IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA KANBAN NA PRODUÇÃO PARA MINIMIZAÇÃO
DE CUSTO E MAXIMIZAÇÃO DE LUCROS
Regiane A. Olmedo de Souza
Unisalesiano
[email protected]
Renan Fernandes Nascimento
Unisalesiano
[email protected]
Rozana Quintino Kühll
Unisalesiano
[email protected]
Profª. M Sc Máris de Cássia Ribeiro
Unisalesiano
[email protected]
RESUMO
Para a elaboração deste trabalho foram realizadas pesquisas enfatizando o emprego
do sistema Kanban, que aplicado em conjunto com o sistema Just-in-Time,
possibilitam uma melhor administração dos recursos como matéria-prima, mão-deobra e tempo, oferecendo com isso, recursos financeiros viabilizando o processo. O
Kanban é uma filosofia que visa à perfeição, levando em consideração a
simplicidade, respeito e a dignidade humana. É um método simples, tanto em
funcionamento como em compreensão. Porém para obter de êxito é preciso
implementar as condições necessárias. A utilização deste método colocara em
evidência a maior parte dos problemas da fábrica. Gerir um fluxo de produção pelo
método Kanban exige uma grande fluidez, pois longe de regular as perturbações de
uma fábrica, este método tem maior tendência para ampliar os efeitos dessas
perturbações, de modo contrario aos estoques que os amortecem. Por este fato
deve-se respeitar certo número de condições se, pretende-se que o método
funcione.
Palavras-chave: Técnicas - Produção – Sistema.
INTRODUÇÃO
Neste trabalho, serão apresentadas técnicas de produção Just-in-Time (JIT),
enfatizando a necessidade de complementação desta técnica com a ferramenta
Kanban, com a finalidade de obter resultados realmente superiores, com uso de
conceitos obtidos através da revisão bibliográfica. A implantação do sistema Just-inTime com o auxílio do Kanban na produção é técnica simples que se bem aplicada
tornará o processo de produção viável, eliminando o desperdício de material e
serviços, minimizando custos e maximizando os lucros, disponibilizando com isso
capital de giro maior.
1
KANBAN UM SISTEMA DE ORIGEM JAPONESA
Na visão de Ribeiro (1999), o sucesso na implantação do sistema Kanban na
produção foi resultado obtido através da experiência adquirida através da análise da
produtividade industrial no Japão, onde se pode concluir que o que existe é uma
atitude dirigida para o homem, procurando aprimorar suas habilidades e através
delas partir para programas mais amplos de otimização da produtividade, com o
objetivo de solucionar problemas que levaram as empresas e o País para uma grave
crise no inicio da década de 80.
Já na visão de Moura, Umeda (1984), o segredo está no modelo de cultura
japonesa caracterizado pelo trabalho em equipe, onde não se pode copiar os
japoneses, mas sim usufruir suas técnicas; para Moura, Umeda (1984), Kanban é
mais do que um sistema de controle de produção e estoque é uma filosofia de
administração dedicada à perfeição, simplicidade e respeito à dignidade humana.
1.1
Kanban e Just-in-Time uma união perfeita.
De acordo com Moura, Umeda (1984), O Kanban é uma técnica japonesa de
gestão de materiais e de produção no momento exato (Just-in-Time), que é
controlado através do movimento de cartão (Kanban). A inspiração inicial para o
desenvolvimento do Kanban, segundo seu criador Taiichi Ohno, foi a análise sobre o
sistema de funcionamento dos supermercados americanos. Taiichi Ohno destaca
que do supermercado se pega à idéia de visualizar o processo inicial numa linha de
produção como um tipo de loja. O processo final (cliente) vai até o processo inicial
(supermercado) para adquirir as peças necessárias (gêneros) no momento e na
quantidade que precisa. O processo inicial imediatamente produz a quantidade
recém retirada (abastecimento das prateleiras).
Em sua obra, Martins, Laugeni (2006), dizem que o Kanban preenche
determinadas funções dentro do processo de produção, tais como visibilidade (a
informação e o fluxo de material são combinados e movem-se com seus
componentes), produção (controlando a produção em seus estágios indicando o
tempo, quantidade e tipo de componente a ser produzido). A palavra Kanban, em
japonês, possui vários significados, tais como: cartão, símbolo ou painel. Em linhas
gerais é um sistema de controle da produção cujo objetivo é minimizar os estoques
de material em processo, produzindo em pequenos lotes somente o necessário e no
tempo certo. A implantação do Kanban, a principio, utiliza dois tipos de cartão, o
Kanban de produção e o kanban de movimentação.
Quadro 1: Kankan
F
Fonte: www.isoflex.com.br
Quadro 2: Kankan
Fonte: www.isoflex.com.br
Quadro 3: Kankan
Fonte: www.isoflex.com.br
Quadro 4: Kankan
Fonte: www.isoflex.com.br
Para uma melhor compreensão do sistema Kanban é importante conhecer o
funcionamento do sistema Just-in-Time, que na visão de Slack (1997), significa
produzir bens e serviços exatamente no momento em que são necessários; não
antes para não se transformarem em estoques, e não depois para que seus clientes
não tenham que esperar, além da necessidade que tenham qualidade e eficiência,
ou seja, atender a demanda instantânea com qualidade perfeita e sem desperdício.
O autor Slack (1997), ainda afirma que o Just-in-Time é uma filosofia que é vista
como um sistema total, que visa fornecer diretrizes que incluem todos os
funcionários e processos dentro da organização. Caracteriza-se pela minimização
dos estoques necessários à produção de um extenso leque de produtos, com um
planejamento de produção dinâmico. Da mesma forma, para Moura e Umeda
(1984), Just-in-Time é uma metodologia ideal que poucos processos de produção
literalmente atingem, é um sistema que tem como objetivo melhorar a produtividade
variando os processos de produção para eliminar todas as atividades
desnecessárias, pois todo esforço desperdiçado nunca poderá ser recuperado.
Segundo Martins, Bidin (2006), o sistema Just-in-Time está concentrado no
controle da produção pela utilização do Kanban como ferramenta básica de controle
da mesma, entretanto, o Just-in-Time pode ser aplicado nas áreas de controle de
qualidade, compras, lay-out do processo de fabricação, mão-de-obra multifuncional,
padronização dos processos, manutenção e produção mais linear sem grandes
variações de forma a permitir ganhos efetivos em todos os processos associados à
maior eficiência do processo produtivo, em um sistema o qual é informatizado, a
informação é processada e o resultado é visualizado através de painéis distribuídos
nas várias células de fabricação, possibilitando que a evolução da produção possa
ser acompanhada por todos.
Quadro 5: Kankan
-
Fonte: www.isoflex.com.br
1.2
Princípios, Regras e Vantagens do Sistema Kanban.
Em sua obra Gomes (1991), afirma que para a aplicação conjunta do
Kanban/Just-in-Time alguns princípios devem ser analisados, como por exemplo, o
princípio da eliminação de perdas, onde qualquer coisa, além da quantidade mínima
de equipamentos, espaço, material, mão-de-obra que são absolutamente essenciais
à produção são desperdícios. Principio do momento exato em que apenas a peça
necessária, na quantidade, tempo, qualidade e no lugar necessário. Principio da
qualidade 100%, onde as peça com defeitos não devem prosseguir no processo de
fabricação. Se a produção não é 100% o processo deve parar. Princípio da Poli
valência da mão-de-obra, nunca fabricar peças desnecessárias apenas para utilizar
uma máquina ou mão-de-obra disponível. Deslocar os operários para produzir o que
for necessário e não dispensar a mão-de-obra nas quedas de produção/vendas, e
ou aumento de produtividade. Princípio da Disciplina (postura), onde a disciplina
rígida, porém simples, não há facilidades e exceções. Não existe “quebrar o galho”.
Principio da flexibilidade, onde ocorre flexibilidade da produção para atender as
demandas de qualquer produto, em qualquer quantidade, a qualquer momento.
De acordo com Ribeiro (1999), em todo sistema, para a aplicação do Kanban
existem algumas regras, que embora não seja um sistema rígido, deverá passar por
algumas etapas consideradas fundamentais de como usar um Kanban para cada
embalagem de peça e o kanban estar sempre fixado ao produto físico; somente
podem ser usados contentores padronizados para cada tipo de peça; o processo
subseqüente deve retirar, no processo precedente as peças necessárias, nas
quantidades necessárias no local e tempo necessário; o processo precedente deve
produzir somente as quantidades de peças requisitadas pelo processo subseqüente;
não é permitir transportar ou fabricar, sem um kanban de movimentação ou de
produção; nunca traga ou fabrique mais que a quantidade indicada no Kanban; os
Kanbans devem ser usados na ordem cronológica das entradas; as peças acabadas
devem ser colocadas no lugar indicado com o Kanban; redução drástica da
produção antecipada.
Dentre as vantagens citadas pelo autor Ribeiro (1999), esta a eliminação a
emissão e controle de documentos; gerenciamento não burocrático; motivacional
(atrai a participação da mão-de-obra); envolvimento das pessoas (grupos de
melhorias); mão-de-obra dedicada e compromissada com o processo; valorização
do empregado fazendo com que ele sinta a importância de sua contribuição para o
sucesso do sistema; processos controlados pela produção; redução drástica dos
estoques; redução máxima das perdas (áreas, movimentação de materiais, mão-deobra, espaço de fabricação e almoxarifados); aumento do capital de giro;
cumprimento de 100% do programa (metas atingidas); baixo custo de implantação;
reduz os custos de fabricação.
Figura 01: Contentores
Fonte: http://www.baquelite-liz.pt/pt/cxpagr/contentores/cxstock.html
2
CONCLUSÃO
Uma união perfeita Just-in-Time e Kanban, porém, ainda encontra diversas
barreiras. União que se bem realizada possibilita a expansão para novos horizontes,
em um processo de evolução onde além de redução de custos e aumento dos lucros
enfatiza algo muito maior, que é o ser humano.
Os processos operacionais e burocráticos são reduzidos dinamizando o
trabalho sem prejudicar a qualidade dos produtos e serviços.
“Pode-se notar a evolução cultural ocorrida nos últimos tempos, o que
possibilitou alcançar um nível bom perante as sociedades externas. Hoje se tem
uma visão mais ampla das condições em geral, o que nos dá oportunidade de
evolução, melhor dizendo, deixa de usar os famosos tapa-burros e passa-se a
enxergar o mundo lá fora, bem como a implantar técnicas como o Kanban entre
outras que transformaram nossa maneira de pensar, agir e lucrar”.
3
REFERENCIAS
GOMES, P. F. B, et. al. Produção Calçada e Segurança: Brasan – Comércio de
importação e Exportação Ltda – São Paulo, 1991.
LOPES, C. Modelo para Focalização da Produção com Células de Manufatura Dissertação Submetida à Universidade Federal de Santa Catarina para a Obtenção
do Grau de Mestre em Engenharia. Universidade Federal de Santa Catarina.
Florianópolis, cap. 2. Florianópolis, Junho de 1998. Disponível em:
<http://www.eps.ufsc.br/disserta98/lopes/index.html>. Acesso em: 27 abr. 2007.
MARTINS, P. P. P; BIDIN, A. M; O sistema Just-in-Time: uma visão crítica de sua
implementação. XIII SIMPEP – Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006.
Disponível em: <http://www.simpep.feb.unesp.br/upload/1149.pdf> Acesso em 27
abr. 2007.
MARTINS, G; LAUGENI, F. P. Administração da Produção – 2. ed.rev. aum. E
atual. São Paulo: Saraiva 2006.
MOURA, R. A; UMEDA, A. Administração da Produção – Sistema Kanban de
manufatura Just-in-Time: uma introdução ás técnicas de manufaturas japonesas.
São Paulo: Instituto de Movimentação e Armazéns de Materiais, 1984.
RIBEIRO, P. D. Kanban – resultados de uma implantação bem sucedida. 3. ed. Rio
de Janeiro: COP Editora, 1999.
SLACK, et. al. Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 1997.
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