década para o início de 1990, esse número passou para 52,9% (GUIMARÃES, 2003). Já em 2002,
56.6% das mulheres frequentavam o ensino superior (NORONHA e VOLPATO, 2006).
No censo 2010, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2011) divulgou que
as mulheres estão mais instruídas do que os homens. Na faixa entre 25 e 60 anos, 9,9% dos homens possuem ensino superior, no caso das mulheres, esse número sobe para 12,5%. A presença
feminina na graduação sofreu um crescimento considerável nas últimas décadas, o que influi diretamente na sua participação no mercado de trabalho.
De acordo com pesquisa divulgada pela Fundação Carlos Chagas (2007), 18,2% das mulheres brasileiras trabalhava em 1970. Na década de 1980, esse número subiu para 26,6%. Em
1993, 47% das mulheres estavam presentes no mercado de trabalho. O aumento continuou progressivo, sendo que em 2007, 52,7% das mulheres brasileiras desenvolvia algum tipo de atividade
profissional.
No entanto, a presença feminina em cargos executivos é menos expressiva do que masculina. Um estudo da Bain & Company, com 250 das maiores empresas do país, divulgou que 96%
das empresas pesquisadas possuíam homens no cargo mais alto, logo, no Brasil, um homem teria
20 vezes mais chances de liderar uma grande empresa (CFA, 2013).
O percurso profissional feminino confunde-se tanto com a trajetória política quanto a social
da mulher, o que envolve “fatores como a emancipação econômica da mulher, a redução da taxa
de fecundidade, a busca da realização profissional” (DIEESE, 2012, p. 216), além do fator educacional. Segundo pesquisa do IBGE (2012), a taxa de fecundidade e o grau de instrução feminino
estão diretamente relacionados. Os níveis de fecundidade são inversamente proporcionais ao nível
de instrução e rendimento da mulher. Logo, quanto maior o grau de escolaridade e a renda feminina, menor a probabilidade de filhos.
A luta pela emancipação feminina ganhou força no Brasil a partir dos anos de 1970, coincidindo com a diminuição progressiva da taxa de fecundidade. Até a década de 1960 a taxa de
fecundidade se mantinha regular, com pouco mais de 6 filhos por mulher. No senso de 1970 foi
identificada a primeira queda na taxa até então, 5,8 filhos por mulher. Em 1980 o número de filhos
por mulher já era 4,4; em 1991, 2,9; e em 2000, 2,2. Essa taxa se mantém decrescente, no censo
de 2010 o IBGE divulgou o número oficial de 1,86 filhos por mulher brasileira (IBGE, 2002; 2013).
Em 2013, as mulheres representavam 43,9% da força de trabalho nacional. Em contrapartida, os números apresentados estão longe de representar igualdade de direitos entre mulheres e
homens, principalmente na questão de remuneração. As mulheres ganham, em média, 30% menos
do que os homens (IBGE, 2013). Esse fato tem como uma das causas o estereótipo machista que
se vê presente na sociedade brasileira.
Como se percebe, apesar de toda a qualificação e aprimoramento, ainda se esbarra
em velhos preconceitos que, de tão arraigados, fazem com que alguns acreditem
que a diferença de sexo seja parâmetro para medir inteligência e capacidade (NORONHA e VOLPATO, 2006, p. 67).
São esses mesmos estereótipos que designam as funções domésticas às mulheres, o que
muitas vezes faz com que estas tenham jornada dupla de trabalho, dentro e fora de casa. As mulheres dedicam, em média, 26 horas semanais para atividades domésticas, os homens destinam
menos do que a metade desse tempo, 10,3 horas por semana (FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS,
2007). Este dado remete novamente a diminuição da taxa de fecundidade entre as profissionais
femininas. Torna-se difícil conciliar trabalho e filhos quando a divisão das tarefas domésticas com
os conjugues não é igualitária.
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década para o início de 1990, esse número passou para 52