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Foto: João Cláudio Couto
No topo do mundo
Há pouco mais de um ano praticando o montanhismo, Antônio
Boulanger, gerente da Divisão Elétrica de Equipamentos Rotativos
(DEER.O) já pretende escalar o K2 no final do ano. Mas, diferente da
montanha mais perigosa do mundo, no Paquistão, esse K2 é uma das
vias clássicas de escalada encontradas no Rio de Janeiro. Ela dá acesso
ao Morro do Corcovado, que, juntamente com o Pão de Açúcar e a
Pedra da Gávea, fazem da cidade “um local privilegiado para escaladas”, segundo Boulanger.
Aos 51 anos, o gerente é apaixonado por atividades ao ar livre, o que
o levou a pesquisar sobre o assunto na internet. Em fevereiro de 2005,
fez um curso no Centro Excursionista Brasileiro e passou a escalar todo
fim de semana. Boulanger já chegou ao topo do Dedo de Deus (RJ), das
Agulhas Negras (RJ) e do Pico da Bandeira (ES). “A sensação quando se
chega ao cume é muito difícil de descrever. A conquista me dá forças para
encarar os desafios do dia-a-dia”, declarou.
O contato com a natureza é o ponto que mais o motiva. Fato
comprovado pelas suas outras paixões, como correr, velejar e o escotismo. Este último é praticado desde os oito anos e até lhe garantiu o título
de cidadão honorário do município do Rio de Janeiro, conferido pela
Câmara de Vereadores, no ano passado. Nascido em Campina Grande,
na Paraíba, Boulanger encontrou no montanhismo a melhor forma de
apreciar as belezas naturais da cidade maravilhosa.
A agilidade para traçar e pintar
com detalhes rostos, plantas, céus e
mares permite que ele conclua um
quadro em menos tempo que outros artistas, assegura o multitalentoso Sandro Valentim Barreto,
que trabalha como vigilante na
Subestação de Campinas.
Natural de Pernambuco, onde morou até completar 29 anos, Valentim
iniciou a pintura aos seis anos, fazendo
um pouco de tudo: flores, naturezamorta, casarios, paisagens, animais e
aves. “Eu consigo desenhar e pintar
até dois quadros de 1.0 m x 1,20 m pela
manhã e outros dois à tarde”.
Valentim, que trabalha em
FURNAS há dois anos e meio, teve
oportunidade de expor, em maio,
para seus colegas, algumas de suas
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obras na cantina da Empresa. “Não
tenho idéia de quantos quadros já
pintei, mas acho que mais de 200”,
conta o artista que também trabalha
com serigrafia, cartazes, faixas, luminosos, telha e grafite.
No caso do grafite, segundo ele, o
segredo está na técnica e na qualidade do carvão para desenhar e dar vida
à obra. “Ao começar uma obra só
paro quando a finalizo por inteiro”. O
trabalho mais desafiador até hoje foi
pintar a Santa Ceia. “Demorei seis
dias para fazer o primeiro quadro por
causa dos detalhes dos rostos e da
mesa. Os outros foram mais fáceis,
precisei apenas de um dia”, lembra o
artista que admira as obras de Leonardo da Vinci.
Valentim explica que adora pintar,
mas não faz disso uma profissão. “Utilizo apenas as horas de folga”. A receita de tanto
sucesso ele revela:
“gosto de pintar, mas para
isso preciso de
concentração,
tenho de estar
no meu ateliê,
sozinho e sem
barulho”.
Foto: Renata Nascimento
O pintor express
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Um toque de solidariedade
Foto: Arquivo pessoal
O trabalho voluntário cresce a cada dia nas empresas.
Ajudar ao próximo é um assunto recorrente nas discussões
sobre responsabilidade social e muitas pessoas estão auxiliando crianças carentes, idosos e portadores de doenças. A secretária Antônia Passos Faria, do Departamento
de Suporte à Administração de Pessoal (DAP.G), reconhece que apesar de constatar um aumento
da solidariedade,
ainda falta muito para se chegar ao ideal.
“Toninha”, como é chamada pelos amigos em
FURNAS, faz trabalho voluntário há 20 anos e nos
últimos dois tem se concentrado no Lar São José, orfanato em São João de Meriti (RJ). A secretária do DAP.G,
mensalmente, sensibiliza os colegas de trabalho e recolhe alimentos, brinquedos e roupas para a instituição,
que abriga cerca de 200 crianças. Já chegou a arrecadar
300 kg de comida em um mês. No Natal, quem quiser
ajudar pode se tornar um padrinho ou madrinha, contribuindo com presentes.
“Meu pai dizia: quem não nasceu para servir, não serve
para viver”. Desde pequena, Antônia sabe a importância
desse tipo de ação, positiva não só para quem recebe,
mas também para quem oferece. “Para mim, é
muito enriquecedor. É o que dá sentido à
minha vida. Farei esse trabalho enquanto estiver com saúde”, declara.
Os interessados em cooperar devem
ligar para o ramal 5584 do Escritório
Central. “Vale a pena experimentar”, aconselha Toninha.
Mônica Anjos do Carmo Nunes,
da Usina de Serra da Mesa (GO),
divide sua função de técnica de
processamento de dados com o dom
da música. Há 14 anos na Empresa,
ela aprendeu a cantar quando ainda era criança e não parou mais.
Seu repertório inclui músicas clássicas (principalmente Bach),
MPB, rock entre outros.
“É muito difícil conciliar as
duas atividades porque, além
de participar do Ministério de
Música da paróquia que freqüento, e do grupo de serenatas para os
casais, também participo do grupo
Ilustração: Alecrim
Amor pelo canto
de pessoas que gostam de música na vila da
cidade de Minaçú (GO) onde moro. Esse grupo
se reúne duas vezes por semana
para o treinamento de técnicas vocais e ensaios”, explicou. Quando era adolescente, foi vocalista de uma
banda participando de alguns shows, geralmente
em bares. Atualmente, o
grupo canta apenas nas missas, serenatas e casamentos. “Já gravamos um
CD com as canções que cantamos nestas
pequenas apresentações. Nenhuma superprodução, mas foi muito bom realizar este
trabalho”, explicou Mônica Nunes.
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