Sociedade Brasileira de Química (SBQ)
Estudo da Cinética da Descoloração e Degradação do Corante C.I
Reactive Blue 182 Oxidado por H2O2/UV.
Flavia Leticia Moissa (PG) e Paulo Cesar de Jesus (PQ)*
[email protected], *[email protected]
¹ Departamento de Química – Universidade Regional de Blumenau- FURB, Blumenau, SC, 89012-900.
Palavras Chave: corante, descoloração, degradação, oxidação química.
Resultados e Discussão
Foram adicionados 15 mL da solução do corante C.I
-1
Reactive Blue 182 (0,025g.L ) e 1 mL de peróxido
de hidrogênio 30% em um reator em camisa
termostatizado com agitação magnética, colocado
no interior de uma caixa escura contendo uma
lâmpada de mercúrio (Hg) da marca Philips®,
modelo F8 T5, de 8 Watts, com comprimento de
onda (λ) de 365 nm (UVA) e intensidade de 226
2
lm.m . A caixa foi fechada e irradiada com luz
ultravioleta para promover a oxidação do corante.
Alíquotas foram retiradas em tempos prédeterminados e realizadas a leitura da absorbância
no comprimento de onda máximo do corante (λmáx=
610nm). O desaparecimento da cor da solução do
o
corante foi avaliado na faixa de temperatura de 30 C
o
a 70 C (Figura 1). Observa-se na Figura 1, que a
descoloração é favorecida pelo aumento da
temperatura. Solução controle utilizando somente a
irradiação da luz ultravioleta com corante ou H2O2,
foram realizadas nas diferentes temperaturas e não
foi observada descoloração nas condições
experimentais utilizadas. As cinéticas apresentaram
comportamento de primeira ordem, sendo que as
constantes de velocidade observadas (kobs) e a
eficiência da descoloração da solução estão
descritas na Tabela 1. Os parâmetros cinéticos de
ativação também foram determinados, sendo Ea =
-1
#
-1
42,538 kJ.mol (0,997), ∆H = 39,860 kJ.mol
#
-1
#
(0,998), ∆G médio=12,740 kJ.mol e ∆S médio= 40,816
36a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química
-1
0,024
30°C
40°C
50°C
60°C
70°C
0,022
0,020
0,018
-1
Nas últimas décadas, o fenômeno da contaminação
ambiental alcançou proporções globais, em função
1
da continua emissão de resíduos industriais. Dentro
deste contexto, os processo de tingimentos de fibras
têxteis tem sido responsáveis pela geração de
grandes volumes de resíduos líquidos, contendo
2
elevada carga orgânica e forte coloração. Em
função da usual resistência da degradação dos
corantes têxteis frente a processos biológicos, os
processos oxidativos avançados têm ganhado
bastante destaque nos últimos anos, em razão da
sua efetiva capacidade de degradação de substratos
3
resistentes, incluindo corantes têxteis. No presente
trabalho, foi estudada a cinéticas de descoloração e
degradação do corante C.I Reactive Blue 182
através da oxidação por H2O2/UV.
-1
J.K mol .
Concentração (gL )
Introdução
0,016
0,014
0,012
0,010
0,008
0,006
0,004
0,002
0,000
0
50
100
150
200
250
t (min)
Figura 1. Curvas da descoloração da solução do corante
-1
C.I Reactive Blue 182 (0,025 g.L ) em diferentes
temperaturas.
Tabela 1. Constantes de velocidade e eficiência de
descoloração da solução do corante C.I Reactive
Blue 182 utilizando H2O2/UV.
o
-1 (a)
T ( C) kobs (min )
t1/2 (min)
Eficiência
(b)
(%)
-3
30
2,77 x 10
250
58,4
-3
40
3,97 x 10
174
81,9
-3
50
5,84 x 10
118
88,1
-3
60
9,71 x 10
71
90,5
-2
70
2,11 x 10
32
96,1
(a) coeficiente de correlação (r2) ≥ 0,99; (b) 280 minutos.
Varreduras no UV-visível de 200 a 700 nm e
estudos de CG-EM foram realizadas no final dos
experimentos, não sendo observada a presença de
fragmentos, o que é uma forte evidência que a
degradação do corante também ocorreu.
Conclusões
Os estudos demonstraram que H2O2/UV é um bom
oxidante para corantes reativos, sendo que para o
corante C.I Reactive Blue 182 a eficiência de
descoloração chegou a 96% com o aumento da
temperatura.
Agradecimentos
A CAPES, PPGQ-FURB, FAPESC e INCT Catálise.
___________________
1
Salvador, T.; Marcolino, L.H.J.; Peralta-Zamora, P. Q. Nova 2012, 35,
932.
2
Khouni, I.; Marrot ,B.; Moulin, P. e Amar, R. B.; Desalination 2011,
27, 268.
3
Rauf, M. A. e Salman Ashraf, S.; Chem. Eng. J. 2009, 1, 151.
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