da mão de obra e dos terrenos. Isso faz com que elas tenham
que assumir perda de rentabilidade ou repassar o aumento de custo para o consumidor,
elevando o preço do metro quadrado comercializado", comenta a economista da FGV Projetos
Ana Maria Castelo. Ela lembra que empresas produtivas operam com menos riscos, e isso
costuma ser valorizado pelos investidores.
Há um conjunto de razões que dificultam o aumento da
produtividade no setor, segundo o engenheiro Luis Otávio
Cocito, professor da Escola Politécnica da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ). Entre elas, ele destaca a inabilidade
das empresas em tratar a produtividade nas obras, sobretudo
após o advento da subcontratação, presente de maneira
sistemática na construção civil brasileira há pelo menos duas
décadas. "As construtoras repassaram a empresas ditas
especialistas a tarefa de produzir. A partir desse momento,
sempre que a construtora traz para dentro do canteiro de
obras uma empresa contratada, acredita que esteja lidando
com uma empresa que domina os processos produtivos e apresenta alta capacidade gerencial.
Só que na maioria dos casos isso não acontece", alerta o professor. Segundo ele, a crença ou o
sonho de ser servido por empresas especialistas fez com que o controle da produtividade física
deixasse de estar nas mãos das construtoras.
"A adoção de processos industrializados, com alto grau de mecanização, por si só não
garante alta produtividade"
Luis Otávio Cocito professor da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ)
Além da dificuldade de analisar e, até mesmo de mensurar a produtividade nos canteiros,
outro indutor de perdas é a predileção das empresas por sistemas construtivos artesanais, seja
por força do hábito, seja pelos custos diretos muitas vezes mais baixos. "A maioria dos
produtos ainda é fabricada dentro do canteiro de obras. Isso leva a um excesso de atividades
que dificulta o planejamento e a programação. Os tempos de espera são muito longos,
tornando a produtividade baixa", explica o engenheiro Roberto de Souza, diretor-presidente
do Centro de Tecnologia de Edificações (CTE). Ele explica que, assim como ocorreu em outras
indústrias, o avanço da industrialização da construção, transformando os canteiros de obras
em um espaço de montagem de componentes e sistemas fabricados fora do canteiro,
contribuiria muito para melhorar a produtividade. "Mas a adoção de processos
industrializados, com alto grau de mecanização, por si só não garante alta produtividade",
pondera Cocito, ressaltando que as perdas podem estar em todo e qualquer processo cuja
produtividade não seja controlada. "No caso da montagem de uma estrutura com elementos
pré-fabricados em concreto, por exemplo, onde vai parar a produtividade se todo dia os
colaboradores consomem 20% do seu tempo disponível, bem como o tempo das máquinas,
para localizar as peças? Tudo bem que a execução foi feita na metade do tempo em
comparação à execução pelo sistema convencional. Mas será que podemos falar que a
produtividade permitida no processo foi atingida?", indaga o professor da UFRJ.
O que fazer?
Para mudar esse cenário de baixa produtividade nos canteiros, a primeira ação é implantar
mecanismos de controle e promover a gestão da produtividade. Afinal, é impossível gerenciar
aquilo que não se conhece ou mede. Além disso, o emprego de medições sistemáticas de
produtividade pode contribuir para a motivação e o envolvimento das equipes, que tendem a
produzir mais e melhor quando há metas e referenciais claros a serem perseguidos, bem como
uma fiscalização sistemática dos trabalhos. "A falta de métodos e sistemas eficientes de gestão
e controle da produtividade, de maneira a estimular e orientar essa mão de obra, é um dos
fatores que impede as empresas de darem um salto de produtividade", acredita Luis Paulo
Loreti, superintendente de Novas Tecnologias da Matec.
Em sua maioria, as ferramentas sobre as quais as construtoras
podem se apoiar na hora de medir sua produtividade são
bastante simples. Como exemplo, Luis Otávio Cocito sugere
que, na mesma planilha de controle onde se aponta a
quantidade de peças de concreto armado que foram içadas no
dia, sejam também apontadas quantas horas de recursos
(colaboradores ou equipamentos) foram disponibilizados.
Dessa forma, para cada dia, pode-se determinar a
produtividade, dividindo o recurso empenhado pelo número
de peças içadas. "Ao inserir os valores de produtividade
obtidos em um gráfico produtividade x dia, o construtor e a
contratada irão se espantar com a dispersão dos resultados", adianta Cocito. A partir das
informações obtidas, fica mais fácil descobrir o que está por trás dos piores valores de
produtividade, buscar ou cobrar explicações e implementar medidas corretivas ou preventivas.
"A maioria dos produtos ainda é fabricada dentro do canteiro de obras. Isso leva a um
excesso de atividades que dificulta o planejamento e a programação"
Roberto de Souza diretor-presidente do Centro de Tecnologia de Edificações (CTE)
Em todas as etapas do ciclo de construção há oportunidades para incrementar a
produtividade. Mas, para Roberto de Souza, uma em especial é a etapa de projeto, que jamais
deveria estar dissociada da preocupação com facilidade de construir. "Muitas vezes a
produtividade é baixa, devido, por exemplo, ao número excessivo de recortes da fachada,
definidos na fase de concepção do produto", comenta o diretor do CTE. Segundo ele, outro
aspecto que merece atenção é a compatibilização dos projetos, para evitar interferências que
acabam tendo que ser resolvidas em obra, implicando retrabalhos, desperdícios e perda de
produtividade. "O uso do Building Information Modeling (BIM)1 pode ajudar muito nessa
identificação e remoção de interferências", sugere Souza que destaca, ainda, outras ações
importantes para aumentar a produtividade, como um eficaz planejamento da obra, a
programação detalhada de serviços e a adoção de programas de capacitação dos empreiteiros
e do corpo gerencial e administrativo das obras, visando a suprir a baixa qualificação
profissional atual.
1
BIM – Building Information Model “BIM” significa Building Information Modeling, ou Modelo de Informação da construção. As
soluções que trabalham sobre este conceito utilizam um modelo único, centralizado, que contém toda a informação necessária
para definir o projecto. A partir deste modelo, arquitectos e engenheiros conseguem obter facilmente feed-back contínuo sobre
informação de projecto tão crítica como as quantidades e propriedades de materiais utilizados, ou o comportamento do edifício
em diferentes aspectos funcionais essenciais ao conforto e ambiente, como sejam a eficiência térmica, a iluminação e a acústica.
Tratando-se de um modelo paramétrico, torna-se mais fácil a criação e análise de vários cenários alternativos, permitindo
optimizar as soluções encontradas.
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