UMA RELAÇÃO IMPORTANTE NO PROCESSO DE INSERÇÃO
PROFISSIONAL: A DE GÊNERO
PICCININI, Teresinha Backes – UFRGS – [email protected]
RIBEIRO, Jorge Alberto Rosa – UFRGS – [email protected]
UFRGS/ Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação/Linha
de Pesquisa: Trabalho, Movimentos Sociais e Educação.
EIXO: Educação e Trabalho/ nº 08
Agência Financiadora: Sem Financiamento
1. Introdução
Uma questão a desvelar: na profissionalização, o gênero conta? Tratamos o
tema da inserção profissional conforme gênero (Hirata, 1995 e Guimarães, 2004) pela
via da escola de educação profissional. Para elucidar as complexas relações engendradas
na profissionalização, selecionamos o curso técnico em eletrotécnica. O campo de
investigação é uma escola técnica pública de nível médio, cujos alunos são oriundos de
uma abrangência geografia que excede a própria região na qual a instituição está
situada. Além disso, instrumentaliza profissionais técnicos para um fecundo pólo
industrial, pronto a absorver seus egressos.
Compreendendo que a gênese das relações discriminatórias e preconceituosas é
externa à escola, perguntamos: Até que ponto a escola de educação profissional está
sujeita à discriminação social e ao preconceito e/ou sujeita ao mercado? Como se
produz ou reproduz a desigualdade através preconceito e da discriminação? Como
ocorre a reprodução social a partir das relações de alunos numa escola que atua no
campo profissional? Como a reprodução social se faz presente na escola?
Parte desse questionamento se sustenta nas reflexões expostas por Charlot
(1994, p.19) relativa a “compreender como a desigualdade social entre crianças se
2
transforma em desigualdade escolar entre alunos”, sabendo que esse processo não é
“automático” e que implica entender a experiência escolar, “a história escolar”.
Embora o discurso dominante sobre educação esteja impregnado pela idéia
moderna de igualdade e instrumento de ascensão social e econômica das pessoas1, a
história da expansão escolar nos indica que as oportunidades de escolaridade e a
qualidade de ensino sempre foram desiguais2.
Historicamente, a mulher sempre foi colocada numa condição de inferioridade,
ou mesmo de exclusão, pois seu papel na sociedade estava associado ao campo
doméstico. As mulheres foram escolarizadas separadamente em centros específicos, nos
quais a quantidade e a densidade da população tornava isso possível ou, onde não era,
em grupos específicos dentro da mesma escola, e apenas nos mesmos grupos em que os
homens quando não havia outra forma, como nas pequenas escolas rurais. Essa
hierarquização respeita a própria hierarquização social, política e econômica da
sociedade. (Enguita, 2005)
Hoje esta realidade vem sendo superada. As mulheres integram as mesmas
escolas e classes que os homens, e estudam mais. Segundo dados do IBGE/2000, a PEA
brasileira, em 2001, apresentava uma média de escolaridade de 6,1 anos, sendo que a
escolaridade média das mulheres ocupadas era de 7,3 anos e a dos homens de 6,3 anos.
A mulher está mais escolarizada, porém, contraditoriamente, menos valorizada no
mercado de trabalho.
Bandeira3(2005) denuncia que as mulheres estão sub-representadas nas
camadas mais altas da sociedade e nas instâncias de poder político e sobre-representadas
nas camadas de pobres e indigentes. Segundo os indicadores sociais do IBGE (2003), a
taxa de participação feminina no mercado de trabalho teve enormes avanços nas últimas
décadas, demonstrando a participação crescente das mulheres brasileiras, mas é ainda
menor se comparada à masculina. Elas se concentram em trabalhos mal remunerados e
precários e na economia informal. Em média, as mulheres brancas recebem 40% menos
do que os homens para o mesmo trabalho e as mulheres negras chegam a receber 60%
menos. Os dados do IBGE (2003) apontam as diferenças salariais que dão visibilidade
às discriminações de gênero e de raça. A desigualdade de rendimentos se mantém em
todos os estados e regiões brasileiras, visto que a remuneração dos que ganham até dois
1
2
3
Nos tempos contemporâneos, sobretudo, ditados pela Teoria do Capital Humano.
Aprofundamentos do tema podem ser obtidos em Enguita (2005)
Lourdes Bandeira é professora do Departamento de Sociologia da UnB (Universidade de Brasília),
onde coordena o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher (Nepem).
3
salários mínimos é de 71,3% das mulheres contra 55,1% dos homens nesse mesmo
valor. A proporção de mulheres dedicadas aos trabalhos domésticos é de 19,2% e
aquelas que não têm remuneração perfazem 5,9%, muito superior aos 0,8% dos homens
sem remuneração.
Na entrevista ao Portal Latino Americano da ANSA (Buenos Aires,
29/04/2007), Maria Elena Valenzuela, especialista da Organização Internacional do
Trabalho (OIT) para a região, destacou que o machismo "tem um papel bem importante
na suposição de que a mulher tem distintas habilidades e esse prejuízo determinista
reduz as áreas trabalhistas às tradicionais que atribuem ao gênero: educação, serviços ou
saúde”. E, acrescenta a especialista: “Existe uma muralha de vidro que impede a
passagem para outra ocupação e um teto de cristal que não permite que a mulher ocupe
cargos executivos ou posições de poder em empresas, ainda que aumentem os casos de
cargos femininos”.
O preconceito de gênero tende a ser superado à medida que, como aponta
Bandeira (2005), a perspectiva de gênero seja incorporada. Segundo a autora:
“Entende-se por gênero o conjunto de normas, valores, costumes e práticas
através das quais a diferença biológica entre homens e mulheres é cultural e
simbolicamente significada. A categoria de gênero surgiu como uma forma de distinguir as
diferenças biológicas das desigualdades sócio-culturais construídas. Procurou-se alterar a
direção de um olhar para mulheres e para homens como segmentos isolados, para um olhar
que se fixa nas relações interpessoais e sociais através das quais homens e mulheres são
mutuamente constituídos como categorias sociais desiguais”. (BANDEIRA, 2005)
Então perguntamos: Chegará o dia em que este texto será apenas uma
referência histórica porque a denúncia se ultrapassou, já que homens e mulheres
transitam em todos os postos de trabalho porque qualificados e competentes,
independente de gênero?; a mulher que sobe o poste para a manutenção da rede elétrica
não será fotografada como algo fantástico a ser registrado?
Mediados nesse referencial teórico, analisamos seis entrevistas com jovens
estudantes do curso técnico em eletrotécnica, precedida de alguns levantamentos
documentais sobre o histórico desse curso, e que constituem o caminho para sustentação
empírica do estudo da importância do gênero em processos de inserção profissional.
Assim, as informações obtidas nas entrevistas foram tratadas metodologicamente
através da análise de discurso do sujeito coletivo (DSC), de tal modo, como se expõe a
seguir, que o texto resultante traduz a discursividade real. Nesse sentido, recorreu-se a
Lefrève e Lefrève (2003), pois apontam para a melhor descrição e maior adequação na
4
apresentação discursiva de algo que é professado pelas pessoas, no nosso caso, os seis
estudantes e o questionamento proposto.
DSC.4 - Profissionalização: o Gênero conta no Curso Técnico em
Eletrotécnica?
Os cursos não são estruturados por gênero, mas a trajetória da
profissionalização na eletrotécnica é masculina.
Na visão masculina do curso técnico em eletrotécnica, é certamente um
preconceito que existe, porque elas podem fazer exatamente a mesma coisa que o homem,
entretanto, há poucas mulheres no curso e nesse mercado de trabalho. Porém, não se
imagina uma mulher, principalmente jovem e bonita, atuando num trabalho pesado da
empresa. Também, o “peão” vai se atrapalhar com a presença de uma mulher bonita na
manutenção. A manutenção elétrica é trabalho pesado – carregar motor, fio, graxa... É
complicado para uma mulher realizar tarefas pesadas, pois terá certas dificuldades para
furar a parede, subir no poste etc. Por isso, quando se dá conta da realidade, deve
descobrir que não é aquilo mesmo que quer, ao ver o futuro ou não simpatizar com a
elétrica, então desiste.
A profissão de eletrotécnica é mais difícil para a mulher, também, porque o
mercado opta pelo masculino, por ter aquela visão: - “Motor só homem mexe”. Por outro
lado, há os que admitem que a mulher é determinada, vai atrás, pergunta, faz. O campo da
eletrotécnica é amplo. E, antes do poste existe um projeto, este projeto pode ser feito pela
mulher. Ou seja, há dois espaços distintos dentro da eletrotécnica, um masculino e outro
que até pode ser feminino.
Empresas procuradas para realização do estágio supervisionado e contratação
na manutenção elétrica, só admitem homens. A barreira do preconceito de gênero é
justificada pela “estrutura masculina do setor”; e o pessoal está acostumado com homens,
de repente “eles nem vão respeitar as ordens de uma mulher”,e , ainda, “como pode uma
mulher subir num poste?!”.
Na visão feminina, há clareza que o preconceito não é gerado no mercado de
trabalho. Inicia na família, quando o pai, principalmente, não projeta a possibilidade da
filha nessa profissão, e exerce uma pressão para sua reopção profissional. Os pais
entendem que o curso é masculino; também os namorados, os amigos e, até, os colegas.
Esta concepção não é absoluta. Há pais que se orgulham da expectativa da filha nesta
profissão. Os homens acham que elas têm menos capacidade. Elas também admitem que
têm mais dificuldades neste campo porque “meninas não brincam com motores na
4
DSC (Discurso do Sujeito Coletivo) resultante da análise dos dados obtidos da degravação de entrevistas
gravadas, com prévio consentimento, com os seguintes alunos do Curso Técnico em Eletrotécnica da
Escola “X”:
MTE028 – uma adolescente, filha de mecânico, que no meio do curso, cancelou sua matrícula;
RTE0315 – uma jovem, filha de mecânico, estudiosa e obstinada, com curso magistério concluído, no
final do último módulo do curso;
NTE0121 - uma jovem mulher, filha de operário, com histórias de sofrimentos e lutas, egressa do Curso
Técnico em Eletrotécnica, que consegue ser admitida na Empresa sonhada, porém, em função não
especificamente da formação;
CTE0227 – um adolescente sem pais, por contingências da vida, amparado por uma família inteira, em
estágio supervisionado.
ETE0334 – “um rapaz de sorte”, em final de curso, de boa aparência, noivo de uma arquiteta, futuro
genro do dono de uma Empresa de Metalurgia, onde o estão aguardando logo que se formar. Desde o
primeiro ano, a convite de seu professor, como estagiário numa Empresa Distribuidora de Energia, hoje
efetivo e com promoção interna, local que fará seu estágio supervisionado. Trancou a sua matrícula na
engenharia elétrica, até concluir seu estágio supervisionado e for atuar na empresa do sogro.
ITE001 – um jovem de 27 anos, órfão de pai desde os 10 anos, mora na vila, a mãe, quando podia, fazia
faxina, mas “nunca faltou comida em casa”. Trajetória de vida complicada, na área familiar, pessoal e
descontinuidade nos empregos precários com grandes intervalos de desemprego e, ao mesmo tempo, com
a superproteção da mãe e das irmãs. Apto para o estágio supervisionado desde 2003, no entanto..., não
tem conseguido. Castel (1995) diria que pode ser um “sobrante”...
5
infância”. A natureza da mulher é diferente do homem. Ela tem mais sensibilidade... Os
homens crêem que nasceram para aquilo, sabem tudo, que a mulher não pode saber a
mesma coisa que eles.
Na sua auto-imagem comparativa, a mulher se percebe mais sensível, mais
minuciosa, mais humana; e o homem, mais mecânico. O técnico em eletrotécnica é uma
profissão mais mecânica. Mexe com máquinas. Por isso, o homem se dá bem nesta área.
Ou seja, a característica da mulher leva a não ter interesse neste curso. A mulher é
humana, gosta de lidar mais com pessoas.
A mulher está preparada, como o homem, na área elétrica. Ela pode como o
homem. Mas, desde o início, o homem foi preparado para isso, direcionado para isso. A
mulher não. Ela foi conduzida para atuar no lar, na educação – a mulher é quem educava
filhos. Isto já está mudando.
Como as famílias educam as meninas e os meninos, seremos Homem e Mulher
do jeito que somos [educados].
2. Problematização
A Constituição da República Federativa do Brasil, com vigência desde 1988,
ao tratar dos princípios fundamentais e os direitos e garantias fundamentais nesse país,
expressa5:
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
[...]
IV – promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e
qualquer outra forma de discriminação.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem discriminação de qualquer natureza...
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
constituição.
[...]
XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer.
Art. 7º - [...]
XXX – proibição de diferença de salário, exercício de funções e de critérios de admissão
por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. (CFB, 2003, p. 3 – 15)
A Constituição de 88 veta o preconceito e discriminação de qualquer natureza,
porquanto, disciplina a divisão sexual do trabalho. Garante a igualdade de todos perante
a lei, ordena a igualdade em direitos e obrigações e o livre acesso e exercício de
qualquer trabalho para homens e mulheres, atendidas as qualificações profissionais.
Entretanto, a realidade objetiva e subjetiva nessa pesquisa, traduzida no DSC, comprova
que o gênero conta. O contexto permeado pela discriminação e preconceito de gênero
condiciona os rumos das trajetórias da formação técnica, dificultando o processo de
inserção profissional da mulher na área da eletrotécnica. Fragiliza-se a lei diante da
crença impregnada no modo de vida desses sujeitos.
5
O grifo é nosso.
6
Comprovamos na pesquisa que os jovens denunciam e, contraditoriamente,
compactuam com a discriminação de gênero. Os homens expressam o entendimento de
que o lugar da mulher não é no setor “frio”6 da empresa, ou seja, a área de operação e
manutenção elétrica, este espaço pertence ao gênero masculino. Essa lógica é dominante
no seio familiar. Manifesta a naturalização da maciça presença masculina nos cursos
técnicos em eletrotécnica, confirmada pela notória restrição da mulher na ocupação das
vagas para a respectiva função no mercado de trabalho. É, também, endossada na fala
das jovens pela relutância em suas próprias decisões e passividade diante da
discriminação.
Segundo Hirata (1995):
“O estudo das atividades de trabalho segundo o sexo e o par masculinidade/virilidade e
feminilidade desvenda o poder dos estereótipos sexuados no trabalho (a virilidade é
associada ao trabalho pesado, penoso, sujo, insalubre, algumas vezes perigoso, trabalho que
requer coragem e determinação, enquanto que a feminilidade é associada ao trabalho leve,
fácil, limpo, que exige paciência e minúcia)” (HIRATA, 1995, p. 43).
Hirata desvenda o poder dos estereótipos sexuados no trabalho em sua
pesquisa, conclui que o trabalho pesado/sujo está associado ao gênero masculino e o
leve/limpo ao feminino. Essa relação foi também observada por nós nessa investigação
na medida em que o curso é, direta ou indiretamente, concebido como masculino. Na
hipótese da presença feminina na função são estabelecidas tarefas por gênero. Por outro
lado, constatamos que estas concepções não são geradas na escola e/ou no mercado de
trabalho. Nascem nos lares, espalham-se nas relações informais da vida, confirmam-se
na escola e se concretizam no setor produtivo. Portanto, a própria mulher, no contexto
familiar e/ou no papel materno, também participa da reprodução dessa crença.
Teixeira (2005) confirma a dedução. As desigualdades vividas no cotidiano da
sociedade no que se refere às relações de gênero não se definiram a partir do
econômico, mas especialmente a partir do cultural e do social, formando daí as
"representações sociais" sobre as funções da mulher e do homem dentro dos variados
espaços de convivência, ou seja: na família, na escola, na igreja, na prática desportiva,
nos movimentos sociais, enfim, na vida em sociedade.
Fica explícito, na contratação da estudante NTE0121, bem como em toda a sua
trajetória para ingresso no mercado de trabalho, desde sua luta para conseguir local de
estágio supervisionado até sua inserção na empresa, a discriminação de gênero para o
6
Tomamos o termo de Hirata (1995)
7
exercício da função técnica em eletrotécnica. Nesse “gueto”, o trabalho de campo
pertence ao gênero masculino, porque na empresa entendem que essa atividade não diz
respeito às mulheres. Embora habilitada, exerce uma função que não requer
necessariamente a titulação específica em eletrotécnica7. E aponta: “Colegas, entre eles
alguns não titulados, foram recrutados para essa função”. Ou seja, a escolha de
técnicos em eletrotécnica8 é pela mão-de-obra masculina, e expressa o preconceito de
gênero. A estudante MTE028, ao justificar o abandono do curso técnico em
eletrotécnica, suscita em sua fala: “O mercado de trabalho para mulher é mais difícil
nessa área”.
Bourdieu (2001) conclui que os dominados ao sentir a dominação, contribuem
à sua revelia ou não para sua própria dominação, aceitando os limites das suas
condições, porque as incorporam e as materializam na obscuridade das disposições do
habitus onde estão inseridos. Ou seja, as condições objetivas se mantêm com a
participação ativa dos sujeitos, daqueles que detêm o poder, quanto os que por ele são
subjugados. O que é endossado por D’ávila Neto (1997, p.70), ao afirmar que a situação
de desigualdade de gênero “configuram as significações que as próprias mulheres
constroem a respeito do trabalho” (op.cit., p.70).
Oliveira (1998) completa que o indivíduo passivamente se submete, ou, numa
outra versão, desenvolve estratégias de mudança, o que depende do balanço que ele faz
de si, das capacidades face às oportunidades que reconhece nos sistemas, o que permite
inferir na sua trajetória e transformar sua identidade. Para a autora, “quanto mais forem
as pertenças sucessivas ou simultâneas – a riqueza da vida – múltiplas e heterogêneas,
mais se abre o campo dos possíveis e menos se exerce a causalidade de um provável
determinado” (OLIVEIRA, 1998, p. 70). Embora o preconceito de gênero seja um fato
na realidade objetiva e subjetiva na área da eletrotécnica, exclui-se qualquer
determinismo. A mudança é possível, porque a discriminação de gênero é uma
desigualdade adquirida, especialmente no campo sócio-cultural, e começa com o
despertar da própria mulher.
A distância deste porvir pode nos parecer um devaneio, ou algo muito distante.
No entanto, a estudante RTE0315, no seu filosofar, certamente uma ancoragem,
forneceu uma pista há dois anos: “Como forem educados as meninas e os meninos,
7
Atua no setor comercial, venda de distribuição/ampliação de rede de distribuição elétrica.
Conclusões similares também obtida em pesquisas comparativas entre Brasil, França e Japão no que
concerne a organização do trabalho, conforme Hirata (2005).
8
8
seremos Homem e Mulher”. Não obstante, é a que trouxe para a sua experiência de
formação em eletrotécnica a aprovação e o apoio positivo de seu pai mecânico. Essa
reflexão também é reforçada por Bourdieu (2001) quando dialoga sobre a autonomia
relativa da ordem simbólica a qual, em quaisquer circunstâncias e, sobretudo nos
períodos de desajustes entre esperanças e oportunidades, pode deixar certa margem de
liberdade a uma ação política desejosa de reabrir o espaço dos possíveis.
3. A nova pesquisa (com os egressos)
Movidos pela necessidade da revisão crítica dos resultados obtidos na pesquisa,
voltamos a campo após dois anos, com o olhar focado na questão da mulher, estando
agora instigados a esclarecer e confirmar essas novas deduções. Retornamos à escola
para obter dados numéricos de ingressos e egressos desde a criação do Curso Técnico
em Eletrotécnica, há dezessete anos e, em seguida, localizar as mulheres que obtiveram
êxito no curso, as técnicas em eletrotécnica, ou que, embora não diplomadas, atuam na
área. Do levantamento documental na secretaria e setor pedagógico da escola, resultou o
Quadro I. A partir desses dados, foram localizadas e entrevistadas as mulheres.
CLASSIFICADOS
ANO
Ingresso
19ªT/06
18ªT/05
M
40
40
F
0
0
Nº MULHERES
NO PROCESSO
SELETIVO
38
2
2
16ªT/03
36
4
7
15ªT/02
35
5
5
36
4
7
20
24
25
25
0
1
5
0
0
2
5
0
13ªT/00
12ªT/99
11ªT/98
10ªT/97
CONCLUINTES
ANO
Egresso
M
F
1
2
17ªT/04
14ªT/01
OBSERVAÇÕES
Trajetória mulheres no
TE (Técnico em
Eletrotécnica)
TURMA
QUADRO 1 - LEVANTAMENTO DOS INGRESSOS E EGRESSOS NO CURST
TÉCNICO EM ELETROTÉCNICA DA ESOLA “X”, DESDE SUA
IMPLANTAÇÃO NA ESCOLA, COM O FOCO NA CATEGORIA GÊNERO:
1 Interrompeu o curso no
final do 2º módulo (antes
do ES) e 1 concluiu o TE
(na 17ª Turma)
1 Concluiu o TE (na 16ª
Turma)
Nenhuma concluiu
1 Concluiu o TE (na 15ª
Turma) e 1 Interrompeu o
curso no ES.
Nenhuma concluiu
Nenhuma concluiu
17ª
Previsã
o dez/07
30
1
16ª
Dez/06
15
1
15ª
Dez/05
7
1
14ª
Dez/04
7
0
13ª
12ª
11ª
10ª
Dez/03
Dez/02
Dez/01
Dez/00
7
4
3
13
0
0
0
0
9
9ªT/96
8ªT/95
7ªT/94
6ªT/93
32
19
27
26
0
0
0
5
0
0
0
5
9ª
8ª
7ª
6ª
Dez/99
Dez/98
Dez/97
Dez/96
7
10
8
3
0
0
1
0
5ªT/92
22
6
6
5ª
Mai/96
3
0
4ªT/91
24
0
1
4ª
Jan/95
8
1
3ªT/90
18
3
3
3ª
Dez/93
5
0
2ªT/89
1ªT/88
8
25
0
0
0
0
2ª
Dez/92
1ª
Dez/91
Concluíram
520
35
46
o curso
técnico
Fonte: Secretaria da Escola e Setor Pedagógico da Escola – acesso em 25/09/2007.
5
2
0
0
137
5
Nenhuma concluiu
1 Concluiu o TE (na 7ª
Turma)
Não concluiu
1 Concluiu o TE (na 4ª
Turma)
Sem nos ocuparmos dos candidatos homens nos processos seletivos,
constatamos um alto índice de aprovação feminina, das 46 candidatas inscritas, 76%
foram selecionadas. Esse índice não se confirma no final do curso, uma vez que 26,34%
dos homens diplomaram-se e somente 14,28% das mulheres tiveram o mesmo feito, o
que denota o matiz de gênero.
Numeramos 35 mulheres (6%) no somatório de 555 alunos que foram
classificados para o Curso Técnico em Eletrotécnica, no período de 1988 a 2006, nas 17
turmas desde a sua criação; destas apenas cinco mulheres finalizaram o curso, o que
representa 4% dos concluintes.
A partir do levantamento de dados, que demonstram claramente o caráter
masculino do Curso Técnico em Eletrotécnica, localizamos as cinco mulheres que
finalizaram o curso e, também, as duas mulheres que interromperam o curso no final, e
atuam no respectivo campo profissional9.
9
NTE0121 – Setor Comercial - Venda de distribuição/ampliação de rede de distribuição elétrica. O
cliente solicita um levantamento, que é encaminhado ao COD - Centro de Operação e Distribuição. Feito
o levantamento, este é devolvido ao Setor Comercial, para o fechamento do contrato da obra.
FTE041 - Apoio ao COD – realiza os projetos de distribuição e ampliação (encaminhado por NTE0121).
ATE0420 – Apoio ao COD – alinhava/programa a execução da operação - conferência e da viabilidade da
operação dos projetos de distribuição, ampliação e manutenção da rede elétrica.
RTE0315 - Coordena o COD. Coordena a execução do projeto no campo – desliga a rede e orienta a obra
no campo (construção e manutenção). Encaminha para o plantão a verificação do real problema, quando
uma emergência. Desligamento da rede, para execução da obra e acompanhamento desta execução. A
primeira mulher na Empresa designada a essa função.
DTE3ªT4 – Gerente Administrativa e Financeira da Distribuidora Elétrica. Chefe da NTE0121.
ATE018 - Responsável pelas compras, controle de estoque e controle de distribuição de material para as
atividades de campo da Empresa prestadora de serviços elétricos e, também responsável pelas compras da
loja de materiais e produtos elétricos dessa Empresa. Também participa do desenvolvimento de projetos
elétricos vendidos pela Empresa.
CTE5ªT7 – Não localizada,,segundo informações, não atua na área.
10
A partir de então, entrevistamos quatro técnicas em eletrotécnica (NTE0121,
FTE041, RTE0315 e DTE3ªT4) e uma (ATE0420) que interrompeu o curso no final,
que atuam na mesma Empresa Distribuidora de Energia10. E ATE018, cujo estágio
supervisionado foi interrompido, que atua numa Empresa Prestadora de Serviços
Elétricos e Loja de Materiais Elétricos. A 5ª mulher eletrotécnica, a CTE5ªT7, não foi
localizada, conforme informações de terceiros nunca atuou na área.
FTE041 aponta a prática adotada pela empresa na acolhida aos estágios
supervisionados sem remuneração e como desculpa, a ausência de vaga. Alguém, pela
empresa, justifica: “Fazemos um favor em receber o estagiário”. Afirma a estudante
(hoje funcionária): “Sabemos que na verdade é um engodo. Esta é uma forma de
exploração de mão-de-obra. E, agora, as mulheres técnicas em eletrotécnica
contratadas pela empresa, que coordenam toda a operação, têm a remuneração
inferior aos homens técnicos em eletrotécnica que atuam no campo, mesmo que
quisessem elas não poderiam lá atuar”.
Embora integrem uma minoria que enfrentou o preconceito e está no mercado
de trabalho no campo da sua escolha profissional, o DSC ainda se reproduz nas suas
falas: “Há um longo caminho a percorrer para que a questão de gênero venha a ser
superada”.
Muitas lutas contra a discriminação foram necessárias para que a mulher
conquistasse seu espaço no sistema educacional. As mulheres transitam em todos os
cursos e segmentos escolares, atingem os mesmos níveis que os homens e os superam
de maneira sensível no acesso, na aprovação, no êxito escolar; no entanto, ainda
persistem alguns bastiões11 masculinos, como certas especialidades de engenharia e de
formação profissional, como na eletrotécnica. Dados do INEP/MEC12 apontam que
cursos, como de Engenharia, contam cada vez mais com a participação das mulheres
nos seus quadros de matriculados. É o que pode ser constatado na comparação dos
dados de 1991 e 2002 do Censo da Educação Superior, de 17,4% passou para 20,3% a
presença da mulher no universo masculino13.
10
Registramos que DTE3ªT4, FTE041, e ATE0420 já eram funcionárias da Empresa antes de
ingressarem no Curso de Eletrotécnica. Entraram no curso para gerar “capital de permanência e carreira”
na Empresa. NTE0121 e RTE0315 foram admitidas após o estágio supervisionado.
11
Termo usado por Enguita, 2005, p. 80
12
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira do Ministério de Educação e
Cultura.
13
Salientamos que na especificidade da reflexão do texto, a engenharia elétrica corresponde ao campo
intelectual (limpo) e a eletrotécnica, a mão-de-obra (pesado/sujo)
11
O censo escolar da educação profissional no país período 2003-2005 também
aponta a questão de gênero na educação profissional. Os dados numéricos das
matrículas por gênero na área profissional da indústria comprovam a significativa
predominância do sexo masculino nesse setor, do qual se inclui o curso técnico em
eletrotécnica e sem grandes avanços ao longo do período, conforme ilustra o Quadro II.
QUADRO II - MATRÍCULAS DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL,
POR GÊNERO, NA ÁREA PROFISSIONAL DA INDÚSTRIA, PERÍODO 2003 A
2005.
Ano
Matrículas por gênero
Masculino %
Feminino
96.002
87,6 13.557
103.711
90,4 11.030
114.436
87
13.717
%
12,4
9,6
13
Fonte: MEC/INEP/DEEB - Censo Escolar de 2003 a 2005
2003
2004
2005
Apontamos que no ano de 2005, na Região Sul, a representação feminina nas
matrículas na área profissional da indústria foi de 11% (inferior à nacional) e,
respectivamente, o índice de concluintes desse gênero foi 9,7%.
No curso técnico em eletrotécnica da escola da nossa pesquisa encontramos um
ingresso de 520 homens e 35 mulheres no período de 1988 a 2006, ou seja, o público
feminino representa 6%. Portanto, uma relação percentual inferior à constatada em nível
regional e nacional na área da indústria. Do total de ingressos no período resultaram 137
homens e 5 mulheres concluintes. Vários fatores condicionaram e influenciaram os
descaminhos dos jovens nos processo de formação. No entanto, a defasagem ingressosegressos é proporcionalmente maior entre as mulheres: 14,28% das mulheres e 26,34%
dos homens chegaram ao final do curso e se diplomaram, o que denota a influência do
gênero nas trajetórias de profissionalização.
Na distribuição sexual da população no Brasil, segundo dados do
IBGE/CENSO 2000, do total de 169.799.170 milhões de habitantes, a participação de
mulheres é de 51,31%. A regularidade de 50% também seria a lógica em qualquer
curso, quer seja na área da indústria ou no curso de eletrotécnica. Colhido nas
entrevistas, a discriminação e o preconceito de gênero ficou comprovado no DSC: “- a
resistência das famílias, a falta de perspectivas, a não identificação da mulher na
função de eletrotécnica pelos pares e pelas empresas, a imagem que a mulher tem de si
12
própria nesse mercado”, são referidos no momento de busca pela compreensão da
relativa exclusão dessa opção profissional e da manutenção do caráter masculino nesse
curso.
Hirata (1995) afirma que é a continuidade das relações sociais de sexo que
garantem a estabilidade da divisão sexual do trabalho. Para autora: “permanência,
persistência, continuidade não significam imutabilidade, a divisão sexual do trabalho,
como toda construção social, é histórica e coloca de imediato (virtualmente pelo menos)
a questão da mudança” (HIRATA, 1995, p.46).
Teixeira (2005) endossa a afirmativa, o contínuo crescimento da participação
feminina no mercado de trabalho é explicado por uma combinação de fatores
econômicos e culturais. As mudanças nos processos industriais transformaram a
estrutura produtiva, o assalariamento, a separação trabalho do trabalhador, bem como, a
crescente feminização no mercado de trabalho. Transforma-se a sociedade como um
todo porque suas instituições e a cultura se transformam.
4. Conclusões e expectativas
Como vimos nas entrevistas com os estudantes e também nas falas das
mulheres ocupadas egressas do curso, a discriminação de gênero não tem a sua gênese
na escola. Mesmo que nela se manifestem seus resquícios preconceituosos, e na esfera
doméstica, no mercado de trabalho, nas relações difusas na vida das pessoas que o
gênero interpõe-se como elemento de exclusão.
Zuleide A.Teixeira14 (2005) reforça nossa dedução. A discriminação, como
uma desigualdade vivida no cotidiano da sociedade, no que se refere às relações de
gênero, não se definiu a partir do econômico, mas especialmente a partir do cultural e
do social, formando daí as "representações sociais" sobre as funções da mulher e do
homem dentro dos variados espaços de convivência, ou seja: na família, na escola, na
igreja, na prática desportiva, nos movimentos sociais, afinal, na vida em sociedade.
Enguita (2005) reforça o pensamento de Bourdieu, ao lembrar que no mercado
de trabalho um mesmo diploma não consegue o mesmo reconhecimento nem produz os
mesmos efeitos debaixo do braço de uma mulher e do de um homem. A discriminação
14
Zuleide Araújo Teixeira é Subsecretária de Planejamento e Orçamento da Secretaria Especial de
Políticas para as mulheres.
13
de gênero é uma questão construída pelo humano, engendrada em seu habitus, portanto,
histórica e passível de dissipar-se no tempo.
Virá o dia em que a ocupação de vendedor não esperará uma silhueta
masculina, como critério de qualificação, para dar confiabilidade à análise dos produtos
elétricos a serem ofertados, pois confiará no saber da mulher dessa área?; os postos de
trabalho na área de eletrotécnica, numa empresa, não mais serão definidos pelo gênero,
e sim, pela afinidade e domínio da atividade?; o trabalho de campo denominado de
“pesado” e o do escritório tido como “limpo” não se distanciarão por uma concepção
ditada pela “virilidade masculina e fragilidade feminina”? As mulheres egressas
entrevistadas já expressam em suas falas: “a mulher não é destituída de força”.
Teixeira(2005) nos lembra que somente há uns 10 ou 15 anos atrás,
especialmente desde o período da Constituinte 1987/88, as questões que envolvem as
relações de gênero no trabalho e na produção encontraram maior espaço nas pautas
importantes de discussão de políticas de emprego, como sindicatos, partidos políticos e
outros setores similares.
As mulheres, arrojadas e persistentes, ganham forças para enfrentar o
preconceito. Concluem o curso, mas as barreiras e possibilidades surgem no mercado de
trabalho.Visualizam um vasto campo que se abre para a mulher. Exemplo, a egressa
RTE0315 é a primeira mulher a coordenar o COD (Centro de Operação e Distribuição)
na história da Empresa. Enfrentamento positivo que nasce na família com o pai que
acolhe a escolha profissional da filha. Com isso, ela se reafirma na coordenação dos
profissionais masculinos que atuam do campo da distribuidora elétrica. Vozes
femininas, colegas de trabalho, com orgulho argumentam: “Está sendo muito bom. Ela é
cuidadosa. Ela é perfeita! É respeitada pelos homens, embora alguns ainda fiquem
confusos”. Nessas vozes encontramos a possibilidade do desenho de uma nova história,
a profissionalização isenta de discriminação e de preconceitos de gênero, da inserção no
mercado de trabalho pelo mérito profissional. RTE0315 já conquistou este espaço.
FTE041 orgulha-se: “Somos tudo de bom. Não sei como conseguimos fazer
tudo ao mesmo tempo. Cuidamos da casa, dos filhos, trabalhamos e, no final, dá tudo
certo”. A dupla jornada é uma das peculiaridades que acompanha a mulher ainda.
Normalmente, além de cumprir suas tarefas na empresa, ela precisa cuidar dos afazeres
domésticos. Esta também é uma questão de gênero a superar. Enquanto homens e
mulheres assim entenderem, permanecerá.
14
As mesmas mulheres que se orgulham do enfrentamento da discriminação de
gênero numa profissão ainda selada pelo caráter masculino, entretanto intimidam-se
quanto à sua capacidade para a engenharia elétrica. Mesmo a reconhecida como
corajosa e competente profissional, RTE0315, ao ser perguntada sobre a possibilidade
de cursar engenharia elétrica, vacila: – “Tudo bem, o técnico em eletrotécnica ajuda,
mas a prática vale muito. Já aprendi muito. Acho que mais um tempo de prática me
faria decidir ou não. O colega que faz engenharia é muito inteligente! Envolve muita
coisa e precisa tempo (aponta o ventre, mostrando a filha que está por vir)”.
Os temas domésticos e familiares se sobrepõem. As mulheres fazem tantas
coisas ao mesmo tempo que estudar representa a terceira jornada do dia. Para muitas
parece inviável. No processo de conquista do seu espaço no mercado de trabalho, as
mulheres têm um papel fundamental que começa com a imagem que têm de si mesmas,
como profissionais na área elétrica.
A sociedade não é estática, é movimento. Também não se produz ou reproduz
em seus segmentos de forma isolada. As diversas instituições por onde passa o humano
são permeáveis e suscetíveis a influenciar e receber influência. No lar, na escola, no
mercado de trabalho, em todos os espaços formais e informais por onde homens e
mulheres constroem e também desconstróem crenças, porque essas não são imutáveis,
enquanto presentes fazem a vida como ela é.
O processo de mudança sempre é uma ação transgressora, inicialmente difícil.
Aos poucos essa ação desaparece com o nascimento de nova realidade. Homens e
mulheres transitarão no campo da eletrotécnica libertos de quaisquer discriminações
e/ou preconceitos de gênero. Há de vir o dia na qual esta reflexão, ora denúncia, perderá
sua função.
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