TÍTULO DA PALESTRA
(Org. por Sérgio Biagi Gregório)
01/03/2012
Empirismo e Espiritismo
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Empirismo e Espiritismo
Introdução
O que é o empirismo?
Quem é o seu fundador?
Como se dá o empirismo no
Espiritismo?
Allan Kardec era empirista?
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Empirismo e Espiritismo
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Empirismo e Espiritismo
Conceito
• Empirismo
O adjetivo empírico aplica-se ao que tem origem na experiência
(por oposição ao conhecimento racional ou a priori): como tal,
sinônimo do a posteriori kantiano.
Qualifica igualmente qualquer conhecimento ou pessoa não
sistemáticas, que confiam na experiência imediata e até no
pragmatismo.
O empirismo qualifica qualquer doutrina filosófica que admite
que o conhecimento humano deduz tanto seus princípios quanto
seus objetos ou conteúdos, da experiência. (Durozoi, 1993)
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Empirismo e Espiritismo
Considerações Iniciais
Pensar o empirismo e o seu oposto (racionalismo, intelectualismo e
intuicionismo) é pensar na forma de obter conhecimento.
O problema da obtenção do conhecimento — pelos sentidos ou pelo
espírito — não é dos nossos dias; na antiguidade clássica grega ele era
motivo de debate entre os filósofos, principalmente Platão e Aristóteles.
O empirismo diz respeito à experiência. A experiência tem ligação com
o sensível  a ciência física procura estudar as leis da matéria,
utilizando a percepção sensorial.
No Espiritismo, devemos fazer uso da percepção extra-sensorial.
Os princípios de reencarnação, perispírito e imortalidade da alma,
expostos pela Doutrina Espírita, facilitam a busca e a compreensão
deste tema.
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Empirismo e Espiritismo
O Empirismo em Locke
• Metafísica Cartesiana
O empirismo inglês inicia-se com Locke.
Em seu tempo, a filosofia predominante é a
cartesiana, cujo problema metafísico é resolvido pela
teoria substancialista de Descartes.
As três substâncias de Descartes são:
a substância pensante (alma);
a substância extensa (o corpo);
a substância infinita criadora (Deus).
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Empirismo e Espiritismo
O Empirismo em Locke
• Locke Concentra-se no Conhecimento
John Locke se depara com a triplicidade das substâncias
cartesianas.
A sua metafísica, porém, concentra-se no conhecimento.
Faz as seguintes perguntas: qual é a essência, qual é a origem,
qual é o alcance do conhecimento humano?
De acordo com o seu pensamento, o conhecimento é composto
de ideias.
A partir daí começa a definir o termo ideia, cujo significado
nunca houve antes e nem depois dele na filosofia.
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Empirismo e Espiritismo
O Empirismo em Locke
Para ele, cogitatio significa ideia.
Para descartes, porém, cogitatio é pensée,
pensamento, e pensamento é todo o fenômeno
psíquico em geral.
Nesse caso, uma sensação é cogitatio; uma
afirmação ou negação da vontade também o é.
Em suma: toda a vivência psíquica é chamada de
cogitatio por Descartes. (Garcia Morente, 1970, p.
178)
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Empirismo e Espiritismo
O Empirismo em Locke
• Ideias Inatas
Locke parte da filosofia de Descartes.
Descartes falava de três tipos de ideias: adventícias, fictícias e
inatas.
As ideias adventistas são as que sobrevêm em nós postas pela
presença da realidade externa;
as ideias fictícias são aquelas que por nós mesmos formamos
em nossa alma;
as ideias inatas são as que constituem o acervo próprio do
espírito, da mente e da alma; são as que estão na alma sem que
as tenha posto nenhuma coisa real nem tenham sido formadas
por nossa imaginação.
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Empirismo e Espiritismo
O Empirismo em Locke
Seu ponto de partida foi negar essas ideias inatas.
Depois, tentou explicar como as restantes ideias se originam na
mente.
Supôs, assim, que a alma fosse um papel em branco (tabula
rasa) onde tudo o mais deveria ser escrito pelas sensações da
experiência.
A explicação de Locke funda-se essencialmente no
psicologismo. (Garcia Morente, 1970, p. 179-180)
Observação: Berkeley e Hume dão prosseguimento às ideias
sobre o empirismo.
Hume, por exemplo, dizia que toda idéia que não tiver um
correlacionado na existência real é falsa.
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Empirismo e Espiritismo
O Empirismo no Espiritismo
• Método Experimental
Allan Kardec, no capítulo I (Caráter da Revelação Espírita), de A
Gênese, discorre sobre a maneira de o Espiritismo obter
conhecimentos.
Ele nos diz: “Fatos novos se apresentam, que não podem ser
explicados pelas leis conhecidas; ele os observa, compara,
analisa e, remontando dos efeitos às causas, chega à lei que os
rege: depois, deduz-lhes as consequências e busca as
aplicações úteis”.
É o procedimento das ciências naturais.
A diferença: em vez de utilizar a percepção sensorial, usa a
percepção extra-sensorial. (Kardec, 1975, cap. I, item 14)
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Empirismo e Espiritismo
O Empirismo no Espiritismo
• A Prova da Existência dos Espíritos
O Espiritismo não teve uma teoria preconcebida sobre a
existência e comunicação dos espíritos.
Foi pela observação, análise e estudo rigoroso dos fatos que se
construiu o edifício espírita.
Qual foi a atitude de Allan Kardec sobre o fenômeno das mesas
falantes ?
Perguntou: como é que um objeto, que não tem cérebro, fala?
Onde está a causa da fala?
Somente depois de muitas observações a esse respeito, pode
elaborar uma teoria sobre as mesas girantes. (Kardec, 1975,
cap. I, item 14)
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Empirismo e Espiritismo
O Empirismo no Espiritismo
• Um Exemplo
Passa-se no mundo dos Espíritos um fato singular: o de haver
Espíritos que se não consideram mortos.
Os Espíritos superiores, que conhecem esse fato, não vieram
dizer antecipadamente:
“Há espíritos que julgam viver ainda a vida terrestre, que
conservam seus gostos, costumes e instintos”.
Provocaram a manifestação de Espíritos dessa categoria para
que os observássemos.
Estudando as diversas manifestações desses Espíritos, pode-se
deduzir uma regra. (Kardec, 1975, cap. I, item 15)
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Empirismo e Espiritismo
• Reencarnação
A lei de reencarnação, embora não seja criação espírita, é
totalmente aceita por Allan Kardec.
Ela mostra-nos que o Espírito, eventualmente num corpo carnal,
já teve outras experiências, outras vivências.
Daí ser possível fazer ilações, que vão além daquelas feitas pelo
empirismo, que só aceita o aqui e o agora da experiência.
Com a reencarnação penetramos em outras memórias, as
memórias espirituais, o que nos dá ensejo de enfatizar a
existência de ideias inatas, negadas pelo empirismo.
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Empirismo e Espiritismo
• O Corpo Espiritual
No conhecimento do perispírito está a solução para inúmeros
problemas de nossa vida.
Por quê?
Porque o perispírito é o elo de ligação entre o corpo físico e o
Espírito propriamente dito.
Ainda mais: encarnado e desencarnado, ele sempre acompanha
o Espírito.
O problema da obtenção do conhecimento — pelos sentidos ou
pelo espírito — tem aqui o seu esclarecimento: o Espírito é um
todo, pois engloba o espírito propriamente dito, o perispírito e o
corpo físico.
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Empirismo e Espiritismo
Empirismo e Espiritismo
• Imortalidade da Alma
O Espírito, criado simples e ignorante, teve um começo, mas
não terá fim.
A certeza de que há vida além da vida faz-nos ampliar o
conceito de um determinado fato (ele é presente, mas tem
conexões com as vidas passadas e as futuras).
Presentemente, estamos passando por uma experiência.
Ela não está isolada, porque é reflexo de uma ação passada,
englobando as existências passadas.
Pode ser também um projétil para o futuro, e influenciando
nossas futuras encarnações.
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Conclusão
O Espiritismo, sendo a síntese do
processo do conhecimento
filosófico, não só elucida o
problema da origem das ideias,
como também nos fornece
subsídios para entendermos a
mecanismo das ideias inatas,
negado pelo empirismo.
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Bibliografia Consultada
ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Mestre
Jou, 1970.
DUROZOI, G. e ROUSSEL, A. Dicionário de Filosofia. Tradução
de Marina Appenzeller. Campinas, SP: Papirus, 1993.
GARCIA MORENTE, M. Fundamentos de Filosofia - Lições
Preliminares. 4. ed. São Paulo: Mestre Jou, 1970.
KARDEC, A. A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o
Espiritismo. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1975.
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