Cesar Cavalcanti de Oliveira
Mobilidade urbana em debate: o caminho para o futuro
Formado em Engenharia Mecânica,, Cesar Cavalcanti de Oliveira se especializou em
e questões de mobilidade
urbana - assunto que preocupa gestores e também os moradores das grandes cidades. Especialista em
Planejamento de Transportes pelo Banco Mundial, o engenheiro acredita que o caos urbano em que vivemos
é resultado da escolha pelo investimento em rodovias. “Um exemplo é a cidade de Brasília, muito bem
projetada para o uso intensivo
ivo dos automóveis particulares, mas que, por conta do crescimento desmedido
da própria cidade e da frota de automóveis, hoje apresenta um tráfego congestionado, poluente e
estressante”, diz.
A situação de Brasília se repete em todas as capitais e na maioria das cidades com populações superiores a
500 mil habitantes. As principais consequências desse exacerbado
exacerbado uso do carro particular são a perda de
tempo nos deslocamentos diários, o desperdício de combustível,
combustível, a contaminação atmosférica, a poluição
visual e sonora da cidade e os acidentes de trânsito.
Consultor Senior na empresa ATP Engenharia, especializada em projetos de engenharia com foco nos
no setores
de infraestrutura e transportes, Cesar Cavalcanti conhece
conhece bem a questão da mobilidade urbana. Atuou
A
na
subdiretoria Executiva do Departamento de Terminais Rodoviários de Pernambuco e foi coordenador de
Transportes do Instituto de Planejamento de Pernambuco (Condepe). Como professor da Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE) lecionou a disciplina de Transportes Urbanos no Curso
C
de Especialização em
Desenvolvimento Urbano-CEDU
CEDU II, que evoluiu, posteriormente, para o Programa de Pós-Graduação
Pós
em
Desenvolvimento Urbano – MDU (o primeiro do país nesta área) e no Curso de Arquitetura e Urbanismo do
Departamento de Arquitetura
ra e Urbanismo, onde foi subchefe (durante três anos) e chefe (durante cinco
anos).
Formado também em Economia, com mestrado pelo Imperial College of Science and Technology, da
Universidade de Londres, e Ph.D pela Universidade Politécnica de New York, Cesar
Cesa Cavalcanti afirma que é
preciso diversificar a matriz das alternativas de transporte oferecidas à população, privilegiando os modos de
transporte não-motorizado
motorizado e coletivo, que causam menos consequências negativas e cobrando dos modos
individuais (carros particulares e motos), os custos
custo decorrentes de sua utilização.
Para o especialista, no futuro devem prevalecer os modos não-motorizados
não motorizados (especialmente, a caminhada e o
ciclismo), complementados pelo transporte
ansporte coletivo (fundamentado nos veículos sobre pneus e ferroviários e
outras modalidades adequadas a situações peculiares de cada cidade - barcas, teleféricos etc) e,
minoritariamente, pelos táxis
xis e pelo transporte individual.
“Em
Em termos tecnológicos, muitas inovações estão por acontecer,
acontecer, acenando para uma nova era da
mobilização urbana, na qual a segurança será aumentada (estradas inteligentes, carros com direção
autônoma, sistemas anticolisão etc),
), o conforto e a conveniência
conveniência das viagens redobradas
redobrada (veículos coletivos
com climatização,
atização, assentos mais confortáveis, eliminação do jerk e dos degraus de acesso etc)
et e o consumo
de recursos naturais não-renováveis,
renováveis, praticamente eliminado (tração elétrica por meio da Célula de
Combustível, eliminando, por completo, o uso dos derivados
derivados de petróleo e os motores de combustão interna
e, por via de consequência, a contaminação ambiental)”,
ambiental) prevê.
Entretanto, para que esta situação se concretize o mais cedo possível é fundamental que os gestores
públicos se conscientizem da necessidade de uma
u
assessoria técnica especializada, séria e competente, para
dar o indispensável respaldo técno-científico
científico e consistência às suas decisões, potencialmente capazes de
afetar a qualidade de vida de milhões de pessoas. Sem este reconhecimento, a sociedade continuará
co
a
pagar, ainda por muito tempo, um preço descabido pelas iniciativas equivocadas dos seus mandatários.
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