G.7.14 – Formação de Professores (Inicial e Continuada)
Participação de professores no processo de produção de conteúdo audiovisual.
Luciana Santos Oliveira¹, Bruno Gonsalves² e Nelson De Luca Pretto³.
1. Pedagoga – UFBA. *[email protected]
2. Pedagogo – /UFBA.
3. Orientador Professor Titular, UFBA.
Palavras Chave: Ripe, Formação de Professores, Audiovisual.
Introdução
O advento da cultura digital possibilita uma intensa
produção de conhecimentos e culturas de modo
descentralizado. Isso porque, o fácil acesso aos meios
digitais de registro transformou tudo em roteiro para ser
filmado e quase tudo o que passa pelas lentes é
compartilhado na internet. Com isso, é estabelecida a
cultura de trocas, cópias e remix.
A partir desta realidade, o Grupo de Pesquisa Educação,
Comunicação e Tecnologias (GEC), da Faculdade de
Educação (FACED) da Universidade Federal da Bahia
(UFBA) desenvolveu a pesquisa Produção colaborativa e
descentralizada de imagens e sons para a educação
básica: criação e Implantação do RIPE: Rede de
Intercâmbio de Produção Educativa. O RIPE teve, entre
seus objetivos, a preocupação em formar professores e
estudantes para produzirem culturas e conhecimentos de
modo colaborativo. Para isso buscou inserir na escola o
uso dos recursos de produção multimídia de forma
articulada com o que já vinha acontecendo na escola em
termos curricular, buscando trazer os professores para
essa perspectiva de produção de conteúdos audiovisuais.
Para conhecer de que forma acontece o protagonismo dos
professores durante o processo de produção de vídeos,
elegemos estudar a produção do vídeo As células e suas
principais organelas.
O objetivo deste trabalho foi investigar de que forma
acontece a participação dos professores na produção
deste vídeo.
Resultados e Discussão
Para conhecer de que forma acontece o protagonismo dos
professores durante o processo de produção do referido
vídeo, fizemos uso de uma metodologia de pesquisa
qualitativa, com apoio em uma entrevista estruturada com
os dois professores que organizaram esta produção. A
partir dessas entrevistas, destacamos as questões que
consideramos mais significativas para analisar neste
trabalho.
O vídeo é a primeira produção da escola e a estreia do
uso das tecnologias digitais na sala de aula da professora
entrevistada. Ela se encarregou de filmar, porque temia
que os equipamentos fossem danificados. A produção
teve problemas técnicos, diante disso, o grupo decidiu
gravar tudo novamente. A professora assumiu a “culpa”:
“o problema mesmo é a filmagem, e, o problema foi a
filmadora, fui eu mesma que não soube fazer o trabalho”
(PROFESSORA S. M., 2010). A partir dessa decisão,
outro Professor se integra ao grupo como co-autor da
produção.
A partir daí, os envolvidos descobriram que precisavam
trabalhar através de parcerias. Eles se apoiaram na
internet, no Ponto de Cultura e entre seus pares. De
acordo com o entrevistado: “na edição eu não fiz sozinho,
fiz com os alunos, com os dois alunos que filmaram e
mais a professora.” (PROFESSOR N. R., 2010). Esse
apoio sanava a insegurança que sentiram no processo.
Diante deste fato, conseguimos identificar o quanto é
importante o trabalho colaborativo dentro da escola.
Outro ponto que merece atenção nesta pesquisa foi a
reflexão feita por esses professores. O professor
desabafa: “às vezes o tempo da escola é antagônico ao
tempo destas atividades, por que a gente fica muito preso
a uma caderneta, muitas vezes, né? isso de uma certa
forma atrapalha”. (PROFESSOR N. R., 2010). Com isso,
percebemos que, mesmo que o Projeto Ripe proponha
que as atividades sejam feitas em sala de aula, os
professores usaram de horários extra classe para que o
vídeo fosse concluído.
Conclusões
Este trabalho buscou analisar o protagonismo dos
professores durante o processo de produção de conteúdo
audiovisual em sala de aula. Percebemos que dificuldades
como jornada de trabalho, dúvidas, insegurança e
problemas de infraestrutura foram fatores que
colaboraram de forma negativa com a efetivação do papel
ativo do professor no processo de produção audiovisual.
Mas, mesmo com este realidade, podemos concluir que
estes professores deram um passo significativo no sentido
de ocupar o lugar de produtor de culturas e
conhecimentos, uma vez que esses professores
conseguiram, mesmo com dificuldades produzir o primeiro
vídeo.
Agradecimentos
Esta pesquisa integrou o projeto RIPE que foi financiado
pela Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia
(FAPESB).
____________________
ALMADA, Darlene; Oliveira, Luciana Santos; OLIVEIRA, Washington dos
Santos; CARVALHO, Anderson Tiago Barbosa de; PRETTO, Nelson De Luca.
Produção livre de audiovisuais nas escolas: buscando o fortalecimento de
culturas locais. Texto apresentado no II EBECULT (Encontro Baiano de Estudos
em Cultura). Feira de Santana-Bahia: 20 e 21 de Agosto de 2009.
BRANT, João. O lugar da educação no confronto entre colaboração e
competição. In: PRETTO, Nelson De Luca. Silveira, Sérgio Amadeu
(Organizadores). Além das redes de colaboração: internet, diversidade cultural e
tecnologias do poder. Salvador: EDUFBA, 2008.
PROJETO RIPE. Disponível em:
<https://www.twiki.ufba.br/twiki/bin/view/Ripe/ProjetoRipe>. Acesso em 10 de
mar. De 2010.
67ª Reunião Anual da SBPC
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