Módulo 4 – Sistemas de controles de estoques Dimensionar adequadamente os estoques e controlá­los é tarefa de enorme importância. O objetivo principal dos sistemas é determinar o estoque de menor custo que não comprometa o processo produtivo. As fórmulas clássicas, como a do lote econômico ­ que priorizava o custo de aquisição ­, tinham a falha de não levar em conta os recursos disponíveis e a política financeira da empresa. A maioria das organizações não está enfatizando o “quanto comprar”, mas o “quando comprar”. De nada resolve ter a quantidade correta na época errada. Existem alguns sistemas que dão, com razoável precisão, os volumes a serem comprados para períodos determinados. Examinaremos alguns deles. Lote econômico. Os princípios que norteiam o sistema de lote econômico são: 1. O consumo mensal é constante. 2. A reposição acontece quando o estoque chega a zero. Supondo o período de um ano, o custo total do estoque seria a soma dos custos unitários, mais o custo dos pedidos e o custo da armazenagem. Sistema de duas gavetas. É um sistema muito simples e engenhoso, muito usado no varejo. Imagine duas caixas. Uma chamamos de A e a outra de B. A caixa A acumula o estoque suficiente para atender o período de reposição mais o estoque de segurança. A caixa B tem o estoque para o consumo previsto no período. Todas as requisições são atendidas pelo estoque da caixa B. Quanto este chega a zero, passa­se a atender com o estoque da caixa A e faz­se o pedido de reposição. Sistema de quantidades fixas. Se fosse possível determinar o consumo exato em certos períodos, seria fácil fixar o ponto do pedido. Entretanto o consumo é sempre flutuante. Além disso, o período de reposição também tem variação. Em vista disso, usa­se o sistema de quantidades fixas ou sistema de máximos e mínimos. O sistema consiste nos seguintes passos: 1. Previsão do consumo. 2. Fixação do período de consumo. 3. Determinação do ponto do pedido em função do tempo de reposição. 4. Cálculo dos estoques mínimos e máximos. 5. Cálculo dos lotes de compra. A figura a seguir mostra esse sistema.
Sistema de revisão. Neste sistema, o estoque é reposto em períodos iguais. A quantidade a ser pedida será determinada pela previsão da demanda feita ao fim de cada ciclo. Os estoques máximos e mínimos são fixados para prevenir excesso de demanda e atrasos na entrega. A maior dificuldade do método é determinar os períodos ideais para a revisão. Se forem curtos, geram um estoque médio alto e um conseqüente aumento no custo de armazenagem. Se forem longos, ocorre um maior risco de faltar mercadoria para atender a demanda. Curva ABC. O princípio da curva ABC é o de que 20% dos produtos respondem por 80% do faturamento. Em outras palavras, 80% do total de itens do catálogo de vendas contribuem com apenas 20% do volume de dinheiro que ingressa na empresa através das vendas. Por isso, é uma decisão razoável tomar mais cuidado para que não falte estoque dos produtos mais vendáveis, pois sua importância para o faturamento é muito grande. Usualmente, os itens menos rentáveis são divididos em outros dois grupos, tomando por base a contribuição para o faturamento. Assim, formamos a curva ABC, que mostrará no campo A os produtos mais rentáveis (20% dos itens totais), no campo B os de retantabilidade intermediária e no campo C os menos rentáveis. Uma distribuição muito encontrada no mercado é A ter 20% dos itens, B ter 30% e C ter 50%. Ou seja, normalmente, metade dos produtos em catálogo têm pouca saída. Da mesma forma que devemos ter mais cuidado com os itens mais vendidos, para não incorrermos em perdas de vendas, podemos estabelecer um nível de serviço para os outros produtos. Por exemplo, queremos manter um estoque que atenda 99% dos pedidos feitos para os itens A. Para os produtos que compõem o item B, queremos atender 95% dos pedidos. E para o terceiro item, somente 85% dos
pedidos serão atendidos de imediato. Dessa forma, o custo de perda de vendas seria compensado pelo menor custo total de estoque. Em outras palavras, o que a empresa perderia em vendas não atendidas por falta de estoque seria menor do que se ela mantivesse todos os itens em estoque o tempo todo. A experiência e a análise de cada caso é que determina como deverá ser a gestão de estoque. Conceito Just­in­time. O just­in­time é o suprimento de produtos para a linha de produção, depósito ou cliente somente quando são necessários. Procura­se não trabalhar com estoque, ms para isso é preciso ter uma previsão exata da demanda e conhecer o tempo de ressuprimento. Além do mais, não pode haver falhas nos produtos ou atrasos na entrega, muito menos surpresas na previsão da demanda. Por isso, o conceito just­in­time nem sempre leva ao estoque zero. Caso haja alguma incerteza quanto aos parâmetros, a cautela indica a necessidade de haver algum estoque de segurança. Além disso, a empresa pode se beneficiar de vantagens em descontos para compras maiores. A técnica just­in­time é vantajosa quando: 1. Trabalha­se com produtos de valor unitário e controle altos. 2. Há certeza sobre o nível da demanda. 3. O tempo de reposição é curto e conhecido. 4. Não há vantagem em realizar compras de altos volumes.
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