Petrobras deve cortar até R$ 30 bi em investimentos previstos para este ano
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Petrobras deve cortar até R$ 30 bi em
investimentos previstos para este ano
• Indústria naval e Offshore
Atropelado pelo rebaixamento de rating pela classificadora Moody's, o novo comando da Petrobras
trabalha numa "reconstrução" da imagem da companhia para os investidores que deve ser calcada,
este ano, em drástica redução de investimentos e venda de ativos. Segundo apurou o Broadcast,
serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o corte de investimentos em 2015 pode ficar
entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões. A redução representa algo entre 25% e 35% do que havia sido
planejado - em torno de R$ 80 bilhões.
Além de reduzir investimentos, a companhia decidiu acelerar a venda de ativos para conseguir
reforçar seu caixa nesse momento de crise. O novo plano de desinvestimentos anunciado nesta
segunda-feira, 2, eleva para US$ 13,7 bilhões o saldo previsto com venda de ativos em 2015 e 2016.
Até então, a meta era arrecadar de US$ 5 bilhões a US$ 11 bilhões em um período mais longo, de
2014 a 2018. Com isso, o novo presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, prevê vender, em média,
150% mais ativos a cada ano do que previa a presidente anterior, Graça Foster.
Segundo fontes, a empresa estuda quais ativos poderiam ser vendidos este ano sem a contaminação
de uma redução de preços provocada pelo impacto da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, e
também pela queda do petróleo no mercado internacional. Por enquanto, a empresa divulga apenas
que a maior parte dos ativos que serão vendidos será da área de gás e energia, 40% do total. Mas
não foram excluídos do corte os negócios de exploração e produção de petróleo e gás, no Brasil e no
exterior, que responderão por 30% das vendas. O reflexo será a redução da reserva de petróleo da
empresa.
Já o corte na área de abastecimento, que inclui refinarias e infraestrutura de transporte, responderá
por 30% do total e poderá implicar uma redução da capacidade da Petrobras de produzir
combustíveis e se tornar independente da gasolina e do óleo diesel importados para complementar as
necessidades do mercado interno.
Ao vender ativos e restringir investimentos, a Petrobras encolhe, ao mesmo tempo que concentra sua
atividade em negócios considerados estratégicos - projetos de baixo risco, que vão ajudar a fortalecer
o caixa, como o pré-sal. Assim, espera sanear a posição financeira neste momento de crise, em que
tem dificuldade de financiar investimentos.
A medida foi bem recebida pelo mercado, que vê o enxugamento da petroleira como uma medida
prudente e necessária, diante da dificuldade de recorrer ao mercado por crédito.
Uma outra alternativa, seria o governo injetar dinheiro na companhia, por meio de uma capitalização,
solução tida por muitos analistas como necessária. Mas essa hipótese, por enquanto, está fora de
cogitação pelo governo. Pelo menos em 2015, a empresa não tem problema de caixa. O pagamento a
credores está em dia e a diretoria da Petrobras trabalha desde o ano passado para evitar a
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antecipação de dívidas, decorrente do atraso na divulgação do balanço financeiro de 2014.
O desafio é conseguir dinheiro para levar adiante, principalmente, investimentos no pré-sal, que
exigirão a compra de equipamentos a partir de 2016. A empresa não pode adiar as compras, porque
tem pressa em iniciar a produção em grandes reservas, como no campo de Libra. Além disso, nessas
áreas atua em parceria com grandes petroleiras internacionais, com as quais está comprometida.
Para dar conta dos desafios, o atual diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Ivan
de Souza Monteiro, está conduzindo dois tipos de mudanças na governança da Petrobras. Ele
implementou na petroleira a figura dos comitês intermediários. Na prática, esses órgãos de decisão
criam uma cadeia de responsabilidade, o que evita uma concentração de poder no diretor. Na gestão
anterior, o diretor Financeiro, Almir Guilherme Barbassa, respondia por todas as áreas e a expresidente Graça Foster mantinha uma linha direta de decisão nas questões financeiras.
Fonte: Jornal do Commercio (POA)
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