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a vista, sem o quo não teraó publicidade
tic 1363.
Desterro ~ Terça-feira » ilc .Junho
Anuo I
J
O DESPERTADOR.
V
DKSTR.rmo 9
"N^
X
l)B JUNHO.
Em continuação de nossas considerarelativas as
ções don.° 40 ácslc jornal,
:
eleições em nossa provincia, diremos
t incontestável que desde que somos
regidos pelo systema representativo, jamais dominou o bom povo calhai ínetise
outra idéa que não fosse a da mòrtarolua
constitucional , embora em todo o imperio houvesse diíYereiUes opiniões poliucas, porisso, quando se tratava de%r
do
leicòcs; prevalecia sempre o espirito
affcicão individual, isloé; uns queria.;
linhao espor exemplo, Pedro, porque
algum
perancas que este promovessees.ivesse
bem á'proviticia, uma vez que
nas boas graças do governo geral, outros, porém, querião Taulo por sua elevada posição e merecer grande importanciados^rimeiros conezãos, independenlemctile de suas crenças polui as ,
com que
para ir por lá agenciando graças
salisíi/.esse as aspirações dos iufluen.es
do partido , e apadrinhasse quanta pretencâo houvesse da gcnle que linha concorrido para a sua elevação á representacão iiucional.
Não nos podemos recordar que se cscolhêssemos homens por pertencerem ao
ao-Luzia-.
partido—Saquarema—ou
üste então era detestado ; o mal do mdividuo que osíetitasse sel-o
Hoje mudaram-se as scenas; todos
Liberaes, o é
pretendem ser Luzias ou
.
tal a algazarra que ninguém se entende
Os indivíduos que erão considerados
livres, a força de tanto berrar , estão
convertidos ém — vermelhos ou roxos,
> e não sabemos que côr mais lhes quereráõdar.
Mas isso o que significa?.... Talvez
com
que nós mesmos possamos acertar
—
os motivos que á tanto oscompellem:
Ambição de galgar as posições oííiciaes
com absoluta exclusão dos seus adversarios; sede insaciável de predomínio á que
estavão affeilos & &.
,. Isto conseguido , o mais se arranjara.
do
Hoje que as influencias estão todas
lado do liberalismo , Iodos são liberaes,
se amanhã forem ellas coHservadórãs,Séráo conservadores facilmente;pouco eusta mudar de nome , porque não havendo
convicção intima de idéas e muilo menos
a mesma
principios políticos lixos, com
facilidade que se passa do conservador
aquelpara liberal, volve-se deste para
le : o qne não pódejámais extinguir-se é
o interesse próprio, este, sim, ó o principio dominante dos nossos liberalões impròvisados.
Se vissem<>s á festa dessa parcialidade gente nova, convenientemente habililada por seu saber, bom senso, e bens
da fortuna que a .ornasse independente
de favores do pode,1, facilmente acreditaríamos no seu cnthusiasmo pelos
liberdade ,
principios d.i bem entendida
reconheceríamos ter ella se identificado com o espirito da época ; mas isto é
o que nào se dá ; os homens influentes
de hoje são os mesmos homens de; hootem é de tempo, mais remotos. D'onde.
liberapois, lhes veio essa paixão pelo c
lismo?!. . . Nós o ignorámos; ponsso
estamos em nosso direito combatendo
o jesuitismo desses liberalões da nossa
terra. Nâo se conclua destas ph rases que
somos opposos á esses sentimentos de
liberdade. Não, rcspeitamol-os em quem
os tem por convicção, mas nao podemos tolerai* silenciosos que essa gente, que á nnilo pouco tempo os condemnava, hoje por mesquinhos interes,
ses individuaes os!en!e de nulril-os
— vertaxando os seus adversários de
melhos — com o íim maligno de (lesconceilual-os na opinião dos homens influentes da quadra actual.
c honras,
Quem só aspira á dislincçôes
quem só visa o interesse próprio ; quem
emfim, ambiciona os cargos públicos pelo
senlimenlo de dominar todos os seus semelhantes, não tem sentimentos liberaes,
estes excluem taes .utilidades: o homem
verdadeiramente liberal nutre senlunenlos diversos; os seus anhelos são pela
com espeeiaprosperidade do seu paiz,
lidade da lerra que lhe deo o berço, pela
felicidade dos seus conterrâneos; tudo
ambições mesquique nào fòr isto, são
nhtis.
Basta por hoje.Sabemos que eslas ver-
mmÊmwmmmwmmmm***, >
]!¥. 1*.
dades, ditas como são bruscamente,não
agradão á muita gente; excilão ódio e
rancor contra quem as diz; todavia, estamos tranquillos, por enlendermos que
cumprimos o nosso dever..
Por falia de lüiupo e de espaça suiRciente não dumos couta, non.0 antecedeute da chiada do vapor Brazil no dia 4
do eorrenle ; lambem muito concorreo
recebido napara essa falta nào termos
(juelle mesmo di jornaes, que nos podessem informar das ul.imas oceurrencias relativas a invasão do gtfhcral Mòres nocslado Oiienlal.
Í)epois que os i ecoemos , no dia sevista, ficamos
guiiile, e os pass unos pela
inleir-Viíosdo pouco que a este respeito
consla.
O Commercial de 30 do mez p. passado diz o seguinte :
« De MoNTiíviEDÉo, - Entrou bonlem
desta proce enfia um brigue nacional,
mas s.ibe-se por
que não trouxe jornaes,
ca tas que a praça de Montevidéo aniniava-se em suas trau-acções, por sabor-sc que Flores retirava-s. para a
f.onleira.»
Srnistro. — Sob esta epygraphc le-so
na mesma folha:
«O palac o nacional Conceição em
viagem de S-ntaCali arina para este porto ,Dapauhou uma suestada lão forle no
dia 14 para Io, cnlre o Estreito e a barra, que se vio forçado a dcilar carga ao
iíiar,es:ando em 10 braças de fundo perto da costa. Oprejnzo foi de 70 sacos de
arroz . 2 pipas (Fagua; a bncha foi arrombada para esgolar água , perder» ainavio,esoffreu
gumas laboas da. ordado
outras avarias. »
Invasão jiísumcA.—Sob esla epygrado
phe o mesmo Commercial transcreveo
Doze de Agosto esta boa noticia.
«L3Opinionme deTurim,de 22 demarco, por noticias de Roma, de 18, diz que
se preparava na cidade eterna umainvasão jesuitica para entrar nas terras de
Portugal.
mm/mV^f^mWmfmWmWmm^fmf^
O DESPERTADOR
2
O correspondente romano diz ao jornal
dè Turim, que saiuráõ breve de Roma para Po; ttigal seis jesuítas, padres de missa, mas sem signal algum, que indique
que são sacerdotes, e com muito dinheiro.
Qual será o plano desta expedição, pergutií i o correspondente romano ?
Talvez recrutar algumas dúzias de beatas para reforçarem os exércitos do papa !
Venhào, pois, os jesuüas romanos, para contarem depois na sua terra, que em
Portugal não será mais possível a preponderanoiã jesuiticà: que aqui ha de resplandecer para sempre o sol da liberdade: que os portuguezes não querem ser
escravos: que aqui não se ameaeão mais
consciências com as torturas da inquisi—
cão: que Portiujal é, c nem poderá deixar de ser, para lodo o sempre, um paiz
de homens livres! »
Desordem. — Hontem as 9 horas
da noite travarão desordem dous presos
sentenciados sendo um preto que veio
á pouco tempo de Lages e um soldado do
ba alhão 12; ao brado d'armas da sentinelia aceudiram alguns homens da guarda de palácio, do contingente de artilharia, c da força policial , assim como o
coinmamlaii e desta e o delegado de policia. Felizmente cessou a desordem, resoltando do conílicto sahir ferido na cabeca um outro preso que procurava
acommodar os dous companheiros.
Communicâo-nos o seguite:
c F.m referencia ao fallecimento do
colono Fellipe ileins de que deo noticia
uma das folhas desta cidade cabe esclareeerquea respectiva autoridade policiai,o Subdelegado deSanlo Amaro Marii.iho Ferreira da Cunha, logo que leve
noticia do acontecimento que deo causa
a «norte do dito colono,providenciou co.no o caso exigia. Por quanto lendo recebidq a participação de tal acontecimenIo as \ horas da tarde, as 5 da manhã
eslava em casa do ofiendido percorrendo com o respectivo escrivão uma distaucia maior de 4 léguas. E como as provi leticias policiaes para a capiura dos
criminosos não devem ser publicas,é nalural que muita geule ignore quaes as
que tomou o Subdelegado deSanto Amaro no caso em questão. »
Ueclaraç&o«—Por inconveniente
imprevisto não sabe neste numero a contitulação do artigo do —Anli-Jesuita—,
sahirá noseguintn numero.
CORRESPONDÊNCIA.
Srs. Redactores do Despertador !
Não se pôde faltar a verdade com mais sem ceremonia do que o faz o Mercantil de que é redaclore proprietário o Sr.
bacharel Joaquim Augusto do Livramento. Esse famigerado jornal ha bem
poucos dias íez graves accusaçòas ao
honrado e muito adivo subdelegado
desla capital, o Sr. José Theodoro de .
Souza Lobo, por ter bolado fora ( diz eile ) lodo o leite que veio ao mercado I
Só o Mercantil de Santa Caiharina poderia avançar láo escandalosa falsidade ! ! Não é , por certo , por interesse
do bem publico que assim procede o
Mercantil, ésim para desconceiluar essa autoridade ua opinião dos seus superiores e do publico. Mas engana-se,perdeo seu tempo , porque já está muito
conhecido na província esse famigerado
assoutk das autoridades, e da reputaçao de todas as pessoas á quem o seu
digno redactor vota ódio implacável. O
Sr. subdelegado despresa , por certo ,
aceusaçues de tal natureza ; porque tem
consciência intima dos seus aclos , e
durante o tempo que exerce esse cargo ,
tem sempre merecido dos dislinclos e
illustrados chefes de policia com quem
tem servido , como sejão os Ex."" Srs.
Dr.01 Brusque e Negreiro Lobato, eonsideraçáo e apoio, por ler cumprido pontualmenlecom os seus deveres; só <» famigerado Mercantil é que lhe enxerga
arbitrariedades I
O seu redactor lá sabe o porque. S.
merco diz que ficara sem leite nesse
dia I... Poucos dos seus leitores o acreditariâo: talvez que o seu comprador (izesse pouca deligencia para achal-o ;
porquanto, tendo sido inulilisado cerca
de duas medidas desse gênero, por ler-se
vereficado estar demasiadameule águado, era impossível que só esse leite viésse ao mercado nessa oceasiáo.
O Mercantil uáo se limitou as falsidades já referidas, o gênio rancoroso do
seu redactor forçou-o a pedir ao Ex.rao
Sr. Dr. chefe de policia providencias sobre esse procedimento, qualificado por
elle —abuso—; esqueceu, ou fingio esquecer, que o arligo 10 das posturas municipaes manda inulilisar os gêneros faisificados e multar os falsificadores: se o
procedimento é arbitrário na opinião do
Mercantil, queixe-se contra o poder que
decrelou a medida.
Cabe aqui recordar um fado que se
deu em fins do anno passado com os Srs.
Silva & Bastos acerca de uma porção de
aguardente misturada com água salgada,
de que o Mercantil lauto se oecupou; e
em ura dos seus artigos publicado non.0
185 de 9 de Novembro do anno p. pa3sado. referindo-se ao Sr. subdelegado,
coucluio dizendo:
« .... E' provável que o Sr. subdef legado pague desta vez os muitos aba« sos que tem praticado no exercício do
a cargo que iufelizrnente exerce. •
Qual foi porem o desfecho dessa quêstão apatracinada pelo Sr. advogado Livrameuto ?l Foi depois de muito a trapalhar por meio da chicana, e nada conseguir, a conselhar ao seu cliente a desisleucia da causa iuteotada no juizo contencioso contra o Sr. subdelegado por
ler feito o seu dever I O pobre homem aceitou o conselho; desislio , pagou as
custas, e lá carregou com a sua cachaça
falsificada, que talvez o produclo d^la;
não de para todas as despezas á que o obrigou a fazer o seu hábil advogado; alem disso sofíreu o competente processo
pela falsificação , e foi-lhe imposta a
multa designada nas posturas; sem todavia se Yerelicar a propheciu d<> Mercantil.
Se o procedimento do Sr. subdelegado nessa queslão fosse arbitrário como
clamava o Mercantil, não se sahiria láo
mal o cliente do Sr. advogado Livramento.
Depois de ler escriplo este arligo (hoje
6) informarão-me que o Sr. fiscal da cainara,apanhando em Qigraule um rapaz,
vendedor de leite, deitando água nas vasilhas em que conduzia o mesmo leite,
ftíl-o ir á presença do Sr, Subdelegado,
que procedendo ao compelenle exame,
vereíicou ter o leite muita água. A autoridade cumpriu com o seu dever, inuti—
lisou o liquido falsificado, « impoza muila ao falsificador, que deve ser paga, por
seu dono.
Talvez o Sr. redactor do Mercantil
passasse lambem hoje sem leite para o
seu café I
Aqui concluo, Srs. Redactores, estas
asserçóes em defeza dessa autoridade
policial aceusada falsamente; pois que
considerando os seus aclos conformes
com as disposições das leis e posturas,
pelo que se fazdigoa deencomios; aprecio muito o seu bom senso e bellasqualidades pessoaes que lhe hão graogeado
coosideraçáo e estima dos seus coocidadáos.
Dignem-se, Srs. Redactores, inserir
em o seu lido jornal estas linhas, pelo
que muito obrigará ao
Amigo da verdade.
Desterro 6 de Junho de 1763.
A
I
¦i,
*
PEDIDO.
à
REOTFICAÇÃO URGENTE.
Quando os revolucionários do sul invadiram esta província, o actual capiláo da guarda nacional deste município
Francisco da Silva Ramos era apenas cabode esquadra • nunca marchou nem
fez serviço algum como tal.
Nào se confunda poh este Sr. Ramos
com o fallecido Capitão Francisco José
liamos que nessa oceasiáo prestou bons
serviços á causa da legalidade á lesta da
sua companhia, conjuotacmenle com o
alferes da mesma companhia Francisco '*
Aotonio Caetano, hoje capitão da—reserva. Nada de equívocos; e nem tão calvas
que appareçáo os miolos 1
Um desse tempo.
S.José i de Junho de 1863.
á
Sr. Director.
Pergunta-se ao douto Sr.
do Mercantil o seguinte:
Redactor
4
I
O 1) \L S P k K T A I) O U
!_ '
1.* Qual o a nacionalidade dos Jesuitas?
2.' Por que principio de direito publico ou constitucional podem ixislir
corporações estrangeiras no Império ?
3.* Si sendo estrangeiros os Jesuítas,
qual, e quando foi dado o beneplácito
imperial para a sua admissão, que, em
virtude do art. 102 da conslituiçáo.não
beneplapôde ser permitlida sem o dito
cito?
4.° Qual a razáo por que os Jesuítas
oáoentrâo como taes no Império?
t
5.' Qual a razão por que , quando
outr'ora se estabelecerão nesta provincia, se apresentarão , não como Jesuiias, mas sim como missionários 9
f>.° Qual a razão por que no relatório
do ministério do Império de 1846 se
declarou que o Presidente desta pruvincia (então o marechal Autero) havia conIractado a iuslrucção secundaria du provincia com os padres missionários, mas
ao dito Presidenque se recommendára
te que houvesse toda a cautela em que
esses padres não fossem Jesuitas!
7.° Estará nas atlribuiçóes das assembléas ptovinciaès, em virtude do art
i).° do aeto addicional, authorisnr conIrados com corporações estrangeiras, e
a sua admissão na província ?
Respondendo a estas iorjocentes perdo Mercanguntas , douto Sr. Redaclor
til} muito obrigará a
t
V
Um profano em taes matérias.
TRANSCRIPÇÃO PEDIDA.
>
VISITA IMPERIAL
AO ESTABELECIMENTO DE ÓPTICA JOSÉ MARIA
DOS REIS.
Scing ignoranec is the curse ofilod.
Knowledge lhe wing wherewith we fly to Heaven.
(SlIARSPKAUE.)
( Cmlinuação do n.° 41. )
XIX.
Em cada victoria destas a democracia dá
ura passo avanle: a sociedade estremece corao um chào vulcânico, a cada movimento
de Encelado. Mas a cratera nâo escancarou
ainda a boca chammejaiite e fumarenta.
A cinza que transborda dessas temp-siades subterrâneas, encandescente destróe,
-esfriada enriquece a terra, e as colunas loucam-se do verde manto das primaveras
cheirosas.
XX.
K.
A inielligencia, mesmo desvairada , só
serve á causa da verdade; uma descoberta,
um passo dado para a luz, uma conquista
por pequena que seja sobre a natureza,
uma palavra solta ao vento, que passa, incendeia-o, e os clarões do súbito incêndio
projectara-se sobre a estrada dos séculos;
as gerações vão passando illurainádas desses
raios, que jorram da bocea da sombra; porque a sombra dá luz, como o rochedo dá
água.
Nosce te ipsum, diz Sócrates, proclamado
pelo oracnlo de Pelphos o mais sábio dos
homens llomo sum, responde Homem; Eu
e
penso, replica Descartes. A treva oscilla,
a prepotência, envesgando os olhos, espuma e ruge no fundo do
barathro,
A buma-
nidade ergue a fronte etioóbrecida, e as
eslrellas, encontrando-a face a face, banham-a de seus molles e cambiaotes refle.\os. Arislnphanes profligava os deuses nos
scenarios da Grécia, inisturando-os com os
homens, os apresentava aos apodos de uma
assembléa, que na de si mesmo. Vollaire,
que iniba conhecido as amarguras do ostracismo ou da prisão, como Platão, como Galilêo, como Colombo, como Cervanles, co •
mo Abeghen, como Tàssp. como Camões,
cumo Bacon, como Lammenais, como Mirabeati, como todos os grandes seividures
da humanidade, e (jue trazem em si a revolla, e que lein palavras armadas, que valem
exércitos aguerridos, que abalam a sociedade, como o ariete a muralha... Vollaire
ia destruindo tudo, cumo a charrua que
passa por um campo laborando a terra, que
deve ser rica e pingue sementeira. Ruusseau deitava grãos ás mãos cheias pelo arneiro debdslado. 89 surgiu.
Como todas as cousas humanas, a reali saçào das idéas eslá longe de ser, como os
philusoplios a pensam, e a querem, O passado vhu disfarçado em paixão, em fanalismo, em orgulho, em ódio, e mescla as suas
tenebrosas mãos na obra, e a pollúe e a degrada.
Mas nílo a verdade.
A verdade échamma e luz: devnra todas
as impurezas, sem perder o seu brilho. E'
por isso, que essa época é grande: 6 pelo
que tem de verdade: nao pelo que tem de
iiorrores e crimes: Gomo a época do Golgolha, a revolução de Christo foi grande e fecunda, nâo pelo gangue que lbe derramarain. mas pela doutrina, que a illtiminou.
Morre Orpheti, como diz o novo evangelista do progresso, as Menades dispersara ao
longe os pedaços d > seu cadáver.
Sua cabeça, levada na corrente dos tempos, murmura uma palavra eterna.
XXI.
Ha luta ainda.—E* o passado julgado e
condemnado, que levanta as mãos ao ar, e
o fere com golpes váo9 e desapiedados. A
guerra leva paiz contia paiz, povo contra
povo, irmãos conira irmão**, nesses duellos
gjgaules, em que o direito pôde ser assassinado, e o triumpho epliemero coroar com
suas palmas sanguinuléutas a força material
e v3, cumo a da pedra, que sabe do seu a'lvenlrj para rolar pela encosta da montanha,
esmagar arbustos, derrancar arvores, e
precipitar-se e jazer i mm ovei no fundo dos
aby^iíios por séculos.
Todas as desgraças que a guerra alimenta
em seu casco de muralhas, que lhe cobre a
fronte esfumaçada, e descarrega sobre a humauidade, vem ainda do passado, Àmaldiçoeraos o dia de honlem, que quer matar o
de amanhã, como diz algures o formidável
poeta; respeilemo-lo e amemo-lo, como um
progresso conseguido e como lerino de evoluçâo de um novo progresso.
XXII.
Um século aos liombros de outro século
ve muito louge; e lembro-me ler lido em
LO-i-i
Goelbe, que mesmo um anflo ás costas de
um gigante, vê mais longe que o gigante.
A humanidade não rola o rochedo do Sisypho, nem enche o tonei das Danaides.
Deus fez o homem para experimentar-lbe a
paciência, se é que o omnisciente precisa
Uh experimentar, mas certo nâo o fez para
zombar delle,
Gutiembêrg achou o fio de Ariadne; podemos lançar-nos sem susto no abysmo do
desconhecido, Os meandros seráa) revelados. Cada parcela de reconhecimento adqUirido, nâo 6 possível mais o perde-la:
tanto valia, na phrase do publicista, recolirer gotia e golta o oceano.
A's yezes a historia da humanidade obscureee-se. Fados imprevistos vOm abalar
nossas convicções, e fazer-nos descrer do
homem e do progresso.... Vêm: mas não
podem. -—Lulam: mas não conseguem.
Assim por vezes o artisla divino lança sobre a lei Ia tintas, que parecem mancba-lae
perde-la, e tias quàés Miguel Ângelo ou Raphael faz surgir inopinadamenie a obra do
gênio, a maravilha da arte, o esforço supremo da belleza lypica.
Assim por vezes o rochedo esmagado aos
golpeá de ferro do rude operário, ergue-se
figura grandiosa ao scopro de Canova.
H<« quem considere o homem incapaz de
um grande progresso, de um progresso indeíínido. Esses nao crêm em Deos, nem
crêm em si mesmo. Renegam do eslatuario,
e da estatua. Jalgam que a obra é só de argilla: sujeitam tudo ás leis da chimica e da
phisica eterna: não crem no sopro da lenda:
sao os ulopislas do passado.
A' utopia do passado, eu prefiro a do futuro.
XXlll.
Pequenos modelos dos instrumentos, que
a sciencía lera dado ao homem e com que
o homem leui atado ao seu carro triumpbal
s ubiuissa a natureza, enconirareis no vasto
e slabelecimenlo de opiica do Sr. José Maria dos Reis.
Elle faz bem un ler padaslros variados e
por módicos preços, das armas, com que os
apóstolos mutlemos ganham terreno para a
civilisuçào da humanidade,
E' bom espalha-los por Ioda a parte: é
beilo, que iodos conheçam os instrumentos
da redempção do trabalho; será sublime,
que Iodos aprendam a utiliza-los.
XXIV.
O estabelecimento úp óptica e insirumenlós scieniificus do Sr. Rms sullieieotemeute conhecido no império e na Europa pelo
valor e importante consumo que faz de insirumentos, pela rica variedade delles e pelo
avuliado cabedal empregado em lal ramo de
negocio, despertou seriamente a atlençâo
de iodos com o béllisslino e primoroso artefaclo sabido de suas oflicinas de ourivesaria, e oííerecido ao Imperador, e que figurou brilhauiemente na exposição nacional,
e conquistou a atlençâo entre os producios
do mesmo geneio apresentados á exposição
de Londres de 1862. Noiaram-se lambem
varias íuuetas simples, e com modificações
de gosio apurado, e alguns instrumentos de
engenharia, que os entendidos julgaram nâo
inferiores aos importados.
Este estabelecimento de utilidade real para o paiz, por isso que os homens das seiencias encontrara á mão, e onde escolher
os instrumentos de que necessitam para um
caso dado, e para substituir um, que qualquer manobra inutilisa, nâo tem sido toda-
ggjjjlgl
O DESPERTADOR.
o primeiro cidaconhecimentos,
põem
que
do
cuidado
governo
tia iltentamente
pelo
dão do Brasil no mais elevado perímetro por
paii.
suas grandes virtudes, e por seu variado e
affaftado
para
tera
carestia
supposta
Uma
profundo saber,
as capitães da Europa muitas receitas para
(Continua.)
o serviço do estado sem a menor vantagem
oaá
em preço, e com grande desserviço
çflo.
O grande consumo que faz o estabelecide
mento, consumo constante de mezes,
annos ás fabricas da Europa, tem naturalmente trazido, como conseqüência da boa
fregueiia, a baixa dos preços dos insiruuientos em geral, o qne nâo pôde acontecer
ordem do Exm. Sr. Presidente da
fabrica
vez vai á
para o que uma ou outra
Provincia,oianda o Sr. Direetur Geral
instrumento.
comprar mu ou outro
da Fazenda Provincial fazer publico,
DE
instrudo9
o
ainda
preço
Mas, elevado
recebem-se proencaixolamento,
que nesta Repartição,
pelas
luenios, p^lo seguro
até o dia 10 de Junho próximo
causa das
duplicata,
em
vidro
postas,
por
de
peças
das caixas,
futuro, para a construcçaode uma ponque se quebram, com o manejar
te na Praia de fora, Fre^uezia da Enseafrete, direitos, capatazias, carretos, demora
da de Brito, estrada da Laguna; podetino estabelecimento, ainda assim o governo
nao compra com muita vantagem n<s oflicido os proponentes, desde já, examinaa
nas e estabelecimentos da Europa, para prerem o orçamento e condições, para
terir o nacional. Basta uma só peça de viestão patentes na reas
mesma,
quaes
dro, que se quebre, um parafuso, que se
ferida Repartição.
insentorte, durante o trajeclo, para, ou o
Secção da Direciona Geral
Segunda
coucerto
seu
ou
inulilisado
licar
trumeoto
da Fazenda Provincial de Santa Catharielevar iinmediatainenie o custo de muito,
na, em 20 de Maio de 1863.
do que elle poderia cuslar aqui, sem essas
eventualidades.
O Chefe de Secçao
instrumentos
de
arsenal
Conservar um
Carlos João Watson.
«científicos, como um foco de luz, no corao
çftodo império: ter para o chimico, para
o astronophisico, para o engenheiro, para
mo. para todos que precisam das anuas
com que Gdileu, Newton,#Herselle, Arago,
tem avassalado a natureza penetrando os seus mysierios, e dilatado o campo dos conhecimentos humanos , é um verdadeiro
virtude de Ordem Superior tendo
ao
serviço
paiz.
a Thesouraria de Fazenda da ProvinA mocidade, que ensaia as suas primeiras
mais
EMcia de contractar com quem
armas, deve agradecerá fortuna, o enconde
vantígens oflerecer, o fornecimento
ira-lo lAo perto de si.
O imperador que. com o tino, que touos
sanguexugas para a Enfermaria militar
de
lhe reconhecem, sabe medir o alcance
do Batalhão do Deposito, assim
cargo
a
os que à isso se
um estabelecimento destes, montado em tão
faz
se
que
para
publico
honra Io com
hajão de apresentar suas progrande escala no pais. q»iz
o
proponhão
ver
grão
sua visita, examinar as ollicinas,
do corrente.
postas até o dia 20
de seu aperfeiçoamento, e se ellas conesSecretaria da Thesouraria de Fazenda
duque gosain.
r^putaç^",
â
pondiam
da Provincia de Sauta Catharina, em 3
Uma demora de mais de duas horas, e um
dão
de Junho de 1863.
exame minucioso de muitos ppparelhos,
a vôr exhuberantcmetiie o giáo de imporJ, J. de Magalhães Fontoura Júnior.
visila.e
sua
6
ligou
lancia, que o imperador
Oflicial interino.
fazem o lisoiueiro panegyrico do estabelecimento do Sr. Reis.
exaO imperador, depois de percorrer e
minar as ollicinas, e fazer judiciosas pergun(as sobre diversos apparelhos empregados
§
na manufacturaçào de vanos iostrumentos
de incontestável utilidade, qüi.fi saber o ouECONOMIA « ACCEIO.
mero de empregados, o grão de suas habililações, suas nacionalidades, e se havia arlistas brasileiros habilitados, ou que se habilieslassem, para substituir em tempo a mâo
trangeira. Pedio uma estatistica dos óculos
agentes da casa de-Guerreiro Lima &
os
minorar
annos
vários
para
vendidos era
Comp.\ tem um variado sortimento de
appareao
trazidos
inconvenientes
diversos
lampeões, lamparinas , &; assim como
Ihnda visão pela myopia, e pelo presbetisóleoKerosene americano para os dilos
mo, e os vendido por mero luxo.
lampeões, que se vendem pelos preços
Passou dopois a examinar os apparelhos
do Rio de Janeiro.
de Solcd, que servem para medir a inclinaapparelhos
çâo dos ângulos dos chrystaes, os
de Barresswil; para ensaios de assucar, e diversos outros instrumentos, como lunetas
esde Logeol, telescópios de vários autores,
hypsometros,
plectroscopios, theodolitos ,
cathHiometros, novos pantometros, &, á,
uma pequena morada de ca9as ,
e
fazendo sobre tudo observações precisas
na rua da Praia de fora desta
aos
luminosas, que causariam admiração
capital , conligua a do Sr. João
soubesnão
se
todos
mestres das scieucias,
Francisco, de propriedade de Manoel
vastos
e
os
insirucçâo,
sem a variádissimá
EDITAL.
ANNUNCIOS.
Melhoramento
'
BROQUlU SOARES
Moreira da Silva; para tratar com o proPasseio.
orietario na rua do 3-1
*
ATTENCAO.
Vende-se na rua do Principe n. 30
papel almasso Vergé Ia sorte a 4®400.
2-1
PELO Vice Consulado deS. M. El
Itália. se faz publico que,
flflC
9fi Rey de
a requerimento de Luizbelasco, Capitão
da Barca Marianna arribada por força
maior a este porto, se ba de arrematar,
no dia 10 do próximo mez de Junho, a
do Principe,
porta da caza n. 32, Rua
130 pipas de sebo, pertencentes áo carregaroento da referida barca, por conta
je quem pertencer. Desterro, era 27 de
^jaio de 1863.
O Encarregado do Vice-Consulado
João Strambio Schutel.
VENDE-SE
um sitio no districtode
Antonina com fabrica
de fazer aguardente e
engenho de socar arroz
tudo movido por «gua muito boa, que
nao falta mesmo em ocasião de seca; assim mais bolandeira e mais pertencei
de fazer farinha, terras muito boas para
qualquer plantação que se destine, boa
casa de morada, muitos arvoredos de
larangeirascafezeiros e bananeiras;quem
pretender pode dirigir-se ao seu proprietario Francisco Antônio de Souza na
mesma Cidade acima reíerida.
Vende-se a dinheiro, a praso, ou arrenda-se.
14 M C4DEA,
x)
$
ESQUINA DA DA PEDREIRA,
SOBRADO SMITH.
Nesta casa continua-se a tirar retratos
e phothograpelo systema ambrotypo
os dias úteis das 10 hophíco em todos
ras da manha ás 4 da tarde.
Também se fazem quaesquer obras
de pintura, e lirao-se retratos a óleo.
Previne-se ao respeitável publico qu3
o anr.unciante pretende demorar-se nesde Junho^
ta capital até o fim deste mez
N B. Tiram-se retratos também coní
o tempo máo.
""
..
-
—.
'
POST
SCÍMPTOI.
Chegou hontem as 5 da
Rio de Janeiro. Por estar a
não temos ainda recebido
c iornaes, nada podemos
uliimas oceurrencias que
tarde o vapor Apa do
hora muito adiantada , e
a nossa correspondência
noticiar a respeito das
tenha havido.
N.l.
TYP. DE J. J. LOPES,RUA DA TRINDADE
X
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palavra eterna