PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO LUIS
CONCURSO PÚBLICO
Edital nº 001/2007, de 21/12/2007.
PARECER
PROTOCOLO:
INSCRIÇÃO:
63088
724274
CANDIDATO:
CAROLINA SILVA DA SILVA
CARGO:
TÉCNICO MUNICIPAL NÍVEL SUPERIOR - ÁREA - FONOAUDIOLOGIA
QUESTÃO:
37
ALEGAÇÃO DO CANDIDATO:
[...]
Pretende-se, por meio deste recurso, impugnar o Gabarito Oficial da questão nº 37, abaixo transcrita, pelos
motivos a seguir relacionados.
[...]
Por tudo exposto, requer, alternativamente, a modificação do gabarito da letra “d” para a letra “e”, ou a anulação
da referida questão com a conseqüente atribuição dos pontos a todos os candidatos.
PARECER DA BANCA:
À análise da questão 37 (Com relação à gagueira é CORRETO afirmar:), as alternativas indicadas pelo Gabarito
Oficial e pelo candidato como a que “mais corretamente dispõe sobre o tema” devem ser analisadas
individualmente:
A alternativa D (Podem coexistir com a gagueira algumas patologias principalmente do âmbito psiquiátrico, como
transtorno depressivo, fobia social, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno bipolar e risco de suicídio)
pode ser considerada correta, pois, ao contrário do que alega o candidato, não se afirma que há uma “relação
direta” entre a gagueira e outras patologias, apenas que elas podem COEXISTIR, isto é, podem acontecer
simultaneamente sem uma relação de causa-efeito ou qualquer relação de dependência, o que o próprio
candidato corrobora, quando em sua alegação/justificativa cita Friedman e Cunha (2001) e pode, ainda, ser
verificado
no
site
da
Associação
Brasileira
de
Gagueira
(ABRAGAGUEIRA
–
www.abragagueira.org.br/gagueira.asp#outras).
A alternativa E (O diagnóstico da gagueira só pode ser dado após os quatro anos de idade. Antes disso, os
sintomas estão sempre relacionados à instabilidade lingüística da criança em desenvolvimento) não pode ser
considerada correta. Mais uma vez, em estudos clássicos, como o de Launay e Borel-Maisonny (1986), colocase que “É por volta dos 3 anos que o início da gagueira é frequentemente encontrado”, mas as mesmas autoras
ainda afirmam que “O fato de se observar que, em quatro quintos dos casos, ocorre o desaparecimento da
gagueira na pequena infância, não deve impedir que se dê a esses casos o nome de gagueira...é preciso
considerar que existe na criança pequena, com uma certa freqüência, uma gagueira quase sempre intermitente,
que desaparece em quatro quintos dos casos e se cronifica em apenas um quinto, quando se torna, então, uma
gagueira verdadeira”. Em estudo recente, Merçon e Nemr (2007) afirmam que “O diagnóstico diferencial precoce
entre gagueira disfluência comum na infância tem sido às vezes difícil em decorrência de fatores
como...coincidência entre a faixa etária em que se observa uma maior incidência de início de gagueira e a época
do ‘apogeu’ da fala disfluente em crianças no período de aquisição da linguagem”, concluindo que “as
manifestações clínicas no início do desenvolvimento de gagueira em crianças pequenas (entre 2 e 6 anos de
idade) se assemelham muitas às manifestações próprias da chamada disfluência comum”. Reforçando o que
afirma o site da ABRAGAGUEIRA, que “As crianças começam a falar por volta de 1 ano; se elas começarem a
falar gaguejando e se o comportamento não desaparecer depois de 6 meses, a gagueira já pode ser
diagnosticada. Portanto, os diagnósticos mais precoces situam-se por volta de 1 ano e meio”, refutando o que se
coloca na segunda parte da alternativa (Antes disso, os sintomas estão sempre relacionados à instabilidade
lingüística da criança em desenvolvimento), o que comprova que afirmações como as dessa alternativa (O
diagnóstico da gagueira só pode ser dado... sintomas sempre relacionados...) são falsas.
Assim, considera-se que a questão apresenta apenas uma alternativa coerente com a teoria disponível para o
tema abordado.
JULGAMENTO:
1 DEFERIDO
1 INDEFERIDO
São Luís, 26 de fevereiro de 2008
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Pela Banca Examinadora
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[...] Pretende-se, por meio deste recurso, impugnar o Gabarito Oficial