Os pensadores da Igreja em Portugal na
segunda metade do século XIV
Leonardo Girardi
PIBIC/CNPq
Fátima Regina Fernandes
Introdução/Objetivos: O “Espelho dos Reis”
(1341-1344), de frei Álvaro Pelayo servirá como
nossa fonte no trabalho seguinte, através do qual
buscaremos compreender a teoria política
pelagiana, como ela é embasada através de uma
série de virtudes e exemplos e como dialoga com
o contexto em que se insere: declínio das
prerrogativas de primado pontifício, avanço a
largos passos da centralização do poder régio e,
transição do medievo para a modernidade.
Método: De acordo com nossa proposto,
realizamos uma extensiva análise historiográfica
buscando a clarificação de aspectos teóricos
(como contexto e conceitos) e uma detida análise
de nossa fonte, no sentido de trazer à nossa
discussão
peças
fundamentais
para
o
entendimento da teoria pelagiana: cabe aqui
destacar o “quadro de virtudes” que elaboramos
para sistematizar o pensamento de Álvaro Pelayo
com relação a este elemento específico.
Referências: FERNANDES, Fátima Regina. O
conceito de Império no pensamento político tardomedieval; SOUZA, José Antônio de. As relações de
poder na Idade Média Tardia: Marsílio de Pádua,
Álvaro Pais, e Guilherme de Ockham.
Resultados/Discussão: Primeiramente, foi possível
observarmos a complexidade que permeia o nosso recorte
espaço-temporal: a Península Ibérica do século XIV é tão
rica e viva (no sentido político, intelectual, social,
econômico, dentre outros) quanto qualquer outro espaço da
Cristandade latina – apesar de ser profundamente
negligenciada por boa parte da historiografia especializada,
focada principalmente no eixo franco-inglês. Também
pudemos, a partir da análise detida do “Espelho dos Reis”,
ver o quão importantes foram as discussões acerca do
poder dentro dos reinos peninsulares, destacando-se
principalmente (por conta de nosso recorte) Castela e
Portugal, bem como o quanto estas influiriam mais tarde nos
rumos de ambos, dado que as bases que os sustentarão na
Era Moderna estavam sendo forjadas dentro do contexto em
que Álvaro Pelayo, Afonso IV de Portugal e Afonso XI de
Castela atuaram. De maneira mais ampla, o futuro de toda a
Cristandade estava sendo traçado ali, dando pistas acerca
dos séculos posteriores.
Resultados: Ficou bem clara a inscrição de Álvaro Pelayo
no processo de transformação da Cristandade latina, então,
em pleno desenvolvimento. Sua teoria política, visando a
defesa da autoridade pontifícia, mostra bem a busca do
restabelecimento de prerrogativas já esgotadas e, ao
mesmo tempo, colabora na formação de outras, destacando
a crescente centralização do poder régio.
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