Tarô
Não conseguia entender o que havia com Robin, o porquê dele fugir sempre
dela.
Decidira sair da Torre Titan e andar pelas ruas de Jump City (digo, andar
mesmo, sem flutuar como era acostumada).
De cabeça baixa nem via o caminho que tomava, nem a garota em quem
esbarrou.
- Ah desculpe! Não foi minha intenção – a garota falou depressa, toda nervosa,
se abaixando para pegar seus papéis.
- Não, eu que peço desculpa. Não olhava para onde ia – ajudou-a a pegar todas
as folhas que se espalharam e se levantaram.
- Você é uma das Titans, não é? – a moça, já na posse de seus pertences, olhou
a ruiva curiosa.
- Sim, sou Estelar...
- Sou Jasmim, fico muito grata com o trabalho que vocês têm feito por Jump City.
- Não é nada – sorriu encabulada
- Claro que é sim... – ficaram se encarando por um minuto, paradas na calçada.
A moça em quem Estelar esbarrou devia ter uns dezessete anos, ela era alta,
magra, de longos cabelos negros e uma franja que cobria parcialmente seus olhos
lilases.
- Algum problema Estelar?
- Não, não... – tentou negar, mas a outra levantou uma de suas sobrancelhas –
Okay, tenho um problema sim, mas nada sério, é só um problema pessoal.
- Tem a ver com Robin?
- Como... Como? – arregalou os olhos e corou levemente.
- Deduzi... – sorriu – Quer tomar um café e conversarmos melhor?
Não tinha certeza se deveria seguir uma garota que acabara de conhecer, mas
alguma coisa dizia que ela era confiável.
- Adoraria – a princesa sorriu e seguiu a morena até uma cafeteria próxima.
"—"—"—"—"
- Ei, vocês viram Estelar? – perguntou o moreno, de cabelos espetados, com
uma máscara.
- Ela saiu – respondeu uma garota de cabelos exoticamente roxos, lendo um
livro.
- Pra onde Ravena?
- Não sei, mas não saiu muito feliz – levantou os olhos do livro, séria – O que
você fez, Robin?
Ele não respondeu, só abaixou a cabeça e saiu para a sala de computadores a
fim de rastrear o comunicador da amiga, mas foi parado por Ciborgue, o titan meio
robô, que entrou em sua frente.
- E ai, cabeça de pássaro? Que tal irmos à pizzaria hoje? – disse feliz
- É uma boa idéia – respondeu – Avise Mutano e Ravena, vou procurar Estelar.
Pronto, agora tinha uma ótima desculpa para procurar por ela.
Ligou para o comunicador da princesa e encontrou-a rindo com alguém.
- Fale... – disse a ruiva rindo, mas ao notar quem falava, perdeu o sorriso –
Robin.
- Estamos pensando em ir à pizzaria hoje à noite, quer ir?
- Claro, estarei ai mais tarde.
"—"—"—"—"
Na pizzaria, só faltava Estelar chegar.
Mutano, o companheiro verde e meio animal dos Titans, e Ciborgue debatiam o
sabor da pizza em sua famosa batalha de carne X tofu, Ravena revirava os olhos por
trás do cardápio e Robin se contorcia tentando procurar Estelar, vê-la chegar.
- Quer parar quieto? Ela já vai chegar – diz a garota em sua habitual voz calma.
Ele ia retrucar quando a viu chegar... Acompanhada.
- Olá amigos! – esta sorriu e se sentou – Esta é Jasmim, minha nova amiga.
Para descontento do líder, todos adoraram a recém-chegada de cara.
Mutano via com satisfação ela rir de suas piadas, Ciborgue só faltava babar e
até Ravena parecia gostar de sua companhia.
Viu-se então sozinho, deixado de lado por seus amigos em prol da morena.
- Mas e aí Robin? O que você acha? – o colega verde se voltou para ele
- O que? – voltou a si, mirando o amigo.
- Sobre Jasmim ir morar com a gente... – falou o meio robô sem deixar de olhar a
menina
- O que? – perguntou estupefato
- Você ouviu o que nós dissemos? – Perguntou Estelar a seu lado, olhando-o
com censura – Jasmim é órfã e não tem mais outro lugar alem do orfanato, mas daqui
á alguns dias ela vai sair por causa do aniversário de dezoito anos. Ela pode ficar
conosco não é?
- Não sei... – o moreno coçou a nuca sem saber o que fazer.
- Tudo bem Estelar, posso me virar sozinha – a garota sorri – Sempre fiz isso.
- Não! Por que não fica conosco? É sempre bom ter outra presença feminina –
reforçou Ciborgue – E ninguém tem nada contra não é?
Para surpresa de Robin, todos concordaram felizes com a nova moradora.
- Bem... Se é assim... A decisão já foi tomada.
O grupo comemorou a decisão do líder que só abaixou a cabeça, derrotado.
(N/A: Desculpa gente, mas eu preciso fazer esse comentário... Dramáááático!)
Jasmim foi a única que notou.
"—"—"—"—"
Chegaram à torre "T", após passar no orfanato e pegar todas as coisas de
Jasmim.
- Onde ela vai ficar? Já pensaram nisso? – comentou o garoto prodígio
levemente ácido.
- Pode ficar comigo! – pulou Estelar sorrindo – Sempre quis participar da
atividade terrestre de dividir aposentos de dormir.
- Tem certeza? – perguntou a morena incerta – Não vai atrapalhar?
- Não! Claro que não! Vou arrumar tudo – e saiu voando (literalmente) para o
quarto.
Todos os outros Titans a seguiram, levando as bagagens, menos a recém
chegada e o líder dos Titans.
- Robin... – chamou suavemente – Não fique com raiva de mim, mas
principalmente não fique com raiva de Estelar.
- Não estou... – virou o rosto para que ela não visse a careta que fez.
- Ah! Está sim! – ela foi até ele e o virou para encará-la – Olha, Estelar é uma
das melhores coisas que me aconteceu na vida e eu vejo o quanto ela importante pra
você...
- Não... Da onde você... – tentou se virar, mas ela o segurou pelos ombros
- Não minta pra mim, que vai enganar apenas a si mesmo – olhou em seus
olhos, ou tentou já que a máscara os cobria – Só quero que entenda que não quero
tomá-la de você... Quero dividi-la, mas para isso você vai ter que me aceitar também,
como a um de seus outros amigos.
Ele não sabia se estava assustado pela ousadia ou aliviado com o que ouviu,
mas manteve a postura indiferente.
- Só pense em dar mais atenção à ela ao invés de brigar comigo por fazê-lo no
seu lugar – a garota disse isso antes de sair, deixando o jovem para trás.
Já haviam se passado alguns meses desde a chegada de Jasmim à Torre Titan
e ela, que antes estudava em uma escola pública da cidade, se formou, terminando o
ensino médio e sua única preocupação.
Ela decidiu então se dedicar à torre que, segundo a própria, era "a única coisa
que podia fazer para retribuir" e com a comida, sendo a melhor cozinheira que os
Titans já viram.
- Como você consegue cozinhar tão bem? – Mutano se deliciava com um tofu
especialmente preparado para ele.
- Sabe como é, quando se vive sozinha, aprende a se virar – riu
- Mas isso aqui é maravilhoso demais – comentou Ciborgue no terceiro prato de
uma maravilhosa picanha grelhada.
Ela sorriu e olhou para a mesa. Faltavam dois integrantes.
- Onde estão Robin e Estelar? – perguntou com as sobrancelhas franzidas e
uma cara de preocupação
- Robin está na sala de investigações, parece pensar que os vilões estão muito
quietos e por isso devem estar armando alguma – respondeu Ciborgue casualmente.
- E Estelar? Ela acordou antes de mim...
- Não sabemos – Ravena olhou-a e, apesar de a princípio manter a máscara de
indiferença, parecia genuinamente preocupada.
- Vocês notam o que ocorre com os dois? – perguntou quase incrédula
Não era possível não ver que eles se gostavam.
- Vemos, mas o cérebro de passarinho não quer dar o braço a torcer –
resmungou Mutano.
- E se déssemos uma ajudinha a eles? – todos sorriram maliciosamente e Jas se
levantou indo para a sala onde o líder estava.
Deixou os outros na cozinha conjecturando sobre o casal.
- Robin? – ela encostou-se ao batente da porta e cruzou os braços, de frente
para ele – Sabe onde está Estelar?
- Ela saiu não foi? –ele nem sequer deixou de olhar o monitor do computador
- Você devia se preocupar mais – bufou irritada.
- Por que eu? – El se virou finalmente – Ela sabe se cuidar sozinha – resmungou
cruzando os braços.
- Sabe... Ela é membro da SUA equipe e VOCÊ é o líder! Isso sem contar os
outros motivos... – a morena sorriu maliciosamente
- Quais? – o garoto, apesar de fingir, entendeu e por isso corou com o
comentário.
- Se vire sozinho – riu saindo da sala e deixando o titan sozinho. Foi para a
cozinha onde todos se entreolhavam rindo – E o que foi que eu perdi?
- Tivemos uma idéia. Quer ajudar? – perguntou Mutano
- To nessa - e sorriu.
"—"—"—"—"
A ruiva voltava, de cabeça baixa, para a Torre. Passar a tarde toda andando
sozinha.
Mais cedo fora a Robin oferecer ajuda em suas buscas, mas ele a rechaçara de
forma fria.
Qual o problema dele?
Chegou e viu todos da casa reunidos na sala de estar, menos o líder.
- Olá Estelar! – Jas veio e lhe abraçou. Ela se sentiu bem melhor após isso –
Está tudo bem? – perguntou a amiga baixinho
Ela meramente acenou que sim com a cabeça.
- Estelar, temos um comunicado a fazer, mas vamos esperar o Robin chegar –
disse Ravena também se aproximando e mandando à amiga um olhar de conforto.
Assim que Ravena terminou de falar, o garoto apareceu.
- Já que estamos todos aqui – Ciborgue se levantou e tomou a palavra – Abelha
acaba de me ligar da Costa Leste e diz que precisa de mim, Ravena e Mutano para
arrumar uns dispositivos de segurança.
- Por que vocês três? – perguntou Robin desconfiado
- Eu cuido da parte tecnológica, Ravena da parte mágica e Mutano vai treinar
uns bichinhos que eles conseguiram lá – disse resoluto – Vamos passar uma semana
lá e precisamos que alguém fique aqui, pois não podemos deixar a torre desprotegida.
Ótimo! Era tudo que queria: Uma semana com Robin... Pelo menos tinha
Jasmim.
- Claro, mas não demorem. Nunca se sabe quando um vilão pode atacar. –
Robin saiu e voltou à sala de investigações para sua vigília.
Estelar bufou e foi para seu quarto voando.
Os demais trocaram sorrisos entre si.
- Fase um completa. Agora é com você Jasmim.
"—"—"—"—"
- Aquele... – disse palavras desconhecidas para os terráqueos, batendo o pé no
chão.
- Posso entrar? – uma cabecinha na porta mirou a ruiva raivosa
- Ah, desculpe Jas – se jogou em sua cama – Estou com raiva.
- Ah jura? – revirou os olhos com um leve sarcasmo – Não ligue, Robin pode ser
inteligente, mas em alguns quesitos é completamente obtuso.
Elas riram
- Se quer que ele a note, terá de passar por um árduo treinamento – a morena
juntou as mãos como naqueles filmes ninjas e fez uma expressão solene – Está pronta
para receber este conhecimento, jovem aprendiz?
- Imploro humildemente que sim – diz a ruiva também juntando as mãos e
reverenciando a amiga
- Então é hora de embarcar na viagem do poder feminino! – riu maliciosamente
para a amiga e se sentou na cama dela.
Do lado de fora do quarto, o jovem líder só ouvia as risadas das garotas lá
dentro e não gostou da sensação que teve.
Começou a pensar na forma que vinha tratando Estelar esses dias.
Só a tratava mal por que tinha medo de se aproximar, de que ela voltasse para
Tamaran e o deixasse; de que pudesse atrapalhar em seu serviço como herói... Muitas
outras coisas o assomavam, mas o mais apavorante era que ela não sentisse o
mesmo que ele, que o considerasse só um amigo.
Tê-la perto e não tê-la ele não iria suportar.
Atravessou o corredor e chegou ao seu quarto. Pensou na ironia de que o dela
fosse bem à frente.
Jogou-se na cama, após um banho, somente com a calça do pijama, os cabelos
molhados e uma toalha no pescoço. Gotas escorriam por seu tronco (N/A: sim, esse
momento é pra ser imaginado ;9).
Pela primeira vez em muito tempo não estava com a máscara, mas seus olhos
estavam fechados.
Passou mão nos cabelos molhados.
Qual era o seu problema?
Não era tão corajoso para prender vilões e deter catástrofes? E não sabia nem
como tratar uma mulher?
Pensou em como devia (e se devia) chegar nela.
Com esse pensamento dormiu.
Na manhã seguinte se levantou relativamente cedo e, ao abrir a porta, dá de
cara com Estelar.
- Bom dia – disse ela corada
Robin notou que a princesa só usava uma camisola curtíssima, de alças finas e,
como decote, três botões abertos. Ele se pegou pensando, mesmo que por um
instante, como seria abrir os outros botões que iam até quase na cintura da moça e
corou furiosamente.
- Bom dia Estelar
- Vamos descer? Jas deve estar lá na cozinha.
Desceram juntos, sem qualquer ruído alem dos pés de ambos.
- Bom dias meus heróis favoritos! – riu Jasmim com um avental branco,
debruçada sob a bancada da pia – Não digam isso ao Mutano, vocês sabem como ele
é carente de atenção – e se virou pra eles sorrindo.
Estelar sorriu com uma expressão maliciosa que Robin nunca vira nela e foi
sussurrar algo no ouvido da amiga. Ambas riram.
- Estou perdendo algo aqui? – comentou o titan se sentando, levemente bravo.
- Nada, coisas de mulher.
Ele só revirou os olhos.
- Bom gente – começou Jas enxugando as mãos no avental - Vou dar uma saída
para resolver uns problemas. Já fiz o almoço, mas nunca se sabe quando dá na telha
de alguém pra cozinhar, não é? – riu – Volto, ou pelo menos tento, pra jantar.
Ambos a olharam, com olhares diferentes faiscando em sua direção.
- Já vou e, na minha ausência, COMPORTEM-SE! – riu, falando bem alto a
última parte deixando ambos corados.
Quando a morena saiu, instalou-se o silêncio.
- Ah... E então Robin? O que vai fazer? – a garota perguntou corada
- Talvez procurar ver alguns vilões, ver o que estão planejando.
- Estava pensando, faz tempo que a gente não assiste a um filme.
- Mas...
- Por favor! – seus olhos piscaram e ele não resistiu.
- Okay, mas nada de romances.
- E Crônicas de Nárnia 2? – novamente seus olhos brilharam e ele só assentiu.
Ela só saiu voando feliz para se trocar. Ele cuidou da louça e fez o mesmo.
Depois se encontraram na sala de estar.
Começaram a assistir ao filme, em pontos distantes do sofá, ambos absortos
nele, mas não era nem metade do filme quando estava lado a lado em frente a grande
TV.
Na parte em que Susana é salva por Caspian na floresta, Estelar suspira e apóia
a cabeça no ombro do titan. Este, encabulado, passa o braço por suas costas e apóia
a bochecha na cabeça dela.
Pra quem os visse dessa forma, pensaria se tratar de um casal, e no fundo era
mesmo, só restava que se acertassem.
Já era o fim do filme, na parte do beijo de Susana e Caspian, Robin "sonha" com
algo parecido, com a garota a seu lado. Se lembra da missão em Tókio também.
Percebendo o que pensava, levantou de um pulo antes dos crédito começarem a
aparecer.
- O que foi? – ela lhe perguntou
- Eu... – não queria encará-la – Já vou almoçar e você?
- Claro, já vou... – ele praticamente correu depois de sua resposta, querendo
esquecer o que imaginou.
Apoiou ambas as mãos sob a bancada e abaixou a cabeça.
- Ah, droga...
- Robin? – se virou para ela na porta.
- Eu... Eu já vou preparar... – corou
- Não, senta – ele obedeceu quase instantaneamente
Ela esquentou a comida e pôs tudo na mesa.
Ambos comeram no mais completo silêncio, somente pontuado pela troca de
olhares e o esconder de seus rostos.
Robin se levanta, lava sua louça e sai sem nem dar atenção aos olhares longos
que a amiga lhe prestava.
Foi direto para a sala de treinamento, tinha de descarregar sua raiva, a tensão, a
ansiedade.
Nem a vira na porta, mas sentia seus olhares queimando-lhe a nuca.
No meio de um soco, sua mão foi parada pelo caminho. Ela segurava seu pulso.
- Mas o que...?
- Treine comigo – seu tom foi tão imperativo que o assustou, fazendo-o olhá-la.
Sua expressão séria e compenetrada não era natural dela e por isso fez ele não
discordar.
Tomaram suas posições no centro e começaram o combate.
Estelar decidiu não usar seus poderes, lutando com o líder corpo-a-corpo.
Ficaram um bom tempo nesse combate, se alterando entre ataque/defesa sem
conseguir subjugar o outro totalmente, mas Robin já dava sinais de cansaço e Estelar
parecia intacta.
Com uma rasteira (N/A: se vocês conhecem Fullmetal Alchemist, lembrem do
episódio em que a Riza da uma rasteira no Roy *-*), ela acaba com a luta. Ele estirado
no chão arfando.
- Já cansou? – seu tom foi quase sarcástico ao se dirigir a ele, mas abrandou a
voz e se curvou sobre ele, quase rente a seu rosto – Está tudo bem?
- Claro... Só estou cansado – seu coração acelerou e ele sabia que não tinha
nada a ver com o cansaço.
- Você não levou a sério a luta comigo, não é? – suas sobrancelhas se uniram,
inquiridoras.
- Bem, não é isso que está pensando...
- Ah jura? O que eu estou pensando? – resmungou irônica – Por que você não
quis lutar pra valer comigo, Robin?
- Por que eu não quero te machucar... – ficaram em silêncio por um tempo,
olhares perdidos ao longe.
-Você sabe que é difícil me machucar... – disse ela depois de um tempo, ainda
olhando para longe.
- E você acha que eu me lembro disso? A única coisa que eu penso é em não te
ferir – ele sorri levemente
Se olharam.
Ela ia chegando perto, tentando se aproximar, quando ele se levanta e sai,
deixando-a sozinha.
Com raiva ela se levanta e soca o saco de areia com tanta força que ele quase
cai.
Jasmim chegou mais tarde do que devia de propósito, com a intenção de que os
amigos passassem mais tempo sozinhos.
Entrou descalça, com o sapato na mão e olhando para os lados na escuridão
como uma adolescente que chega tarde de uma festa e não pode acordar os pais.
Chegou à cozinha, pensando em comer alguma coisa, pois apesar de passar o
dia todo fora, não comera quase nada.
- Olá Jasmim – ela se vira assustado para um canto escuro e vê, com os olhos
apertados, Robin com uma xícara.
- Robin? O que faz acordado á essa hora? – pergunta ligando as luzes.
- Sem sono... E você? Por que chegou tão tarde?
- Ah... – ela coçou a cabeça – Me atrasei, tive uns imprevistos... Sabe como é...
– ele faz cara de descrença (já que não se pode dizer que ele levantou as
sobrancelhas ^^) – Okay, eu demorei de propósito.
- Por quê?
- Queria deixar vocês sozinhos – riu amarelo. Ele só sustentou seu olhar muito
corado – Sabe como é... Todo mundo fora e tal, eu só tive de sumir... E vocês?
Fizeram o que? – seus olhos brilharam em expectativa.
- Assistimos a um filme e treinamos – ela murchou ante a resposta
- Só?
- O que você esperava? – ela só sorriu maliciosa e ele corou
- Oh Robin! Você não sabe a chance que você desperdiçou! Eu quero ajudar
vocês...
- Não há nada pra você ajudar – olhou para o lado
- Há sim! Ela gosta de você e você dela! Por que não é pra dar certo?
- Não quero que isso atrapalhe em nosso trabalho de heróis...
- Robin! Você não vê que JÁ NÃO FAZ DIFERENÇA? Você não percebe que os
dois já "gravitam" um ao outro independente de qualquer outra coisa? Que só se
importam um com o outro no fim das contas? Não vai fazer diferença, acredite em
mim. Vai ser da mesma forma!
Ele ficou mirando a xícara com o conteúdo quase acabado, ela se aproximou e
se sentou ao seu lado.
- Tente ver o lado dela... Ela te adora desde que te conheceu! Ela tem esperado
pacientemente por você!
- Sabe... Quando você chegou... Eu não gostei muito de você – falou muito
corado, esperando que ela ficasse brava, mas a garota só riu
- Tem certeza? Acho que o termo mais correto é que você me odiou... – riu. Ele
corou mais – Mas não me importo, afinal eu entendo que estava "tirando" Estelar de
você, mas eu só estava consolando-a quando um certo alguém não dava atenção à
ela.
- Eu não...! – ele se calou diante do olhar dela – Okay, foi isso que eu pensei,
mas não daria certo! E se voltarem para levá-la? O que eu faria?
- Lutaria por ela, oras! – disse o óbvio revirando os olhos.
- E se ela quisesse ir?
- Ela não quer, Robin! Estelar adora a Terra, os amigos e você!
- Mas...
- Você só está arrumando desculpas! Que tal pensar no real por quê? – ela saiu
deixando-o sozinho.
Tentou entrar o mais silenciosamente no quarto que dividia com Estelar, mas ao
abrir levemente a porta, ouviu a ruiva
- Jas?
- Oi Estellie – entrou e fechou a porta – Ainda acordada?
- Não consegui dormir na verdade – ela se sentou na cama enquanto a amiga
punha o pijama – Por que chegou tão tarde?
- Você quer a verdade ou quer que eu te enrole? – perguntou rindo
- Enrole? – cara de quem não entende
- Invente algo pra você acreditar – riu
- Ah – a ruiva entendeu e se voltou pra amiga – A verdade
- Pra deixar vocês sozinhos – disse a morena já sentada em sua própria cama.
- Já esperava – olhou para o lado, onde Silkie ressonava tranquilamente.
- Olha Estellie – ela se voltou para a amiga –Não perca as esperanças.
- Como não perder as esperanças? – perguntou sentida
- Calma, ele ainda não acabou com todos os meus planos... – sorriu
malevolamente.
"—"—"—"—"
- Bom dia, meus amores! – diz Jas alegre aos dois titans – O dia está lindo, o sol
está forte e não há nada para se fazer neste domingo. O que acham de ir ao parque?
– ela passou os braços pelo ombro dos dois, ficando no meio deles.
- Ótima idéia, amiga Jasmim! – diz Estelar batendo palmas, contente.
- Ah... Não sei... – Robin coçou a nuca
- Por favor! – pediram as duas, com as cabeças coladas, mãos unidas e voltadas
para ele com os olhos piscando.
- Okay... –suspirou resignado
Ambas pularam de alegria, se abraçando.
Durante o caminho, que fizeram a pé (de moto não caberia e no carro do
Ciborgue eles não se atreveriam a mexer) até o parque de diversões do píer, foram
conversando e rindo alegres e despreocupados.
Decidiram ir com roupas civis para não serem reconhecidos e, a muito custo,
conseguiram que Robin tirasse a mascara e mostrasse um lindo par de olhos azuis.
Á frente iam as duas tagarelando e ele só observava.
Mirava Estelar com um misto de desejo e carinho.
- Agora sei por que você não gosta de sair sem máscara – ele mirou Jasmim,
esta com expressão de deleite – Seus olhos são portais muito claros de suas
emoções.
Ele enrubesceu.
- Onde está Estelar?
- Correu para uma barraca de doces toda empolgada.
- É – seu olhar foi de carinho – Ela é bem feliz...
- Sabe, costumava ouvir uns comentários bem maldosos quando você
trabalhava com o Batman – ele enrubesceu e a garota riu – Mas depois de morar com
vocês vi que era mentira...
- Ainda bem! – se permitiu dar uma risada
- Mas... – sorriu maliciosa – Se não for atrás de Estelar vou repensar no seu
caso.
- Eu não... Não é... O que quer dizer com isso? Não sabe como eu sou! – disse
vermelho
- Ai, ai, Robin... Que segredos você esconde hãm? O que andou pensando? –
riu maliciosamente do desconforto do amigo – Relaxa! Estou só brincando...
Já ia sair quando se vira novamente para ele.
- Gostaria de saber o que um cara tão certinho como você pensa pra ficar tão
vermelho! – riu e saiu andando, seguida de perto por um Robin escarlate.
- Onde estavam? – perguntou Estelar com os braços carregados de doces.
- Vindo mais devagar... Você é muito elétrica, formiguinha! – riu Jasmim, mas a
amiga fez cara de interrogação – Disse que você não para quieta e adora doces e
açúcar – riu e dessa vez Estelar riu junto ao entender.
- É que esses doces terrestres são maravilhosos!
- É... – riu doce para a amiga – São mesmo – depois de bater os olhos na roda
gigante, eles se iluminam e um sorriso de quem vai aprontar nasce em seu rosto – E
sabe o que é melhor? Comê-los com uma bela vista da roda gigante!
A princesa sorriu e puxou os dois com ela até o brinquedo.
Mesmo sendo um belo dia, não tinha tanta gente e logo chegou a vez deles.
- Jas, você não vem? – perguntou a ruiva já dentro da cabine (daquelas abertas
de parques americanos)
- Ah... Estou com sede depois de tantos doces... Alem do que só cabem dois por
vez – apontou o brinquedo com o polegar – Vou pegar um refrigerante e volto depois
aqui para esperar vocês.
Saiu antes que eles reclamassem, procurando uma barraca de comida.
- Parece perdida, querida – ela se voltou para uma mulher de uns 40 anos,
morena e de sua altura.
- É... Estou procurando uma barraca de refrigerantes
- Não falava sobre isso, criança – sorriu – Falava de sua vida.
- Como...?
- Eu sei, criança, tudo, pois vejo tudo o que acontece... – disse com ar místico
- Você é uma vidente? – levantou uma sobrancelha, inquisidora. Nunca
acreditara muito nessas coisas.
- Pode se disser que sim... – sorriu ainda mais misteriosa
- Diga algo de mim então! – cruzou os braços, desafiadora.
- O que quer que eu diga, Jasmim? Que mora com os Titans? Terminou seu
último ano do colégio á alguns meses? Seu aniversário está bem perto apesar de não
ter se lembrado? Ou que é órfã e não sabe nada de seus pais? – Jasmim piscou ante
as revelações corretas da vidente
Algumas coisas eram fáceis descobrir, mas como sabia sobre a escola, ou seu
aniversário ou seus pais?
- Não se assuste – riu – Não lhe farei mal. Só quero dar-te uma coisa – de dentro
de suas longas vestes negras tirou um baralho de tarô – Sempre que precisar, use-o e
ele não te desapontará.
A mulher ia saindo, subindo um capuz negro que lhe cobriu até os olhos, quando
a garota, recuperada do choque, a chamou.
- Mas... Como eu vou usar isso?
- Saberá quando precisar... – e sumiu como se fosse feita de fumaça, entre as
pessoas que passaram e não pareciam ver a estranha conversa
A morena ficou a fitar o lugar por um longo tempo antes de voltar à roda gigante.
Estelar, assim que a viu de longe, voou em sua direção e a abraçou.
- Onde esteve amiga? Fiquei preocupada quando descemos e não te vi!
- Ah... Eu fui procurar o refrigerante, mas não achei... – refletiu se devia dizer alo
sobre o "presente" e decidiu contar – Uma mulher me parou e deu isso – mostrou o
baralho aos amigos.
Robin o tomou e examinou minuciosamente.
- Parece um baralho comum...
- O que são esses desenhos? – perguntou a ruiva debruçando sobre o ombro do
líder
- São os desenhos que indicam que tipo de carta é, assim, ao escolher uma,
você sabe o significado através desse desenho – respondeu Jas dando os ombros –
Nunca aprendi seus significados, mas não há nada que a internet não saiba.
Ela só balançou a cabeça em sinal de "okay".
- Vamos voltar? – perguntou Robin entre ansioso e apavorado.
- Mas ainda não é nem hora do almoço! – reclamou Estelar, mas depois seu
rosto se iluminou – Isso! Vamos sair par almoçar fora!
- Por mim tudo bem – respondeu a outra rindo.
Ficaram as duas encarando o líder a espera de uma resposta. Ele só bufou e
concordou.
Elas bateram as mãos em vitória e foram para um restaurante.
"—"—"—"—"
Era tarde. Robin tinha se isolado na Sala de Investigações e Jasmim mirava o
baralho de tarô na sala, a procura de respostas e também tentava imaginar onde
estava a amiga tamaraniana.
Ouviu uma série de socos dados no saco de areia, na sala de treinamento.
Perguntou-se se Robin enfim saíra das investigações e se ele saberia onde estava
Estelar.
Qual foi sua surpresa ao ver a própria socar o saco de areia vermelho com muita
raiva. Este balançava perigosamente.
- Estellie? – a ruiva olhou a amiga – Você está bem?
- Não – disse simplesmente com amargura.
- Quer falar? – se aproximou
- É o Robin... De novo! – sentou-se no chão exausta de todas as formas – Ele
está me evitando desde manhã.
FLASH BACK
Foram os dois na roda gigante e sentaram-se lado a lado, rubros.
- A vista aqui é tão linda! – disse a ruiva quando chegaram ao topo, para
descontrair.
- É... – ele fazia de tudo para não mirar a moça.
Ela ficou encarando- o até que ele a encarou de volta.
- O que houve?
- São seus olhos... Nunca tinha visto eles... Por que usa máscara sempre?
- A máscara esconde quem eu sou e me torna uma pessoa diferente, assim
meus inimigos não podem me encontrar.
- Não deveria ser só como herói? E te encontrar é bem fácil, já que o "T" é bem
visível de toda Jump City.
- Depois de tanto tempo, já não tenho mais uma identidade civil.
- Acho um desperdício – ela olha pra frente, rubra – Tem belos olhos.
Ele também enrubesceu e olhou para frente.
Depois de um tempo se olharam e foram meio jogados um sobre o outro quando
o brinquedo se mexeu e se pôs a descer.
Encararam-se com um olhar quente, necessitados um do outro.
O rosto ia juntar-se ao dela quando Robin sentiu tocarem-lhe o ombro de leve.
- Ah, desculpe, mas tem gente querendo andar na roda gigante também... –
disse o funcionário que manipulava o brinquedo, meio encabulado.
FIM DO FLASH BACK
- Depois eu nem pude ficar brava, pois fiquei preocupada de não te ver.
- Oh Estellie... Eu não sei quem eu quero matar mais nessa história! Se é o
Robin ou o cara do parque! – a morena se sentou ao lado da amiga
- Imagine eu! – revirou os olhos
- Mas relaxe colega, vou te ajudar não só nisso, mas a acalmar sua raiva – a
outra pôs as mãos na cintura e sorriu com aquela cara de "Sou a luz pros seus
problemas!". Estelar só levantou uma sobrancelha – Uma coisa que pouca gente sabe
sobre mim é que na escola eu fui treinadora Junior das aulas de Educação Física! E
minha especialidade é boxe! – os olhos de Estelar brilharam – Vou te ajudar a relaxar
sem quebrar o pobre saco ali – apontou o saco vermelho com o polegar.
Robin observava as duas treinando na Sala de Treinamento.
Fizera isso a tarde toda sem que elas percebessem (ou perceberam e não
disseram nada) e viu Estelar se concentrando muito no que fazia.
Só foi perceber que tocava música quando mudou e começou outra.
You change your mind like a girl changes clothes
Você muda de idéia como uma garota troca de roupa
Yeah, you PMS like a bitch, I would know
É, você tem TPM como uma vaca, eu devia saber
Andy you over-think, always speak cryptically
E você super pensa, sempre fala enigmaticamente
I should know that you're not good for me
Eu devia saber que você não era bem pra mim
Corou ao ver que a música tinha a ver um pouco com ele, sempre mudando de
decisões, falando em código, pensando demais...
- Sem parar Estelar! Força nesses braços! – falava Jas animando-a
Cause you're hot then you're cold
Por que você é quente e depois frio
You're Yes then you're no
Você é sim e depois não
You're in then you're out
Você está dentro e depois for a
You're up then you're down
Você está por cima depois por baixo
You're wrong then you're right
Você está errado depois certo
It's Black and it's right
É preto e é branco
We fight, we brake up; we kiss, we make up
Nós brigamos, nós terminamos; nós nos beijamos, nós voltamos
Sim, se não era intencional, a música era um belo acaso, pois tinha MUITO
haver com ele e com a "relação" deles.
Pensou ter visto Jasmim mirá-lo pelo espelho do canto com um sorriso satisfeito.
Fitou a janela, encabulado, pensando como resolver o que havia entre ele e
Estelar.
Só podia dizer uma coisa... Era complicado.
We used to be just like twins, so in sync
Nós costumávamos ser como gêmeos, em sintonia
The same energy, now's a dead battery
A mesma energia, agora é uma bateria acabada
Used to laught 'bout nothing
Costumávamos rir sobre qualquer coisa
Now you're playin' boring
Agora você está ficando chato
I should know that you're not gonna change
Eu devia saber que você não vai mudar
Resolveu que era melhor pensar, ir para um lugar calmo: seu quarto.
Não teve nem tempo de dar meia dúzia de passos, quando o alarme soou alto e
um brilho vermelho coloriu a sala.
O líder correu pela sala, saltou o sofá e caiu bem ao lado do computador
principal.
Eram os componentes da HIVE e pelo visto Jinx parecia não ter gostado muito
do lado dos mocinhos, pois estava junto de Chip e Mamute. Até ai, tudo bem, mas o
que era pior era que eles estavam invadindo a Torre.
Apareceram na porta assim que as duas se juntaram ao líder na sala.
- Olá titans! Viemos fazer uma visitinha – disse a azarada ao explodir a porta,
rindo.
- Estão desfalcados, titans? – Chip entrou sobre suas pernas mecânicas – Falta
o homem de lata, a feiticeira e o verdinho... Mas tem uma nova!
Olhou Jasmim parada junto à porta da Sala de Treinamento, estática.
- Fique longe dela! – exclamou Estelar com os starbolts nas mãos.
- Ah! Ela não tem poderes? – Jinx riu e apontou para ela – Então vamos
brincar...
Robin tentava segurar Chip e Mamute sozinho, mas era difícil e Estelar tentava
não só lutar, mas proteger uma petrificada Jasmim.
A morena não conseguia se mexer até que lhe veio um pensamento à cabeça.
Pegou o tarô de seu bolso e olhou-o.
Tirou uma carta em que se lia A Força com o número romano VIII sobre o nome.
Olhou um pouco e percebeu que a carta vibrava. Em um segundo que ninguém
entendeu nada, um grande clarão tomou a sala.
Onde antes estava Jasmim, agora tinha uma pessoa parecida com ela, mas que
definitivamente não era ela: seu corpo era envolto por uma túnica vermelho vinho, de
alças, preso no busto e longa até o chão, uma pele de leão com juba e tudo enrolada a
cintura, longas asas negras de morcego saíam das costas e seus olhos brilhavam
emoldurados pelos longos cabelos negros que esvoaçavam mesmo sem vento.
Antes que qualquer um ali na sala tivesse alguma reação, ela se jogou sobre
Mamute e, incrivelmente, o pôs no chão, nocauteado. Sobrava então Chip e Jinx.
Os dois vilões estavam chocados, afinal seu colega de equipe era alem de
enorme, fortíssimo e agora estava no chão, meio encostado á parede, desmaiado com
um único golpe.
Robin voltou do choque e pôs-se a atacar Chip, destruindo duas de suas pernas
com seu bumerangue.
Estelar, por estar meio chocada ainda com a amiga, foi jogada no chão pela
azarada e um bloco do teto caiu sobre sua cabeça, fazendo-a ficar desacordada.
Jas, que por uns minutos parara olhando o chão, voltou seu olhar para Jinx com
fúria e lançou-se sobre ela com as mãos em garras, arranhando-lhe de tal forma que
alguns cortes começaram a sangrar.
A azarada estava absolutamente apavorada, como alguém conseguia ser tão
forte e selvagem? Quando conseguiu soltar uma de suas mãos, com um gesto fez o
encanamento jorrar água fortemente sobre a oponente e esta parou do outro lado da
sala.
Apoiada sobre as mãos e joelhos, Jasmim balançou a cabeça e olhou
novamente a feiticeira enfurecida.
Abriu as longas asas, voou até ela e, com um tapa que deixou quatro grandes
sulcos vermelhos no rosto da outra, a pôs no chão.
Durante esse tempo, Robin parou Chip e o amarrou junto à Mamute, ainda
desacordado, para levá-los a polícia mais tarde.
Ao terminar, passou a mão pela testa, olhou Estelar sobre os escombros, mas
bem, e olhou para Jas que pairava sobre a oponente desacordada, meio arfando e
curvada.
- Jasmim? Está tudo bem? – andou com passos hesitante na direção da amiga e
levantou uma das mãos.
Sem aviso nenhum a morena trombou com ele e começou a golpeá-lo.
- Jasmim! Jas! O que houve? Sou eu! – tentava chamá-la inutilmente, certo de
que ela não o ouviria, por isso segurou seus pulsos para que ela não o golpeasse mais
– Sou eu o Robin!
Ela não parecia dentro de si, estava com o rosto contorcido em fúria, os olhos
arregalados e brilhando de raiva. Seu único objetivo era exterminar qualquer coisa que
se aproximasse.
- Não tenho outra escolha... – disse Robin pesaroso
Com um gesto rápido, passou por baixo do braço esquerdo dela, dando-lhe uma
chave de braço, e com outro gesto rápido tirou do cinto um frasco, espirrando o
conteúdo em seu rosto e fazendo-a desmaiar.
Pôs a garota no chão gentilmente e viu que ela voltava a ser a amiga que
conhecia.
Correu até os escombros e tirou Estelar de lá. Após conseguir, colocou a ruiva
do lado da morena adormecida.
- Estelar! Estelar... Vamos! Acorde! – chacoalhava os ombros dela suavemente
até que abriu os olhos.
- O que aconteceu? Onde estão Chip, Mamute e Jinx? Onde está Jasmim e o
que aconteceu com ela?
- Não sei ao certo... Derrotei Chip e amarrei ele junto ao Mamute. Jasmim tinha
ido pra cima de Jinx e ao que parece derrubou-a também.
- Mas o que aconteceu com ela? Estava diferente! Tinha alguma coisa a ver com
aquele baralho...
- Não consegui entender bem o que aconteceu, mas ela estava completamente
fora de si! Depois que derrotou Jinx, diga-se de passagem que ela está cheia de
cortes bem feios, voou pra cima de mim como se não me conhecesse.
- Não entendo... – Estelar se sentou e levou uma das mãos á cabeça – Ela não
faria isso...
- Vai ver quer adquiriu alguns poderes, mas não consegue controlá-los – Robin
segurou o queixo, pensando.
- Eu sei que tem algo com aquele baralho! Enquanto eu lutava com Jinx, ela
pegou ele e foi ai que tudo aconteceu...
Um estalo pareceu acontecer na cabeça de Robin e ele se lembrou de ver
Estelar cair.
- Estelar, como você pode se deixar ser atacada daquele jeito? Onde você
estava com a cabeça? – disse sério
- Eu? Agora a culpa é minha? Estava pasma, só isso!
- Mas isso não é admissível e...
- NÃO LIGO MAIS PARA SUAS OPINIÕES, ROBIN! ESTOU MUITO BRAVA
COM VOCÊ AGORA! CANSEI DE OUVIR SUAS CRÍTICAS! – e saiu intempestiva
pela sala parcialmente destruída até seu quarto.
Ele olhou-a chocado por alguns minutos, vendo-a fazer o trajeto para fora da
sala e depois mirou o local vazio onde estivera.
- Agora você vacilou legal com ela – disse uma voz atrás de si. Jasmim acordara
– O que aconteceu?
- Você não lembra?
- Não... Tudo que me lembro é do ataque e de, de repente acordar aqui –
levantou e pôs os dedos indicadores nas têmporas – E do tarô
- Bem... Não sei o que aconteceu, mas tem a ver com esse baralho! Você se
transformou e começou a atacar Jinx... E pelo estado dela você estava bem forte –
Robin lançou um olhar a feiticeira e Jas seguiu, ficando assombrada com o que fizera
– E depois me atacou.
- O que? – voltou o olhar ao líder, chocada – Ataquei você?
- É...
- Desculpe-me, mas não sei o que aconteceu... Eu só olhei o tarô e senti que ele
queria se libertar.
- Não use mais essa coisa...
- Não! Sinto que devo usá-lo... É como um chamado, algo que fui predestinada a
fazer...
- Nada disso! Você quase matou Jinx e se eu não te desacordasse, talvez desse
cabo de mim também.
- Olha... Não sei o que deu errado, mas sei que posso fazer dar certo... Me de
um tempo e vou descobrir como...
- Promete não usá-lo até saber como controlar? – se entreolharam por um
minuto e ela assentiu – Pois bem tenho que levar esses aqui e ainda ver Estelar...
- Estelar! – Jasmim se lembrou da amiga e correu para o quarto que dividiam
sem dar mais atenções ao garoto – Estellie... – chamou suave, colocando a cabeça
pela porta – Estelar?
Só ouviu um choro vindo do quarto escuro. Entrou, fechou a porta, ligou as luzes
e foi até a amiga.
- Oh Estelar...
- Jas! – a ruiva olhou a amiga com uma expressão entre assustada, aliviada e
surpresa – Está tudo bem com você? O que foi aquilo na sala? O que aconteceu com
você?
- Não vamos falar de mim, mas sim de você...
- O ROBIN É UM IDIOTA! NÃO SEI COMO POSSO AMÁ-LO TANTO ASSIM SE
ELE NEM SE IMPORTA COMIGO! SÓ CRITICA TUDO QUE EU FAÇO COMO SEU
EU FOSSE UM INÚTIL! EU QUERIA... EU QUERIA... – no ímpeto da raiva, andara em
círculos pelo quarto, quase a correr, mas por fim desabou ao lado da amiga e se
debulhou em lágrimas.
- Não chore... Ele não merece, Estellie...
- Não consi-go enten-der... – disse entre fungadas, tentando parar de chorar –
Qual é o pro-blema de nós dois!
- Ninguém consegue, querida – a abraçou – Mas vamos dar um jeito nisso –
disse com voz suave para ela – Mas descanse, deve estar acabada...
Aos poucos, Estelar parou de chorar e caiu no sono.
Soltando-se da tamaraniana delicadamente, Jas saiu do quarto, desligou as
luzes e encostou a porta deixando uma fresta aberta.
Desceu tranquilamente até a sala onde Robin estava.
Não havia mais vestígios da luta e os vilões não estavam mais lá, somente o
líder sentado no sofá com a cabeça apoiada nas mãos e os braços sobre os joelhos.
Ela parou na porta, respirou fundo e foi em frente.
- ROBIN! – sua voz ressoou grave e ameaçadora e se olhasse nos olhos do líder
(misteriosamente sem a máscara) veria o medo que sentia dela – Qual o seu
problema?
- O meu problema? – repetiu baixo, meio com medo, olhando-a.
- É! Você tem alguma MÍNIMA noção do que você fez? – rosnou a última palavra
Ele só a encarou assustado. Começava a preferir quando ela estava daquele
outro jeito.
- Você acabou de TRITURAR, PISOTEAR E DESTRUIR o coração de uma
mulher que por acaso é uma de suas amigas. Se você ainda não entendeu o
significado disso tudo acho que posso lhe explicar bem...
Com um passo rápido e as mãos como tenazes, agarrou a gola da blusa dele e o
levantou do sofá, ficando cara a cara.
- VOCÊ É UM ESTÚPIDO! INSENSÍVEL! QUERIA SABER O QUE SE PASSA
NESSA SUA CABEÇA CHEIA DE TITICA DE PASSARINHO PRA ENTEDER COMO
VOCÊ TEM CORAGEM DE CULPAR ESTELAR POR UMA COISA QUE NÃO FOI
CULPA DELA! Alem é claro de tudo o que vem fazendo... Não consigo entender como
você não ame essa garota, Robin! Depois de tudo que ela faz por você... Mas pelo
menos fosse cortês de dizer logo que não poderia retribuir o sentimento dela e tenho
certeza que doeria bem menos, MAS NÃO... GOSTA DE BINCAR COM O CORAÇÃO
DELA! - recobrou forças para gritar novamente - ISSO NÃO LHE TORNA MELHOR
QUE NENHUM DESSES MALDITOS VILÕES... NÃO! PENSANDO BEM O TORNA
PIOR QUE ELES, POIS OS VILÕES NÃO TÊM MEDO DE DIZER QUE QUEREM O
MAL DAS PESSOAS! Quando vai entender Robin? Que isso só torna você O VILÃO
DESSA HISTÓRIA!
Após o discurso em que chacoalhava ele violentamente e o garoto parecia não
ter forças pra fazer nada, principalmente por saber que ela estava certa, Jas o jogou
de volta no sofá com brutalidade e o encarou com olhos brilhando de ódio outra vez
(mas dessa vez consciente).
- Agora sou eu que estou lhe cobrando... Sei que não me deve explicações e
que também é meu amigo, mas agora estou protegendo o coração de Estelar! Se não
tomar sua decisão ainda hoje, EU MESMA LHE MOSTRAREI SEU FUNERAL! – e
saiu batendo a porta.
O jovem só afundou a cabeças entre as mãos e tomou sua decisão.
Mais corajoso e resoluto, correu até a porta e encontrou Jasmim no meio do
corredor.
- JAS! – ela se virou para ele – Tomei minha decisão... Mas para isso preciso de
sua ajuda.
De forma ainda mais assustadora e chocante, a morena lhe sorriu como se não
houvesse acontecido nada e foi até ele.
- Fico absolutamente feliz de ouvir isso! – riu. Robin estava meio chocado com a
mudança de comportamento – Desculpe se fui bruta com você... Estelar passou a ser
como uma irmã pra mim e me parte o coração vê-la sofrer.
- Não... Eu entendo – sorriu levemente, sentindo que o perigo passara – Sou um
idiota e não iria tomar uma decisão se não sofresse um tranco.
- Fico absolutamente feliz que tenha decidido lutar por ela, Robin, mas ela está
bem brava com você... Não vai ser nada fácil...
- Não ligo. Só quero saber que pelo menos lutei.
- É assim que se fala! – ela o abraçou de súbito e ele corou, mas abraçou-a de
volta – Vou te ajudar.
Se soltaram e ela voltou á caminhada para o quarto, até que foi puxada para
dentro de uma sala.
- Estelar?
- O que foi aquilo? – disse a ruiva pausadamente, muito venenosa
- Nada do que você está pensando esquentadinha... – riu – Se quer saber, ele
decidiu lutar por você, mesmo você estando absurdamente azeda.
- Ah Claro! – rosnou – Bela forma de demonstrar! Abraçando minha melhor
amiga!
- Fico comovida com o "melhor amiga", mas se quer saber, ele é meu amigo
também... E você não sabe que quase o matei agora a pouco – rindo. Estelar
abrandou o tom de voz.
- O que você fez?
- Fui lutar pela sua felicidade! Puxei ele pela gola e falei... Não, melhor dizendo,
BERREI umas poucas e boas pra ele.
- Você ficou louca?
- Acho que não... – riu – O ameacei para tomar uma decisão, mas vejo que pelo
menos surtiu efeito e vocês poderão ser "felizes para sempre".
- Não vai acontecer isso! – bufou e cruzou os braços – Quem desistiu agora sou
eu!
- Sério, Estellie? Sério mesmo? (N/A: XD homenagem à Chad Dyllan Cooper de
Sunny Entre Estrelas) – disse zombando, com os olhos semicerrados – Vocês estava
há até cinco minutos atrás morrendo de ciúmes dele e vem me dizer que não quer
mais? – cruzou os braços em desafio
- Eu... Eu... Eu não estava com ciúmes! – bradou como se estivesse ofendida –
Alem do que eu sei que o seu titan é outro – riu maliciosa, mudando de assunto
- Meu titan? Não sei do que você está falando! – corou a morena – Mas não me
enrole! Estamos falando de você!
- Mas podemos começar a falar de você e de Ciborgue... – tombou a cabeça,
sorrindo maliciosa
- Não ponha palavras na minha boca, Estellie! – rosnou, mas depois voltou ao
tom de zombaria – Então você não tem ciúmes? Quer dizer que eu posso passar o
telefone dos titans para umas ex-colegas de turma loucas pelo Robin?
- O que? – olhou-a irritada
- Isso mesmo! Meninas que suspiravam quando assistiam noticiários de vocês
salvando a cidade e o nosso adorável líder aparecia... – sorriu (pense em Cheshire, o
gato de Alice)
- Eu... Não ligo! – cruzou os braços e se voltou para o lado batendo os pés.
- Okay... Não sou capaz de fazer isso, mas não garanto nada se não correr atrás
dele... (N/A: particularmente, sou a próxima da fila *-* então SAIAM PIRANHAS!).
- E você correr atrás de um certo meio robô que está na Costa Leste com uma
ex-namorada... – zombou saindo da sala.
- Cuidado! O mar não está pra peixe, Estelar! – berrou saindo da sala também,
para a ruiva mais longe – Ou você corre atrás dele ou perde seu amor!
- EU NÃO AMO ELE! E É BOM QUE ELE "FAÇA POR ONDE" COMO VOCÊS
DIZEM! – e desapareceu pelas escadas dos quartos
A morena riu com as mãos na cintura. Jogou a cabeça para o lado e viu o líder
sair das sombras desanimado.
- Ela me odeia...
- Que nada... Ela ta com raiva e por isso ta se fazendo de difícil... Tsc Tsc, acha
que pode enganar quem a ensinou a dissimular... Mas se você ler as entrelinhas dela,
vai perceber que ela ficou louca de ciúmes, é louca por você, mas você vai ter que
conquistá-la de novo.
- Mas o que eu vou fazer? – passou a mão na nuca, aflito
- Pode começar com algo que a agrade...
- Tipo o que?
- Ai, ai, vamos ter muito trabalho... – olhou para o alto e depois o puxou para
uma sala.
"—"—"—"—"
- Eu atendo! – Jas correu para a porta, já sabendo do que se tratava, mas ao
abrir a porta teve uma grande surpresa – Uma caixa?
Ela pegou a caixa, relativamente grande, mas inesperadamente leve, e a levou
para dentro.
Enquanto andava, balançou-a junto ao ouvido algumas vezes, mas o seu
conteúdo era bem leve e quase não fazia barulho.
- Quem era? – perguntou Estelar sentada na sala de estar, zapeando os canais.
- Ninguém... Só essa caixa.
A ruiva voou até a amiga e esta abriu a caixa.
Dentro havia roupas: uma camisa branca sem os ombros, mas com longas
mangas esvoaçantes (as mangas se ligam à blusa por um pedaçodo lado); outra blusa
marrom sem mangas, também de botão; um shorts de cetim preto; um xale verde e
vermelho, comprido, com medalhinhas penduradas nas bordas; um xale menor
vermelho com as mesmas medalhinhas; uma meia arrastão e sapatilhas verdes.
Teve a leve sensação de que já vira algo assim.
- Mas o que será que é isso? Quem mandou? – perguntou Estelar segurando o
xale vermelho.
- Não faço idéia, mas veja! Tem um cartão no fundo da caixa – a morena pegou
a folha, desdobrou-a e leu – "Soube que conseguiu usar bem o tarô, mas não teve
muito controle não é? Tenho certeza que meu presente vai ajudá-la nisso. Vou querer
saber de sua próxima 'aventura'... Vidente". Eu sei quem deu isso!
- Quem?
- A mulher do parque! Que me deu o tarô! – ao puxar a roupa da caixa melhor,
percebeu com o que aquilo parecia – São como roupas de cigana, com as
medalhinhas e xales!
- Se veio daquela mulher pode ser perigoso... – Estelar deu um leve passo para
trás
- Que nada! Eu sei que é isso que eu tenho que fazer... – mal terminou de falar e
ouviu a campainha tocar de novo.
- Como está movimentado aqui não é? – Estelar bufou e voou até a porta.
Ao abri-la, quase foi sufocada por um enorme buquê de flores.
- Pra você Estelar! – por trás das margaridas, ouviu uma voz conhecida
- Robin? – ela empurrou um pouco as flores e viu o rosto corado do garoto a sua
frente – O que é isso?
- Flores? – respondeu encabulado
- Mas por que flores?
- Quando queremos agradar alguém ou nos desculpar por alguma mancada,
costuma-se dar flores... – ele sorriu, ainda envergonhado
A garota nada respondeu e só puxou as flores, olhou-as com os olhos brilhando,
mas se lembrou que ainda estava brava e fechou a cara.
- Obrigada, mas não pense que só isso vai consertar o que você fez! – e saiu da
sala para seu quarto com o enorme buquê.
- Droga! – o garoto, ainda parado à porta, coçou a nuca – Ela me odeia mesmo...
- Que nada... – riu a morena, que até então fora esquecida – Você não viu os
olhos dela brilharem? Ela amou!
- Mas ainda foi bem grossa.
- Não ligue... Já disse, ela está se fazendo de difícil, mas com mais um desses
presentes e ela derrete.
- O que é isso? – o líder apontou a caixa que a amiga segurava.
- Chegou um pouco antes de você... Não viu ninguém saindo daqui?
- Não – ele se aproximou e olhou o conteúdo – Quem mandou?
- Não sei seu nome, mas é aquela mulher do baralho.
- Cuidado, aquele baralho já deu muitos problemas, sabe-se lá o que isso pode
fazer...
- Robin! São só roupas... – revirou os olhos
- Já vi roupas controlarem pessoas, então cuidado!
- Tenho mais a sensação de que isso vai me ajudar a controlar o tarô – se
levantou sob o olhar incrédulo do outro – Relaxe! Não lhe prometi que ia tomar
cuidado? Confie em mim... Agora tenho que ver a reação da Estelar longe de você –
piscou e saiu para o quarto.
Chegou ao quarto, abriu a porta, mas parou sob o batente.
- Toc toc, posso entrar? – a ruiva, que olhava as flores postas num vaso, se virou
pra ela
- É seu quarto também – e riu
- Claro – riu junto – Mas nunca se sabe se você vai querer privacidade... E ai
Estellie? Robin lhe dando presentes? – sorriu maliciosa
- Como se você não soubesse – revirou os olhos – Tenho certeza que isso é
obra sua!
- Minha? – colocou a caixa na cama e pôs a mão no peito, falsamente ofendida –
Por que eu teria algo a ver com isso?
- Por que o Robin nunca ia saber que margaridas são minhas flores favoritas.
- Como você sabe? – sorriu – Pode haver muito mais de você que ele sabe e
você não tem consciência disso!
- Claro, Jas, claro (N/A: XD outra homenagem ao Chad).
- Tudo bem, se não quer acreditar em mim, beleza! Mas acho que vai se
surpreender bastante – e piscou – Mas o que você achou?
- Ele mandou você perguntar isso?
- Pelo Amor, Estellie! Para de ser paranóica!
- Okay – respirou fundo – Claro que eu amei, mas ainda estou muito brava com
ele.
- Oh Estellie! Por que não perdoá-lo? Robin está tentando ser legal...
- Não basta só isso! Se eu perdoá-lo vai acontecer tudo de novo!
- Você não está sendo muito pessimista? Isso não é coisa sua.
- É a verdade! Sempre é do mesmo jeito... Ele briga comigo, me culpa por um
monte de coisas e depois vem todo meloso se desculpar... Eu toda idiota apaixonada,
caio sempre na mesma ladainha! Mas agora vai ser diferente! Não foi você que disse
que eu devo ter meu valor?
- É eu disse, pois é fato que mulher não pode se vender por pouco, mas Estelar,
seja razoável – revirou os olhos – Ele está se esforçando muito...
- Você está muito interessada nisso pro meu gosto – riu – Se quiser ajuda com o
Cib não precisa pedir ao Robin...
- O que? – fez uma careta, com a voz umas oitavas mais aguda – Não tem nada
a ver! De onde você tirou essa idéia estúpida?
- Pra você ajudar o Robin...
- É por que eu quero seu bem, sua alienígena doida! Alem do que se eu
quisesse um cara, e não digo que quero, eu faria sozinha!
- Claro, Jas, Claro! – riu maliciosa
A outra bufou e cruzou os braços.
- Quer saber? Cansei de você! – a morena se levantou, pegou a caixa e foi para
o banheiro – Vamos descobrir se essa coisa funciona?
Estelar só suspirou.
"_"_"_"_"
Jasmim estava no alto do terraço dos titans com a roupa que recebera de
manhã. Estelar estava flutuando sentada um pouco atrás.
A morena pegou o baralho, tirou a carta d'A Justiça, com o número IX e jogou-a
pra cima.
Depois de uma luz, muito mais leve que a da primeira vez, Jas viu que não
mudara, mas que tinha uma espada na mão.
- Interessante... Deu certo – sorriu satisfeita
- Olha! Apareceu uma balança nesse xale da sua cabeça! – exclamou Estelar
- Deve ser por que é um dos símbolos da justiça – tocou com a ponta dos dedos
e sentiu um alto relevo – Como a espada.
- Isso é ótimo! Quer dizer que você conseguiu controlar o baralho! – Estelar a
abraçou
- Já esperava isso, afinal, a roupa parecia a de uma cigana e ciganas controlam
os baralhos de tarô! – sorriu
- Agora você vai realmente fazer parte do time! – Jas a olhou surpresa
- Jura? – perguntou meio comovida
- Sim, afinal, você já provou que pode vencer os vilões e agora controla os
poderes! - elas se abraçaram
- Só tem um problema...
- Qual?
- Como desfazer isso... – levou o dedo até a balança
As duas se encararam por um tempo, pensando no que fazer.
- Já tentou tocar no tarô novamente? – ambas se viraram para ver Robin
encostado no batente da porta que levava ao terraço.
A garota aceitou sua sugestão e viu que deu certo. A espada sumira.
- Obrigada Robin! – sorriu
- De nada – sorriu de volta, meio de lado – Agora vai ter que pensar num nome.
- Nome?
- Pra se juntar á equipe – os olhos de Jasmim se encheram de lágrimas
- Fico tão feliz de ouvir isso de você! – o abraçou, mas se soltou logo ao ouvir
um pigarro de Estelar e ri – Já tenho um nome...
- Qual?
- Arcana, oras! Não é perfeito? É fácil, simples e tem a ver com as cartas do
tarô... Sabe, são ARCANOS maiores. – passou os braços pelos ombros de cada um
deles, ficando no meio.
- Então bem vinda, Arcana – riram e desceram até a sala de estar.
- Ei, não vamos contar aos outros? – perguntou Estelar – Pode ser até que já
tenham terminado.
- Verdade, Estellie – a garota estranhou que o líder a chamasse assim – Vou
ligar para Ciborgue
A ruiva só olhou maliciosa para a amiga que estirou a língua. Ambas riram às
costas do líder.
- Ciborgue? – chamou
- E ai cabeça de passarinho! – o meio robô apareceu na tela com um enorme
sorriso – Saudades?
- Claro... A casa fica muito quieta sem você e Mutano fazendo barulho – riu
sarcástico – Mas como anda o trabalho?
- Talvez a gente consiga terminar... Mas como andam as meninas? Está
cuidando delas direitinho? – sorriu malicioso
- Idiota – resmungou Robin vermelho – Como se elas precisassem de cuidados.
- Estelar está bem?
- Por que pergunta? – rosnou, mordido de ciúmes
- Não fique bravinho – riu, percebendo o ciúme do amigo – É por isso mesmo
que eu pergunto... Quero saber se vocês já se acertaram.
- Não por falta minha – resmungou
- O que você anda aprontando hein? – revirou os olhos
- Olha, depois a gente conversa isso, mas tenho que contar uma coisa... –
contou toda a história de Jas, desde o parque até agora -... E ela conseguiu controlálos agora.
- Hurra! Sabia que essa garota era especial – o líder sorriu malicioso e o meio
robô, por incrível que pareça, corou – Não é disso que eu estou falando!
- Sei, sei... Mas vocês vão poder voltar?
- Ta brincando? Claro que vamos dar um jeito de ir praí "conhecer" a nova
heroína – sorriu – Que tal uma festa com todos os titans e titans honorários? Faz
tempo que a gente não junta todo mundo.
- Bem, seria legal, mas acha que vai dar certo?
- Claro que sim! Quando foi que eu errei? – o líder olhou-o atravessado e o outro
riu amarelo – Okay, já errei algumas vezes, mas confie em mim! – sorriu de novo – Vai
ser de arrasar!
- Tudo bem, mas você cuida disso.
- Beleza, chefia! – bateu continência de brincadeira – E te vejo daqui a dois dias
então! – e desligou
Robin foi até o quarto das meninas e bateu na porta.
- Estellie? – a ruiva abriu a porta de má vontade – Só queria avisar que falei com
o Cib... Eles adoraram a notícia e o homem de lata deu até a idéia de uma festa com
todos os Titans
- Uma festa com os titans? – seus olhos brilharam e por um minuto esqueceu
que estava brava
- Sim, todos os titans honorários...
- Que notícia mais gloriosa! – ela se virou para Jas dentro do quarto – Você vai
amar conhecer todo mundo! Faz tanto tempo que a gente não se reúne! Tem milhares
de titans... A turma da Costa Leste vai vir também!
- Hãm, Estelar? – ela se voltou para o líder com uma expressão meio brava –
Isso é pra você – e estendeu um lindo ursinho de pelúcia que segurava um coração.
Dentro do coração estava escrito I Love You.
A garota perdeu a fala por alguns minutos, mas ele não disse mais nada.
Só deu um beijo em sua bochecha e saiu, deixando uma Estelar atônita na porta
e uma Jasmim morrendo de rir da amiga.
- O que foi Estellie? O gato comeu sua língua? – sorriu maliciosa – Ou foi um
passarinho?
- O que? – Estelar que não entendia ditados populares, precisou perguntar
- Esquece... – riu a nova heroína – Então enfim vou conhecer todos os titans?
- Sim – Estelar abraçou o ursinho inconscientemente – Vai amar! Tem os da
Costa Leste, onde os outros estão, que são a Abelha, o Ricardito... – e começou a
discorrer sobre os outros titans.
"_"_"_"_"
- Hurra! – disse Ciborgue entrando na torre – Chegamos pessoal!
Junto com ele, vinham Ravena, Mutano, Abelha, Ricardito, Aqualad e Más y
Menos.
- Pessoal! – a ruiva voou até os amigos que chegavam, cumprimentando-os –
Fico feliz de saber que puderam vir!
- Claro Estelar – sorriu abelha ao abraçá-la – Não perderíamos isso por nada – e
piscou para os outros titans – Mas onde está a nova companheira?
- Presente! – exclamou a morena aparecendo na escada – Desculpe não vir
antes, estava arrumando as coisas lá na sala... Afinal, logo chegarão os outros.
Todos a cumprimentaram.
- E seu nome? – perguntou Ricardito
- Arcana, por que tiro poderes desse tarô – e puxou o baralho para todos verem
- Ah! Agora saquei por que a sua roupa! – Mutano riu – É uma cigana.
- É... Mais ou Menos... Mas vamos subir! Robin está lá em cima...
Subiram até a sala que estava cheia de comidas e bebidas, pufes e sem o
tradicional sofá, para dar mais espaço.
- E ai pessoal! – cumprimentou o líder, indo até a porta – Como foram de
viagem?
- Bem – Aqualad foi se sentar com o outro
- E as instalações lá na sua torre? Ciborgue terminou?
- O q...? – leva um pedala de Abelha "sem querer" - Ah! Sim, sim! Achávamos
que ia demorar mais, mas vejam só, não é? – riu amarelo e Robin o olhou desconfiado
- Ta bom... – se virou para Abelha – Sintam-se a vontade, vamos terminar isso
daqui.
Assim que o garoto saiu com sua equipe para organizar as coisas, a líder dos
Titans da Costa Leste deu mais um pedala no guerreiro marinho.
- O que deu em você? Quer por tudo a perder? Se o passarinho ali sonhar que é
tudo idéia do Homem de Lata ele nos mata!
- Eu sei, eu sei! – disse massageando a nuca – Me esqueci! Mas por que todo
esse segredo mesmo?
- Você sabe que faz um baita tempo que ele e Estelar tem que se acertar, não é?
– respondeu Ricardito se pondo ao lado da líder. Essa corou levemente – Ciborgue
teve essa idéia junto com os outros da equipe dele, de deixá-los sozinhos e dessa
festa pra isso.
- Ainda acho que Robin é um cabeça dura e não vai ver um palmo na frente do
nariz – deu de ombros, se esticando mais no pufe
- Todavia, no debemos echar a perder el plan – disseram Más y menos juntos.
Aqualad só deu de ombros mais uma vez.
Depois de um tempo, começaram a aparecer mais titans e logo a sala estava
cheia.
Todos conversavam animadamente e comiam, espalhados pela sala.
Arcana andou por entre todos eles e foi apresentada por Estelar. Estava se
divertindo numa rodinha de meninas que conversavam alto e davam risinhos.
- Que pena não podermos ficar só entre nós não é? – comentou a MoçaMaravilha rindo – Ia ser divertidíssima uma festa de garotas!
- É uma ótima idéia! – disse Arcana – Vocês vão ficar aqui na torre essa noite,
não é? Então, poderíamos ficar com a sala toda pra gente e fazer uma festa!
- Mas e os garotos? – perguntou a pequenina Kole
- Oras, como cavalheiros que são – disse Abelha com ironia – Podem nos ceder
a sala e ficar em outra parte da Torre...
- É! A torre é grande... Podem fazer um lugar improvisado na sala de
treinamento – opinou Argenta
- Perfeito! – sorriu a nova titan – Vamos falar com Robin...
Foram as meninas em grupo até o líder que conversava com Aqualad e Kid
Flash.
- Estelar, acho melhor você falar com ele – a morena empurrou a ruiva pra cima
do líder sem que ela pudesse reclamar
Ela ficou um tempo parada, só olhando para ele, até que o próprio percebeu.
- Estellie? Algum problema? – se virou para a garota. Atrás dele, os que
conversavam antes, sorriram maliciosos
- Sabe o que é Robin... – Cruzou os braços atrás do corpo – As meninas
estavam pensando, já que vão passar a noite aqui na torre, se não podíamos fazer
uma festinha nossa aqui na sala... Vocês podem ficar num acampamento improvisado
na sala de treinamento – completou encabulada
- Bem... Vou ver com os outros titans, mas tenho quase certeza que não tem
nenhum problema – sorriu para ela.
Estelar, apesar de tudo, sorriu para ele e foi se juntar as amigas.
- Tudo certo garotas! – elas comemoraram – Mas vamos esperar pra ver o que
eles vão fazer.
Aos poucos, alguns dos que estavam na festa foram indo embora e não iam ficar
nem pra dormir, como Gnu, Hot Spot, Killowat, Bushido, Relâmpago e Trovão.
Sobraram Ricardito, Aqualad, Kid Flash, Jericó e Estrela Vermelha dos garotos (Más y
Menos acharam melhor voltar para não deixar a torre desprotegida).
Das garotas, Abelha, Argenta, Moça-Maravilha, Kole e Pantha esperavam a
decisão dos outros junto a Estelar, Ravena e Arcana para fazer a festa.
- Titans, as garotas estão pensando em fazer uma festinha delas aqui na sala,
tudo bem? – perguntou Robin aos companheiros
- Acho que tudo bem, mas e nós? – perguntou Ricardito
- Os nossos adoráveis cavalheiros podem fazer um acampamento na sala de
treinamento que é bem grande – disse Abelha, de braços cruzados, cheia de ironia
- Ótima idéia, abelhinha! – riu Ciborgue da cara de desgosto da outra pelo
apelido e se virou para os outros garotos – Podemos fazer algo entre nós também!
Uma festa de garotos!
Os outros sorriram com a idéia e concordaram.
Logo cada grupo organizava o seu lado.
- E ai meninas? Vamos começar com o que? – perguntou Arcana assim que
voltaram o sofá (para, caso mais tarde, quisessem assistir filme) e tiraram os pufes e
coisas pra jogar no lixo.
- Que tal brincarmos de alguma coisa? – Moça-maravilha pega uma garrafa de
refrigerante – Esta aqui está inteira, então não dá pra jogarmos Verdade ou Desafio,
mas podemos começar com outro jogo antes...
- Qual? – perguntou Estelar com uma camisola rosa, de botões (N/A: espero que
se lembrem dela ;D)
Todas estavam de pijamas.
- Sentaremos em roda, vamos passar a garrafa entre todas nós, cada uma toma
um gole e conta alguma coisa que lhe vier à cabeça, mas não vale pensar muito! – riu
– Vamos rodando até acabar e depois jogamos Verdade ou Desafio.
- Acho uma excelente idéia! – exclamou Pantha – É um ótimo começo pro outro
jogo.
As garotas se sentaram em roda.
A que deu a idéia bebeu um gole e disse.
- Faz muito tempo que não vou à uma festa – fez uma careta e passou a garrafa
à Pantha.
- Antes de hoje, eu nunca tinha dançado com um cara – disse encabulada,
depois de tomar um gole.
Todas a olharam curiosas.
- A última vez que fui a uma festa, terminei com um namorado – Argenta, a
seguinte, revirou os olhos e passou à Ravena
- Fico realmente curiosa pra saber como chegou à conversa sobre garotos –
revirou os olhos também
Estelar recebeu a garrafa, tomou um gole e disse, sem demora.
- Garotos são estúpidos! – houve um murmúrio de aprovações enquanto
passava para Arcana
- Eles falam que nós somos complicadas, mas eu mesma não consigo entender
o que se passa na cabeça deles – Arc riu e levantou a garrafa, após beber. Depois
passou à Abelha
- De vez em quando eu tenho vontade de matar meus companheiros de equipe...
– confessou Abelha com uma careta
- Pelo menos você já beijou um cara na sua vida! – sussurrou Kole após tomar
seu gole e quase não foi ouvida
- Eu não beijo um a pelo menos três messes e isso é frustrante... – disse a
Moça- Maravilha após voltar pra ela.
- Eu também nunca beijei – Pantha abaixou a cabeça
- Também acho que faz três meses desde que fiquei com um cara - Argenta
- Bem... Nunca beijei – Ravena corou e como não estava com o capuz não pode
disfarçar
- O único cara daqui que eu beijei é o idiota do Robin – rosnou Estelar e todas a
encaram surpresas
- Eu acho que a Estelar está falando da boca pra fora – riu Arc
- Já namorei uns dois caras antes, incluindo o Latão, mas agora to gostando de
outro cara... – Abelha corou levemente.
- Vocês vão me achar louca, mas eu me apaixonei por um cara hoje! –
novamente, Kole sussurrou e quase não foi entendida
- Apesar de já ter ficado com outros, eu ainda sou apaixonada pelo mesmo cara
a um tempão – confessou a Maravilha.
- Apesar de não ter ficado com nenhum outro cara, digo o mesmo – disse
Pantha.
O refrigerante rodava entre elas e já estava quase no fim.
- Eu espero me apaixonar por um cara que preste, por que eu já estou quase
desistindo... – Argenta revirou os olhos
Ravena hesitou para beber, mas as outras lhe lançaram olhares para que fizesse
logo.
- É... Por incrível que pareça, até mesmo pra mim – revirou os olhos – Eu me
apaixonei.
- E acho que não preciso dizer nada sobre isso – Estellie também revira os olhos
Faltava apenas um gole para acabar.
Arcana pegou a garrafa, fez uma careta, mas depois, bebeu todo o resto e disse.
- Querem saber? Acho que não devemos jogar Verdade ou Desafio... Já falamos
demais! – por incrível que pareça as outras concordaram, pois já haviam falado muito
– Sabe o que eu pensei? Podíamos dançar...
- Mas já dançamos a noite toda – Ravena teve medo da expressão maliciosa de
Arc
- Mas não pudemos nos soltar por causa dos meninos... Então? Entenderam o
que eu quis dizer? – piscou pras outras que se levantaram rindo e foram até o som
O que elas não sabiam é que, na falta do que fazer, os garotos resolveram
espioná-las e ouviram quase toda conversa.
Cada um preso em seus pensamentos até o momento.
As garotas discutiam que música poriam e parecia que o nível "descia" cada vez
mais.
Começaram a ouvir o som tocar.
- Red Wine! – cantou Arcana junto da música depois de arrumar o som e foi para
perto das garotas – Convict. Gaga. Oh Yeah!
I've had a little bit too much (much) (oh oh oh oh)
All of the people start to rush (start to rush by)
A dizzy twister dance, can't find my drink or man
Where are my keys, I lost my phone (phone) (oh oh oh oh)
Eu bebi um pouco demais (demais)
Todas as pessoas começam a correr (começam a correr por aí)
Uma dança tonta e desengonçada
Não consigo achar a minha bebida ou meu homem,
Onde estão minhas chaves? Eu perdi meu celular!
As garotas começaram a dançar.
Da porta, todos os garotos babavam, sem exceção, por alguma garota.
Todas com pijama, a maioria curtíssimos, dançando de foram "provocante"?
Realmente era um teste para o auto controle deles.
Just dance, gonna be okay (da-da-doot-n)
Just dance, spin that record babe (da-da-doot-n)
Just dance, gonna be okay (duh-duh-duh)
Dance, dance, dance, just ju-ju-just dance
Apenas dance, vai dar certo, da doo-doo
Apenas dance, gire aquele disco baby, da doo-doo
Apenas dance, vai dar certo,Da da da
Dance, dance, dance, apenas Apenas, a-a-apenas dance
- Ora, vamos Ravena! – chamaram as outras – Dance com a gente...
- Não – disse de braços cruzados
- Ah vai sim... – Arcana e Estelar a puxaram para o centro
Depois de algum tempo ela tambem começou a se soltar e, deve-se comentar,
que deixou muita gente surpresa.
Shawty I can see that you got so much energy
The way you twirlin' up them hips round and round
And there is no reason at all why you can't leave here with me
In the meantime stay, let me watch you break it down and
Gata, vejo que você tem tanta energia
O jeito que você mexe esse quadril de um lado para o outro
Não tem desculpa pra você não sair daqui comigo
Enquanto isso, fique e me deixe assistir você requebrar
Passado algum tempo, a música acaba.
- Qual vamos por agora?
- Devíamos ter feito um CD...
- E ia dar tempo?
- Dá nada, escolhe uma ai...
- Já sei! – Arcana se sobrepos a balbúridia de vozes – Já volto
Correu até o quarto e voltou com um CD.
- Esse é um dos meus especiais – sorriu – Acho que tem umas músicas boas ai.
Colocou o CD e foi dançar com as outras.
I know a place Where the grass is really greener
Warm, wet and wild There must be something in the water
Sippin' gin and juice Laying underneath the palm trees (undone)
The boys Break their necks Tryna creep a little sneak peek (at us)
Eu conheço um lugar Onde a grama é realmente mais verde
Quente, molhada e selvagem Deve ter algo na água
Bebendo Gin e suco Deitadas debaixo das palmeiras (e pronto)
Os garotos quebram seus pescoços Tentando dar uma espiadinha (em
nós)
Elas voltaram a dançar.
- Cara, não sei se isso vai dar certo! – comentou Mutano – Ficar aqui vendo elas.
- Você acha? – Robin rosnou
You could travel the world But nothing comes close
To the golden coast Once you party with us
You'll be falling in love
Você pode viajar o mundo Mas nada chega perto
Da costa dourada Uma vez que você festeja conosco
Você vai se apaixonar
California gurls We're unforgettable
Daisy Dukes Bikinis on top
Sun-kissed skin So hot We'll melt your popsicle
California gurls We're undeniable
Fine, fresh, fierce We got it on lock
West coast represent Now put your hands up
Garotas da Califórnia, somos inesquecíveis
Mini-Saias, biquínis no máximo
Pele beijada pelo Sol Tão quente que vamos derreter seu "picolé"
Garotas de Califórnia, Somos inegáveis
Ótimas, novas e poderosas - Tiramos de letra
Representantes da costa oeste Botem suas mãos pra cima
- Não gostei! – reclamou Abelha sem parar de dançar – VOCÊS são a Costa
Oeste!
- A gente merece uma música não é? – riu Estelar, piscando
Logo, outra música começa
I'm telling you loosen up my buttons baby (Uh Huh) But you keep fronting (Uh)
Saying what you gonna do to me (Uh huh) But I ain't seen nothing (Uh)
Estou te dizendo para abrir os meus botões, baby Mas você não é de nada
Dizendo o que vai fazer comigo Mas eu não vi nada
- Estelar... – riu Abelha – Você não queria um música? Essa é pra você em vista
que é a única com pijama de botão
Estelar estirou a lingua, mas piscou e foi pro meio da roda
Typical Hardly the type I fall for
I like when the physical Don't leave me asking for more
I'm a sexy mama (mama)
Who knows just how to get what I wanna (wanna)
What I want to do is spring this on ya (on ya)
Back up all of the things that I told ya (told ya)
Típico Dificilmente você é do tipo que me apaixono
Eu até estou gostando dos amassos Não me deixe pedindo por mais
Sou uma garota sexy
Quer saber exatamente como conseguir o que quer
E o que quero fazer é mostrar para você
Retire as coisas que eu havia lhe dito
Baby, can't you see? (see)
How these clothes are fitting on me (me)
And the heat coming from this beat (beat)
I'm about to blow I don't think you know
Baby, você não vê?
Como essas roupas estão em mim?
E o calor que vem dessa batida
Estou prestes a explodir E você nem percebe
As garotas riam, pois sabiam que a música era exatamente o que Estelar queria
dizer.
Na porta, o líder quase tinha um ataque.
Lembrara-se do dia que se encontraram na porta, ela estava com esse mesmo
pijama e da vontade que teve de abrir os botões.
Ele absolutamente ia fazer algo errado se ficasse ali
- Caras... Acho melhor eu ir... – disse já quase saindo quando foi puxado por
Ciborgue
- Pode relaxar, passarinho, a música já mudou
Oh, baby Tonight we gone switch up: I'll do you, you do me
Tonight you gone stay home while I'm running the street
What do you, what do you, what do you, what do you think about that, baby
What do you, what do you, what do you, what do you think about that, baby
I'mma let you play my part, so you can feel a broken heart
Lemme just talk, make sure that you called, so I can say it
Oh, Querido Esta noite nós vamos trocar: Eu serei você e você será eu
Esta noite você vai ficar em casa e eu vou para rua
O que você, o que você, o que você, o que você acha sobre isso querido.
O que você, o que você, o que você, o que você acha sobre isso querido.
Vou deixar você ficar em meu lugar, assim você poderá sentir um coração
partido
Deixe-me só te falar: não esqueça de ligar, pra eu poder dizer
As garotas gritaram juntas.
- Ah! Eu adoro essa música! – riu Argenta
- É especialmente pra nós que temos de sobreviver com esse bando de
machistas! – disse Maravilha
Baby, baby, somebody's gonna cry tonight
Baby, baby, but it won't be my tears tonight
So watcha think about that Watcha think about it
Watcha think about that that that
Amor, amor, alguém vai chorar esta noite
Querido, querido, mas não serão minhas lágrimas
O que você acha sobre isto? O que você acha sobre isto?
O que você acha sobre isto, isto, isto?
- Elas realmente acham que somos machistas? – reclamou Ricardito – Demos a
sala pra elas!
- Mas tem que concordar que as vezes as tratamos como donzelas indefesas –
disse Aqualad com uma careta
Eles nao puderam discutir mais, pois a música havia mudado de novo e elas
gritaram mais uma vez (e parecia ainda mais alto que da anterior)
I see you looking at me Like I got something that's for you
And the way that you stare Don't you dare
'Cause I'm not about to Just give it all up to you
'Cause there are some things I won't do
And I'm not afraid to tell you
I don't ever want to leave you confused
The more you try The less I buy it
And I don't have to think it through
You know if I'm into you
Vejo você me olhando Como se eu tivesse algo para você
E o jeito que você encara Não se atreva
Porque eu não estou prestes a Simplesmente dar isso para você
Pois têm algumas coisas que eu não vou fazer
E não tenho medo de lhe falar
Eu nunca quero te deixar confuso
Quanto mais você tenta Menos eu acredito
E eu não tenho que pensar direito
Você sabe se estou a fim de você?
- Garotas! – disse Ravena (por incrível que pareça, BEM mais a vontade) em
tom solene – Acho que encontramos nossa música!
Todas aprovavam e riam sem parar de dançar.
I don't need a man to make it happen I get off being free
I don't need a man to make me feel good I get off doing my thing
I don't need a ring around my finger To make me feel complete
So let me break it down I can get off when you ain't around
Não preciso de um homem para fazer acontecer Eu sinto prazer em ser
livre
Não preciso de um homem para me fazer sentir bem Eu sinto prazer
fazendo do meu jeito
Não preciso de um anel no meu dedo Para me fazer sentir completa
Então me deixe romper isso Eu sinto prazer quando você não está por
perto
Ainda rindo, elas se jogaram no chão e desligaram o som com um controle.
- Ai – disse Pantha com a mão na cintura, sentindo aquela dor de quando se faz
muito exercício – O que vamos fazer agora? – apoiou nos cotovelos e as outras a
seguiram.
Pensaram por um minuto, mas pareceu que todas chegaram à mesma idéia.
- FILME! – correram pro sofá, recuperadas, e debatiam qual filme assistir.
As garotas ainda debatiam sobre o filme, a voz alta, tentando escolher.
- PERA! Gente, assim não vamos chegar a lugar nenhum! – disse Estelar
tomando o controle – Acho que Arcana deve escolher, afinal é sua primeira noite de
Titan.
Todas concordaram e a morena foi até o armário de filmes. Ela os fitou
longamente antes de soltar uma exclamação de contentamento e tirar um.
- O que acham de Chamada Perdida? – elas se entreolharam, meio receosas de
aceitar – Ah, vamos lá garotas... Não tem do que ter medo.
- Da última vez que pegamos um filme de terror, Ravena quase nos matou de
susto! – ganiu Estelar, apesar do olhar raivoso que recebeu da colega
- Mas é por que ela não queria admitir o medo! Não tem problema se quisermos
gritar ou coisa do gênero, afinal as paredes são anti-som e os garotos não vão nos
ouvir... – riu – E entre nós não tem por que negar, pois estaremos todas berrando
durante o filme todo.
As outras aceitaram com muxoxos de incerteza, mas se sentaram no sofá, meio
grudadas umas as outras para assistir. (N/A: quero deixar um comentário anotado...
Eu adoro filmes de terror, juro mesmo, mas eu quase morri vendo o TRAILER desse
filme! É mais ou menos no mesmo naipe de Premonição que eu tambem quase surtei
assistindo, mesmo que em geral eu nunca tenha medo e na noite que eu assisti esse
filme, Chamada Perdida, eu mal dormi!).
Estavam assistindo, mas de repente as luzes se apagam, a tv desliga e fica tudo
no breu. Quase não vinha luz das enormes janelas, pois não era noite de lua e havia
poucas estrelas.
Assim que isso aconteceu, elas berraram juntas e se abraçaram, mortas de
medo.
- Sabia que não era boa idéia assistir filme de terror! – reclamou Abelha
- Clama, meninas, calma! –Arcana pôs ordem e saiu do meio das amigas –
Esperem um minuto.
Procurou com dificuldade em seu baralho a carta do eremita e a jogou pra cima.
As garotas berraram com o clarão.
- Pelo amor! Relaxem! Eu vou dar uma luz nisso aqui – com o lapião do eremita,
jogou um pouco de luz sobre a sala, mas ainda estava escuro – Estelar, ajuda!
Mesmo com a luz do starbolt de Estelar, ainda estava escuro
- Não tem lanternas na cozinha? – perguntou Argenta
- Vamos lá, talvez tenha – Ravena, se postou do lado de Arc – Vamos fazer uma
fila, deixem Estelar e Arcana nas pontas para dar luz no começo e no fim.
Fizeram fila: Arc, Abelha, Kole, Rae, Maravilha, Argenta, Pantha e Estelar.
Andaram devagar, de mãos dadas, na direção da cozinha.
A luz falhou um pouco.
- Estelar? Não abaixe a mão! Se não, não vamos ver! – reclamou Kole tremendo
de medo.
- AH! Ela sumiu! – berrou Pantha
Todas olharam para trás e berraram mais uma vez, morrendo de medo.
- O que vamos fazer? – gemeu Maravilha
- Vamos em frente! – Arc tentou parecer corajosa – Assim, com as lanternas
ficará mais fácil.
Mesmo tremendo, foram dando passos lentos até a cozinha.
Quando chegaram, grudaram nas gavetas e procuraram loucamente pelas
lanternas.
- Achei! – as garotas se agruparam em torno de Abelha – Somos em quantas?
Sete?
Começaram a distribuir as lanternas, mas havia algo errado.
- Perái! – exclamou a garota - Tem cinco lanternas! Como somos em sete, mas a
Arc não precisa, ia faltar uma ainda, mas sobrou uma!
As garotas se abraçaram novamente, assustadas.
- Quem está ai? – perguntou a novata a fim de ver quem sumiu
- Eu – respondeu Abelha
- Tambem estou aqui! – Kole
- Tambem – respondeu Ravena a seu lado
- E eu! – Moça-Maravilha
- Sumiram Argenta e Pantha, alem de Estelar – levantou a luz para ver melhor as
amigas – Temos de procurá-las
- Não vamos pedir ajuda? – perguntou Kole quase se encolhendo
- Não, os meninos devem estar dormindo – Abelha fez uma careta – Alem do
que eu não quero descer lá pra ouvir deles que somos garotinhas medrosas!
Apesar do medo, houve uma onda de aprovação.
- Bom, elas devem estar aqui nesse andar, então vamos ver primeiro na sala de
novo e depois podemos subir nos quartos.
Foram andandos juntas de volta a sala.
Ao chegarem lá, se separaram e se puseram a procurar entre os lugares.
- Nada aqui... – Abelha estava abaixada perto do sofá
- Nem aqui – Ravena e Arcana estavam perto da mesa de jantar.
- Aqui tambem não – falou Kole – Hey! Cade a Moça-Maravilha?
Todas se entrolharam.
Ouviram um grito que vinha do andar dos quartos.
- Vamos! – ao sinal da baixinha correram para o local, ainda mais sombrio que a
sala – Vamos ficar juntas se não já era!
- Claro... Arcana, acho que veio do quarto do Mutano – disse Ravena.
- NÃO! Ravena! Não vamos nos separar! – Abelha estendeu a mão para puxar a
feiticeira, mas não tinha nada ali – Ah não! Levaram ela tambem!
- Vamos para o quarto do Mutano! – sugeriu Kole – Foi lá que ela disse ter
ouvido algo.
- Mas ela sumiu pra cá! – Abelha ficou frente a frente com ela, apontando o lado
contráio
- Os gritos vieram de lá! – insistiu a baixinha ficando na ponta dos pés
- Vamos pra lá!
- Não, pra lá!
- Prá lá!
- Não!
- CHEGA! Não é hora pra brigarmos, devemos ficar juntas e... –Arcana, que
olhara para outro lado, procurando as amigas, se voltou para elas e viu que não havia
ninguem ali – Gente? Gente...
Ouviu então um grito que foi seguido pelo da própria.
A garota não sabia o que fazer. Todas as suas amigas sumiram e ela estava
sozinha, não sabia onde procurá-las e tinha medo de sumir tambem.
Tomou uma decisão que passou por cima de seu orgulho: Falar com os garotos!
O que quer que estivesse naquela torre tambem podia ir atrás deles, se é que já
não tinham sumido junto, mas tinha de tentar, mesmo louca de raiva de ter de pedir
ajuda aos amigos levemente machistas.
Correu escadas abaixo, tropeçando em alguns degraus, mas disposta a não
parar até chegar na Sala de Treinamento.
Quase se chocou contra a porta e começou a socá-la avidamente esperando
uma resposta.
Com um click, o portal se abriu, deslizando para o lado, mas lá, no escuro
infinito, ela não via nada.
- Robin? Estrela Vermelha? Kid Flash? Aqualad? Mutano? Jericó? Ricardito? –
andou em circulos dentro da sala vazia, olhando para todos os lados.
- Você não esqueceu de um nome? – ela berrou furiosamente, se voltando para
uma luzinha vermelha – Qual o problema Jasmim? Com medo de que?
- Pera! – o medo foi substituido pelo alívio – Ciborgue! Que bom que você está
aqui! Mas cadê os outros titans? As meninas sumiram, as luzes apagaram, estavamos
vendo filme e... Não devia ter escolhido filme de terror... – começou a tagarelar, se
sentindo tão tensa graças ao medo que precisava descarregar de alguma forma – Mas
me diga Ciborgue, onde estão os outros?
- Provavelmente com as garotas – ele sorriu e iluminou um pouco o lugar
- Ah não! Foram pegos tambem? Afinal o que é isso? Você não sabe? Afinal
passou pelo seu sistema de segurança! Tem que saber o que está havendo, Ciborgue!
– segurou seus ombros e tentou balança-lo, digo tentou por que não conseguiu nem
movê-lo.
- Ninguem passou pela minha segurança – seu sorriso cresceu e ela se afastou
com passos hesitantes.
- Espera... O que está havendo? Você é mesmo o Ciborgue?
- Claro que sim, gata – ela revirou os olhos sabendo que era ele mesmo
- O que aconteceu? – finalmente parando de tagarelar
- Você ainda não entendeu? – riu, indo em sua direção, fazendo-a se afastar
mais.
Bateu em algo gelado e soube que a parede havia chegado.
Não tinha como fugir.
"_"_"_"_"
Cada uma das garotas estava em um lugar da torre, completamente no escuro,
procurando umas pelas outras.
Chamavam os nomes das companheiras na esperança de que elas ouvissem,
mas nada.
E cada vez mais elas conseguiam sentir a presença de outra pessoa junto de
cada uma delas.
Ravena supostamente devia saber sentir a presença de outra pessoa e saber de
quem se tratava, mas por algum motivo (apesar de ter a leve impressão de que o
medo não ajudava nem um pouco no trabalho) não conseguia distinguir nada que a
ajudasse a identificar quem ou o que estava ali com ela naquele quarto muito familiar.
- Estou avisando, seja quem for, a minha paciencia é curta e eu não estou de
muito bom humor! – rodava no escuro, tentando distinguir os vultos a sua volta –
Apareça se tiver coragem!
- Mas você tem coragem? – uma voz soou perto de seu ouvido.
Seus braços foram presos atrás das costas e sabia que não podia fazer nada...
Exceto gritar.
Em outros lugares da torre aconteciam coisas semelhantes, heroínas
muitissimamente bem treinadas sub-julgadas por pessoas desconhecidas... ou não.
"_"_"_"_"
Estelar sabia que estava numa sala fechada, mas com a escuridão não via muito
alem de um palmo, ainda mais nesse lugar fechado.
So scared of breaking it But you won't let it bend
Tanto medo de fugir Mas você não vai deixar isto te dobrar
Estava com muito medo, pois não sabia onde estava (e saber que ainda estava
na torre não ajudava nada), onde estava suas amigas e se estavam bem, mas não
queria deixar isso controlar seus instintos.
Começou a tatear pelo escuro, procurando algo familiar ou pelo menos um
interruptor.
Sentiu esbarrar em algo, parecia ser uma pessoa.
Subiu as mãos até onde devia ser o rosto da pessoa.
Disso ela tirou algumas conclusões: era um cara, era possivelmente lindo e era
mais alto do que ela, mas o mais importante é que ele não fez nada contra a garota e
deixou que as mãos da alienígena encontrassem seu rosto.
- Quem é? O que está fazendo aqui? – perguntou a ruiva receosa
- Não me reconhece mais, Estelar? – a voz era familiar e o riso contido tambem,
And I wrote two hundred letters I will never send
E eu escrevi duzentas cartas Que eu nunca vou enviar
- Robin? – ela sabia que ele sorria, mesmo estando escuro – O que está fazendo
aqui? Onde está todo mundo?
- Esse é meu quarto, Estellie – riu como se fosse óbvio – E os outros eu não sei,
mas devem estar bem – sentiu um arrepio ao perceber que ele se aproximara e podia
sentir o sorriso dele em seu pescoço
- Onde está o interruptor? – já estava ficando nervosa
Por que ele brincava com ela?
Sometimes these cut are so much Deeper then they seem
As vezes isso machuca demais Mais profundo do que parece
- Por que tão nervosa? – ele a abraçou – Não tem por que se preocupar... Já
não disse que está tudo bem?
- Não está tudo bem! – ela se soltou dele e saiu tateando a parede, mas foi
puxada novamente para seus braços – O que pensa que está fazendo? Estou brava
com você, lembra?
- Por favor, Estelar... – ele suspirou, pedindo – Vamos esquecer isso..
- Não! Vai ser como sempre e você vai me machucar de novo como sempre!
- Por que não podemos conversar então? Tenho certeza que podemos nos
entender.
You'd rather cover up I'd rather let them bleed
So let me be I'll set you free
Você prefere encobrir-se Prefiro deixá-los sangrar
Então deixe-me ser E eu vou te libertar
- Por que não vai dar certo! – ela finalmente achou um interruptor à suas costas
e ligou, mirando a face contrariada de Robin.
Ficou surpresa de perceber que ele estava sem máscara e seus olhos azuis
transbordavam tristeza.
- Você não vai mais acreditar em mim, não é? – ela sabia que era uma pergunta
retórica e baixou os olhos
I am in misery There ain't nobody Who can comfort me
Eu estou na miséria Não há ninguém Que pode me confortar
- Estellie... – o líder tomou o rosto da ruiva entre as mãos e a fez olhar no fundo
de seus olhos – Não posso fazer dar certo? É isso?
Ela não respondia, só ficava perdida naqueles olhos e em todo o sentimento que
eles lhe mostravam.
- Não vai me responder? Qual é o problema de nós dois? Eu quero que dê certo
Estelar!
- Quer mesmo? – ela riu de forma sarcástica – Agora que já perdeu a vez?
- Morreria por outra chance...
Why won't you answer me? The silence is slowly killing me
Girl you really got me bad, you really got me bad
I'm gonna get you back, gonna get you back
Por que você não vai me responder? Seu silêncio está me matando
lentamente
Garota, você realmente me deixa mal, você realmente me deixa mal
Eu vou ter você de volta, vou ter você de volta
Ele a abraçou novamente e dessa vez Estelar sentiu que não podia lutar.
Alguma coisa neles dava tão certo, como se fosse feito para ser assim, pele
contra pele, respiração de um misturada na do outro.
Your salty skin and how It mixes in with mine
The way it feels to be Completely intertwined
Sua pele salgada e como Ela se mistura com a minha
A forma como se sente ao sermos Completamente interligados
- Droga, Estelar! – sussurrou ele em seu ouvido, fazendo-a se arrepiar – Não
percebe que eu preciso de você?
- Não parece... – ela pretendia se fazer de brava, mas saiu mais como um
sussurro, mostrando que estava se entregando
- Ás vezes parece que eu não me importo, mas é a única coisa que realmente
me importa! Você! Não há um minuto que eu não esteja pensando nisso e em como
eu gostaria de poder ser um cara melhor pra você!
Not that I didn't care It's that I didn't know
It's not what I didn't feel, It's what I didn't show
So let me be I'll set you free
Não é que eu não me importei É que eu não sabia
Não é que eu não senti, É o que eu não mostrei
Então deixe-me ser Eu vou te libertar
Não sabia muito bem o que fazer.
Estava tão mexida com o que ele havia dito que seu cérebro entrou em parafuso.
Em um momento que voltou a si, se separou com violência dele e foi para o
outro lado do quarto, oposto ao que estava antes.
- Você não vai me levar na conversa de novo! – queria parecer brava, mas saiu
mais como choro – Não sei mais se posso confiar em você...
Robin achou melhor não se aproximar de novo, por que apesar de estar se
sentindo machucado com tudo isso, não queria piorar as coisas com a garota e nem
feri-la mais.
- Acha que eu não estou mal com isso tambem? – ganiu baixo – Que não estou
confuso com tudo isso? Que a nossa distância não me desespera?
Ela só soltou um muxoxo de impaciência.
- Não vê? Droga, Estelar! Eu tambem perco noites de sono com isso! Não me
preocupo com mais nada que não seja você!
You say your faith is shaken You may be mistaken
You keep me wide awake and Waiting for the sun
I'm desperate and confused So far away from you
I'm getting near I don't care where I have to run
Você diz que a sua fé está abalada Você pode estar enganada
Você me mantem acordado e Esperando pelo sol
Estou desesperado e confuso Tão longe de você
Estou ficando por aquiNão me importa onde eu tenho que ir
A garota nem se mexeu, virada de costas para ele, de frente para a escrivaninha
dele.
Tudo no quarto tinha haver com o trabalho: os pôsteres de criminosos, machetes
de jornais, as armas dele sobre a mesa junto de mais papéis (a maioria sobre Slade).
Mas no centro dela, em certo destaque, tinha uma caixa retangular e fina de
veludo.
- Se é sua resposta final, Estelar – ela se virou para o garoto quando ele voltou a
falar – Então pode jogar isso fora – apontou a caixa – Não poderia pertencer a mais
ninguem – e se virou de costas para ela, apoiado na porta.
Num rompante de curiosidade, ela pegou o objeto e abriu.
Quando viu o conteúdo sentiu os olhos lacrimejarem: era uma linda corrente de
prata onde estava pendurado um delicado coração tambem de prata com as letras
R&E entalhadas.
- Isso era pra mim? – perguntou se voltando para ele com passos hesitantes.
- Era, mas já deu seu veredito não é? Ou vai mudar de idéia? – Robin virou seu
rosto para ela, esperançoso.
Ela nada disse. Só alternava entre olhá-lo e olhar o colar em suas mãos.
- Por favor, Estelar! – ele virou ficando de frente para ela – Responda... – ele
parecia torturado de esperar uma resposta
Why do you do what you do to me, yeah
Why won't you answer me, answer me yeah
Why do you do what you do to me yeah
Why won't you answer me, answer me yeah
Por que você faz o que você faz para mim, yeah
Por que você não vai me responder, me responder, yeah
Por que você faz o que você faz para mim, yeah
Por que você não vai me responder, me responder, yeah
A garota só sorriu.
"—"—"—"—"
Centro de Pesquisa de Jump City. Vazio... Ou era o que parecia.
Dentro de uma sala cheia de computadores, a um canto, a tubulação de ar se
abriu com estrépito.
Ouviu-se um miado de contentamento e, deslizando pela abertura, desceu uma
moça.
Ela vestia um collant como um maio tomara que caia (decote princesa), uma
bota de salto até os joelhos, faixas amarradas desde o punho até o cotovelo e uma
máscara com orelhas que cobria metade da cabeça, tudo em preto. Se prestasse
atenção veria uma cauda remexendo e bigodes nas bochechas como um gato de
verdade.
- Rrrriau! É mais fácil do que pensei... – pôs as mãos na cintura e tombou a
cabeça – Onde estão os Titans?
- Bem aqui – a garota se virou pra seis vultos à sua direita
- Rrrriau! – riu e olhou para eles – Que prazer Titans!
- Não podemos dizer o mesmo – respondeu uma morena parecida com uma
cigana
- É uma pena – deu de ombros – Mas podiam ter chegado mais tarde... Ainda
nem cometi meu crime.
- Você INVADIU uma propriedade – o de cabelos espetados falou
- Como podem recriminar uma garota por querer aprender? – riu e saltou sobre
um dos computadores
Os titans partiram sobre ela e começaram a lutar.
A garota parecia se divertir e se esquivar com agilidade e flexibilidade. Em
nenhum momento atacou.
- Quem é você? – perguntou o meio robô irritado, durante uma pausa.
- Ow! Achava que minha roupa era auto-explicativa! – fingiu-se de triste – Isso
nunca acontecia com a minha mãe.
- Do que você está falado? – perguntou o verdinho
- Não é óbvio? – perguntou irônica uma garota pálida
- Sou filha da Mulher-gato – riu a vilã – Pode me chamar de CatGirl.
Ela fazia acrobacia sobre os titans que tentavam atacá-la.
- Olha a hora! – exclamou fingindo olhar um relógio de pulso – O tempo voa
quando a gente se diverte, mas eu tenho que ir... Até mais Titans!
Assim como um felino de verdade, a vilã saltou sobre eles, caiu nas "quatro
patas" e se pôs a correr para fora seguida dos heróis.
Pulou a janela assim que chegou ao fim de um corredor.
- CARA! Ela é louca! Estamos no 2º andar! – exclamou Mutano apoiado no
peitoril assim como os outros.
- É uma felina, não tem por que temer alturas – respondeu Arcana, a cigana.
Continuaram a persegui-la por alguns terraços de prédios, mas não conseguiram
pegá-la.
- Droga, a vilã fugiu – resmungou Mutano
- Pelo menos não levou nada – respondeu Estelar tentando animar os outros.
- É isso que me intriga – Robin coçou o queixo – Por que ela abandonou o plano
tão rápido?
- Talvez ela volte – respondeu Ciborgue encerrando o assunto.
A felina olhou para os dois lados com os olhos aguçados e sorriu (como
Cheshire talvez)
Desceu por uma passagem escondida e andou por um corredor escuro.
- Como foi a missão? – ouviu uma voz grave no fim deste.
- Sonda grudada, agora é só acessar o computador por aqui – respondeu
parando atrás de um vulto.
O vulto se mexeu na direção da luz e pode-se ver a máscara cobre e preta.
- Muito bem aprendiz.
"_"_"_"_"
Os titans voltaram cansados para a torre, imaginando em silêncio o que a vilã
felina queria no Centro de Pesquisa, mas estavam tão cansados pela luta em vão que
não tinham disposição para conversar e partiram para seus quartos.
Enquanto Arcana entrou rápido no quarto que dividia com Estelar, a amiga parou
na soleira e olhou para o quarto atrás de si onde o líder estava na mesma posição que
ela.
A festa havia sido anteontem e ainda não tinha decidido o rumo que tomaria a
decisão deles.
A garota sorriu para ele e se virou definitivamente, ficando frente a frente.
- E então, Robin? Como vai ser? – perguntou sem saber o que falar
- Como você quiser... – sorriu
- Eu esperava um pouco mais de romance da sua resposta – riu suavemente.
O garoto se aproximou dela e lhe tomou a cintura.
- O que você esperava? – sussurrou-lhe no ouvido
- Quem sabe um pedido oficial – respondeu a garota arrepiada.
- Estelar – ele se afastou para olhar seus olhos – Quer namorar comigo?
Ela mordeu os lábios por um minuto, num sorriso mal contido, e balançou a
cabeça afirmativa. Ele sorriu e lhe deu um último beijo antes de entrar em seu quarto.
A garota, levemente atordoada, foi para seu quarto descansar.
Mal dormiram algumas horas quando o alarme soou novamente.
Todos desceram para a sala correndo e pararam de chofre na frente do
computador onde aparecia Slade no vídeo-fone.
-Olá Titans! – cumprimenta com aquela tão conhecida ironia
- Slade! – o garoto prodígio exclama se apoiando na mesa do grande
computador – O que você quer?
- Dar um oi para vocês e apresentar minha nova aprendiz – do lado dele aparece
a jovem felina da noite anterior – Creio que já conheceram ela.
- Bom dia Titans! Fico feliz de encontrá-los mais uma vez – sua risada parecia
um miado – Ainda mais num espaço de tempo tão curto.
- O que vocês estão armando? – perguntou Ciborgue
- Oras, só mais dia de trabalho – a garota piscou rindo – Tenho certeza que vão
gostar da nossa surpresinha... Vou lhes dar uma dica: tem haver com nosso último
encontro.
- Até mais titans – a tela escureceu mostrando que eles haviam desligado a
conexão.
- O que será que Slade e a gata estão aprontando? – perguntou Mutano
coçando a cabeça
- O que quer que seja não é bom – respondeu Robin de costas para turma. Ele
se vira – Vamos nos separar (N/A: para procurar pistas! XD) e descobrir logo o que
eles planejam. Mutano, Ravena, vocês irão vasculhar a cidade à procura do
esconderijo dos dois – ambos concordaram e saíram para o trabalho, Mutano
transformado em um pássaro – Ciborgue e Arcana ficam aqui e rastreiam o
computador – os dois já começam a procurar – Estelar, eu e você iremos ao Centro de
Pesquisa ver o que a CatGirl poderia querer por lá.
Cada um foi em seu destino na busca de pista para a ação de Slade e CatGirl.
Ravena usava seus poderes sensitivos para procurar os vilões pela cidade,
seguida de Mutano, agora na forma de um cão sabujo, que farejava.
Parado perto da pizzaria, Mutano sentiu um cheiro diferente e olhou em volta.
Pôs os olhos em uma bela loira parada ali do lado, observando-o com um sorriso.
Foi até ela meio abobalhado.
- O que uma garota tão linda faz aqui sozinha? – perguntou sorrindo
- Esperando o cara ideal – piscou passou os dedos pelo rosto do metamorfo que
se derreteu - Você é um dos titans não é? Aquele que se transforma? – ele mal
conseguia responder – Poderia virar um gatinho? Sabe, adoro gatos – piscou mais
uma vez.
Encantado pelo sorriso dela, se transformou em um belo gatinho e se esfregou
nas pernas da loira. A garota só riu e tomou o felino nos braços.
Antes que Mutano pudesse fazer qualquer outra coisa, ela o jogou dentro de
uma caixa (que pode perceber depois que o impedia de se transformar) e o entregou a
um carro.
- Um já foi... – disse a um ponto em sua orelha.
"_"_"_"_"
Na torre, Ciborgue e Arcana procuravam qualquer pista no computador, como
câmeras de seguranças, fichas de vilões e etc. quando ouviram a campainha.
- Vou ver o que é – disse o meio robô à garota – Fique e procure mais
informações.
Desceu até a porta onde havia uma entregadora de pizza.
A ruiva, vestida com o uniforme da pizzaria e com um boné com o símbolo da
empresa, tinha a pizza em uma das mãos enquanto a outra estava na cintura,
levemente inclinada. Mascava um chiclete despreocupadamente (N/A: eu sei, vocês
irão dizer "É de manhã, não funcionam pizzarias!" Mas americano come pizza
qualquer hora do dia, então vamos fingir que lá fica aberto 24h).
- Tenho uma pizza para... – olha no papel sobre a pizza – Ciborgue.
- Sou eu, mas não pedi nenhuma pizza – respondeu desconfiado.
- Mas moço, eu tenho certeza que é para a Torre Titan – a moça lhe estende a
pizza – Não pode ao menos dar uma olhada?
Ele toma a pizza e abre a tampa. Dela pulam correntes de aço tão fortes que ele
não consegue se soltar.
Saído sabe-se lá de onde, aparecem cordas que caem de um helicóptero onde a
garota prende Ciborgue.
Assim que o veículo voador se vai, ela tira o boné e fala em um ponto no ouvido
esquerdo.
- Só falta um...
"_"_"_"_"
Robin e Estelar chegam ao Centro de Pesquisa de Jump City e entram na sala
onde CatGirl invadiu.
- Tem que ter alguma coisa aqui que não tenhamos visto... Algo que passou
despercebido – resmungava o líder enquanto rondava os computadores.
- Que tal refazer os passos dela na noite anterior? – comentou a ruiva indo até a
tubulação de ar.
Refizeram os passos da gata até o computador a esquerda da tubulação.
Sentaram-se na máquina e a ligaram.
- Boa tarde – a dupla de heróis se virou para uma morena parada à porta,
vestida com um jaleco, os cabelos em coque e os olhos emoldurados por óculos – O
que fazem aqui, Titans?
- Boa tarde, estamos procurando pistas de uma vilã que invadiu o Centro de
Pesquisas ontem à noite – respondeu o líder
- Ah sim, fiquei sabendo da invasão... Sou a Dra. Kyle, cuido deste setor.
- Dra, poderia nos informar que setor é esse? Talvez nos ajude a entender o
porquê da vilã vir para cá – perguntou Estelar.
- Aqui é o setor de controle da barragem que fica entre Jump City e True City –
seu sorriso foi estranho ao responder, mas depois se apoiou sobre o computador
deles e lhes mostrou alguns controles – Aqui controlamos a vazão de águas, as
comportas, produção de energia e tudo mais.
- Obrigado Dra. – o garoto agradeceu e se voltou para a parceira – O que CatGirl
iria querer com uma barragem? E mais, o que SLADE iria querer com uma barragem?
- Olha! – Estelar apontou um mapa na tela – O sentido da corrente do rio vem
direto para Jump City e com a quantidade de água presa pela barragem, poderia
inundar tudo aqui!
- É mesmo! –exclamou o jovem se levantando – Temos que encontrar os outros
e ir para a barragem. Talvez possamos fazer algo de lá.
Estelar saiu na frente, mas Robin se deteve um momento.
- Gostaria de agradecer mais uma vez, Dra.
- Não foi nada... – riu – Espero que detenham os bandidos.
Quando ia sair, ele se virou de novo e a observou inquisidor.
- Não disse que eram BandidOS.
- Não? –ela fez uma careta – É que não pude deixar de ouvir a conversa...
- Tem algo de estranho no seu jeito de falar... – a morena riu e fez-se a luz na
cabeça no líder titan – CatGirl!
Antes que pudesse lutar contra a vilã, caiu desacordado por um gás do sono e
só pode ouvi-la dizer as últimas palavras.
- Boa noite, Robin! – e tudo ficou escuro.
"_"_"_"_"
- Gente! Temos um problema! – disse Arcana pelo comunicador – O Cib sumiu!
- Mutano também desapareceu e eu já procurei em toda parte – disse Ravena
- Robin também não veio comigo – respondeu a ruiva – Alguma coisa está
errada, mas vamos nos juntar na torre e pensar.
Depois de se reunirem na torre as meninas começaram a imaginar o que
aconteceu.
- O Mutano sumiu um pouco depois de sairmos, perto da pizzaria e eu detectei
uma presença estranha com ele – disse a de cabelos roxos
- Cib sumiu depois que foi atender a porta, pelo interfone ouvi que era da
pizzaria – disse Arcana andando de um lado para o outro – Então os sumiços estão
ligados
- Mas Robin não sumiu com nada referente à pizzaria – ponderou a tamaraniana
– Estávamos no Centro de Pesquisa quando a Dra Kyle veio nos ajudar...
- Espera! – a cigana se virou para ela – Você disse Kyle? – a outra só assentiu –
Já sei quem é! – se sentou na frente do computador e digitou ferozmente até encontrar
o que procurava – Vêem? Selina Kyle era a Mulher-Gato até que abandonou a vida de
crimes e se casar com (pasmem!) o Batman! A filha deles é Helena Kyle-Wayne,
conhecida como Caçadora.
- Mas a Caçadora não era heroína? – perguntou Ravena se debruçando sobre o
computador do lado da amiga.
- Pelo visto resolveu mudar de lado – comentou Estelar irônica – Tenho certeza
de os sumiços estão ligados... Foi ela que capturou os três bem debaixo dos nossos
narizes!
- Podemos ir atrás dela... Tenho a impressão de que senti presenças perto do
parque e também bate com o caminho pela qual perseguimos a gata ontem – disse
Ravena se levantando – Vamos atrás deles!
Saíram da torre na direção do parque.
Ao chegarem o local parecia muito vazio... Vazio demais...
- Cuidado garotas – disse Arcana pegando uma de suas cartas – Podem estar
armando uma cilada para nós.
- Você acha? – comentou irônica Ravena, descendo por uma passagem que
encontrara.
Preparadas e atentas, as garotas avançaram por um corredor escuro até
ouvirem vozes.
- Bem vindas Titans! – a gata estava deitada de costas, com a cabeça para fora
do degrau, brincando com um novelo de lã, e se levantou – Como vão?
- CatGirl, querida! – disse Arcana jogando uma carta. Do brilho apareceram cães
a seu lado – Ou deveria chamá-la por seu antigo nome, Caçadora?
- Há quanto tempo não sou chamada assim – riu – Mas os tempos mudaram...
- E se tornou uma vilã? – pergunta Estelar indignada
- Não diria vilã... Quem sabe antagonista – sorriu como Cheshire – Mas o meu
negócio não é fazer maldades... É só me divertir...
- Inundar Jump City e capturar nossos amigos é diversão?
- Quanto à inundação eu não sei, mas pegar seus adoráveis amigos foi
extremamente divertido – riu – Não querem vê-los? – antes de receber a resposta,
estalou os dedos e um facho de luz iluminou os três amarrados com correntes de ferro
impossíveis de quebrar. Ela se sentou no colo de Robin (que estava no meio) e se
esticou sobre os outros dois – Tê-los como companhia é absolutamente agradável,
ainda mais que ficaram tão apegados a mim.
- Solte-os agora! – disse Ravena – E onde está Slade?
- Olá titans! – uma voz saiu das sobras atrás dos meninos, onde apareceu a
máscara – Que bom que vieram se juntar á nós.
- Slade desista de seu plano! Não vai inundar a cidade sob nossos cuidados!
- Não vou? – levantou um dispositivo com um botão
As três avançaram sobre ele, tentado tirar o objeto de suas mãos, mas a gata
pulou sobre elas e jogou todas na parede oposta.
Logo começou uma batalha onde Ravena e Estelar lutavam com Slade enquanto
Arcana e seus cães lutavam com CatGirl.
O embate parecia que ia durar muito tempo e os garotos, angustiados só podiam
observar.
Em um momento, o dispositivo caiu da mão do vilão. Para tentar recuperá-lo,
CatGirl se jogou sobre ele, mas um dos cães de Arcana foi mais rápido e o quebrou
com os dentes.
Tendo perdido o objeto, CatGirl dá uma volta rapidamente e imobiliza a heroína,
fazendo com que os cães sumissem.
- NÃO! – o olho de Slade por trás da máscara dilata – Sua estúpida! Perdeu meu
controle!
- Não fale assim comigo! – a gata fez um chiado como um felino real faria ao
ficar bravo.
- Você é minha aprendiz! Falo com você como quiser!
- Ah é? – ela soltou Arcana, saltou para perto dos garotos e os soltou, mas logo
ficou bem fora de alcance - Vamos ver o que faz sem mim...
O vilão nada pode fazer contra os seis heróis que partiram sobre ele e o
subjugaram.
- Sua traidora! – rosnou o vilão preso
- Não posso ser traidora se jamais fui fiel à causa – riu ainda sobre uma viga no
teto
- Vocês não vão me levar – sem saber como, o lugar começou a desmoronar e,
em meio à confusão, Slade foge.
Já fora do esconderijo, no parque, vêem a gata apoiada sobre os galhos de uma
árvore, displicente.
- Por que nos ajudou? – perguntou o líder desconfiado
- Não ajudei vocês... Só fiz o quis! – ela sorriu para eles. O rabo atrás dela
balançando de leve – Ninguém manda em um felino!
- Mesmo assim, obrigado.
- Ainda nos veremos mais vezes, titans – piscou – Até lá, Adeus!
E sumiu entre as folhagens da árvore.
- É uma pena que ela realmente tenha decidido não ser mais heroína –
comentou Mutano – É muito boa nisso.
- Como pode dizer isso? – rosnou Ravena a seu lado – Ela seqüestrou vocês e
ajudou Slade com o plano dele!
- Mesmo assim ela nos ajudou no fim... – respondeu meio acuado
- Mas você viu o que ela disse, não fez para nos ajudar! – ela se virou e foi
sozinha para a torre, voando
- O que foi que eu disse de errado? – perguntou aos amigos.
Estelar e Arc sorriram.
"_"_"_"_"
Em um beco escuro, o vilão Slade estava nas sombras, cheio de machucados.
- Posso cuidar disso pra você – ele se virou pronto para atacar quando viu uma
mulher a seu lado sob um manto – Não tenha medo, não vou feri-lo.
- Não se pode confiar em ninguém.
- Talvez não – a mulher tirou o capuz e sorriu para ele. Seus longos cabelos
negros escorriam sobre as costas – Mas confie no destino.
"_"_"_"_"
- Ainda não entendi o que foi que eu disse de tão ruim! – Mutano cruzou os
braços.
- Você é um estúpido mesmo – a cigana balançou a cabeça rindo – Vamos? Não
pretendem ficar ai, não é?
Como não tinham condução e os que voavam da equipe estavam muito
cansados para fazê-lo, foram a pé para a torre.
O rapaz verde ainda continuava pensando na atitude de sua amiga.
Bem, não podia se dizer que eram realmente amigos, afinal ele vivia apanhando
da empata ou coisas do gênero devido as piadas que contava.
No início tinha certa desconfiança, pois a garota era muito fechada e pouco se
sabia sobre ela, mas depois daquela vez em Never More ele a conheceu melhor.
Agora queria vê-la sorrir a qualquer custo e não sabia nem o porquê... Havia
alguma coisa que mesmo com a distância que ela impunha, o atraia.
Ao chegarem a casa, estava resoluto a concertar o que quer que tivesse feito,
mas quando ia se encaminhar para o quarto da empata, as meninas o seguraram.
- Onde pensa que vai? – perguntou Arcana segurando seu braço esquerdo.
- Tenho que falar com a Rae.
- Não, não! – exclamou Estelar em seu outro braço – Nós três teremos um dia de
folga hoje...
- Ou seja, VOCÊS ficam aqui e cuidam de tudo e NÓS vamos sair um pouco.
- Se precisarem de nós, estaremos com os comunicadores, mas só se for
REALMENTE NECESSÁRIO – as garotas então passaram a sua frente e entraram no
quarto da amiga.
Sem alternativa, o metamorfo desceu para a sala com as orelhas abaixadas.
No quarto, Estelar e Arcana estavam paradas à porta, com os braços cruzados,
lado a lado, encarando a amiga. Esta fingia não notá-las e continuava a meditar sobre
sua cama.
- Ravena – Jas quebrou o silêncio, chamando a atenção da empata – Vamos
sair.
- Não obrigada, vão vocês...
- Você não está entendendo, querida amiga Ravena – diz a ruiva – Não foi um
convite. Foi uma ordem.
- E quem são vocês para me obrigar a alguma coisa? – retrucou sem perder sua
habitual calma.
- Suas amigas super heroínas com poderes tais a te levar conosco E... – a
cigana começou antes que ela abrisse a boca – Mesmo que você seja uma super
heroína poderosa TAMBEM, somos duas.
- Não queremos te obrigar – disse Estelar se sentando na cama ao lado dela –
Mas faremos se for necessário... Precisa sair da torre um pouco, todas nós
precisamos, para espairecer.
Ravena olhou uma e outra alternadamente e por fim suspirou resignadamente.
As duas sorriram e a arrastaram para fora.
No parque, sentadas tomando sorvete, elas conversavam animadamente. Bem,
quase, pois a de cabelos roxos somente emitia poucas opiniões e revirava os olhos
com as risadas delas.
- Ravena, solte-se mais! – Jasmim estava sentada na grama de frente para as
duas no banco – Não precisa ser tão séria assim.
- Preciso, pois meus poderes são à base de emoções. Se eu sentir, eles se
descontrolaram.
- Estelar também tem poderes que funcionam com emoções e nem por isso
deixa de sentir... Na verdade, acho até que é mais fácil para ela e a deixa mais forte
liberar essas emoções.
- Isso mesmo, alem do que, você sente sim, ou senão não poderia ler já que
exige seu CONHECIMENTO, tomar decisões que exijam SABEDORIA ou brigar o
amigo Mutano com tanta RUDEZA.
A empata parou e pensou no que elas haviam dito.
- Mas a natureza de nossos poderes são diferentes...
- Não acho – respondeu Estelar resoluta
- Talvez Rae, a questão seja administrar as emoções de forma a equilibrá-las,
mas não ignorá-las.
- De qualquer jeito estou muito bem assim. Que sentido prático teria sentir? –
perguntou a garota com a calma levemente alterada.
- Você iria poder admitir o que sente pelo Mutano – Arcana sorriu maliciosa.
- Quem disse que eu sinto alguma coisa por aquele garoto verde idiota? – olhou
de lado para a amiga, quase à fuzilá-la.
- Você... Dá sinais disso! Sabe, como o ciúmes do comentário dele sobre
CatGirl.
Ravena só continuou a fuzilá-la com os olhos.
"_"_"_"_"
- Ei Mutano, sente-se com a gente! – o amigo robótico chamou, sentado ao lado
do líder em frente à TV – Está passando um daqueles programas de comédia que
você adora!
- Não to muito a fim não – o garoto se jogou no meio deles, ainda com as orelhas
abaixadas
- Cara, o que aconteceu com você? Desde que voltamos você está assim... – os
amigos se voltaram para ele
- Aconteceu algo que não saibamos? – o líder franziu as sobrancelhas
- Não... É só a Ravena...
- O que você fez pra ela?
- Eu! Por que tudo eu? – Mutano cruza os braços, indignado – Foi ela que
surtou!
- Com certeza você disse algo que a irritou... - Ciborgue revirou os olhos –
Falando nisso, onde estão as meninas?
- Saíram – retrucou – Mas eu não disse nada! Só comentei que a CatGirl podia
fazer parte da turma...
Os dois se entreolharam e sorrisos idênticos se abriram em seus rostos.
O rapaz verde não conseguia entender.
- O que foi? O que eu disse?
- Não, só pode ser loucura... – começou Ciborgue
- Realmente, tal coisa não faz sentido... Afinal, é a Ravena... – continuou o líder
se levantando e começando a andar em círculos com as mãos para trás – Mas não
parece fazer sentido?
- Improvável...
- O que vocês estão falando? O que é improvável? – Mutano estava ficando
irritado de não receber respostas enquanto seus amigos conjecturavam sobre algo
que não sabia
- Ravena... Essa ação dela não parece... Como eu posso dizer? Ciúmes? –
Robin parou de frente para o companheiro de equipe
Por um momento o garoto não respondeu.
Era uma hipótese ridícula e completamente improvável, mas por que parecia tão
atraente?
O metamorfo não conseguia suprimir a felicidade que crescia de imaginar que
aquilo fosse verdade.
- EEii! Ei! Mutanoooo! Você ta ai? – o robô bateu na sua cabeça algumas vezes
o fazendo acordar
- Hãm? O que? – balançou a cabeça – Ah sim... É ridículo! Por que Ravena ia ter
ciúmes e ainda mais de mim?
- Foi só uma suposição e até que faz sentido se nós esquecermos quem ela é.
- Mas lembre-se que é a Ravena! A garota mais fria e concentrada do planeta,
alguém que não se deixa levar por nenhuma emoção... Alem do que ela me odeia! – o
rapaz que tinha levantado no calor de sua resposta, se deixou cair novamente no sofá,
levemente triste
Os outros dois amigos se encararam mais uma vez e sorriram maliciosos.
Robin se sentou ao lado do metamorfo e ambos, ele e Ciborgue, colocaram os
braços em volta dos ombros de Mutano.
- Cara... Tem alguma coisa que você não nos contou? – perguntou o meio robô
ainda com aquele sorriso faceiro no rosto
O rapaz verde olhou um e depois o outro, meio alarmado e pulou pra fora do
sofá.
- Nãããããão... Por que eu teria alguma coisa pra esconder? – coçou a cabeça –
Se eu tivesse algo pra falar sobre a Ravena eu diria... Vocês são meus amigos não é?
- Mutano, Mutano... – os amigos começaram a cercá-lo – Não esconda nada de
nós!
- Eu não... Ah! – os amigos o prenderam e começaram a atacá-lo com cócegas.
O pobre metamorfo ria descontroladamente sem conseguir fugir dos amigos.
- E então cara, vai confessar alguma coisa á gente?
- Tá bom! Tá bom! Mas me soltem! – o garoto, respirando com dificuldade se
soltou no sofá – Eu...
- Fala logo verdinho! – o meio robô batia o pé no chão com impaciência
- Eu... Acho que...
- Você gosta da Ravena? – perguntou o líder antecipando o amigo
- Bem... – coçou a cabeça vermelho – É...
Os titans se entreolharam e começaram a rir descontroladamente.
O verde só cruzou os braços e bufou com indignação.
- Quem podia esperar? Nosso amigo verdinho apaixonado pela rainha do gelo?
– ria Ciborgue juntado as mãos com cara de apaixonado (ou idiota)
- Que coisinha mais fofa! Nosso amigo está crescendo! – Robin apertou as
bochechas dele.
- Ah chega! – bate a mão nas mãos do líder – Qual o problema? Você só foi se
acertar com a Estelar agora, mas é louco por ela desde que se conheceram! – o líder
ficou vermelho e o metamorfo se virou para o melhor amigo – E você ta doidinho pela
Jas, mas nem foi falar com ela ainda!
O silêncio reinou por alguns minutos em que eles evitavam se encarar, mas
pouco a pouco eles se mexeram e sentaram-se novamente em seus lugares, lado a
lado.
- Hãm e ai? – o robô quebrou o silêncio – O que você vai fazer? – perguntou
para o amigo verde.
- Nada oras... O que eu posso fazer? – suas orelhas murcharam
- Eu acho que você devia tentar alguma coisa, afinal ela demonstrou ciúmes de
seu comentário – disse o líder coçando a nuca.
Mutano não teve tempo de responder, pois o alarme da torre tocou e os titans
correram para o computador ver o que aconteceu.
Uma joalheria estava sendo roubada.
Com o carro T, chegaram até o local e qual o seu espanto de ver CatGirl saindo
da loja com uma sacola.
- Fazendo compras, CatGirl? – a garota se virou e viu o líder titan.
- Olá Titans, que surpresa vê-los! Sabe como é... Ás vezes uma garota precisa
fazer umas comprinhas – riu daquele jeito que parecia um miado – Mas onde estão as
adoráveis damas amigas suas? Fazendo comprinhas também? – piscou para eles
- Não precisamos incomodá-las pra acabar com você! – Mutano se transforma
num cão e salta sobre ela.
A moça só se esquiva e ele bate com a cara no vidro.
- Tsc Tsc, que feio! Nem terminei de falar... – se vira para os outros dois –
Estava fazendo compras com minha mais nova amiga – ela sorri como Cheshire –
Acho que vocês a conhecem.
Da porta da joalheria, com mais uma sacola de coisas, aparece Terra, mas a
garota parecia diferente, mais com cara de vilã.
- E ai galera? Passeando pela cidade? – seu tom coloquial tinha algo de troça,
que irritou ainda mais Ciborgue e Robin, furiosos por rever a "colega"
- Terra! Achei que você tinha desistido de seus poderes – o líder torceu os
punhos encarando a loira.
- Pois é! Descobrir que posso fazer deles algo útil – ela riu
- Como roubar? Você não aprendeu que não deve ficar do lado dos vilões? –
Ciborgue tentou socá-la, mas uma parede de terra apareceu em sua frente.
- Não diria vilões... – ela se virou para Mutano, ainda no chão e atônito – Olá
Mutano, feliz em me ver?
Ele não pode responder por que Robin a acertou na barriga com um chute e eles
começaram a lutar enquanto Ciborgue partiu para a gata.
O metamorfo não conseguia se mexer, ainda perplexo de reencontrar a ex
colega e amor.
Pensou em todos os momentos que tiveram juntos e em como ele gostara dela.
- Mutano! Faz alguma coisa! – o líder gritava enquanto se esquivava de pedaços
de terra – Ou chama as meninas!
Voltando a si, o garoto pegou o comunicador e chamou as amigas. Depois partiu
para ajudar Robin.
- Vocês não podem me vencer, mesmo juntos! – a loira ria do esforço dos dois
de tentar acertá-la, mas se desviando dos projéteis que ela mandava
- Que tal se eu fizer isso? – Terra se virou para ver Ravena, Estelar e Arcana.
A loira só riu e mandou uma rocha gigante sobre elas, mas elas conseguem
escapar.
Lançando algumas pedras sobre Robin e Mutano, consegue prendê-los no chão.
As garotas começaram a lutar com as vilãs, sendo que Estelar e Arcana se
juntaram à Ciborgue.
- Ravena! – a loira fingiu surpresa ao ver a empata se encaminhar calmamente
até ela. – Bom vê-la, querida.
- Não posso dizer o mesmo.
- Então faça como eu... Minta – a loira riu de sua própria piada, mas a de cabelos
roxos não alterou sua expressão – Ora Ravena, qual o problema de uma piada?
- Você por inteiro me irrita, não só sua piada.
- A rainha do gelo se irrita por que sabe que eu sou melhor que você – ela sorri Sempre fui e sempre serei. Por isso que os titans preferiam a mim.
- E você foi uma estúpida que jogou tudo isso no lixo por causa de Slade.
- O que mais deve te irritar é o fato de Mutano amar a mim, não é? – colocou a
mão no queixo, apoiando-a com o outro braço.
A expressão de Ravena pouco se alterou, mas os que a conheciam sabia que
ela estava começando a ficar brava.
Com os olhos brilhando negro, Ravena lançou uma caçamba de lixo próxima
contra a garota, mas foi parada por uma parede de concreto.
A partir daí as duas começavam uma luta ferrenha a qual ninguém ousava se
intrometer. As garotas se digladiavam ora com os poderes, oras com socos e chutes,
tentando ferir a adversária.
Fazendo uma grande mão de terra sair do chão, Terra prendeu Ravena.
- Agora eu finalmente vou dar fim nisso! Sabe que eu nunca gostei de você, não
é Ravena?
- A recíproca é verdadeira – mesmo presa e quase indefesa, a empata não ia se
entregar.
- Isso acaba aq... – a vilã não pode terminar, pois um bode a acertara, lançandoa longe (onde Robin fez o trabalho de prendê-la)
O bode se transformou em gorila, quebrou a mão de terra que segurava Ravena
e voltou ao estado normal.
Encararam-se alguns minutos, sem se mexer, até Mutano encaminhar-se para a
empata, abaixar-se e abraçá-la.
- Você está bem? – a garota se arrepiou de ouvir o metamorfo falar em seu
ouvido.
Meramente balançando a cabeça, o garoto se levantou levando-a junto.
- E ai pombinhos, vamos levar essa vilã para a polícia? – os dois, que não
tinham percebido que estava abraçados ainda, se separaram abruptamente e se
viraram juntos para os amigos
- Onde está CatGirl? – Ravena cobriu o rosto com o capuz e perguntou para
disfarçar.
- Ela conseguiu fugir, mas graças a Mutano essa daqui vai passar uma boa
temporada na cadeia! – Terra estava desacordada, mas mesmo assim todos a
olhavam com raiva
"_"_"_"_"
Os titans estavam todos juntos, sentados na sala de TV, rindo de um filme de
comédia. Ou quase, pois o líder não se encontrava.
- Ai esse cara é demais – ria Mutano – Como ele conseguiu enfiar um elefante
no fusca?
- É um filme... – Ravena diz com sua calma de sempre, flutuando ao lado dele,
este na ponta do sofá.
- Alguém viu Robin? – Estelar olha para os lados.
A garota se levanta, indo até a porta, mas antes que chegasse a ela, o líder a
abre.
- Olá Estellie – beija a ruiva – Estava na delegacia, me seguraram lá até agora,
pois Terra estava querendo se safar dizendo que era nossa amiga.
- Mas nós a entregamos! – Mutano se virou no sofá para o garoto prodígio,
falando indignado.
- Foi o que eu disse, mas já viu, não é? – o casal se sentou no sofá junto dos
amigos – Mude para o jornal, vai passar algo sobre o caso agora.
- Estamos vendo o filme!
O garoto nem pediu uma segunda vez, somente tomou o controle e mudou de
canal.
Indignado, o metamorfo partiu para cima do amigo tentando pegar o controle.
Começou assim uma briga onde o pobre objeto, sendo manuseado tão
"delicadamente", mudava de canais o tempo todo.
Pedaços de programas eram ouvidos pelos outros titans que imaginavam,
entreolhando-se, se deviam interferir, até ouvir algo que parou até os dois que
brigavam.
- "... A outra comparsa do crime não foi encontrada, mas as jóias roubadas foram
misteriosamente encontradas na porta da polícia há alguns minutos..." – disse o
jornalista em frente à referida delegacia.
- Como? Estive lá até agora! – Robin quase grudou na TV – E não faz sentido,
por que ela devolveria o que roubou?
- Ora, ela deve ter se arrependido, sei lá – o garoto verde parou ao lado dele.
- Não faz sentido...
Os titans entreolhavam-se pensando, quando se ouve a campainha e correm
todos para atendê-la, curiosos.
- Você! – parada em frente à porta, CatGirl
- E ai? Não vão me convidar para entrar? – a garota riu, com aquela risada de
gato característica.
- Você é uma vilã! O que está fazendo aqui?
- Ai que coisa! Já disse que não sou vilã! – ela entrou por entre os titans e
sentou no sofá, confortavelmente, como se fosse de casa – Entreguei sua ex-amiga
não foi? Não dá pra confiar em mim um pouco?
- Entregar? Você só fugiu e deixou-a lá! – Ciborgue bradou com os punhos
cerrados.
- Você acha? – a gata virou o rosto com um sorriso malicioso – Pode não
parecer, mas foi tudo planejado, tanto que devolvi as jóias depois que Robin saiu da
delegacia...
- Por que fez isso? – perguntou o líder.
Todos meio que a cercavam, caso ela tentasse fugir, mas não havia qualquer
indício de tal coisa.
- Por que aquela peste loira ficou me irritando. Ela descobriu que eu estive
trabalhando com Slade e me encontrou, desde então ficou me torrando a paciência
para ajudá-la a se vingar de vocês – ela riu – Não ligo a mínima pra vocês, mas se
fosse vê-la longe do meu pé ia ser ótimo, por isso topei em participar desse roubo.
- Quer dizer que você não queria fazer aquilo? – perguntou Mutano confuso
- Claro que não! – revira os olhos – Não sei se suas adoráveis amiguinhas
contaram, mas eu sou bem rica, modéstia a parte... Se eu quisesse alguma daquelas
jóias, acredite, eu compraria.
- Então por que você faz essas coisas? – perguntou Robin
- Por que quero. É tão difícil acreditar nessa resposta? – riu
- É que não é muito normal alguém cometer um crime por pura vontade.
- Oras, eu sei que vou me safar depois... Por que não me divertir um pouco? –
se levantou – Está na hora de ir
Pulou sem qualquer esforço sobre os titans atônitos e parou na porta.
- Qualquer dia a gente se esbarra – acenou e sumiu
- Cara... Eu nunca vou entender essa gata... – Mutano coçou a cabeça
- Gata? – perguntou Ravena indignada – Está mais para vaca isso sim! Garota
irritante!
A de cabelos roxos saiu da sala, intempestuosa.
Sem qualquer palavra, o metamorfo decidiu segui-la, fazendo um gesto para os
amigos de que não o seguissem.
Em frente à porta da garota, ele parou hesitante se devia bater ou não.
- Hãm, Ravena – bateu duas vezes na porta levemente – Você está ai?
- Vá embora! – ouvi-a dizer de lá de dentro.
- Vamos... Quero conversar...
- Não quero saber!
- Por favor! – bateu mais umas vezes afim de que ela, mesmo que aborrecida,
viesse abrir a porta.
Depois de mais algumas batidas insistentes, ela apareceu parecendo irritada.
- O que você quer? – disse pausadamente, algo que para a empata significava
"perigo!"
- Vamos conversar... Você ficou brava com o que eu disse de CatGirl agora a
pouco? E ontem?
- Não, não fiquei brava – ela ergueu as sobrancelhas
- Ficou sim... Não sei o porquê, mas se isso te aborrece, eu peço desculpas. Não
quero que fique brava.
Ravena não tinha palavras para responder o que tinha ouvido. O garoto parecia
realmente preocupado com ela e algo, mesmo que inconsciente, a fazia se sentir feliz
por isso.
Sentimentos conflitantes entravam em guerra dentro de sua cabeça e ela não
conseguia pensar em nada. Dentro de seu quarto, algumas coisas tremiam de leve.
- Ravena? Rae?
- Hãm? – olhou para o garoto que a mirava curiosamente – Bem, eu... Tudo bem
então. Era só isso?
- Não... Quer dizer, era, mas por que não podemos conversar?
- Não dá pra conversar com você Mutano.
- Por quê? – perguntou indignado
- Não temos assuntos em comum
- Tente...
Ficaram em silêncio por alguns minutos.
- Que tal me falar de você? Conhecemo-nos há tanto tempo, mas não sei do que
você gosta ou coisas assim. – Mutano estava muito vermelho, com os olhos baixos e
mexendo nervosamente as mãos.
Ele então começou a perguntar coisas sobre a empata, que no começo
respondia de forma sucinta, mas que depois passou a falar mais. Pouco depois
estavam os dois conversando animadamente sobre as coisas que iam descobrindo ter
em comum.
Sem perceber estavam sentados lado a lado no corredor.
- Realmente foi muito engraçada aquela vez com o Dr. Luz! A cara dele quando
te viu... – ria o verde.
A garota, com um leve sorriso, passou a observar o amigo e como ele ria.
- Ravena... Por que você não ri? – perguntou ele observando-a também
- Bem... – desviou o olhar – Não posso sentir nada, se não meus poderes se
descontrolam.
- Seus poderes não se descontrolaram agora.
Olhando para os lados a garota percebeu que mesmo que as luzes piscassem
com uma cor diferente e a porta de seu quarto tremesse levemente, não havia nada
destruído ou estragado.
Quando voltou seu olhar para Mutano, assustou-se ao vê-lo perto. Perto demais.
A boca seca lhe impedia de dizer qualquer coisa e a proximidade a deixou
estagnada.
O garoto por sua vez, tão nervoso quanto ela, ia chegando cada vez mais perto,
dividindo seu olhar entre os olhos da amiga e sua boca. Ia devagar, dando-lhe a
chance de fugir caso quisesse, mas não era isso que a empata pensava.
Quando estava a milímetros de beijá-la, ouvem passos no corredor e as vozes
dos amigos.
- Será que o Mutano morreu? Sabia que não era uma boa idéia deixar o
verdinho vir sozinho... – Ciborgue vinha à frente do casal e de Arcana e parou ao ver
os dois amigos lado a lado, olhando o chão em lados distintos – O que aconteceu?
- Nada Cib, nada... – respondeu o verde
Ravena, meio trêmula, levantou-se e saiu sem dizer nada, fechando a porta de
seu quarto ao passar.
Copiando o ato da empata, Mutano se levantou de vagar e se arrastou até o
quarto.
- O que foi? O que foi que eu perdi? – o meio robô perguntou aos três atrás dele
- Nada Cib, nada... – Arc repetiu a frase de Mutano com um leve sorriso no rosto
e olhou a ruiva, também sorrindo – Acho que temos que conversar com Ravena, não é
Estelar? Ela estava muito brava quando saiu da sala não acha? – seu tom era quase
de riso para a outra amiga
- Claro – respondeu no mesmo tom.
A ruiva deu um selinho no líder e, junto de Arcana, entraram no quarto de
Ravena.
- Ai ai, Ravena, em cada uma que você se mete... – a cigana sentou-se a beira
da cama da amiga.
Esta estava sentada, encostada na cabeceira e encolhida.
- Não podia ter feito aquilo – a garota repetia constantemente sem parecer notar
as amigas
- O que você fez, Rae? – Estelar sentou-se do outro lado da amiga
- Eu... Eu... Quase... – depois ela sussurrou tão baixo que as duas não ouviram
- O que?
- Eu quase beijei o Mutano... – sussurrou mais uma vez, mas mais audível.
As duas amigas se entreolharam com sorrisos, mas acharam melhor não
manifestar alegria.
- O que tem de mal nisso Rae? Você pode fazer o que quiser se achar certo – as
duas abraçaram a amiga e Jas continuou – Por que não vai falar com ele? Dessa vez
prometemos não nos envolver.
A empata não sabia muito bem o que fazer. Alguma coisa dentro dela queria ir
atrás do metamorfo, mas a outra parte achava errado.
Por um tempo permaneceu ali parada e nem percebeu quando as amigas saíram
para deixá-la pensar, mas aos poucos foi se mexendo e quando se deu conta, estava
na frente da porta do amigo.
Relutou por um ou dois minutos e quando foi bater, a porta se abriu e o rapaz
verde quase tromba nela.
- Rae? – ele a olhou espantado
- Oi.
- O que...? – ela continuou imóvel e silenciosa. O garoto então tomou coragem
para falar – Olha Rae, eu sei que isso pode parecer loucura e eu também achei isso,
afinal é uma situação tão estranha não é? Nós moramos juntos há tanto tempo e mal
nos cumprimentávamos, mas agora eu acho que... Acho que... – o garoto ia chegando
mais próximo dela enquanto falava e Ravena nada fez a não ser encará-lo com uma
expressão indecifrável.
Á milímetros um do outro, ele ia beijá-la, mas ouviram o soar do alarme dos
Titans.
A garota, muitíssimo brava por dentro, ia para a sala ver qual era a emergência,
quando sentiu o rapaz puxá-la de volta.
- Ah não! Você não vai escapar de mim! – e com sofreguidão, a puxou para si e
a beijou.
Ficaram assim por alguns minutos até ouvirem um barulho e, ao se virarem,
encontrarem Arcana com um sorriso enorme.
- Eu sei que deve ser melhor ficar ai, mas nós temos que ir – a garota riu dos
amigos vermelhos – Depois vocês continuam – e piscou antes de ir para a sala.
Na frente do computador, todos os Titans se reuniram (Ravena e Mutano
vermelhos e Arcana rindo) e seguiram para o centro.
O lugar estava um caos: por todo lado se viam personagens meio bidimensionais
atacando pessoas e destruindo coisas com uma força que não pareciam ter.
Rainhas lançando rajadas de jóias, reis com cetros, grandes esqueletos em suas
armaduras e sobre seus cavalos esqueléticos e outras cartas de um baralho de tarô.
No centro da balbúrdia havia uma mulher sob um manto negro, com as mãos
erguidas comandando-as como marionetes.
- Parada! – o rosto da mulher estava envolto por um capuz, por isso ela não
pareceu se exaltar com os recém chegados – Se renda agora e não criaremos
problemas!
- Ora, Ora Titans – lentamente se voltou para os seis – Acham que podem me
deter?
- Esperem! – a morena, vestida de cigana, entrou na frente dos amigos que iam
atacá-la – Eu conheço você!
- Ah Jasmim! – riu – Fico comovida por ter se lembrado de mim.
- Confiei em você! Me deu este tarô – a garota tirou um baralho com desenhos
semelhantes aos que, agora parados, estavam em volta deles – A cigana do parque...
- Certa... em termos – puxou o capuz – Mas há mais que você ainda não sabe
sobre mim.
- Não interessa quem seja, nosso único dever é detê-la – reclamou Mutano se
preparando para transformar-se.
- Isso! Titans, atacar! – sob as ordens do líder, partiram para cima das imagens à
sua volta, que retomaram o movimento e contra-atacaram.
Somente Arcana e a vilã não se moveram e permaneceram paradas no centro.
Elas se encaravam longamente, medindo-se. A vilã tinha um olhar de
contentamento e a heroína estava somente curiosa.
- Quer saber querida? Há mais entre nós duas que você pode imaginar – disse a
mulher
- Quero – a resposta foi involuntária, como se não pudesse lutar contra isso.
- Nunca conheceu seus pais não é?
- O que tem haver com isso? – o medo da resposta era tremendo, mesmo que
tivesse idéia de onde ela quisesse chegar
Houve um silêncio dramático pontuado pelos sons da batalha.
Tinha a leve sensação de que seus amigos não estavam muito bem contra vinte
e dois arcanos maiores e que devia ajudá-los, mas havia perguntas cujas respostas
aquela mulher parecia saber.
- Não parece fácil descobrir, querida? – a fala, com leve escárnio, amedrontavaa mais
A garota somente negou.
- Sou sua mãe.
Diante de suas palavras, o tempo parou. Ao seu redor se moviam em câmera
lenta e sentiu que, agora, o único ruído era de seu coração acelerado.
- Isso é impossível!
- Por que seria? Sei tudo sobre você, passado, presente e futuro.
- Não! E meu pai? Por que não veio até mim? E como pode saber meu futuro?
E... E... Vilã! Como pode ser uma vilã? – estava tão em choque que seus
pensamentos era confusos e desordenados.
Afinal, seu mundo parecia ruir.
- Comecemos do princípio... – começou a andar em círculos e, para não se
aproximar, a heroína a seguiu mantendo a distância – Não há um "pai" por que você
não é humana.
- Como? – parou incrédula
- É um baralho assim como os outros – a vilã parou e apontou as imagens que
sobrepujavam seus amigos – Mas é um nível de sofisticação maior! – voltou a andar.
Seu olhar estava ensandecido – Minha mais perfeita criação, feita com alma e
sentimentos, algo tão vivo quanto um ser humano de verdade!
A garota sentia as pernas moles até que cedeu e caiu de joelhos.
- E não vim até você, querida, lhe falar, mas sempre estive por perto a
protegendo e quando vi que estava pronta, lhe dei seu tarô – a mulher chegou atrás
dela e sussurrava em seu ouvido – Sim, este é o tarô com que foi feita e é por isso
que, ao contrário de mim, você não materializa as cartas, mas VIRA elas! – seu tom
era enlouquecido e os olhos, esbugalhados. – Ah! Encontrei um conhecido de vocês
também, que me ajudou a tomar a cidade.
Das sombras saiu Slade.
- Slade! – pela primeira vez, Arcana se virou para ouvir a voz de Robin e seus
amigos – O que faz aqui?
- Vim ajudar esta adorável dama com seu plano – apesar de não poder ser visto
por causa da máscara, sentia-se que ele sorria – É uma pena que eu não tenha
precisado fazer nada.
- Então faça isso! – algo lhe acertou no rosto e, caindo suavemente ao lado,
CatGirl apareceu – Você é mesmo incrível, Slade! Ter que se aliar aos outros para
conseguir dominar a cidade? – ria como um miado, a gata ao lado dele.
- Não vou me esquecer do que fez comigo, CatGirl! - começaram os dois
também a travar uma batalha.
A vilã ao lado de Jasmim balançou a cabeça em descontentamento.
- Não respondeu todas as minhas perguntas – a garota tentou parecer forte,
mesmo que lhe exigisse todas as forças.
- Sobre ser vilã? Bem, vilã é um rótulo um tanto quanto equívoco, afinal, quando
eu tomar a cidade e destruir seus amiguinhos, não serei eu a vilã – riu maquiavélica –
E seu destino querida, é se juntar á mim! A criadora e sua maior criação, juntas no
governo desta cidade.
Jas levantou-se de um pulo e pôs-se distante dela. Pela primeira vez pode olhar
ao redor e ver cada um de seus amigos caídos, sendo arrastados pelas cartas e
engolfados por elas.
Passou seu olhar por todos, mas terminou em Ciborgue, parcialmente coberto
pelas cartas. Começou a andar em sua direção, com a mão esticada, mas uma torre
tomou sua frente.
- Não há mais o que fazer, querida – a voz atrás de si era quase doce – Não
posso te machucar ou te destruiria, mas não pode ajudá-los mais – estendeu-lhe uma
mão, quando a garota voltou seu rosto para ela – Venha comigo e seremos as rainhas
desse jogo.
Seu olhar flutuou entre os titans que a olhavam temerosos, a luta de Slade e
CatGirl (parecendo um mundo a parte) e a mãe com a mão estendida.
O que iria fazer? Sozinha não conseguiria salvá-los e a mãe a destruiria, mas
também não queria se unir ao mal e trair seus amigos.
- Posso mantê-los se quiser. – seu olhar se voltou para a vilã – Posso torná-los
minhas cartas e eles seriam seus.
Jasmim começou a andar em sua direção, levantando a própria mão lentamente.
Nos olhos da vilã, tirunfo. Nos olhos dos amigo, decepção.
Com um piscar de olhos, a situação se inverteu. Arcana saltou sobre a mãe e
começou a lutar com ela. Esta, sem querer destruir sua criação, só se defendia e não
deixava as cartas avançarem.
- Pare! Sua estúpida, pare! – berrava a mulher colérica
Mas a filha não ouvia e continuava a lutar até pô-la no chão.
- Se me matar, garota tola, irá morrer também! – berrava como última chance de
viver.
- Essa foi minha escolha – lançou um último olhar de adeus aos amigos – Este é
o meu destino.
Com a espada da Justiça, cravou o peito da vilã.
Entre gritos histéricos a mulher desvaneceu em sombras e suas cartas também,
deixando uma suave névoa por toda a cidade.
Depois que toda ela sumiu, Jas caiu e os titans, já libertos, correram para perto
dela.
- Jas! Por que fez isso? Podia somente prendê-la – Robin queria reprimi-la, mas
não tinha forças para tal.
- Ela me destruiria – disse simplesmente com os olhos pesados.
- Não precisava ter feito esse sacrifício por nós! – Estelar se debulhava em
lágrimas e discretamente Ravena fazia o mesmo.
De longe o mais abalado era o homem cibernético.
- Me prometam que vão ficar bem sem mim e, Cib –ele a tomou nos braços –
Siga em frente, eu sei que você consegue.
Ele não conseguia responder, pois não conseguia pronunciar nenhuma palavra.
Ao contrário da mãe, Jasmim desvaneceu em uma luz clara que iluminou
levemente a rua.
- O que aconteceu aqui? – os cinco se viraram para ver CatGirl – Slade fugiu e
não pude detê-lo, mas e a cigana?
Os Titans não conseguiram responder e a garota entendeu. Depois de alguns
minutos, como se o mundo corresse em câmera lenta, eles voltaram à torre abatidos e
cabisbaixos.
Ninguém viu quando, depois de um tempo, um homem se abaixou para pegar o
baralho que caíra na rua e nem que ele tinha uma máscara preta e cobre com um
único olho.
N/A: Oi =DD Sim, postando na Deviant *--* So happy!
Talvez eu faça uma continuação para essa fic ou traduza ela, eu ainda não sei...
To muito enrolada por que to prestando vestibular ai já viu -.-‘’ mas farei o
possível ;D
Espero que tenham curtido *-*
Manga Albina – 24/06/2013
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Tarô Não conseguia entender o que havia com Robin