Aula 6:
Somestesia e Dor
Farmácia
CONCEITOS
SOMESTESIA
• Somestesia: capacidade que as pessoas e animais têm de receber informações sobre
as diferentes partes do corpo.
Do latim soma = corpo; aesthesia = sensibilidade.
Somestesia se divide em quatro submodalidades principais:
• Tato- percepção das características dos objetos;
• Propriocepção- capacidade de distinguir a posição estática e dinâmica do corpo e suas
partes;
• Termossensibilidade- variação da temperatura;
• Dor- capacidade de identificar estímulos fortes, potenciais ou reais causadores de
lesões nos tecidos.
• Sistema Somestésico: cadeia sequencial de neurônios, fibras nervosas e sinapses que
codificam as informações provenientes do corpo.
SISTEMA SOMESTÉSICO
(Sub)sistema Epicrítico- preciso, rápido, discriminativo e
com detalhada representação espacial (tato fino e
propriocepção consciente).
(Sub)sistema Protopático- grosseiro, lento e espacialmente
impreciso (termossensibilidade, dor, fibras táteis de sensibilidade
grosseira).
VIAS ANATÔMICAS MEDULARES
COLUNA DORSAL LEMNISCO MEDIAL
EPICRÍTICO
ANTERO LATERAL
OU
FEIXE ESPINO-TALÂMICO
PROTOPÁTICO
-Código de linhas marcadas: Sub-modalidades sensoriais se projetam para o SNC por
vias paralelas, independentes
OrganizaçãoTOPOGRAFIA
segmentar da coluna:
SEGMENTAR MEDULAR - DERMÁTOMOS
Cada par de raízes dorsais contém fibras originadas de uma área restrita da superfície
Corporal.
Dermátomo: área da superfície corporal que é inervada por um segmento medular. Podem ser
delineados quando ocorre lesão.
VIAS ASCENDENTES:
COLUNA DORSAL
S. epicrítico
Estímulo no pé:
-estímulo tátil em mecanorreceptores
- geração de potenciais receptores
- disparo de potenciais de ação
- propagação
- fibras seguem medula acima
- atingem o bulbo (no tronco encefálico)
onde estão neurônios de segunda
ordem
- axônios desses neurônios cruzam a linha
média, e projetam ao tálamo
- daí seguem projeções para o córtex
Estímulo na cabeça:
- potencias de ação trafegam pelo ramo
maxilar do trigêmeo e estabelecem
sinapse com neurônios do núcleo principal
do trigêmeo, no tronco encefálico (neurônios
de segunda ordem)
- feixes desses cruzam a linha média,
se projetam ao tálamo
- daí seguem projeções para o córtex
VIAS ASCENDENTES:
FEIXE ESPINO-TALÂMICO
s. protopático
Do pé:
- fibras são menores e de condução
mais lenta (Adelta e C)
- estabelecem sinapse com neurônios de
segunda ordem no corno dorsal da medula.
- cruzam a linha média
- formam feixe espinotalâmico que
se projeta ao tálamo
- segue projeção de neurônios de
terceira ordem ao córtex.
Da cabeça:
- Seguem pelo n. trigêmeo mas
terminam no núcleo espinhal do
trigêmeo.
- neurônios de segunda ordem
se projetam ao tálamo
- neurônios de terceira ordem se
projetam para o córtex.
ORGANIZAÇÃO DO CÓRTEX SOMESTÉSICO
O conceito da Organização Topográfica dita que :
Pontos próximos na superfície sensorial se projetam para pontos próximos no S.N.C. (mapas
‘contínuos’ de representação)
O conceito do Fator de Amplificação dita que:
Regiões com maior número de receptores por área da superfície sensorial (funcionalmente
mais importantes) são mais representadas. Portanto os mapas são ‘contínuos’ mas
distorcidos.
HOMÚNCULO DE PENFIELD
MAPAS DO SISTEMA SOMESTÉSICO EM VÁRIAS ESPÉCIES
MAPAS SOMATOTÓPICOS
NOS DIFERENTES
NÍVEIS SOMESTÉSICOS
HOMÚNCULO
SOMATOTÓPICO
Tato- muito preciso
Dor- pouco preciso
CÓRTEX SOMATO-SENSORIAL - LOBO PARIETAL POSTERIOR - ÁREAS 5 e 7
(área de associação sensorial) processamentos somestésicos e visuais, está
entre a área occipital (visão) e área sensorial primária.
Processamentos de base para a movimentação do corpo no espaço.
Área 5 recebe aferências do cortex somatossensorial e sistema vestibular
Área 7 recebe informações visuais, processamento de informações especialmente
para os movimentos orientados olho-mão.
Eferências para cx. Suplementar 9, pré-frontal e pré-motor.
Três princípios governam o funcionamento e decodificação da
informação sensorial de áreas associativas corticais
1. A informação sensorial é processada em séries de estações no curso
de várias vias paralelas de receptores periféricos por meio dos
cortices sensoriais primários e cortices associativos unimodais,
para cortices associativos multimodais da parte posterior dos
hemisférios: o parietal posterior e temporal posterior
2. A Informação representando as diferentes modalidades convergem
em áreas de cortex que integram aquela informação em um evento
polisensorial (!Synestesia?)
3. As áreas de associação que processam a informação sensorial são
altamente interconectadas com áreas responsáveis pelo
planejamento das ações motoras. Estas áreas convertem planos
sobre os comportamentos futuros, para respostas motoras
concretas.
PLASTICIDADE DO SISTEMA SENSORIAL
PLASTICIDADE PÓS-LESÃO E MEMBRO FANTASMA
Somestesia se divide em quatro submodalidades principais:
Tato- percepção das características dos objetos;
Propriocepção- capacidade de distinguir a posição estática e
dinâmica do corpo e suas partes;
Termossensibilidade- percepção da temperatura;
Dor- capacidade de identificar estímulos fortes, potenciais ou reais
causadores de lesões nos tecidos.
PROPRIOCEPÇÃO
• COMPREENDE RECEPTORES SENSORIAIS LOCALIZADOS NOS
MÚSCULOS, TENDÕES E ARTICULAÇÕES E SUAS CONEXÕES COM O
SNC;
• INFORMAÇÕES GERAM PERCEPÇÕES CONSCIENTES E TAMBÉM
GERAM RESPOSTAS E AJUSTES MOTORES DIRETAMENTE.
FUSO MUSCULAR
ÓRGÃO TENDINOSO DE GOLGI
FUSO MUSCULAR E O REFLEXO MIOTÁTICO
FUSO MUSCULAR E REFLEXOS POSTURAIS
TERMOCEPÇÃO:
• Possibilita o controle da temperatura corporal;
• Componente consciente e inconsciente;
• receptores distribuídos pela superfície cutânea, mucosas e vísceras;
• Sistema protopático: fibras Ad e C.
PADRÃO DE DESCARGA DE
TERMORECEPTORES QUANDO DA
MUDANÇA DE TEMPERATURA NA PELE
TERMOCEPTORES APRESENTAM
TIPOS DE CANAIS IÔNICOS DIFERENTES
CONFORME A SENSIBILIDADE TÉRMICA
PROPRIEDADES DOS CANAIS IÔNICOS
DE TERMOCEPTORES
DOR
Possui receptores e vias
aferentes específicas.
Mecanismo de alerta sobre a ocorrência de estímulos
lesivos provenientes do meio externo e interno.
(doenças!)
Há nociceptores para diferentes estímulos:
- mecânicos
- térmicos
-Químicos
-( polimodais)
rápida ou aguda- cessa com a interrupção
do estímulo.
DOR
lenta ou crônica- não cessa com a
interrupção do estímulo. Maior quanto
maior a gravidade da lesão.
DOR LENTA OU CRÔNICA
Ad
C
- envolve diversos fenômenos
- sangramento leva a anóxia; lesão celular e inflamação
- diversas células produzem substâncias algogênicas (que provocam dor).
- qualquer estímulo leve na área causa dor extrema (hiperalgesia)
- reação inflamatória neurogênica
* aspirina: inibe a síntese de prostaglandina.
Componentes da Dor
1) Sensitivo - lida com a intensidade fisiológica do estímulo
Nocicepção – ativação de receptores da dor
2) Afetivos - lida com os aspectos psicológicos da dor (não
agradável, ansiedade, reação emocional)
Genética; aspecto cognitivo (atenção, distração, expectativa),
humor (depressão, ansiedade); lesão (sensibilização, amplificação)
Nociceptores diferenciados com base no tipo de estimulo:
• Mecânicos - S tátil e doloroso, pinçamento, objetos pontiagudos
sensação de dor aguda e pontadas
• térmicos - T extremas (>45oC <5oC)
• polimodais – variedade de S nociceptivos, principal inervação
da polpa dentária
RECEPTORES SENSORIAIS
Receptores e vias próprias de sinalização
Nociceptor  termorreceptor
EFEITO DA LESÃO
AFERENTES PRIMÁRIOS
• GLUTAMATO
• ASPARTATO
• SUBSTÂNCIA P
• COLECISTOQUININA
• CALCITONINA
• PVI (VIP)
• GALANINA
• NEUROPEPTÍDIO Y
• BOMBESINA
• SOMATOSTATINA
• NEUROQUININA A E B
• NEUROTENSINA
• DINORFINA
• ENCEFALINAS
• VASOPRESSINA
• F. LIB. CORTOCOTROFINA
• OXITOCINA
• GASTRINA
• SEROTONINA
• DOPAMINA
• TIROSINA
• ADENOSINA
• SUBSTÂNCIA K
CLASSES DE FIBRAS
SOMESTÉSICAS
VIAS ASCENDENTES
DE DOR
CONFLUÊNCIA DE VIAS
DOR REFERIDA
TIPOS DE DORES REFERIDAS
LOCALIZAÇÕES
Fígado e
Vesícula biliar
Pulmão e
diafragma
Coração
Rim
Fígado e
Vesícula biliar
PRINCÍPIOS E MODULAÇÃO
• MODULAÇÃO
PERIFÉRICA
• estimulação tátil
• receptores morfínicos
• mediadores inflamatórios
• inflamação neurogênica
CENTRAL
• sistema supressor de dor
•fosforilação canais iônicos
• neurotransmissores
• mensageiros retrógrados
• neuroplasticidade
DOR É CONTROLÁVEL???
1- Teoria da comporta da dor.
Fibras táteis ativam circuitos
inibitórios.
VIAS ANALGÉSICAS
ENDÓGENAS
Medula
Vias descendentes modulatórias
Serotonina?
CENTRAL-Sistema Supressor de Dor
VIAS MODULATÓRIAS
DESCENDENTES DA DOR
• SUBST CINZENTA
PERIAQUEDUTAL – Mesencéfalo
• LOCUS CERULEUS (Norepinefrina)- Ponte
• NÚCLEOS DA RAFE (Serotonina) – Bulbo
(inervação inibitória direta na medula)
• INTERNEURÔNIOS INIBITÓRIOS- Medula espinhal
ANALGESIA
Figure 24-13 Local-circuit interneurons in the
superficial dorsal horn of the spinal cord integrate
descending and afferent pathways.
A. Possible interactions between nociceptor afferent
fibers, local interneurons, and descending fibers in
the dorsal horn of the spinal cord. Nociceptive fibers
terminate on second-order spinothalamic projection
neurons. Local enkephalin-containing interneurons
(ENK) exert both presynaptic and postsynaptic
inhibitory actions at these synapses. Serotonergic
and noradrenergic neurons in the brain stem
activate the local opioid interneurons and also
suppress the activity of spinothalamic projection
neurons.
B. 1. Activation of nociceptors leads to the release
of glutamate and neuropeptides from sensory
terminals in the superficial dorsal horn, thus
depolarizing and activating projection neurons. 2.
Opiates decrease the duration of the nociceptor's
action potential, probably by decreased Ca2+ influx,
and thus decrease the release of transmitter
from primary afferent terminals. In addition, opiates
hyperpolarize the membrane of the dorsal horn
neurons by activating a K+ conductance.
Stimulation of the nociceptor normally produces a
fast excitatory postsynaptic potential in the dorsal
horn neuron; opiates decrease the amplitude of the
postsynaptic potential.
Opióides endógenos:
Encefalinas
Endorfinas
dinorfinas
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Somestesia e Dor