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Terça-feira
11 de Agosto de 2015
Jornal do Comércio - Porto Alegre
Economia
POLÍTICA MONETÁRIA
Dois pesos e duas medidas
O Rio Grande do Sul registrou queda de 7% nas exportações de
móveis no primeiro semestre deste ano sobre igual período de 2014
com vendas de US$ 91,4 milhões ante aumento de 6,7% e US$ 102
milhões dos móveis de Santa Catarina. A consequência é que os móveis gaúchos perderam posição no ranking, ficando com 30,51% das
exportações brasileiras de móveis, onde, apesar disso, ainda mantém o segundo lugar depois de Santa Catarina, que lidera com 34%.
Para o presidente da Movergs, Ivo Cansan, 2015 é um ano atípico,
apesar da valorização do câmbio. É que, segundo ele, aumentos exagerados de custos anularam parte deste ganho. Mas a indústria de
Santa Catarina não teve o mesmo problema e com melhor resultado?
No Dia do Advogado
Sistema multiplataforma Justiça Fácil promove hoje, Dia do
Advogado, uma ação para comemorar a data junto dos profissionais da área. Uma equipe passará o dia presenteando os advogados que passarem pelo Fórum Central de Porto Alegre com direito
a 60 dias de cortesia no uso integral do serviço.
As chuvas regulares
Meteorologista Celso Oliveira, da Somar Meteorologia, anuncia para a segunda quinzena deste mês o fim do veranico de agosto com a queda da temperatura e a volta de chuvas mais regulares.
Quem o curtiu e o aproveitou lamenta. Mas a natureza agradece.
Ela já estava reagindo fora de época com a brotação das plantas.
Pague um e leve meio
A Fecomércio utilizou inteligentemente uma estratégia comercial bastante comum no vídeo que está mandando às redes sociais
para dizer que já pagamos impostos demais. No iogurte Actívia,
por exemplo, você paga sete unidades e leva oito. No imposto, diz
a Fecomércio, você paga um e leva meio.
Aposta no e-commerce
A cinquentenária joalheria e ótica Pioner, de Caxias do Sul,
lança, neste mês, o serviço de e-commerce, esperando aumentar
entre 15% e 20% suas vendas, segundo o diretor Ivonei Pioner. Sua
gama de produtos vai desde marcas como Carrera, Gucci, Diesel,
Hugo Boss, Montblanc e Swarovski a Tommy Hilfinger e RayBan.
Telefônica reage ao WhatsApp
As companhias de telefone não estão nada satisfeitas com a
concorrência do WhatsApp. Quem já se manifestou foi o presidente da Telefônica, Amos Genish. que considera pirataria suas chamadas de voz sem planos ou créditos pré-pagos. Acontece que o
WhatsApp provê serviço de voz sem licença do regulador, usando
os números das operadoras e sem pagar impostos. É competição
desleal, uma vez que ele “não tem encargos fiscais, regulatórios
e nem legais”, diz, gerando queda nas receitas das operadoras.
Genish acrescentou ainda que não é possível medir o quanto as
ligações por voz do WhatsApp já interferiram na receita das operadoras, mas é inegável que isso está acontecendo. Ainda não se
sabe a reação da Anatel.
Focus prevê maior retração
da economia para este ano
Estimativa dos analistas para o IPCA passou de 9,25% para 9,32%
A recessão econômica deste
ano deve ser mais profunda e já
condenou o País a não retomar o
crescimento no ano que vem. Depois do maior contágio da crise
política na economia, na semana
passada, os economistas do mercado financeiro revisaram as projeções. A aposta para a retração da
atividade em 2015 passou de 1,8%
para 1,97%. Já para o ano que vem,
a previsão de crescimento caiu de
0,2% para zero. Para completar
um quadro ruim, os especialistas
esperam mais inflação.
De acordo com a pesquisa
semanal do boletim Focus, feita
pelo Banco Central (BC) com as
principais instituições financeiras, a estimativa para o IPCA,
índice usado oficialmente no sistema de metas, subiu de 9,25%
para 9,32% neste ano. Foi a 17ª
alta seguida. Se confirmado o
percentual, será a maior inflação
desde 2002.
Com a estilingada do dólar
na semana passada, aumentou a
desconfiança do mercado financeiro em relação à promessa do
BC de fazer a inflação chegar na
meta em 2016. O levantamento
mostra que a perspectiva para o
IPCA subiu de 5,4% para 5,43%
no ano que vem.
Mesmo com previsões piores
para os preços, os analistas mantiveram a aposta que o BC terminou
o ciclo de aumento dos juros. Na
semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) - na ata
da última reunião - reafirmou que
a alta estaria no fim, mas deixou
a porta aberta para mais reajustes
na Selic “em caso de desvios significativos das projeções de inflação
em relação à meta”.
Desde agosto do ano passado, o BC aumenta a Selic. Passou de 11% ao ano para os atuais
14,25% ao ano. Mesmo assim, os
dados acumulados mostram resistência.
Na sexta-feira passada, o
IBGE informou que o IPCA acumulado nos primeiros sete meses do ano chegou a 6,83%, o
índice mais elevado para o pe-
ríodo de janeiro a julho desde
2003 (6,85%). No ano fechado de
2003, o IPCA foi de 9,30%.
Julho viu alguns cortes de estimativas dos economistas sobre
a inflação em 2016, movimento
que corroborou nos mercados financeiros as expectativas de fim
do ciclo de alta dos juros básicos.
As mudanças nas estimativas vêm em meio à pior crise política do Brasil desde o governo
do ex-presidente Fernando Collor
de Mello, que tem abalado a já
fraca economia e a confiança dos
agentes econômicos.
Juros sobem pelo 10º mês seguido, diz pesquisa da Anefac
As taxas de juros das operações de crédito para pessoas físicas e jurídicas subiram em julho
pelo 10º mês consecutivo e renovaram os maiores patamares
desde 2009, segundo pesquisa
divulgada ontem pela Associação Nacional dos Executivos de
Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
No caso das pessoas físicas,
novamente houve aumento nos
juros em todas as seis linhas pesquisadas (juros do comércio; cartão de crédito rotativo; cheque
especial; CDC-bancos-financiamento de veículos; empréstimo
pessoal-bancos; e empréstimo
pessoal-financeiras). O juro médio subiu 0,12 ponto percentual
em julho ante junho, para 7,06%
ao mês (126,74% ao ano), o maior
nível desde agosto de 2009.
No caso do cartão de crédito,
a taxa subiu 0,49 pp, para 13,03%
ao mês (334,84% ao ano) em julho, o maior nível desde março
de 1999. Em relação aos juros
do comércio (crediário), houve
alta em todos os 12 tipos de lojas pesquisadas, com a média geral subindo 0,02 pp, para 5,25%
ao mês (84,78% ao ano). A taxa
mais alta foi registrada em Minas Gerais, com 5,33% ao mês
(86,48% ao ano). Nos financiamentos de veículos, o prazo médio se manteve em 36 meses, o
menor nível para meses de julho
desde 2007.
Entre as pessoas jurídicas,
houve alta nas três linhas (capital
de giro; desconto de duplicatas;
e conta garantida). O juro médio
avançou 0,03 pp no mês passado ante o anterior, para 4,06% ao
mês (61,22% ao ano), o patamar
mais alto desde junho de 2009.
No caso da conta garantida, a taxa subiu 0,04 pp, para
6,94% ao mês (123,71% ao ano), o
patamar mais elevado desde janeiro de 2000. De acordo com a
Anefac, as altas podem ser atribuídas a alguns fatores, como
o cenário macroeconômico que
aumenta o risco de elevação da
inadimplência, o avanço da taxa
Selic e a maior carga tributária.
“A tendência é de que as taxas
de juros das operações de crédito voltem a ser elevadas nos próximos meses”, diz a entidade.
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Focus prevê maior retração da economia para este ano