ESTADO DE SANTA CATARINA
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
DIRETORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
DOENÇA DE CHAGAS
A Doença de Chagas é uma infecção crônica parasitária causada pelo protozoário
flagelado Trypanosoma cruzi. Ela geralmente é a transmitida ao homem e muitos outros
mamíferos por hemípteros hematófagos da família Reduvidae (subfamília Triatominae),
popularmente conhecidos como barbeiro, bicudo ou chupão.
Ela foi descoberta em 1909 por Carlos Chagas na localidade de Lassance em Minas
Gerais, durante a construção da estrada de ferro Central do Brasil, no vale do rio das Velhas.
a) Morfologia Externa
O inseto transmissor da doença de Chagas pertence à Ordem dos Hemípteros, Classe
Insecta, Família Reduvidae e subfamília Triatominae, Gêneros (Triatoma, Panstrongylus e
Rhodnius). As espécies mais importantes no Brasil são T. infestans, T. sordida, T. rubrovaria,
T. brasiliensis, P. megistus e R. neglectus). O corpo de um triatomíneo apresenta-se dividido
em cabeça, tórax, e abdômen, com tegumento sem pêlos, ou finamente piloso, sendo rara as
espécies cobertas por pêlos longos.
A cabeça é livre, alongada e cilíndrica. Os olhos são compostos, situados lateralmente,
dividem-se em duas regiões: ante ocular e pós ocular. Entre os olhos e adiante destes fica a
fronte, que se prolonga, sem separação até o clípeo. Ao lado do clípeo, estão as genas e nas
bases destas estão as jugas.
Ainda na região ante ocular, estão os tubérculos anteníferos, onde se inserem as
antenas. O rostro, tromba ou probóscida tem três segmentos e fica dobrado sob a cabeça
quando em repouso, distendendo-se ao momento da picada. Na região pós ocular, há um par
de ocelos, após os quais a cabeça se estreita, formando o pescoço, que se liga ao tórax.
O Tórax divide-se em pronoto, mesonoto e metanoto. O metanoto não é visível, pois
fica recoberto pelas asas, onde um par mesatorácico é do tipo hemiélitro e um par
metatorácico do tipo membranoso usado para vôo. Os três pares de pernas são divididos em
coxa, trocanter, fêmur, tíbia, e tarso, este por sua vez é dividido em três segmentos que
terminam com um par de unhas ou garras.
O Abdômen é constituído por onze segmentos, sendo o primeiro muito reduzido, mais
notadamente nos machos. Os últimos segmentos também se acham reduzidos e modificados
para formar a armadura genital externa e o proctígero, onde se abre o ânus, dando a
impressão de que o abdômen dos triatomíneos tem apenas seis segmentos. As laterais dos
segmentos abdominais formam o conexivo, de colorido variável de acordo com a espécie. O
conexivo é contínuo na parte posterior do abdômen do macho e chanfrado na fêmea, o que
permite ver o ovopositor.
b) Ciclo Evolutivo de Triatomíneo
O desenvolvimento dos triatomíneos compreende uma fase de ovo, cinco estádios
ninfais e o estádio adulto, portanto esses insetos passam por cinco mudas durante o seu
desenvolvimento pós embrionário. A duração desse período é muito variável de espécie para
espécie e depende muito das condições ambientais, temperatura e umidade. Vivem em média
23 semanas de idade, onde a fêmea põe em média 17 ovos por semana, produzindo em média
150 ovos em toda a sua vida.
Todos os triatomíneos têm origem silvestre, sendo que seu grau de adaptação às
habitações humanas varia de uma espécie para outra.
De modo geral, os triatomíneos colonizam as habitações humanas de construção ruim,
como são as casas de “pau a pique”, de barro cru, vivem também em galinheiros, paiós e
currais.
c) Como se transmite?
A forma mais comum de se infectar é através da picada do “barbeiro”, que se alimenta
de sangue de pessoas e animais. Outras formas de se adquirir a infecção são através de:
transplante de órgãos e ingestão de alimentos contaminados pelas fezes do barbeiro (ex: caldo
de cana).
d) Período do aparecimento da doença:
Os sintomas podem surgir no período de 4 a 10 dias após a infecção.
e) Quais os sintomas?
Fase Aguda: febre, cefaléia, dores no corpo, dor abdominal, cansaço, icterícia, falta de
ar e fraqueza.
Fase Crônica: alterações e complicações cardíacas.
f) Medidas de prevenção:
Controle do agente transmissor (barbeiro) através da melhoria da qualidade das
habitações (casas com reboco), evitando condições de infestação dos domicílios.
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