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Sobre Silvia
Marcuzzo
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Silvia Marcuzzo é jornalista e
trabalha a temática
socioambiental desde 1993. Já
transitou em diversos
“ecossistemas” e arranjos
energéticos do jornalismo. Ao
passar por assessorias de ONGs,
governos e consultorias para
empresas, em Porto Alegre, São
Paulo e Brasília, sempre
manteve a convicção de que é
possível melhorar a relação
entre os “ambientes” e a
comunicação. Por isso, fundou a
ECOnvicta Comunicação para
Sustentabilidade.
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16/03/2012 às 16:22 (6 comentários)
Mais educação,
consumidor
Mais um dia para celebrar do calendário. Um dia
para lembrar que todos os dias são nossos. O dia
do consumidor, ontem, 15 de março. Ora, quem
não é consumidor hoje? Todo mundo, nem que
seja de ar, de olhares ou de intenções. Pois
escrevo não pra falar dos direitos desses seres
cada vez mais almejados pelo mercado, mas dos
seus limites.
Vou contar duas histórias verdadeiras,
presenciadas por mim. Há tempo que ouvi essa, que fiquei tão “de cara,” que só agora,
depois de meses ou mais de ano, estou registrando nesse espaço. Estava fazendo as unhas
no salão de beleza do aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre, e vi que uma das clientes
trabalhava na Infraero. Papo vai, papo vem, perguntei como quem não quer nada, por que
havia sumido umas maravilhosas poltronas reclináveis que deslumbraram os viajantes
quando foi inaugurado o aeroporto. Vocês não imaginam o motivo. Porque nós
consumidores não sabemos nos comportar diante de tanto conforto.
As cômodas poltronas tiveram que ser retiradas do segundo andar do aeroporto porque
casais adoravam ir durante a madrugada transar em cima delas. Isso mesmo, manter
relações sexuais em um local público, iluminado, com movimento 24h. Pensem. Alguns
casais provocaram a saída de algo “sonhado” pelos turistas cansados. Não foi uma, duas,
três vezes. O negócio foi ficando complicado, criando confusão para os seguranças e para a
administração.
Nesta semana, constatei outra situação que exemplifica como a falta de noção provoca a
perda de benefícios. Depois de uma espera e atendimento demorado no Banco do Brasil,
perguntei porque não havia uma água ou cafezinho, um agrado que havia sido
disponibilizado tempos atrás no saguão da agência. Resposta? O problema é que o síndico
do prédio vizinho, o funcionário de uma loja próxima, enfim, outras pessoas, só iam ao
banco para tomar o tal café, que, diga-se de passagem, não tinha nada demais. Era apenas
um alento para o povo ou mesmo clientes do estabelecimento que atende a esmagadora
classe média dos bairros Cidade Baixa e Menino Deus. O bancário ainda contou que na área
do autoatendimento não dá para deixar nada. Já levaram grampeador, canetas, enfim, tudo
pode ser furtado. Uns levam e todos pagam.
O que me intriga ainda é se a boa parcela dos consumidores “com noção” vai também se
dar conta de outros níveis – mais sutis, menos escancarados – da falta de respeito. Sei que
20/3/2012 12:07
Mercado Ético > Blog Archive » Mais educação, consumidor
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isso é bem mais complexo do que ter uma educação básica – essa que não aprendemos nas
escolas – o impacto daquilo que compramos. Pensando bem, vamos nos dando conta que há
outras formas de se passar por cima de direitos. Quando adquirimos algo que não considera
a proteção à natureza, as condições dos trabalhadores que o fizeram, por exemplo. Ou
quando o próprio fabricante tenta nos enganar, estampando inverdades do greenwashing
nos rótulos dos produtos.
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Pois em meio às comemorações desse dia, mesmo que já tenha passado, cito uma meta do
Ministério do Meio Ambiente anunciada no dia 15 de março. O MMA diz que é preciso
dobrar o número de consumidores conscientes, dos atuais 5% da população brasileira, de
http://www.facebook.com/plugins/likebox.
acordo com pesquisa do Instituto Akatu, para 10% até 2014. Em dois anos, mais gente terá
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acesso a produtos antes impensáveis, já que a tal Classe C frequenta cada vez mais
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shoppings e outras zonas de consumo.
E aí, novamente, nós mulheres temos um papel crucial, não só porque somos aquelas que
... has been
denied for
the70%
folloa 80% do que é consumido no Brasil, segundo o Instituto Data
decidimos
entre
Popular, mas também porque somos nós, grande parte das vezes, que damos limites aos nossos filhos.
Uso esse espaço como desabafo, porque acredito que todos nós podemos ajudar a melhorar essa situação – seja se policiando,
dando toques aos incovenientes ou simplesmente sendo exemplo. Esse cenário revela como precisamos elevar os indicadores da
civilidade, da boa convivência, desse nosso subdesenvolvimento agravado pelo nosso jeitinho brasileiro.
> Clique aqui e veja todos os posts do Silvia Marcuzzo
COMENTÁRIOS
Celso Sant'Anna - 19/03/2012 às 22:36
A Educação passa pelo ver-se no Outro. Nosso mundo competitivo não permite isso. As relações em sociedade degradam-se pelo
individualismo. Acredito, porém, que muitos já não aceitam o que está posto e semeiam tempos melhores em opiniões e ações.
Abração, Silvia.
Beto Meira - 19/03/2012 às 18:24
No ponto! Aquilo que é de todos é de todos, mas boa parcela das pessoas considera que o que não é privado, deve ser rapinado
antes que outro o faça. É a tragédia dos comuns de nosso cotidiano!
Rui Felten - 19/03/2012 às 11:09
Pois é, por essas e outras é que hoje também pagamos estacionamento nos shopping centers. Era tanta gente deixando os carros nos
shoppings enquanto trabalhava em locais próximos, ocupando as vagas que deveriam ser ocupadas por quem de fato estivesse
utilizando os serviços dos estabelecimentos comerciais, que o prejuízo acabou no bolso daqueles (cada vez mais escassos!) que têm
noção de como deve ser o convívio civilizado em sociedade. E assim caminha a humanidade... Grande abraço, Sílvia, e parabéns
pela luta em favor das boas causas! Rui Felten
Christiane Telles - 18/03/2012 às 05:56
Tema super pertinente e que rende "pano pra manga. É uma pena, mas infelizmente tem coisas bem piores relacionadas à falta de
consciencia do consumidor!! Ainda tem muita gente que abre a janela do carro para jogar lixo na rua...etc...
Marco Rodrigo - 18/03/2012 às 00:19
Excelente artigo !!! O Brasil precisa de textos assim. É preciso fazer uma verdadeira campanha para elevar o padrão das boas
maneiras da população. Em Brasilia, a situação é ainda muito pior do que em Porto Alegre... As cidades do sul possuem uma forte
herança cultural européia ... No resto do país a falta de civilidade e berço das pessoas é ainda muito pior...
Jerri - 17/03/2012 às 21:33
Ontem mesmo estava na casa do meu pai e falávamos sobre a falta de educação das pessoas em relação a tudo. Falta senso de
comunidade e respeito ao próximo em todos os níveis da sociedade.
20/3/2012 12:07
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