UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS – UNIPAC
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS DE BETIM
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Aula 6
Era Paleozóica
Disciplina:
Paleontologia
Professor ( a ): Sérgio de Abreu Chumbinho
Éon Fanerozóico
Fanerozóico
phaneros = vísivel - oikos = vida
Idade da Terra do Cambriano até hoje cerca de meio bilhão
de anos
Dividi-se em três eras:
- Era Paleozóica
- Era Mesozóica
- Era Cenozóica
Eras delimitadas por grandes extinções:
Paleozóica-Mesozóica: a maior extinção maciça da história
onde cerca de 90% da vida marinha foi extinta.
Causa ainda não solucionada totalmente. Prováveis causas
são Glaciações, vulcanismo, Fragmentação da Pangea
Mesozóica-Cenozóica: Mudanças Climáticas e provável
queda de um meteoro gigante, próximo ao golfo do México
na configuração atual da Terra.
Era Paleozóica
Ocorreu entre 543 e 250 milhões de anos atrás – Cerca de 300 milhões de anos
Dividido em seis períodos: Cambriano, Ordoviciano, Siluriano, Devoniano,
Carbonífero, Permiano
Dois momentos principais:
- Explosão da vida com o aparecimento de todos os filos, logo
nos primeiros milhões de anos (EXPLOSÃO CAMBRIANA)
- Extinção maciça de 90% da vida marinha no final da era
Paleozóica
543 - 505
505 - 440
440 - 410
410 - 360
360 - 286
286 - 245
Na base do Cambriano, em cerca de 543 M.a, todos os filos de
invertebrados marinhos e a maioria das algas já haviam surgido. As
explicações para essa radiação biológica (EXPLOSÃO
CAMBRIANA) envolve causas tanto intrínsecas quanto extrínsecas
aos organismos.
Uma das possibilidades é a ocorrência de mudanças oceanográficas, as
quais possibilitaram aumento na disponibilidade de nutrientes nos oceanos
rasos, possibilitando diversificações na rede trófica com o tempo.
Poucos representantes dos filos animais modernos (Cnidária e, possivelmente
Annelida, Arthropoda e Echinodermata) são conhecidos do final do Pré-cambriano
Há 530 milhões, a maioria dos filos e classe dos animais marinhos com
esqueletos, tanto quanto muitos grupos que representam filos e classes
extintos, rapidamente apareceram no registro fóssil
Estudos geológicos atuais indicam que essa "explosão cambriana" pode ter
ocorrido dentro de uma faixa de tempo de 30, ou talvez 5 a 10, milhões de anos.
o aparecimento dos
braquiópodes, trilobitas e outras
EXPLOSÃO CAMBRIANA
A extraordinariamente rápida diversificação taxonômica do cambriano é
um dos mais extraordinários eventos na história evolutiva.
Mais de 35 filos de metazoários apareceram no registro fóssil do cambriano
No cambriano, parecem os primeiros corpos seguimentados, conchas,
esqueletos externos e notocorda
Essa rápida diversificação talvez tenha sido estimulada por mudanças
ambientais tais como o aumento da disponibilidade de O2 e carbonato
de cálcio.
Existem evidências de que pressões seletivas causadas por predadores
favoreceram a mineração de conchas, aumento de tamanho corporal, e
novos modos de locomoção.
Era Paleozóica
Período Cambriano (543-505 Ma.) 70 milhões de anos
 Havia extensos mares rasos nas
regiões equatoriais.
 Clima quente;
 Algas abundantes e há registro
de trilobitas e braquiópodes;
 Primeiros vestígios de
vertebrados são encontrados no
final deste período.
 nível de oxigênio de aproxima do
atual
A fauna do Cambriano
pode ser resumida como
sendo:
60% de trilobitas
(artrópodes)
30% braquiópodes
10% demais filos.
O final do cambriano (há 505 milhões de anos) foi marcado por uma
extinção em massa. (Glaciação e depleção dos níveis de O2 na água)
O desaparecimento da maior parte dos grupos 75%, em decorrência de
extinções, deixa grandes lacunas morfológicas entre os sobreviventes.
Trilobita
• A maioria era bentônica, porém alguns
poderiam ser pelágicos;
• provavelmente se alimentavam de detritos;
•como defesa, poderiam enterrar-se no lodo;
•os trilobitas que passaram do Cambriano
desenvolveram o hábito de enrolar-se como
estratégia de defesa.
Folhelho de Burguess
O folhelho de Burguess é um jazigo fossilífero descoberto em
1909, por Charles Walcott, no Canadá e representa a
assembléia fóssil mais importante do Paleozóico. São rochas
sedimentares que faziam parte de Laurásia e foram formadas
em ambientes marinhos, datadas de cerca de 500 m.a, onde
são encontrados uma grande diversidade de organismos,
apresentando, inclusive alto grau de complexidade estrutural.
Naquele tempo, esta região encontrava-se próxima ao
Equador, na margem continental da América do Norte.
Localizado num paredão de arenito de 100 metros de altitude,
o jazigo tem 2 metros de espessura de onde foram retirados
mais de 60.000 exemplares fósseis. Este paredão rochoso
sofreu, provavelmente, um desmoronamento marinho. O
ambiente era, provavelmente, anóxico, indicado pela ausência
de bioturbação e abundância de pirita.
As altas taxas de sedimentação, a textura fina do substrato, as
condições anóxicas do ambiente possibilitaram a excelente
preservação dos organismos encontrados no registro fóssil.
Tafonomia do Folhelho de Burguess
Anomalocaris canadensis
•+ de 6o cm;
•possuía 2 grandes apêndices
para a captura de presas e uma
boca circular com inúmeros
dentes.
Marrella splendens
•Pequeno “artrópode”;
•Fóssil mais abundante com cerca de
15.000 exemplares coletados;
•Provavelmente comia pequenos
animais e partículas orgânicas e moviase sobre os sedimentos;
•Pode ter dado origem a crustáceos,
quelicerados e/ou trilobitas;
Aysheaia pedunculata
•Possuía espinhos na porção terminal da cabeça que talvez
auxiliassem na captura da presa;
•a boca era central e circular com cerca de 6 projeções
semelhantes a dedos;
•provavelmente era parasita de esponjas pois espículas são
sempre encontradas associadas.
Opabinia regalis
• Possuía 5 olhos, 1 prosbócide com espinhos e se assemelhava a
um crustáceo em muitos aspectos;
•vivia em sedimento mole, provavelmente escondia-se em buracos
e capturava a presa com seu prosbócide.
Período Ordoviciano (há 505
 Alcance máximo do registro de
mares rasos;
 Algas tornam-se mais complexas;
 Surgimento de plantas vasculares;
 Grande variedade de
invertebrados;
 Presença de peixes agnatos
(primeiros peixes) amplamente
distribuídos.
 Vida essencialmente marinha
- 440 Ma.) – durou cerca de 67 Ma.
O hemisfério norte era quase inteiramente oceano, e porção emersa da
Terra estava confinada ao sul. Gondwana foi deslocado para o pólo sul e
muito dele ficou debaixo d'água.
Após a extinção em massa do Cambriano, muitos filos se diversificaram
no Ordoviciano (dando surgimento a muitas novas classes e ordens).
Entre os grupos do Ordoviciano, existiram mais 21 classes de equinodermos,
tendo a maioria desaparecido no final.
Primeiros vertebrados conhecidos (Agnatha).
No final do Ordoviciano, existiam mais de 400 famílias de animais marinhos.
Uma extinção em massa fechou o período Ordoviciano. (Glaciação de
Gondwana e baixa dos níveis oceânicos)
Período Siluriano (440 – 410 Ma.) – durou cerca de 30 Ma.
 As terras foram lentamente soerguidas;
continuam os mares rasos extensos;
 Clima quente e úmido, plantas
terrestres surgem e se espalham;
 Artrópodes antingem sua abundância
máxima na água;
 Surgem os 1º artrópodes terrestres;
 Surgem os 1º gnatostomados entre os
peixes agnatos marinhos e de água doce.
A diversidade biológica aumentou mais uma vez
Diversificação dos agnatas e aparecimento de uma nova classe de
vertebrados, os placodermas (que tinham mandíbulas e, em alguns casos,
estruturas com a forma de nadadeiras).
Siluriano testemunhou uma estabilização relativa do clima geral da Terra.
Um resultado destas mudanças foi o derretimento das formações glaciais,
isto contribuiu para um aumento nos níveis dos mares principais.
Os Trilobitas, que alcançaram o apogeu dentro do Cambriano e
Ordoviciano, encontram-se agora em declínio.
Recifes de corais e Peixes com mandíbulas invadem os mares, como
também os Euripterideos (escorpiões) que podem ter sido semi-aquáticos
Licopódios (Plantas) primitivos, e miriápodes se tornaram os primeiros
organismos 100% terrestres. Ao término do período apareceram peixes com
mandíbulas, mas eram sem importância.
Período Devoniano (410 - 360 Ma.) - durou cerca de 48 Ma.
 As terras eram altas e o clima mais frio;
 Bacias de água doce desenvolveram-se;
 Surgem as primeiras florestas e os 1º
insetos alados;
 Houve uma explosão de formas de
peixes seguida de um desaparecimento
de muitos agnatos; (Idade dos Peixes)
 Surgem os primeiros tetrápodes
(vertebrados terrestres).
Período de grande radiação adaptativa de corais e trilobritas e emergência dos
Amonoidea (cefalópodes semelhantes a lulas revestidos com conchas).
Agnatas e placodermas atingiram o pico de sua diversificação
Apenas alguns placodermas sobreviveram à passagem para o do Devoniano
para o Permiano e o registro fossilífero dos agnatas cessa no final do
Devoniano. (Entre os organismos atuais, os agnatas são representados pelas
lampreias e enguias).
A vegetação era pequena com representante com no máximo 1 metro de altura
No final do período, aparecem as plantas com sementes, as primeiras arvores
e as primeiras florestas
No Devoniano, a "Idade dos Peixes", surgem os tubarões (Classe
Chondrichthyes), apesar de serem bastante diferentes dos tubarões atuais, os
quais, junto com as arraias, surgiram durante uma radiação ocorrida no
Jurássico e Cretáceo.
Supõe-se que o esqueleto cartilaginoso dos Chondrichthyes seja derivado do
esqueleto ósseo de seus ancestrais, os placodermas.
Os ancestrais dos verdadeiros peixes ósseos, os Osteichtyes, são desconhecidos.
Os primeiros representantes animais da vida na terra foram os artrópodes
Os anfíbios apareceram nesse tempo, provavelmente de crossopterígeos.
Ichthyostega do final do Devoniano, tinha membros totalmente formados,
mas seu crânio era muito semelhante ao dos crossopterígeos.
Período Devoniano – Idade dos Peixes
Período Carbonífero
(360 – 286 M.a.) – duração de 75 Ma. aprox.
 Formação de montanhas produz, localmente,
condições áridas;
 Extensas florestas de terras baixas e brejos
formaram os grandes depósitos de carvão;
 Extensa radiação de anfíbios;
 Extinção de linhagens de peixes e expansão de
outras;
 No meio do período as condições tornam-se
mais quentes e úmidas; ocorre alguma
glaciação no Hemisfério Sul;
 Surgem extensos brejos com fauna de
artrópodes;
 Os anfíbios torna-se mais especializados e
aparecem os 1º répteis.
O termo Carbonífero se originou
na Inglaterra em referência a uma
camada de rochas rica em carvão
que foi encontrada lá
Extensas florestas dominadas por samambaias, pteridospermas
Grandes florestas aparecem e ocorre a diferenciação em raiz, caule, e
folhas e aparecem arvores de até 30m de altura, que derivaram extensas
camadas de carvão (dando nome ao período devido a estes depósitos).
Profusão de ordens primitivas de insetos, incluindo Orthoptera, Blattaria (baratas),
Ephemerida, Homóptera (cigarras) e um grupo de ordens "paleópteras" primitivas
que não sobreviveram após o Paleozóico.
O ovo amniótico foi um dos grandes avanços permitindo a exploração do meio
terrestre por determinados tetrápodes
Os pesados e ineficientes peixes com armaduras óssea do Devoniano
(Ostracodermas e Placodermas) tornaram-se extintos.
Jazigos Fossilíferos do Cambriano
Período Permiano (286 - 245 Ma.) durou cerca de 41 Ma. aprox.
As terras eram mais altas;
Clima frio no início do período, mas aqueceuse progressivamente;
 Florestas de Glossopteris (Gimnosperma)
desenvolveram-se com o declínio dos brejos
produtores de carvão;
Répteis semelhantes a mamíferos eram
diversificados;
Amplas extinções ao final do período.
Primeiros fósseis da maioria das ordens de insetos que não havia sido
encontrada no Carbonífero: os extintos Protodonata (libélulas gigantes), os
Odonatas, Plecoptera, Hemiptera, Neuroptera (formigas-leão), Mecoptera,
Trichoptera, Coleóptera e Díptera.
No final do Permiano, ocorre a maior extinção em massa até então sofrida
pelos seres vivos. Estima-se que até 95% de todas as espécies vivas antes
do evento de extinção desapareceram.
Mudanças Climáticas e Evolução Biológica
O clima mudou bastante durante a Era
Paleozóica, e talvez esta seja a principal razão
das enormes mudanças na evolução biológica
registradas nesta Era (especialmente quando
comparadas com outras Eras).
Ordoviciano - Siluriano
Assim, em virtude das mudanças climáticas, num ambiente marcado por
forte regressão marinha, ocorreu a transição para a ocupação de
ambientes terrestres.
Só que para que ocorresse essa transição, alguns problemas adaptativos
dos organismos tiveram que ser resolvidos:
(1) Ressecamento
(2) Sustentação
(3) Reprodução
Assim, na tentativa de encontrar soluções para estes problemas, a
transição de ocupação entre os ambientes marinhos e terrestres se deu
passando-se pela ocupação das águas doces (que se iniciou no
Ordoviciano).
No Siluriano (440 a 410 ma), as condições climáticas da Terra estavam
relativamente estáveis, e o nível do mar voltou a subir. Isto provocou o
desenvolvimento de grandes recifes de corais, bem como forte evolução
dos peixes (peixes marinhos e de água doce). Em meados do Siluriano já
encontramos as primeiras evidências de vida terrestre (fósseis de plantas
vasculares).
Ichthyostega
Tiktaalik
Eusthenopteron
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explosão cambriana