Apresentação
A crise de paradigmas que atinge a sociedade atual também
atinge a escola. Até muito recentemente a questão da escola
limitava-se a ser tradicional ou moderna, embora essa tipologia não
responda mais a todas as questões atuais.
A LDB 9394/96, promulgada em 20 de dezembro de 1996, prevê
que “os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e
as de seu sistema de ensino, terão a incumbência de elaborar e
executar sua proposta pedagógica (...), articular-se com as famílias e
a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a
escola (...) constituir conselhos escolares com representação da
comunidade(...), e prestar contas e divulgar informações referentes
ao uso de recursos e à qualidade dos serviços prestados”. Por isso o
PPP é também político, pois alem da participação dos profissionais da
Educação, todas as instancias colegiadas e comunidade escolar tem
voz ativa na elaboração e execução do mesmo. Orienta e norteia a
Proposta Pedagógica Curricular e o Plano de Trabalho Docente.
O PPP é a identidade da escola cidadã. Um processo de
mudança e antecipação do futuro, que estabelece princípios e
propostas de ação para melhor organizar, sistematizar e significar as
atividades desenvolvidas pela escola. Na Escola Estadual São Luiz –
EF não é diferente pois temos o compromisso de garantir condições
efetivas
de
aprendizagem
a
todos
Estabelecimento de Ensino.
Marco Situacional
Identificação
os
educandos
desse
Escola Estadual São Luiz – Ensino Fundamental
Rua Principal S/N
São Luiz do Oeste
Chopinzinho – PR
CEP – 85560-000 – Fone/Fax: (46) 32423293 – Ramal 30.
e-mail:[email protected].
Aspectos Históricos da Escola
A Escola Estadual São Luiz – Ensino Fundamental, atende uma
clientela de 6º a 9º ano, tendo como fonte mantenedora o Governo do
Estado do Paraná. A Escola foi autorizada a funcionar através da
Resolução
Conjunta
No
27/82
de
24-05-82,
e
obteve
seu
reconhecimento confirmado pela Resolução No 4108/84 de 19-06-84,
tendo também feita a Renovação de Reconhecimento do Ensino
Fundamental através do Parecer Nº 639/02 D.O. 6411 DE 05/02/03.
A
escola funciona em prédio cedido pelo município, está
situada na zona rural a uma distância de 20km da sede do município.
Os alunos são oriundos da zona rural e a maioria, utiliza transporte
escolar para chegar até o estabelecimento.
Em 1993, com o processo de Nuclearização feita pelo município,
08 escolas municipais foram centralizadas, formando assim, o Núcleo
de Ensino de São Luiz.
A Escola Estadual São Luiz desenvolve alguns projetos e
programas entre os quais:
-
Projeto Festa Junina. A Escola realiza anualmente a Festa
Junina, com danças e comidas típicas;
-
Dia das mães e dos pais - homenagens com cartões,
cartazes, apresentações artísticas, presentes, palestras e
gincanas na escola.
-
Dia Mundial da Saúde – entrega de panfletos aos alunos com
orientações sobre saúde, palestras com profissionais da área;
-
Semana da Pátria;
-
Amostra Cultural;
-
Jogos inter-séries;
-
Curso de Informática para alunos e comunidade;
-
Programa de Erradicação de Trabalho Infantil
em parceria
com assistência Social;
-
Programa de Atividades Complementares;
-
Sala de Recursos Multifuncional Tipo I
-
Sala de apoio;
Espaço Físico
A área total é de 3055 m 2 sendo 2515 m2 de pátio/área livre. A
área construída está disposta em 2 prédios subdividida em:
-
9 salas de aula;
-
1 sala de direção;
-
1 sala de secretaria;
-
1 biblioteca;
-
1 sala dos professores;
-
1 laboratório de informática;
-
1 laboratório de ciências;
-
1 cozinha;
sanitários: 1 para professores, 05 sanitários femininos e 05
-
masculinos;
-
2 saguões cobertos;
-
1 quadra poli esportiva coberta.
Numa área de 903 m2, incluindo também:
-
1 pomar;
-
1 horta;
-
jardins.
Oferta de cursos e turmas
A Escola Estadual São Luiz oferta o ensino fundamental,
modalidade regular, turno diurno, sendo 6º, 7º, 8º e 9º anos no
período matutino, Sala de Recursos Multifuncional Tipo I, Sala de
Apoio
e
programas:
PETI,
Curso
de
Informática,
atividades
Complementares no período vespertinos, e assim distribuídos: 7º
ano:18 alunos; 8º ano:14 alunos; 9º ano: 14 alunos. Contam nos
programas: Sala de Recursos Multifuncional Tipo I: 13 alunos; PETI: 18
alunos;
Informática
na
Escola:
20
alunos;
Atividades
Complementares: 25 alunos; Sala de Apoio: 14 alunos.
A organização curricular é por disciplina com Matriz Curricular
composta de 90% na Base Nacional Comum e 10% na Parte
Diversificada e o tempo escolar seriada.
Caracterização da População
A comunidade escolar é formada por descendentes de italianos,
alemães, poloneses e negros oriundos, em sua grande maioria do Rio
Grande do Sul e Santa Catarina, sendo que a religião predominante é
a Católica.
A maior parte da população tem como fonte de renda a
agricultura subdivididos assim 63% proprietários, 20% arrendatários,
7% agregados e o restante são bóias-frias.
A maioria das famílias possui casa própria de madeira e/ou
mista e ainda alguns residem em barracos de chão batido.
O nível de escolaridade dos pais é de:
a) 1a a 4a completo = 41%
b) 1a a 4a incompleto = 20%
c) Sem escolaridade = 2%
d) 5a a 8a completo= 9%
e) 5a a 8a incompleto = 22%
f) 2o grau completo = 4%
g) 2o grau incompleto = 2%
h) superior = 2%
Por ser uma comunidade pequena, localizada na zona rural, as
opções de lazer são limitadas, tendo como opção o futebol e voleibol
e pescaria (para todas as faixas etárias), sinuca, baralho, bocha para
adultos, e internet para alguns. Assim a opção de lazer para a grande
maioria é a televisão e o rádio.
Grande parte tem renda mensal inferior a 01 salário mínimo e
dos alunos atendidos na escola, 90% ajudam seus pais na agricultura.
Desde 1996 percebe-se uma acentuada redução da população
escolar, tendo como
causa principal a busca por melhores condições de vida na cidade.
Todos
os
dados
que
aqui
constam
foram
extraídos
do
questionário sócio-educacional.
Professores/Funcionários/Equipe de Direção e Pedagógica
Desde o surgimento da Escola Nova aprendemos que para que
ocorra uma aprendizagem significativa estão envolvidos, além das
operações mentais, as emoções e os sentimentos.
A solidariedade, baseada na união em torno de interesses
coletivos, não apenas se manifesta no auxilio mútuo, mas se fortalece
no trabalho de sentido mútuo. Ao passo que a gestão democrática
estimula novas formas de auxílio, eleva a responsabilidade diante do
coletivo e produz um ambiente altamente harmonioso.
Quadro de Pessoal
Nosso quadro é composto por 18 profissionais, descendentes de
Italianos, Alemães e brasileiros. A maioria possui casa própria, sendo
que:
4 residentes
na localidade e demais na cidade. Formação
Acadêmica: 2 com Ensino Médio, 1 com Pós Médio e os demais com
Graduação e Especialização na área de atuação. A forma de contratos
é de
4 efetivos, 1 Paraná Educação, 13 PSS. A maioria segue a
filosofia da religião Católica.
O quadro é assim distribuído:
1 – Diretor;
1 – Professor Pedagogo;
1 – Agente Educacional II;
2 – Agente Educacional I;
1 – Professor de Sala de Recursos Multifuncional Tipo I;
1 – Professor de Arte;
2 – Professor de Ciências;
1 – Professor de Educação Física;
1 – Professor de Ensino Religioso;
2 – Professores de Geografia;
1 – Professor de História;
1- Professor de L.E.M.Inglês;
1 – Professor de Língua Portuguesa;
1 – Professor de Matemática;
1 – Professor de Sala de Apoio.
Objetivos Da Escola
−
Valorizar a cultura local e regional, vendo o educando
como agente transformador do ambiente no qual está inserido,
reconhecendo e respeitando à diversidade existente;
−
Conscientizar o educando da participação na vida social e
política da comunidade, reconhecendo seus direitos e deveres;
−
Oportunizar a formação de cidadãos autônomos e
críticos, cuja característica seja à capacidade de argumentação sólida;
−
Favorecer a participação de toda a comunidade escolar na
tomada de decisões;
−
Propiciar aos professores situações que lhes permitam
pensar e a realizar, de forma criativa o fazer pedagógico;
− Desenvolver, uma cultura da paz com o cultivo de valores
éticos e morais imprescindíveis para o bem coletivo;
− Aproximar escola e famílias, através de visitas, palestras e
troca de experiências;
− Direcionar os conteúdos curriculares, com o intuito de
integrar os conhecimentos científicos e empíricos;
− Ofertar programas para a comunidade, visando a valorização
da vida no campo;
− Oportunizar, dentro das disciplinas um resgate histórico da
vida no campo.
Descrição da Realidade Brasileira, do Estado, do Município, da
Escola
Historicamente, o conhecimento sempre foi uma reserva de
poder das elites, nos quais se incluíam os filósofos, os sábios, os
religiosos. Na Europa, à medida que vai desaparecendo o aprendizado
tradicional da oficina do artesão e o controle do saber pelas
corporações de artes e ofícios, ocorre a criação de escolas e sua
extensão aos trabalhadores produtivos.
No Brasil, o dualismo das classes sociais, do acesso aos bens e
serviços produzidos pelo conjunto da sociedade, se enraíza no tecido
social através dos séculos de escravismo e de discriminação do
trabalho manual. Na educação, apenas na metade do século XX, o
analfabetismo torna-se uma preocupação das elites intelectuais e a
educação do povo se torna objeto de políticas de Estado. Mas ainda
vemos em sua organicidade social a educação geral para as elites e a
preparação para o trabalho para o povo (principalmente nos anos 40).
Nos anos 80, mais precisamente no primeiro projeto de LDB,
recomeça a luta pela democratização da educação que, sob a
liderança do Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública, teve
intensa
participação
da
comunidade
acadêmica
e
apoio
de
parlamentares de vários partidos progressistas.
Se a base social e política da formação humana integral, em um
e em outro momento histórico, não impediu a derrota das ideias,
também não impediu seu renascimento no presente, com os enormes
desafios da sociedade complexa e da produção flexível em que temos
que nos mover hoje.
Continuamos a buscar resgatar o homem integral, a tornar os
processos educacionais ações efetivas na formação para o mundo do
trabalho e nas condições de vida do trabalhador, com os seus
vínculos políticos e culturais.
Assim, para que as escolas sejam capazes de construir
organicamente seu próprio Projeto Político-Pedagógico, assumirem o
desafio de uma formação integrada, reafirmando sua identidade, é
preciso que ela conheça e compreenda sua história. Que reconstitua e
preserve sua memória, compreenda o que ocorreu consigo ao longo
dos últimos oito anos de reforma e, então, a partir disto, decidir
coletivamente para onde se quer ir, como um movimento permanente
de
auto
reconhecimento
social
e
institucional.
E,
então,
reconhecerem-se como sujeitos sociais com uma história e uma
identidade própria a ser respeitada em qualquer processo de
mudança.
Análise das Contradições e Conflitos Presentes na Prática
Docente: Reflexão e Prática
O problema é que, para além dos avanços em termos de
aprendizagem, das pesquisas sobre escolas eficazes, dos estudos
sobre as possibilidades de mudança e inovação em educação, é muito
complexo dar um salto entre o enunciado de nossos saberes e o seu
“uso ativo”. Há uma enorme brecha entre nossas teorias e nossas
práticas. “Dizer é uma coisa, fazer é outra”, afirma o ditado popular.
Nossas escolas e nosso ensino não são organizados para produzir
compreensão em um conjunto de alunos que apresentam diferentes
contextos socioculturais e que se vinculam à realidade de diferentes
maneiras.
Ensinar
para
a
compreensão
requer
uma
proposta
pedagógica (didática), e isso, por sua vez, requer uma nova
organização das salas de aula e das escolas para que comportem
diferentes modos de ensinar.
Marco Conceitual
Concepção de Sociedade
“Que é a sociedade qualquer que seja sua forma” o produto da
ação recíproca dos homens. Os homens que produzem as relações
sociais no que diz respeito a sua produção material criam também as
idéias, as categorias; Isto é, as expressões ideais abstratas dessas
mesmas relações (Karl Marx).
Sob o nome de globalização reúnem-se fenômenos diversos que
refletem novas formas de organização econômica, política e social. O
“mundo gira” numa velocidade astronômica, sua transformação exige
um “novo homem”. É um constante desafio para os organizadores e
instituições
que
precisa
rever
seus
propósitos
suas
políticas
estruturas e procedimentos.
Um dos objetivos fundamentais da constituição artigo 3º, lê-se
(Construir uma sociedade livre, justa e solidária) e radicar a pobreza e
a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais.
Infelizmente não é isso que se tem percebido na sociedade brasileira,
sua trajetória histórica não criou uma tradição democrática.
Como escola, é preciso repensar em nossa função social e
política além de transmitir os conhecimentos precisamos nos
preocupar com a formação global e socialização dos alunos, pensando
em alguns aspectos principais do que é o trabalho específico da
escola, ou quais funções sociais que assume ou deve assumir, com
intencionalidade político e pedagógico da Educação do Campo,
levando em conta as diferenças de cada ciclo da vida e de cada
modalidade de escola.
Concepção de Infância
O conceito de infância sofreu transformações historicamente,
em especial a partir da década de 1980, no Brasil. Os debates
políticos em torno da constituição de 1988 e os estudos de diversas
áreas do conhecimento contribuíram para o questionamento da
concepção
de
naturalização
das
desigualdades
sociais
e
educacionais, até então predominante, para o reconhecimento de que
as condições de desigualdades das crianças eram determinadas por
fatores econômicos, culturais e sociais. Portanto, é importante
perceber que “as crianças concretas, na sua materialidade, no seu
nascer, no seu viver ou morrer, expressam a inevitabilidade da
história e nela se fazem presentes, nos seus mais diferentes
momentos” (KUHLMANN, 1998, p 32).
Pode-se observar também que algumas singularidades marcam
esta fase da vida e ficam explicitas no seu desenvolvimento, na
interação social, no aprender a se relacionar com o mundo; na
dependência em relação ao adulto, o que exige proteção e cuidados;
no desenvolvimento da autonomia e auto cuidados; tendo o brincar
como forma de apropriar-se da cultura, construindo sua identidade,
por meio do estabelecimento de laços sociais e afetivos.
A concepção de infância privilegia o desenvolvimento humano
ao analisar a interação social na formação da inteligência, em outras
palavras, nos tornamos humanos a partir da interação com outros
seres humanos, e assim a criança incorpora ativamente as formas de
comportamento já consolidadas na experiência humana de forma a
garantir
uma
formação
que
contemple
todos
os
níveis
de
conhecimento.
Concepção de Homem
O homem é fruto social e são as relações sociais e econômicas
e culturais que o determinam como matéria viva e como provido de
uma organização.
A descoberta do homem, a definição do homem, a identidade
do novo homem deve ser construída no ambiente escolar. Portanto
existe uma necessidade de se tornar a escola um espaço de formação
deste novo homem, sem ter que esperar que as instituições
governamentais determinem as diretrizes de como deve ser pensado
este novo homem. Trata-se de oferecer ao aluno e construir junto com
ele um ambiente de respeito pela aceitação de interesses pelo apoio
a sua expressão de valorização que compreenda a relatividade de
opiniões, preferências, gostos, e escolhas. É aprender o respeito ao
outro.
O homem é uma vida que alcança a plenitude do sentido
porque ama, sofre, constrói, zanga-se, surpreende-se, foge da
tristeza, anseia a felicidade, cultiva a simpatia, exibe compaixão, e
embaraça-se, assusta-se com a culpa, cresce com o orgulho, fortificase com a inveja e por tudo causa espanto e admiração, indignação ou
desprezo. (Celso Antunes).
Concepção de Educação
Educação: Desenvolvimento da capacidade física, intelectual e
moral. 2 . Instrução, ensino. 3. Civilidade, delicadeza, polidez,
cortesia.(Dicionário Aurélio).
Segundo Freire, “Ensinar inexiste sem aprender e vice-versa” e
foi aprendendo socialmente que, historicamente mulheres e homens
descobriram que era possível ensinar... Aprendendo, precedeu ensinar
ou, em outras palavras, ensinar diluía na experiência realmente de
aprender.
Educar é um processo que vai além da transmissão metódica de
conteúdos, trata-se de permitir que o educando torne-se um ser
capaz de intervir no mundo, agir como um crítico e comprometido
com as questões sociais.
Pode-se passar informação de várias maneiras, mas, para
educar faz-se necessário uma dose de afeto, demonstrada nos
pequenos gestos como: chamar pelo nome, olhar nos olhos, saber
ouvir, respeitar o que o aluno traz de conhecimento; o aluno tem que
se sentir valorizado.
Concepção de Conhecimento
O conhecimento não é algo situado do indivíduo, a ser adquirido
por meio de cópia, tampouco algo que o indivíduo constrói
independentemente da realidade exterior, dos demais indivíduos e de
suas próprias capacidades pessoais. É, antes de mais nada, uma
construção histórica e social, na qual interferem fatores de ordem
antropológica, cultural e psicológica, entre outros.
A realidade torna-se conhecida quando se interage com ela,
modificando-a física e/ou mentalmente. A atividade de interação
permite interpretar a realidade e construir significados, permite
também construir novas possibilidades de ação e de conhecimentos.
Assim, toda escola desenvolve uma proposta educativa que se realiza
mediante
um
processo
contínuo
de
reflexão
sobre
a
prática
pedagógica, em que os envolvidos discutem, propõem, realizam,
acompanham, avaliam e registram as ações que não desenvolvem
pra atingir o objetivo que é a construção do conhecimento. Assim, o
conhecimento é apontado por especialistas como recurso controlador
e fator de produção decisivo de insersão social. “Todo conhecimento,
na medida em que se constitui num sistema de significação, é
cultural.
Além
disso,
como
sistema
de
significação,
todo
o
conhecimento está estreitamente vinculado com relações de poder”.
(Tomas Tadeu, 1999).
Concepção de Escola
A escola, com todas as suas contradições e limites, ocupa um
espaço privilegiado na existência humana, e influi, intencionalmente
ou não, na construção de sua identidade. Dessa forma a função da
escola em proporcionar um conjunto de práticas preestabelecidas tem
o propósito de contribuir para que os alunos se apropriem de
conteúdos sociais e culturais de maneira crítica e construtiva.
É fundamental que a escola, assuma a valorização da cultura da
cultura de seu próprio grupo e, ao mesmo tempo, busque ultrapassar
seus limites; que ela favoreça a produção e apropriação das múltiplas
linguagens das expressões e dos conhecimentos históricos, sociais,
científicos e tecnológicos sem perder de vista a formação intelectual e
moral do educando. É tarefa especifica da escola ajudar a construir
um ideário que orienta a vida das pessoas, incluindo ferramentas
culturais de uma leitura mais precisa da realidade em que vivem,
enraizar as pessoas na história, para que se compreendam como
parte de um processo histórico.
Para que a escola cumpra esta tarefa é necessário que a
escolha dos conteúdos não seja aleatória, mas feita dentro de uma
estratégia mais ampla de formação humana, trabalhando com os
processos de percepção e de formação de identidades: de camponês,
de trabalhador, de agricultor, de membro de uma comunidade, de
participante de um movimento social, identidade de gênero de
cultura, de povo de Nação, com ênfase em: auto-estima, memória e
resistência cultural e militância social.
“A escola de “hoje” deve mudar a visão que “ontem” construiu
sobre si mesma, sem esquecer em sua crítica aquilo que continua
valioso, apesar dos imensos desafios de sua consideração na
atualidade”. (Lino de Macedo).
Concepção de Ensino-aprendizagem
“O aprender a ler, escrever e contar” não é incompatível com o
aprender a pensar, com o aprender a pensar, com o aprender a
ser, nem com o aprender a aprender com os outros”. (José
Augusto Pacheco).
Por muito tempo a pedagogia valorizou o que deveria ser
ensinado, supondo que, como decorrência, estava valorizando o
conhecimento. O ensino, então, ganhou autonomia em relação à
aprendizagem, criou seus próprios métodos e o processo de
aprendizagem ficou relegado a segundo plano.
Os fracassos escolares decorrentes da aprendizagem, indicam
que é necessário significar à unidade entre aprendizagem e ensino,
uma vez que, sem aprendizagem não há ensino.
A organização de atividades de ensino e aprendizagem, a
relação cooperativa entre professor e aluno e aluno/aluno, os
questionamentos,
a
dúvida,
as
controvérsias
de
conceitos,
influenciam o processo de construção de significado e o sentido que
os alunos atribuem aos conteúdos escolares. Portanto, ao ensinar
procedimentos também se ensina um certo modo de agir, de pensar e
de produzir conhecimento. Como Escola do Campo deve incluir em
seu debate político e pedagógico a questão de que saberes são
mais necessários aos sujeitos do campo e podem contribuir na
preservação e na transformação de processos culturais, de relações
de trabalho, de gênero e de relações entre gerações do campo; o que
seria para Ausubel: a teoria da aprendizagem verbal significativa.
Segundo Santo Agostinho: “Não se aprende pelas palavras, que
repercutem
exteriormente,
mas
pela
verdade,
que
ensina
interiormente”.
Concepção de Alfabetização e Letramento
Em nossa sociedade, todo cidadão esta imerso no mundo
letrado, assim como o aluno que chega à escola, quando ainda não
alfabetizado, já faz parte desse mundo e interage com a cultura da
escrita. O domínio da língua oral e escrita refere-se a capacidade de
ler e escrever, de fazer o uso do objeto de escrita e leitura, tanto na
dimensão da alfabetização como no âmbito do letramento.
Alfabetização é a ação de alfabetizar, de tornar alfabeto, é apropiar-se
do sistema de escrita, enquanto que o letramento é o resultado da
ação de ensinar e aprender as práticas sociais de leitura e escrita,
interpretando o contexto em que a criança esta inserida. Sendo que
os dois precisam andar juntos para favorecer a utilização de ambos os
recursos no seu dia a dia.
A criança busca a aprendizagem na medida em que constrói o
raciocínio lógico, e não por repetição e memorização dos conceitos.
Portanto,
as
atividades
propostas
no
processo
de
ensino-
aprendizagem devem privilegiar a reflexão dos alunos, e rejeitar um
ensino apenas transmissivo, centrado em automatismos e reprodução
mecânica.
Assim, para que a criança se insira de forma plena no mundo da
escrita, é fundamental que a alfabetização e o letramento, caminhem
simultâneos e indissociáveis, o que leva a criança a apropiar-se do
sistema alfabético e ortográfico da escrita e das funções desse
sistema nas práticas sociais que envolvem a leitura e a escrita.
… aprender a reconhecer, ler e compreender diferentes
gêneros de textos, com diferentes objetivos, para diferentes
interlocutores, em diferentes situações; da mesma forma,
aprender a escrever diferentes gêneros de textos,
diferentes
objetivos,
para
diferentes
interlocutores,
com
em
diferentes situações; conhecer e saber utilizar fontes escritas
de informação; desenvolver atitudes e comportamentos
positivos em relação à leitura... (Ensino Fundamental de nove
anos. Secretaria de Estado da Educação 2010, p.27)
Concepção de Cidadania
Historicamente, o Brasil foi construído de cima para baixo e de
fora para dentro – poderes coloniais, elites proprietárias, Estado
realimentando as desigualdades e agravando as inclusões. Neste
momento, sequer construir uma outra base social, construída por
aqueles excluídos da história brasileira que, organizando-se na
sociedade civil e nos diferentes movimentos sociais, que conseguem
expressar-se, tomando as rédeas do seu destino, criando uma nação
soberana e aberta ao diálogo e a participação.
De acordo com Boff (2000, p.51) “cidadania é um processo
histórico-social que capacita a massa humana a forjar condições de
consciência, de organização e de elaboração de um projeto e de
práticas no sentido de deixar de ser massa e de passar a ser povo,
como sujeito histórico, plasmador de seu próprio destino”.
Reafirmando a citação de Boff, (Martins, 2000, p.53) diz: “A
construção da cidadania, envolve um processo ideológico, de
formação de consciência pessoal e social, e de reconhecimento desse
processo em termos de direitos e deveres. A realização se faz através
de
lutas
contra
as
discriminações,
da
abolição
de
barreiras
segregativas, entre indivíduos e contra as opressões e os tratamentos
desiguais. ou seja, pela extensão das mesmas condições de acesso às
políticas públicas e pela participação de todos, nas tomadas de
decisões. É condição essencial da cidadania, reconhecer que a
emancipação depende fundamentalmente do interessado, uma vez
que, quando a desigualdade é somente confrontada na arena pública,
reina a tutela sobre a sociedade, fazendo-a dependente dos serviços
públicos. No entanto, ser/estar interessado, não dispensa apoio, pois
os serviços públicos, são sempre necessários e instrumentais.
O grande desafio histórico é dar condições ao povo brasileiro de
se tornar cidadãos conscientes; sujeitos de direitos e deveres; que
respeitem e aceitem a diversidade e que participem do processo de
construção político-social e cultural.
Angel Pino in (Boff SEVERINO A J., ZALUARA e outros 1992, p.
15-25), consideram que: “o conceito de cidadania traduz ao mesmo
tempo, um direito e o exercício desse direito. sem este, aquele é
apenas uma fórmula. ”Portanto, a educação como um dos principais
instrumentos de formação da cidadania, deve ser entendida como a
concretização dos direitos que permitem ao indivíduo, sua inserção na
sociedade.
A realidade social e educacional atual de nosso país, requer o
enfrentamento e a superação da contradição da estrutura que existe
entre a declaração constitucional dos direitos sociais (dentre eles, a
educação) e a negação da prática desses direitos; da ideologia que
associa a pobreza material à cultural; de
colocar o problema da
escola pública em termos de direito de todos, de acesso ao
conhecimento elaborado; recolocar a questão do trabalho como
atividade de produção/apropriação de conhecimento não apenas
como
mera
operação
mecânica,
em
repensar
a
relação
escola/trabalho.
Segundo Martins (200, p.54), pode-se afirmar que “aquela
relação entre cidadania e democracia explicita-se no fato de que
ambas são processos; o processo não se dá num vazio, a cidadania
exige
instituições,
mediações
e
comportamentos
próprios,
constituindo-se na criação de espaços sociais de luta na definição de
instituições permanentes para expressão política. Nesse sentido, a
autora distingue a cidadania passiva, aquela que é outorgada pelo
Estado, com a idéia moral da tutela e do favor. Cidadania Ativa –
aquela que institui o cidadão como portador de direitos e deveres,
mas essencialmente criador de direitos, de abrir espaços de
participação. A cidadania requer a consciência clara sobre o papel da
educação e as novas exigências colocadas para a escola que, como
instituição para o ensino – a educação formal – pode ser um locus
excelente para a construção da cidadania.
As dimensões da cidadania, segundo Boff, são cinco:
1)A
dimensão
econômica-produtiva:
a
massa
é
mantida
intencionalmente, como massa e a pobreza é empobrecimento,
portanto a pobreza material e política é produzida e cultivada, por
isso é profundamente injusta.
2)A dimensão político-participativa: as pessoas interessadas lutam
em prol de sua autonomia e participação social, tornando-se
cidadãos plenos.
3) A dimensão popular: inclui somente as que têm acesso ao
sistema produtivo e exclui os demais, sendo esta a dimensão
vigente.
4) A dimensão de concidadania: os cidadãos devem reivindicar e
não pedir ao Estado, precisam organizar-se não para substituir,
mas para fazê-lo funcionar.
Define também o cidadão mediante a solidariedade e a
cooperação.
5) A cidadania Terrenal: apresenta a dimensão planetária na
consciência de causas comuns, com a responsabilidade coletiva de
garantir um futuro para a terra e a humanidade.
Tipos de Cidadania segundo Boff
Cidadania seletiva – se a construção da cidadania envolve um
processo ideológico de formação de consciência pessoal, coletiva e
social, de reconhecimento desse processo em termos de direitos e
deveres, no projeto neoliberal vigente a cidadania passa a ser seletiva
porque a reduz, Boff afirma (2OOO, p. 57). “Ele debilita e reduz a
cidadania nacional, quer dizer, a autonomia do próprio país.
Internamente reforça a cidadania seletiva”. Alguns setores são
beneficiados pela modernização, outros, os setores populares só cabe
uma cidadania menor. Outros, os excluídos, servem como massa de
manobra, sem qualquer cidadania, tirando o seu poder de rebelião,
compensado, fazendo assistencialismo fácil e promessas.
Cidadania Menor – No projeto do capitalismo nacionalista não se
leva em conta o capitalismo e sua lógica que explora e exclui. Ele é
visto como criador de oportunidades e de progresso. Dá-se ênfase à
autoestima de um Brasil grande, uma potência emergente com seus
recursos naturais riquíssimos e potencialidades populacionais. Aqui
também a cidadania é restrita para setores beneficiários. (Boff, p. 66)
“Será
uma
cidadania
político-participativa
para
os
segmentos
incorporados na produção. Mas não será econômico-produtiva. Pois
trabalhadores continuarão sendo, duramente explorados. Portanto,
terão uma cidadania de 2ª classe, esporádica, às vezes, expressa em
grandes manifestações públicas, mas sem consequências reais... As
políticas estatais continuarão assistencialistas mantendo a população
pobre, dependente e desmobilizada com controle aos movimentos
sociais.
Cidadania maior e plena – concidadania – O projeto de
Democracia racial e popular é totalmente diferente dos autores muito
distante do que vivemos. Está sendo construído por todos os
excluídos
da
história
brasileira,
se
organizando
dentro
dos
movimentos raciais. Com força foram se infiltrando em condutospolíticos partidários, já agora em condições de disputar a conquista e
o controle do poder com muita luta, resistência argumentos e
organização. Esse projeto visa construir uma Nação autônoma, capaz
de democratizar a cidadania, mobilizar a sociedade inteira para a
mudança,
primando
por
uma
sociedade
sustentável
que
se
desenvolva com a natureza e não contra ela, que produza o suficiente
para todos e que não permita a acumulação para poucos. BOFF
(2000, p. 73) diz: “Nele fica clara a vontade de soberania nacional e o
tipo diferente de cidadania política, econômica, participativa, solidária
e popular. Será uma cidadania cotidiana, plantada no funcionamento
dos movimentos raciais e, por isso, em contínuo exercício”.
Construir a cidadania e concidadania popular é a forma
concreta de se construir o Projeto-Brasil que buscamos.
Concepção Cultura
A cultura é resultado de toda a produção humana. Segundo
Saviani (1992, p. 19): “para sobreviver o homem necessita extrair da
natureza, ativa é intencionalmente, os meios de sua subsistência. Ao
fazer isso ele inicia o processo de transformação da natureza, criando
um mundo humano (o mundo da cultura)”.
Podemos considerar que, “de um ponto de vista antropológico,
cultura é tudo o que elabora, e elaborou, o ser humano, desde a mais
sublime música ou obra literária até as formas de destruir-se a si
mesmo e as técnicas de tortura, a arte, a ciência, a linguagem, os
costumes, os hábitos de vida, os sistemas morais, as instituições
sociais, as crenças, as religiões, as formas de trabalhar”. (Sacristan,
2001, p. 105).
Todo conhecimento, na medida em que se constitui num
sistema de significação, é cultural. Além disso, como sistema de
significação, todo conhecimento está estreitamente vinculado com
relações de poder” (Tomas Tadeu, 1999).
É necessário considerar, portanto a importância do texto de
Silva, “tornou-se lugar comum destacar a diversidade das formas
culturais do mundo contemporâneo. É um fato paradoxal, entretanto,
que essa suposta diversidade conviva com fenômenos igualmente
surpreendentes de homogeneização cultural.
Ao mesmo tempo em que se tornam visíveis manifestações e
expressões culturais de grupos dominados, observa-se o predomínio
de
formas
culturais
produzidas
e
vinculadas
pelos
meios
de
comunicação de massa, nas quais aparecem de forma destacada as
produções culturais em sua dimensão material e não-material.
Toda a organização curricular, por sua natureza e especificidade
precisa completar várias dimensões da ação humana, entre elas a
concepção de cultura. Na escola, em sua prática há a necessidade da
consciência das diversidades culturais, especificidade da sua função
de trabalhar as culturas populares de forma a levá-los à produção de
uma cultura erudita, como afirma Saviani “a mediação da escola,
instituição
especializada
para
operar
a
passagem
do
saber
espontâneo ao saber sistematizado, da cultura popular à cultura
erudita; assume um papel político fundamental, “Saviani, apud,
Frigotto, 1994, p. 189).
Respeitando a diversidade cultural e valorizando a cultura local,
popular e erudita cabe a escola aproveitar essa diversidade,
existente,
para
fazer
dela
um
espaço
motivador,
aberto
e
democrático, organizando seu currículo para a realidade local.
Concepção De Trabalho
O trabalho é uma atividade, que está “na base de todas as
relações humanas, condicionando e determinando a vida. É (...) uma
atividade humana intencional que envolve forma de organização,
objetivando a produção dos bens necessários à vida” (Andery, 1998,
p. 13).
Nesta perspectiva entender o trabalho como ação intencional, o
homem em suas
relações sociais, dentro da sociedade capitalista
produz bens. Porém, é preciso compreender que o trabalho não
acontece de forma tranquila, estando sobre carregado pelas relações
de poder.
Quando produz bens, estes são classificados em materiais ou
não materiais. Os bens materiais são produzidos para posterior
consumo, gerando o comércio. Já nos bens não materiais produção e
consumo acontece simultaneamente.
No trabalho educativo o fazer e o pensar, entrelaçam-se
dialeticamente e nesta dimensão que esta posto a formação do
homem.
Ao considerarmos o trabalho uma práxis humana, é importante
o entendimento de que o processo educativo é um trabalho não
material,
uma
atividade
intencional
que
envolve,
formas
de
organização necessária para a formação do ser humano.
O conhecimento como construção histórica é matéria-prima
(objeto de estudo) do professor e do aluno, que indagando sobre o
mesmo irá produzir novos conhecimentos, dando-lhes condições de
entender o viver, propondo modificações para a sociedade em que
vive, permitindo “ao cidadão-produtor chegar ao domínio intelectual
do técnico e das formas de organização social sendo, portanto, capaz
de criar soluções originais para problemas novos que exigem
criatividade, a partir do domínio do conhecimento”. (Kuenzer, 1985, p.
33 e 35).
Concepção De Ciência
A ciência nasce da necessidade de explicar os fatos observados
de forma sistematizada utilizando métodos.
Para
Andery 919800
“A ciência
é uma das formas
do
conhecimento produzido pelo homem no decorrer de sua história.
Portanto, a ciência também é determinada pelas necessidades
materiais do homem em cada momento histórico, ao mesmo tempo
que nela interfere”.
Dependendo de como se concebe o mundo, o homem e o
conhecimento, será a concepção da ciência.
No decorrer da história, a ciência está sempre presente para
reproduzir ou transformar.
Na sociedade capitalista, o conhecimento científico é produzido
de forma desigual, estando a serviço de interesses políticos,
econômicos e sociais do processo histórico, não atingindo a totalidade
da população.
A escola tem a função social de garantir o acesso de todos aos
saberes científicos produzidos pela humanidade. Nereide Saviani
afirma que “a ciência merece lugar destacado no ensino como meio
de cognição e enquanto objeto de conhecimento”, ou seja, ao mesmo
tempo em que eleva o nível de pensamento dos estudantes, permitelhes o conhecimento da realidade, o que é indispensável para que
não apenas conheçam e saibam interpretar o mundo em que vivem,
mas com isto saibam nele atuar e transformá-lo.
Concepção de Tecnologia e Contribuição no Processo de
Ensino-aprendizagem
As crescentes evoluções socioculturais e tecnológicas do mundo
atual geram contínuas mudanças na organização e no pensamento
humano, revelando um novo universo no cotidiano das pessoas. Isso
exige criatividade, independência e autocritica na obtenção e seleção
de informações.
Vemos que o termo incorporação de novas tecnologias e suas
linguagens na Educação deixou de ser polêmico. Afinal, não explorar
na escola um potencial de recursos tão rico seria o mesmo que
hospitais rejeitarem aparelhos de tomografia computadorizada ou as
pessoas se recusarem a usar, por exemplo, os caixas eletrônicos dos
bancos. Embora, as propostas de modernização da educação, na
maioria das vezes, não tem alcançado o sucesso esperado, ao
enfrentar essas questões.
Seguindo
essa
linha
de
pensamento,
Dowbor
(1994:22)
acrescenta que: “frente a existência paralela deste atraso e da
modernização, é que temos que trabalhar em “dois tempos”, fazendo
o melhor possível no universo preterido que constitui a nossa
educação, mas criando rapidamente as condições para uma utilização
“nossa” dos novos potenciais que surgem”.
É importante salientar que a verdadeira função do aparato
tecnológico-educacional não deve ser o de ensinar, mas sim a de criar
condições de aprendizagem. Para Valente (1993); “O professor,
precisa ser, o criador de ambientes de aprendizagem e o facilitador
do processo de desenvolvimento intelectual do aluno. A partir dessa
perspectiva, a formação do professor reflexivo é uma questão
fundamental em um processo de formação.
Na visão de Drucker (1993:153) “a tecnologia será importante,
mas principalmente porque irá nos forçar a fazer coisas, e não porque
irá permitir que façamos melhor as coisas velhas”.
Nos dias atuais, a tecnologia está mais presente na vida de
todos nós. Apesar desse avanço, a escola sente-se impotente para
acompanhar essas novidades e dar um suporte à sua clientela de
modo
que
a
mesma
esteja
integrada
à
realidade
buscando
informações para construir o conhecimento. Uma grande dificuldade
também está na falta de profissionais que deem suporte e auxiliem os
alunos no manuseio dessas tecnologias que estão a cada dia mais
sofisticadas.
A escola, sendo o espaço social mais frequentado pelos alunos,
deve estar preparada para prepará-los para o futuro, ofertando meios
possíveis de tecnologias para não deixá-los fora dos avanços, mas
acompanhá-los para que não se comprometa a confiabilidade das
informações buscadas.
As tecnologias se incorporam no dia-a-dia das escolas levando
os professores a repensarem suas praticas pedagógicas, criando
assim a flexibilidade dos mesmos quanto ao seu uso, não permitindo
aulas rotineiras, mas numa diversidade de fontes de informação.
Concepção de Avaliação
“Avaliação é ponto de referência. É um processo constante de
repensar a prática
educacional, em todos os segmentos”.
A avaliação deve ser um processo contínuo que sirva à
permanente orientação da prática docente... processo ... mas deve
levar ao aprendizado. “Ensinar, aprender e avaliar não são momentos
separados. Formam um continuo em interação permanente”. (Juan
M.A. Méndez).
O processo de avaliação requer instrumentos e estratégias que:
Ofereçam desafios, situações problemas a serem resolvidos; Sejam
contextualizadas, coerentes com as expectativas de ensino e
aprendizagem; Possibilitem a identificação de conhecimentos do
aluno e as estratégias por ele empregada; Possibilitem que o aluno
reflita, elabore hipóteses, expresse seu pensamento; Permitam que o
aluno aprenda com o erro; Exponham, com clareza, o que se
pretende; Revelem, claramente,o que e como se pretende avaliar
Mudar a forma de avaliar pressupõe mudar também a relação
ensino-aprendizagem. É necessário Ver a aprendizagem como um
processo e as disciplinas curriculares como um meio para se chegar a
ser um cidadão. Segundo, Serafi Antúnez: “O professor que adota
métodos didáticos ultrapassados está enganando seus alunos.
Deveria ser punido pelos órgãos de defesa do consumidor por
oferecer um produto obsoleto”.
Análise das contradições e conflitos presentes na prática
docente: reflexão teoria-prática
Desde
a
última
década,
o
Estado
do
Paraná
vem
disponibilizando materiais, tecnologias e recursos para a formação
continuada dos professores com o propósito de fazer chegar aos
educandos
uma
pedagogia
que
oportunize
as
transformações
essenciais para uma vivencia digna no mundo moderno.
Para tanto, foram lançados, estudadas e reformuladas as
Diretrizes Curriculares do Estado, as quais norteiam todos os
momentos de reflexão e ação das escolas.
A cada inicio e decorrer de novo ano letivo, os textos estudados
nas Semanas Pedagógicas, promovem amplas reflexões sobre o
processo de ensino e aprendizagem, com o objetivo de se reconhecer
que a diversidade é natural na escola e, precisa ser superada a visão
de que pode-se trabalhar hoje, da mesma forma que se fazia num
passado muito recente.
Resultados de avaliação, feitas, a nível nacional quanto
estadual, tem demonstrado que alguma coisa precisa ser feita com
urgência no sentido de ensinar, mas também formar cidadãos que,
além
dos
conhecimentos
curriculares
básicos,
sejam
criativos,
competentes, aptos a compreenderem e atuarem mediante as
transformações contemporâneas.
A partir disso os profissionais das diferentes escolas unem-se
para viabilizar as transformações desejadas, partindo de reuniões,
estudos, leituras, discussões e análises, num exercício valorativo do
fazer educação, partindo do real para o possível ideal.
Nossa realidade escolar já mudou muito porem, estamos
conscientes de que muito ainda há para ser feito. Barreiras precisam
ser derrubadas, entre elas, a concepção pedagógica livresca,
tradicional, conteudista, precisa dar espaço para uma prática
progressista, voltada para a construção de saberes carregados de
significados, com situações de aprendizagem que aproximem os
conteúdos da realidade social, promovendo o desenvolvimento de
forma gradativa e com a participação de toda a comunidade escolar
para, deste modo, motivar os alunos na busca do conhecimento.
Mesmo ansiosos por mudanças, muitas vezes a escola ainda
acentua repressão, busca culpados e, não faz o essencial, que é
mudar a sua prática, sem baratear o ensino pois, a era atual tem sido
caracterizada como a era do conhecimento, do letramento, do
analfabetismo.
É preciso pois, considerar que a aprendizagem se dá numa
relação pessoal, social e afetiva entre os sujeitos. Isto remete os
educadores a uma busca contínua, incansável, de meios, condições,
de situações que possam superar preconceitos, discriminação e
realmente oportunizem o acesso e a permanência dos alunos na
escola, com a tão desejada qualidade de ensino.
Nesse sentido, concorda-se com MOÇO AL ( 2008, p. 42,43) que
hoje, existem idéias frágeis que fazem parte da fala dos educadores
brasileiros,
onde
se
percebem
jargões
que
perderam
o
seu
significado, num discurso vazio, tais como: “aprender brincando”;
“...é preciso levantar o conhecimento prévio dos alunos”; “formar
cidadãos conscientes” e tantos outros. Segundo esses autores, cabe à
escola, “... formar pessoas bem informadas, criticas, criativas e
capazes de avaliar sua socioeconômica, dimensionar sua participação
histórica e atuar decisivamente na sociedade onde vive...”
Como educadores, estamos sempre buscando superar os
entraves que se apresentam e para tanto, nesta trajetória, abrimos
espaços para reuniões, debates, discussões e, principalmente, para
um trabalho em conjunto, num exercício social do saber, da ciência,
da técnica e da arte como exigência da educação contemporânea.
Princípios da Gestão Democrática
Gestão Democrática é o processo político através do qual as
pessoas na escola discutem, deliberam e planejam, solucionam
problemas e os encaminham, acompanham, controlam e avaliam o
conjunto das ações voltadas ao desenvolvimento da própria escola.
Este processo, sustentado no diálogo e na alteridade tem como base
a participação efetiva de todos os segmentos da comunidade escolar,
o respeito a normas coletivamente construídas para os processos de
tomada de decisões e a garantia de amplo acesso às informações aos
sujeitos da escola.
Na vivência da gestão democrática nos deparamos com alguns
princípios que precisam ser evidenciados e respeitados. Um deles é a
garantia de acesso e permanência na escola.
De acordo com um dos itens da Declaração dos Direitos da
Criança e do Adolescente: “A criança, têm direito à educação, para
desenvolver suas aptidões, as suas opiniões e o seu sentido de
responsabilidade
moral
e
social”.
Nesse
sentido,
procurou-se
identificar as propostas da nova LDB que avançam na busca de uma
educação + democrática e de melhor qualidade. Sendo assim, a
educação é uma questão de direitos humanos e todos os indivíduos
devem ter garantido o acesso, o ingresso, o regresso e a permanência
com sucesso em todo fluxo de escolarização estabelecido pelo
sistema educacional.
A inclusão como educação para todos provêm essencialmente
do trabalho desenvolvido pela UNESCO em prol de que a educação
chegue a todas as crianças em idade escolar. Seu reconhecimento
decisivo acontece em 1994, com a declaração de Salamanca,
momento em que se adota internacionalmente o termo de educação
inclusiva.
Assim,
se
proclama
que
os
sistemas
educativos
devem
desenvolver programas que respondam a vasta variedade de
características e necessidades da diversidade do alunado:
“O desenvolvimento de escolas inclusivas – escolas capazes de
educar a todas as crianças – não é, portanto, unicamente uma forma
de assegurar o respeito dos direitos das crianças com deficiência de
forma que tenham acesso a um outro tipo de escola, senão que
constitui uma estratégia essencial para garantir que uma ampla gama
de grupos tenha acesso a qualquer forma de escolaridade”. (Dyson
2001, 150). Trata-se de estabelecer os alicerces para que a escola
possa educar com êxito a todos e colaborar com a erradicação da
ampla desigualdade e injustiça social.
Por conseguinte, a educação inclusiva deve ser entendida como
uma tentativa a mais de atender as dificuldades de aprendizagem de
qualquer aluno no sistema educacional e como um meio de assegurar
que os alunos, que apresentam alguma deficiência, tenham os
mesmos direitos que os outros, ou seja, os mesmos direitos dos seus
colegas escolarizados em uma escola regular.
Dito de outra forma: que todos sejam cidadãos de direito nas
escolas regulares, bem-vindos e aceitos, formem parte da vida
daquela comunidade escolar; e sejam vistos como um desafio a ser
avançado; implicando em uma nova postura da escola regular que
deve
propor
no
Projeto
Político
Pedagógico,
no
currículo,
na
metodologia, na avaliação e nas estratégias de ensino, ações que
favoreçam a inclusão social e práticas educativas diferenciadas que
atendam a todos os alunos em suas especificidades.
Assim, a política de inclusão prevista em lei e no PPP da Escola
Estadual São Luiz, não se restringe aos alunos cujos problemas de
aprendizagem são devidos a déficits físicos ou intelectuais (LDB cap
IV, Art. 58 e 59), mas é intensiva aos alunos não alfabetizados,
àqueles com problemas disciplinares, aos super dotados, aos
hiperativos, etc. Não se restringe às situações de deficiências ou
desvantagem, mas abrange todas as diferenças, inclusive, no caso do
Paraná a Educação Indígena e a Educação no Campo.
Como educadores, temos consciência que a educação inclusiva
é de responsabilidade de todos do sistema de ensino, e a inclusão
não deve ser apenas educacional, mas também social.
“O diferente de nós não é inferior. A intolerância é isso: é o
gosto irresistível de se opor às diferenças”. (Paulo Freire).
Atendendo à Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 no Título IV que
trata dos Profissionais da Educação, a saber: os professores (Art. 62),
que ministram o ensino e os demais (Art. 64), que apóiam todo o
processo de ensino aprendizagem. Entendemos então que a formação
continuada
abrangendo
deve
em
ser
de
nossa
todos
Escola,
os
profissionais
professores,
da
educação,
direção,
equipe
pedagógica e auxiliares administrativos.
A Escola oportuniza a capacitação de profissionais através de
grupos de estudo, palestras com especialistas, cursos promovidos
pela SEED/NRE, SENAR, CETEPAR, Faxinal do Céu, SENAC, CADEP,
GTR, cursos sequenciais (profissionalizantes) e cursos de entidades
privadas.
O exercício da gestão está a serviço, sempre da busca dos
resultados que devem ser produzidos pela organização, da qual, o
gestor faz parte.
Quando compramos um objeto, julgamos sua qualidade em
função de algumas “dimensões. Ex: utilidade, preço, durabilidade,
beleza... E quando falamos em Educação? O que é que define sua
qualidade?
Segundo Libâneo (2001) qualidade “refere-se tanto a atributos
ou características da sua organização e funcionamento, quanto ao
grau de excelência baseado numa escala valorativa”.
A educação de qualidade é aquela que promove para todos o
domínio de conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades
cognitivas, operativas e sociais para o atendimento de necessidades
individuais e sociais dos alunos, à inserção no mundo do trabalho, à
construção da cidadania, tendo em vista a construção de uma
sociedade mais justa e igualitária.
Sete indicadores devem ser levados em consideração quando
falamos em qualidade na educação (Gestão em rede, nº 56).
1o – Ambiente educativo;
2o – Prática Pedagógica;
3o – Avaliação;
4o – Gestão escolar democrática;
5o – Formação e condições de trabalho dos profissionais da
escola;
6º - Espaço físico escolar;
7o – Acesso, permanência e sucesso na escola.
Ao compreender seus pontos fortes e fracos, a escola tem
condições para melhorar a qualidade de acordo com seus próprios
critérios e prioridades.
O Currículo da Escola Pública/ Dinâmica do Currículo
E quando nos reportamos a critérios e prioridades falamos,
automaticamente,
de
currículo
e
ou
planejamento
curricular.
Popkewitz (1996) define currículo como um conhecimento particular,
historicamente formado, sobre o modo como as crianças tornam o
mundo inteligente.
Currículo não é apenas um conjunto de informações, mas
própria organização do conhecimento em formas particulares de agir,
sentir, falar, ver e conviver, é a junção em perfeito harmonia do
currículo oficial com o currículo oculto. O termo currículo origina-se do
latim “curriculum” e significa curso percurso o que esta sucedendo,
acontecendo. Significando, é o caminho a ser percorrido pelo aluno,
na escola ou sob sua responsabilidade, com o fim de alcançar os
objetivos metas para a construção do conhecimento. Ele constitui-se
de todas as atividades planejadas e ofertadas pela escola para que o
educando possa desenvolver-se plenamente como pessoa e cidadão.
“Só podemos compreender a natureza e a cultura, se formos capazes
de integrar todo tipo de conhecimento”. ( Rafael Yos Ramos)
Ramos, nos oferece uma nova visão de currículo baseada na
visão holística da Educação. Sendo que para o autor, o importante
não são os saberes consagrados pela academia ou pela tradição, mas
sim os infinitos caminhos mas sim os infinitos caminhos que permitiu
conectar os conhecimentos entre eles. “Um currículo integrado é uma
proposta educativa aberta e ativa, centrada no aprendiz fruto da
negociação dos elementos pessoais envolvidos, que procura organizar
o
ensino em torno
de termos
relevantes
para
o
estudante,
flexibilizando em maior ou menor grau, as fronteiras entre as
disciplinas acadêmicas, assim como os horários e os espaços
escolares, e, na medida do possível, conectando todas as fontes de
conhecimento com o ambiente sócio natural local e global da escola,
sempre em primeiro clima de dialogo social no seio da comunidade
educativa de trabalho colaborativo entre todos os elementos pessoais
da escola, tendo vista da educação integral e individualizada, que
leve a uma autentica compreensão e com isso a um pensamento
criativo e critico. Trata-se em suma de primeira a nova perspectiva,
de um novo paradigma educacional que busca a unidade dos
processos
educativos,
o
que
requer
uma
alta
coerência
intracurricular”. (Ramos 2002)
Sabemos
que
as
experiências
do
mundo
real
não
são
fragmentadas em áreas disciplinares e, por isso, a integração
aumenta a relevância e a motivação para aprender. O currículo
escolar, deve cumprir diferentes objetivos, entre outros, aqueles que
visam combater as mais diferentes formas de exclusão.
Reflexão sobre o trabalho pedagógico
Um dos vários desafios que a escola vem enfrentando nos
últimos
anos
é a integração das contribuições de diferentes
paradigmas teóricos no planejamento e no dia-a-dia da sala de aula.
Se até o século XX a escola considerava que as crianças aprendiam
basicamente ouvindo o professor e repetindo o que ele dizia, hoje nós
sabemos que essa forma de ensino – aprendizagem é muito limitada
além de desconsiderar o que a ciência tem nos ensinando a respeito
dos processos de aprendizagem.
Tal preocupação parece levar-nos para a questão de como se
processou a escolarização. Isto pressupõe, sem dúvida, o trabalho
que a escola busca realizar junto a seus alunos a fim de possibilitarlhes percurso exitoso, aprendizagens significativas, construção de
conhecimentos e saberes úteis para a vida pessoal permanente
estado de transformação. E como a escola tem executado tal tarefa?
Com base em que princípios? De que forma a escola tem-se
articulado e organizado para desempenhar a contento suas funções
distintas, das que já foram sua responsabilidade tempos atrás, uma
vez que hoje, é preciso
que alunos e professores aprendam a
aprender uns dos outros, uns com os outros e de forma independente,
numa verdadeira construção auto-suficiente mas coletiva de saberes
e de sujeitos sociais competentes e atualizados numa sociedade mais
justa, solidária e não-excludente. O problema é que na educação
brasileira o sistema público insiste em reproduzir como uma forma
autônoma de processos de ensino-aprendizagem sem assimilar e
dialogar com as múltiplas formas de produção de conhecimento que a
sociedade desenvolve.
O processo de trabalho desenvolvido na escola é segmentado e
fragmentado, isto dificulta ou até mesmo impossibilita a compreensão
do processo de trabalho inibindo a capacidade de estabelecer
relações de analisar a própria prática, de elaborar sínteses produzindo
consequentemente,
preparando
um
indivíduos
conhecimento
com
distante
dificuldades
para
da
realidade
uma
leitura
contextualizada do mundo que os rodeia.
Portanto, mais do que instruir os alunos é preciso mostrar que
eles possuem capacidades intelectuais e emocionais, é preciso que
todos os profissionais da escola estejam aptos a lidar
com a
sensibilidade desses alunos e saibam que isso faz parte do
desenvolvimento de cada um. “Precisamos contribuir para criar a
escola que é aventura, que marcha, que não tem medo do risco, por
isso que recusa o imobilismo. A escola em que se pensa, em que se
atua, em que se cria, em que se fala, em que se ama, se advinha a
escola que apaixonadamente se diz sim a vida”.(Paulo Freire)
Trabalho Coletivo/Prática Pedagógica
A prática deve estar baseada na teoria pedagógica
histórico-crítica. Esta teoria foi criada por Saviani. Ela parte
do pressuposto de que é viável, "uma educação que não seja,
necessariamente, reprodutora da situação vigente, e sim
adequada aos interesses da maioria, da sociedade brasileira".
Uma teoria pedagógica é crítica (segundo ele) se admite que a
educação é determinada pela sociedade.
Essa
pedagogia
é
tributária
da
concepção
dialética,
especificamente na versão do materialismo histórico, tendo fortes
afinidades, no que ser refere às suas bases psicológicas, com a
psicologia histórico-cultural desenvolvida pela “Escola de Vigotski”. A
educação é entendida como mediação no seio da prática social
global. A prática social se põe, portanto, como o ponto de partida e o
ponto de chegada da prática educativa. Daí decorre um método
pedagógico que parte da prática social onde professor e aluno se
encontram
igualmente
inseridos,
ocupando,
porém,
posições
distintas, condição para que travem uma relação fecunda na
compreensão e encaminhamento da solução dos problemas postos
pela prática social, cabendo aos momentos intermediários do método
identificar
as
questões
suscitadas
pela
prática
social
(problematização), dispor os instrumentos teóricos e práticos para a
sua compreensão e solução (instrumentação) e viabilizar sua
incorporação como elementos integrantes da própria vida dos alunos
(catarse).
A
Pedagogia
Histórico-Crítica
contempla
uma
proposta
pedagógica fundamentada na natureza da educação nas suas
possibilidades e limites bem como nos seus valores (solidariedade,
cidadania, democracia). Procurando lançar os educadores numa
profunda reflexão sobre os itens acima mencionados, esta linha
pedagógica articula a escola com os interesses das camadas
populares, concebendo-a como uma instituição mediadora entre o
conhecimento significativo e o estudante que se esforça para se
apropriar do “saber erudito”, “clássico” (gerado pelo esforço coletivo
da sociedade ao longo do tempo histórico).
Baseando-se
na
Pedagogia
Histórico-Crítica,
o
trabalho
apresenta uma proposta
de ensino e aprendizagem de conceitos científicos, partindo de temas
que são, atualmente, encontrados no âmbito da pratica social. O
processo começa considerando-se um problema social, comum ao
universo do professor e do aluno, dando, dessa forma, contexto aos
conteúdos e posteriormente instrumentalizando o aluno para que este
passe de uma visão sincrética a uma visão sintética do fenômeno
abordado.
A escola colabora na transformação da sociedade quando
instrumentaliza o estudante com ferramentas conceituais, lógicas,
matemáticas, científicas, sociais, verbais e simbólicas. Pressupõe que
a tarefa dos educadores será sempre lutar pela escola, democrática,
de qualidade que elimine a seletividade, a discriminação e a exclusão
dos estudantes. Em sintonia com essa tarefa propõe um estudo da
educação (educação para quem? Para quê?); uma análise apurada
dos conteúdos a serem abordados, e um método de ensino que
viabilize a apropriação desse saber imprescindível para a formação de
um coletivo instruído. Conteúdos: culturais, universais, sempre
reavaliados frente à realidade social. Ensino-aprendizagem: Técnicas
de dirigir a pessoa a sua própria experiência, para que ela possa
estruturar-se e agir. Conhecimentos: construído pela experiência
pessoal e subjetiva. Relação professor-aluno: Professor é autoridade
competente que direciona o processo ensino-aprendizagem. Mediador
entre conteúdos e alunos. Metodologia: Contexto cultura; Avaliação: A
experiência só pode ser julgada a partir de critérios internos do
organismo.
A escola tem identidade própria. Essa identidade é constituída
por uma trama de circunstancias em que se cruzam diferentes
fatores. Cada escola tem uma cultura própria permeada por valores
expectativas,
costumes,
tradições,
condições,
historicamente
construídos, por contribuições individuais e coletivas. O trabalho da
equipe escolar com objetivos claros provoca o estudo e a reflexão
sobre problemas reais, organiza o planejamento que dá sentido às
ações cotidianas, reduz a improvisação, e, propicia a construção de
conhecimentos
diferenciados.
Assim,
integração,
cooperação,
valorização e respeito à diversidade e ao desenvolvimento da
autonomia, são pensadas dentro da dinâmica de trabalho de toda a
comunidade escolar.
O que a Escola Pretende do Ponto de Vista Político
Pedagógico
Em toda a história da humanidade, nunca se planejou tanto o
futuro como agora. Existem projetos políticos, profissionais, sociais,
econômicos, culturais e educacionais, entre outros. O projeto serve
para pensar o futuro, aproximar o desejo que se tem daquilo que a
realidade permite, as intenções das ações. Todo o projeto tem uma
intencionalidade e, a escola vive - ou deveria viver em função de um
Projeto Político Pedagógico. Muitos fatores estão em jogo quando, se
projetam ações educativas. Assim sendo, pretendemos promover uma
articulação entre as intenções educativas da escola, os conteúdos a
serem trabalhados, os recursos e os meios de que ela dispõe ou pode
vir a dispor para realizar seus propósitos.
A escola deve ordenar as necessidades individuais do meio
social e ofertar aos alunos experiências que satisfaçam os interesses
dos mesmos e de acordo com as exigências sociais e a realidade
local.
Os
conteúdos
devem
ser
estabelecidos
em
função
de
experiências vivificadas sendo indispensável o bom relacionamento
entre professor e aluno. O professor deve estimular os alunos, pois
aprender é uma atividade de descoberta.
A Pedagogia Progressista não tem como se institucionalizar,
numa sociedade capitalista, por isso se constitui num instrumento de
luta dos professores ao lado de outras práticas.
DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS
Educação Inclusiva
Pensar uma sociedade para todos, na qual se respeite, a
diversidade humana, atendendo às necessidades da maioria e
minoria, é concretizar a realização da sociedade inclusiva, cabendo à
educação, a mediação deste processo.
Apesar de todos os esforços e iniciativas, ainda são inúmeras as
barreiras físicas e sociais que impedem o efetivo processo de
integração e inclusão
de todos os
educandos
no universo
educacional.
A análise retroativa mostra que houve um tempo em que
pessoas portadoras de deficiências eram sacrificadas por não serem
consideradas úteis à sociedade. Gradativamente, a rejeição se
transformou, em compaixão, proteção e filantropia, que felizmente
hoje, vem sendo substituída pela conquista de “dignidade, direito e
cidadania”.
Hoje, vivemos numa cultura que almeja uma ordem social
pautada em valores como a justiça, a igualdade, a equidade e a
participação coletiva na vida pública e política de todos os membros
da sociedade, buscando uma vida digna para todos. Esses valores
estão baseados na Declaração Universal dos Direitos Humanos,
consolidado em 1948 no âmbito das Organizações Unidas, assumidos
pelos países democráticos como referência de ética e de valores
socialmente desejáveis.
Nas últimas décadas, inúmeros outros documentos vêm sendo
elaborados pelo mundo inteiro, na busca de garantir tais direitos e
deveres para grupos ou comunidades específicas, contribuindo para a
construção de uma cultura de direitos.
No
campo
da
Educação,
para
promover
uma
educação
inclusiva, ética e voltada à cidadania deve partir de propostas de
ações educacionais e temáticas significativas, propiciando condições
para desenvolver capacidades dialógicas, tomando consciência de
seus próprios sentimentos e emoções, desenvolvendo a capacidade
autônoma, na
tomada de decisões em situações conflitantes do
ponto de vista ético e moral.
O consenso mundial reflete a configuração de novas linhas de
ações inspiradas nos princípios de integração, aceitação, tolerância,
respeito e no reconhecimento de assegurar “escola para todos”, que
reconheçam e valorizem as diferenças, promovam a aprendizagem e
atendam as necessidades individuais..
Educação Fiscal
O Programa Nacional de Educação Fiscal – PNEF, visa provocar
mudanças culturais na relação entre o Estado e o cidadão e, busca
contribuir para uma sociedade comprometida com as suas garantias
constitucionais.
A Educação Fiscal pode ser entendida como uma nova prática
educacional que tem como objetivo o desenvolvimento de valores e
atitudes, competências e habilidades necessárias ao exercício de
direitos e deveres na relação recíproca entre o cidadão e o Estado.
Fundamentasse na conscientização da sociedade sobre a estrutura e
o funcionamento da Administração Pública; a função socioeconômica
dos tributos; a aplicação dos recursos públicos; as estratégias e os
meios para o exercício do controle democrático.
A sociedade mundial vive um momento de transformações
estruturais: globalização, formação de blocos econômicos e revolução
tecnológica. Diferentes linguagens, compõem o universo cultural das
sociedades
contemporâneas.
As
mudanças
ocorrem
muito
rapidamente. O observar atento à necessidade de democratizar os
recursos linguísticos, como o empenho para que os diferentes grupos
sociais possam deles fazer uso, são ações que contribuem para uma
educação
mais
valorização do
humana
e
homem, da
solidária,
contemplado
reflexões
produção irracional à preservação
ambiental e da convivência pacífica respeitando as diferenças.
A causa principal da crise social se prende a forma como as
sociedades modernas se organizaram no acesso, na produção e na
distribuição de dons da natureza e da cultura. Essa forma é
profundamente desigual.
Os laços de solidariedade e de cooperação são o desempenho
individual e a competitividade, criadores permanentes de apartação
social com muitos excluídos.
A raiz do alarme ecológico reside no tipo de relação que os
humanos, entretiveram com a Terra e seus recursos. Uma relação de
domínio, de não reconhecimento de sua existência e de falta de
cuidado e de respeito necessário.
O projeto da tecnociência, só foi possível porque, implícito, havia
a vontade de poder e de estar sobre a natureza e não junto dela. Este
implica a destruição da aliança de convivência harmônica entre os
seres humanos e a natureza. Entretanto, o referido projeto trouxe
muitas comodidades para a existência humana. Desempenhou uma
função libertadora inestimável. Hoje, a continuação desse tipo de
apropriação
antiecológica, poderá ser desastrosa. Atualmente, para conservar o
patrimônio natural e cultural acumulados, devemos mudar. Se não
mudarmos
de
comportamentos
e
não
reinventarmos
relações
benevolentes com a natureza e de maior colaboração entre os vários
povos,
culturas
e
religiões,
dificilmente
conservaremos
a
sustentabilidade necessária para realizar os projetos humanos,
abertos para o futuro.
Para resolver os problemas globais se faz necessária uma
revolução global. Muitos avalistas propõem a encontrar uma nova
base de mudança, apoiada em algo que fosse realmente comum e
global, de fácil compreensão e viável. Essa base deve ser ética, a
partir da qual se abririam possibilidades de solução e de salvação da
Terra e da humanidade.
A humanidade busca novos paradigmas, é preciso entender a
necessidade de contribuir para a construção de novos espaços de
conhecimento que levem às transformações.
Nossos tempos requerem a formação de cidadãos conscientes e
responsáveis, que seja capaz de modificar a realidade social. Nesse
contexto é imprescindível que o cidadão compreenda, o papel do
Estado,
seu
financiamento
e
sua
função
social,
o
que
lhe
proporcionará, o domínio dos instrumentos de participação popular e
o controle do gasto público. A Educação Fiscal é uma ponte de saber,
uma porta que se abre para construção desse processo.
No
momento em que
o indivíduo passa
a perceber a
importância desse processo para sua vida, opera uma mudança de
comportamento.
Assim o plano de Plano Nacional de Educação Fiscal é
construído pelas mãos de cada um, a partir de sua visão de mundo e
da participação consciente no contexto das relações humanas, sociais
e econômicas, em que cada um é sujeito da sua história e da história
de todos.
Sexualidade Humana
A sexualidade é um fenômeno da existência humana, é parte da
vida de todas as pessoas. Ela é cultural, possui historicidade, envolve
práticas, atitudes, simbolizações, e existe enquanto construção social.
A
sexualidade
tem
dimensões:
políticas,
econômicas,
sociocultural, religiosa, mística e afetiva, além da lógica. O que está
ocorrendo hoje é uma absolutização do sexo e um empobrecimento
da sexualidade, sobretudo em termos de afetividade e ternura. Esta é
a grande virtude a ser cultivada num mundo de violência. A ternura é
a
expressão
de
uma
sexualidade.
Bem
integrada,
em
nível
interpessoal ou social. A violência e a agressividade são sintomas de
que algo não está bem no campo da sexualidade.
Nossa sociedade moderna está enfrentando dificuldades em
encarar a sexualidade, além da dimensão biológica. Isto tem sido um
obstáculo
para
projetos
de
educação
sexual
dentro
de
uma
perspectiva histórica de transformação dos valores e padrões hoje
existentes.
As reflexões sobre sexualidade, devem partir do pressuposto de
que pessoas em desenvolvimento, devem usufruir, de todos os
direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, com todas as
oportunidades para seu desenvolvimento físico, mental, moral,
espiritual e social, em condições de liberdade, de respeito e de
dignidade.
O Brasil reconheceu, em lei, a importância de assegurar como
prioridade para as crianças e adolescentes, a efetuação desses
direitos fundamentais, onde se incluem o direito à vida, à saúde, à
alimentação e à educação.
Além de ser um direito de todos, a educação sexual pode ajudar
os
sujeitos
a
terem
uma
visão
positiva
da
sexualidade,
a
desenvolverem uma comunicação clara nas relações interpessoais, a
elaborarem seus próprios valores a partir de um pensamento crítico,
compreenderem seu comportamento e o de outro e tomarem
decisões responsáveis a respeito de sua vida sexual.
Na história da educação sexual no Brasil, houve momentos em
que ela foi considerada disponível e até condenável. Também
registrou momentos, onde foi considerada necessária. Hoje ao lado de
experiências inovadoras, participativas e bem sucedidas, convivemos
ainda com propostas de se utilizar a educação sexual como veículo
transmissor do controle da
sexualidade, como as defendidas pela
Igreja, que tem se pronunciado contra propostas de educação sexual.
Nossa sociedade moderna está encontrando dificuldade em
encarar a sexualidade, além da dimensão biológica. Isto tem sido um
obstáculo para projetos de
educação
sexual
dentro
de
uma
perspectiva
histórica
de
transformação dos valores e padrões hoje existentes.
As reflexões sobre sexualidade, devem partir do pressuposto de
que pessoas em desenvolvimento, devem usufruir todos os direitos
fundamentais
inerentes
à
pessoa
humana,
com
todas
as
oportunidades para seu desenvolvimento físico, mental, moral,
espiritual e social, em condições de liberdade, de respeito e de
dignidade.
Sabemos que as escolas, os meios de comunicação, a família e
outros agentes sociais tem papel determinante no comportamento
dos jovens. A família, dá as primeiras noções sobre o que é adequado
ou não através de gestos, expressões, recomendações e proibições.
Os meios de comunicação, quando veiculam cenas de conteúdo
erótico, reforçam idéias preconceituosas. Então é a escola que precisa
oferecer um espaço efetivo para que ocorram debates e orientações.
Todos devem ser tratadas
com respeito, justiça e equidade,
sem nenhum tipo de discriminação. Afinal a educação se dá não só
por meio de reflexão crítica em relação ao que acontece no entorno
social, mas também pela convivência no cotidiano da própria escola.
Meio Ambiente
Meio ambiente é o termo que se designa aos elementos
climáticos, geográficos e biológicos de uma região. É um conjunto de
condições existentes, que constitui o local onde a vida pode, ou não,
se desenvolver.
Quando se consideram somente as condições criadas pela
natureza, tem-se o meio físico, ou meio natural. Ele determina um
tipo característico de paisagem, a paisagem natural.
Quando se leva em conta a presença de grupos humanos, com
seu gênero de vida característico, seus costumes, suas instituições,
seu nível de avanço científico e tecnológico, tem-se o meio humano
ou meio social que dá origem a um tipo diferenciado de paisagem, a
paisagem cultural.
O meio ambiente é o resultado das diferentes combinações, em
quantidade e qualidade, dos recursos naturais.
Os seres vivos inclusive os humanos, o mais dependente de
todos, só pode viver e desenvolver-se física, social e intelectualmente
e adquirir cultura, quando esses recursos podem lhe proporcionar a
satisfação de suas necessidades básicas de alimentação e abrigo e
também aquelas que seu desenvolvimento intelectual e cultural
exigem.
Assim,
outros
recursos
naturais
importantes
e
imprescindíveis intervêm: As reservas minerais, líquidas, sólidas e de
gases.
Devemos preservar os ambientes que sirvam de amostragem
do que era a área de paisagem natural, ou que sirvam como fonte de
estudos e pesquisas para a obtenção de dados que ajudem a
sociedade humana. Pois, o ser humano, pessoal e social, é parte e
parcela
do
meio
ambiente,
somos
compostos
pelos
mesmos
elementos e sustentados pelas mesmas energias que compõem e
movem o universo inteiro, somos frutos da evolução do universo, da
terra e da vida. Temos sentimentos, pensamentos e amamos.
Em 1972, na conferência das Nações Unidas para o Meio
Ambiente Humano, estabeleceram-se o “Plano de Ação Mundial” e a
“Declaração sobre o Ambiente Humano”. Foi nessa conferência que se
definiu, a importância da ação educativa nas questões ambientais,
que
gerou
o
primeiro
“Programa
Internacional
da
Educação
Ambiental”.
Em 1987, na conferência Internacional sobre Educação e
Formação Ambiental, realizada em Moscou e convocada pela Unesco,
conclui-se pela necessidade de se introduzir a Educação Ambiental
nos sistemas educativos dos países.
A inserção da Educação Ambiental nos Currículos Escolares foi
estabelecida pela LDB (1996),
No art. 26 § 1º. Os Parâmetros
Curriculares Nacionais (1997), trazem a Educação Ambiental como
um dos
Temas Transversais. No entanto, ofereceram diferentes
entendimentos e a Educação Ambiental acabou sendo desenvolvida,
em sua maioria na forma de projetos pontuais. Com o avanço das
discussões, foi promulgada a Lei Federal 9795/99, para instituir
Política Nacional de Educação Ambiental e sua regulamentação
ocorreu, por meio do decreto 4281/02. Tornar efetiva a Educação
Ambiental em todos os níveis e modalidades se torna ordem, diante
da atual legislação e da necessidade de dar soluções adequadas aos
graves problemas que afetam o Planeta.
São as Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação Ambiental, que
apresentam indicativos para que
as questões ambientais sejam
inseridos no Currículo escolar.
Os educadores, tem a missão de despertar os educandos para
si mesmo,
para sua inserção no meio natural, cultural e global,
assumindo
a
responsabilidade
pelo
destino
comum,
Terra
e
humanidade. É importante estudar juntos, trazer educandos para
dentro da realidade, ver as contradições que fazem pensar apropriarse de novas visões e chegar a um novo estado de consciência e de
práticas concretas diante da realidade.
Segundo Leonardo Boff, nada se muda se não for submetido à
pressão. Por isso, é importante que os meios de comunicação
informem sobre a realidade. Para a educação, é importante dar
caráter de transversabilidade ao discurso ecológico, que deve estar
presente em todas as disciplinas. Todos devem saber em que e como
meu
saber,
minha
disciplina,
contribuem
para
regenerar
os
ecossistemas. Todos precisamos de uma alfabetização ecológica.
Ninguém tem receitas que oferecem soluções. O importante é
assumir o paradigma ecológico, que unifica nossa visão das coisas,
ordena-as numa perspectiva inclusiva, que consiga, reencantar às
pessoas pela valorização da vida.
Educação Do Campo
Entendemos por Educação do Campo o disposto na Resolução
CEB/CNE nº 2, de 28 de abril de 2008:
A
Educação
do
Campo
compreende
a
educação básica em suas etapas de Educação
Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e
Educação Profissional Técnica de nível médio
integrada com o Ensino Médio e destina-se ao
atendimento às populações rurais em suas
mais variadas formas de produção da vida –
agricultores
familiares,
extrativistas,
pescadores artesanais, ribeirinhos, assentados
e acampados da Reforma Agrária, quilombola,
caiçaras e outros.
A Educação do Campo é uma política pública pensada mediante
a ação do governo e sociedade organizada apresenta também como
expressão de uma política nacional, caracterizada do campo o resgate
da divida histórica social, aos sujeitos do campo, uma vez que os
modelos
pedagógicos,
muitas
vezes
ignoram
a
diversidade
sociocultural do povo brasileiro.
No final dos anos de 1990 os movimentos sociais conquistaram
espaço na agenda política e as questões socioculturais são discutidas
e faz-se necessário apontar algumas diretrizes, com caráter de
contribuições, para a educação do campo. Nestas diretrizes estão
incorporadas
demandas
da
sociedades
civil
e
preocupações
governamentais com a educação do campo, além de experiências
expressas em documentos produzidos coletivamente.
As Diretrizes Curriculares da Educação do Campo, tem como
objetivo, contribuir para a gestão e a prática pedagógica nas escolas
do campo e, destina-se a todos os educadores das escolas do campo
e gestores da educação. Ela esta organizada em três subitens:
Histórico da educação do campo; Concepção de educação do campo;
Eixos temáticos e encaminhamentos metodológicos, apresentando
sugestão de conteúdos e alternativas.
A Escola do Campo é pensada a partir das particularidades dos
povos do campo. A sua definição está referendada no parágrafo único
do art.2.º das Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas
Escolas do Campo. É definida pela vinculação às questões inerentes a
sua realidade. Deve corresponder à necessidade da formação integral
dos povos do campo e garantir o acesso a todos os níveis e
modalidades de ensino, de acordo com o artigo 6º. Das referidas
Diretrizes.
Também faz parte dos temas contemporâneos agora incluídos
nos conteúdos a serem ministrados aos alunos atendendo ao desejo
da comunidade escolar de atualização e de aprofundamento de
conceitos formulados em diferentes campos de conhecimento.
O momento atual nos parece propicio para avanços, ao mesmo
tempo em que revela maior complexidade para a atuação dos
movimentos sociais. O desafio que se impõe é o de práxis: avançar na
teoria para poder dar um salto de qualidade na luta política e nas
praticas produzidas até aqui. É preciso significar o nome que criamos,
e constituir teórica e politicamente a nova bandeira. Este desafio nos
exige um permanente retorno a uma questão de origem: o que é
mesmo a Educação do Campo e quais são seus fundamentos
principais?
O desafio teórico atual é o de construir o paradigma da
Educação do Campo; ou, pelo menos, avançar na elaboração de uma
teoria da Educação do Campo: clarear, construir, consolidar e
disseminar nossas concepções, ou seja, os conceitos, o modo de ver,
as idéias que conformam nossa compreensão e tomada de posição
diante da realidade.
A Educação do Campo assume sua particularidade, que é o
vinculo com sujeitos sociais concretos, mas sem se desligar da
universidade: antes (durante e depois)
de tudo ela é educação,
formação de seres humanos. Ou seja, a Educação do campo faz o
diálogo com a teoria pedagógica desde a realidade particular dos
camponeses, ou mais amplamente da classe trabalhadora do campo,
e de suas lutas. E, sobretudo, trata de construir uma educação do
povo do campo e não apenas com ele, nem muito menos por ele.
Pensar a educação desde ou junto com uma concepção de
campo significa assumir uma visão de totalidades dos processos
sociais; significa no campo da política pública, por exemplo, pensar a
relação entre uma política agrária e uma política pública com
educação e saúde, pensadas de formas qualitativas. E na dimensão
da reflexão pedagógica voltando a arte de educar, e os processos de
formação humana, a partir dos parâmetros de um ser humano
concreto e historicamente situado, com uma visão desde a infância
crítica e histórica, desenvolvendo a sua autonomia perante o contexto
social que esta inserido.
A Educação do Campo tem se desenvolvido em muitos lugares
por meio de programas de praticas comunitárias, de experiências
pontuais. Não se trata de desvalorizar ou de ser contra essas
iniciativas porque elas têm sido uma das marcas de resistência. Mas
é preciso ter clareza de que isto não basta. A educação somente se
universaliza quando se torna um sistema, necessariamente público.
Não pode ser apenas soma de projetos e programas. Por isso nossa
luta é no campo das políticas públicas, porque esta é a única maneira,
de universalizar o acesso de todo o povo do campo à educação.
Compreender o lugar da escola na Educação do Campo é ter
claro que o ser humano
precisa
contribuir com a formação dos
novos sujeitos sociais que se constituem no campo hoje. Sendo assim
a escola precisa cumprir com a sua vocação universal de instruir no
processo de humanização, com as tarefas específicas que pode
assumir nesta perspectiva. E ao mesmo tempo, é chamada a estar
atenta à particularidade dos processos sociais do seu tempo histórico
auxiliando
na educação das novas gerações de trabalhadores e de militantes
sociais.
Na Educação do Campo é preciso refletir sobre como se ajuda a
construir desde a infância uma visão de mundo crítica e histórica;
como se aprende e como se ensina nas diferentes fases da vida a
olhar para a realidade enxergando seu movimento, sua historicidade,
e as relações que existem entre uma coisa e outra, tomar posição
diante das questões do seu tempo, resgatando utopias sociais,
educando nos valores humanistas; também como se educa o pensar
por conta própria e o dizer a sua palavra, e como se respeita uma
organização coletiva.
História e Cultura Indígena
Na história oficial do Brasil, os povos indígenas não aparecem
como contribuidores da formação da nação brasileira, isto porque
sempre
foram
considerados
sem
cultura,
sem
civilização,
esquecendo-se de que os primeiros colonizadores aprenderam e
sobreviveram em terras totalmente desconhecida graças a ajuda
deste povo, uma falha na história de nosso povo que aos poucos vai e
deve ser recuperada.
Os povos indígenas buscam ao longo da história sua autonomia,
sendo que isto não significa
que sejam inferiores aos demais
segmentos da sociedade brasileira, embora existam mecanismos e
estruturas que insistem em operar no sentido de manter os povos
indígenas à margem dos processos decisórios do país, o que
infelizmente ocorre, apesar de se estenderem aos índios os direitos e
as garantias fundamentais assegurados a todo brasileiro.
A luta pelo reconhecimento de direitos é incessante e é preciso
implementar, proteger e resguardar as conquistas obtidas. O caminho
ainda não acabou e os passos dados hoje vão ser vistos no futuro.
Quanto aos desafios e às perspectivas para a construção e o exercício
da cidadania indígena, fica claro que é necessário informar a
sociedade em geral sobre a situação dos povos indígenas na
atualidade: quem são, onde vivem, quais os seus valores, seus
direitos e obrigações.
Portanto se faz necessário trabalhar um currículo que inclui o
pluralismo e a diversidade em nosso país, um caminho que aos
poucos vai ganhando corpo e tornando-se realidade em nossas
instituições escolares, visto que ainda hoje existe no Brasil uma ideia
generalizada e errônea de que os povos indígenas não possuem
nenhum tipo de educação.
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana
Na história social brasileira, não se destacam a presença de
africanos e afros descendentes na cultura e na história do Brasil. Esta
ausência se dá devido ao não reconhecimento da contribuição da
África ao conhecimento da humanidade. Deveriam africanos e afros
descendentes, estarem presentes em todos os momentos da história
brasileira dando a sua participação em todos os setores da produção.
Entende-se que a essência do trabalho histórico no Brasil é
negra. Eles constituíram a massa trabalhadora durante a colonização
brasileira, porém, confundimos a figura do escravo, com a do africano
e do negro. Os africanos e afros descendentes foram escravizados e
livres no sistema de produção do escravismo criminoso. Faz-se
necessário, uma ampliação conceitual que explique as inter-relações
entre a cultura e a história social, que leve em conta a base cultural
africana.
O sistema de educação é considerado universal e deveria
transmitir a essência da cultura humana na sua diversidade. No
entanto, funciona, com uma visão eurocêntrica de mundo, marcada
pelos preconceitos e por concepções racistas, anulando as expressões
de africanos e afros descendentes nas culturas ocidentais.
As ideologias da cultura brasileira tendem a colocar os africanos
no campo do exótico ou do precário. Nestas ideologias, os afros
descendentes são representados como espécime em extinção.
1º A presença da cultura e da história, de africanos e afros
descendentes, na educação brasileira, hoje, é devido à compreensão
política dessa importância.
2º A educação transmite a cultura e se reserva o direito de dizer
o que é cultura. Faz a seleção de temas por um critério ideológico e
político e se ampara nas ciências para justificar as escolhas.
A falta de conhecimentos sobre a história e a cultura africana
forma uma barreira intelectual que impede a compreensão completa
da história e da cultura brasileira.
A educação deve revelar as ideias de dominações fundadoras
da realidade brasileira para ocasionar mudanças da estrutura social
dos afro-descendentes, deve combater as desigualdades. Para isso
precisa teorizar e praticar práticas efetivas e específicas que
modifiquem concretamente a situação dos afro-descendentes.
A partir de preocupações de educadores e de movimentos
sociais, comprometidos com a questão racial na
educação,
o
Brasil começa incorporar essas preocupações na política educacional.
Em janeiro de 2003, o Presidente assinou a Lei 10639/03 que tornou
obrigatório
o
ensino
da
história
e
cultura
afro-brasileira
nos
estabelecimentos da Educação Básica no brasil. Em março de 2004, o
conselho Nacional de Educação aprova parecer 03/04 instituindo as
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações
Étnico-raciais
para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e
Africana.
Desta
forma,
as
ações,
tem
sido
direcionadas,
para
a
implementação da Lei 10639/03. No Paraná entre as ações estão:
Grupo de trabalho para o acompanhamento da implantação da lei;
Realização de seminários de formação, a constituição do Fórum
Estadual da Diversidade; encontros de Educadores negros; Aquisição
de livros para as escolas relacionados a temática; Elaboração de
caderno
temático
professores
e
sobre
a
Lei;
Atividades
funcionários
das
escolas
de
formação
públicas;
para
Campanhas
educativas e de valorização das etnias e implementação de políticas
de inclusão social, uma vez que todos devem educar-se enquanto
cidadãos atuantes na sociedade multicultural e pluri-étnica, capazes
de construir uma nação democrática.
Aos
estabelecimentos
de
ensino
está
sendo
atribuída
responsabilidade de acabar com o modo falso de tratar a contribuição
dos africanos e seus descendentes para a construção da nação
brasileira assumir esta responsabilidade é compromisso com o
entorno sociocultural da escola, com a formação de cidadãos
atuantes e democráticos, capazes de compreender as relações sociais
e étnico-raciais que participam. Para isso, faz-se necessário assumir o
desafio e executar propostas educacionais, compatíveis com a
diversidade
local,
valorizando
as
diferenças,
a
criatividade,
a
solidariedade, incentivando a cooperação, proporcionando o respeito
e a preservação de ideias e patrimônio cultural e re elaboração de
novas
práticas
sociais.
Capacitando
a
cada
um
individual
e
coletivamente, proporcionando condições necessárias de progresso e
desenvolvimento.
O Brasil tem uma dívida histórica e cultural com os povos
africanos, como uma imensa familiaridade de gostos, músicas,
comidas e jeito de ser. Da população brasileira, 47% são afrodescendentes, por isso, refazer relações mais solidárias com a África
é nos relacionarmos com nossas raízes e respeitar nossa história.
Violência
A violência, no âmbito das escolas públicas, pode ser entendida
como um processo complexo e desafiador que requer um tratamento
adequado, cuidadoso e fundamentado teoricamente, por meio de
conhecimentos
científicos,
desprovidos
de
preconceitos
e
discriminações.
O tema da violência escolar tem sido uma preocupação de
diversos
segmentos
sociais,
sendo
tratado
em
debates
nas
instituições de Ensino Superior, nos Conselhos de Direitos da Criança
e do Adolescente, Conselhos Tutelares, Ministério Público, Juizados da
Infância e Juventude e nos últimos anos está presente de forma
reincidente na mídia.
A violência é uma ação social e diferenciada histórica e
culturalmente. Sobre esta questão Chauí (1994, p. 336) argumenta
que:
(…) Desde a antiguidade clássica (greco-romana) até nossos
dias, podemos perceber que, em seu centro, encontra-se o problema
da violência e dos meios para evitá-la, diminui-lá, controlá-la. As
diferentes formações sociais e culturais instituíram conjuntos de
valores éticos como padrões de conduta, de relações intersubjetivas
e interpessoais, de comportamentos sociais que pudessem garantir a
integridade física e psíquica de seus membros e a conservação do
grupo social.
Contextualizar as discussões referentes a temática da violência
contra a criança e o adolescente nos remete a uma visão mais
abrangente sobre as diversas formas de violências cometidas contra
a população infanto-juvenil, elaborando políticas que garantam os
direitos e ao mesmo tempo elabore medidas preventivas e de
redução da violência no espaço escolar e também fora dele.
Pensar numa política pública que tenha como objetivo sanar as
causas, os fatores de vulnerabilidade, as modalidades de violência,
bem como o perfil dos autores e vítimas e assim efetuar um
diagnóstico mais preciso das condições reais do enfrentamento à
violência, buscando mobilizar a população sobre a temática, bem
como estruturar e fortalecer as instâncias que implantam e aplicam
estas políticas.
Planejar um trabalho dentro do ambiente escolar voltado ao
resgate de valores que ao longo dos tempos foi se desgastando,
tornando a convivência entre indivíduos um momento de troca de
experiências, onde haja dignidade, vida e liberdade entre os seres
humanos e assim promover uma grande ação educadora de
conscientização a todos, sobretudo as novas gerações.
Drogas
A prevenção ao uso indevido de drogas, no âmbito das escolas
públicas estaduais, pode ser entendida como um processo complexo
e desafiador que requer um tratamento adequado, cuidadoso e
fundamentado teoricamente, por meio de conhecimentos científicos
desprovidos de preconceitos e discriminações.
Embora muitos sejam os estudos e intervenções realizadas e
que apontam para a necessidade de políticas públicas, o fenômeno do
uso indevido de drogas ainda se depara com barreiras tais, como os
interesses econômicos envolvidos na produção e venda de drogas
(lícitas e ilícitas), a multiplicidade de perspectivas que norteia a todos
(pesquisadores, leigos, políticos, religiosos, etc) em suas ações e, por
fim, a falta de recursos (humanos e materiais) adequados para o seu
tratamento.
O aumento crescente do uso de substancias psicoativas e os
elevados custos sociais decorrentes deste consumo vem exigindo que
avancemos na discussão das políticas públicas tanto direcionadas à
redução da oferta quanto à redução da demanda e a adoção de
medidas mais eficazes sob o ponto de vista da saúde pública.
A formulação de uma política pública é resultado de um longo e
emaranhado processo que envolve interesses divergentes, confrontos
e negociações entre várias instâncias. Envolve assim relações e
mobilizações estabelecidas por diferentes atores (que representam
interesses antagônicos), pelas instituições que podem facilitar ou
impedir o acesso dos autores aos espaços decisórios; pelo processo
de decisão, no qual se estabelecem coalizões e escolhas, também
pelos produtos da política resultante. Uma política pública, via de
regra, é mais que decisão e requer diversas ações estrategicamente
selecionadas para implementar as decisões tomadas.
Assim, é preciso incutir autonomia nos jovens estudantes de
escolas públicas, onde passem a ter argumentos para dizerem não às
drogas, construindo um quadro ético que se baseia na intolerância
quanto à pluralidade das opções e visões e fundamentar um trabalho
voltado a prevenção e orientação quanto ao uso indevido e suas
consequências à saúde humana.
A participação política da sociedade civil emerge como ponto
central no interior de superação desse quadro. Diante disso, é de
fundamental importância o entendimento profundo desta temática
das drogas por parte dos professores e seus alunos. Isto permitirá
uma atuação docente criativa, crítica e cada vez mais politizada.
Matriz Curricular
É a representação gráfica do currículo definido pela escola,
onde são estabelecidas as áreas ou disciplinas da Base Nacional
Comum e Parte Diversificada com suas respectivas cargas horárias,
cursos, turnos, séries ou ciclos. A Matriz
Curricular
integra o PPP
sendo utilizada como instrumento gerencial para o sistema e dela
decorre o registro da vida escolar do aluno. Nas Escolas Estadual São
Luiz- EF, 90% da carga horária é composta por disciplinas da BNC, e
os 10%
restantes por disciplinas da PD. A carga horária total do
Ensino Fundamental deve, obrigatoriamente, ser de 3200 horas.
Marco Operacional
Redimensionamento da Organização do Trabalho Pedagógico
A preocupação com ampliação do tempo de ensino obrigatório,
no Brasil é decorrente das transformações sociais, econômicas e
políticas.
A LDB nº 9394/96, embora mantivesse a obrigatoriedade de
oito anos de escolarização pensava na possibilidade de ampliação
progressiva do Ensino Fundamental com nove anos de duração,
através da inclusão das crianças aos seis anos de idade.
Em 2005 foi promulgada a primeira lei especifica do Ensino
Fundamental de nove anos, a lei nº 11,114/05, que altera o artigo 6º
da LDB, tornando obrigatória a matrícula da criança aos seis anos de
idade no Ensino Fundamental e a lei nº 11.274/06 trata da duração do
Ensino Fundamental, ampliando-o para nove anos, com matrícula
obrigatória aos seis.
Diante
da
responsabilidade
de
elaborar
normas
para
a
implantação do ensino fundamental de nove anos no Estado do
Paraná, o conselho Estadual de Educação expediu a deliberação nº
03/06, promulgada em 05/07/2006. E deliberações complementares,
nº05/06, a 02/07 e a 03/07 que normatizam o processo de
implantação.
O Ensino Fundamental de nove anos configura-se como a
efetivação de um direito, especialmente às crianças que não tiveram
acesso anterior às instituições educacionais. Para tanto é necessário
um trabalho de qualidade no interior da escola, que propicie a
aquisição do conhecimento, respeitando a especificidade da infância
nos aspectos físicos, psicológicos, intelectuais, sociais e cognitivos.
Segundo André (in Veiga, 1998) “ Conhecer a escola mais de
perto significa colocar uma lente de aumento na dinâmica das
relações e interações que constituem seu dia-a-dia, aprendendo as
forças que a impulsionam ou que a retem, identificando as estruturas
de poder e os modos de organização do trabalho escolar, analisando
a dinâmica
de cada sujeito nesse contexto interacional”. Em uma
organização, não basta cada indivíduo
estabelecer suas próprias
metas: as metas individuais devem estar alinhadas com as metas da
organização e com os resultados esperados por ela.
O que é
fundamental no redimensionamento do trabalho pedagógico é que,
todos entendam para onde estão indo e o que
se espera que
alcancem. As pessoas devem entender o que se espera delas e então
dizer como irão atingir este resultado esperado.
Gestão Democrática
Os valores
éticos e morais são formados e transmitidos
socialmente, isto é, pela convivência são desenvolvidos na família, na
escola, no trabalho. Observa-se que disciplinas que ensinam coisas
como direitos e deveres do cidadão, leis, Constituição...etc. Tem
efeito quase
nulo sobre o comportamento dos
alunos. Em
contrapartida há evidencias de que os valores se aprendem na escola
pelo que ela é, pelo que ela pratica no seu funcionamento diário. “A
ESCOLA ENSINA PELO EXEMPLO, NÃO PELO DISCURSO”.
Assim,
além de promover a melhoria das condições de funcionamento da
escola, através da participação e comprometimento dos diversos
segmentos da comunidade escolar, a gestão participativa, fornece um
exemplo determinante para assimilação, por parte dos alunos do que
é ser um cidadão socialmente responsável.
Quando se fala em democracia, logo nos vem a mente
os
princípios que a regem, ou seja, LIBERDADE, IGUALDADE E JUSTIÇA
SOCIAL.
A Gestão democrática é regida pela Constituição Federal, no
ART: 206, e na LDB pelo art: 30, que defende a participação de todos
os profissionais de educação na elaboração da proposta pedagógica,
como a participação das comunidades escolar e local em conselhos
escolares e equivalentes.
A relação entre as pessoas é uma relação horizontal, uma
relação entre iguais. Dessa forma, não se deve negar ao outro, senão
estará negando a si próprio. Deve se reconhecer os direitos dos
outros, pois assim os seus também serão reconhecidos.
Gestão democrática é o processo político através do qual as
pessoas na escola discutem, deliberam e planejam, solucionam
problemas e os encaminham, acompanham, controlam e avaliam as
ações voltadas ao desenvolvimento da própria escola. Este processo,
sustentado no diálogo e na alteridade, tem como base à participação
efetiva de todos os segmentos da comunidade escolar, o respeito a
normas coletivamente construídas para os processos de tomada de
decisões e a garantia de amplo acesso às informações aos sujeitos da
escola.
A equipe pedagógica é dirigente na medida em que é
responsável por articular o conjunto dos envolvidos diretamente na
atividade a fim da escola, no planejamento das ações que levem a
realização da função da escola. Os envolvidos na educação devem
articular o trabalho coletivo em função da sua especialidade, qual
seja o método, a organização do conhecimento em forma do saber
escolar didaticamente orientado à construção do conhecimento para
o aluno.
Este trabalho só se realiza de forma plena se a articulação
entre equipe pedagógica, coordenação política e administrativa da
escola for construída em sentido democrático, pois junto com a
democratização da economia e política, a democratização da
educação e da escola, através da universalização, da gratuidade e da
permanência é uma exigência para emancipação de todos os
indivíduos envolvidos na sociedade. Neste sentido a participação de
toda a comunidade: estudantes, pais, funcionários, professoras,
pedagogos e direção da escola, não é uma concessão, mas uma
prática que expressa princípios, que influenciam na qualidade da
educação e estão vinculados a um projeto coletivo por uma sociedade
não excludente.
A democratização da gestão do sistema educativo e da escola é
um principio articulado ao caráter público desta atividade, que deve
ser
mantida
pelo
Estado
e
que
este
também,
precisa
ser
democratizado. Isso implica na democratização da educação ocorrida,
na
última
década
e
na
efetivação
de
mecanismos
de
acompanhamento, controle e definição das políticas educacionais,
bem como da organização do trabalho educativo na escola com
participação de todos e todas.
A gestão democrática é uma prática cotidiana que contém o
princípio da reflexão, da compreensão e da transformação que
envolve, necessariamente, a formulação de um projeto políticopedagógico libertador.
A superação da cultura de gestão autoritária, só vai acontecer
com o debate e a construção coletiva. Com a participação de toda a
comunidade escolar via Conselhos Escolares, Conselho de Classe,
APMF, Grêmios Estudantis, reuniões pedagógicas que aprofundem a
construção acerca da escola que queremos e de como construí-la.
Refletindo e buscando as soluções em conjunto, com consensos
possíveis e trabalhando com os dissensos como algo saudável na
formação de sujeitos democráticos.
a) Papel Específico de Cada Segmento da Comunidade
Escolar
•
Equipe de Direção
À equipe de direção cabe a gestão dos serviços escolares, no
sentido de garantir o alcance dos objetivos educacionais do
estabelecimento de ensino.
A gestão da escola deve ser entendida como o processo que rege
o
seu
funcionamento,
compreendendo
a
tomada
de
decisão,
planejamento, execução, acompanhamento e avaliação do Projeto
Político Pedagógico, com base na legislação em
O papel de um gestor é fazer com que sua organização, produza
os resultados esperados, através do melhor uso possível dos recursos
existentes e do desenvolvimento de soluções criativas e eficazes para
a superação de desafios e alcance dos objetivos delineados no plano
de Ação do estabelecimento.
Para desempenhar adequadamente sua função o gestor escolar
deve desenvolver algumas competências como:
-
visão sistêmica; foco nos resultados; planejamento; análise e
acompanhamento de resultados; liderança; articulação e
organização de processos de trabalho.
•
Equipe Pedagógica
É o conjunto de pessoas que se envolvem com a condução da
ação pedagógica da escola.
O envolvimento coletivo é determinante na medida em que a
ação educativa é muito mais o efeito do ambiente todo das escolas.
Portanto, para ter sucesso, a ação pedagógica deve ser abrangente e
coerente.
As principais responsabilidades da equipe pedagógica são:
-
Coordenar os esforços que levam, através de um processo
participativo à elaboração de uma proposta pedagógica
consistente, relevante e inspiradora.
-
Contagiar toda a comunidade escolar com o espírito e
objetivos do PPP.
-
Articular-se com professores, funcionários e pais a fim de
receber os primeiros sinais de dificuldades por parte dos
alunos;
-
Avaliar constantemente o grau de motivação dos integrantes
da comunidade escolar;
-
Acompanhar o aproveitamento do tempo pedagógico efetivo
trabalhado com os alunos;
-
Verificar a essencialidade dos conteúdos que estão sendo
ministrados;
-
Desencadear ações com o intuito de evitar a repetência,
evasão...
•
Agentes Educacionais
a) Secretaria:
É o setor que tem a seu encargo todo o serviço de escrituração
escolar e correspondência do estabelecimento.
Manter organizado o protocolo, o arquivo escolar, coletânea de
leis,
regulamentos,
diretrizes,
ordens
de
serviço,
circulares,
resoluções, instruções... e do sistema SERE, além de assessorar a
direção no que lhe compete.
b) Serviços Gerais:
Tem a seu encargo o serviço de manutenção, preservação,
limpeza do estabelecimento e arredores. Auxiliar na distribuição da
merenda e colaborar com o bom andamento do recreio escolar.
E a merendeira cabe cuidar da higiene em geral da cozinha e
depósito de merenda; preparar e servir a merenda controlando-a
qualitativa e quantitativamente.
•
Corpo Docente
O professor desempenha uma função central para a organização
das atividades de aprendizagem, além de lecionar matérias. Deve ter
uma capacidade de empatia para saber o que o aluno sente, deve
animá-lo a trabalhar, ajudá-lo a superar os obstáculos.
O professor desempenha duas funções fundamentais: É uma
modelo de medida em que mostra como se deve pensar, impõe sua
autoridade que tem de ser conquistada, e é um animador social, na
medida em que se cria as situações de aprendizagem e faz com que
se desenvolvam de maneira adequada; Além é claro de cumprir seu
horário, manter os registros nos livros de chamada e ponto sempre
em dia, participar das reuniões pedagógicas e cursos ofertados.
b) Relação entre Aspectos Pedagógico e Administrativos
O resultado esperado da educação, quando ela é de qualidade, é o
desenvolvimento do aluno de tornar-se cada vez mais aquilo que ele
potencialmente pode vir a ser, na sua integralidade. Isso implica em
uma educação que se preocupa continuamente em dar oportunidade
para que todos frequentem a escola e que tenham uma educação que
nunca perca de vista que o sentido de todo o esforço pedagógico é o
de propiciar aos alunos melhores chances de êxito na vida.
c) O Papel das Instâncias Colegiadas
•
APMF (Associação de Pais, Mestres e Funcionários
Associação civil, entidade jurídica de direito privado, vinculada
à
escola.
Funciona
como
órgão
de
representação
dos
pais,
professores e funcionários na gestão da escola em prol da qual
trabalha sem fins lucrativos. É regida por um Estatuto próprio.
A APMF pode contribuir de maneira fundamental para a
melhoria da qualidade de ensino através da democratização das
discussões e decisões e do apoio efetivo às ações da escola.
•
Conselho Escolar
De acordo com a Deliberação 016/99 do CEE, o Conselho
Escolar é um
órgão colegiado de natureza consultiva, deliberativa e
fiscal. É regido por Estatuto próprio, no qual são definidos seus
objetivos, natureza, mecanismos e procedimentos que regulam seu
funcionamento.
A atuação do Conselho Escolar deve contribuir com o trabalho
do gestor escolar, legitimando suas decisões, colaborando na
execução de algumas ações e monitorando os resultados.
•
Conselho de Classe
O conselho de classe se divide em três partes: pré conselho –
análise do processo pedagógico e coleta de informações; conselho –
com participação de forma direta,efetiva e interdisciplinar, analisando
dados levantados no
1º momento, planejando
e o compromisso
coletivo das ações na serem praticadas; e pós conselho – retorno em
sala de aula, dos resultados do conselho.
Reunião pedagógica para a avaliação dos resultados de
aprendizagem e de questões de ordem disciplinar. Instância máxima
e soberana de decisão sobre promoção ou retenção de alunos
(cabendo recursos).
O mais importante em relação aos Conselhos de Classe é que
são momentos de avaliação coletiva e reflexão dos resultados que a
escola vem alcançando com os alunos e Não de julgamento destes;
devem mobilizar toda a comunidade escolar no sentido de definir
também as ações para a melhoria dos resultados; devem acontecer
com maior frequência possível e previstos em calendário (a maioria
das escolas opta por 4 conselhos –um por bimestre). É também, nos
Conselhos de Classe que acontecem as intervenções pedagógicas,
das quais os professores podem se utilizar para a melhoria de sua
prática cotidiana.
•
Grêmio Estudantil
Organização estudantil criada em 1985, pela Lei 7398/85,
instituída para promover uma educação política, social... para além da
sala de aula. É regido por Estatuto próprio, aprovado em assembleia,
sendo um órgão independente da direção da escola.
O grêmio é uma organização, onde se cultiva o interesse dos
alunos; onde os mesmos, tem possibilidade de democratizar decisões
e formar o sentimento de responsabilidade. É o reflexo dos alunos e
serve como elo de ligação entre a direção e a equipe técnica
da
escola com o intuito de (re)pensar e (re)fazer o saber escolar.
Recursos que a Escola Dispõe para Realizar seu Projeto
Além dos recursos humanos: alunos, professores, funcionários,
comunidade escolar...a escola conta com recursos financeiros como:
PDDE, FUNDO ROTATIVO e promoções internas realizadas através da
APMF e Grêmio Estudantil. Conta também com recursos não
monetários como: FNDE, PNAE, Amigos da Escola e Prefeitura
Municipal. Há também a SUDE que cuida da gerência dos recursos
físicos (instalações e equipamentos) da escola.
Critérios para Elaboração do Calendário Escolar / Horários
Letivos e Não Letivos
É o instrumento que marca o ritmo das atividades da escola,
definindo as datas dos principais eventos que ocorrerão no ano letivo
vigente.
O calendário escolar deve prever um mínimo de 200 dias letivos
no ano, com um mínimo de 800 h de atividades que envolvam
professores e alunos.
Recebemos da SEED sugestão de calendário, cabendo a escola
adaptá-lo e
optarem pelas datas de atividades baseadas nas suas
peculiaridades.
Critérios para Organização e Utilização dos Espaços
Educativos
Na nossa realidade de Núcleo de Ensino não dispomos de
muitos critérios. Todas as salas e ambientes escolares são comuns ao
Município e ao Estado nos turnos de funcionamento. Utilizamos os
espaços físicos, dentro e fora do prédio, da melhor forma possível
Critérios para Organização de Turmas e Distribuição por
Professor em Razão de sua Especificidade
A organização das turmas permanece sempre a mesma em
virtude do transporte escolar, adequação idade/série; o que pode
ocorrer é a troca das salas (quando há disponibilidade para isso).
Os critérios para a distribuição por professor em razão de sua
especificidade são os emitidos pela SEED e SAE através de
Resoluções, Deliberações e Instruções.
Diretrizes para a Avaliação do Desempenho do Pessoal
Docente e não Docente, do Currículo, das Atividades Extra
Curriculares e do PPP
As diretrizes que temos para a avaliação são as que emanam da
SEED – Avaliação Institucional, cremos que de grande valia por ser
ampla e ao mesmo tempo bem abrangente, democrática e por fim,
mais esclarecedora; favorecendo a construção da realidade escolar
que queremos. Utilizamos também, avaliação feita pela comunidade
local,
através
de
reuniões,
questionários,
quadros
avaliativos/descritivos.
Intenção de Acompanhamento aos Egressos
“Estudos têm demonstrado que a evasão escolar pode ocorrer
por diversos motivos e dentre eles estão as repetências constantes, a
necessidade do trabalho infantil para compor a renda familiar, a
pobreza e a falta de comida em casa, a longa distância entre a escola
e a casa, a falta de transporte, a falta de uniforme e material escolar,
que dificultam a ida à escola todos os dias, além de motivos de ordem
mais social, como o abuso sexual, dentro e fora de casa, ou até
mesmo
na
escola;
exploração
sexual,
a
violência
física
e/ou
psicológica com a criança ou entre seus familiares, o abuso físico e/ou
psicológico na escola e/ou em casa, a não valorização do ensino por
parte dos adultos, o casamento e/ou gravidez precoce, o uso e tráfico
de drogas, a falta da segurança na localidade ou próximo à escola,
brigas de gangues e dificuldades no acompanhamento dos conteúdos
curriculares”.(FICA, 2005).
A permanência e o crescimento dos alunos não dependem
somente da escola, mas envolvem ações dos governos: federal,
estadual e municipal, da família e da comunidade onde vivem esses
alunos. É um direito garantido por Lei: (Constituição Federal – Artigos
205,206 e 208; LDB – Artigos 5º, 12,13 e 24; ECA – Artigos 53, 54, 55,
56 e 57).
O FICA, implantado no Paraná, é um dos instrumentos colocados
à disposição da escola e sociedade. Seu processo de funcionamento
tem início na escola, mais precisamente em sala de aula, podendo
chegar até o Poder Judiciário.
Os Tipos de Avaliação Encontrados no Contexto Escolar
-
Avaliação Institucional: avalia a escola como um todo;
-
Avaliação Pedagógica: é realizada com os alunos. Determina
a aprovação ou não;
-
Avaliação do Rendimento Escolar: compara o desempenho
dos alunos com parâmetros previamente estabelecidos.
-
Avaliação Externa: realizada por agentes externos à escola.
Ex: Boletim da Escola;
-
Avaliação Interna: é aquela realizada dentro da escola. Ex:
professor avalia aluno, diretor avalia professor...;
-
Autoavaliação: quando avaliamos nosso próprio trabalho;
quando a escola se avalia como instituição. A grande
utilidade da autoavaliação é a reflexão que ela induz. NÃO
EXISTE BOA GESTÃO SEM BOA AVALIAÇÃO.
Práticas Avaliativas
A avaliação é contínua, cumulativa e processual devendo refletir o
desenvolvimento global do aluno e considerar as características
individuais deste no conjunto dos componentes curriculares cursados,
com preponderância dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos.
A avaliação é realizada em função dos conteúdos, É essencial
estabelecer a relação entre os conteúdos que se pretendem ensinar,
o abjetivo para este ensino, a forma de sistematização destes
conteúdos
para
então,
estabelecer
critérios
e
instrumentos
diversificados, claros, específicos e coerentes com as concepções e
finalidades educativas.
Os critérios subsidiarão a valorização em forma de pesos a partir da
intenção que se tinha em trabalhar um determinado conteúdo.
A avaliação da aprendizagem terá os registros de notas
expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez, vírgula zero).
É vedado submeter o aluno a uma única oportunidade e a um
único instrumento de avaliação.
Apresentação de alguns instrumentos de avaliação que podem
ser utilizados:
•
Atividade de Leitura – verificando a compreensão dos conteúdos
abordados em aula, analisando o conhecimento prévio do aluno;
•
Pesquisa Bibliográfica – proporcionando ao aluno o contato com o
que já foi escrito ou pensado sobre o tema;
•
Produção de Texto – construídos nas etapas de planejar, escrever
e revisar;
•
Palestra / Apresentação Oral -
Compreensão, Argumentação,
organização e exposição de ideias;
•
Atividades experimentais – Espaço para criar hipóteses, levando
em consideração as dúvidas, o erro, o acaso e a intuição;
•
Pesquisa de Campo – Auxiliando na busca de novas alternativas
para o processo ensino aprendizagem;
•
Relatório
–
Possibilitando
a
reconstruindo o conhecimento;
reflexão
sobre
o
realizado,
•
Laboratório – Realizando experimentos;
•
Seminário – discussão rica de ideias;
•
Debate -
Tornando capaz de avaliar os argumentos, expondo e
ouvindo ideias;
•
Atividades com textos Literários – Enriquecendo os conteúdos;
•
Atividades a partir de Recursos Audiovisuais – Trabalhando com
filmes, documentários, músicas, teatro e outros;
•
Trabalho em Grupo – Desenvolvendo dinâmicas, proporcionando
experiências que facilitam a aprendizagem;
•
Questões Discursivas – Possibilitando verificar a qualidade da
interação do aluno com o conteúdo, o processo de investigação e
reflexão realizado durante a exposição;
•
Questões Objetivas – Fixando conteúdos.
Na promoção ou conclusão dos anos finais do Ensino
Fundamental, a média final mínima exigida é de 6,0 (seis, vírgula
zero), observando a frequência mínima exigida por lei.
No âmbito escolar avaliasse diariamente e de várias formas o
conjunto de ações desenvolvidas na escola. Para tanto dispomos de
um leque de opções avaliativas que nos levam a obter dados
relevantes na buscando a melhoria do ensino, ofertada pela escola.
Conclusão
O Projeto Político Pedagógico formulado com a participação da
comunidade
escolar
visando
atender
ao
Ensino
Fundamental
pressupõe o acesso, a permanência, a escola e aprendizagem de
qualidade para todos.
A função fundamental da educação é criar condições políticopedagógicas para o desenvolvimento do potencial de cada indivíduo e
ajudá-lo a tornar-se um ser completo, em suas dimensões sociais,
afetivas e intelectuais.
Para a escola o Projeto Político Pedagógico é altamente
enriquecedor: mobiliza alunos, professores, a comunidade escolar e a
comunidade onde a mesma está inserida.
Sabe-se que a aprendizagem deve ser vista como um processo
complexo e global, no qual, teoria e prática não se dissociam, mas,
caminham juntas: o conhecimento da realidade e a intervenção na
mesma.
A escola pública se constitui em um campo vasto, plural e
diversificado, marcado por dificuldades, principalmente sociais. No
entanto, ao lado dessa realidade complexa, própria de uma instituição
que reúne diferentes dimensões do campo social, observam-se
práticas, soluções e respostas inesperadas que buscam construir
outra realidade, longe daquelas que reproduzem o fracasso e a
descrença na escola pública.
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Apresentação A crise de paradigmas que atinge a sociedade atual