XI Salão de
Iniciação Científica
PUCRS
Memória e Comunicação Institucional: a construção de
relacionamentos com base em acervos
Alina Oliveira de Souza1, Profª Drª Cláudia Peixoto de Moura2 (orientadora)
Faculdade de Comunicação Social - FAMECOS, PUCRS
Resumo
O projeto tem como objetivo compreender a comunicação institucional e o processo de
Relações Públicas em construção com base no trabalho desenvolvido em acervos históricos.
Para tanto, envolve aspectos teóricos referentes aos tópicos Comunicação Institucional,
Relações Públicas, Acervos, Memória, e aspectos práticos relativos aos procedimentos
metodológicos adotados para a coleta de dados, tais como: pesquisa documental, técnica de
questionário, técnica de entrevista por pauta. O trabalho possibilitará uma análise dos
programas de documentação e memória existentes em instituições situadas no Rio Grande do
Sul, caracterizando suas ações no sentido de fundamentar a construção de relacionamentos
com os públicos.
Introdução
Assim como as questões temporais interferem diretamente na vida dos indivíduos,
com as organizações não é diferente. “Todas as suas ações presentes e futuras dependem de
resultados de suas ações passadas” (SIMÕES, 1984, p. 41). Conforme uma instituição
atravessa etapas, ela constrói um dos seus maiores patrimônios: a história. Esta, uma vez
consolidada, torna-se substância identitária e referência de credibilidade para os diversos
públicos. A partir daí, cria-se uma interface entre História e Relações Públicas, a qual permite
questionar: Como os acervos favorecem a construção de relacionamentos? Qual é o papel da
memória para a Comunicação Institucional?
1
Bolsista de Iniciação Científica PIBIC/ CNPq, acadêmica do 4° nível de Relações Públicas, na Faculdade de
Comunicação Social, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – FAMECOS/ PUCRS.
2
Professora de graduação e de pós-graduação da Faculdade de Comunicação Social, da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul – FAMECOS/ PUCRS, e orientadora do Projeto.
XI Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 09 a 12 de agosto de 2010
Metodologia
Através da pesquisa bibliográfica, foi possível explorar conceitos da temática em
questão: Comunicação Institucional, Relações Públicas, Acervos e Memória. Na etapa de
levantamento dos programas de Memória Institucional existentes no Rio Grande do Sul,
utilizou-se a pesquisa documental (por meio de buscas na Internet). Na fase posterior,
elaborou-se um questionário composto por perguntas (tanto abertas quanto de múltiplaescolha), sobre objetivos, tempo de adoção, formação da equipe de trabalho, planejamento,
dificuldades e itens presentes nos centros históricos. A ênfase ficou em torno da contribuição
da Memória Institucional para os relacionamentos e para a imagem/reputação das instituições
pesquisadas. Os questionários foram enviados para os endereços de e-mail dos coordenadores
dos acervos. Após o retorno, quantificaram-se as respostas e, nas questões dissertativas,
atentou-se também para as palavras e expressões mais citadas por tais profissionais. No
tocante do trabalho, ainda falta realizar: Técnica de entrevista por pauta, técnica de análise de
conteúdo e pesquisa bibliográfica sempre que for necessário.
Resultados
Quanto ao mapeamento dos acervos, no total, foram encontradas 34 instituições no
Rio Grande do Sul que adotam programas de documentação e memória. Destas, 24
responderam o questionário. As respostas, por vezes, contradisseram as afirmações dos
autores considerados na pesquisa bibliográfica. Como foi o caso da inclusão dos relaçõespúblicas na equipe responsável pelo desenvolvimento das estratégias de Memória
Institucional. Foram encontrados pouquíssimos acervos históricos com a presença dos
mesmos.
A pesquisa empírica, embora tenha revelado peculiaridades, também apontou bons
sinais. Muitas instituições planejam os seus projetos com uma intenção a longo prazo, com
permanente atualização e têm planos de investir em novas iniciativas afins. A maioria possui
depoimentos entre os itens presentes nos acervos, demonstrando, assim, abertura para o
discurso das múltiplas vozes que compõem o seu quadro funcional. Grande parte dos
questionados comentam a capacidade dessas práticas estimularem o sentimento de
pertencimento e o protagonismo dos funcionários. Também é defendido que a memória da
instituição se torna parte da própria memória de sua região de influência, transmite valores
como responsabilidade social, ética, cidadania, humanitarismo, incrementa e aperfeiçoa a
XI Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 09 a 12 de agosto de 2010
democracia. Quanto às vantagens proporcionadas à imagem, foram enumerados aspectos
como confiança, credibilidade e até a expressão “cartão de visitas”.
Conclusão
Através das afirmações feitas pelos responsáveis dos acervos das instituições
pesquisadas, nota-se que a Memória Institucional (mesmo ainda não realizando todos os seus
preceitos na prática) é reconhecida por muitos devido ao seu potencial de agregar valor aos
negócios, aos relacionamentos e à reputação das instituições.
Os conceitos da história e memória encontram consonância com os de comunicação
institucional e relações públicas (e vice-versa). Ambas as áreas trabalham com as questões de
legitimação, transparência, participação democrática, coesão dos grupos, identidade e
transmissão de saberes. Evoluir não significa deixar as raízes de lado, e sim extrair delas o
lado positivo. Existem produtos e serviços semelhantes, mas, em se tratando de história, cada
instituição tem a sua. Como Nassar afirma: “O moderno não devora a tradição (...) (2008,
p.27)”.
Referências
AMANHÃ: economia e negócios. 100 Maiores do Rio Grande do Sul. Amanhã, Porto Alegre, 22, n. 257. p.
176-178, Setembro 2009.
CADASTRO
NACIONAL
DE
MUSEUS.
Disponível
<http://museus.ibram.gov.br/sbm/cnm_conhecaosmuseus.htm>. Acesso em: 12 de nov. de 2009.
em:
GAGETE, Élida; TOTINI, Beth. Memória empresarial, uma análise de sua evolução. In: NASSAR, Paulo (org.).
Memória de empresa: história e comunicação de mãos dadas, a construir o futuro das organizações. São
Paulo: Aberje, 2004.
MARCONI, Maria de Andrade; Lakatos, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa. 4.ed.rev.ampl. São Paulo: Atlas,
1999.
MARICATO, Adriano. História e memória. In: MARCHIORI, Marlene (org.). Faces da cultura e comunicação
organizacional. São Caetano do Sul/ SP: Difusão Editora, 2006.
NASSAR, Paulo. Relações Públicas na construção da responsabilidade histórica e no resgate da memória
institucional nas organizações. 2. ed. São Caetano do Sul/ SP: Difusão Editora, 2008.
SIMÕES, Roberto Porto. Relações Públicas: Função Política. Novo Hamburgo/ RS: Feevale, 1984.
TANGINO, Maria das Graças. Libertação pela redação técnico-científica. In: DUARTE, Jorge. Barros; Antônio
(orgs.). Métodos e Técnicas de pesquisa em comunicação. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2008.
WORCMAN, Karen. Memória do futuro: um desafio. In: NASSAR, Paulo (org.) Memória de empresa:
história e comunicação de mãos dadas, a construir o futuro das organizações. São Paulo: Aberje, 2004.
XI Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 09 a 12 de agosto de 2010
Download

Memória e Comunicação Institucional: a construção de