Setembro / 2015
2015
Relatório Mensal
BNP PARIBAS ASSET MANAGEMENT
Conteúdo
Indicadores
1. Cenário Econômico
Economia Internacional..........2
Economia Brasileira..........3
2. Asset Allocation
Asset Allocation……….4
3. Segmento de Renda Fixa
Comportamento do mercado..........5
Juros & Inflação - O que fizemos..........6
Estratégias para o próximo período..........6
Crédito Privado..........6
4. Segmento de Renda Variável
Setembro
12 meses
CDI
1,11%
12,57%
IRF-M
-0,94%
6,94%
IMA-B
-0,68%
5,85%
IMA-B 5
0,79%
11,95%
IMA-GERAL
-0,37%
7,90%
DÓLAR
9,39%
62,60%
IBOVESPA
-3,36%
-16,73%
IBrX
-3,11%
-15,15%
SMLL
-2,71%
-28,05%
IDIV
-6,18%
-37,36%
Comportamento do mercado.........8
O que fizemos..........8
O que esperamos para frente..........8
5. Segmento de Multimercados
Moedas..........9
Juros..........9
Renda Variável..........10
Estratégias para o próximo período..........10
1
A atividade mundial continuou desacelerando no mês
passado. Nosso indicador PMI Manufaturados Mundial
passou de 50,1 pontos em agosto para 49,7 pontos em
setembro, o pior resultado desde maio de 2013. Isso
sinaliza que o setor de manufaturados está em
pequena retração mundial e, até o momento, não
existe nenhum sinal de recuperação no curto prazo.
Gráfico 01
CENÁRIO
ECONÔMICO
Eduardo Yuki
Economista Chefe / Estrategista
BNP Paribas Asset Management
Economia Internacional
consumidor em apenas 0,2% acumulado nos últimos
doze meses.
No Japão, os indicadores sugerem nova retração do
produto interno bruto no terceiro trimestre. Após a
retração da atividade em 0,3% no segundo trimestre
em relação ao anterior, a produção industrial recuou
0,8% em julho e 0,5% em agosto. Não podemos deixar
de mencionar que a inflação ao consumidor ficou em
apenas 0,2% acumulado nos últimos doze meses.
Na China, os dados de agosto também sugerem
deterioração da atividade local. Em comparação com
mesmo mês do ano passado, o volume de tráfego nas
ferrovias caiu 17,3%, as vendas de carros de passeio
recuaram 3,4% e as exportações retraíram 5,5%. Em
outros países asiáticos também encontramos sinais de
piora da atividade, como a queda de 20,7% nas
exportações da Índia.
Gráfico 03
Fonte: Bloomberg. Elaboração: BNP Paribas AM.
Nos EUA, nossa expectativa de menor ritmo de
expansão do produto interno no próximo ano está
baseada em três pontos. Em primeiro lugar, o
fortalecimento do dólar ocorrido entre julho do ano
passado e março desse ano continua retraindo as
encomendas de exportações. Além disso, as condições
monetárias estão ficando mais restritivas, o que
desaquecerá o ritmo de concessão de crédito. Por fim,
o lucro das empresas americanas está praticamente
estagnado desde 2012, antecipando uma menor
disposição a contratar novos trabalhadores e a
investir. Esse ambiente tem evitado aceleração dos
salários e contribuído para manter a inflação ao
Gráfico 02
Fonte: BEA. Elaboração: BNP Paribas AM.
Portanto, reiteramos nossa visão de que o menor ritmo
de crescimento manterá o ambiente global
desinflacionário e, consequentemente, os bancos
centrais continuarão fornecendo estímulo monetário
em busca de um ritmo de atividade compatível com
inflação mundial ao redor de 2,0% ao ano.
Fonte: Bloomberg. Elaboração: BNP Paribas AM.
2
Economia Brasileira
Gráfico 05
No nosso país, não há indícios de estabilização do
nível da atividade nesse trimestre. Os indicadores de
confiança
dos
empresários
e
consumidores
continuaram retraindo fortemente e os estoques
indesejados continuaram subindo no mês passado.
Isso nos levou a reduzir nossa projeção para o PIB real
de 2015 para -3,2% (consenso em -2,8%) e,
consequentemente, de 2016 para -2,4% (consenso em
-1,0%). O menor crescimento da demanda e produção
nacional geram consequências relevantes:
Gráfico 04
Fonte: MDIC. Elaboração: BNP Paribas AM.
Fonte: IBGE. Elaboração: BNP PAM.
a.
Contas públicas:
recessão econômica
prejudica a arrecadação fiscal e, mesmo considerando
a aprovação das medidas anunciadas recentemente, o
resultado primário apresentará déficit em torno de
0,3% do PIB em 2016. A dívida pública bruta alcançará
75% do PIB em 2017 e passará a estabilizar ao redor
desse patamar, caso o governo alcance superávit
primário de 2,0% do PIB em 2018. Isso reforça a
necessidade de aumentar a carga tributária e cortar
despesas rapidamente.
c.
Inflação: aumento adicional de preços
administrados pelo governo levou nossa projeção para
o IPCA desse ano para 9,7%. Para 2016, estimamos
forte desinflação para 5,2%, em virtude do aumento da
taxa de desemprego para 10,7% e ociosidade dos
fatores de produção em torno de 10% no final do
próximo ano. A possibilidade de anúncio de novos
impostos ou aumento dos existentes geram risco para
cima na nossa projeção. Por outro lado, nosso viés
negativo para a atividade e a possibilidade de novos
cortes de gastos reduziriam nossa projeção. Enfim, a
estimativa de IPCA possui elevado grau de incerteza.
Portanto, a recessão econômica deteriora as contas
públicas e aprofunda o ajuste das contas externas.
Entendemos que os eventos recentes aumentaram a
probabilidade de aprovação das medidas fiscais
necessárias para caminharmos em direção ao
superávit primário em 2017 e possibilitará uma
melhora gradual da percepção fiscal ao longo dos
próximos anos.
b.
Contas externas: a queda da demanda
doméstica reduz importações e beneficia o ajuste das
contas externas. A balança comercial acumula
superávit de USD 10,2 bilhões entre janeiro e setembro
desse ano, cenário muito diferente do déficit de USD
384 milhões no mesmo período do ano passado. Assim,
o balanço de pagamentos acumula superávit de USD
10,4 bilhões entre janeiro e agosto, o que tem
contribuído para aumentar as reservas internacionais
de 16% do PIB no final do ano passado para cerca de
20% do PIB nesse mês. A desvalorização cambial dos
últimos trimestres deve favorecer adicionalmente as
contas externas dos próximos anos. Isso evidencia que
não existe crise de balanço de pagamentos.
3
ASSET ALLOCATION
Asset Allocation
Eduardo Yuki
Economista Chefe / Estrategista
BNP Paribas Asset Management
Renda variável
variável
O comitê de alocação de ativos decidiu aumentar o
posicionamento de levemente underweight (-1 ponto)
para neutro (zero) em renda variável para a primeira
quinzena de outubro. As ações recentes do governo
aumentam a probabilidade de aprovação das medidas
de aperto fiscal, favorecendo o ambiente para ativos
de risco. Apesar disso, a nossa projeção para a
atividade local continua deteriorando e os indicadores
de valuation não sinalizam oportunidade nesse
momento. Os principais pontos analisados foram:
1.
Cenário econômico: reduzimos nossa projeção
de PIB real para -3,2% em 2015 e -2,4% em 2016. A
taxa de desemprego alcançará 10,7% e a demanda
doméstica permanecerá em retração no próximo ano.
Atribuímos avaliação negativa para o cenário
econômico.
2.
Valuation: a relação preço-lucro esperado
(P/E) está próxima da média histórica. No entanto, a
pressão no mercado de juros mantém o prêmio de
risco da bolsa (Equity Premium Risk) extremamente
deprimido. De outra forma, apesar do nível do preço
estar alinhado com o lucro esperado das empresas, o
elevado custo de oportunidade prejudica a decisão de
alocação no mercado de renda variável. Por isso,
atribuímos avaliação negativa para o valuation do IBX.
3.
Técnico:
a
continuidade
da
elevada
volatilidade dos mercados mantém nossa avaliação
levemente negativa para os fatores técnicos.
Apesar da avaliação fundamentalista negativa,
entendemos que as recentes ações do governo (Banco
Central, Tesouro e Planalto) podem favorecer o preço
de ativos de risco no curto prazo. Portanto,
considerando nossos modelos quantitativos e a
discussão qualitativa, o colegiado decidiu pela
alocação neutra em renda variável para o início do
mês de outubro.
utilização da capacidade instalada das empresas.
Entendemos que esse ambiente é fortemente
desinflacionário e, portanto, o Banco Central não
aumentará a taxa de juros nas próximas reuniões.
Assim, o comitê decidiu aumentar o posicionamento de
neutro (zero) para levemente overweight (+1 ponto)
em renda fixa para a primeira quinzena de outubro. A
decisão foi baseada em:
1.
Cenário econômico: Nossa expectativa de forte
retração da atividade em 2015 e 2016 suportam nosso
cenário de redução da pressão inflacionária ao longo
dos próximos trimestres mas, a desvalorização
cambial e a elevada inércia devem manter o IPCA
ligeiramente acima de 5,0% no próximo ano. Além
disso, aumento de impostos tendem a prejudicar
adicionalmente nossa expectativa de preços. Assim,
atribuímos avaliação neutra para o impacto do cenário
sobre juros.
2.
Valuation: o mercado de renda fixa precifica
aumento da taxa de juros nas próximas reuniões do
Copom. Entendemos que a probabilidade de retomada
do ciclo de aperto monetário é irrisória. O presidente
do Banco Central, Dr. Alexandre Tombini, disse no dia
24 de setembro que reafirmava “a estratégia de
manutenção da Selic por período prolongado”. Além
disso, que “visa convergência (da inflação) em período
mais largo”. Assim, atribuímos avaliação muito positiva
para o valuation do mercado de juros.
3.
Técnico:
o
aumento
da
volatilidade
desfavorece o mercado de renda fixa para o curto
prazo. Mas, outros indicadores técnicos sinalizam
possibilidade de redução momentânea de pressão nas
taxas de mercado. Atribuímos avaliação neutra.
Portanto, a possibilidade de melhora do ambiente de
risco e o valuation atrativo levaram o colegiado a
aumentar a alocação de renda fixa para levemente
positiva para o início do mês de outubro.
Renda fixa
A ociosidade da economia brasileira deverá alcançar
10% no próximo ano. Essa enorme subutilização dos
recursos produtivos será reflexo do aumento da taxa
de desemprego e redução substancial do nível de
4
Renda Fixa: Comportamento do Mercado
Pelo segundo mês consecutivo o cenário local
comandou as ações no mercado de renda fixa.
Entretanto, desta vez, o movimento foi bem mais
agudo. O mercado externo também não colaborou e,
quando houve alguma influência externa, a
contaminação foi novamente negativa.
No plano internacional ocorreu novo movimento de
aversão a risco. Esse movimento ficou mais evidente a
partir da reunião do Federal Reserve System ( Banco
Central dos EUA). Lembrando que o mercado estava
em compasso de espera, pois existia a possibilidade de
alta de juros nesta reunião. A presidente do banco
central norte-americano mencionou a inflação baixa e
a piora do cenário internacional ao justificar a
manutenção da taxa de juros. Tal justificativa
sensibilizou o mercado levando a Treasury de 10 anos
a cair 18bps no mês, e se aproximar do patamar de
2,00%. Os spreads de créditos high yields também
sofreram e subiram aproximadamente 100bps em
setembro.
No mercado doméstico, as seguidas revisões de queda
da atividade econômica deterioraram a percepção da
situação fiscal. Os investidores começaram o mês
desconfortáveis com as posições que refletiam
expectativa de melhora do quadro econômico,
remanescentes do mês anterior. A visão de piora do
quadro recessivo, a falta de apoio no congresso para a
aprovação de medidas que amenizariam a
deterioração fiscal associado ao downgrade da S&P e a
alta das projeções de inflação divulgadas no último
relatório de inflação levaram a ondas de “stop” de
posições ao longo de setembro. O câmbio também
sofreu durante o período, sendo mais um fator
importante de pressão para a curva de juros, e subiu
em torno de 9%. Interessante ressaltar que no
momento de maior stress do mercado a taxa de
câmbio spot chegou a atingir R$4,2478, o que
representou 17,32% de depreciação desde o final de
agosto.
O mercado só acalmou quando, no dia 24 de setembro,
o presidente do Banco Central veio a público
corroborar o propósito de manter o objetivo exposto ao
final da reunião do Copom que havia ocorrido no início
do mês: “[...]O Comitê entende que a manutenção
desse patamar da taxa básica de juros, por período
suficientemente prolongado, é necessária para a
convergência da inflação para a meta no final de
2016.” A comunicação deu certo e ancorou o mercado
que até o fim do mês teve seus prêmios reduzidos
apesar do fechamento ainda ser em patamar bem
superior em relação ao desfecho observado no final do
mês anterior.
As NTN-Bs também subiram, porém em patamar bem
menor do que a curva de juros nominal. O resultado
disso é que a inflação implícita teve alta exorbitante
ao longo de setembro.
Outro fator importante para a melhora do mercado foi
a alta de preços de gasolina e óleo diesel. Apesar do
impacto inflacionário, o sinal foi positivo porque no
futuro, indica menor pressão fiscal para o Tesouro
Nacional.
Em suma, setembro foi caracterizado pelo aumento
significativo dos prêmios da curva de juros nominal. A
curva de juros real também subiu, porém em menor
medida o que levou a uma alta expressiva da inflação
implícita no período.
Gráfico 06
Juros Nominal
1 Ano
16,00%
2 Anos
10 Anos
5 Anos
15,50%
15,00%
14,50%
14,00%
1
253
505
757
1009
1261
1513
31/ago
1765
2017
2269
2521
2773
3025
30/set
Fonte: BCB. Elaboração: BNP Paribas AM.
Gráfico 07
Juro Real
7,60%
7,40%
7,20%
7,00%
6,80%
6,60%
6,40%
6,20%
30/Set
31/ago
Fonte: BCB. Elaboração: BNP Paribas AM.
5
Juros & Inflação - O que fizemos?
Nos mandatos RF e IRFM começamos o mês com
posições aplicadas nos DIs janeiro 2017, 2018 e 2021,
além da venda de inflação implícita de prazo
intermediário. Logo nos primeiros dias de setembro
reduzimos parcela relevante em todos os vértices e
zeramos a posição em inflação implícita. No meio do
mês zeramos o saldo remanescente nos prazos de
2018 e 2021. E finalmente, próximo ao fim do mês,
eliminamos o risco que mantínhamos no janeiro 2017.
A partir de então chegamos a carregar outras posições,
porém estas eram pequenas e tinham caráter tático.
Nós encerramos o mês zerados.
Nos mandatos da família IMA-B, no início do mês
reduzimos de maneira expressiva a posição vendida
em inflação implícita de prazo intermediário.
Mantivemos apenas 20% do total que detínhamos
originalmente em inflação implícita. Em relação a
duration dos fundos, os mandatos permaneceram com
duration neutra em relação ao benchmark ao longo de
todo o mês de setembro.
Juros & Inflação - Estratégias para o
próximo período
Mantemos o cenário prospectivo. A queda acentuada
da confiança dos empresários associada a forte
redução do nível de utilização da capacidade instalada
torna improvável a retomada dos investimentos no
curto prazo. Acreditamos que a inflação continuará
elevada até o final desse ano. Para 2016, entretanto,
acreditamos que o fraco ritmo da atividade econômica
deve prevalecer e auxiliar na queda do IPCA em
direção à meta de inflação no próximo ano.
O resultado fiscal está cada vez mais difícil de ser
atingido nesse e no próximo ano. A trajetória do
resultado primário sugere que poderemos ter déficits
consecutivos. A dívida bruta em relação ao PIB
provavelmente será superior a 70%, valor que era précondição para a manutenção do grau de investimento
por parte das agências de risco. O que acabou
culminando na perda do grau de investimento pela
S&P.
O nível de incerteza é muito alto. Apesar do ritmo
lento da atividade econômica ser favorável para o
mercado de renda fixa no médio prazo, as dúvidas com
relação à condução da política fiscal levantam
questionamentos sobre a trajetória de câmbio e
consequentemente da inflação. Ou seja, os valores
expressos nos ativos do mercado podem se deslocar
demasiadamente do nosso cenário base. Portanto, será
fundamental acompanhar a execução da política fiscal
para verificar o rumo do superávit primário. Em função
do aumento substancial do risco, a despeito do prêmio,
devemos manter posições pequenas e defensivas
visando preservar o capital de nossos clientes.
Definitivamente iremos privilegiar posições táticas em
detrimento de posições estruturais. Importante:
devemos continuar testemunhando um ambiente de
volatilidade acima da média nos próximos meses,
tanto por motivações internas quanto externas.
Crédito Privado
O mês começou com a perda do grau de investimento
do Brasil pela S&P, evento que veio confirmar a piora
tanto no cenário econômico como político do país.
Ficou ainda mais evidente, o fechamento do mercado
externo para captação de empresas brasileiras. Esse
era um mercado que já vinha fraco esse ano por conta
do atraso na publicação do balanço auditado da
Petrobras. Agora, as taxas demandadas pelos
investidores têm sido elevadas ao ponto de inviabilizar
esta alternativa de funding.
Como consequência disso, vemos algumas companhias
que tradicionalmente captavam no mercado externo,
migrando para o mercado local. Este é o caso,
inclusive, da Petrobras que está fazendo uma emissão
de debêntures de R$ 3 bilhões, com séries de 5, 7 e 10
anos, focando em investidores institucionais e nas
pessoas físicas, já que possui uma série incentivada.
Essa migração só não é mais frequente porque os
investidores locais não estão muito propensos a tomar
risco. Continuamos vendo um volume fraco de
emissões locais, inclusive com o adiamento de alguns
processos de bookbuilding, como foi o caso do
Banrisul, do FIDC do Banco Volkswagen e da Autoban.
A falta de apetite para comprar papéis de emissores
envolvidos em notícias negativas, ajudaram em todos
estes casos de adiamentos.
Nós estamos aproveitando esse momento para reduzir
a nossa exposição em crédito corporativo nas
carteiras, privilegiando a liquidez. Dentre as emissões
que estamos avaliando, continuamos focando nos
nomes com baixo perfil de risco e prazos mais curtos.
Esse encurtamento das emissões de debêntures já
pôde ser visto nos dados da Anbima que mostraram
que a média de prazo das emissões que era de 5,8
anos cerca de 2 anos atrás, é hoje de 3,8 anos.
6
Os preços no mercado secundário de debêntures
continuam bastante comportados, mas no mercado
primário, já vimos alguma abertura de taxa. Esse
movimento ocorreu principalmente nos emissores de
setores expostos a piora macroeconômica ou a
interferência governamental. Essa abertura no
mercado primário de debêntures ainda é muito
modesta se comparada ao movimento dos preços dos
bonds de companhias brasileiras.
Continuamos deixando vencer alguns CDBs de bancos
médios e/ou encurtando prazos e reduzindo o risco das
carteiras. As principais alocações continuam sendo
feitas em bancos de primeira linha, em emissões de
letras financeiras de 2 ou 3 anos. No entanto, o
interesse dos grandes bancos por recursos continua
limitado, ou seja, entendemos que essas emissões
sejam pontuais e não estamos vendo uma
normalização das captações desses bancos no
mercado.
7
Renda
Renda Variável:
Mercado
Comportamento
do
Setembro foi mais um mês negativo para os mercados.
Este fraco desempenho pode ser explicado por dois
dados: (i) forte geração de emprego nos EUA e (ii)
produção manufatureira mais fraca na China. O
primeiro trouxe, novamente, receios acerca da alta de
juros para esse ano enquanto o segundo trouxe,
novamente, medo em relação a desaceleração da
economia chinesa e impactos nos mercados
emergentes. Entretanto, no final do mês, após novas
notícias de mais estimulos na China (incentivos para
venda de veículos e imóveis) os ativos de commodities
começaram a apresentar certa recuperação.
O Brasil segue tentando recuperar sua credibilidade
fiscal. No entanto, em setembro, o país perdeu seu
grau de investimento pela S&P. Apesar do fato
negativo, a reação dos mercados não foi ruim dado que
boa parte dos agentes já esperava esse desfecho.
Todavia, houve um fato positivo no final do mês, o
aumento do preço de gasolina. Este fato foi totalmente
inesperado, principalmente, devido ao complicado
quadro de inflação e foi interpretado como um gesto
importante de governança. Contudo, o quadro geral
continua
bastante
desafiador
com
pressão
inflacionária no curto prazo, juros bastante elevados e
mercado de crédito mais restrito.
desemprego e queda de consumo. Entretanto,
voltamos a reiterar que vários ativos já contemplam
um futuro mais adverso. O maior exemplo disso foi o
fato do mercado não ter sentido a perda do grau de
investimento. É aquela conhecida frase “já estava no
preço”. A continuidade desse cenário doméstico é
obviamente negativa e acreditamos que temos uma
carteira que nos possibilite gerenciar essa travessia
com poucos danos. A pergunta é: pode haver algo
positivo no curto/médio prazo? Existem dois fatores:(i)
O sentimento global melhorar devido ao FED ou China
e/ou (ii) Governo conseguir apoio suficiente para
direcionar melhorias do lado fiscal. Nossa tarefa será
avaliar se esses catalizadores terão ou não vida curta.
O que fizemos?
A carteira não sofreu alterações significativas no mês.
Aumentamos marginalmente a posição no setor
financeiro após forte queda e reduzimos os setores de
alimentos e distribuição de combustível.
O que esperamos para frente?
Seguimos não acreditando em fortes políticas de
estímulos fiscais e/ou monetários na China e sim,
conforme citado no início, em políticas pontuais. Se
isso resultar em estabilização da economia já é algo
importante. Essa percepção pode gerar algum efeito
positivo para os mercados emergentes. Em relação a
EUA, o mercado seguirá dependente dos dados, ou
seja, volátil. Isso nos impacta diretamente e deve
gerar algumas oportunidades no curto prazo. No
Brasil, o cenário segue bastante complicado dado
elevada taxa de juros, aumento de
8
Multimercados - O que fizemos
Moedas
O mercado de moedas foi guiado no mês de setembro
predominantemente pela expectativa e posteriormente
o anuncio da decisão do FED em manter inalteradas as
condições monetárias nos Estados Unidos. Ao longo
dos últimos meses havia uma expectativa de um
aumento já em setembro, porém a decisão do governo
chinês de efetuar uma desvalorização inesperada em
sua moeda levou a um aumento de risco nos principais
mercados e o FED não quis causar maiores incertezas.
Além disso, a economia americana vem mostrando
sinais de acomodação permitindo que um eventual
aumento seja postergado para o final do ano ou até
mesmo para 2016. O
Dólar ensaiou uma
desvalorização frente às principais moedas no dia da
reunião, mas rapidamente se recuperou fechando o
mês sem grandes oscilações. O Real foi uma grande
exceção.
No mercado doméstico as incertezas quanto à
capacidade do governo de cumprir a meta de superávit
primário de 0,7% do PIB em 2016 e o envio do
orçamento para o congresso contemplando um déficit
de R$ 30 bilhões mostraram uma fragilidade muito
grande do governo tanto do ponto de vista econômico
como no aspecto político sugerindo que o ministro
Joaquim Levy foi voto vencido nessa decisão. A agência
de rating Standard & Poor’s reagiu rapidamente e
surpreendeu os mercados rebaixando a nota do Brasil
em um degrau para nível especulativo mantendo a
perspectiva negativa. O impacto inicial foi muito bem
assimilado pelo mercado, mas nos dias seguintes o
dólar chegou ao pico de R$ 4,25 recuando
posteriormente para encerrar o mês valendo R$ 3,95,
uma alta de 9% no mês.
Gráfico 08
O resultado da nossa estratégia de moedas foi positivo
no mês vindo basicamente da compra de dólar contra
o real.
Gráfico 09
Fonte: BNP Paribas Asset Management Brasil.
Juros
O mês de setembro apresentou uma alta bastante
elevada na curva de juros nominais com os vértices
intermediários (entre Jan18 e Jan19) sendo os mais
impactados com altas próximas a 170bps depois de
terem atingido um pico próximo a 250bps
acompanhando o movimento tanto do Dólar como do
risco Brasil medido pelo CDS. A curva de juros reais
teve uma alta bem mais modesta, com elevações ao
redor de 30bps nos principais vencimentos de NTNB’s. A consequência do movimento de ambas as curvas
foi uma drástica elevação na inflação implícita com os
investidores buscando proteção pelo receio de que
estamos vivendo uma migração para um cenário de
dominância fiscal. Por discordarmos dessa tese nós
acreditamos que o mercado exagerou nesse
movimento, mas os preços podem permanecer nos
níveis atuais caso o cenário político permaneça
instável por um período mais prolongado.
Mesmo acreditando que o nível de inflação implícita
está num patamar bem acima das nossas projeções de
inflação, nós optamos por fazer uma importante
redução nessa posição. Fizemos o mesmo com a
posição de juros nominais mantendo o risco das
carteiras em um patamar relativamente baixo.
Fonte: Bloomberg, BNP Paribas Asset Management Brasil.
O resultado da estratégia de juros foi negativo no mês,
sendo a maior parcela advinda da estratégia de
implícita, e os ganhos na posição comprada em Dólar
9
foram insuficientes para compensar o resultado de
juros.
Renda Variável
O desempenho da estratégia de bolsa apresentou um
resultado levemente positivo no mês de setembro com
ganhos na posição vendida em índice futuro que foram
compensados por uma perda na posição comprada de
S&P futuro. A bolsa doméstica foi muito mais
impactada pela queda nas bolsas internacionais do
que pelo aumento de risco nos mercados de câmbio e
juros localmente. A carteira long and short agregou
valor no mês. Para informações mais detalhadas sobre
as posições e setores, conferir na parte de renda
variável.
Multimercados próximo período
Estratégias
para
o
Para o próximo mês vamos manter as principais
posições no mercado de juros e moedas, mantendo os
riscos em patamares baixos. Manteremos também a
posição comprada em S&P futuro e iremos monitorar a
posição vendida em Ibovespa futuro visto que o
mercado acionário vem sendo guiado mais pelo
cenário internacional do que pelas questões
domésticas. Avaliaremos se iremos zerar essa posição
vendida
10
DISCLAIMER
Este documento foi produzido pelo Banco BNP Paribas Brasil S.A. ou por suas empresas subsidiárias, coligadas e controladas, em conjunto denominadas 'Banco BNP Paribas Brasil', com fins meramente
informativos não se caracterizando como oferta ou solicitação de investimento ou desinvestimento de ativos. O Banco BNP Paribas Brasil S.A. é instituição financeira regularmente constituída e em
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obtenção quanto no manuseio das informações apresentadas, o BNP Paribas não se responsabiliza pela publicação acidental de informações incorretas, nem tampouco por decisões de investimento tomadas
com base nas informações contidas neste documento, as quais podem inclusive ser modificadas sem comunicação. Esse documento contém informações e declarações prospectivas referentes ao Banco BNP
Paribas Brasil e ao mercado em geral. Essas declarações não constituem fatos históricos e abrangem projeções financeiras e estimativas, bem como hipóteses sobre as quais estão baseadas declarações
relativas a projetos, objetivos e expectativas relacionadas às operações, produtos e serviços futuros ou performances futuras. Essas declarações prospectivas podem ser identificadas pelas palavras 'esperar',
'antecipar', 'acreditar', 'planejar' ou 'estimar', bem como por outros termos similares. Informações e opiniões contidas neste documento foram obtidas de fontes públicas por nós consideradas confiáveis, porém
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compromisso de publicar atualizações ou revisões dessas previsões. O BNP Paribas Brasil não se responsabiliza por eventual perda causada pelo uso de qualquer informação contida neste documento. Este
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