MIGRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO
de indivíduos. Por outro lado, deparamo-nos com uma visível diminuição da
emigração, quer no início do período em estudo (os anos anteriores a 1968 são
apontados como anos de partida para o estrangeiro por apenas 9,7% dos indivíduos), quer no final desse mesmo período (sendo que somente 8,9% da população em análise indica como ano de emigração uma data posterior a 1985).
Os anos mais fortes em termos de saída do país foram, também eles, intercalados por uma fase de quebra do movimento, registando-se uma percentagem de
emigração legal de apenas 5,4% entre 1974 e 1976 e outra de 6,1% entre 1977 e 1979.
No que concerne ao número de emigrantes por freguesia de naturalidade da
população em estudo, verifica-se que é possível encontrar uma percentagem
ligeiramente superior de indivíduos naturais da freguesia de Beça (13,6%). Por
outro lado, as freguesias de Covas do Barroso (9,8%), Boticas (9,5%) e Sapiãos
(9,1%) são também as mais representativas. Com valores sensivelmente inferiores mas, ainda assim, significativos, emergem igualmente as freguesias de Alturas de Barroso (7,9%), Pinho (7,5%) e Dornelas (7,3%). Contrariamente a estas,
nas restantes freguesias já não se observam valores tão relevantes, sendo que em
nenhuma delas se ultrapassa a centena de indivíduos aí nascidos.
Detectamos também uma forte correlação entre a idade de emigração legal
do indivíduo e o ano em que esta se processou60. Assim, verifica-se que, antes do
25 de Abril de 1974, a emigração apresentava-se como solução, primordialmente,
para indivíduos em idade adulta.
De uma forma mais concreta, podemos afirmar que, antes de 1968 e desde aí
até 1973, a emigração legal estava mais concentrada em indivíduos com idades
compreendidas entre os 32 e os 52 anos (integrando, assim, três escalões etários:
o dos 32 aos 38 anos, o dos 39 aos 45 e o dos 46 aos 52). Neste período, emigraram 51,6% de indivíduos com idades compreendidas entre os 32 e os 38 anos,
57,8% com idades entre 39 e 45 anos, e 54,4% com idades ente os 46 e os 52
anos. Deve-se, porém, salientar que, no mesmo período, também os escalões
etários dos 25 aos 31 anos (42%) e dos 53 aos 59 anos (42,7%) apresentam níveis
de emigração legal elevados. O abrandamento da emigração legal entre 1974 e
1979 faz com que não se revele, nesta fase, muito expressivo o factor idade na
emigração. Ainda assim, neste período, os que têm entre os 25 e os 31 anos (16%
destes), entre os 32 e os 38 (19,3%) e entre os 39 e os 45 (15,8%) foram os que
mais emigraram legalmente do concelho de Boticas.
Com a entrada nos anos de 1980, assistiu-se a uma completa inversão da
tendência verificada. Desta forma, são os mais jovens, (85,9% dos que têm
menos de 18 anos e 71,6% dos que têm entre 18 e 24 anos) e os mais idosos
60
Foi usado um teste One-Way ANOVA de comparação de médias com um nível de confiança
de 95%, para medir a associação entre estas variáveis.
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de indivíduos. Por outro lado, deparamo