Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Promotor
A SCALCONSULT – Consultores, Lda, constituída em 1996, é
uma empresa de âmbito nacional que tem como objecto social a
prestação de serviços de consultoria e de formação profissional, para
o que é acreditada pelo IQF -
Instituto para a Qualidade da
Formação, em todos os domínios da formação.
As suas competências traduzem-se nas actividades desenvolvidas:
• Planeamento, coordenação e execução de cursos de formação
profissional nos domínios técnico / tecnológico e de gestão
(volume de formação superior a 61.000 horas, em 2004), bem
como realização de cursos de Formação Pedagógica de
Formadores.
• Gestão e coordenação de equipas de consultores, nomeadamente,
projectos de formação-acção, dirigidos a PME’s, e outros.
• Planeamento, concepção, organização e execução de recursos
didácticos, nomeadamente, vídeos e guias: “Gestão e Avaliação de
Desempenho para PME’s”, “Recrutamento e Selecção para PME’s”, “Kit
de Auto Formação em Gestão para Empresários de PME’s”, “Estudo do
Perfil de Competências Transversais do Empreendedor”, “Kit de Auto-estudo
da Chefia Intermédia”, “Manual de Igualdade de Oportunidades”,
“Empresa Virtual – Simulador de Viabilidade de Empresas”, entre
outros.
I
Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
• Participação em projectos transnacionais:
-
PROGRAMA “EQUAL” 2002-2004
- Projecto-piloto
promovido no âmbito da medida “Espírito Empresarial” e
designado «Qualificar, Inovar e Cooperar para Competir»,
com 4 parceiros transnacionais
-
PROGRAMA “LEONARDO DA VINCI” 2001-2003 Projecto piloto designado «Auto-diagnóstico de necessidades,
auto-formação e avaliação da formação no sector dos
curtumes», no âmbito de uma parceria constituída por 8
entidades parceiras pertencentes a 6 países do espaço
europeu.
-
PROGRAMA “LEONARDO DA VINCI” 2004-2006 Projecto piloto designado «Get Results - Curso de formação
de formadores de empreendedores, coordenando uma
parceria constituída por mais 6 entidades parceiras,
pertencentes a 6 países do espaço europeu.
-
PROGRAMA “LEONARDO DA VINCI” 2005-2007 Projecto inserido na medida redes transnacionais designado
por «One Leather Training, no âmbito de uma parceria
constituída por 14 entidades parceiras, pertencentes a 9 países.
• Outras actividades no domínio da formação e da consultoria em
Gestão.
II
Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Produto
Pretende-se com o presente recurso didáctico – KIT Simulador
Pedagógico de Avaliação e Balanço de Competências, apresentar uma
proposta de metodologia de balanço de competências que facilite aos
destinatários/utilizadores a identificação das competências adquiridas
fora dos contextos de educação/formação formais.
Constitui-se como um dispositivo de análise, reflexão e de apoio ao
processo
de
auto-conhecimento
e
de
desenvolvimento
de
competências, permitindo:
• Analisar o perfil de interesses;
• Identificar
as competências nos domínios: Linguagem e
Comunicação;
Matemática
para
a
Vida;
Cidadania
e
Empregabilidade e Tecnologias de Informação e Comunicação.
• Avaliar pontos fortes/fragilidades em ordem à determinação de
estratégias ajustadas de orientação/desenvolvimento;
Por outro lado, o facto do recurso didáctico ser apresentado num
formato digital (disponível em CD-Rom), possibilita uma utilização
interactiva por parte dos públicos-alvo, introduzindo algumas
características inovadoras, porque estimula o uso das novas
tecnologias da informação e comunicação e facilita efectivamente a
auto-avaliação.
III
Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Autor
Luís Santos Fernandes
Luís Santos Fernandes é natural da Sertã, nasceu em 1954 e licenciou-se
em Psicologia na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da
universidade de Lisboa.
Possui uma Pós-Graduação em “Gestão Geral” e é Mestre em “Políticas
e Gestão de Recursos Humanos”, com tese subordinada ao tema
“Avaliação de Políticas Salariais”, ambas pelo ISCTE.
Desenvolve a sua actividade profissional desde Janeiro de 1974,
tendo desempenhado funções de gestão no domínio dos recursos
humanos em várias instituições públicas e privadas.
Actualmente, é docente do Ensino Superior na área de Gestão dos
Recursos Humanos.
É Consultor e Formador, tendo sido responsável por vários
projectos, nomeadamente no âmbito de PME’s e de Autarquias.
Coordena projectos transnacionais (europeus) e tem colaborado em
vários projectos internacionais.
Publicou diversos trabalhos de investigação, instrumentos/suportes
de apoio à aprendizagem da gestão e artigos, como autor e co-autor,
tendo realizado várias comunicações técnicas em Portugal e no
estrangeiro.
IV
Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Colaboraram ainda neste projecto:
— Dra. Sandra Duque
— Dra. Susana Rijo
— Dra. Sónia Santos
— Dr. Fernando Canela
— Dr. Daniel Neves
— Eng. Sérgio Rato
— Dra. Carla Rodrigues
— Dra. Cristina Paixão
Bem como a Accedo – Consultoria e Programação Informática, Lda.,
responsável pela concepção e implementação da solução informática.
V
Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Índice
ÍNDICE
Preâmbulo ........................................................................................... 3
1.
Enquadramento Histórico e Perspectivas Teóricas ................. 11
1.1.
Noção de Competência segundo alguns Teóricos .......................... 11
1.2.
O Papel da UNESCO ........................................................................... 15
1.3.
União Europeia (UE) ............................................................................ 19
1.4.
Portugal.................................................................................................... 21
1.5.
Educação de Adultos............................................................................. 25
1.5.1.
Pedagogia ............................................................................................ 25
1.5.2.
Andragogia.......................................................................................... 27
1.5.3.
Pedagogia versus Andragogia.......................................................... 34
1.5.4.
A Educação de Adultos em Portugal ............................................ 35
1.5.4.1.
Ensino Recorrente................................................................... 38
1.5.4.2.
ANEFA...................................................................................... 40
1.5.4.3.
Direcção Geral de Formação Vocacional (DGFV) .......... 41
1.5.4.3.1. Acções S@ber +.................................................................. 43
1.5.4.3.2. Clubes S@ber + .................................................................. 44
1.5.4.3.3. Centros RVCC..................................................................... 45
1.5.4.3.4. Cursos EFA.......................................................................... 47
2.
Competências e “Referenciais de Competências” ................... 51
2.1.
Perfis de Competências......................................................................... 51
2.2.
Competências-chave.............................................................................. 53
2.3.
Referenciais de Competências ............................................................. 54
2.3.1.
Processo de construção do referencial de Competências-Chave
de nível básico e secundário........................................................................... 57
2.4.
Domínios do Saber................................................................................ 59
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Índice
2.4.1.
Linguagem e Comunicação ............................................................. 60
2.4.2.
Matemática para a Vida.................................................................... 61
2.4.3.
Cidadania e Empregabilidade.......................................................... 62
2.4.4.
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) .................... 63
3.
3. O Balanço de Competências ................................................65
3.1.
3.1 Instrumentos do BC........................................................................ 70
3.1.1.
3.1.1 Entrevistas................................................................................. 70
3.1.2.
3.1.2 Questionários e Testes............................................................ 71
3.1.3.
3.1.3 Dossier Pessoal ........................................................................ 72
3.2.
3.2 Estratégias de Orientação e Desenvolvimento.......................... 75
Glossário.............................................................................................79
Bibliografia .........................................................................................83
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Preâmbulo
Preâmbulo
Em que consiste este trabalho?
Trata-se de um produto destinado a apoiar a identificação de
competências, (baseadas nos “referenciais chave” publicados pela
Direcção Geral de Formação Vocacional - DGFV), capaz de permitir
avaliar o progresso das mesmas.
Para facilitar a sua interpretação e aplicação, parte da noção de
“competência” - base de um enquadramento teórico que segue uma
perspectiva histórica, para terminar com uma proposta de
metodologia de balanço de competências, passando por uma breve
abordagem aos referenciais de competências.
Em termos práticos, é complementado por um programa de software
informático o qual visa dotar os seus utilizadores de um melhor
conhecimento e/ou auto conhecimento de competências, pontos
fortes e fragilidades.
A quem interessa a sua aplicação?
O conteúdo deste trabalho está orientado para a área do
Desenvolvimento Pessoal. Assim, poderá constituir um instrumento
referencial de extrema utilidade para os seus destinatários directos activos empregados e desempregados, e indirectos – organizações,
empresas, entidades formadoras, estabelecimentos de ensino,
organismos de orientação vocacional, instituições de solidariedade
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Preâmbulo
social, e ainda outros potenciais utilizadores como sejam orientadores
vocacionais, professores, formadores, agentes de desenvolvimento,
etc. Neste sentido, pode ser da maior utilidade para um vasto
conjunto de públicos, pois concorre para responder à evolução da
sociedade e à igualdade de oportunidades, combatendo a exclusão e
promovendo os direitos de cidadania e a coesão social.
No entanto, deverá destacar-se a importância que poderá ter para
pessoas que, não possuindo habilitações escolares formais,
ambicionem obter a respectiva equivalência ao 1.º e/ou 3.º ciclo de
escolaridade, por motivos que se prendem com uma maior facilidade
de inserção, mobilidade, ou evolução, no mercado de trabalho.
Quais
os
fundamentos
do
seu
desenvolvimento
e
implementação?
A ideia que presidiu à sua construção fundamenta-se na análise de
alguns dados que nos remetem à realidade da população portuguesa
(activos e desempregados), permitindo-nos realçar algumas lacunas:
Falta de qualificação certificada de activos e desempregados, sendo
que a maioria da população portuguesa (cerca de 75%) tem
qualificações ao nível do Ensino Básico.
Falta de instrumentos e estratégias adequadas ao reconhecimento de
competências, o que leva a uma empregabilidade mais difícil e
desajustada e, ainda a um recrutamento desajustado por parte dos
empregadores, face às suas reais necessidades.
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Preâmbulo
Necessidade das pessoas possuírem um auto-conhecimento das suas
competências, quer pessoais, sociais, ou profissionais, de modo a
possibilitar o ingresso num mercado de trabalho cada vez mais
competitivo e exigente.
Necessidade de se estabelecerem estratégias de melhoria das
qualificações e competências, tanto ao nível individual como
organizacional.
Escassez de instrumentos que promovam o diagnóstico e
desenvolvimento de competências adquiridas fora dos contextos de
educação/formação, bem como a análise das trajectórias pessoais,
sociais e profissionais, de acordo com os quadros referenciais dos
perfis profissionais já produzidos.
Quais
as estratégias
mais recentes,
de
melhoria das
qualificações?
Parece inquestionável a necessidade de se tomarem medidas para que
o nível de qualificação da população portuguesa evolua. No entanto,
estas medidas só terão efeitos positivos se as pessoas estiverem
motivadas para aceitarem essas aprendizagens. Esse papel tem estado
cometido à Direcção Geral de Formação Vocacional através dos
CRVCC – Centros de Reconhecimento, Validação e Certificação de
Competências, que procuram estimular medidas como sejam:
Tomar em consideração as aprendizagens feitas pelas pessoas ao
longo da vida;
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Preâmbulo
Reconhecer e validar, a nível pessoal e/ou profissional, as
competências já adquiridas.
Tornar
acessíveis
as
propostas
adequadas em
termos
de
oportunidades, ritmo e localização.
Neste sentido, surgem vários referenciais formativos que suportam a
sua base em quatro competências – chave:
— Cidadania e Empregabilidade;
— Linguagem e Comunicação;
— Tecnologias de Informação e Comunicação;
— Matemática para a Vida.
Ora, é precisamente nestes referenciais que se baseia todo o
desenvolvimento do presente trabalho.
Quais as principais finalidades?
Como estabelece o Acordo sobre Política de Emprego, Mercado de
Trabalho, Educação e Formação, é necessário adoptar medidas de
modo a estimular a validação das competências adquiridas, quer
através da formação profissional, quer em contextos de vida e de
trabalho.
Deste modo, compreender os mecanismos da formação de adultos e
as circunstâncias das dificuldades do individuo (activos empregados,
à procura de novo emprego, ou do 1º emprego) constitui uma
prioridade para si próprio porque promove o auto-conhecimento das
suas competências, de modo a possibilitar a adopção de estratégias
para o seu desenvolvimento e um mais forte empenho em atingi-las,
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Preâmbulo
de modo a fazer face aos perfis de exigências das actividades
desempenhadas, ou que se pretendam vir a desempenhar, no futuro.
Ora, o facto de se poder dispor de um instrumento que possibilite a
avaliação das competências em momentos distintos, é ainda mais
motivador para todos os agentes envolvidos, porquanto permite
reconhecer os avanços conseguidos.
Mas se nos colocarmos na óptica da organização, permite orientar
melhor as escolhas de investimentos em matéria de ajudas técnicas
ou organizacionais e da formação, por forma a reforçar as
competências dos trabalhadores, com vista à melhoria da
produtividade e da qualidade da gestão, ao acesso a novas formas de
organização, à introdução de novas tecnologias e à abertura a novos
mercados.
Em síntese, pretende-se que este produto permita ao público a que
se destina:
— Valorizar as aprendizagens adquiridas ao longo da vida (em
contextos: formal, não formal e informal);
— Adquirir consciência da importância e pertinência de todos os
conhecimentos que possui e o seu respectivo valor;
— Compreender quais as situações educativas ou de formação
profissional, ou outras, mais adequadas às suas necessidades.
Tudo isto está ainda mais facilitado para os utilizadores do produto
final porque permite uma utilização flexível e simples, previamente
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Preâmbulo
enquadrada por um conjunto de elementos orientadores do exercício
do Balanço de Competências.
Qual o impacto da utilização deste produto?
Espera-se um resultado muito positivo da aplicação do produto,
traduzido:
— Na promoção e desenvolvimento de um maior auto-
conhecimento
das
competências
adquiridas
fora
dos
contextos de educação/formação formais;
— Na promoção da qualificação certificada da população
portuguesa por forma a possibilitar a entrada num mercado
de trabalho cada vez mais competitivo e exigente;
— No reforço e promoção da criatividade dos utilizadores, uma
vez que é possível recorrer apenas às variáveis que
considerem mais adequadas à concretização dos seus
objectivos;
— No reforço da auto-confiança, ambição e adaptação à
mudança, dos potenciais utilizadores;
— Na mudança operada ao nível das estratégias e dos
instrumentos de apoio à formação profissional, facilitando o
desenvolvimento de perfis de competências mais ajustados às
necessidades de recrutamento das empresas;
— Na oportunidade dada aos activos de estimularem o espírito
de iniciativa e assumirem responsabilidades, o que constitui
um importante mecanismo de estímulo à competitividade;
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Preâmbulo
— Pela promoção de estratégias que promovam o acesso e a
participação efectiva de mulheres e homens à profissão e ao
mercado de trabalho.
Concluindo, pretende apresentar-se um referencial de conceitos e
uma proposta de metodologia de balanço de competências que
facilite ao destinatário /utilizador, seja ele o especialista (orientador,
formador, técnico de RVCC) ou o adulto /formando (candidato a
RVCC), compreender os princípios, as vantagens e os limites do
acesso ao presente recurso, bem como o nível dos resultados que
pode alcançar e do seu aproveitamento no contexto do seu
desenvolvimento e formação ao longo da vida.
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Enquadramento Histórico e Perspectivas Teóricas
1. Enquadramento
Histórico
e
Perspectivas
Teóricas
1.1. Noção de Competência segundo alguns Teóricos
O tema competência tem sido motivo de discussão nos últimos anos
e vários autores se debruçaram sobre o assunto. Apresenta-se em
seguida a perspectiva de alguns deles.
Segundo David McClelland (1973), competência é uma característica
subjacente a uma pessoa que é casualmente relacionada com o
desempenho superior na realização de uma tarefa ou em determinada
situação.
“Competência é uma capacidade, porque se refere ao que a pessoa é capaz de
fazer, não o que faz sempre em qualquer situação.”
Richard Boyatzis (1982) diferencia competência de três formas:
— Competência inicial: “A competência inicial é o conhecimento geral,
motivação, experiência, papel social e habilidades de uma pessoa, que são
essenciais para executar um trabalho, mas não é casualmente relacionado
a uma performance superior no trabalho.”
— Competência:
“Competências são
características que estão
normalmente relacionadas à eficácia e/ou a performance superior. Isto
significa que existem evidencias que indicam que possuir estas
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Enquadramento Histórico e Perspectivas Teóricas
características precedem e levam à eficácia e/ou performance superior em
determinado trabalho.”
— Competência profissional: “Uma característica subjacente de uma
pessoa, que pode ser uma motivação, experiência, habilidade, um aspecto
da sua imagem ou papel social, ou um conjunto de conhecimentos que ele
ou ela usa, que é casualmente relacionado à obtenção de eficácia, ou
melhor, performance profissional.”
Competência é “Uma característica subjacente de um individuo que está
casualmente relacionada a um critério referenciado eficaz e/ou performance
superior numa dada situação de trabalho.” Segundo Lyle Spencer (1993)
Situando a competência numa encruzilhada com três eixos formados,
pela pessoa, pela sua formação educacional e pela sua experiência
profissional, Guy Le Boterf (1995) define competência como: “o
conjunto de aprendizagens sociais e comunicacionais, nutridas a montante pela
aprendizagem e formação e a jusante pelo sistema de avaliações… Competência é
um saber agir responsável e que é reconhecido pelos outros. Implica saber como
mobilizar, integrar e transferir os conhecimentos, recursos e habilidades, num
contexto profissional determinado.”
Para Marcelle Stroobants (1997) competência é: “acção, realização,
movimento, velocidade. Representa a valorização da experiência profissional, do
savoir-faire oriundo da vivência pessoal, da experiência no trabalho e das atitudes
comportamentais em contraposição ao saber adquirido na escola.”
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Enquadramento Histórico e Perspectivas Teóricas
Julieta Beatriz Ramos Desaulniers (1998) define competência como: “A
capacidade para resolver um problema numa dada situação, o que significa dizer
que a avaliação desse processo baseia-se essencialmente nos resultados, implicando
um refinamento dos mecanismos e instrumentos utilizados na sua respectiva
avaliação".
Tratando de esquemas de classificação de competências individuais,
Odd Nordhaug (1998) conclui que a tipologia geral mais utilizada é a
que diferencia as competências em técnicas, interpessoais e
conceituais.
“As competências técnicas estão relacionadas a métodos, processos, técnicas
desenhadas para conduzir uma actividade específica e habilidades para utilizar
ferramentas e operar equipamentos relacionados a uma actividade. As
competências interpessoais são os comportamentos humanos e os processos
interpessoais, a empatia e a sensibilidade social, a habilidade de comunicação e a
capacidade de cooperação. As competências conceituais traduzem-se na capacidade
analítica, na criatividade, na eficiência em resolver problemas e na habilidade de
reconhecer oportunidades ou problemas potenciais.”
Para Philippe Perrenoud (2001), competência é " uma capacidade de agir
eficazmente num determinado tipo de situação, apoiada em conhecimentos, mas
sem limitar-se a eles."
Já os autores Maria Tereza Fleury e Afonso Fleury (2001) definem
competência como sendo: “Um saber agir responsável e reconhecido, que
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Enquadramento Histórico e Perspectivas Teóricas
implica, mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos e habilidades que
agreguem valor económico à organização e valor social ao indivíduo.”
“Competência é a colocação de recursos em acção numa situação prática. Não
somente os recursos que possuímos ou adquirimos mas também aqueles que
sabemos como colocar em acção. É uma inteligência prática das situações que,
apoiando-nos em conhecimentos adquiridos, transformamos à medida que a
diversidade das situações aumenta.” Segundo Philippe Zarifian (1999, 2001 e
2003)
De acordo com o Currículo Nacional do Ensino Básico –
Competências Essenciais, é adoptada “uma noção ampla de competência,
que integra conhecimentos, capacidades e atitudes e que pode ser entendida como
saber em acção ou em uso. ... A competência diz respeito ao processo de activar
recursos (conhecimentos, capacidades, estratégias) em diversos tipos de situações,
nomeadamente situações problemáticas. Por isso, não se pode falar de competência
sem lhe associar o desenvolvimento de algum grau de autonomia em relação ao uso
do saber.”
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Enquadramento Histórico e Perspectivas Teóricas
1.2. O Papel da UNESCO
A Alfabetização é de uma importância crucial para a aquisição de
competências base para crianças, jovens e adultos, permitindo-lhes
fazer face aos problemas do quotidiano, representando uma etapa
fundamental de educação base, facilitando a participação efectiva na
economia e na sociedade no século XXI.
O conceito de alfabetização acompanhou a evolução dos tempos e
das exigências e transformações tecnológicas que exigem uma
formação de base cada vez mais aprofundada tanto ao nível do saber
como da prática.
— Fundação da UNESCO
A UNESCO, Organização das Nações Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura, foi fundada a 16 de Novembro de 1945, tornandose numa agência especializada do Sistema das Nações Unidas pelo
acordo de vinculação, votado pela I Conferência Geral da UNESCO,
aprovada pela AGONU (Assembleia Geral da Organização das
Nações Unidas), a 4 de Dezembro de 1946.
Foi com a Conferência Mundial sobre Educação para Todos, em Jomtien
(1990), que os objectivos da alfabetização se alteraram, passando a
incluir-se a noção de “desenvolvimento da capacidade de resolução
de problemas inerentes à vida activa, facilitando o acesso a um
mundo em constante transformação”, para assim permitir aos adultos
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Enquadramento Histórico e Perspectivas Teóricas
adquirirem um conjunto de conhecimentos essenciais à melhoria das
suas condições de vida e de trabalho.
— Objectivos / Intenções da Organização
De acordo com o tratado que presidiu à sua fundação e como refere
o Guia de Estudo da UNESCO1, foram fixados os objectivos da
organização onde está previsto promover a colaboração entre nações
através da Educação, Ciência e Cultura com vista a fomentar “o
respeito universal pela justiça, pelos direitos humanos e pelas liberdades
fundamentais”.
A Organização possui uma filosofia de examinar a educação como
um processo contínuo, disponibilizando para todos a educação
básica: o ensino pré-escolar, a educação primária e a educação de
adultos.
Neste sector, o da educação, o papel da UNESCO não é o de
construir exclusivamente escolas, mas também renovar os sistemas
educativos e incutir-lhes valores universais, modernizar currículos e
programas, bem como lançar ideias, mobilizar aptidões, vontades e
recursos.
1 Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, website:
www.portugalmun.iscsp.utl.pt/downloads/guias_estudo/Guia_Estudo_PNUD.doc.
Consultado em 06/11/2006.
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Enquadramento Histórico e Perspectivas Teóricas
Paralelamente ao trabalho que vem sendo realizado com crianças, a
UNESCO, não deixou de se preocupar com o ensino vocacionado
para adultos e jovens, isto porque:
▪
A alfabetização de adultos tem impacto nas novas
gerações, o que permite aumentar o nível de conhecimentos
da comunidade proporcionando um desenvolvimento da
educação junto das crianças.
▪
A educação de adultos é uma base para o exercício da
cidadania, tendo em conta que a alfabetização é vista como
uma fonte de liberdade. Uma Sociedade instruída conseguirá
exprimir-se melhor, cumprir com os seus direitos e obrigações
enquanto parte integrante de uma comunidade.
▪
O Pós 2ª Guerra Mundial, o alfabetismo era visto sob uma
perspectiva simplista de « saber ler, escrever e contar », o que
levou à promoção de campanhas de alfabetização, em que
crianças e adultos eram tratados de igual modo, sem qualquer
tipo de adaptação dos conteúdos programáticos ao público
receptor.
A partir da década de 60 esta visão foi alterada e passou a
predominar uma visão mais funcional do conceito.
A UNESCO promove a aprendizagem ao longo da vida e a educação
não formal, tentando responder às necessidades quer dos jovens,
como também dos adultos assegurando um acesso a programas
adequados. O objectivo, é o de adquirir conhecimentos e
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Enquadramento Histórico e Perspectivas Teóricas
competências necessárias para a vida corrente, melhorando os níveis
de alfabetização dos adultos, em particular das mulheres.
— Níveis de Cooperação
A UNESCO criou um grupo de parlamentares conexos, que visam a
integração dos valores e dos objectivos da organização e permitem
contribuir para a promoção da paz e do desenvolvimento nos
domínios das competências:
-
Internacional
A nível internacional, celebrou-se em 1997, um acordo de
cooperação com a União Inter Parlamentar (UIP). Esta
compromete-se, através dos seus 141 Parlamentos Nacionais e 7
membros associados, a contribuir para a paz e a segurança, para a
cooperação entre os povos e para o respeito universal da justiça, dos
direitos humanos e das liberdades fundamentais, em conformidade
com os objectivos e os princípios proclamados pelo Acto
Constitutivo da UNESCO.2
-
Regional
A nível regional, foram celebrados acordos de cooperação entre a
UNESCO
e
as
Associações
Parlamentares
Regionais,
nomeadamente o Parlamento Latino-americano (Parlatino-1994) e a
Assembleia Parlamentar da Francofonia (APF-2005). Estabeleceram-
2
De acordo com: Grupo de Parlamentares conexo com a UNESCO. Foi constituído,
na Assembleia da República, o Grupo de Parlamentares conexo com a UNESCO
Website: www.unesco.pt/cgi-bin/info_e_docs/doc.php?idd=32. Consultado a
10/11/2006
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Enquadramento Histórico e Perspectivas Teóricas
se relações, com a Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa;
o Parlamento Europeu; a União Parlamentar Africana (UPA); a
União Inter parlamentar Árabe (UIPA) e a Commonwealth
Parliamentary Association.
-
Nacional
Para institucionalizar a interacção a nível nacional, a UNESCO e a
IUP lançaram em 2003, um novo mecanismo de cooperação nos
Parlamentos nacionais: os Parlamentares pontos focais para a
UNESCO. O papel desta rede institucional é o de estabelecer uma
ligação permanente a nível nacional entre as actividades dos
Parlamentos dos Estados-Membros e as actividades das Comissões
Nacionais para a UNESCO. Esta rede permite uma ligação entre os
níveis executivo, legislativo, e a sociedade civil e facilitará o apoio da
UNESCO à formulação de políticas nacionais sobre as relações entre
a UNESCO e os Parlamentares, adoptada em Junho de 2003.
1.3. União Europeia (UE)
A União Europeia surgiu após a 2ª Guerra Mundial, com o intuito de
unir os países em termos económicos e políticos. Actualmente é
constituída por 25 Estados-Membros - estabelecida pelo Tratado da
União Europeia - Tratado de Maastricht em 1992, com sedes em
Bruxelas, Luxemburgo e Estrasburgo.
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Enquadramento Histórico e Perspectivas Teóricas
A política de Investimento na educação e na formação tem em conta,
de acordo com várias directivas e relatórios, as novas exigências da
sociedade do conhecimento.
A UE, denota um atraso relativamente aos Estados Unidos,
traduzido sobretudo na sua incapacidade para atrair e conservar os
talentos na Europa. A diferença de produtividade tem vindo a
aumentar.
Para inverter esta tendência são necessários investimentos, tanto na
investigação e desenvolvimento, e nas tecnologias da informação e
comunicação (TIC), como no conjunto do sistema europeu de
educação e formação.
— A
Importância do aumento de investimentos na
educação/formação
A Europa sofre de um investimento insuficiente em recursos
humanos, sendo portanto indispensável o aumento do financiamento
face aos novos desafios da mundialização.
Um domínio com necessidade urgente de investimentos privados
mais importantes são a formação profissional contínua e a educação
de adultos, onde se verificam ainda grandes diferenças entre a
Europa e os Estados Unidos. Segundo a UE, “só 40% dos assalariados
europeus participam em cursos de formação profissional contínua (23% nas
PME) e apenas 62% de todas as empresas fornecem algum tipo de formação ao
seu pessoal (56% nas PME)”.
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Enquadramento Histórico e Perspectivas Teóricas
— Optimização dos recursos financeiros
Para obter a máxima eficácia dos subsídios financeiros, será
necessário combater as áreas que apresentam taxas elevadas de
insucesso escolar, nomeadamente o abandono prematuro dos
estudos, o desemprego de licenciados, a duração dos estudos, o baixo
nível dos conhecimentos, e propõe que a atenção recaia nas novas
competências de base, na aprendizagem ao longo da vida, nas TIC,
na cidadania e na comunicação/informação.
— Como mobilizar os recursos humanos
Este processo de mobilizar os recursos humanos e financeiros
suplementares, resultará de uma gestão mais eficaz dos recursos
existentes e de uma descentralização a nível regional da gestão dos
recursos e dos programas. Esta descentralização, em paralelo com
uma maior coordenação entre os ministérios nacionais, respeitará a
dimensão europeia das decisões de investimento.
1.4. Portugal
Portugal tem feito, ao longo dos anos, um grande esforço de
qualificação da população em termos de ensino, com o intuito de
recuperar o atraso que o separa dos países mais desenvolvidos.
No entanto, a realidade actual, ainda está longe da situação da
maioria dos países da União Europeia, apresentando níveis de
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Enquadramento Histórico e Perspectivas Teóricas
escolarização muito baixos, nos segmentos das gerações mais velhas,
mas também os mais jovens.
Segundo a revista Millenium on.line, do Instituto Politécnico de Viseu3, Os
sistemas de educação e formação de Portugal têm-se concretizado,
por um lado devido à cooperação com outros Estados, mas também
em iniciativas articuladas com outras instituições, nomeadamente
com a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura), a União Europeia, OCDE (Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Económicos), OEI (Organização
dos Estados Ibero-americanos para a Educação, Ciência e Cultura) e
o Conselho da Europa.
— Adesão de Portugal à UNESCO
Dos 186 países que fazem parte do sistema das Nações Unidas,
Portugal aderiu a 12 de Março de 1965, tendo, após uma suspensão
entre 1971 e 1974, retomado a adesão em 11 de Setembro de 1974.
Em 1979, criou a Comissão Nacional da UNESCO, no âmbito do
Ministério dos Negócios Estrangeiros, com o objectivo de coordenar
as actividades a realizar no âmbito desta organização.
A participação de Portugal integra-se nos diversos programas
aprovados nas Conferências Gerais que se realizam de dois em dois
anos.
3
Boal, Maria Eduarda / A Participação Portuguesa em Programas Comunitários e de
Cooperação Internacional. website: www.ipv.pt/millenium/boal11.htm. Consultado
em: 03/11/2006
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Enquadramento Histórico e Perspectivas Teóricas
-
Participação
de
Portugal
nas
Conferências
Internacionais
Destaca-se a participação de Portugal na 45ª Conferência Internacional de
Educação4 que contribuirá para a preparação do “Perfil do sistema
Educativo”, a ser elaborado pela UNESCO.
Da Conferência Internacional de Educação de Adultos, realizada em Julho
de 1997 em Hamburgo, recolheram-se dados com o intuito de definir
uma estratégia de educação de adultos, considerada como um direito,
uma ferramenta e uma responsabilidade partilhada.
Ao nível do ensino superior, Portugal participou na Conferência
Mundial do Ensino Superior (Outubro de 1998), com o objectivo de
melhorar a gestão do sistema de ensino em termos de qualidade;
alargar o acesso ao ensino superior em função do mérito e das
competências; e no reforço dos laços entre o ensino superior e o
mundo do trabalho.
— Adesão à União Europeia
A entrada na União Europeia foi uma viragem marcante na História
de Portugal. Com o Tratado da União Europeia, Tratado de
Maastricht, assinado em Fevereiro de 1992, a educação e formação
passam a ser referidas como áreas importantes de cooperação.
4
Boal, Maria Eduarda / A Participação Portuguesa em Programas Comunitários e de
Cooperação Internacional.
website: www.ipv.pt/millenium/boal11.htm. Consultado em: 03/11/2006
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Enquadramento Histórico e Perspectivas Teóricas
De acordo com o publicado no Portugal Diário5, a maioria dos
trabalhadores portugueses, tem no máximo a escolaridade mínima
obrigatória, apresentando-se como o nível mais baixo da União
Europeia.
Nos últimos dez anos, o crescimento do ensino básico e secundário
em Portugal é reduzido, comparativamente com os outros países
pertencentes à União Europeia.
Segundo o documento exposto no site do “Portugal Diário6,” houve
uma evolução de 6% em Portugal, enquanto que noutros países,
como Espanha, Grécia e Itália essa evolução foi de 15% a 20%. Em
2002, 26% dos profissionais - quadros superiores, tinham apenas o
ensino básico obrigatório.
-
Modalidades de Educação para Adultos
Em Portugal, existem duas modalidades de educação para adultos: o
ensino recorrente e os centros CRVCC (Centros de Reconhecimento,
Validação e Certificação de Competências). Nestes centros é feita a
avaliação dos indivíduos, daí podendo obter a equivalência ao 1º, 2º
ou 3º ciclo, reconhecendo competências e dando formação.
Segundo o Ministério da Educação, relativamente ao ensino
recorrente, em 2002 o abandono escolar de alunos entre os 18 e os
24 anos foi de 45,5%, um número mais elevado que nos restantes
5
Educação: Verbas da Europa são desperdiçadas.
Website: www.portugaldiario.iol.pt/especial_artigo.php?id=478231&main_id=486195
- 10k. (Consultado a 03/11/2006)
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Enquadramento Histórico e Perspectivas Teóricas
países da UE, sendo a média dos 15 membros originais de 18,8% e
os restantes que aderiram recentemente, não atinge os 20%.
Para responder às carências que Portugal tem a nível de escolaridade,
torna-se necessário criar uma rede de ensino que possua diferentes
modalidades e que vá de encontro às necessidades dos adultos
portugueses, que querem apostar na sua educação.
1.5. Educação de Adultos
1.5.1. Pedagogia
Em que consiste?
O modelo pedagógico de educação foi originalmente desenvolvido
nas escolas monásticas da Europa na idade média. Desta origem
desenvolveu-se a tradição da pedagogia, que mais tarde se espalhou
pelas escolas seculares da Europa e da América tornando-se, e
permanecendo, a forma dominante de educação.
Pedagogia significa literalmente a arte e ciência de educar crianças e é
usualmente utilizada como sinonimo de ensino. Mais exactamente, a
pedagogia incorpora a educação centrada no professor. No modelo
pedagógico, este assume a responsabilidade total da tomada de
decisão sobre o que irá ser ensinado, como e quando irá ser ensinado
e se foi aprendido. Os professores dirigem a aprendizagem.
Nesta perspectiva, a pedagogia coloca, frequentemente, os alunos
num papel subalterno, face ao professor. É baseada na suposição de
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Enquadramento Histórico e Perspectivas Teóricas
que os alunos apenas precisam de saber o que o professor lhes
ensina. O resultado é uma situação de ensino e aprendizagem que
promove activamente a dependência do professor (Knowles, 1984).
Como se evoluiu da Pedagogia para a Andragogia?
Inicialmente o modelo pedagógico era igualmente aplicado ao ensino
de crianças e adultos, o que era, de certa forma, uma contradição. A
educação de adultos sentiu-se vítima dos modelos que se centravam
no professor. Numa tentativa de formular uma teoria compreensível
de educação de adultos, Malcolm Knowles, em 1973, publicou o livro
The Adult Learner: A Neglected Species, onde afirmava que os adultos
necessitam de certas condições para aprender e passou a utilizar o
termo Andragogia para definir e explicar essas condições.
Com a maturidade, os adultos, vão-se tornando cada vez mais
independentes e responsáveis pelas suas acções. São muitas vezes
motivados a aprender pelo desejo sincero de resolver problemas
imediatos das suas vidas. Adicionalmente, têm a necessidade
crescente de serem auto-dirigidos. O modelo pedagógico, de certa
forma, não tem em conta essas alterações no desenvolvimento dos
adultos, o que produz tensão, ressentimento e resistência nos
indivíduos (Knowles, 1984). O crescimento e desenvolvimento da
Andragogia como modelo alternativo de educação veio ajudar a
remediar esta situação e a melhorar a educação de adultos.
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Enquadramento Histórico e Perspectivas Teóricas
Actualmente a Andragogia define uma alternativa à pedagogia e
refere-se a educação focalizada no aluno para pessoas de todas as
idades e, nomeadamente adultas.
1.5.2. Andragogia
Em que consiste?
A Andragogia significa “ensino para adultos”, é um caminho
educacional que procura compreender o adulto em todos os seus
componentes humanos: psicológico, biológico e social.
Procura promover a aprendizagem através da experiência e fazer com
que a vivência estimule e transforme o conteúdo, impulsionando a
assimilação. O adulto, após absorver e digerir, aplica, é o aprender
através do fazer, o aprender fazendo.
Quais os Princípios e Caminhos de Aprendizagem na
Andragogia?
O eixo Andragógico é constituído por Participantes e o Facilitador,
que são direccionados pelos princípios da Horizontalidade e
Participação. Segundo pesquisas, os estudantes adultos aprendem
apenas 10% do que ouvem após 72 horas, mas são capazes de se
lembrar de 85% do que ouvem, vêm e fazem, após as mesmas 72
horas.
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Enquadramento Histórico e Perspectivas Teóricas
Como tal, não chega apenas o envolvimento do ser humano na esfera
do “pensar”, através de estímulos lógicos e racionais; é necessário o
envolvimento na esfera do “sentir”, proporcionando estímulos
interiores e emocionais, em que o sentir estimula o “querer”
transformando-o em vontade e acção.
Em “A prática Andragógica em Adultos de Idade Avançada”, Adolfo Alcalá
(1997), define andragogia como: “A Andragogia é a ciência e a arte que,
sendo parte da Antropologia e estando imersa na Educação Permanente, se
desenvolve através de uma prática fundamentada nos princípios da Participação e
da Horizontalidade, cujo processo, orientado com características sinérgicas pelo
Facilitador do aprendizado, permite incrementar o pensamento, a autogestão, a
qualidade de vida e a criatividade do participante adulto, com o propósito de
proporcionar uma oportunidade para que se atinja a auto-realização.”
Como se deu a Evolução Histórica da Andragogia?
A Educação de Adultos é uma prática tão antiga quanto a história da
raça humana, ainda que só recentemente tenha sido objecto de
pesquisa científica.
Temos como exemplos na antiguidade: Confúcio e Lao Tse na China;
Aristóteles, Sócrates e Platão na Grécia antiga; Cícero, Evelid e Quintillian
na antiga Roma, que foram exclusivos educadores de adultos. Estes
grandes pensadores tinham a percepção de que a aprendizagem era
um processo de activa procura e não de passiva recepção de
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conteúdos transmitidos, as suas técnicas educacionais desafiavam o
aprendiz para a procura.
Os gregos, por sua vez, inventaram o que se chama de Diálogo de
Sócrates, no qual o líder, ou outro membro do grupo, apresenta as
suas ideias e experiências para que a partir daí os liderados procurem
a solução para um determinado assunto. Os romanos, por outro lado,
foram mais confrontadores, usavam desafios para forçarem os
membros do grupo a tomarem uma posição em defesa própria.
Mas a história explícita da Andragogia tem as suas raízes na
Pedagogia. No início do século VII foram criadas na Europa as
Catedrais ou Escolas Monásticas, que tinham como missão a
doutrinação dos jovens na crença, fé e rituais da igreja, ao que se
juntou uma série de pressupostos sobre aprendizagem, denominados
de pedagogia. Este modelo de educação monástico foi mantido até
ao século XX, devido à falta de estudos aprofundados sobre a
inadequação deste modelo para outras faixas etárias, que não a
infantil. Tornando-se assim a base organizacional de todo o sistema
educacional.
Após a Primeira Guerra Mundial começou a crescer nos Estados
Unidos e na Europa um série de concepções diferenciadas sobre o
aprendiz adulto, que mais tarde se desenvolveram e assumiam o
formato de teoria de aprendizagem, com o suporte de vários
pensadores.
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Um dos maiores contribuintes para a pesquisa da educação de
adultos foi Eduard C. Lindman, através do seu trabalho “The Meaning of
Adult Education”, publicado em 1926.
"... a educação do adulto será através de situações e não de disciplinas. O nosso
sistema académico cresce em ordem inversa: disciplinas e professores constituem o
centro educacional. Na educação convencional é exigido ao estudante ajustar-se ao
currículo estabelecido; na educação do adulto o currículo é construído em função da
necessidade do estudante. Todo o adulto se vê envolvido em situações específicas de
trabalho, de lazer, de família, da comunidade, etc. – situações essas que exigem
ajustamentos. O adulto começa nesse ponto. As matérias (disciplinas) só devem
ser introduzidas quando necessárias. Textos e professores têm um papel
secundário nesse tipo de educação; eles devem dar a máxima importância ao
aprendiz." (Lindman, 1926, pp. 8-9).
"... a fonte de maior valor na educação do adulto é a experiência
do aprendiz. Se educação é vida, vida é educação. A aprendizagem consiste na
substituição da experiência e conhecimento da pessoa. A psicologia ensina-nos
que, ainda que aprendamos o que fazemos, a genuína educação manterá o fazer e
o pensar juntos.... A experiência é o livro vivo do aprendiz adulto."
(Lindman, 1926, pp. 9-10)
"Ensino autoritário; exames que predeterminam o pensamento original; fórmulas
pedagógicas rígidas - tudo isto não tem espaço na educação de adulto... Adultos
que desejam manter a sua mente fresca e vigorosa começam a aprender através do
confronto das situações pertinentes. Procuram os seus referenciais nos reservatórios
das suas experiências, antes mesmo das fontes de textos e factos secundários. São
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conduzidos a discussões pelos professores, os quais são, também, referenciais de
saber e não oráculos. Isto tudo constitui os mananciais para a educação de
adultos, o moderno questionamento para o significado da vida." (Lindman,
1926, pp.10-11)
"Uma das grandes distinções entre a educação de adultos e a
educação
convencional
é
encontrada
no
processo
de
aprendizagem em si mesmo. Nenhum outro, senão o humilde pode vir a
ser um bom professor de adultos. Na sala do estudante adulto a experiência tem o
mesmo peso que o conhecimento do professor. Ambos são compartilhados par-apar. De facto, em algumas das melhores aulas de adultos é difícil distinguir-se
quem aprende mais: se o professor ou o estudante. Este caminho duplo reflecte-se
também na divisão de autoridade. Na educação convencional o aluno adapta-se
ao currículo oferecido, mas na educação do adulto, o aluno ajuda na formulação
do currículo... Sob as condições democráticas, a autoridade é do grupo. Isto não é
uma lição fácil, mas enquanto não for aprendida, a democracia não tem sucesso."
(Lindman, 1926, pp.166)
De acordo com Eduard Lindeman existem cinco pressupostos chave
para a educação de adultos, estes pressupostos transformaram-se em
suporte de pesquisas e passaram a fazer parte da teoria moderna de
aprendizagem de adultos.
— Os adultos são motivados a aprender à medida que
experimentam que as suas necessidades e interesses são
satisfeitos. Por isso, esses são os pontos mais apropriados
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para se iniciar a organização das actividades de aprendizagem
do adulto;
— A orientação de aprendizagem do adulto está centrada
na vida, como tal as unidades apropriadas para se organizar o
seu programa de aprendizagem são as situações de vida e não
as disciplinas;
— A experiência é a mais rica fonte para o adulto aprender,
por isso, o centro da metodologia da educação do adulto é a
análise das experiências;
— Os adultos têm uma profunda necessidade de serem
auto-dirigidos, o papel do professor é engajar-se no
processo de mutua investigação com os alunos e não apenas
transmitir-lhes o seu conhecimento e depois avalia-los;
— As diferenças individuais entre pessoas cresce com a
idade, a educação de adultos deve considerar as diferenças de
estilo, tempo, lugar e ritmo de aprendizagem.
Muitos outros pesquisadores continuaram os estudos sobre a
educação de adultos, entre os quais Edward L. Thorndike (The Adult
Learning -1928/USA), Lawrence P. Jacks (Journal of Adult Education1929/Inglaterra).
Até 1940, apesar de existirem elementos suficientes para a elaboração
de uma teoria compreensível sobre a educação do adulto, esses
elementos estavam dispersos e necessitavam de uma unificação
teórica.
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Entre 1940 e 1950 esses princípios foram esclarecidos, reelaborados e
incorporados dando-se uma explosão de conhecimentos oriundos de
várias disciplinas das ciências humanas. A Psicoterapia, por exemplo,
foi uma das ciências que mais contribuiu para a Andragogia. Isto
porque os psicoterapeutas estão voltados essencialmente para a
reeducação e em especial da população adulta.
De entre os pesquisadores que deram suporte ao desenvolvimento da
Andragogia como ciência da educação do adulto, pode enumerar-se:
Malcolm Knowles, “Informal Adult Education”, em 1950; Edmund
Brunner’s, “Overview of Research in Adult Education”, em 1954;
J.R. Gibb’s, “How Adults Learn”, em 1959; Harry L. Miller’s
“Teaching and Learning in Adult Education”, em 1964; Félix
Adam, "Andragogia, Ciência da Educação de Adultos", em 1977;
Jean Louis Bernard, “Para um Modelo Andragógico no Campo da
Educação de Adultos”, em 1985; Adolfo Alcalá, "Es la Andragogía
una Ciencia?", em 1999, P. Graham, “Aprendizagem de adultos”,
em 2002.
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Enquadramento Histórico e Perspectivas Teóricas
1.5.3. Pedagogia versus Andragogia
Segundo Malcom Knowles
Modelo Pedagógico
Papel
da
Experiência
Vontade de
Aprender
Orientação da
Aprendizagem
A experiência daquele
que
aprende
é
considerada de pouca
utilidade. O que é
importante,
pelo
contrário,
é
a
experiência
do
professor.
A disposição para
aprender aquilo que o
professor ensina tem
como
fundamento
critérios e objectivos
internos
à
lógica
escolar, ou seja, a
finalidade de obter
êxito e progredir em
termos escolares.
A aprendizagem é
encarada como um
processo
de
conhecimento sobre
um determinado tema.
Isto significa que é
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Modelo Andragógico
Os
adultos
são
portadores de uma
experiência que os
distingue das crianças e
dos
jovens.
Em
numerosas situações de
formação
são
os
próprios adultos com a
sua experiência que
constituem o recurso
mais rico para as suas
próprias
aprendizagens.
Os
adultos
estão
dispostos a iniciar um
processo
de
aprendizagem
desde
que compreendam a
sua utilidade para
melhor
afrontar
problemas reais da sua
vida
pessoal
e
profissional.
Nos
adultos
a
aprendizagem
é
orientada
para
a
resolução
de
problemas e tarefas
com
que
se
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dominante a lógica
centrada
nos
conteúdos e não nos
problemas.
Motivação
A motivação para a
aprendizagem
é
fundamentalmente
resultado de estímulos
externos ao sujeito,
como é o caso das
classificações escolares
e das apreciações do
professor.
confrontam no dia a
dia da sua vida (o que
desaconselha
uma
lógica centrada nos
conteúdos).
Os
adultos
são
sensíveis a estímulos da
natureza
externa
(notas, etc.), mas são
os factores de ordem
interna que motivam o
adulto
para
a
aprendizagem
(satisfação,
autoestima, qualidade de
vida, etc.).
1.5.4. A Educação de Adultos em Portugal
Como Evoluiu a Educação de Adultos em Portugal?
Nos últimos 30 anos tem-se testemunhado uma sucessão de medidas,
planos e documentos relativamente à Educação de Adultos, tendo
sido muitos deles postos de parte. O que sucedeu com o Plano de
Alfabetização e Educação Básica de Adultos (PNAEBA) promovido
pela DGEP (Direcção Geral de Estudos e Previsão), em 1976; com
os trabalhos da Comissão da Reforma Educativa da DGEA
(Direcção Geral da Educação de Adultos), nos anos 80, com o
documento estratégico “Uma Aposta Educativa na Participação de Todos”
e em 1998 com a criação e rápida extinção da ANEFA (1999-2002).
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Enquadramento Histórico e Perspectivas Teóricas
A Educação de Adultos em Portugal, começou realmente nos anos
75/76, onde se conceberam e experimentaram algumas inovações
significativas, como a renovação do exame da “quarta classe” e o
reconhecimento das associações de educação popular como os
interlocutores principais da administração portuguesa, para a
educação de adultos no país. Mas a educação de adultos ficou
durante muitos anos reduzida a uma segunda oportunidade de
escolarização, dividida em dois sectores: o ensino recorrente e a
formação profissional.
A partir de 1996 a educação e formação de adultos passou a figurar
na linha da frente das organizações estratégicas, tanto a nível do
governo nacional como a nível de organismos internacionais. Sendo
criada uma Comissão Nacional para o Ano da Educação e
Formação ao Longo da Vida (Resolução do Conselho de Ministros
15/96, de 22 de Fevereiro) que apresentou, em Janeiro de 1998, a
‘Magna Carta’ sobre Educação e Formação ao Longo da Vida. Após
participação de uma delegação governamental portuguesa na V
Conferência Internacional sobre Educação de Adultas de Hamburgo
(1997), o Governo Português encomendou a um grupo de
especialistas a elaboração de um Documento de Estratégia para o
Desenvolvimento da Educação de Adultos (Dezembro de 1997).
Em 1997/98, ocorreu, por parte do Ministério da Educação,
acompanhado pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social,
uma tentativa de revitalização e relançamento da educação de adultos
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Enquadramento Histórico e Perspectivas Teóricas
em Portugal, o que levou à concepção de novos cursos de educação e
formação de adultos e ao desenho de estruturas que assegurassem
um processo de educação e formação integrado.
Foram então realizadas propostas que permitissem a cada adulto
adquirir e ver promovidas competências, saberes e conhecimentos
capazes de levar a uma validação e certificação duplas, tanto a nível
de qualificação profissional, como de grau correspondente ao ensino
escolar. Estas novas propostas foram lançadas como vectores chave
de um programa, aprovado por Resolução do Concelho de Ministros,
em 1998, o Programa de Sociedade: S@ber +.
O Programa de Sociedade: S@ber + foi iniciado com base num
Grupo de Missão, que começou por elaborar uma proposta para a
criação de um instituto próprio que reflectisse exclusivamente e de
forma especializada na educação de adultos em Portugal.
Em Setembro de 1999 foi então criada a ANEFA, Agência
Nacional de Educação e Formação de Adultos, uma estrutura
que tinha uma tutela dupla, trabalhava directamente com o Ministério
de Trabalho e com o Ministério da Educação. Tinha funcionários de
ambas as estruturas e um conselho consultivo que tentava reunir os
actores mais importantes na sociedade portuguesa na área da
educação de adultos.
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Enquadramento Histórico e Perspectivas Teóricas
Foi a ANEFA que considerou que um edifício de educação de
adultos não deveria estar assente nas disciplinas da escola, mas sim,
no dia a dia de cidadão, de trabalhador, de produtor, membro de uma
família, membro de uma comunidade, estas seriam as competências a
definir. Foi então encomendado um trabalho sobre referenciais de
competências chave, onde deveria efectivamente alicerçar-se este
novo edifício de educação e formação de adultos.
Em 17 de Março de 2002, no âmbito da nova Lei Orgânica do
Ministério de Educação é criada a Direcção-Geral de Formação
Vocacional (DGFV), passando, em regime de instalação e sob a
tutela do Ministério da Educação, em estreita coordenação com o
Ministério da Segurança Social e do Trabalho (MTSS), a assumir,
entre outras, as atribuições da ANEFA, entretanto extinta pela
mesma lei.
1.5.4.1. Ensino Recorrente
Em que consiste o Ensino Recorrente?
O ensino recorrente corresponde à vertente da educação de adultos
que, de uma forma organizada e através de um plano de estudo,
conduz à obtenção de um grau e à atribuição de um diploma
ou certificado, equivalentes aos conferidos pelo ensino regular.
Proporciona uma segunda oportunidade de acesso à escolaridade
para os que não usufruíram dela na idade própria, os que
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Enquadramento Histórico e Perspectivas Teóricas
abandonaram precocemente o sistema educativo, ou que o procuram
por razões de promoção cultural ou profissional.
Destina-se a adultos e jovens já integrados no mundo do trabalho e
organiza-se de forma autónoma no que respeita a condições de
acesso, currículos, programas, avaliação, entre outros, de forma a
adaptar-se aos diferentes grupos, às experiências pessoais e
profissionais e aos conhecimentos adquiridos ao longo da vida.
Caracteriza-se pela flexibilidade organizativa e adequação às
vivências, problemas, ritmos de aprendizagem, necessidades,
conhecimentos e interesses dos grupos etários que abrange.
Assim, embora vise a obtenção dos certificados e diplomas
conferidos
pelo ensino
regular,
o
ensino
recorrente
tem
características próprias que decorrem da adaptação a um público
específico e da sua natureza de escolaridade de segunda
oportunidade.
Quais as suas finalidades?
Enquanto subsistema da Educação de Adultos, o Ensino Recorrente
deverá contribuir para:
— A compreensão e o respeito pela diversidade dos costumes e
das culturas, tendo em vista a paz e a cooperação, tanto no
plano nacional como no internacional;
— A consciencialização das relações que ligam o homem ao
seu meio físico e cultural, no sentido de melhorar esse meio,
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
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de respeitar e proteger a natureza, o património e os bens
comuns;
— A aquisição, só, em grupo e no contexto dos ensinos formal
e não formal, de novos conhecimentos, qualificações,
atitudes ou comportamentos que contribuam para o
desenvolvimento integral da personalidade;
— A articulação progressiva entre a educação dos adultos e as
diferentes actividades sociais e profissionais;
— O desenvolvimento da capacidade de criar só ou em
grupo, novos bens materiais, espirituais e estéticos;
— O desenvolvimento da capacidade de discernimento
necessária para:
-
a utilização dos meios de comunicação social;
-
a interpretação das diversas mensagens dirigidas pela
sociedade ao homem contemporâneo;
-
"Aprender
a
Aprender"
e
de
"Aprender
a
Empreender".
1.5.4.2. ANEFA
O que é a ANEFA?
A ANEFA - Agência Nacional de Educação e Formação de
Adultos foi um organismo público na área da formação que o
Governo lançou a 28 Setembro de 1999. Surgiu de uma parceria
entre o Ministério da Educação e o Ministério do Trabalho e da
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
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Solidariedade, “não para substituir outros actores, entidades ou
intervenções, mas para intervir em novos domínios, designadamente
no reconhecimento, validação e certificação de competências e,
ainda, para alargar, diversificar, integrar e flexibilizar a oferta,
estimulando a procura” (Eiras, Ruben; 2002; Cadernos Formação
Vocacional – Saber+ n.º 14). Tinha como missão animar,
incentivar e coordenar toda a formação não superior destinada
a maiores de 18 anos e a tarefa de certificar as competências
escolares adquiridas em contexto não formal.
Foi a entidade que tornou possível a operacionalidade de quatro
medidas fundamentais à educação de adultos: as Acções S@ber+, a
rede de Clubes S@ber+, os Cursos de Educação e Formação de
Adultos
(cursos
EFA)
e
os
CRVCC
-
Centros
de
Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências,
lançados em 2000.
A ANEFA foi extinta a 17 de Outubro de 2002 dando origem ao
DGFV - Direcção Geral da Formação Vocacional.
1.5.4.3. Direcção
Geral
de
Formação
Vocacional
(DGFV)
O que é a DGFV?
A Direcção Geral de Formação Vocacional (DGFV) é criada no
âmbito da nova Lei Orgânica do Ministério de Educação a 17 de
Março de 2002, sendo articulada entre os Ministérios da Educação e
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da Segurança Social e do Trabalho, passa a assumir, entre outras, as
atribuições da ANEFA, com efeitos a partir da data da cessação do
regime de instalação desta entidade, que é extinta.
A DGFV é um serviço central do Ministério da Educação,
desempenha funções ao nível da concepção pedagógica e didáctica
do sistema de educação e formação vocacional, incluindo a
certificação das qualificações, coordenando e acompanhando a
concretização da mesma.
Quais os seus objectivos?
Apresenta dois objectivos principais:
— Qualificação inicial de jovens com competências profissionais
necessárias à sua transição adequada para a vida activa,
preservando e fomentando o cumprimento da escolaridade
obrigatória e das vias gerais da educação escolar de carácter
universal e contrariando a tendência para a inserção precoce
dos jovens na vida activa;
— Desenvolvimento estratégico do processo de aquisição de
aprendizagens por adultos, no âmbito do sistema de formação
vocacional, num modelo de formação ao longo da vida.
Qual a sua Missão?
Tem como missão elevar o nível de qualificação escolar e profissional
dos jovens e dos adultos. Concretizando-se através: da dinamização
de uma oferta de percursos diversificados e flexíveis de educação e
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formação e da promoção de modelos de aquisição e de reforço de
competências, numa perspectiva de educação ao longo da vida.
1.5.4.3.1. Acções S@ber +
Em que consistem?
As Acções de Formação de Curta Duração – Acções S@bER+, são
acções de formação diversificadas, de curta duração, com uma
estrutura curricular flexível e diferenciada, em função dos interesses e
necessidades do formando. Visam a aquisição ou o aprofundamento
de conhecimentos em determinadas áreas consideradas fundamentais
para o desenvolvimento nacional e local.
Têm como objectivo proporcionar a possibilidade de reforçar ou
adquirir novas competências pessoais, profissionais ou escolares,
permitindo o desenvolvimento do estímulo pela aprendizagem ao
longo da vida.
Estas acções destinam-se a adultos, com idade igual ou superior a
18 anos e que pretendam desenvolver ou aperfeiçoar competências
em áreas específicas, independentemente das habilitações escolares
ou profissionais que possui.
As Acções S@bER+ apresentam uma estrutura curricular flexível e
diferenciada em função dos interesses e das necessidades do públicoalvo. Encontram-se organizadas em módulos, designadamente,
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módulo de iniciação, aprofundamento e consolidação. Conferem um
certificado de formação por cada módulo que se conclui.
Embora não confiram qualquer certificado escolar, alguns domínios
de formação permitem a aquisição ou reforço de competências que
poderão vir a ser reconhecidas no âmbito do processo de
reconhecimento e validação de competências nos Centros de
Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências
(CRVCC) ou nos Cursos de Educação e Formação de Adultos
(Cursos EFA).
1.5.4.3.2. Clubes S@ber +
Em que consistem?
Os Clubes S@ber+ são espaços de convívio, acolhimento,
informação e orientação de jovens e adultos que procuram novos
conhecimentos e competências. Visam ser um instrumento útil no
sentido de reforçar o envolvimento social nas tarefas de educação de
adultos e ser um espaço de transição para a educação ao longo da
vida, destinados a jovens e adultos que não participam de forma
espontânea em actividades de educação e formação e dando
prioridade e maior atenção aos adultos que se encontrem
desprovidos em matéria de escolaridade e de qualificação.
Estes clubes têm quatro funções principais:
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— Acolhimento, visando facilitar o convívio, a interacção social
e incentivar actividades culturais, desportivas ou cívicas de
teor educativo, assim como motivar/incentivar os adultos a
construírem projectos pessoais de vida;
— Informação, fornecendo aos adultos dados sobre as
possibilidades/opções em matéria de educação e formação,
em contextos formais ou não formais;
— Educação, visando promover e valorizar as competências
adquiridas com a experiência e promover a dimensão
educativa das actividades culturais ou sociais associadas ao
Clube;
— Mobilização Cívica, incentivando o empenhamento das
pessoas e instituições locais tendo em vista a partilha dos
recursos humanos e materiais destinados a encontrar as
respostas mais adequadas às necessidades educativas, culturais
e sociais dos adultos.
1.5.4.3.3. Centros RVCC
Em que consistem?
Os Centros de Reconhecimento, Validação e Certificação de
Competências (CRVCC) são instituições públicas ou privadas,
acreditadas pelo Sistema Nacional de Acreditação de Entidades da
DGFV, onde existe uma equipa de profissionais que actua no sentido
de reconhecer, validar e certificar os conhecimentos e os saberes que
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os adultos foram adquirindo em diversas situações e ao longo do seu
percurso de vida pessoal, social e profissional, de modo a que seja
obtida uma equivalência desses conhecimentos /competências.
Estes centros têm como objectivos: reconhecer e validar
competências possuídas pelo cidadão, facultar a formação que lhe
permita elevar as suas qualificações profissionais ou escolares e
certificar as habilitações escolares e profissionais dos cidadãos que ao
Centro recorram. O Centro pode certificar habilitações até ao 9º ano,
as quais são reconhecidas pelo Ministério da Educação e pelo
Ministério do Trabalho e da Solidariedade.
O Sistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de
Competências é um processo que permite, pela apresentação de
resultados da experiência de cada adulto, maior de 18 anos (de vida,
de trabalho e de formações não certificadas) e com a ajuda de
profissionais especializados, identificar as competências que foram
adquirindo em diferentes situações da vida, permitindo que sejam,
posteriormente, validadas e certificadas, para efeitos de atribuição de
um certificado de habilitações escolares.
São analisadas e certificadas competências nas áreas da Linguagem e
Comunicação, da Matemática para a Vida, das Tecnologias da Informação e
Comunicação e da Cidadania e Empregabilidade.
Os Centros RVCC organizam-se em torno de 3 Eixos de
Intervenção: Reconhecimento, Validação e Certificação:
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— Reconhecimento: consiste numa reflexão do adulto sobre a
experiência de vida, através de um conjunto de instrumentos,
com o objectivo de identificar e reconhecer todas as
competências que constam do Referencial de CompetênciasChave do nível que pretende obter a certificação. O diálogo
estabelecido e o trabalho desenvolvido em sessões com o
profissional de RVC e com os formadores ajudam a
reconhecer essas competências, cujas evidências ficarão
reunidas num Dossier Pessoal, construído pelo adulto.
— Validação: as competências identificadas e reconhecidas
durante o processo de Reconhecimento são depois validadas
numa sessão de júri, constituído pelo Profissional de
Reconhecimento
e
Validação
de
Competências7
que
acompanhou o adulto e pelos formadores das quatro áreas de
competências-chave.
— Certificação: se obtiver a validação nessas quatro áreas é-lhe
atribuído um certificado equivalente ao 1º, 2º ou 3º ciclo do
ensino básico (4º, 6º ou 9º ano de escolaridade),
correspondente ao nível obtido.
1.5.4.3.4. Cursos EFA
Em que consistem?
7
Recomenda-se a consulta de : Perfil de Competências dos Profissionais de RVCC,
Luís Imaginário & José Manuel Castro, Dezembro de 2003
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Os cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA) são da
responsabilidade da Direcção Geral de Formação Vocacional e
constituem uma resposta articulada dos Ministérios da Educação e da
Segurança Social, da Família e da Criança.
São uma oferta de educação e formação destinada a adultos com
idade igual ou superior a 18 anos e que possuam baixos níveis de
escolaridade e qualificação profissional. Dão uma certificação escolar
e também profissional correspondente à escolaridade básica do 4º, 6º
ou 9º anos e aos níveis 1 e 2 de qualificação profissional.
Têm como objectivos:
— proporcionar uma oferta integrada de educação e formação
destinada a públicos adultos pouco qualificados, elevando os
seus níveis de habilitação escolar e qualificação profissional;
— contribuir para a redução do défice de qualificação escolar e
profissional da população portuguesa, potenciando as suas
condições de empregabilidade e certificando as competências
adquiridas ao longo da vida.
O percurso curricular desta modalidade de formação compreende
três etapas essenciais:
— Reconhecimento e Validação de Competências Prévias;
— Formação de Base (que inclui os módulos “Aprender com
Autonomia” e “Áreas de Competências-Chave”);
— Formação Profissionalizante.
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Enquadramento Histórico e Perspectivas Teóricas
Os percursos de formação potenciam o desenvolvimento de
competências técnicas, sociais e relacionais, necessárias para a
integração no mercado de trabalho.
No final do curso os formandos recebem um certificado de Curso
EFA num dos seguintes níveis:
— Básico 1 (equivalente ao 1º ciclo e ao nível 1 de qualificação
profissional)
— Básico 2 (equivalente ao 2º ciclo e ao nível 1 de qualificação
profissional)
— Básico 3 (equivalente ao 3º ciclo e ao nível 2 de qualificação
profissional)
O modelo formativo preconizado assenta em três eixos:
a) Numa perspectiva de educação e formação ao longo da vida,
em que o nível I e II de qualificação profissional se
apresentam como meio para a obtenção dos requisitos
essenciais, que permitem uma melhor inserção no mundo do
trabalho, bem como trajectos formativos subsequentes;
b) Num modelo de formação organizado em módulos de
competências previamente adquiridas pelas pessoas, formal
ou informalmente, defendendo-se que, com base nelas, se
faça a construção e a integração de outras que se mostram
necessárias para uma certificação escolar e profissional;
c) Na combinação da formação de base e da formação
profissionalizante, concebida de modo articulado e integrado,
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Enquadramento Histórico e Perspectivas Teóricas
em termos de competências-chave, como instrumentos que
facilitem a inserção sócio-profissional e a continuação de
formação para níveis subsequentes.
A concepção curricular dos cursos tem como princípios orientadores:
— Sistema modular (módulos organizados por competências,
subdivididos em unidades de formação, com coerência
interna);
— Formação
individualizada e diferenciada, incluindo
componentes integradas de formação profissionalizante e de
formação de base que possibilitem a obtenção de uma
certificação única;
— Avaliação de carácter eminentemente formativo –
avaliação processual, qualitativa e orientadora que valorize,
registe e valide as competências que os formandos vão
adquirindo.
A modalidade de Educação de Formação de Adultos reveste-se de
uma importância estratégica no quadro das políticas de Educação e
Formação ao Longo da Vida, na medida em que visa potenciar a
qualificação da população adulta, por via da valorização das
competências adquiridas ao longo da vida em diferentes contextos,
tendo em vista aumentar a competitividade do tecido empresarial,
face aos desafios colocados pelos processos de globalização da
economia e inovação tecnológica.
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Competências e “Referenciais de Competências”
2. Competências e “Referenciais de Competências”
Já vimos no início deste trabalho que “competência” pode ser
considerada como um conjunto articulado e coerente de
representações, conhecimentos, capacidades e comportamentos
mobilizados num momento e adaptados por uma pessoa ou grupo
numa situação concreta; constitui-se como um saber agir e reagir em
situações complexas.
2.1. Perfis de Competências
Em que consistem?
Os perfis de competências devem reflectir as características
individuais (potencialidades, habilidades, capacidades de acção,
aptidões, atitudes, traços de personalidade e comportamentos
estruturados), conhecimentos gerais e especializados que permitam
realizar as actividades nos vários domínios de uma dada profissão.
Estas competências são avaliadas através da qualidade do
desempenho das técnicas e dos procedimentos que concorrem para
os bons resultados do exercício dessa profissão no contexto em que a
mesma se realiza.
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Competências e “Referenciais de Competências”
No que respeita à sua natureza, são centradas em várias dimensões,
nomeadamente: pessoal, científica, técnica, sócio-afectiva, relacional,
comunicativa e ético-moral
Frequentemente, os perfis de competências assumem-se como um
guia susceptível de ser compatibilizado com o(s) perfil(s)
profissional(is) e/ou para permitir, entre outras, a realização de:
— Selecção /integração de profissionais nas organizações;
— Balanços e portfólios de competências para efeitos de
orientação de activos;
— Avaliação de competências para efeitos de certificação
profissional8;
— Outras.
Em que consistem os perfis profissionais?
Os perfis profissionais descrevem o conjunto de actividades
desenvolvidas por um profissional e das competências necessárias
para o seu desempenho.
Muitas dessas descrições integram o “Reportório de Referenciais
Profissionais e de Formação” - conjunto organizado e relacionado de
dados informativos, validado pela Comissão Permanente de
Certificação - CPC, que integra, por áreas profissionais, referenciais
8
Certificação Profissional - é o processo que conduz à emissão de um Certificado de
Aptidão Profissional, emitido pela Entidade Certificadora, que comprova que um
indivíduo é detentor das competências profissionais e/ou de outras condições exigidas
para o exercício de uma determinada profissão.
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Competências e “Referenciais de Competências”
profissionais (perfis) e de formação (percursos formativos), para além
de outra informação relacionada com a certificação e com os sectores
de actividade9.
Constitui-se como uma referência oficial nacional, nomeadamente
para a organização de formação profissional pertinente, contribuindo,
deste modo, para o aumento da qualidade da formação.
A informação nele contida provém do Sistema Nacional de
Certificação Profissional, das entidades certificadoras e de outras
fontes, como o Instituto para a Qualidade na Formação (IQF).
2.2. Competências-chave
Em que consistem?
Na Recomendação do Parlamento Europeu e do Conselho sobre as
competências-chave para a aprendizagem ao longo da vida”
competências são definidas como: “Uma combinação de conhecimentos,
aptidões e atitudes adequadas ao contexto. As competências-chave são aquelas de
que todas as pessoas carecem para a realização e o desenvolvimento pessoais, para
exercerem uma cidadania activa, para a inclusão social e para o emprego.”
As competências-chave diferenciam-se quanto à sua natureza e ao
grau de complexidade.
9
Recomenda-se a consulta:
http://portal.iefp.pt/portal/page?_pageid=317,175776&_dad=gov_portal_iefp&_sch
ema=GOV_PORTAL_IEFP
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Competências e “Referenciais de Competências”
2.3. Referenciais de Competências
As políticas e iniciativas de educação e formação de adultos em
Portugal reflectem que o país tem dos níveis mais baixos de
certificação escolar e profissional da população adulta. Reflectem,
igualmente, os efeitos dos novos desafios que se colocam a Portugal,
no contexto da aposta europeia na transição para uma economia de
conhecimento e coesão social.
Esta estratégia pressupõe a conexão entre inovação, competitividade,
níveis de bem-estar, qualidade de vida e educação e formação da
população, capaz de garantir um desenvolvimento humano
sustentado.
Para a recuperação efectiva dos níveis de qualificação da população
adulta, aposta-se no alargamento do “Referencial de Competências-Chave”
ao nível do secundário.
Em que consiste um Referencial de Competências-chave?
O Referencial de Competências-chave é um instrumento para a educação e
formação de adultos, face ao qual se avaliam as competências
adquiridas em diferentes contextos de vida, formais, não formais e
informais, na sequência de um processo de reconhecimento ou de
formação, com vista à atribuição de uma certificação.
Inscreve-se nas recomendações comunitárias em matéria de
valorização e validação das aprendizagens não formais e informais,
numa perspectiva de aprendizagem ao longo da vida.
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Competências e “Referenciais de Competências”
Apresenta uma área transversal denominada “Temas da Vida” que
funciona como ponto de partida para a aprendizagem integrada e
contextualização de competências. Assim, as sugestões de actividades
apresentadas em cada área de competência vão buscar aos “Temas da
Vida” o conhecimento necessário para tornar a competência
significativa e funcional num contexto específico. Estas sugestões
aparecem no referencial como exemplos susceptíveis de serem
adequados e ampliados conforme as características e necessidades
dos diferentes adultos nos seus contextos de vida.
O que se entende por contextos formais, não-formais e
informais de aprendizagem?
A educação deve basear-se em quatro pilares fundamentais:
aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e
aprender a ser. Estas quatro dimensões não se inscrevem numa fase
ou lugares, mas ao sujeito como um todo e aos diversos contextos de
vida, formais, não-formais e informais.
O balanço de competências é, exactamente, uma forma de
reconhecimento destes quatro pilares enquanto um todo. Este
aspecto, contribui para ultrapassar a visão instrumental da educação
enquanto única via de obtenção de saberes-fazer e aquisição de
capacidades.
Contexto Formal - A aprendizagem ocorre em instituições de
ensino e formação, estruturadas em termos de objectivos, duração e
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Competências e “Referenciais de Competências”
recursos, levando a diplomas e certificações reconhecidas pelos
sistemas de educação e formação.
Contexto Não-Formal - A aprendizagem em contexto não-formal,
também designada por extra-escolar, ocorre em paralelo com os
sistemas de ensino e formação, e embora seja estruturada em termos
de objectivos, duração e recursos, não proporciona qualquer grau
académico, diploma ou certificado. Caracteriza-se por se dirigir a
todas as pessoas, independentemente da idade e do grau de
escolarização e resulta de uma aprendizagem desenvolvida no
contexto de trabalho ou em acções de formação não reconhecidas
formalmente.
Contexto Informal – A aprendizagem decorre das actividades da
vida quotidiana, relacionadas com o trabalho, a família ou o lazer,
podendo não ser imediatamente reconhecidas por parte dos próprios
indivíduos,
como
contributos
para
o
enriquecimento
dos
conhecimentos e/ou aquisição de novas competências. Não é
estruturada e não proporciona qualquer grau académico, diploma ou
certificado.
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Competências e “Referenciais de Competências”
2.3.1. Processo
de
construção
do
referencial
de
Competências-Chave de nível básico e secundário
A constatação do défice de qualificação e certificação, em especial na
população adulta, constitui um ponto de partida para criar a
oportunidade, a todos os cidadãos, com pouca escolaridade, aos
activos empregados e desempregados, de verem reconhecidos os seus
conhecimentos e competências em diferentes contextos de vida e de
trabalho, apoiando-os no desenvolvimento dos seus percursos
pessoal e profissional.
Tomando por referência as experiências que se iam desenvolvendo
em contexto europeu e não europeu, a Direcção-Geral de Formação
Vocacional (DGFV), construiu um “Referencial de CompetênciasChave” para a Educação e Formação de Adultos.
Este referencial de competências define quatro áreas de competênciaschave:
— Linguagem e Comunicação,
— Tecnologias da Informação e Comunicação,
— Matemática para a Vida,
— Cidadania e Empregabilidade,
permitindo três níveis de qualificação, Básico1 (B1), Básico 2 (B2) e
Básico 3 (B3). Consolida, também uma visão para os processos
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Competências e “Referenciais de Competências”
RVCC, baseada numa estrutura e elementos adequados a um nível
mais avançado – o nível secundário.
Que diferenças existem entre o nível básico e o nível
secundário?
A constatação da persistência do défice de qualificação e certificação,
sobretudo na população adulta, constituiu o ponto de partida para se
considerar a necessidade e exprimir-se a vontade de verem
reconhecidos os seus conhecimentos e competências adquiridas em
diferentes contextos de vida e de trabalho, apoiando-os no
“(re)desenhar” dos seus percursos de desenvolvimento pessoal e
profissional e, paralelamente, legitimando e certificando essas
competências em termos de qualificação escolar e empregabilidade
(Despacho Conjunto n.º 1083/2000, de 20 de Novembro de 2000;
Portaria n.º 1082-A/2001, de 05 de Setembro de 2001).
Em Junho de 2003, cerca de três anos após a disponibilização do
Referencial de Competências-chave, de nível básico, a DGFV dá
inicio à construção de um novo Referencial que se expandiu ao nível
secundário.
Numa linha de continuidade relativamente ao Referencial de nível
Básico, embora contendo novos elementos estruturais e conceptuais
o Referencial de Competências-chave de nível Secundário convoca
para si uma tripla função de:
a) quadro orientador e estruturador para o reconhecimento das
competências adquiridas por via da educação formal não
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Competências e “Referenciais de Competências”
completa, ou da educação não formal e da experiência de vida
dos adultos;
b) dispositivo base para o “desenho curricular” de percursos de
educação e formação de adultos assentes em competênciaschave;
c) guia para a formação de técnicos de RVC e formadores dos
Centros Novas Oportunidades.
Ambos assentam nos mesmos pressupostos. No entanto, o
Referencial de Competências-Chave para a Educação e Formação de
Adultos - Nível Secundário, contempla o quadro de referência do
Ensino Secundário. Assim sendo, assenta em Três áreas de
Competências-Chave, a saber: Cidadania e Profissionalidade (CP);
Sociedade,
Tecnologia
e
Ciência
(STC);
Cultura,
Língua,
Comunicação (CLC). Os elementos conceptuais comuns e
transversais às Áreas do Referencial são: Dimensões das competências;
Núcleos Geradores; Domínios de Referência para a Acção; Temas; Unidades de
Competência e Critérios de Evidência.
2.4. Domínios do Saber
Portugal é um dos países que apresenta índices mais baixos na
qualificação escolar e profissional. Neste contexto, o reconhecimento
e certificação, tem resultado de um esforço sustentado e continuado.
Para melhor serem avaliados, estabeleceram-se áreas para ajudar na
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Competências e “Referenciais de Competências”
avaliação do desempenho de cada indivíduo: Linguagem e
Comunicação (LC); Matemática para a Vida (MV); Cidadania e
Empregabilidade (CE) e Tecnologias de Informação e Comunicação
(TIC).
2.4.1. Linguagem e Comunicação
Em que consiste o domínio Linguagem e Comunicação?
O domínio da Linguagem e Comunicação é decisivo no
desenvolvimento individual de cada cidadão, no acesso ao
conhecimento, no relacionamento social, no sucesso escolar e
profissional e no exercício de cidadania.
A meta da língua portuguesa na educação, é desenvolver um
conhecimento que permita:
— Compreender e produzir discursos orais formais e públicos;
— Interagir verbalmente de uma forma apropriada em situações
formais e institucionais;
— Ser um leitor fluente e crítico;
— Usar a escrita com correcção linguística e domínio das
técnicas de composição de vários tipos de textos;
— Explicitar os aspectos fundamentais da estrutura e do uso da
língua, através de metodologias básicas de análise, e investir
esse conhecimento na mobilização de estratégias apropriadas
à compreensão oral e escrita.
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Competências e “Referenciais de Competências”
O domínio do português desempenha um papel fundamental no
desenvolvimento das competências gerais.
2.4.2. Matemática para a Vida
Em que consiste o domínio Matemática para a Vida?
A Matemática para a Vida, faz parte do currículo nacional de ensino
básico, constituindo um património cultural da humanidade e um
modo de pensar.
Ser matematicamente competente, envolve um conjunto de atitudes,
de capacidades e de conhecimentos relativos à matemática. Esta
competência matemática, inclui:
— A predisposição para raciocinar matematicamente, isto é,
fazer e testar conjecturas, formular generalizações, pensar de
maneira lógica;
— Realizar actividades que envolvam raciocínio matemático;
— Aptidão para discutir com outros e comunicar ideias através
do uso de uma linguagem, escrita e oral, não ambígua e
adequada à situação;
— A predisposição para procurar entender a estrutura de um
problema e a aptidão para desenvolver processos de
resolução, assim como a análise de erros e estratégias
alternativas;
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Competências e “Referenciais de Competências”
— A aptidão para discutir sobre a racionalidade de um resultado
e de usar, o cálculo mental, os algoritmos de papel e lápis ou
instrumentos tecnológicos;
— A tendência para procurar ver e apreciar a estrutura abstracta
que está presente numa determinada situação;
— A tendência para usar a matemática, em combinação com
outros saberes, na compreensão de situações reais, bem como
no sentido crítico relativamente à utilização de procedimentos
e resultados matemáticos.
Com efeito, a matemática distingue-se de todas as outras ciências, em
especial do modo como combina o trabalho experimental com os
raciocínios indutivo e dedutivo, oferecendo um contributo único
como meio de pensar, de aceder ao conhecimento e de comunicar.
2.4.3. Cidadania e Empregabilidade
Em que consiste o domínio Cidadania e Empregabilidade?
A Educação para a Cidadania e Empregabilidade é assumida como
uma área transversal, que permite reflectir e agir sobre um conjunto
vasto de temáticas económicas e
sociais, que constituem
preocupações de primeira linha da sociedade actual.
Assim sendo, passa pela competência dos cidadãos exporem as suas
ideias, saberem escutar os outros e desenvolverem condutas de
tolerância.
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
Competências e “Referenciais de Competências”
A educação para a cidadania surge, a apontar para um conjunto de
competências de “aprender a viver conjuntamente”. As graves lacunas
quanto a competências morais sugerem que se deve fazer crescer
uma educação do carácter, uma educação para os valores nos quais se
integra a formação para a cidadania.
2.4.4. Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC)
Em que consiste o domínio Tecnologias de Informação e
Comunicação?
As
novas
tecnologias
vieram
impor,
na
sociedade,
o
desencadeamento de um processo de mudanças, colaborando no
desenvolvimento das competências dos cidadãos.
As TIC’S vêm abrir novas oportunidades de acesso à aprendizagem e
ao conhecimento:
•
Permitem a cada um explorar melhor o tempo de que dispõe;
•
Permitem chegar com mais facilidade e a baixo custo, às
comunidades mais isoladas;
•
Permitem a acessibilidade a serviços de educação/formação;
•
Possibilitam contactos e trocas entre pessoas, empresas e
colectividades geograficamente distantes.
A sociedade de informação e do conhecimento coloca novos desafios
e exige de todos o domínio de novas competências.
É imprescindível que camadas tão amplas quanto possível da
população adquiram um conjunto de competências básicas em
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Competências e “Referenciais de Competências”
tecnologias da informação que lhes permitam, em última análise, um
exercício pleno dos seus direitos de cidadania.
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
O Balanço de Competências
3. O Balanço de Competências
Em que consiste?
O balanço de competências consiste num instrumento de apoio ao
próprio individuo, com funções de diagnóstico e de avaliação das
competências mobilizadas e/ou por si desenvolvidas, podendo
constituir um meio de demonstrar objectivamente as aquisições de
competências conseguidas.
O próprio termo “balanço” pretende transmitir a ideia de um
processo dinâmico, activo, centrado na mudança pessoal e
profissional, na progressão da qualificação, na mobilidade de
raciocínio e no funcionamento quotidiano do indivíduo.
Assim, numa perspectiva pessoal (avaliação, ou gestão de carreira,…),
o Balanço de Competências (BC) pode definir-se como um processo
metodológico que permite a qualquer pessoa adulta conhecer as suas
potencialidades, a nível pessoal e profissional, e simultaneamente,
promover a sua autonomia.
Em suma, constitui a oportunidade para o indivíduo (empregado ou
desempregado) fazer a auto-avaliação do seu percurso profissional,
pessoal e social. Tomando como ponto de partida a sua situação
profissional actual, a pessoa terá oportunidade de reflectir
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
O Balanço de Competências
aprofundadamente sobre o trajecto percorrido, bem como delinear
projectos futuros.
Por isso, o estabelecimento de um Balanço de Competências deve
ser:
•
Participado
–
envolvendo
intensamente
todos
os
seus
destinatários que assumem directamente a responsabilidade de
construção e/ou monitorização do seu próprio BC;
•
Dinâmico e evolutivo – sustentado em metodologias de participação
activa e focalizado na evolução observada entre dois, ou mais
momentos;
•
Introspectivo e reflexivo – implicando uma auto descoberta e autoavaliação de competências (formais, não formais e informais)
adquiridas ao longo da vida nos seus mais diversos contextos;
•
Multidisciplinar – envolvendo diversos intervenientes, com
diversas qualificações e experiências;
•
Abrangente – englobando todo o tipo de competências,
independentemente da sua origem, passíveis de serem
mobilizadas ou desenvolvidas pelo projecto em causa;
•
Directamente relacionado com a avaliação – partindo de um
diagnóstico (BC de partida) e apurando resultados observáveis
nas competências (BC de chegada).
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O Balanço de Competências
Quais os objectivos do Balanço de Competências?
O Balanço de Competências tem como objectivos:
•
apoiar o participante na procura e exploração sobre si próprio;
•
permitir conhecer as motivações e conhecimentos reais dos
adultos;
•
aumentar o envolvimento do participante preparando-o e
motivando-o para o reconhecimento das suas competências;
•
apoiar e estimular o participante na construção de novas
alternativas profissionais e na gestão da sua própria carreira,
possibilitando o desenvolvimento de projectos de formação à
medida das necessidades, capacidades e motivação de cada
indivíduo.
O Balanço de Competências procura organizar num dossier pessoal os “saberes em uso”, não discriminados num diploma e eventualmente
não identificados, à partida, pela própria pessoa. É necessário reunir
provas desse itinerário, envolver-se em actividades de validação
dessas competências profissionais e sociais, constituir enfim uma
carteira de competências sobre a qual poderá então desenvolver-se,
por exemplo, o investimento numa formação, a busca de um novo
emprego, a reorientação da carreira.
Quais as etapas do Balanço de Competências?
O processo do Balanço de Competências desenvolve-se em sessões
individuais e/ou de grupo, com o apoio do Formador ou do
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O Balanço de Competências
Profissional de RVCC, procedendo-se à identificação e ao
reconhecimento das competências que o adulto adquiriu ao longo da
vida e evidenciando num dossier pessoal a correspondência com o
Referencial de Competências Chave.
As três etapas do Balanço de Competências aliam o balanço pessoal e
profissional orientados em todos os instrumentos de avaliação.
Etapa I:
•
Exploração das expectativas e da situação individual, ou autoavaliação inicial.
•
Posicionamento rigoroso da clarificação das competências no
contexto singular de vida;
•
Reafirmação dos propósitos do Balanço de Competências;
•
Apresentação e reflexão sobre o exercício de Balanço de
Competências.
Etapa II:
•
Investigação, ou Auto-avaliação intermédia.
•
Análise das realizações profissionais, descrição do percurso
pessoal e profissional, reconhecimento das aquisições, inventário
do capital de competências, etc.;
•
Análise das características pessoais, valores, interesses e
motivações, capacidades e comportamentos, potenciais de
desenvolvimento;
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O Balanço de Competências
•
Apresentação e reflexão sobre o exercício de Balanço de
Competências;
•
Valorização das linhas de força de capacitação e potencialidades
pessoais a desenvolver.
Etapa III:
•
Avaliação ou auto-avaliação final.
•
Estabelecimento e revisão comentada de documento síntese;
•
Identificação e registo das competências;
•
Análise e reflexão sobre a necessidade de encaminhamento para
formação complementar.
As etapas do Balanço de Competências pretendem dar conta de um
processo complexo e abrangente que, de modo algum, se deve
compartimentar e que não se resume às aprendizagens e
conhecimentos formalmente validados e adquiridos, envolvendo
portanto, a história de vida do/a candidato/a, concentrando o foco
do balanço nas aquisições, realçando os pontos fortes das/os
candidatas/os sob a perspectiva da auto-responsabilização e
autoformação contínua.
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O Balanço de Competências
3.1. Instrumentos do BC
Quais
os
principais
instrumentos
do
Balanço
de
Competências?
A construção e selecção dos instrumentos de um Balanço de
Competências são da competência dos orientadores e especialistas,
estes ajustam as metodologias face aos objectivos e contexto de cada
participante.
No entanto, de uma forma geral, os instrumentos mais utilizados são
as entrevistas, os questionários e o dossier pessoal.
3.1.1. Entrevistas
As entrevistas são um recurso primário, cujas regras passam por
gravar a entrevista sem qualquer alteração da linguagem empregue, da
ordem, da sequência e dos conteúdos. Está sujeita a autorização dos
candidatos e permite a recolha da história oralmente.
Como devem ser realizadas as entrevistas?
Nunca dar conta do fim da gravação porque ela continua numa
conversa amena, tão importante para a construção da narrativa
biográfica, como a entrevista em si mesma, porque a pessoa
redescobre o encantamento de falar de si, explorar e reconstituir a
sua vida.
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O Balanço de Competências
Incluir as perguntas de forma aberta e não estruturada e
consistentemente, de forma a produzir evidências de autenticidade e
relevância para o processo de (re)conhecimento.
Estruturar a entrevista cronológica ou tematicamente, de modo
integrado, mas sempre com a finalidade de revelar o íntimo e pessoal
e competências universalmente transferíveis em contextos pessoais e
sociais diversos, coadjuvadas pelas potencialidades dos documentos
pessoais.
3.1.2. Questionários e Testes
Os Inquéritos são um instrumento flexível em que uma grande
variedade de informação pode ser recolhida, podendo ser usados
para estudar atitudes, valores, comportamentos, etc. Com os
questionários podem colocar-se apenas questões de interesse para o
orientador, tornando a análise mais focalizada e podem ser aplicados,
eventualmente, em sessões de grupo.
Complementarmente, podem ser utilizados testes de avaliação de
competências, associados a determinados domínios do saber,
facilitadores do auto-conhecimento, mas também como ferramenta
de apoio ao orientador, especialista, formador, cujos resultados
podem ser indicativos dos pontos fortes/fracos, sobretudo, quando
analisados à luz dos respectivos referenciais de competências. Neste
sentido, os seus resultados podem ser aproveitados como
instrumento de diagnóstico, mas também como orientação para a
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O Balanço de Competências
aquisição de competências necessárias para a obtenção de
certificação/validação de competências, por exemplo.
3.1.3. Dossier Pessoal
A construção do Dossier Pessoal permite identificar de forma
ordenada as experiências, vivências e potencialidades de cada
indivíduo. È um arquivo dinâmico de testemunhos pessoais onde são
registados e organizados todos os documentos que comprovam os
saberes e competências adquiridos ao longo da vida, de forma a
facilitar a reflexão sobre o percurso de vida e a (re)definição de um
projecto pessoal.
Constitui assim um instrumento de:
•
Auto-avaliação, relativamente às experiências realizadas;
•
Motivação para novas aprendizagens e, consequentemente,
para a obtenção de níveis mais elevados de qualificação escolar e
profissional.
Tem como objectivos:
•
Identificar as aprendizagens realizadas em diferentes situações ao
longo da vida;
•
Favorecer a auto-descoberta dos saberes e competências
adquiridas;
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O Balanço de Competências
•
Reunir todos os documentos que permitam comprovar as
competências;
•
Promover o reconhecimento pessoal, através da análise clara das
capacidades individuais e das competências adquiridas;
•
Permitir o reconhecimento institucional, possibilitando a
certificação de competências;
•
Favorecer
o reconhecimento profissional, permitindo a
identificação
de
determinadas
competências
relativas
a
desempenhos profissionais;
•
Sustentar o processo de Validação e Certificação de
Competências;
•
Facilitar a auto-aprendizagem, num contexto de formação ao
longo da vida;
•
Reconstruir o seu itinerário pessoal, social e profissional.
O que é o Portefólio Reflexivo de Aprendizagens do candidato?
O Portefólio Reflexivo de Aprendizagens dos candidatos é um
documento que se articula e decorre do Balanço de Competências,
sendo uma colecção de documentos vários que revela o
desenvolvimento e progresso na aprendizagem do candidato,
explicitando os esforços relevantes realizados para alcançar os
objectivos acordados. É representativo do processo e do produto de
aprendizagem.
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O Balanço de Competências
O Portefólio:
•
Retrata o percurso de aquisição de competências do candidato;
•
Os elementos a inserir são escolhidos de acordo com critérios
predeterminados e acordados entre candidato, técnicos de RVC
e formadores;
•
Os elementos escolhidos representam, de forma clara as
competências adquiridas pelo candidato;
•
Os elementos são escolhidos normalmente, a partir de situações
significativas de aprendizagem e avaliação;
•
O candidato produz reflexões e estabelece objectivos, desafios e
estratégias;
•
Existe uma ligação entre os diferentes trabalhos. A reflexão
sobre desafios estabelecidos previamente é obrigatória;
Neste sentido, é um documento de avaliação em constante
reformulação.
Quais os pontos essenciais de um Portefólio Reflexivo de
Aprendizagens?
•
Contém necessariamente provas/evidências do desempenho e
no resultado da reflexão do formando acerca do seu processo de
aprendizagem;
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O Balanço de Competências
•
Deve referir contextos reais, de modo a que se possam formular
juízos sobre o que os candidatos sabem e podem fazer em
situações concretas;
•
Pretende, também, ser uma parte intencional do currículo, sem
essa intencionalidade seria apenas um arquivo do trabalho dos
candidatos,
nele
cabe
tudo
aquilo
que
documente
a
aprendizagem específica do adulto;
•
Deve incluir uma variedade daquilo que o candidato sabe e pode
fazer (competências), mostrando como os problemas foram
resolvidos e quais as dificuldades encontradas;
•
Deve explicar a razão pela qual cada peça documental foi
seleccionada.
3.2. Estratégias de Orientação e Desenvolvimento.
Qual a importância da informação obtida?
A Informação sobre as competências alcançadas é um conhecimento
precioso que tem vários destinatários.
Os resultados obtidos pelo sujeito através das várias abordagens,
devem ser objecto de análise pelo próprio, que poderá assim, adquirir
um melhor conhecimento de si próprio e reunirá os elementos que
lhe permitirão confrontar-se com a realidade, compreender os seus
pontos fortes e fracos, reflectir o futuro. O sujeito que conhece o
resultado do seu desempenho, pode de uma forma fácil perceber o
nível que atingiu e aquilo que deve melhorar.
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O Balanço de Competências
Quais as estratégias a adoptar?
As estratégias a adoptar, dividem-se em três níveis, são elas, pessoal,
social e profissional.
A Nível Pessoal
Desenvolver
competências
desenvolvimento
humano,
pessoais
é
especialmente,
primordial
se
para
pensarmos
o
no
Desenvolvimento Humano não somente como o crescimento
individual, mas como um processo de desenvolvimento social
centrado na ampliação de oportunidades e escolhas. Neste sentido, o
desenvolvimento humano é
não apenas um processo de
desenvolvimento das pessoas e para as pessoas, mas também um
processo a ser levado a efeito pelas pessoas, o que exige prepará-las
para participar das decisões, para escolher e para adquirir crescente
autonomia.
Existem várias formas de desenvolver as competências pessoais,
nomeadamente a participação em:
•
Acções sócio-educativas, nomeadamente na área da educação
para a saúde ou economia familiar, visando a melhoria das
competências pessoais e também sociais;
•
Acções de sensibilização e de informação para a promoção da
cidadania;
•
Acções de mobilização e de acompanhamento para a
concretização de projectos de vida;
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O Balanço de Competências
•
Actividades culturais, desportivas ou cívicas de teor educativo.
A Nível Social
A competência social pode ser definida como a habilidade para
alcançar objectivos pessoais, através da interacção social, mantendo
simultaneamente relacionamentos positivos com os outros, através
do tempo e dos vários contextos sociais.
Para
os jovens e
adultos que
procuram adquirir novos
conhecimentos e competências, poderão integrar nos Clubes
Saber+, que são espaços de convívio, informação, acolhimento e
orientação. Estes clubes pretendem ser um espaço de transição para a
educação ao longo da vida e reforçam o envolvimento social com os
indivíduos que não participam de forma espontânea em actividades
de educação e formação.
A Nível Profissional
As competências profissionais podem traduzir-se na capacidade de
mobilizar, articular e colocar em acção conhecimentos, habilidades,
valores e atitudes, de forma a desempenhar eficiente e eficazmente,
actividades requeridas pela natureza do trabalho.
As estratégias a adoptar, a este nível, poderão ser a inserção dos
jovens e adultos, após análise de validação de competências, em:
•
Acções de Orientação Profissional, identificação de um projecto
profissional individual, tendo em conta as características pessoais
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e as possibilidades de ensino, formação e emprego, mediante a
intervenção de um conselheiro ou orientador profissional.
•
Cursos EFA, da responsabilidade da Direcção Geral de
Formação Vocacional destinam-se a adultos com idade superior
a 18 anos e que possuam um baixo nível de qualificação;
•
Acções S@ber +, que se diferenciam pela curta duração e
diversidade das acções de formação, visam a aquisição ou
aprofundamento de conhecimentos em determinadas áreas;
•
Ensino Recorrente, que funciona como uma segunda oportunidade
de
acesso
à
escolaridade
para
os
que
abandonaram
precocemente o sistema educativo ou por razões de promoção
cultural e profissional;
•
Integração em estágios profissionais, para inserção na vida activa e
promoção da empregabilidade dos jovens.
•
Reciclagem Profissional, modalidade de formação que visa a
actualização ou aquisição de conhecimentos, capacidades e
atitudes, dentro da mesma profissão, devido nomeadamente aos
progressos científicos e tecnológicos.
•
Reconversão Profissional, modalidade de formação profissional
contínua, que visa dar uma qualificação diferente da já possuída
para exercer uma nova actividade profissional. Pode implicar
uma formação profissional de base, seguida de especialização.
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Glossário
Glossário
Acções S@ber+ – São acções de formação de curta duração, diversificadas,
com uma estrutura curricular flexível e diferenciada, em função dos
interesses e necessidades do formando. Visam a aquisição ou o
aprofundamento de conhecimentos em determinadas áreas consideradas
fundamentais para o desenvolvimento nacional e local.
Andragogia – Significa “ensino para adultos”, é um caminho educacional
que procura compreender o adulto em todos os seus componentes humanos:
psicológico, biológico e social. Procura promover a aprendizagem através da
experiência e fazer com que a vivência estimule e transforme o conteúdo,
impulsionando a assimilação. O adulto, após absorver e digerir, aplica, é o
aprender através do fazer, o aprender fazendo.
ANEFA – Agência Nacional de Educação e Formação de Adultos, foi um
organismo público na área da formação que o Governo lançou a 28 de
Setembro de 1999. Surgiu de uma parceria entre o Ministério da Educação e
o Ministério do Trabalho e da Solidariedade, para intervir nos domínios do
reconhecimento, validação e certificação de competências e, ainda, para
alargar, diversificar, integrar e flexibilizar a oferta, estimulando a procura.
Tinha como missão animar, incentivar e coordenar toda a formação não
superior destinada a maiores de 18 anos e a tarefa de certificar as
competências escolares adquiridas em contexto não formal.
Balanço de competências – É o reconhecimento das competências dos
indivíduos, através de um conjunto de actividades, no qual se promovem
ocasiões de identificação e avaliação de competências, utilizando para o
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Glossário
efeito um conjunto de meios, entre os quais entrevistas individuais e de
grupo.
CRVCC – Os Centros de Reconhecimento, Validação e Certificação de
Competências, são instituições públicas ou privadas, acreditadas pelo sistema
Nacional de Acreditação de Entidades da DGFV, onde existe uma equipa de
profissionais que actua no sentido de reconhecer, validar e certificar os
conhecimentos e os saberes que os adultos foram adquirindo em diversas
situações e ao longo do seu percurso de vida pessoal, social e profissional, de
modo
a
que
seja
obtida
uma
equivalência
desses
conhecimentos/competências.
Clubes S@ber
+
– São espaços de convívio, acolhimento, informação e
orientação de jovens e adultos que procuram novos conhecimentos e
competências.
Competência – É a capacidade ou característica subjacente a um indivíduo,
relacionada com o desempenho superior na realização de uma tarefa.
Competências-Chave – Combinação de conhecimentos, capacidades e
atitudes
necessárias
à realização e desenvolvimento pessoais. As
competências-chave diferenciam-se quanto à sua natureza e ao seu grau de
complexidade.
Cursos EFA – São cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA), da
responsabilidade da Direcção Geral de Formação Vocacional, e constituem
uma resposta articulada dos Ministérios da Educação e da Segurança Social,
da Família e da Criança.
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Glossário
DGEA – Direcção Geral da Educação de Adultos.
GDEP – Direcção Geral de Estudos e Previsão.
DGFV – Direcção Geral de Formação Vocacional.
Educação de adultos – Permitir a cada adulto adquirir e ver promovidas
competências, saberes, conhecimentos capazes de levar a uma validação e
certificação duplas, tanto a nível profissional, como de grau correspondente
ao ensino escolar.
Ensino recorrente – É a vertente da educação que, de uma forma
organizada e através de um plano de estudo, conduz À obtenção de um grau
e à atribuição de um diploma ou certificado, equivalentes aos conferidos pelo
ensino regular.
MTSS – Ministério da Segurança Social e do trabalho.
Pedagogia – Significa, literalmente a arte e ciência de educar crianças e é
usualmente utilizada como sinónimo de ensino. A Pedagogia incorpora a
educação centrada no professor, que assume a responsabilidade total de
tomada de decisão sobre o que irá ser ensinado, como e quando irá ser
ensinado e se foi aprendido.
Perfil de competências – É construído através dos indicadores de
competências, e que dão informação sobre a estrutura mental dos indivíduos.
PNAEBA – Plano de Alfabetização e Educação Básica de Adultos.
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Glossário
Referencial de competências – É um instrumento para a educação e
formação de adultos, face ao qual se avaliam as competências adquiridas em
diferentes contextos, na sequência de um processo de reconhecimento ou de
formação, com vista a atribuição de uma certificação.
UNESCO – É a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência
e Cultura, fundada a 16 de Novembro de 1945. Esta organização preocupase em examinar a educação como um processo contínuo, disponibilizando
para todos a educação básica: o ensino pré-escolar, a educação primária e a
educação de adultos. O papel desta organização não é só construir escolas,
mas também renovar os sistemas educativos, incutindo valores universais,
modernizar currículos e programas, bem como lançar ideias, mobilizar
aptidões, vontades e recursos.
União Europeia – Anteriormente designada por Comunidade Europeia
(CEE), é uma Organização Internacional constituída actualmente por 25
Estados-Membros (27 a partir de 1 de Janeiro de 2007), estabelecida com
este nome pelo Tratado da União Europeia (normalmente conhecido como
Tratado de Maastricht) em 1992, mas muitos aspectos desta União já
existiam desde a década de 50. A União tem sedes em Bruxelas, Luxemburgo
e Estrasburgo. A União Europeia tem muitas facetas, sendo o mais
importante o mercado único europeu (ou seja uma união aduaneira), uma
moeda única (adoptada por 12 dos 25 Estados membros) e políticas agrícola,
de pescas, comercial e de transportes comuns. A União Europeia desenvolve
também várias iniciativas para a coordenação das actividades judiciais e de
defesa dos Estados Membros.
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Competências e Educação de Adultos - Simulador de Balanço de Competências
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FICHA TÉCNICA
Simulador Pedagógico de Avaliação e Balanço de
Competências
Coordenação Técnica: SCALCONSULT, Lda
Composição e Arranjo Gráfico: SCALCONSULT, Lda
Impressão e acabamento: Perez, Marques & Cardoso, Lda
Tiragem: 100 ex.
Dep. Legal nº XXXXXXX / 07
Data de Edição: Janeiro 2007
Produção apoiada pelo Programa Operacional de Emprego, Formação e
Desenvolvimento Social (POEFDS), co-financiado pelo Estado Português e pela
União
Europeia,
através
do
Fundo
Social
Europeu
(FSE).
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