CAPÍTULO 4 – ESCOAMENTO DA PRODUÇÃO
ESCOAMENTO
O escoamento das plataformas é feito através de dutos que podem ser denominados dutos
rígidos ou dutos flexíveis, de acordo com o material de que são constituidos. Os dutos rígidos
são constituidos por uma liga de aço, podendo ser também de titânio.
Os dutos flexíveis são constituidos por várias camadas de materiais diferentes, com funções
diferentes; o número de camadas de um duto flexível é em função do material que ele
transporta e de sua localização.
O duto tem por finalidade transportar fluido entre o poço e a plataforma, entre plataformas, ou
entre a plataforma e um local em terra, ou entre a plataforma e um navio aliviador. Os dutos,
dependendo da região em que se encontram, recebem uma denominação diferente, ou seja,
o trecho do duto que fica suspenso é denominado de riser e o trecho que fica em contato
com o solo marinho é denominado de duto submarino (pipeline, flowline).
Atualmente, há risers denominados híbridos que são constituidos por um trecho de riser
rígido e outro de riser flexível. Existem algumas concepções que adotam este tipo de riser
denominado Riser Hibrido Auto Sustentado, as Torres Hibridas e o Riser “S” hibrido.
Esta imagem (cortesia de 2H Offshore) mostra uma matriz de risers híbridos independentes
semelhantes aos que estão sendo utilizados pela Petrobras para produzir nos campos de
Cascade e Chinook, no Golfo do México. Os risers de pé livre híbrido utilizado pela Petrobras
foram concebidos pela Technip.
Esta imagem mostra a cadeia de conexão do tanque de flutuação para o riser de produção.
O riser, quanto a sua função, pode ser de perfuração, de completação ou de produção. O
riser de perfuração tem como finalidade de abrigar a coluna de perfuração, retornando em
seu anular o fluido de perfuração à superfície, trazendo consigo os cascalhos provenientes
desta operação.
O riser de completação tem como finalidade levar os equipamentos até a zona produtora, a
fim de que se possa completar um poço. Entende-se por completação um conjunto de
operações, realizadas após o término dos trabalhos de perfuração, visando colocar um poço
em produção. Estas operações são, basicamente, as seguintes: instalação dos
equipamentos de segurança para controle do poço, condicionamento do revestimento de
produção e do fluido nele contido, verificação da qualidade da cimentação primária realizada
pela perfuração, quando da instalação do revestimento de produção, canhoneio
(perfurações) na zona de interesse, instalação de equipamentos no interior de poço, para
garantir a produção de forma segura e eficiente, instalação dos equipamentos de superfície e
indução de surgência (isto é, colocar o poço em produção).
O riser de produção é o que conduz o petróleo bruto do poço à superfície, para ser separado
em óleo, gás e água. Quanto a sua constituição estrutural, os risers podem ser classificados
em rígidos ou flexíveis. Os risers rígidos podem ser subdivididos em verticais e em forma de
catenária, que são denominados de SCR ( Steel Catenary Riser). O SCR foi estudado e
viabilizado para utilização com o objetivo de substituir o riser flexível com grande diâmetro
em profundidade onde o riser flexível não é viável tecnicamente, até o momento.
CONFIGURAÇÃO DE DUTOS FLEXÍVEIS
Através da Figura a seguir pode-se visualizar um cenário submarino de exploração
característico. Observam-se dutos flexíveis assentados no leito marinho (Flowlines), linhas
que interligam os equipamentos submersos aos de superfície (Risers) e linhas que podem
fazer interligação para equipamentos de superfície (Jumpers).
Flowlines
São denominados flowlines os dutos que, depois de instalados, ficam apoiados no fundo e,
portanto não sofrem solicitações cíclicas, além de possuírem um comportamento
considerado basicamente estático. Essas linhas flexíveis (flowines), responsáveis pela
ligação entre o poço e o manifold ou plataforma.
Jumpers
É chamada de jumper a configuração de um riser flexível de pequeno comprimento que
forma uma catenária suspensa, como por exemplo a interligação da árvore de natal ao
manifold.
Configuração dos Risers
As aplicações dinâmicas de linhas flexíveis geralmente acontecem quando estas interligam
pontos entre unidades de produção e equipamentos submarinos. Movimentos relativos entre
esses pontos ocorrem devido a forças que são representadas por carregamentos oriundos de
condições ambientais, tais como ventos, correntes marinhas e irregularidades no fundo.
Essas solicitações são transmitidas às linhas dificultando a operação em águas profundas.
Para a solução desses problemas ou a diminuição dos efeitos causados por essas forças,
são utilizadas configurações de risers específicas. Configurações em catenária são
assumidas em diversos cenários. A configuração mais simples e barata é a catenária livre
(free hanging), mas que pode gerar grandes problemas devido aos esforços nas conecção
com à unidade de produção. Com o intuito de reduzir estes esforços são colocados
flutuadores ou bóias nas seções intermediárias do riser. Desta forma, o empuxo provocado
por esses elementos alivia o peso suportado pelo sistema flutuante, e quando sob
solicitações laterais, contribui com movimentos restauradores.
A seguir mostraremos o uso dos conectores, dos flutuadores, e as configurações de
montagem.
ESTRUTURA DE DUTOS FLEXÍVEIS
Estrutura do Duto Flexível
Os dutos flexíveis levam uma grande vantagem sobre os dutos rígidos quando comparados
dinamicamente. O duto flexível possui camadas metálicas e camadas plásticas sobrepostas.
Estas por sua vez, movimentam-se relativamente de acordo com o esforço aplicado à linha.
Tal fato possibilita que o flexível possa atingir grandes curvaturas, quando comparado aos
dutos rígidos. Os dutos flexíveis podem ser classificados de acordo com seu processo
construtivo, de acordo com sua camada interna ou ainda de acordo com a presença de H2S.
Classificação de acordo com o processo construtivo
• Bonded ou vulcanizados (camadas aderentes) – possuem camadas coladas umas nas
outras como num processo de vulcanização. Isso faz com que as camadas atuem de
maneira uniforme, ou seja, como uma única camada. A Figura 5 mostra uma estrutura
bonded;
Classificação de acordo com a camada interna do duto
Os dutos flexíveis são estruturas constituídas de camadas cilíndricas poliméricas e camadas
metálicas dispostas em helicóides, cada uma com características geométricas e físicas
específicas. As camadas poliméricas têm função de vedação, ou seja, mantêm o fluido em
seu interior, e podem auxiliar no isolamento térmico e na redução de fricção. As camadas
helicoidais metálicas, também denominadas de armaduras, representam as principais
características estruturais. Essas ou tiras metálicas enroladas helicoidalmente sobre um
núcleo polimérico. Para o projeto um duto flexível, deve-se levar em conta diversos fatores.
Primeiramente é necessário ter conhecimento de qual aplicação terá este flexível (exportação
de petróleo, gás lift, produção, etc.), qual será o seu diâmetro interno, qual a profundidade do
poço e a vida útil que a linha deverá ter. Leva-se em consideração ainda os tipos de fluidos
que serão transportados, qual sua pressão e temperatura, sua composição molar, teor de
H2S, pressão de CO2, densidade do fluido, dentre outros. As condições ambientais em que
os dutos flexíveis estarão sujeitos, principalmente referente às velocidades das correntes
marítimas em função da profundidade do duto também devem ser observadas no projeto de
duto. De acordo com a aplicação do duto flexível, podemos dividi-los em dois grupos: os
Smooth Bore e os Rough Bore.
Estruturas Smooth Bore
Um duto flexível do tipo Smooth Bore possui um duto termoplástico interno. Este tipo de duto
é usado para transportar produtos líquidos que não apresentam gases em sua composição
(água, produtos químicos, óleo, etc).
Estrutura Rough Bore
Sua principal característica é que ele internamente possui uma camada intertravada,
denominada carcaça, produzida numa máquina de espiralamento. Este tipo de flexível é
utilizado para o transporte de produtos bifásicos ou gases. Apesar de ser a primeira camada
do duto, a carcaça não possui nenhuma função de vedação. Sua principal função é
proporcionar suporte à camada termoplástica com a finalidade de resistir ao colapso devido à
difusão do gás e à pressão hidrostática externa. A Figura 11 mostra uma estrutura típica de
um duto Rough Bore.
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Ambiente upstream