A65
ID: 61629442
30-10-2015
Tiragem: 33895
Pág: 11
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 10,37 x 29,97 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Hospitais públicos
atenderam mais
de 17 mil urgências
por dia até Agosto
Saúde
Romana Borja-Santos
Balanço é feito no último
dia de Paulo Macedo
como ministro da Saúde,
antes de passar a pasta a
Fernando Leal da Costa
No último dia de Paulo Macedo como
ministro da Saúde foram publicados
os dados da actividade do Serviço
Nacional de Saúde (SNS) até Agosto.
Nos primeiros oito meses do ano,
em comparação com igual período
de 2014, foram feitas mais consultas
médicas e de enfermagem nos centros de saúde. Também os hospitais
fizeram mais cirurgias e deram mais
consultas. O aumento desta actividade programada não conseguiu, contudo, evitar que o recurso às urgências hospitalares tenha continuado a
subir. No período em análise, o SNS
atendeu mais 5086 urgências do que
no ano anterior, num total de mais de
quatro milhões de episódios.
A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), numa nota
divulgada ontem, salienta que as urgências hospitalares cresceram 1% no
período em análise. “A evolução da
actividade de urgência hospitalar está
muito dependente da sazonalidade e
da severidade dos surtos de doenças
respiratórias infecciosas e ondas de
calor e de frio”, justifica-se.
No entanto, alguns trabalhos têm
alertado que 40% destas urgências
são consideradas desnecessárias e
acontecem por os doentes não encontrarem resposta noutros locais.
Por exemplo, o estudo Desempenho
clínico dos hospitais do SNS em 2008
e 2014, divulgado neste mês pela própria ACSS e feito pela consultora espanhola Iasist, concluía que em sete
anos, apesar do grande aumento das
taxas moderadoras, os atendimentos
em serviços de urgência diminuíram
apenas 0,3% — o que faz com que as
urgências continuem a representar
o dobro das primeiras consultas na
actividade hospitalar.
A ACSS diz, ainda, que o número
de consultas nos cuidados de saúde
primários “mantém a disposição de
crescimento registada ao longo dos
primeiros oito meses do ano”. “Perto
de seis milhões de utentes tiveram
pelo menos uma consulta nos CSP,
representando uma subida de 1,6%,
quando comparado com o período
homólogo de 2014”, lê-se. O balanço destaca que o aumento é também
sentido nas consultas presenciais e
Centros de saúde e hospitais
estão a dar mais consultas
nos domicílios médicos — numa resposta às críticas que têm sido feitas
aos centros de saúde, de estarem a
realizar mais actos sem a presença
do utente, como a mera renovação
de receitas.
Ainda no que diz respeito aos centros de saúde, o documento aponta
para que quase nove milhões de portugueses já tenham médico de família. Foram dadas 14.608.429 consultas médicas presenciais, mais 47.734
do que em igual período de 2014. As
consultas de enfermagem totalizaram 12.962.082, mais 231.053 do que
no período homólogo. O objectivo de
dar um médico de família a todos os
portugueses era uma das promessas
eleitorais de Passos Coelho que ficaram por cumprir nesta legislatura.
Apesar deste aumento, é de recordar que nos primeiros seis meses do
ano as consultas nos centros de saúde estavam em queda em comparação com o período homólogo, pelo
que a recuperação foi feita apenas
em Julho e Agosto. Em todos os casos, os valores estão aquém do que
acontecia em 2011 quando Paulo Macedo chegou ao ministério.
Quanto aos hospitais, a ACSS diz
que cresceram tanto as primeiras
consultas como as subsequentes:
“Nos primeiros oito meses de 2015
realizaram-se mais primeiras consultas externas (2,7%) e mais consultas
subsequentes (1,6%) nos hospitais do
SNS, do que em período idêntico do
ano de 2014.” As cirurgias também
representaram um crescimento de
1,4%, num total de 367 mil intervenções. As cirurgias de ambulatório,
isto é, sem necessidade de internamento, já representam 58,5% do total. O número de altas apresenta uma
tendência de estabilização.
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