Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação
IBICT / UFF
Linha de Pesquisa
Representação, Gestão e Tecnologia da Informação
Título
Regimes de informação na Sociedade da
informação: uma contribuição para a
gestão da informação
Aluno
Roberto José Gervásio Unger
Orientadora
Profa. Dra. Isa Maria Freire
Introdução
Nosso esforço teórico gira em torno da
aproximação de macro-conceitos como
sociedade da informação, regimes de
informação, sistemas de recuperação de
informação e linguagens documentárias.
Objetivo geral
Mostrar que, sob a perspectiva dos regimes
de informação, os gestores de informação
dinamizariam de melhor forma seus
sistemas de informação, o que auxiliaria
no atendimento às necessidades
informacionais dos usuários.
Objetivos específicos
- Desenhar um quadro de referência teórico que subsidie o
trabalho do gestor da informação, a partir dos modelos e
práticas identificados e das relações existentes entre os
conceitos de “sociedade da informação”, “regime de
informação”, “sistema de recuperação da informação” e
“linguagem documentária”;
- Descrever os regimes de informação de forma que os
gestores de informação possam reconhecê-los como meio
ambiente onde estão inseridos os sistemas de recuperação
da informação, com suas linguagens documentárias, e os
usuários, com suas necessidades informacionais.
A gênese da Sociedade da informação
1892-1934
Paul Otlet /
La Fontaine
1945
Vannevar
Bush
1948
Norbert
Wiener
1949
Shannon
&
Weaver
1960
McLuhan
1970
Porat,
Bell,
Masuda
1980
Toffler,
Castells,
Kumar
O avanço da tecnologia em função da
organização do conhecimento e sua posterior
utilização para gerar mais conhecimento.
(BUSH, 1945)
continuação
Gênese da Sociedade da Informação
 Potencial de descentralização e desconcentração da
informação (WIENER, 1980);
 A relevância da informação como matéria-prima
(McGARRY, 1984);
 As novas tecnologias – fornecedoras dos meios
para manter ativas as relações entre as instituições
e os agentes sociais (CASTELLS, 1999).
 A SI desenvolve-se no contexto da Industrialização
demonstrando um maior grau de complexidade na
forma do uso e organização da informação. Em
outras palavras, ela descende diretamente do
modelo industrial.
Sociedade da Informação
Na nossa interpretação é um sistema social que
resulta das inovações das tecnologias de
informação e comunicação e que,
concomitantemente, com a relevância do
fenômeno da informação (matéria-prima)
provoca profundas alterações nos diversos
setores da Sociedade, muito embora, sua
importância e influência seja desigual no que
diz respeito aos diferentes estratos sociais e
regiões geográficas.
[Como se trata de uma commodity, a informação
tem diferente valor no cenário mundial].
Regimes de informação
Modos de produção* informacional dominantes numa formação
social ou qualquer sistema estável ou rede nos quais os fluxos
informacionais transitam por determinados canais (**) - de
específicos produtores, via estruturas organizacionais
específicas, para consumidores ou usuários específicos.
(FROHMANN, 1999; GONZALEZ DE GOMEZ, 2002)
(*) Conceito da economia marxista cuja definição confunde-se com a estrutura
econômica da sociedade englobando produção, distribuição, circulação e
consumo. Teoricamente, numa formação social podem estar presentes vários
modos de produção, tendo um como dominante. (ALTHUSSER, 1970?)
(**) Redes de rádio e televisão, distribuidoras de filmes, publicações acadêmicas e
religiosas, bibliotecas, editoras etc.
[Mais um traço característico da industrialização]
[O paradigma é o mesmo – inexiste a evolução do modelo
(KUHN)]
Esquema descritivo do Regime de informação
Meio Ambiente (Regimes de Informação)
Artefatos
Sistemas de informação
[Linguagens documentárias]
Fonte: Adaptação de Streatfield, Wilson e Wersig
Conceitos de Regime de informação
Os regimes de
informação são
constituídos por
políticas originadas
de órgãos privados
ou governamentais.
(GONZALEZ DE
GOMEZ, 2002)
Instrumentos
tecnológicos e
documentos são tipos
específicos de
elementos de um
regime de informação.
(FROHMANN, 1999)
Aspectos de Produção Informacional nos
Regimes de Informação
 Quantificação das atividades de produção e de
distribuição de informação. (MACHLUP, 1962)
 Identificação dos atores e ocupações que
constróem o processo de informação /
conhecimento: [transporters, tranformers,
processors, interpreters, analysers of messages,
original creators] (MACHLUP, 1962)
 Estudo sobre a definição e a medida da
“economia da informação” (PORAT, 1977).
Setores: indústrias de bens/serviços; burocracia
pública; burocracia privada; setor produtivo
público; atividades produtivas privadas,
residências.
Atuam de forma anômica sobre a coletividade
(Neurath).
Sistemas de informação
 SRI-Sistema de Recuperação de Informação
(MOERS, 1951);
 Teoria Geral dos Sistemas (BERTALANFFY,
1968);
 Unidades que coletam, tratam, organizam e
disponibilizam objetos potencialmente
informativos (BUCKLAND, 1991);
 A concomitância do surgimento da visão
sistêmica, com o advento do computador e a
explosão da literatura consolida a expressão
Sistema de Informação (ARAÚJO, 1995);
A sistemática dos sistemas
 Relevância - olhar sistêmico necessário aos
gestores de informação (SARACEVIC, 1970);
 Destaca a informação como meio de ligação na
formação do sistema social (BOULDING,
1974);
 Sistema dinâmico integral - característica
essencial é a interação com o meio ambiente
(AFANASIEV, 1977 citado por ARAÚJO,
1995).
Entropia - medida de desordem (natural e
inevitável)
Informação relevante - homeostase no sistema
Linguagens documentárias
São instrumentos de representação do
conhecimento contido em sistemas de
informação; permitem organizar o
conhecimento acumulado criando caminhos e
pontes; [meta-informação] informação sobre a
informação (FLUSSER, 1963; KRISTEVA,
1969; CHAUNIER, 1971; WANDERLEY, 1973;
DAHLBERG, 1979; GOMES, 1990; CINTRA,
1994; GONZALEZ DE GOMEZ, 1995;
TÁLAMO, 1997; BAITELLO, 1998;
CAMPOS, 2001; LARA, 2004)
São o produto mais genuíno da recuperação da
informação.
Uma versão da história das LDs
 1851 - Joseph Henry - Smithsonian Institute
necessidade de mecanismos de controle;
 1892 – 1934 - Paul Otlet;
 1945 - Vannevar Bush – memex & explosão da
informação;
 1949 - Shannon & Weaver - URSS (VINITI) Teoria matemática da informação - corrida
espacial;
 1963 - EUA (Relatório Weinberg) - selecionar,
criticar e sintetizar a informação.
Marco empírico
Uma abordagem do problema
 Responsabilidade social da CI:
“facilitar a comunicação do conhecimento
[representado pela informação]”, (WERSIG,
NEVELLING, 1975 citados por Freire, 1991).
Os gestores da informação deveriam considerar
os regimes de informação em que seus sistemas
de informação estão inseridos e, nessa
perspectiva, idealizarem um quadro de
trabalho com o propósito de atender às
demandas informacionais de seus usuários.
Desenho de um Sistema de informação na
Sociedade da informação
Sociedade da Informação - o sistema de
informação é ferramenta que o ser humano tem
para interagir com o exterior (ambiente).
Necessidades informacionais - são tão ou mais
fortes que as necessidades fisiológicas
(FOSKETT, 1972; ARAÚJO, 1974; LE
CODIAC, 1996; FIGUEIREDO, 1996).
Ideal - atender as necessidades informacionais
transformando o conhecimento contido em seu
interior em tecnologias sociais.
Sobre o regime na Sociedade da
informação
A Sociedade da informação pode ser entendida
como aquela em que o Regime de informação
caracteriza e condiciona todos os outros
regimes sociais, econômicos, culturais, da
comunidade e do Estado (GONZALEZ DE
GOMEZ, 1999).
Papel dos gestores na Sociedade da
Informação
Gestão da informação - conjunto de processos
que englobam atividades de planejamento,
organização, direção, distribuição e controle de
recursos de qualquer natureza, visando a
racionalização e à efetividade de determinado
sistema (IBICT citado por Marchiori, 2002).
Uma formação profissional em gestão da
informação, sob o enfoque da Ciência da
informação, volta-se para o contexto social
onde há fornecimento e demandas de
informação.
Pesquisa exploratória
A amostra não-probabilística intencional
(MARCONI, LAKATOS, 2002) foi utilizada,
tendo em vista, o tipo do trabalho proposto,
pois é tida como um tipo especial de amostra
que pode ser retirada de um universo mediante
processo seletivo deliberado, ou seja, as
unidades que comporão o corpo amostral são
escolhidas intencionalmente pelo pesquisador.
A escolha pode obedecer o critério de ser a mais
acessível ou por ser a mais fácil de ser avaliada.
(GRESSLER, 2003)
Procedimentos metodológicos
Amostra:
 Sistema de bibliotecas de IES privadas e
públicas (*)
 Biblioteca Pública do Estado do Rio de Janeiro
 Biblioteca Euclides da Cunha (FBN)
 Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas
(Política de inclusão digital)
Coleta de dados:
Questionário
(*) UFF, UFRJ, UFRRJ, PUC-RJ, UNIVERSO,
UNIVERCIDADE, UVA, UCAM.
Resultados da pesquisa
 Automação dos processos;
 Serviços automatizados para usuários;
 Indexação realizada com LDs;
 Serviço de resumos dos documentos;
 Acesso ao Portal CAPES;
 Endereço na web (Conectividade);
 Vantagens e desvantagens das TICs.
Contraponto
Relato da Coordenadora Geral do Sistema
Nacional de Bibliotecas Públicas
Quadro das reflexões
- Indicadores da Sociedade da informação:
 Impacto da utilização das TICs no cotidiano;
 Princípio da conectividade (PCs);
 Telecentros
(Espaço social com computadores conectados à
Internet, para uso público, livre e gratuito);
 Sistema de informação - conectividade para
acessar o excesso de informação
 Fraco desempenho das bibliotecas públicas falta de vinculação das unidades de informação
aos interesses comunitários.
Considerações finais
 Tecnologia - forte influência nas estruturas
sociais (COLE, 1955) - Instrumento (artefatos)
para atender ao excesso de informação;
 Parâmetros para os indicadores da Sociedade
da informação;
 As TICs como forma de suporte às
necessidades econômicas, sociais, culturais,
políticas, educacionais e informacionais da
Sociedade.
 Forte dimensão social e humana da Ciência da
informação está acima e além da tecnologia
(SARACEVIC, 1992);
continuação
Considerações Finais
 Regimes de informação - alternativa para que
gestores de informação adeqüem seus sistemas
de informação para melhor atenderem às
demandas informacionais.
“Você só entende o mundo se entender a
sua aldeia”
(GORKI)
Obrigado!