O NOVO ALVORECER DA ACADEMIA PENEDENSE DE LETRAS
Após 32 anos de recesso, revitalizada, no ano de
2005, pelo visionário franciscano e jornalista,
Marcelino Cantalice da Trindade, a priori, a
Academia Penedense de Letras, Artes, Cultura e
Ciências recebeu abrigo no Convento Franciscano
de Penedo. Depois, funcionou em imóvel alugado
situado à Rua João Pessoa e nas sedes da OAB e do
SINDSPEM. Desse modo, a questão maior da
APLACC sempre foi a carência de sua sede própria.
Todavia, em maio de 2009, o sonho do
perseverante presidente Marcelino se tornaria
realidade. Em audiência concedida a ele pelo exprefeito Alexandre Toledo, na qual participou o
atual prefeito Israel
Saldanha,
foi
firmado
compromisso pelo
Poder Executivo de
que a Academia,
tão logo concluída
a restauração do
prédio a cargo do
Projeto
Monumenta, teria
sua
sede
no
pavimento superior
da
Casa
da
Aposentadoria.
Foi com grande ufanismo que todos os
acadêmicos ficaram cientes da conquista de uma
sede tão privilegiada. Localizada no belíssimo
conjunto arquitetônico secular da Praça Barão de
Penedo e emoldurada pela paisagem indescritível
do Rio São Francisco, a Casa da Aposentadoria é
um casarão esplêndido de significativa relevância
na trajetória histórica e cultural de Penedo.
Segundo o eminente bibliófilo e historiador, Dr.
Francisco Sales, o imóvel foi construído em 1782
pelo ouvidor José Mendonça Matos Moreira, onde
se instalou a Câmara. Tinha como finalidade o
pouso dos ouvidores, mas nunca foi destinado a tal
função. Posteriormente, numa reforma promovida
pelo Barão de Traipu, a Cadeia e a Casa da
Aposentadoria tornaram-se um único prédio. Em
1936, o então prefeito Amarílio Sales transferiu a
Cadeia e transformou o prédio no Grupo Escolar
Gabino Besouro.
Em tempos mais contemporâneos, abrigou a
Coletoria Estadual, de servidores memoráveis,
como o coletor José Paulino, a Dona Edite, a
Melícia e a Francina Laura. Destarte, lá também
foram instalados outros estabelecimentos: o
SETURCE, a TELASA, o Arquivo Público e secretarias
municipais.
Hoje,
numa
nobre
vontade política, os
seus espaços estão
reservados à cultura
literária e artística
de
Penedo.
O
auditório,
totalmente
climatizado e sem
perda
de
suas
características,
é
um salutar presente
ao
público
da
cidade. Ó imóvel também contará com um centro
de informações turísticas e com um restaurante
típico.
A festa de reinauguração da Casa da
Aposentadoria, ocorrida em 10.02.2012, com
direito à guarda de honra dos “Dragões da
Independência”, num cenário fascinante e
organização
impecável,
foi
simplesmente
magistral. Dentre as autoridades presentes, podem
ser evidenciadas as seguintes personalidades: o
vice-governador José Thomaz Nonô; o secretário
estadual de saúde Alexandre Toledo; o prefeito
Israel Saldanha; o bispo diocesano Dom Valério
Breda; o presidente da Câmara Manoel Messias; o
coordenador do Monumenta Robson Almeida; a
secretária de Cultura Eliana Cavalcanti; o
magistrado Claudemiro Avelino. As apresentações
culturais ficaram a cargo do Coral Vozes de Penedo
e do Grupo Armorial de Piranhas. O presidente da
APLACC, Valfredo Messias, num pronunciamento
eivado de emoção, sob os auspícios do Barão de
Penedo, enalteceu o marco histórico da solenidade
e toda a relevância da posse da nova sede para o
futuro promissor da instituição.
Folha Acadêmica
Pág. 03
ENTREVISTA
Janeiro/abril/2012
Dr. Tobias Medeiros
O artífice do Centro Cultural do Sertão
O Dr. Tobias Medeiros é
natural de Santana de
Ipanema (AL). Bacharel em
Ciências
Jurídicas
pela
Faculdade de Direito de
Alagoas,
bacharel
em
História e licenciado em
Letras Neolatinas pela UFAL,
advogado e técnico de
administração.
Durante
muitos anos, ensinou Direito
na Universidade Federal de
Alagoas. Também lecionou
diversas matérias em várias
instituições de ensino de
Maceió. Ocupou outros
importantes
cargos,
a
exemplo de vogal, secretário
geral e procurador regional
da Junta Comercial do Estado
de Alagoas. Autor de vários
livros e trabalhos publicados.
Dentre outras entidades, é
membro da Ordem dos
Advogados do Brasil, sócio
efetivo
da
Academia
Alagoana de Letras, sócio
efetivo do Instituto Histórico
e Geográfico de Alagoas e da
Academia Penedense de
Letras, ocupando a cadeira
06, cujo patrono é o Pe.
Francisco José Correia de
Albuquerque, ao qual, em
sua memória, publicou um
livro biográfico.
Mesmo
aposentado,
continua
produtivo em suas atividades
literárias e de promoção
social. No ano de 2007, deu
início à construção do
CENTRO
CULTURAL
DO
SERTÃO, empreendimento
que prossegue sob os seus
auspícios e alvo maior desta
entrevista. Em seu
apartamento, em Maceió,
com a sua peculiar atenção,
recebeu a reportagem da
“Folha
Acadêmica”,
oportunidade em que, com
objetividade
e
carinho,
respondeu a todas perguntas
formuladas.
Folha Acadêmica: Sabemos
que, sobretudo, a partir dos
anos mais próximos, o
senhor vem se dedicando,
carinhosamente,
na
implantação e dinamização
do CENTRO CULTURAL DO
SERTÃO, em sua terra natal.
Relate-nos um pouco como
foi este início.
Tobias Medeiros: Sempre
estive voltado para o sertão,
onde nasci. O homem vive
sempre
procurando
concretizar os seus sonhos e,
quando
se
pensa em
beneficiar o outro, Deus
ajuda. Já vinha cogitando em
fazer um museu, desde a
criação do município, cujo
primeiro prefeito foi meu
irmão, Osman Medeiros, mas
não foi possível. Depois de
várias
reuniões
com
professores e alunos, como
também com pessoas da
comunidade, decidimos criar
o “Centro Cultural do Sertão”,
cuja data de fundação foi em
10 de setembro de 2007. De
acordo com o Estatuto, é uma
associação onde existe um
museu. Queremos que seja
um
museu-escola
para
melhor instruir os visitantes,
máxime,
os
jovens
estudantes.
Folha Acadêmica: Qual foi o
apelo mais forte, que o levou
a edificar o CENTRO?
Tobias Medeiros: O amor à
terra
natal
e
aos
antepassados,
tentando
valorizar o sertanejo que é,
“antes de tudo, um forte” –
na afirmativa de Euclides da
Cunha.
Folha Acadêmica: Quais são
os objetivos principais do
Centro?
Já
realizaram
atividades para atingir tais
objetivos?
Tobias Medeiros: Em geral, é
um tanto difícil conservar e
disseminar
a
cultura
sertaneja, especialmente no
campo
da
história,
arqueologia, paleontologia e
geografia em relação à região
semi-árida
do
nordeste
brasileiro. São necessidades
específicas:
ter
uma
biblioteca com livros que
dizem respeito ao sertão;
guardar peças de casa de
farinha de mandioca; objetos
de uso doméstico e do
trabalho do homem do
campo que tenham valor
histórico;
incentivar
o
engajamento das entidades
públicas e particulares da
área, no processo de resgatar
fielmente a cultura regional.
E,
ainda,
promover a
fraternidade dos associados e
participantes das atividades
do Centro Cultural do Sertão.
Quanto à segunda parte da
pergunta, a resposta é sim.
Mesmo funcionando numa
sede provisória e em estado
precário, em tão pouco
tempo
de
existência,
realizamos
as
sessões
ordinárias,
assembleias,
exposição sobre os 200 anos
do Banco do Brasil, com
apresentação de moedas e
cédulas de todos os sistemas
monetários de todos os
paises do continente africano.
Foi
também
uma
homenagem ao negro que
coadjuvou o Brasil a se
desenvolver. Foi feita uma
exposição sobre os Correios e
Telégrafos da cidade de Poço
das Trincheiras. Celebramos o
centenário de nascimento de
figuras destacadas da região:
Monsenhor
Fernando
Monteiro
de
Medeiros,
Noêmia Rocha Medeiros,
Maria Fany Wanderley de
Alcântara e Moisés Anselmo
da Silva. Encenação da peça
teatral
a
“Alegria
do
Vaqueiro”, realizada pelos
alunos da Escola Conceição
Lyra, de São Miguel dos
Campos. Foi um intercâmbio
cultural de grande eficácia
nas
cidades
onde
foi
apresentada. Várias palestras
sobre o Centro Cultural do
Sertão foram realizadas em
Maceió: Instituto Histórico e
Geográfico
de
Alagoas,
Academia Alagoana de Letras
e Academia Nordestina de
Letras; na Escola Padre
Francisco
Correia,
em
Santana do Ipanema e na
Academia de Letras de
Arapiraca.
Neste
ano
celebraremos o Centenário
de Luiz Gonzaga.
Folha Acadêmica: Já foi
iniciada a construção da sede
para o CENTRO?
Tobias Medeiros: Sim. Demos
início no ano passado, com a
ajuda financeira de amigos e
parentes. Convém salientar
que, na execução da obra,
recebemos substancial apoio
de Mário Aloísio Melo,
conhecedor
da
magia
arquitetônica
e
superintendente do IPHAN
em Alagoas, do competente
calculista Eduardo Uchoa e
do jovem e dinâmico
engenheiro,
Leonardo
Antônio Silva.
Folha Acadêmica: O Centro
possui um emblema? Qual é
a mensagem do mesmo e/ou
simbolismo?
Tobias Medeiros: A arte
plástica
colabora
na
comunicação e na expressão
das ideias. Eis, em síntese, o
que diz o emblema do
Centro: “TUA LUZ ME
CONDUZ”.
Folha Acadêmica: Quais
as perspectivas para a
caminhada na história,
cultura
e
desenvolvimento social
região?
são
sua
na
no
da
Tobias Medeiros: O caminhar
é lento. E é feito no próprio
andar. Para uma maior vida, é
mister o apoio do poder
público que, em geral, em
todo lugar, é pouco.
Folha Acadêmica: Como vê o
amanhã do Centro Cultural
do Sertão?
Tobias Medeiros: O amanhã
pertence
à
Providência
Divina. Vivendo o hoje,
construímos o amanhã. O
Centro Cultural do Sertão e os
museus da região poderão
ser partes (departamento) do
grande “Museu do Homem
do Rio São Francisco”, com
sede em Penedo, sob a égide
do Ministério da Cultura.
Folha Acadêmica: Sabemos
que, além desse trabalho
promocional no sertão, o
senhor vem se dedicando a
uma pesquisa sobre a vida e
a obra do patrono da sua
cadeira na APLACC, o Padre
Francisco. Como estão essas
pesquisas e como está a
caminhada das mesmas?
Tobias Medeiros: Ainda
criança, admirei o bonito
crucifixo, esculpido por ele,
que se encontra no altar da
nave principal, do lado direito
de quem entra na igreja de
Santana do Ipanema. O
tempo correu e só mais tarde,
quando fui convidado por
Marcelino
Cantalice
da
Trindade para ser sócio
efetivo
da
Academia
Penedense
de
Letras,
comecei a pesquisar sobre o
Padre Francisco José Correia
de Albuquerque, santo e
sábio, que soube usar das
artes para cantar e encantar a
vida, conduzindo o homem
ao
eterno.
Missionário
apostólico, merecedor das
honras do altar. Trabalhamos,
por isso, a fim de que a
Diocese de Penedo abra,
assim que achar oportuno, o
processo da sua beatificação.
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Folha Acadêmica
Janeiro/abril/2012
CENTENÁRIO DO COLÉGIO IMACULADA CONCEIÇÃO
No dia 13 de abril de 2012, tiveram início, em Penedo/Alagoas, as atividades
comemorativas do ANO CENTENÁRIO DO COLÈGIO IMACULADA CONCEIÇÃO, em homenagem aos
100 anos da fundação daquele tradicional e histórico estabelecimento de ensino penedense, cuja
data centenária dar-se-á no dia 13 de abril de 2013. Fundado pela Congregação das Irmãs
Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, a instituição educacional tem escrito, na
história cultural da cidade de Penedo, belas páginas que narram toda uma luminosa trajetória.
Sempre fiéis ao lema da Congregação – “LUCERE ET FOVERE” – ILUMINAR E SUAVIZAR, as irmãs
hospitaleiras franciscanas, durante todo um século de caminhada, souberam plantar a boa
semente do saber e da educação. Numerosos e bons frutos já foram colhidos e outros tantos
ainda hão de chegar.
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Folha Acadêmica
OPINIÃO ACADÊMICA
Janeiro/abril/2012
Valfredo Messias dos Santos
REPENSANDO PENEDO
A propósito de mais um
aniversário da cidade de
Penedo, cantada em prosas
e versos e admirada por
todos que a visitam,
conhecida como a “Ouro
Preto do Nordeste” e, ainda,
como
a “Cidade
dos
Sobrados”, no dizer de
Gilberto Freire, valho-me do
momento para fazer uma
reflexão sobre a tênue
ascensão que vislumbro
estar se verificando no seu
desenvolvimento econômico
e cultural. Há décadas, os
historiadores
vêm
se
manifestando
sobre
o
declínio do apogeu da cidade
de Penedo, que já foi um
influente centro comercial,
com uma economia pujante
e de onde nasceram artistas,
músicos, escritores, poetas e
grandes personalidades que
se destacaram no cenário
nacional.
Os clubes de serviços, que
reuniam
pessoas
preocupadas como seu
progresso
e
desenvolvimento,
com
relevantes
serviços
prestados à cidade, aos
poucos
foram
enfraquecendo, perdendo a
sua visibilidade com a
redução do número de seus
membros. Prédios de valores
históricos inestimáveis se
tornaram ruínas como, por
exemplo, o que abrigou a
Coordenadoria Regional de
Ensino, situado na área mais
nobre da cidade, nas
proximidades do Colégio
Imaculada Conceição com
um
belíssimo
estilo
arquitetônico e, apesar de
sua imponência, parece não
ser visto e, aos poucos, vem
sucumbindo, perdendo o seu
brilho, definhando e levando
uma parte da história.
As igrejas e o convento,
templos
religiosos
de
relevantes valores históricos,
marcos
do
início
da
evangelização, também se
ressentiram da falta do
cuidado devido, chegando ao
ponto de algumas serem
interditadas, sem condições
de receberem os seus fiéis,
em razão do risco de
desabamento do seu teto ou
de incêndio, em decorrência
de instalações elétricas
deficientes. Uma escola
situada no bairro do Oiteiro,
hoje Santo Antônio, “Escola
Professor Lêonidas Souza”,
foi desativada há vários anos
e
abandonada
pelos
governos e hoje se encontra
em estado deplorável sem
teto, com algumas paredes
ainda em pé e dominada
pelo mato, sendo foco de
doenças e abrigo de
marginais. Até mesmo o
majestoso Rio São Francisco,
o Opara, o grande mar, tão
admirado pelos indígenas e,
posteriormente,
pelos
pescadores, que dele
tiravam o seu sustento, corre
fraco, sem vida, e vai se
arrastando em direção à foz,
vencido pelo mar que outrora - o via entrar em
suas
entranhas
com
determinação.
Apesar
desses
fatos
negativos, tenho uma visão
nítida de que alguma coisa
começa
a
mudar.
O
ressurgimento da Academia
Penedense de Letras, Artes,
Cultura e Ciências, que há
32 anos se encontrava
desativada e que tem como
missão principal estimular o
prazer pela leitura, pela
escrita de poemas e contos,
fazendo
os
alunos
e
escritores
refletirem
a
importância de cada um
como artífice da história,
pois sem a escrita, a história
não se perpetua... O
surgimento de entidades
como a Associação Cultural
Barqueiros do Velho Chico, a
Associação dos Artistas
Plásticos e Literários de
Penedo e a Agremiação
Artística e Cultural do Centro
Histórico de Penedo. A
continuidade, com presença
firme e marcante, do Monte
Pio dos Artistas. O reinício
das atividades de uma das
lojas
maçônicas
e
a
restauração da Casa da
Aposentadoria, um dos
prédios mais antigos e belos
de Alagoas. Todos esses
fatos são marcantes na
busca da revitalização e do
aprimoramento de nossa
cidade.
No campo educacional,
registre-se: a implantação
dos cursos superiores em
turismo e pesca ministrados
pela Universidade Federal de
Alagoas; a ampliação de
cursos
na
Faculdade
Raimundo
Marinho;
a
criação do Campus do
Instituto Federal de Alagoas
para formação de técnicos
em várias áreas, ampliando
os saberes científicos e a
capacidade cultural de um
povo
que
a
história
reconheceu como berço da
civilização alagoana.Também
ressalto a reforma do
Mercado Público Municipal e
do Mercado da Farinha, em
fase de conclusão, a
oxigenação do comércio
local com a chegada de
vários empreendedores dos
ramos
de
móveis,
eletroeletrônicos, calçados,
alimentação, concessionárias
de veículos, dentre outros. O
projeto do Governo Federal
“Minha Casa Minha Vida”
que
tem
beneficiado
centenas
de
pessoas,
transformando Penedo em
um verdadeiro canteiro de
obras. No aspecto religioso,
ampliou-se o número de
igrejas
evangélicas
de
diversas
denominações,
tendo
algumas
delas
edificado suas sedes para a
prática do culto religioso.
A história é sempre
inconclusa. Devemos nela
intervir,
escrevendo,
recriando
,
ampliando,
discutindo,
aprimorando,
produzindo. A história do
Penedo deve ser contada em
versos, em prosas, em
atitudes e pelo exemplo. E
não
apenas
uma
demonstração de amor
volúvel,
interessado,
momentâneo, oportunista
que se esvai como fumaça
tão logo os interesses se
acabem. É urgente que
sejamos contaminados por
esta ideia, a ideia da posse,
da guarda, da necessidade
de preservar e de respeitar a
nossa cidade como uma
relíquia cobiçada por muitos.
Devemos,
nós,
os
penedenses, olhando o
passado e vislumbrando a
importância do Penedo para
a História do Brasil, nos
inserir neste contexto para
nos transformarmos em
sujeitos e não objetos dessa
mesma história, escrevendo
ou reescrevendo uma nova
página da “Cidade dos
Rochedos”.
* É procurador do Estado e
poeta. Ocupa a cadeira 05
da A P L A C C.
Pág. 06
Folha Acadêmica
Janeiro/abril/2012
FLASHBACK – Reinauguração da Casa da Aposentadoria
Pág. 07
Folha Acadêmica
Janeiro/abril/2012
FLASHBACK – Aniversário de Penedo (Cartão Postal)
Folha Acadêmica
Pág. 08
ARTIGO ACADÊMICO
Janeiro/abril/2012
Moezio de Vasconcellos Costa Santos
QUE PERCEPÇÃO DEVEDEVE-SE TER DO DIREITO?
DIREITO?
O
termo
direito
provém da palavra latina
directum, que significa reto,
no sentido de retidão, o
certo, o correto, o mais
adequado.
A
definição
nominal
etimológica
de
Direito “qualidade daquilo
que é regra”. Da antiguidade
chega a famosa e sintética
definição de Celso: “Direito é
a arte do bom e do
equitativo”. Na Idade Média
se tem a definição concebida
por Dante Alighieri: “Direito é
a proporção real e pessoal de
homem para homem que,
conservada,
conserva
a
sociedade e que, destruída, a
destrói.” Numa perspectiva
de Kant: “Direito é o
conjunto
de
condições,
segundo as quais, o arbítrio
de cada um pode coexistir
com o arbítrio dos outros de
acordo com uma lei geral de
liberdade.” Na verdade, o
direito, na sua essência, é um
conceito
em
constante
mutação.
Nesta
linha
de
compreensão, o direito seria
conceitualmente o que é mais
adequado para o indivíduo
tendo presente que, vivendo
em sociedade, tal direito
deve
compreender
fundamentalmente
o
interesse da coletividade. Daí
surge a grande discussão, que
se trava ao longo dos tempos,
o que obriga que os conceitos
de certo ou errado, do direito
e do não direito se adaptem
às
novas
realidades
geográficas,
religiosas,
humanísticas e históricas,
para
descrever
apenas
algumas
questões
que
interferem na evolução e
adequação do direito a ser
aplicado.
Na atualidade, de forma
imposta ou democrata, os
parâmetros do direito para
determinada
coletividade,
desde
os
mínimos
grupamentos, tais como
clubes e condomínios, até os
Municípios, Estados, Países,
Organizações Internacionais,
são norteados por Leis,
Convenções, Tratados ou
outra forma de pactuação
que
se
ajusta
para
convivência.
Ressalte-se que a lei ou
qualquer outro normativo
devem estar dentro de um
contexto hierárquico, isto
porque é preciso que se
compreenda
que
determinadas leis superiores
não podem subordinar-se a
leis menores. Assim, no caso
do Brasil, as leis ou tratados
internacionais não podem
interferir na soberania do
nosso país. Os principais
normativos que regem o
direito positivo ou escrito no
Brasil
são:
Tratados,
Convencionais Internacionais,
Constituição
Federal,
Constituições Estaduais, Leis
Complementares,
Leis
Federais, Estaduais e
Municipais, além das Medidas
Provisórias Federais, que
possuem um caráter de
excepcionalidade.
Enfim, o direito é aquilo
que uma sociedade ou
grupamento
social
compreende como ideal de
retidão e correto para a
sociedade.
Diante
da
diversidade de questões e
litígios a serem enfrentados
pelo homem contemporâneo,
tornou-se necessário uma
abordagem do direito, em
suas diversas vertentes de
aplicabilidade.
Os grandes pensadores,
dentre eles Sócrates, Platão,
Montesquieu, Rosseau, Karl
Max, Max Weber e tantos
“filósofos e estudiosos” nas
suas respectivas épocas,
traduziram bem a proporção
de que o ser humano poderia
carregar em seu âmago. É
importante destacar dois
tipos de direito de uma forma
geral: o direito natural e o
direito positivo. O primeiro se
refere àquele direito que
nasce com o próprio homem
independente
de
regramentos quanto a sua
utilização,
enquanto
o
segundo, denominado direito
positivo, de uma forma
singela pode ser chamado de
direito regrado, criado e
escrito pelos homens, através
de normativos e legislação
que indicam e individualizam
as situações e preceitos a
serem
seguidos
cumpridos.
ou
As fontes do direito são
fundamentais na construção
do direito positivo: o direito
escrito e interpretado que
regem as relações humanas
na atualidade. As principais
fontes são: as leis, os
costumes, a doutrina e a
jurisprudência dos tribunais.
Sendo que o costume é
caracterizado quando existe a
reiteração de uma conduta na
convicção da mesma ser
obrigatória, a doutrina é
construída pelos estudiosos
da área jurídica quando da
interpretação do direito, e na
jurisprudência é o resultado
de decisões judiciais no
mesmo
sentido,
que
resultam
em
novos
entendimentos
e
compreensões do direito.
Diante desses argumentos,
este autor não discute se o
Direito é ou não é ciência,
como se perdeu muito tempo
no passado, uns para
defender que o Direito é
ciência, outros para defender
que o Direito não é ciência,
sob a alegação de que nele
não se caracterizava nenhum
objeto específico de estudo.
ASSUNÇÃO DE NOVO EDITOR DA FOLHA ACADÊMICA
Em lugar do acadêmico Wilson Lucena, que se encontra
empenhado na conclusão e publicação de seu primeiro
livro, o jornalista Marcelino Cantalice assumiu o cargo de
editor da “Folha Acadêmica”. Mesmo afastado, o Wilson
colaborou em toda a montagem técnica da presente
edição.
O Direito é, sim, uma
ciência, só que é uma ciência
normativa e, como toda
ciência normativa, ele se
arraiga naquilo que deve ser
e não naquilo que é, pois, se
ele se arraigasse naquilo que
é, seria uma ciência acabada
e não sofreria mutação cada
instante.
*
Advogado, professor de
Direito da UFAL e teólogo.
Ocupa a cadeira 10 da
APLACC.
Pág. 09
Folha Acadêmica
Janeiro/abril/2012
Folha Poética
Hino do Colégio Imaculada Conceição
Recitativo
Letra: Maria Núbia Oliveira*
Música: José Raimundo Galvão
José Vicente de Araújo Batinga*
Já cem anos se passaram lentamente
Quanta lida, quanta glória e emoção!
Mas o tempo não baniu de nossa mente
O Colégio Imaculada Conceição.
Salve! Salve! Jubiloso Centenário!
Celebremos, com amor e gratidão,
Percorrendo o luminoso itinerário (refrão)
Do Colégio Imaculada Conceição.
Desde sempre “iluminando e suavizando”,
Centenário da ciência e do saber,
A lucerna pelas mãos vai circulando,
Aquecendo e confortando cada ser.
Quanta dor e quanta pedra no caminho
Do ideal de hospitaleira doação,
Sob o olhar da Virgem Maria, no seu carinho,
Desde os idos pioneiros da missão.
Grande parte desses frutos que colhemos
As franciscanas semearam com amor.
Também nós, no mesmo solo, semeemos,
Que a seara recompensa quem plantou.
Recordando a Conceição Imaculada,
Os cem anos são troféus de “Paz e Bem”!
Nossa vida, alegremente consagrada,
É sinal da grande fé que nos mantém.
* Poetisa e maestrina. Ocupa a cadeira
nº 11 da APLACC.
Ideal sublime de um cismar ardente,
Dourado sonho de púrpuras cores,
Fragrante rosa dos etéreos campos,
Divina fada de eternos ardores.
A tua estema de virentes rosas,
Real láurea dos benditos pares,
Em tua fronte divina (tão pura..)!
Reluz qual Vênus nos cerúleos mares.
Os rubros raios dessa estrela pura
Refletem na alma do cantor assim,
Bem como os raios do argentado globo
Retratam flores do eterno jardim.
Augusto cisne de amorosas fontes,
Sonho que outrora o Criador sonhara,
Reúnes tudo de beleza e graças,
Tudo de belo que meu Deus formara!
Vejo-te agora como vê o nauta
Na prece augusta que dirige a Deus
A lembrança que lhe anima o peito,
Tocando a mola dos sofreres seus.
Eu, qual o nauta de sanhudos mares,
Vagueio à toa neste chão de horrores,
Naufrago sempre no parcel do erro,
Errando, caio no parcel das dores.
Sê tu a bússola que dirija o nauta,
Fanal brilhante de brilhantes cores,
Conduz-me salvo da procela irosa
Às níveas praias de teu mar de amores.
* Poeta clássico Penedense
Despedida para minha mãe
Luciano Rocha*
Relembro ainda e além de tudo a minha infância
Vivida pelos campos, pelos prados da vetusta Penedo.
Por aqueles becos, por aquelas ladeiras, manas plagas,
Sob os afagos de minha mãe, sob seus ternos beijos...
Certo dia cresci, pro mundo bati estrada e depois
Regressei pro meu regaço, para as flores de minha janela.
Doirava um sol loirinho, não me esqueço de nada,
Nem dos conselhos de minha musa, dos doces beijos dela.
Hoje, homem feito vejo, choro e obviamente lamento
Minha bem-amada partir numa tarde de desencanto.
Contudo, na dor, junto a meus irmãos eis o desejo:
Folha Acadêmica
Pág. 10
Louvor Póstumo
Janeiro/abril/2012
Luciano Santana Rocha
O legado que nossa mãe nos deixou
(Para minha genitora Maria Santana Rocha – Dona Celsa – 15.07.1930 / 23.02.2012)
Só um romance
descreveria, rabiscaria as
ranhuras da trajetória árdua,
anônima, contudo feliz de
minha mãe. Nasceu em
Simão Dias - SE e veio
habitar em Penedo nos anos
idos de 1950, após ter
conhecido meu pai, Manoel
Sabino
Rocha,
popularmente
conhecido
como Sr. Né, terceiro
franciscano,
homem
despojado de vaidades,
trabalhador
honesto,
diligente e de boa índole. O
conheceu quando o mesmo
foi restaurar, juntamente
com o Mestre Antônio
Pedro dos Santos, de
saudosa memória, a Matriz
de Nossa Senhora de
Santana em Simão Dias, no
sertão sergipano.
Passou a vida inteirinha
dedicada aos filhos, ao
marido e às pessoas à sua
volta, fossem as da rua, as
da comunidade eclesial, no
convento de Santa Maria
dos Anjos, na vetusta e
histórica
Penedo,
às
margens do Rio São
Francisco.
Lembro-me,
ainda pequenote, quando a
gente encrencava na rua,
que alguma vizinha corria,
num bater de pestanas e ia
reclamar-lhe que um de nós
havia xingado seu filho ou
com ele discutira. Naquele
instante, antevendo tudo,
sabiamente
ela
lhe
respondia:
“Deixe
os
meninos, mulher! Hoje eles
encrencam
e
amanhã
estarão de mãos dadas.
Criança é assim mesmo.
Nós adultos é que não
podemos
viver
de
malquerenças, criatura!” E
assim ela ia resolvendo
pragmaticamente
os
problemas que se lhe
apareciam na vida.
Quando alguém lá
em casa achava um objeto
perdido, digamos assim,
um relógio, outra cousa
qualquer, ela procurava
saber onde foi e como foi o
ocorrido. Se de casa
saíamos para algum lugar,
se íamos a alguma festa,
avisávamos com quem
andávamos
e
quando
voltaríamos; distintamente
dos dias de hoje, que a
maioria cria seus filhos à
toa.
Em
suma,
não
vivíamos na permissividade
moderna.
Não
havia
internet, mas mesmo assim
fazia-se mister o controle.
Lembro-me de quando ela
afirmava “que para ser feliz
não seria preciso acumular
riquezas e bens, sendo
bastante a pessoa amar e
respeitar o direito dos
outros, não só de ir e vir,
mas sobretudo de viver e de
se ter múltiplas escolhas.”
Sem necessariamente ser
uma
mulher
predominantemente culta,
erudita, minha mãe tinha
em si os artifícios da
sensibilidade e sabedoria
que aprendera na vida, na
convivência diária, no ideal
do “Poverello de Assis”.
Minha mãe foi quem me
fez escritor com suas
estórias infantis.
Quando
alguém
emudecia depressivo ou se
prostrava doente, ali estava
definitivamente ela, de
mangas arregaçadas para
ajudar e só saía dali quando
a pessoa restabelecia a
saúde. Passasse pelo que
passasse, nunca a vi de
mau-humor,
ruminando,
reclamando da vida; pelo
contrário, resignadamente
afirmava: “Deus proverá”.
E
assim
prosseguia,
acordando no alvor das
madrugadas ou debaixo
daquelas
chuvas
torrenciais, sempre de
prontidão para arrumar os
filhos para a escola e fazer
o café matutino em seu
fogão de carvão e, às vezes,
até de lenha. Criou-nos na
honestidade e sempre nos
aconselhava. “Meus filhos,
certo vive, quem certo
anda”. “Quem o bem fizer,
pra si lhe é”, “Diga-me com
quem tu andas que eu te
direi quem és”, entre outros
inumeráveis adágios e
conselhos.
Relembro, ainda, que
eu, um dos filhos mais
apegados, quando minha
saudosa mãe saía de casa,
lhe indagava qual o seu
itinerário. Ela me respondia
com um sorriso meigo e
franco: “Vou com as irmãs
da Ordem levar a comida
dos presidiários”. Noutro
dia: “Vou visitar a irmã
Judite que está doente e
depois os idosos no Lar de
São José e de São Vicente
de Paula”. Ou ainda: “Vou
com o pessoal para a
campanha solidária em prol
das crianças carentes do
Alto da Pólvora.” Que
testemunho e relevante
legado este que ela nos
deixara! O da justiça e o da
autenticidade,
da
compaixão
e
do
acolhimento para com
quem padece! Por isso
mesmo, mais do que
merecido
o
poema
póstumo,
por
mim
composto, no dia de sua
partida para a terra da
homogeneidade, transcrito
na “Folha Poética” da
presente edição.
Enfim, para nós, seus
dez filhos, seus rebentos,
deixa-nos o mais puro e
digno exemplo de alegria
na pobreza, de justiça no
relacionamento social, de
acolhimento aos menos
favorecidos,
de
simplicidade e humildade,
de paciência no sofrimento,
da predisposição para o
trabalho e, acima de tudo,
da rara decência, da
partilha e da luta por um
mundo mais justo. E como
retribuição, o fascinante
vislumbrar de um céu
estrelado de alegria antes
de encarar a irmã morte, o
ramo da esperança da
ressurreição, a partida com
a consciência bem tranquila
de que cumprira a missão
dada por Deus. Passar por
esse mundo e nada dele
levar, senão um espírito
vivido na plena paz e no
sumo bem.
* É professor e poeta.
Ocupa a Cadeira 07 da
APLACC
Pág. 11
Folha Acadêmica
TRIBUTO EXCLUSIVO
Janeiro/abril/2012
Maria Nailza de Melo Sá*
Uma vida entre rimas e versos
Proveniente de cidades ribeirinhas do
tão decantado Rio São Francisco, fonte perene
de inspiração, o poeta, cronista, escritor e
teatrólogo, João Domingues de Melo, é dotado
de muitos dons e carismas, inclusive o de longa
vida. Aos 91 anos de idade, produz diariamente
literatura, deixando fluir tudo o que o Espírito
Santo lhe permite, poder-se-ia dizer, para
evangelizar e transmitir o bom e o belo da vida
para o mundo. É o arauto da paz. Todos os seus
escritos emanam lições
de vida: alertam os
homens sobre suas
ações contrárias aos
ensinamentos de Deus;
exortam para que
todos retornem ao
caminho do bem e,
sobretudo, mostram a
beleza da criação do
Universo
e
das
criaturas. Dos seus
escritos destacam-se a
poesia,
o
poema,
crônicas,
acrósticos,
diálogos, usando todas
as letras do alfabeto. A
versatilidade de sua
cultura encanta os seus
leitores.
João Domingues de
Melo nasceu em Igreja Nova (AL), no dia
22.06.1920. Filho do casal José Domingues de
Melo e Maria José Torres Melo. Lá, aos 14
anos, iniciou sua carreira profissional em casas
comerciais. Casou-se com Maria do Carmo
Melo (falecida) no ano de 1944, com a qual
teve 10 filhos, porém somente três
sobreviveram. Casou-se, pela segunda vez, com
Geralda da Silva Souza, que também já faleceu.
Viveu por muitos anos na histórica cidade de
Penedo Trabalhou no comércio local. Publicava
sua produção literária nos jornais locais: “O
Apóstolo”, “O Correio do São Francisco” e “
Tribuna Penedense”. Acompanhado dos filhos,
migrou para São Paulo e Salvador, deixando,
naquelas capitais, a sua indelével marca de
poeta e escritor. Retornou a Penedo,
aposentando-se
tempos
depois.
Complementava
sua
aposentadoria,
comercializando livretos de cordel e revistas
usadas. Em 2003, passou a morar em Maceió,
nunca deixando de colaborar regularmente
com os periódicos
penedenses.
Publicou
os
livros: “Festa de Nossa
Senhora dos Anjos”
(1984); “Pérolas do
coração”
(1984);
“Coletânea
de
Louvores poéticos à
Virgem
Santíssima”
(1994);
“Mãe
Santíssima”(1994);
“Flores da primavera”
(1994), com apoio da
então secretária de
cultura estadual, Alita
Andrade, lançado em
conjunto com outros
escritores,
sendo
considerado “O Dono
da Festa”; “Saudosas
Recordações” (2001),
com apoio do Dr. Francisco Sales, presidente
da Fundação Casa do Penedo; “Grandezas de
meu Brasil (2003).
No livreto intitulado
“Variações” compilou seus artigos, crônicas e
reportagens religiosas e sociais de Igreja Nova,
publicados no jornal “O Apóstolo”, de Penedo.
Participação especiais: Coletânea Caeté do
Poema Alagoano (1988) – Coletânea do Poema
Penedense (1991) – CD “Uma noite de música
& poesia (4º Recita Penedo) – Tertúlia Literária
da Associação dos Escritores e Poetas de
Penedo.
Agraciado, em 19.12.1998, com o título
de “Cidadão Penedense” pela Câmara
Municipal de Penedo. Recebeu o diploma de
“Trovador da Bahia” e também de “Poeta”, por
sua participação no Concurso Nacional de
Poesia da Cidade de Brasília. Também tributos
especiais da “Tribuna Penedense”. A Ordem
Franciscana Secular, em fevereiro de 2001,
ofereceu-lhe um troféu de honra ao mérito. É
filiado ao Sindicato de Escritores de Alagoas.
Em 15.12.2003, passou a ocupar a cadeira 27,
da Academia Maceioense de Letras, cuja
patrona é sua irmã, Maria Luisa Melo Sá. A
instituição lhe concedeu medalhas de “honra
ao mérito” e do “mérito literário”.
E, aos 91 anos de idade, o longevo
poeta continua produzindo. Prontas para a
publicação as obras: “Vida de Jesus Cristo”;
“Vida de Juscelino Kubitschek”; “Louvores à
Glória de Deus”; “Minhas Memórias”, esta uma
obra ampla e fascinante, que narra a vida do
artista em versos. Ele cumpre sua missão na
Terra, dando passos largos para alcançar a vida
eterna. Tem consciência de que não pode calar
diante dos espíritos de mortificação e de
desonestidade predominantes nos dias de
hoje. Passa os seus dias silenciosamente em
meditação sem ficar alheio à modernidade. A
sua tônica é ver o homem de hoje obediente às
leis de Deus, norteadas no ontem, no hoje e no
sempre.
Sua
inspiração
é
profícua
e
peremptória. Há que se considerar tratar-se de
um dos poucos escritores alagoanos a laborar
por tão longo tempo de sua existência. Aprecia
a boa leitura, fazendo-a de lastro às suas
criações literárias. Transforma seus sonhos em
matérias para os seus versos. João Domingues
de Melo, ao longo de sua preciosa vida, primou
pela dignidade de ser um cidadão trabalhador,
responsável, honesto, de profunda fé e cultor
da literatura, honrando seus antepassados, dos
quais recebeu educação moral, cívica e
religiosa. Um homem de magnitude humana.
Sempre elevou os nomes dos lugares em que
viveu e em que vive. Com todo mérito, é uma
das grandes figuras ilustres da história cultural
de Penedo e de Alagoas.
*Advogada, poeta e escritora. É sobrinha
e biógrafa do homenageado.
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