UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA
INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO
Modelação Ambiental
Aula #6
Modelos Biogeoquímicos
Caixas Negras
Estrutura e Processos Básicos dos Modelos (soft intro)
R Neves | M Mateus | G Riflet
2009-2010
Ponto da Situação
Temos:
Modelos simples e simplistas (crescimento
exponencial e logístico, Lotka-Volterra, etc.) que
não conservam a massa nem tem aspirações de
o fazer
Princípio da
conservação
da massa
Modelos NPZ, mais complexos e realistas que
os anteriores, e que tem em conta o princípio da
conservação da massa, mas são muito
simplificados
Modelos NPZD que fecham o ciclo dos
elementos e conservam massa, ao mesmo
tempo que simulam explicitamente os mais
básicos elementos biológicos e químicos num
sistema
NPZD
Estrutura do modelo
Respiração
e Excreção
Amónia
Nitrificação #1
Nitrito
Produtores
Primários
Produtores
Secundários
Níveis
Tróficos mais
elevados
Nitrificação #2
Nitrato
Mineralização
DON
Denitrificação
Azoto
molecular
Azoto Orgânico
Dissolvido NãoRefractário (DON-NR)
Respiração
e Excreção
Se forem considerados
no modelo, o ciclo fica
aberto (o modelo não
conserva massa)
Azoto Orgânico
Dissolvido Refractário
(DON-R)
Mineralização
PON
Decomposição PON
Azoto Orgânico
Particulado (PON)
Mortalidade
e Excreção
Fitoplâncton não assimilado
Modelos tipo ERSEM
Estrutura do modelo
Gases
dissolvidos
oxigénio
Produtores
Consumidores
Decompositores
Matéria
orgânica
Nutrientes
inorgânicos
dissolvido
particulado
nitrato
amónia
fosfato
silicatos
componentes
Produtores (fitoplâncton)
Consumidores (zooplâncton)
Decompositores (bacterioplâncton)
Matéria orgânica
– Dissolvida lábil
– Dissolvida semi-labil
– Particulada
– Sílica biogénica
Nutrientes
– Amónia
– Nitrato
– Fosfato
– Silicato
Gases
–Oxigénio
–Dióxido de Carbono
Fluxo de matéria orgânica (C, N, P, Si)
Fluxo de nutrientes (N, P, Si)
Fluxo de gás (O)
Grupos funcionais / Variáveis de estado
Variáveis de estado
mohid.Life
Diagrama do modelo
Oxigénio
O
Produtores
Consumidores
C N P
Si Chl
C N
Decompositores
C N
Si Bio
P
Si
Matéria Orgânica
POM
C N
Nutrientes
DOM sl
C N
Si Bio
P
P
Si
NH4
DOM l
N
NO3
N
PO4
P
C N
P
P
Reflexão na Aula
“Organismo Standard” com múltiplos elementos
Oxygen
O2
Nutrients
N:P
CO2
respiration
nutrient
excretion
ingestion
assimilation
food sources
Standard organism
C
C:N:P
C:N:P:Si
sloppy
feeding
N
predation
predators
P
C:N:P
mortality
excretion
sloppy
feeding
Modelos mais complexos simulam a
dinâmica de vários elementos nos
processos biológicos universais (consumo
alimento / nutrientes, assimilação,
excreção, respiração , mortalidade).
Como se consegue isto com uma simples
equação de estado?
NÃO SE CONSEGUE!
Organic matter
(POM & DOM)
C:N:P:Si
Grupos funcionais / Variáveis de estado
Fluxo carbono
Variáveis de estado
Fluxo nutrientes
Modelos multi-elementos
Equações de balanço de massa
Exemplo para um produtor primário
(composto por carbono, azoto, fósforo, sílica e clorofila)
Produtores
C N P
Si Chl
Ambiente marinho pelágico
Processos a ter em conta nos modelos
• Físicos
Transporte, difusão, etc.
• Químicos
Reacções químicas, ph, etc.
• Fisiológicos/ Biológicos
Consumo, respiração, excreção, etc.
• Ecológicos
Interacções tróficas, dominância de
grupos, etc.
Evolução dos modelos
1920
1930
1940
1950
1960
1970
1980
1990
2000
• Oxigénio em lagos e rios em função de
descargas de esgoto
• Primeiros modelos matemáticos para sistemas
marinhos planctónicos (Georges bank, EUA)
PRINCIPAIS RAZÕES DA EVOLUÇÃO
• Expansão da
125
• Aplicações 2D em estuários e baías
• Geometria e dinâmica complexa
capacidade computacional
• Estudo de problemas de qualidade da água
5 years run (last 3 years)
• Simulações com evolução temporal
• Avanço do conhecimento sobre o funcionamento
dos sistemas
• Estudo da eutrofização
75
• Generalização dos modelos de nutrientes e
naturais
50
cadeias alimentares
mg C m
-3
100
25
• Reconhecimento das limitações de
1095
1460
1825
experimentais
Julian day
0
730
B
•
• Junção de modelos ecológicos com
modelos
circulação – Zona de upwelling
técnicas
e de
metodologias
do Oregon, EUA
• Aumento na complexidade dos
ciclos dos nutrientes nas teias
Falta de ferramentas adequadas para o estudo de
problemas
multialimentares
microbianas
• Explosão no
aumento da utilização
disciplinares e de sistemas com vários compartimentos
(capacidade
dos modelos
de integração)
• Modelação operacional
• Assimilação de dados
Qualidade da água
Ecológicos
Biogeoquímicos / Operacionais
Era do computador
Avaliação Geral
Complexidade dos Modelos
A FAVOR
• Capacidade e aplicabilidade dos modelos
• Maior abrangência de processos
• Reflectem o avanço do conhecimento
CONDICIONANTES
• Inexistência de valores para alguns parâmetros
• Falta de dados para validação
• Limitação enquanto ferramentas de gestão e apoio à decisão
• Capacidade de ligar pressupostos com os resultados diminui
EXIGÊNCIAS
• Utilizadores com conhecimento detalhado do modelo
• Capacidade computacional elevada
Olhar para os “mecanismos” dos modelos
Como funciona a caixa negra
Entram coisas
(input dados)
Condições iniciais
Forçamento
Parâmetros
Geometrias
Etc.
Modelo XPTO
ENTER
Saem coisas
(quando tudo corre bem)
Resultados
Aconteceram coisas
…e o nosso conhecimento não aumentou um centímetro!
(e o modelo continua a ser uma caixa negra que faz coisas)
Ligeira introdução ás coisas que os modelos
ecológicos fazem (e como o fazem)
Produtores
Dinâmica de Michaelis-Menten
Uptake de Nutrientes
Modelo simplificado
Vimos que:
Sabemos que o crescimento pode ser expresso por:
Podendo o factor limitante ser:
Temperatura
Nutrientes (recurso)
Luz
Espaço
Oxigénio
Todas as anteriores (combinação delas)
Uptake de Nutrientes
Razão Superfície - Volume
Volume
1 cm3
8 cm3
8 cm3
Área de superfície
6 cm2
48 cm2
24 cm2
6
6
3
Razão S:V
Observação: o tamanho dos organismos
condiciona a sua capacidade de
consumo de nutrientes
Modelo Michaelis-Menten (-Monod)
Parametrização simplificada
Uptake de nutrientes
S

  Vmax
 S   ks
Vmax : Locais de entrada dos nutrientes na célula
ks : Inverso da afinidade para o nutriente  afinidade = 1 
ks 

Quanto maior a célula, maior o Vmax e o ks
Modelo Michaelis-Menten (-Monod)
Parametrização simplificada
Uptake de nutrientes
S

  Vmax
 S   ks
Se  S 
ks
:
S 
 S   ks
Se  S 
ks
:
S 
 S   ks
 1,
logo   Vmax  ks irrelevante 
 0,
logo   0
 ks
importante 
Com concentrações elevadas de
nutriente a afinidade perde
importância
A baixas concentrações a
afinidade ganha (e a velocidade
perde importância)
Modelo Michaelis-Menten (-Monod)
Análise dimensional
Ainda preciso
dizer alguma
coisa !?!?
Modelo Michaelis-Menten (-Monod)
Análise dimensional
Partindo de:
S

  Vmax
 S   ks
Parâmetro
Descrição
Unidades
μ
Taxa de consumo
d-1
μ max
Taxa máxima de consumo
d-1
[S]
Concentração do nutriente
massa volume-1
Ks
Constante de semi-saturação
massa volume-1
F(factores limitante)
Limitação
Adimensional (0 a 1)
Se o produtor e o nutriente são expressos em concentração de N:
Admitindo At 1  At  .t. At
temos mgN L1  mgN L1  d 1. d . mgN L1
Modelo Michaelis-Menten (-Monod)
Dinâmica
Uma espécie com recurso ilimitado
300
População
250
Dinâmica controlada por:
200
150
100
Esp A
50
0
0
20
40
60
80
100
120
• Vmax
• ks
• [Esp A]
Factor limitante constante
tempo
Uma espécie com recurso limitado
60
Dinâmica controlada por:
População
50
40
30
Esp A
20
[S]
10
0
0
20
40
60
tempo
80
100
• Vmax
• ks
• [Esp A]
• [S]
120
Factor limitante variável
Para meditar na esplanada de civil
Modelação do ciclo de vida de uma população diatomáceas
Se o ks e o Vmax estão relacionados com o tamanho dos organismos numa
população, e este varia no tempo (como na figura), então como se pode modelar
uma população que pode ter simultaneamente organismos de vários tamanhos ?
Download

Aula 6 - Técnico Lisboa