CURSO PREPARATÓRIO
PARA POLÍCIA FEDERAL
TOXICOLOGIA
Prof. : Verônica Pinto Rodrigues
Farmacêutica Industrial – UFRJ
•Mestre em Ciências Farmacêuticas - UFRJ
• Ex-Perita
Perita Legista Toxicologista – PCERJ
• Pesquisadora em Propriedade Industrial - INPI
•
CIÊNCIAS FORENSES
“Conjunto
de aplicação das ciências às leis
civis e criminais em um sistema de justiça”.
Criminalística:
reconhecimento,
identificação e validação das provas físicas
para instrução de processos criminais.
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
Exame de corpo de delito
Tipo de prova obrigatório aos crimes que deixam
vestígios, pois seu laudo constitui prova da
materialidade do delito. Sua falta pode acarretar
nulidade.
Código de Processo Penal - L-003.689-1941
Livro I
Do Processo em Geral
Título VII
Da Prova
Capítulo II
Do Exame do Corpo de Delito e das Perícias em Geral
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
Art. 158 - Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o
exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a
confissão do acusado.
Art. 160 - Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão
minuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos
formulados.
Art. 168 - Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial
tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por
determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a
requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou
de seu defensor.
§ 1º - No exame complementar, os peritos terão presente o auto de
corpo de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
§ 2º - Se o exame tiver por fim precisar a classificação
do delito no Art. 129, § 1º, I, do Código Penal, deverá
ser feito logo que decorra o prazo de 30 (trinta) dias,
contado da data do crime.
Art. 170 - Nas perícias de laboratório, os peritos
guardarão material suficiente para a eventualidade de
nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão
ilustrados
com
provas
fotográficas,
ou
microfotográficas, desenhos ou esquemas.
Questão Prova Perito Polícia Civil
1-( ) No âmbito forense, muitas vezes a verdadeira
versão de um crime só pode ser descoberta pela prova
pericial, quando se pode contar com um bom laudo de
levantamento do local de crime, um bom exame da
arma, uma necropsia bem realizada, etc. Até mesmo
em confronto com prova testemunhal, pela
credibilidade, pela exatidão de suas conclusões, pela
sua natureza técnica, a prova pericial tem sido aceita
como caminho mais seguro para a descoberta da
verdade.
CONCEITOS
Toxicologia: ciência que estuda os efeitos nocivos
decorrentes das interações de substâncias
químicas com sistemas biológicos.
ÁREAS DE ATUAÇÃO DA TOXICOLOGIA
Podemos distinguir várias áreas de atuação, de
acordo com a natureza do agente químico, ou a maneira
como este atinge determinado sistema biológico.
* Toxicologia Ambiental
É a área da Toxicologia em que se estudam os efeitos
nocivos causados pela interação de agentes químicos
contaminantes do ambiente – água, solo, ar – com os
organismos humanos.
* Toxicologia Ocupacional
Dedica-se ao estudo dos efeitos nocivos produzidos pela
interação dos agentes químicos contaminantes do
ambiente de trabalho com o indivíduo exposto.
ÁREAS DE ATUAÇÃO DA TOXICOLOGIA
* Toxicologia de Alimentos
Estuda as condições em que os alimentos podem ser
ingeridos sem causar danos ao organismo.
* Toxicologia de Medicamentos e Cosméticos
É a área da Toxicologia responsável pelo estudo dos efeitos
nocivos produzidos pela interação de medicamentos ou
cosméticos com os organismos, decorrentes do uso
inadequado desses produtos ou da suscetibilidade individual.
* Toxicologia Social
Estuda os efeitos nocivos decorrentes do uso não médico de
drogas ou fármacos, causando prejuízos ao próprio indivíduo
e à sociedade.
ÁREAS DE ATUAÇÃO DA TOXICOLOGIA
* Toxicologia Clínica
É a área da Toxicologia responsável pelo estudo das doenças
causadas por agentes tóxicos e desenvolvimento de técnicas
para tratamento de doentes intoxicados.
* Ecotoxicologia
É uma área especializada da toxicologia ambiental que
estuda o impacto de agentes tóxicos à populações integradas
num ecossistema.
* Toxicologia Forense
Tem como objetivo a detecção e identificação de agentes
químicos, com a finalidade de auxiliar a polícia e a justiça na
elucidação de casos suspeitos de dependência, suicídio,
acidente, homicídio, etc.
OUTRAS CLASSIFICAÇÕES:
Campos de Trabalho:
• Toxicologia Analítica
Trata da detecção do agente químico:
Toxicologia forense
Monitorizarão terapêutica
Monitorização biológica e farmacodependência
Controle antidopagem
• Toxicologia Experimental
Elucidação dos mecanismos de ação dos agentes
tóxicos
CONCEITOS DE AGENTES TÓXICOS
“Todas as substâncias são venenos,
não há uma que não seja. A dose
correta é que diferencia um veneno
de um remédio.”
Paracelsus (1493-1541)
CONCEITOS DE AGENTES TÓXICOS
Agente Tóxico
É qualquer substância química que,
interagindo com o organismo, é capaz de produzir
um efeito tóxico, seja este uma alteração funcional
ou morte.
A maioria das substâncias químicas,
consideradas como agentes tóxicos, são substâncias
exógenas conhecidas como xenobióticos.
CONCEITOS DE AGENTES TÓXICOS
TOXICIDADE
É a capacidade, inerente a um agente
químico, de produzir danos aos organismos vivos,
em condições padronizadas de uso. Uma substância
muito tóxica causará dano a um organismo se for
administrada em quantidades muito pequenas,
enquanto que uma substância de baixa toxicidade
somente produzirá efeito quando a quantidade
administrada for muito grande.
CONCEITOS DE AGENTES TÓXICOS
Os agentes químicos podem ser classificados, segundo
HODGES & HAGGARD, em 6 classes de toxicidade, de acordo
com os valores de DL50 (Tabela I). Esta classificação é utilizada
para consultas rápidas, qualitativas, com finalidade de obter
informações relativas à toxicidade intrínseca das substâncias.
Categoria de Toxicidade
Extremamente tóxico
Altamente tóxico
Moderadamente tóxico
Ligeiramente tóxico
Praticamente não tóxico
Relativamente atóxico
DL50 – Rata (via Oral)
< 1mg/kg
1-50 mg/kg
50-500 mg/kg
0,5-5 g/kg
5-15 g/kg
> 15 g/kg
Tabela I : Classificação Quanto ao Grau de Toxicidade
CONCEITOS DE AGENTES TÓXICOS
CLASSIFICAÇÃO DOS PRAGUICIDAS
CONCEITOS DE AGENTES TÓXICOS
Classificação dos Agentes Tóxicos
* Quanto à natureza
* Quanto ao órgão ou sistema onde atuam
* Quanto às características físicas
Gases
Vapores
Partículas ou aerodispersóides
Líquidos
Sólidos
CONCEITOS DE AGENTES TÓXICOS
Fatores que Influem na Toxicidade
Fatores ligados ao agente químico
Propriedades fisico-quimicas
Impurezas e contaminates
Fatores envolvidos na formulação
Fatores relacionados com o organismo
Espécie / fatores imunológicos / sexo
Fatores relacionados com a exposição
Via de introdução
Dose e concentração
Fatores relacionados com o ambiente
Temperatura-Pressão-Radiação
CONCEITOS DE TOXICIDEZ
Risco Tóxico
É a probabilidade de um efeito nocivo ocorrer,
devido a exposição à um agente químico.
X
Perigo
Capacidade da substância causar um efeito tóxico.
CONCEITOS DE TOXICIDEZ
Avaliação de Risco
No Observed Adverse Effect Level (NOAEL)
Low Observed Adverse Effect Level (LOAEL).
CONCEITOS DE TOXICIDEZ
Ingestão Diária Aceitável–IDA
(Acceptable daily intake-ADI)
A IDA de um produto químico é a estimativa
da quantidade de uma substância em um alimento
e/ou bebida-água, expressa sobre uma base de peso
corpóreo, que pode ser ingerida diariamente durante
toda a vida sem causar risco apreciável
IDA = NOAEL / FS
CONCEITOS DE TOXICIDEZ
Ingestão Diária Aceitável–IDA
IDA = NOAEL / FS
FS : Variabilidade Humana
Extrapolação dos animais para humanos
Utilização de estudos subcrônicos
Utilização de LOAEL
Fatores adicionais
CONCEITOS DE TOXICIDEZ
Classificação de Efeitos Tóxicos
Imediatos ou agudos
Aparecem imediatamente após uma exposição aguda (24 hs).
Efeitos crônicos
Resultantes de uma exposição crônica
Somatória ou acúmulo-velocidade de eliminação/absorção
Somatória de efeitos-aumento de irreversíveis/reversíveis
Efeitos retardados
Período de latência ocorrendo mesmo após o termino da
exposição
CONCEITOS DE TOXICIDEZ
Classificação de Efeitos Tóxicos
Reações Idiossincráticas ou Idiossincrasias Químicas
Respostas quantitativas anormais a certos
agentes tóxicos provocados por alterações
genéticas.
Reações Alérgicas ou Alergia Química
Reações que ocorrem
sensibilidade do organismo.
após
uma
prévia
CONCEITOS DE TOXICIDEZ
Classificação de Efeitos Tóxicos
Efeitos Reversíveis e Irreversíveis
Relação
dependente
da
capacidade
regeneração do tecido
Efeitos Locais e Sistêmicos
Podem ocorrer simultaneamente
de
CONCEITOS DE TOXICIDEZ
Interação de Agentes Químicos
Efeito Aditivo ou Adição: A(2) + B(3) = AB(5)
Produzido quando o efeito final dos dois agentes é igual à
soma dos efeitos individuais, que aparecem quando eles são
administrados separadamente. Ex : Organofosforados.
Efeito Sinérgico ou Sinergismo: A(2) + B(3) = AB(20)
Ocorre quando o efeito dos agentes químicos combinados é
maior do que a soma dos efeitos individuais. Ex: tetracloreto
+ etanol.
Potenciação: A(0) + B(2) = AB(10)
Ocorre quando um agente químico, que não tem ação sobre
um determinado órgão, aumenta a ação de outro agente
sobre este órgão. Ex : tetracloreto + isopropanol.
CONCEITOS DE TOXICIDEZ
Interação de Agentes Químicos
Efeito Antagônico ou Antagonismo: A(4) + B(6) = AB(8)
- Antagonismo químico
Ocorre quando o antagonista reage quimicamente
com o agonista, inativando-o. Ex : quelantes
- Antagonismo funcional
Ocorre quando dois agentes produzem efeitos
contrários em um mesmo sistema biológico atuando
em receptores diferentes. Ex : barbitúricos e
epinefrina.
CONCEITOS DE TOXICIDEZ
Interação de Agentes Químicos
- Antagonismo não-competitivo
Atua na cinética do outro no organismo.
Ex: barbitúricos e bicarbonato
- Antagonismo competitivo
Ocorre quando os dois fármacos atuam sobre o
mesmo receptor biológico, um antagonizando o
efeito do outro.
Ex : naloxone e morfina
Tenente Farmacêutico CB
Em um experimento in vitro de íleo isolado de cobaia, a acetilcolina
administrada na solução nutridora provocou contração, concentração
dependente, com EC50 de 10 microM e tensão isométrica máxima de 5g.
Sabendo-se que o tratamento prévio da preparação com um antagonista
colinérgico deslocou de forma paralela a curva log concentração/resposta,
apresentando EC50 de 100 microM e efeito máximo em concentrações
elevadas do agonista, pode-se afirmar que o antagonista é do tipo:
A) competitivo reversível.
B) competitivo irreversível.
C) não-competitivo.
D) alostérico.
E) fisiológico.
CONCEITOS DE AGENTES TÓXICOS / TOXICIDEZ
UECE- Perito Farmacêutico
15-18) A administração de duas ou mais substâncias leva a interações
químicas. Analise as afirmativas relacionadas ao assunto e marque a
opção verdadeira:
( ) A interação entre duas substâncias com mecanismos de ação iguais,
resulta em uma soma de efeitos produzidos por cada uma delas,
levando a um efeito aditivo.*
( ) O tetracloreto de carbono e etanol são hepatotóxicos, mas, juntos, um
bloqueia a ação do outro, produzindo uma anulação do efeito
hepatotóxico.
( ) Sinergismo acontece quando uma determinada substância não tem
efeito tóxico num certo órgão ou sistema, mas quando administrada
junto a outra substância química com toxicidade específica em
determinado órgão, torna a última muito menos tóxica;
( ) Potenciação acontece quando o efeito combinado das duas
substâncias é igual ou superior soma matemática dos efeitos que
cada uma delas produz quando administradas separadamente.
CONCEITOS DE AGENTES TÓXICOS
Questões do Último Concurso Perito PCERJ- 2000
34-38) Os xenobióticos produzem seus efeitos alterando as condições
fisiológicas e bioquímicas normais da célula. Com relação à ação dos
tóxicos no organismo marque:
(
(
(
(
(
) Xenobióticos que interagem covalentemente com macromoléculas
(proteínas e ácidos nucléicos) podem desencadear processos tóxicos
como carcinogenicidade e mutagenicidade;
) Nem todos os tóxicos agem de maneira seletiva;
) Todos os tóxicos agem de maneira seletiva;
) De um modo geral, a intensidade do efeito tóxico depende da
concentração do agente tóxico no sítio de ação;
) Os mecanismos de ação variam de acordo com as propriedades
físico-químicas de cada substância.
CONCEITOS DE AGENTES TÓXICOS
AVALIAÇÃO TOXICOLÓGICA
Compreende a análise de dados
toxicológicos de uma substância química com
o objetivo de classificá-la em categorias
toxicológicas, e ao mesmo tempo, fornecer
informações a respeito da forma correta e
segura de uso, bem como medidas de
prevenção e tratamento.
CONCEITOS DE AGENTES TÓXICOS
Efeito X Resposta
Efeito
é
denominar
biológica
utilizado
para
uma
alteração
Resposta é utilizado para indicar
a proporção de uma população
que manifesta um efeito definido
A Resposta é a taxa
incidência de um Efeito
de
CONCEITOS DE AGENTES TÓXICOS
Relação dose/resposta para uma substância
hipotética em uma população homogênea (efeito
medido: letalidade).
CONCEITOS DE AGENTES TÓXICOS
Relação dose-resposta de três substâncias diferentes
Eficácia:
A
B
C
A>B=C
Potência
A=B>C
CONCEITOS DE AGENTES TÓXICOS
Relação dose-resposta de três substâncias diferentes
Maiores
inclinações:
A
B
C
indicam com
freqüência uma
absorção rápida
Um rápido
começo dos efeitos
tóxicos.
CONCEITOS DE AGENTES TÓXICOS
Relação dose-resposta de três substâncias diferentes
A
B
Doses tóxicas mínima
e máxima
C
As inclinações das
retas das relações
dose/resposta podem
predizer o perigo das
substâncias
tóxicas,
uma vez que essas
inclinações
representam
a
distância
existente
entre a dose tóxica
mínima e a dose
tóxica máxima.
Inclinação da reta: representa a segurança no manuseio de uma substância
Tenente Farmacêutico CB
Sabendo-se que dois fármacos A e B são agonistas de um mesmo subtipo de
receptor, sendo que B produz 100% do efeito máximo em dose maior do que a
do fármaco A (DE50 de B é maior que A) e que o efeito máximo de A é menor
que o de B, pode-se afirmar que:
A) o fármaco A é mais eficaz que o fármaco B.
B) o fármaco A é mais potente que o fármaco B.
C) o fármaco B apresenta maior afinidade pelo receptor que o fármaco A.
D) o fármaco B é um agonista parcial.
E) o fármaco B é mais potente e menos eficaz que o fármaco A.
CONCEITOS DE AGENTES TÓXICOS
Indice Terapêutico (IT)
Razão entre a dose requerida para produzir um
efeito tóxico e a dose necessária para provocar a
resposta terapêutica desejada.
IT = DL50/DE50
DL50 é a dose letal para 50% da população analisada
DE50 é a dose efetiva para 50% da mesma
população.
CONCEITOS DE AGENTES TÓXICOS
Margem de segurança(MS)
MS = DL1/DE99
DL1 é a dose letal para 1% da população estudada
DE99 é a dose efetiva para 99% da mesma
população.
CONCEITOS DE AGENTES TÓXICOS
DL50 de algumas substâncias
CONCEITOS DE AGENTES TÓXICOS
UECE- Perito Farmaceutico
11-14) Os xenobióticos produzem seus efeitos alterando as condições
fisiológicas e bioquímicas normais da célula. Com relação à ação dos
tóxicos no organismo marque:
( ) Um dos parâmetros utilizados para expressar o grau de toxicidade
crônica das substâncias químicas é a DL50
( ) A natureza dos efeitos tóxicos produzidos por um certo agente químico
independe da freqüência e duração da exposição.;
( ) Com base nos valores de DL50 , as substâncias que necessitam de
altas doses para produzir o efeito tóxico são classificados como
altamente tóxicos;
( ) A DL50 possibilita saber se um toxicante é absorvido com a mesma
eficiência por diferentes vias de administração;
CONCEITOS DE AGENTES TÓXICOS
POLÍCIA CIVIL- Perito Criminal
19-22) Tendo em vista os indicadores de toxicidade, considere as
seguintes afirmativas:
( ) DL50, dose que mata 50% dos animais de experimentação, é obtida a
partir de ensaios de toxicidade oral ou dérmica aguda; *
( ) CL50, concentração de substância que pode ser ingerida em até 50%
da dieta, é decorrente de ensaios de toxicidade aguda;
( ) IDA, concentração de substância que pode ser ingerida diariamente,
por toda a vida, sem que se observem efeitos nocivos, é obtida a partir
do NOEL dividido por fatores de incerteza;*
( ) NOEL, concentração máxima de resíduo, é decorrente de ensaios
toxicológicos.
FASES DA INTOXICAÇÃO
Os complexos eventos envolvidos no processo de intoxicação
podem ser desdobrados, para fins didáticos, em 4 fases, chamadas
de fases da intoxicação:
A. Fase de exposição: nesta fase, as superfícies externa ou
interna do organismo entram em contato com o agente tóxico.
B. Fase toxicocinética: Estão aqui incluídos a absorção,
distribuição,
armazenamento
em
diferentes
tecidos,
biotransformação e excreção dos agentes químicos.
C. Fase toxicodinâmica: compreende a interação entre as
moléculas do toxicante com os sítios de ação, específicos ou não, dos
órgãos e, consequentemente, o aparecimento de desequilíbrio
homeostático.
D. Fase clínica: é a fase em que há evidências de sinais e
sintomas, ou ainda, alterações patológicas detectáveis mediante
provas diagnósticas.
FASES DE EXPOSIÇÃO
Principais Vias de Acesso de Agentes Químicos
• Cutânea / Mucosa
• Oral (digestiva)
• Respiratória
• Vias Parenterais: intramuscular, intravenosa,
etc...
Importância das vias para investigação
toxicológica
FASES DE EXPOSIÇÃO
Vias de exposição - Exemplo
Lindano
• Via Dérmica - DL50 = 900 mg/kg
• Via Oral
- DL50 = 90 mg/kg
(Fonte: LARINI, 1999)
TOXICOCINÉTICA
Toxicocinética
Ramo da Toxicologia que estuda a relação
entre a quantidade de um agente tóxico
que atua sobre o organismo e a
concentração dele no plasma, relacionando
os processos de absorção, distribuição e
eliminação deste agente, em função do
tempo.
TOXICOCINÉTICA
1 - Absorção
Absorção
É a passagem de substâncias do local de contato
para a corrente sangüínea.
A passagem dos xenobióticos pelas membranas
biológicas podem ocorrer por diferentes mecanismos,
dependendo de suas propriedades físico-químicas.
TOXICOCINÉTICA
Transporte Através de Membranas
Molécula
carreadora
Moléculas
transportadas
Difusão simples
Difusão facilitada
Transporte passivo
TOXICOCINÉTICA
Transporte Através de Membranas
Difusão passiva através de
membranas
Taxa de Penetração = (P/E) x S x ∆ C
P = permeabilidade
E = espessura
S = superfície
∆ C = gradiente de concentração
TOXICOCINÉTICA
Fatores que Afetam a Absorção de
Xenobióticos
1 - Fatores relativos à membrana:
Espessura
Superfície de contato (área)
Permeabilidade
TOXICOCINÉTICA
Transporte Através de Membranas
TOXICOCINÉTICA
Fatores que Afetam a Absorção de Xenobióticos
Fração não absorvida da dose
Superfície de contato
Estômago, pH = 3
Intestino, pH = 6
Minutos
Transporte Através de Membranas
TOXICOCINÉTICA
Fatores que Afetam a Absorção de Xenobióticos
2 - Fatores relativos ao agente químico:
Gradiente de concentração
Grau de dissolução
Grau de ionização
Lipossolubilidade relativa das formas ionizadas
e não-ionizadas,
Forma e tamanho molecular
Ligação à proteínas teciduais
Volatilidade e Viscosidade
TOXICOCINÉTICA
Fatores que Afetam a Absorção de Xenobióticos
pH
Porção não-ionizada (%)
ácido benzóico (pKa = 4)
anilina (pKa = 5)
2
99,0
0,1
3
90,0
1,0
5
10,0
50,0
7
0,1
99,0
Efeito do pH e o grau de ionização do ácido benzóico e anilina.
TOXICOCINÉTICA
Fatores que Afetam a Absorção de Xenobióticos
3 - Outros Fatores:
Quantidade e qualidade
estômago
Posição
Via de administração
Motilidade intestinal
Integridade cutânea
Temperatura
dentre outras.
de
alimento
do
CONCEITOS DE AGENTES TÓXICOS
Perito Polícia Federal - Perito Criminal (1993)
52-55) A absorção de uma droga pode ser afetada por diferentes fatores.
Podemos afirmar que:
( ) Drogas que são inativas pelo baixo pH do estômago não podem ser
administradas por via oral;
( ) A solubilidade de uma droga não é fator limitante para a sua absorção,
uma vez que suspensões também podem ser absorvidas;
( ) Substâncias lipossolúveis têm acesso rápido ao sistema vascular e
podem atingir o sistema nervoso central;
( ) Drogas ácidos, como por exemplo a aspirina, são absorvidas
principalmente no duodeno.
CONCEITOS DE AGENTES TÓXICOS
POLÍCIA CIVIL - Perito Oficial Toxicologista
57) Com relação à toxicocinética, numere a coluna da direita de acordo com a
coluna da esquerda.
1. Absorção.
2. Toxicocinética.
3. Transporte passivo.
4. Difusão facilitada
( ) Mecanismo dependente do gradiente de concentração;
( ) Processo no qual a substância é transportada por carregador;
( )Permite a avaliação dos movimentos dos agentes tóxicos no organismo;
( ) Permite a avaliação do movimento de substâncias do local de contato com
a circulação sangüínea.
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Cefarma - Aula Introdutória Toxicologia