O QUE SE PODE E O QUE SE DEVE
Da próxima vez que estiver diante de uma decisão de fazer ou não fazer algo,
questione-se: você age com autonomia?
(Por Eugênio Mussak - Você S/A)
A autonomia é um dos comportamentos que as empresas mais desejam em
seus funcionários. Por definição autonomia é a condição de escrever as próprias
normas (auto = próprio, nomos = norma, lei, gestão). Isso não significa que você vai
fazer só o que quer. Significa fazer o que os outros esperam de você, mas não por
medo de algum castigo ou pela expectativa de algum prêmio, e sim porque você
entendeu a natureza do pedido e decidiu atender.
Nesse caso, você aceita a demanda porque a entendeu e a considerou correta.
Quem obedece cegamente, sem se preocupar com a qualidade da norma ou do
pedido, é chamado heterônimo (hetero = diferente, o outro). Estes não decidem, só
obedecem.
Autonomia no trabalho corresponde a tomar atitudes e antecipar-se aos
problemas. Um profissional autônomo não fica esperando ordens, não se limita a sua
função especifica nem se dedica a encontrar culpados. Simplesmente faz, motivado
pelo sentido do dever. Ele decide o que deve ou não fazer, depois de interpretar a
situação com que está lidando e, importante, assume a responsabilidade por sua
decisão.
O psicólogo Lawrence Kohlberg identificou seis fases de amadurecimento entre
a pessoa que é um mero repetidor de ordens e aquele que não espera ser mandado,
que se posiciona como protagonista das pequenas histórias que compõem uma vida, e
não como um mero repetidor de comandos que responde aos comandos de fios
manipulados pela mão invisível do condicionamento. As fases de Kohlberg são:
1 Medo da punição. 2 Expectativa de recompensa. 3 Expectativa de
reconhecimento. 4 Cumprimento do dever. 5 Respeito ao contrato social. 6 Princípios
universais da moralidade.
No ultimo estágio, no qual estão as pessoas verdadeiramente autônomas, o
que se busca evitar é a autopunição, e o que não necessariamente tem a ver com
idade. Tem a ver com consciência, com capacidade de analise crítica. As regras
institucionais têm uma razão para existir, portanto devem ser obedecidas, mas o
melhor é quando as compreendemos e as aceitamos. Esse é o espírito do autônomo,
aquele que se orienta mais pelo que deve fazer do que pelo que pode fazer.
Felizmente essas duas condições costumam vir juntas. Pelo menos nas boas empresas
para trabalhar.
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