“...Sou parte da sua parte, sou vida da sua vida...”
Um Hino para Belford Roxo
A educação pública municipal belforroxense percorre hoje um caminho que objetiva à qualidade e
excelência no processo de ensino-aprendizagem. Ainda existe um longo percurso, mas estamos em
passos firmes e certos.
Iniciativas como estas enaltecem o que realmente precisa ser visto nos dias atuais: as pessoas,
com seus valores, origens, diversidades e, principalmente sua história.
A história das pessoas em Belford Roxo é rica e se mistura com a da educação, ainda que num
caráter menos formal. A história das famílias, da formação, a cultura, enfim, a vida se faz maior e
com mais sentido quando reparamos as histórias que a compõe como num mosaico.
Nossas escolas e as pessoas que nela convivem: comunidade, professores, alunos e funcionários,
têm um grande tesouro que os faz singulares: suas histórias. Compreendendo-as e conhecendo-as,
compreende-se a história do município, pois ambas se misturam, se completam e multiplicam suas
riquezas.
Espera-se que na crônica que segue, o leitor possa captar um pouco da história, da vida e das
pessoas de Belford Roxo: gente alegre, lutadora e perseverante, que busca uma vida serena e um
mundo melhor.
Boa leitura!
Ronaldo Dias Justino
Secretário de Educação de Belford Roxo
Dos Brejais emerge a Cidade
“...Velho Brejo, Velho Brejo, onde o Sol sempre nasceu sorrindo...”
Útero materno de uma cidade. Ventre que nasce a urbe querida,
Fazenda outrora do açúcar, revelando um doce sabor,
Retrato vivo da memória, da origem da nossa terra.
“...Como invejo a tua gente,
Essa gente tão vivida, tão sofrida e tão valente...”
No passado terra dos jacutingas guerreiros
Hoje terra de uma gente que enobrece os pilares da cidade,
Cidade transformada por um povo
Que mesmo diante das dificuldades, tem esperanças no futuro.
Como invejo esse povo lutador, que foi gerado nessa cidade
Sou de ti apenas um professor, embora adotado,
Que aprende cada dia com teus filhos.
“...Essa gente que progride, que trabalha, que estuda...”
Local da antiga Maria Fumaça que apitava na estação
Que doava seu sangue cristalino para a corte.
Amamentada pelo leite da mulata, que entorna sua água nesse povo,
Povo que trabalha em cada canto, no comércio ou na indústria
Na Baixada ou na metrópole
Povo que estuda e que me ensina, onde sou mestre e aprendiz
Que faz crescer meu Belford Roxo, Oh lugar de gente feliz!
“...Essa gente que decide, o que é bom para o lugar...”
“...Que é calada e não muda, na luta, não se divide...”
Povo que se liberta e se emancipa, e que revela uma grande cidade
No coração da Baixada Fluminense, que bate e faz-me pulsar de alegria
Ao notar um povo consciente, sofrido e tão carente
Que acredita na mudança, que espera e que alcança.
“...Belford Roxo em sua arte, sou parte de tua parte, sou vida da tua vida...”
Nome do engenheiro que traz água, mesmo sendo Belfort e sempre Roxo.
que o chama de Belford, engenheiro Raimundo Teixeira.*
Cidade da arte e da cultura, de tantas misturas de raças e cores
Cidade que revela sua história, para que jamais seja esquecida.
“...A canoa nos baixios,De teus rios de outros cais,
Terra boa de outras eras, Primaveras, Laranjais...”
Local portuário no caminho da corte
Riscado pelas canoas que transportavam a produção da região
Cidade colorida de laranja, cidade da cana, do açúcar.
Dela partem os alimentos que saciam, e os tijolos e as telhas que constroem
Olá, Rio! Eis as nossas olarias!
Do Brejo hoje velho, que emana o progresso.
“...Teu destino, tua história, na memória dos avós
Faz do hino que te oferto, céu aberto sobre nós...”
Brejo que não sai da memória
Terra nascida do seio de tantas famílias
Que jamais poderão ser esquecidas.
“...Faz do hino que te oferto, céu aberto sobre nós...”
Hoje como um humilde aprendiz de poeta
Povo
Quero registrar a história de um gigante
Que não se encontra adormecido, que não quer ser esquecido.
Quero recordar a história de uma terra que foi brejo
Que as vovós contaram para mim
Escrita por um apaixonado por Belford Roxo
E por todos aqueles com sangue, trabalho e suor
Que fizeram nascer do ventre materno da Fazenda do Brejo
Regado pelo líquido nascente que jorra da Bica da Mulata
Sob esse céu aberto, a cidade amada por todos nós...
Rubens de Almeida
Professor da Escola Municipal Profº Edson Santos
(Em destaque, a letra do Hino Municipal, de autoria de Sérgio Fonseca e Dinoel Sampaio).
* O nome do engenheiro é Raimundo Teixeira Belfort Roxo, com “T” mesmo, porém devido a um vício
de linguagem, passa a ser chamado de Belford, com o “D”.
Download

Clique aqui para exibir a crônica