INSUMO PRODUTO: UMA ANÁLISE DA AGRICULTURA DO
PARANÁ
INPUT SHEET: AN ANALYSIS OF AGRICULTURE PARANÁ
JackellineFavro, UEL, [email protected]
Ana Maria Caravieri Machado, UEL, [email protected]
Umberto Antonio Sesso Filho, UEL,[email protected]
Carlos Eduardo Caldarelli, UEL, [email protected]
Paulo Rogério Alves Brene, UENP, [email protected]
5. Agricultura e agronegócio paranaense
Resumo
Este artigo tem por objetivo verificar por meio da análise de insumo-produto o impacto da
agricultura paranaense na economia da região Sul e no Restante do Brasil. Para isso,
utilizou-se o sistema inter-regional de insumo-produto composto pelas seguintes regiões:
Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Restante do Brasil, para o ano de 2004. Foram
calculados a partir desta matriz os índices de ligações de Rasmussen-Hirschman e os
multiplicadores de produção e emprego. Como resultados, o multiplicador de emprego
mostrou que a agricultura do Paraná gera mais empregos na agricultura da região Sul do
que no Restante do Brasil. Em relação ao multiplicador de produção, observa-se que o setor
Agricultura, silvicultura, exploração florestal, encontra-se em 43º no ranking da economia do
Paraná. Já pela ótica dos índices de ligações de Rasmussen-Hirschman, os resultados
apresentaram que no Paraná o setor da Agricultura, silvicultura, exploração florestal é
considerado setor chave, com índice de ligação para frente superior a 1 onde caracterizouse como um setor que possui grande poder de alavancagem na economia.
Palavras-chave: Agricultura. Insumo-Produto. Multiplicadores.
Abstract
This article aims to verify through analysis of the input-output impact of agriculture in the
southern Paraná region's economy and the Rest of Brazil. For this, we used the inter regional input-output system consists of the following regions: Paraná , Santa Catarina , Rio
Grande do Sul and Rest of Brazil for the year 2004 the rates of bonds were calculated from
this matrix Rasmussen - Hirschman and multipliers of output and employment . As a result ,
the employment multiplier showed that agriculture in Paraná generates more jobs in
agriculture in the southern region than in the Rest of Brazil . Regarding the multiplier output,
it is observed that the sector Agriculture, forestry exploitation , lying 43rd in the ranking of the
Paraná economy. Have the optical indices links Rasmussen - Hirschman , the results
showed that in Paraná sector Agriculture , forestry , logging is considered a key sector with
link to higher index compared to 1 which was characterized as a sector that has great power
of leverage in the economy.
Keywords: Agriculture. Input-Output. Multipliers.
1.Introdução
As mesorregiões do Brasil e os estados que as compõem, apresentam diferenças
significativas em sua estrutura produtiva. As diferenças dos sistemas econômicos
determinam os fluxos de bens e serviços inter-regionais e intra-regionais, fazendo com que
variações da produção de determinado setor em dada região tenham impacto em todo o
sistema indiretamente, o chamado efeito multiplicador de produção. Desta forma, torna-se
importante conhecer os efeitos locais e fora da região de origem de variações na produção
dos setores em estudo (SESSO FILHO et al, 2007).
O setor da agricultura, que obteve uma participação média de 16% do PIB no
período de 2007 a 2011, pode ser considerado como um setor estratégico para a economia
brasileira. Nesse sentido, é de significativa relevância verificar os efeitos que este setor gera
nos demais setores da economia. Segundo Figueiredo (2003), o setor da agrícola pode
gerar um efeito benéfico sobre o resto da economia ao ser estimulado, ou seja, ele propaga
efeitos indutores positivos para os demais setores. Ao priorizar as atividades no setor como
alavancagem do crescimento econômico, um país estará fazendo uma opção por um grau
mais elevado de eficiência na alocação de seus recursos, principalmente no caso daquele
que ainda não atingiu os padrões de desenvolvimento considerados satisfatórios.
Considerando a importância da agricultura para o crescimento da economia brasileira
e verificando a participação da produção de grãos no estado do Paraná, que de acordo
Ipardes (2014), em 2004 obteve uma participação de 6,31% do PIB nacional, este trabalho
propõe uma análise dos encadeamentos do setor da agricultura do Paraná, bem como
mensura os impactos deste setor nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e
restante do Brasil verificando os efeitos dos multiplicadores de produção e emprego e o
índice de ligações de Rasmussen-Hirschman por meio da matriz de insumo produto de
2004.
O presente trabalho está dividido em cinco seções incluindo esta introdução. A
segunda secção descreve a importância da agricultura para a região Sul, com enfoque para
o estado do Paraná. Na terceira seção apresenta-se a metodologia. A quarta seção
apresenta os resultados da pesquisa e na quinta e última seção serão apresentadas as
principais conclusões obtidas no decorrer da análise.
2. Importância da Agricultura para a região Sul
Indicadores econômicos como o PIB e PIB per capita permitem visualizar como as
regiões estão inseridas no cenário econômico nacional possibilitando perceber a dimensão
das principais características de cada região. De acordo com a Tabela 1, verifica-se que a
região sul do Brasil no ano de 2004, obteve uma participação significativa do PIB nacional,
pois no ano em análise esta região apresentou o 2º maior PIB entre as regiões.
Tabela 1 - Produto Interno Bruto a preços correntes e Produto Interno Bruto per capita
segundo as Grandes Regiões, 2004. (Em milhões de reais)
Regiões
Norte
Nordeste
Centro-Oeste
Sudeste
Sul
Paraná
Santa Catarina
Rio Grande do Sul
Brasil
Fonte: IBGE (2014).
PIB a preço corrente (R$ milhão)
96 012 341
247 042 512
176 811 355
1 083 974 746
337 657 404
122 433 731
77 392 991
137 830 682
1 941 498 358
PIB per capita (R$)
6 680
4 899
13 846
14 009
12 677
12 080
13 403
12 850
10 692
A agricultura apresenta significativa importância para a economia brasileira, visto
que, atualmente o país se destaca como um dos maiores produtores mundiais de grãos. De
forma específica, analisando a Tabela 1, observa-se que no concerne ao PIB da região Sul
o estado do Rio Grande do Sul apresentou a maior participação em 2004, seguidos do
Paraná e por último Santa Catarina. Já, por um prisma mais amplo, a região Sul destaca-se
na produção agrícola, como pode ser observado na Tabela 2, onde são apresentados o
valor da produção das lavouras permanente e temporárias das regiões do Brasil no ano de
2004. Observa-se que esta região correspondeu com 31% do valor da produção nacional,
onde evidenciou-se o cultivo das lavouras temporárias.
Tabela 2 – Valor da Produção nas Mesorregiões do Brasil, 2004 (em milhões de reais)
Regiões
Norte
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
Brasil
Fonte: IBGE (2014).
Lavoura Permanente
1.147.568
4.260.389
12.656.619
2.758.648
419.857
21.243.083
Lavoura Temporária
2.955.185
11.090.543
18.764.522
31.685.858
25.486.547
89.982.658
Total
4.102.753
15.350.932
31.421.141
34.444.506
25.906.404
111.225.741
Percentual
3,7
13,8
28,2
31,0
23,3
100
A Tabela 3 apresenta o valor da produção agrícola nos estados da região Sul.
Observa-se que o Paraná corresponde a 45% da produção desta região, tendo como
enfoque a produção de lavouras temporária. De acordo com o Ipardes (2014), o Paraná é o
maior produtor nacional de grãos, com uma pauta de produtos diversificados. Para o
Ipardes, a utilização de uma tecnologia avançada no setor agrícola possibilita ao estado se
destacar em termos de produtividade. A soja, o milho, o trigo, o feijão e a cana-de-açúcar
sobressaem na estrutura produtiva da agricultura local, observando-se, em paralelo, forte
avanço de outras atividades como a produção de frutas.
Tabela 3 - Valor da Produção dos estados da região Sul do Brasil, 2004 (em milhões de
reais)
Regiões
Paraná
Rio Grande do Sul
Santa Catarina
Sul
Fonte: IBGE (2014).
Lavoura Permanente
816.987
1.425.263
516.399
2.758.648
Lavoura Temporária
14.824.193
12.838.256
4.023.414
31.685.858
Total
15.641.180
14.263.519
4.539.813
34.444.506
Percentual
45,41
41,41
13,18
100
Em relação aos principais produtos agrícolas produzidos no Paraná, no ano de 2004,
a Tabela 4 exibe a quantidade produzida de milho, soja, cana-de-açúcar, feijão e trigo e,
pode-se constatar que no ano em analise o Paraná apresentou significativa importância na
produção de milho e trigo, tornando-se o maior produtor nacional destes produtos.
Tabela 4- Quantidade produzida dos principais produtos agrícolas no Paraná em 2004
Produtos
Milho
Soja
Cana-de-açúcar
Feijão
Trigo
Fonte: IBGE, (2014).
Paraná (Toneladas)
Brasil (Toneladas)
10.934.582
10.219.005
32.642.730
666.089
3.051.013
41.787.558
49.549.941
415.205.835
2.967.007
5.818.846
Participação
Paraná/Brasil %
26
21
8
22
52
Mesmo demonstrando a importância da atividade agrícola do Estado do Paraná, a
partir dos valores e respectivas participações no PIB (regional ou nacional), é necessário
observar essa relação de outra forma. Ou seja, para tanto este artigo aplicará a análise de
insumo-produto para demonstrar os impactos da agricultura do estado do Paraná, no
tocante aos multiplicadores, assim com, sua influência na economia da região Sul e no
restante do Brasil. Para tanto, na próxima seção será apresentada a metodologia de
estimação de matrizes de insumo-produto inter-regionais e os respectivos indicadores
econômicos.
3. Metodologia
Segundo Rocha (1997), a matriz insumo-produto tem por objetivo analisar os fluxos
de bens e serviços na economia bem como os aspectos básicos do processo de produção –
estrutura de produção e de insumos das atividades, assim como geração primária da renda.
O elemento básico da análise do processo de produção é o estabelecimento, classificado
em função de sua produção principal. A análise de insumo-produto é frequentemente
utilizada para se estudar as interdependências ou interações entre setores da economia de
uma região ou país. O grau de interdependência pode ser avaliado por meio de medidas
conhecidas como coeficientes de requerimento intersetorial. Esses coeficientes permitem
avaliar, por exemplo, os impactos que mudanças na demanda final que um setor exerce
sobre os demais setores da economia (MILLER E BLAIR, 2009). Existem várias extensões
da análise de insumo-produto, dentre as quais, de particular relevância para este trabalho, o
estudo das interações setoriais entre diversas regiões. Por exemplo, podem ser avaliados os
impactos de mudanças na demanda final de um setor sobre todos os setores da mesma
região e das demais regiões consideradas.
3.1 Matriz de Insumo-Produto inter-regional
O modelo inter-regional de insumo-produto, também chamado de “modelo Isard”,
devido à aplicação de Isard (1951), requer uma grande massa de dados, reais ou
estimados, principalmente quanto às informações sobre fluxos intersetoriais e interregionais. O Quadro 1 apresenta de uma forma esquemática as relações dentro de um
sistema de insumo-produto inter-regional. Complementando o sistema regional, no sistema
inter-regional, há uma troca de relações entre as regiões, exportações e importações, que
são expressas através do fluxo de bens que se destinam tanto ao consumo intermediário
como à demanda final.
Quadro 1 - Relações de Insumo-Produto num sistema inter-regional
Setores - Região L
Setores - Região M
L
M
Produção
SetoresRegião
Insumos Intermediários
Insumos Intermediários DF
DF
Total
L
LL
LM
LM
L
SetoresRegião
Insumos Intermediários Insumos Intermediários
ML
M
LL
MM
Importação
Resto Importação
Resto
Mundo (M)
Mundo (M)
Impostos Ind. Liq. (IIL)
Impostos Ind. Liq. (IIL)
Valor Adicionado
Valor Adicionado
Produção
DF
DF
Total
ML
MM
M
M
M
M
IIL
IIL
IIL
Produção Total Região Produção Total Região
L
M
Fonte: Adaptado de Moretto, (2000).
De forma sintética, pode-se apresentar o modelo, a partir do exemplo hipotético dos
fluxos inter-setoriais e inter-regionais de bens para as regiões L e M, com 2 setores, como
se segue:
ZijLL - fluxo monetário do setor i para o setor j da região L,
Z ijML - fluxo monetário do setor i da região M, para o setor j da região L.
Pode-se montar a matriz:
 Z LL Z LM 
Z ML Z MM 
Z= 
(1.1)
onde,
Z LL e Z MM , representam matrizes dos fluxos monetários intra-regionais, e
Z LM e Z ML , representam matrizes dos fluxos monetários inter-regionais
Considerando a equação de Leontief, (1951) e (1986)
X i = z i1 + z i 2 + ... + z ii + ... + z in + Yi
(1.2)
onde, X i indica o total da produção do setor i, z in o fluxo monetário do setor i para o
setor n, e Yi é demanda final por produtos do setor i.
É possível aplicá-la conforme,
X 1L = z 11LL + z 12LL + z 11LM + z 12LM + Y 1 L
onde
X1L
(1.3)
é o total do bem 1 produzido na região L.
Considerando os coeficientes de insumo regional para L e M, tem-se:
Os coeficientes intra-regionais:
LL
ij
a
=
z ijLL
L
j
X
⇒ zijLL = aijLL . X Lj
(1.4)
onde, pode-se definir os a ijLL como coeficientes técnicos de produção, e que
representam quanto, o setor j da região L, compra do setor i da região L
a
MM
ij
=
z ijMM
X
M
j
⇒ z ijMM = aijMM . X Mj
onde, pode-se definir os
(1.5)
a ijMM como coeficientes técnicos de produção, que
representam a quantidade que o setor j da região M compra do setor i da região M. E, por
último, os coeficientes inter-regionais:
a
ML
ij
=
z ijML
X jL
⇒ z ijML = aijML . . X jL
(1.6)
Podendo-se definir os a ijML. como coeficientes técnicos de produção que representam
quanto o setor j da região L compra do setor i da região M e
a
LM
ij
=
zijLM
X jM
LM
onde os aij
⇒ zijLM = aijLM..X Lj
(1.7)
correspondem aos coeficientes técnicos de produção que representam a
quantidade que o setor j da região M compra do setor i da região L.
Estes coeficientes podem ser substituídos em (1.3), obtendo:
X1L = a11LL X1L + a12LL X2L + a11LM X1M + a12LM X2M + Y1L
(1.8)
As produções para os demais setores são obtidas de forma similar.
Isolando,
Y1L e colocando em evidência, X 1L , tem-se:
(1− a11LL )X 1L − a12LL X 2L − a11LM
X M − a LM X M = Y L
1
12
2
1
(1.9)
As demais demandas finais podem ser obtidas similarmente.
Portanto, de acordo com
( )
A LL = Z LL X$ L
−1
, constrói-se a matriz A LL , para os 2 setores,
LL
onde A representa a matriz de coeficientes técnicos inter-regionais de produção.
LM
MM
ML
Saliente-se que esta mesma formulação valeria para A , A , A .
Define-se agora as seguintes matrizes:
 A LL M A LM 
A= L L L 
 A ML M A MM 
(1.10)
XL
X =L
 X M 
(1.11)
Y L 
Y = L
Y M 
(1.12)
O sistema inter-regional completo de insumo-produto é representado por:
( I − A) X = Y ,
(1.13)
e as matrizes podem ser dispostas da seguinte forma:
 I M 0   A LL M A LM   X L 
K K   L  =
L L L −  K
ML
0
M
I



A
M A MM   X M 
 

Y L 
L
Y M 
(1.14)
Efetuando estas operações, obtém-se os modelos básicos necessários à análise interregional proposta por Isard, isto é:
( I − A LL ) X L − ALM X M = Y M
− AML X L + ( I − AMM ) X M = Y M
(1.15)
Resultando no sistema de Leontief inter-regional da forma:
X = ( I − A) Y
−1
(1.16)
O modelo acima é apenas uma descrição teórica do modelo inter-regional. Para a
construção do sistema aqui proposto, será necessária a utilização de várias técnicas de
construção de um sistema inter-regional a partir de um conjunto limitado de informações,
visto que não existe disponível a totalidade dos dados necessários para a construção do
sistema acima elaborado.
3.2 Multiplicadores
A partir dos coeficientes diretos e da matriz inversa de Leontief, é possível estimar,
para cada setor da economia, o quanto é gerado direta e indiretamente de emprego,
importações, impostos, salários, valor adicionado, etc. para cada unidade monetária
produzida para a demanda final. Ou seja:
n
GVj = ∑bij vi
i =1
(2.1)
Onde:
GVj
é o impacto total, direto e indireto, sobre a variável em questão;
bij
é o ij-ésimo elemento da matriz inversa de Leontief e
vi
é o coeficiente direto da variável em questão.
A divisão dos geradores pelo respectivo coeficiente direto gera os multiplicadores,
que indicam quanto é gerado, direta e indiretamente, de emprego, importações, impostos,
ou qualquer outra variável para cada unidade diretamente gerada desses itens. Por
exemplo, o multiplicador de empregos indica a quantidade de empregos criados, direta e
indiretamente, para cada emprego direto criado. O multiplicador do i-ésimo setor seria dado
então por:
(2.2)
Onde
MVi
representaria o multiplicador da variável em questão e as outras variáveis
são definidas conforme feito anteriormente. Por sua vez, o multiplicador de produção que
indica o quanto se produz para cada unidade monetária gasta no consumo final é definido
como:
n
MPj = ∑bij
i =1
Onde
MPj
(2.3)
é o multiplicador de produção do j-ésimo setor e as outras variáveis são
definidas segundo o expresso anteriormente. Destaca-se que, quando o efeito de
multiplicação se restringe somente à demanda de insumos intermediários, estes
multiplicadores são chamados de multiplicadores do tipo I. Porém, quando a demanda das
famílias é endogenizada no sistema, levando-se em consideração o efeito induzido, estes
multiplicadores recebem a denominação de multiplicadores do tipo II. Por fim, os
multiplicadores incorporam os efeitos diretos e indiretos para medir os impactos na
economia causados por um choque de demanda. Não é como o índice de ligação, uma
fotografia. Constitui-se num instrumento de estimação dos efeitos causados por uma
mudança das variáveis.
3.3 Os índices de Rasmussen/Hirschman
A partir do modelo básico de Leontief, definido acima, e seguindo-se Rasmussen (1956) e
Hirschman (1958), consegue-se determinar quais seriam os setores com o maior poder de
encadeamento dentro da economia, ou seja, pode-se calcular tanto os índices de ligações
para trás, que forneceriam quanto tal setor demandaria dos outros, quanto os de ligações
para frente, que nos dariam a quantidade de produtos demandada de outros setores da
economia pelo setor em questão. Deste modo, definindo-se b i j como sendo um elemento da
matriz inversa de Leontief B, B* como sendo a média de todos os elementos de
B; e
como sendo respectivamente a soma de uma coluna e de uma linha típica de
B* j , B i*
B, tem-se,
então, que os índices seriam os seguintes:
Índices de ligações para trás (poder da dispersão):
.
U j = B* j / n / B*
(3.1)
Índices de ligações para frente (sensibilidade da dispersão):
.
U i = B i* / n B *
(3.2)
Valores maiores que 1 para os índices acima relacionam-se a setores acima da
média, e, portanto, setores chave para o crescimento da economia. Uma das críticas sobre
estes índices é a de que eles não levam em consideração os diferentes níveis de produção
em cada setor da economia, o que é considerado quando se trabalha com o Índice Puro de
Ligações Interindustriais.
3.4 Base de Dados
A matriz inter-regional Sul-restante do Brasil utilizada neste estudo, está dividida em
55 setores e foi estimada com base na metodologia descrita em Guilhoto e Sesso Filho
(2005b), a partir da matriz insumo-produto do Brasil estimado para o ano de 2004 por
Guilhoto e Sesso Filho (2005a). Os dados para a estimativa das matrizes foram das contas
nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2001).
4 Análise de Resultados
Utilizando-se os dados de emprego divulgado nas contas nacionais do Brasil,
estimaram-se os multiplicadores de empregos diretos, indiretos e induzidos para o aumento
de R$ 1 milhão na demanda final. De acordo com a Tabela 5, verificou-se que a agricultura
do Paraná gerou 127 empregos no ano de 2004, sendo que 69 encontram-se na agricultura
do Paraná e 5 em outros setores da economia paranaense. Com relação ao estado de
Santa Catarina, a agricultura do Paraná gera 1 emprego na agricultura de Santa Catarina e
3 nos outros setores. No Rio Grande do Sul a agricultura do Paraná gera 1 emprego na
agricultura do Rio Grande do Sul e 4 empregos nos demais setores.
Tabela 5 – Gerador de emprego da agricultura nos outros setores da economia do Paraná e
os efeitos inter-regionais para o aumento de um milhão de reais na demanda final no ano de
2004.
Setores
Agricultura,
silvicultura,
exploração florestal
Outros Setores
Total
Paraná
Santa
Catarina
Rio Grande
do Sul
Resto do
Brasil
Total
69
1
1
9
80
5
2
4
36
47
74
3
5
45
127
Fonte: Estimado pelos autores.
Na forma de transbordamento, no restante do Brasil, a agricultura do Paraná, gera 9
empregos no setor da agricultura e 36 empregos nos demais setores da economia. Com
isso, pode-se constatar que a agricultura do Paraná gera mais empregos na agricultura da
região Sul do que no Restante do Brasil. Já, com relação aos outros setores da economia,
verificou-se que a agricultura do Paraná gera mais empregos no Restante do Brasil do que
na região Sul.
Já, no que se refere ao multiplicador de produção, este permite ver o grau de
interdependência entre os setores. A produção oscila de acordo com a estrutura analisada,
a necessidade de novos mercados, a logística, os custos de produção e uma combinação
de fatores que influenciam direta e indiretamente, a diversidade produtiva que se expande
para demais regiões. Um estudo complementar ao multiplicador de produção é o efeito
transbordamento (%) da produção, mostra o quanto da produção fica dentro do município
que a produz e o quanto é transbordado para fora.
A Tabela 6 mostra os efeitos inter-regionais do multiplicador de produção do Paraná
em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Restante do Brasil. Com enfoque no setor
Agricultura, silvicultura e exploração florestal, o aumento da demanda final de um real
causaria um aumento da produção nos setores da economia do Paraná de R$ 1,37, em
Santa Catarina R$ 0,02, no Rio Grande do Sul R$ 0,04 e R$ 0,28 no Restante do Brasil.
Entre todos os setores analisados nesta matriz inter-regional de 55 setores, o setor (1)
encontra-se em 43º no ranking da economia do Paraná. Na Tabela 6 também é possível
observar o efeito transbordamento do multiplicador de produção nas demais regiões, o setor
o qual é objeto de estudo apresentou um efeito transbordamento de 20%, onde conclui-se
que 80% do que é produzido no setor fica no estado do Paraná.
No que tange aos resultados obtidos, os setores com maiores valores de
multiplicador de produção para o estado do Paraná são: (3) Petróleo e gás natural, (6)
Alimentos e Bebidas, (7) Produtos do fumo, (10) Artefatos de couro e calçados, (18)
Produtos farmacêuticos, (20) Perfumaria, higiene e limpeza, (21) Tintas, vernizes, esmaltes
e lacas, (23) Artigos de borracha e plástico, (33) Material eletrônico e equipamentos de
comunicações, (38) Outros equipamentos de transporte. Em Santa Catarina, os setores que
apresentaram os maiores multiplicadores de produção foram: (6) Alimentos e Bebidas, (9)
Artigos do vestuário e acessórios, (11) Produtos de madeira - exclusive móveis, (12)
Celulose e produtos de papel, (29) Máquinas e equipamentos, inclusive manutenção e
reparos, (30) Eletrodomésticos, (35) Automóveis, camionetas e utilitários, (36) Caminhões e
ônibus, (39) Móveis e produtos das indústrias diversas. Por fim, no Rio Grande do Sul os
setores que apresentaram os maiores multiplicadores de produção foram: (6) Alimentos e
Bebidas, (10) Artefatos de couro e calçados, (17) Fabricação de resina e elastômeros, (19)
Defensivos agrícolas, (20) Perfumaria, higiene e limpeza, (22) Produtos e preparados
químicos diversos, (23) Artigos de borracha e plástico, (30) Eletrodomésticos, (35)
Automóveis, camionetas e utilitários e (36) Caminhões e ônibus.
Em relação ao Restante do Brasil, os setores que apresentaram os maiores
multiplicadores de produção foram: (6) Alimentos e Bebidas, (9) Artigos do vestuário e
acessórios, (14) Refino de petróleo e coque, (16) Produtos químicos, (19) Defensivos
agrícolas, (28) Produtos de metal - exclusive máquinas e equipamentos, (29) Máquinas e
equipamentos, inclusive manutenção e reparos, (30) Eletrodomésticos, (35) Automóveis,
camionetas e utilitários e (36) Caminhões e ônibus. A partir da Tabela 6 é possível observar
as porcentagem dos setores. Em destaca, (35) Automóveis, camionetas e utilitários (46,9%),
(36) Caminhões e ônibus (40,8%), (30) Eletrodomésticos (40,5%) e (9) Artigos do vestuário
e acessórios (38,3%), é possível verificar os maiores efeitos transbordamento da produção.
Ainda em relação a Tabela 6, observa-se, contudo, que dentre os dez setores com maior
valor de multiplicador de produção, o setor (6) Alimentos e Bebidas, obteve maiores
multiplicadores nos estados da região Sul e no Restante do Brasil.
Tabela 6 - Multiplicador de Produção dos setores da economia do Estado do Paraná e seus
efeitos inter-regionais no ano de 2004
SETORES
1
Agricultura, silvicultura, exploração florestal
2
Pecuária e pesca
3
Petróleo e gás natural
RB Tota
R
l
PR
SC
RS
1,3
7
1,6
8
1,7
0,0
2
0,0
4
0,0
0,0
0,28 1,70
4
0,0
0,36 2,12
4
0,0 0,14 1,94
Ran
k
43
19
33
%
20,
0
20,
8
8,2
4
Minério de ferro
5
Outros da indústria extrativa
6
Alimentos e Bebidas
7
Produtos do fumo
8
Têxteis
9
Artigos do vestuário e acessórios
1
0
1
1
1
2
1
3
1
4
1
5
1
6
1
7
1
8
1
9
2
0
2
1
2
2
2
3
2
4
2
5
2
6
2
7
2
8
2
9
3
0
3
1
3
2
3
3
3
4
Artefatos de couro e calçados
Produtos de madeira - exclusive móveis
Celulose e produtos de papel
Jornais, revistas, discos
Refino de petróleo e coque
Álcool
Produtos químicos
Fabricação de resina e elastômeros
Produtos farmacêuticos
Defensivos agrícolas
Perfumaria, higiene e limpeza
Tintas, vernizes, esmaltes e lacas
Produtos e preparados químicos diversos
Artigos de borracha e plástico
Cimento
Outros produtos de minerais não-metálicos
Fabricação de aço e derivados
Metalurgia de metais não-ferrosos
Produtos de metal - exclusive máquinas e
equipamentos
Máquinas e equipamentos, inclusive manutenção e
reparos
Eletrodomésticos
Máquinas para
informática
escritório
e
equipamentos
de
Máquinas, aparelhos e materiais elétricos
Material eletrônico e equipamentos de comunicações
Aparelhos/instrumentos médico-hospitalar, medida e
óptico
7
1,5
5
1,5
6
1,7
2
2,0
2
1,6
5
1,2
3
1,9
4
1,4
9
1,4
9
1,5
8
1,6
2
1,4
8
1,5
2
1,6
8
1,7
4
1,6
5
1,6
9
1,7
9
1,5
8
1,6
9
1,3
9
1,6
1
1,6
7
1,6
4
1,2
8
1,4
5
1,2
8
1,6
8
1,5
8
2,0
5
1,3
6
1
0,0
1
0,0
2
0,0
5
0,0
2
0,0
3
0,1
2
0,0
3
0,0
5
0,0
5
0,0
2
0,0
2
0,0
2
0,0
3
0,0
1
0,0
1
0,0
3
0,0
2
0,0
2
0,0
2
0,0
1
0,0
4
0,0
2
0,0
1
0,0
2
0,0
4
0,0
5
0,0
6
0,0
2
0,0
3
0,0
1
0,0
3
1
0,0
1
0,0
1
0,0
7
0,0
3
0,0
5
0,0
4
0,0
7
0,0
6
0,0
6
0,0
5
0,0
2
0,0
2
0,0
6
0,0
7
0,0
2
0,0
9
0,0
7
0,0
7
0,1
2
0,0
9
0,0
3
0,0
3
0,0
2
0,0
2
0,0
6
0,0
5
0,0
9
0,0
2
0,0
5
0,0
2
0,0
4
0,24 1,81
38
0,19 1,78
39
0,58 2,42
3
0,20 2,26
11
0,34 2,07
21
0,61 2,01
29
0,32 2,36
4
0,43 2,02
27
0,46 2,06
23
0,26 1,90
35
0,66 2,32
5
0,44 1,97
32
0,66 2,27
9
0,47 2,25
12
0,15 1,92
34
0,53 2,30
8
0,35 2,12
20
0,43 2,31
7
0,53 2,24
13
0,44 2,24
15
0,39 1,86
36
0,32 1,99
30
0,36 2,05
24
0,34 2,02
26
0,61 1,99
31
0,58 2,13
18
0,72 2,15
17
0,44 2,17
16
0,41 2,06
22
0,23 2,31
6
0,33 1,76
42
14,
4
12,
4
28,
9
11,
1
20,
3
38,
3
17,
8
26,
7
27,
7
17,
4
30,
2
24,
4
33,
0
24,
4
9,4
28,
3
20,
8
22,
5
29,
9
24,
1
24,
7
18,
6
19,
0
18,
8
35,
7
31,
9
40,
5
22,
1
23,
8
11,
3
22,
7
3
Automóveis, camionetas e utilitários
5
3
Caminhões e ônibus
6
3
Peças e acessórios para veículos automotores
7
3
Outros equipamentos de transporte
8
3
Móveis e produtos das indústrias diversas
9
4
Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana
0
4
Construção
1
4
Comércio
2
4
Transporte, armazenagem e correio
3
4
Serviços de informação
4
4
Intermediação financeira e seguros
5
4
Serviços imobiliários e aluguel
6
4
Serviços de manutenção e reparação
7
4
Serviços de alojamento e alimentação
8
4
Serviços prestados às empresas
9
5
Educação mercantil
0
5
Saúde mercantil
1
5
Outros serviços
2
5
Educação pública
3
5
Saúde pública
4
5
Administração pública e seguridade social
5
Fonte: Elaborado pelos autores.
1,3
5
1,4
7
1,5
7
1,9
7
1,3
7
1,3
4
1,4
9
1,2
6
1,5
3
1,5
8
1,5
1
1,0
7
1,2
4
1,5
1
1,4
0
1,4
5
1,5
3
1,3
6
1,2
9
1,4
5
1,4
8
0,1
2
0,1
1
0,0
5
0,0
1
0,0
5
0,0
1
0,0
2
0,0
1
0,0
2
0,0
1
0,0
1
0,0
0
0,0
2
0,0
4
0,0
1
0,0
2
0,0
2
0,0
2
0,0
0
0,0
1
0,0
1
0,1
3
0,1
0
0,0
6
0,0
2
0,0
7
0,0
1
0,0
3
0,0
1
0,0
2
0,0
1
0,0
1
0,0
0
0,0
1
0,0
5
0,0
1
0,0
1
0,0
3
0,0
1
0,0
1
0,0
1
0,0
1
0,94 2,54
1
0,81 2,50
2
0,58 2,27
10
0,25 2,24
14
0,53 2,02
25
0,10 1,46
51
0,23 1,77
41
0,11 1,39
53
0,25 1,82
37
0,08 1,69
44
0,11 1,63
45
0,03 1,11
55
0,14 1,41
52
0,41 2,01
28
0,12 1,55
49
0,15 1,63
46
0,20 1,78
40
0,15 1,54
50
0,05 1,35
54
0,16 1,63
47
0,07 1,56
48
46,
9
40,
8
30,
4
12,
5
32,
2
8,2
15,
8
9,4
15,
9
5,9
8,0
2,7
12,
1
24,
9
9,0
11,
0
14,
0
11,
7
4,4
11,
0
5,8
Por fim, os resultados dos índices de ligações de Rasmussen-Hirschman para frente
e para trás dos 55 setores produtivos da economia do sistema inter-regional para o ano de
2004 são apresentados na Tabela 7. Ao se considerar setores-chave na economia aqueles
que apresentam tanto índices de ligações para trás quanto para frente maior do que um
(MCGILVRAY, 1977), pode-se observar que o setor (1) Agricultura, silvicultura, exploração
florestal, não foi considerado um setor-chave no estado do Paraná. Já os setores, (6)
Alimentos e Bebidas, (12) Celulose e produtos de papel, (14) Refino de petróleo e coque,
(16) Produtos químicos, foram considerados chave na economia do Paraná. Na hipótese de
relaxamento deste critério e seguindo Rasmussen (1956) e Hirschman (1958), para os quais
setores-chave são aqueles que apresentam índices de ligações para frente ou para trás
maiores do que um, tem-se um número maior de setores-chave em todas as regiões do
sistema inter-regional.
Analisando os índices do Paraná, observa-se que com relação aos índices de ligação
para frente, 11 setores apresentaram índices superiores a 1. Estes setores são: (1)
Agricultura, silvicultura, exploração florestal, (6) Alimentos e Bebidas, (12) Celulose e
produtos de papel, (14) Refino de petróleo e coque, (16) Produtos químicos, (40)
Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana, (42) Comércio, (43) Transporte,
armazenagem e correio, (44) Serviços de informação, (45) Intermediação financeira e
seguros e (49) Serviços prestados às empresas. Este resultado demonstra que estes
setores possuem um grande poder de alavancagem para o desenvolvimento econômico.
Com relação aos índices de ligação para trás, o Paraná obteve 32 setores com índices
superiores a 1. Os 10 setores que apresentaram maiores índices foram: (35) Automóveis,
camionetas e utilitários, (36) Caminhões e ônibus, (6) Alimentos e Bebidas, (10) Artefatos de
couro e calçados, (21) Tintas, vernizes, esmaltes e lacas, (14) Refino de petróleo e coque,
(19) Defensivos agrícolas, (37) Peças e acessórios para veículos automotores, (16)
Produtos químicos, (17) Fabricação de resina e elastômeros. Estes setores são
considerados como dependentes do restante da economia.
Tabela 7. Índices de Ligações Rasmussen-Hirschman, para o sistema inter-regional Sul Restante do Brasil, 2004.
SETORES
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
Agricultura, silvicultura, exploração florestal
Pecuária e pesca
Petróleo e gás natural
Minério de ferro
Outros da indústria extrativa
Alimentos e Bebidas
Produtos do fumo
Têxteis
Artigos do vestuário e acessórios
Artefatos de couro e calçados
Produtos de madeira - exclusive móveis
Celulose e produtos de papel
Jornais, revistas, discos
Refino de petróleo e coque
Álcool
Produtos químicos
Fabricação de resina e elastômeros
Produtos farmacêuticos
Defensivos agrícolas
Perfumaria, higiene e limpeza
Tintas, vernizes, esmaltes e lacas
Produtos e preparados químicos diversos
Artigos de borracha e plástico
Cimento
Outros produtos de minerais não-metálicos
Fabricação de aço e derivados
Metalurgia de metais não-ferrosos
TRÁS
0,87
1,08
0,99
0,92
0,91
1,23
1,15
1,05
1,02
1,20
1,03
1,05
0,97
1,18
1,00
1,15
1,14
0,98
1,17
1,08
1,18
1,14
1,14
0,95
1,01
1,05
1,03
PARANÁ
RANK FRENTE
43
1,58
19
0,75
33
0,85
38
0,51
39
0,55
1,31
3
9
0,52
21
0,81
29
0,53
4
0,62
25
0,92
1,11
22
35
0,75
1,70
5
32
0,65
1,70
10
12
0,72
34
0,54
8
0,74
20
0,55
6
0,53
13
0,69
14
0,70
36
0,62
30
0,68
23
0,80
26
0,58
RANK
7
20
15
53
40
10
52
16
48
32
13
11
21
4
31
5
24
44
22
41
49
27
26
33
28
17
39
28 Produtos de metal - exclusive máquinas e equipamentos
29 Máquinas e equipamentos, inclusive manutenção e reparos
30 Eletrodomésticos
31 Máquinas para escritório e equipamentos de informática
32 Máquinas, aparelhos e materiais elétricos
33 Material eletrônico e equipamentos de comunicações
34 Aparelhos/instrumentos médico-hospitalar, medida e óptico
35 Automóveis, camionetas e utilitários
36 Caminhões e ônibus
37 Peças e acessórios para veículos automotores
38 Outros equipamentos de transporte
39 Móveis e produtos das indústrias diversas
40 Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana
41 Construção
42 Comércio
43 Transporte, armazenagem e correio
44 Serviços de informação
45 Intermediação financeira e seguros
46 Serviços imobiliários e aluguel
47 Serviços de manutenção e reparação
48 Serviços de alojamento e alimentação
49 Serviços prestados às empresas
50 Educação mercantil
51 Saúde mercantil
52 Outros serviços
53 Educação pública
54 Saúde pública
55 Administração pública e seguridade social
Fonte: Elaborado pelos autores.
1,01
1,09
1,10
1,10
1,05
1,18
0,89
1,29
1,27
1,15
1,14
1,03
0,74
0,90
0,71
0,93
0,86
0,83
0,56
0,72
1,03
0,79
0,83
0,90
0,78
0,69
0,83
0,79
31
18
16
17
24
7
42
1
2
11
15
27
51
40
53
37
44
45
55
52
28
48
46
41
50
54
47
49
0,98
0,76
0,53
0,54
0,72
0,76
0,55
0,54
0,55
0,92
0,62
0,61
1,75
0,68
2,23
1,90
1,38
1,45
0,73
0,62
0,62
1,66
0,54
0,53
0,66
0,51
0,51
0,61
12
18
50
45
25
19
42
46
43
14
34
37
3
29
1
2
9
8
23
35
36
6
47
51
30
54
55
38
Com isso pode-se concluir, a partir dos índices de Ligação Rasmussen-Hirschman,
tendo apenas como foco o setor 1 (Agricultura, silvicultura, exploração florestal), no estado
do Paraná, se calculado apenas no índice de ligação para frente, este setor é considerado
como um setor base da economia.
5. Conclusões
A partir do estudo do sistema inter-regional Sul-Restante do Brasil para o ano de
2004, estruturado em 55 setores, pôde-se identificar os impactos que a agricultura do
Paraná gerou nos estados da região Sul e no restante do Brasil por meio dos resultados
empíricos obtidos através dos multiplicadores de produção e emprego e pelos índices de
ligações de Rasmussen-Hirschman. Contudo este trabalho contribui com a literatura no
sentido de explicitar o impacto do setor (1) Agricultura, silvicultura, exploração florestal da
economia paranaense na região Sul e restante do Brasil.
Analisando o multiplicador de emprego observou-se que a agricultura paranaense
gera mais empregos na agricultura da região do Sul do que no Restante do Brasil. Já com
relação ao multiplicador de produção o mesmo um valor total de 1,70 ficando em 43º lugar
no ranking.
Conforme a análise desta matriz inter-regional verificou-se no estado do Paraná que
o setor (1) Agricultura, silvicultura, exploração florestal não foi considerado como um setor
que possui índices de ligações para traz maiores que 1. O setor se destacou como um setor
chave apenas se calculado para frente. Este resultado mostra que este setor possui alta
capacidade como ofertante de insumos para os demais setores da economia o que
possibilita um grande poder de alavancagem da economia.
Com isso, é possível concluir que o estado do Paraná e os demais estados da região
Sul merecem atenção especial, no sentido de serem atendidas com políticas voltadas à
melhoria de sua base produtiva, para o alcance do seu desenvolvimento.
Referencias
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In: V ECOPAR, 2007, Curitiba. V Encontro de Economia Paranaense. Curitiba: UFPR, 2007.
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