MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO
KARINE GONÇALVES CEZAR
CRIPTOCOCOSE EM FELINOS REVISÃO DE LITERATURA
PORTO ALEGRE - RS
2012
KARINE GONÇALVES CEZAR
CRIPTOCOCOSE EM FELINOS REVISÃO DE LITERATURA
Monografia apresentada a Universidade Federal
Rural do Semi-Árido – UFERSA, Departamento
de Ciências Animais, para obtenção do título de
Especialização em Clínica Médica de Pequenos
Animais.
Orientadora: M.Sc. Luzia Cristina Lencione Sampaio
PORTO ALEGRE - RS
2012
Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e
catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA
C424c Cezar, Karine Gonçalves.
Criptococose em felinos – revisão de literatura / Karine
Gonçalves Cezar -- Mossoró, 2012.
25f.: il.
Monografia (Especialização em Clínica Médica de
pequenos animais) – Universidade Federal Rural do SemiÁrido.
Orientadora: Profa. M.Sc Luzia Cristina Lencione
Sampaio
1.Felinos.
2.Criptococose.
4.Lesão nasal. I.Título.
3.Excretas de pombos.
CDD: 636.8
Bibliotecária: Keina Cristina Santos Sousa e Silva
CRB15 120
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por estar sempre presente em minha vida;
Ao meu marido por estar sempre ao meu lado em todas as horas;
À minha filha por fazer parte da minha vida;
Aos meus pais que sempre me apoiaram em minhas decisões;
Às colegas Melissa, Marina e Bianca pela amizade construída;
A minha orientadora pela atenção dedicada ao meu trabalho;
Agradeço também aos animais que me fizeram ter certeza da minha escolha de ser médica
veterinária!
RESUMO
A criptococose é uma doença fúngica, sistêmica, com distribuição mundial que acomete
principalmente os felinos e é causada pelo Cryptococcus neoformans. A cápsula espessa que
envolve este fungo é essencial para a patogenicidade deste. A infecção é adquirida através de
fontes ambientais, especialmente a partir de inalação de propágulos provindos de excretas de
pombos. A inalação de esporos acomete principalmente o trato respiratório superior dos
felinos, podendo disseminar-se para diversos órgãos. Os sinais clínicos são infecções da
cavidade nasal, sistema nervoso central, olhos e pele, sendo que as lesões mais características
são os granulomas nasais, conhecidos popularmente como nariz de palhaço. Para um
diagnóstico eficaz, é necessário além dos achados do exame físico, a realização de exames
complementares como: o exame sorológico, citopatológico, histopatológico, isolamento
fúngico e as técnicas moleculares. A disponibilidade de uma nova geração de medicamentos
antifúngicos tem garantido sucesso no tratamento de micoses sistêmicas. A eleição da terapia
adequada depende da disponibilidade da droga, da localização da infecção e dos efeitos
colaterais que podem ser observado em cada indivíduo. O prognóstico favorável é dependente
da localização da lesão, de um diagnóstico preciso e de um tratamento adequado.
Palavras-chave: criptococose, felinos, excretas de pombos, lesão nasal.
ABSTRACT
Cryptococcosis is a fungal disease, systemic, with worldwide distribution that affects mainly
cats and is caused by Cryptococcus neoformans. The thick capsule that surrounds this fungus
is essential for the pathogenicity of this. The infection is acquired through environmental
sources, especially from inhalation of propagules coming from the feces pigeons. Inhalation
of spores affects mainly the upper respiratory tract of cats can spread to various organs. The
clinical signs are: infections of the nasal cavity, central nervous system, eyes and skin, and the
most characteristic injuries are nasal granulomas, popularly known as the clown nose. For an
accurate diagnosis it’s necessary, in addition to the findings of physical examination
complementary tests such as: serology, cytology, histopathology, fungal isolation and
molecular techniques. The availability of a new generation of antifungal drugs has ensured
success in the treatment of systemic mycoses. The choice of appropriate therapy depends on
the availability of the drug, the site of infection and side effects that can be observed in each
individual. The favorable prognosis depends on the lesion localization, an accurate diagnosis
and appropriate treatment.
Keywords: cryptococcosis, cat, feces pigeon, nasal injury.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – Felino apresentando lesões na cavidade nasal e na face.
Figura 02 -- Felino apresentando lesões de pele nodulares e ulceradas.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 9
2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 10
2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ............................................................................................ 10
2.2 ETIOLOGIA ....................................................................................................................... 10
2.3 EPIDEMIOLOGIA ............................................................................................................. 12
2.4 TRANSMISSÃO ................................................................................................................ 12
2.5 PATOGENIA ..................................................................................................................... 13
2.6 SINAIS CLÍNICOS ............................................................................................................ 13
2.7 DIAGNÓSTICO ................................................................................................................. 16
2.7.1 Diagnóstico Presuntivo .................................................................................................. 16
2.7.2 Diagnóstivo Definitivo ................................................................................................... 17
2.7.3 Diagnóstico Diferencial ................................................................................................. 19
2.8 TRATAMENTO ................................................................................................................. 19
2.8.1 Anfotericina B ................................................................................................................ 20
2.8.2 Flucitosina ...................................................................................................................... 20
2.8.3 Cetoconazol .................................................................................................................... 20
2.8.4 Itraconazol ...................................................................................................................... 21
2.8.5 Fluconazol ...................................................................................................................... 21
2.9 PROGNÓSTICO ................................................................................................................ 21
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 22
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 23
9
1 INTRODUÇÃO
As afecções dermatológicas em felinos são comumente encontradas na rotina da
clínica veterinária.
Os fungos são causadores de grande parte destas afecções. O fungo do gênero
Cryptococcus é mais comumente observado em felinos do que em cães, causando a doença
chamada criptococose. Esta doença está intimamente ligada à imunidade do hospedeiro
(GRACE, 2009).
A criptococose é uma infecção fúngica, sistêmica, cosmopolita, que pode acometer
seres humanos, animais silvestres e mamíferos domésticos, principalmente o cão e o gato,
sendo também conhecida como torulose ou blastomicose européia (STRADIOTO, 2010).
A doença pode afetar o trato respiratório (especialmente a cavidade nasal), sistema
nervoso central, olhos e pele (em particular, a face e o pescoço dos gatos) (BARTH et al.,
2008).
A doença no gato geralmente aparece de forma localizada, sendo que em caninos e
humanos a doença tem apresentação generalizada. Não existe transmissão direta de animais
para o homem (MONTOYA; ZAMORA, 2009).
Apesar de existirem diferentes espécies do gênero, somente o cryptococcus
neoformans tem sido isolado em casos clínicos no homem e nos animais (BARTH et al.,
2008).
Este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão de literatura atualizada sobre a
criptococose, afecção dermatológica fúngica que acomete principalmente os felinos.
10
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
A criptococose é uma doença infecciosa fúngica, diagnosticada em todo o mundo.
Acomete diferentes espécies animais, inclusive o homem e é causada por uma levedura
saprófita (COELHO et al., 2009; STRADIOTO, 2010). É a micose sistêmica mais comum em
gatos, porém, ainda assim é uma doença rara em felinos (BARTH et al., 2008).
A doença se caracteriza como uma micose sistêmica e apresenta diversas formas,
dentre elas a respiratória, tegumentar e nervosa, o que faz derivar inúmeros sinais e sintomas.
As lesões mais características desta doença nos gatos são lesões granulomatosas localizadas
na cavidade nasal, também chamadas popularmente como “nariz de palhaço” (PETRAGLIA,
2008).
2.2 ETIOLOGIA
O agente causador da criptococose é um fungo da classe Bastomycetes, família
Cryptococcaceae, gênero Cryptococcus, espécie Cryptococcus neoformans (COELHO et al.,
2009; STRADIOTO, 2010). A espécie está subdividida em três variedades e cinco sorotipos:
C. neoformans var. grubii (sorotipo A), C. neoformans var. neoformans (sorotipos D e AD) e
C. neoformans var. gattii (sorotipos B e C). Essas variedades diferem quanto à apresentação
clínica, habitat e características epidemiológicas (JULIANO et al., 2006) .
Embora o gênero Cryptococcus contenha cerca de 37 espécies, somente o C.
neoformans produz infecções oportunistas (BARTH et al., 2008).
As duas principais espécies que causam doença no homem e nos animais são
Cryptococcus neoformans e Cryptococcus gattii (PEDROSO; CANDIDO, 2006).
O C. neoformans variedade neoformans possui uma distribuição mundial, enquanto o
C.neoformans variedade gattii possui uma distribuição mais limitada e está associado com
muitos casos descritos na Austrália (GRACE, 2009). No entanto, Queiroz et al., (2008)
afirmam que o C. neoformans variedade gattii teria alcançado várias partes do mundo através
de sementes do Eucaliptus camaldulensis oriundos da Austrália. Kidd et al., (2007) relata que
a criptococose por C. gattii possui localização geográfica mais restrita, predominando em
regiões tropicais e subtropicais. Porém, esse paradigma, atualmente, foi quebrado, uma vez
11
que foi relatada a ocorrência de Cryptococcus gattii em regiões de clima temperado
(STEPHEN et al., 2002).
Segundo Cabana et al., (2009) a variedade C. neoformans é cosmopolita e
frequentemente isolada de excretas das aves, especialmente pombos urbanos (Columbia livia)
e a variedade gatti tem relação ecológica com espécies diversas de eucaliptos.
C. neoformans e C. gattii são encontrados no ambiente associados principalmente a
excrementos de pombos, material vegetal em decomposição e tocos de árvores, fazendo
interação ainda com outros microrganismos do solo, como amebas e nematóides (COSTA,
2009; LAPPIN 2006), onde pode permanecer viável por mais de dois anos (MARCASSO et
al., 2005). É frequentemente relatado que as excretas envelhecidas de aves oferecem um
substrato orgânico mais favorável para o desenvolvimento do fungo, pois possuem menor
quantidade de bactérias e, desta forma, a competição pelo crescimento é reduzida,
contribuindo assim para a elevada densidade populacional de células de C. neoformans neste
substrato (REOLON et al., 2004).
O C. neoformans var. gattii ocupa um habitat específico. No Brasil, foi isolado de
árvores típicas das matas das regiões Norte e Nordeste, porém, no ambiente antrópico, pode
ter se adaptado a crescer em pedaços de madeira. Produz infecção principalmente em
indivíduos imunocompetentes (JULIANO et al., 2006).
A espécie mais comum é o Cryptococus neoformans. Entre os animais acometidos
estão os cães, furões, psitacídeos e principalmente os gatos, especialmente os de vida livre.
Nestes, geralmente ocorre em associação com doenças que causem um comprometimento
imunológico do organismo do paciente como, por exemplo, FIV (imunodeficiência viral
felina) e FeLV (leucemia felina).
A variedade grubii é considerada cosmopolita, costuma ser encontrada no solo, em
frutas e pode estar presente na mucosa oronasal e na pele de indivíduos sadios (PETRAGLIA,
2008).
Morfologicamente, Cryptococcus neoformans é uma levedura arredondada, ovalada ou
elipsóide, geralmente envolta por cápsula de mucopolissacarídeo (PEDROSO; CANDIDO,
2006). Essa cápsula espessa é essencial para a patogenicidade deste fungo, por inibir a função
plasmocítica, fagocitose, migração leucocítica e ação das moléculas do sistema de
complemento (CLERC; BLODY, 1992).
12
2.3 EPIDEMIOLOGIA
A criptococose não é considerada como enfermidade de risco em potencial, ou seja,
não se constitui em uma antropozoonose clássica, pois o agente não sofre aerolização a partir
dos meios de cultivo ou de tecidos infectados (PETRAGLIA, 2008).
A alta prevalência da levedura em isolados ambientais, aliada à rara transmissão
homem-homem ou animal-animal, indica que a infecção é adquirida através de fontes
ambientais do fungo, especialmente a partir de inalação de propágulos provindos de excretas
de aves (LUGARINI, 2007).
Diversos autores relataram a identificação do C. neoformans em fezes e ambientes
frequentados por pombos. O principal problema é que o C. neoformans permanece viável nas
fezes secas dessa ave durante muitos anos, tornando-se um reservatório de partículas
infectantes passíveis de inalação (QUEIROZ et al., 2008).
Segundo Petraglia (2008), a criptococose ocorre com menor frequência nos cães em
relação aos gatos. No Brasil, a criptococose é mais frequente em gatos do sexo masculino
(75%) e com idade superior a quatro anos (62%).
2.4 TRANSMISSÃO
A doença não apresenta fonte de infecção característica, pois o fungo se mantém na
natureza através da sua multiplicação no próprio ambiente, e não em um hospedeiro animal
vertebrado (PETRAGLIA, 2008).
A infecção é adquirida a partir de inalação de microrganismos originários do solo ou,
geralmente nas áreas urbanas, de inalação dos microrganismos encontrados nas excretas dos
pombos. As leveduras e/ou basidiósporos do fungo são inalados pelos felinos e atingem
preferencialmente o trato respiratório superior (SHERDING, 2008), onde as grandes
partículas são aprisionadas e as menores podem atingir os alvéolos pulmonares (PEREIRA ;
COUTINHO, 2003), podendo produzir infecção pulmonar (SHERDING, 2008).
A principal porta de entrada das leveduras e/ou basidiósporos do Cryptococcus
neoformans nos gatos é o trato respiratório, mas há também a inoculação cutânea direta. A
13
partir de sua entrada, o fungo pode disseminar-se para diversos órgãos, acometendo todo o
organismo (MENDONÇA et al., 2002).
O organismo provavelmente se dissemina para sítios extrapulmonares via hematógena.
O sistema nervoso central também pode estar infectado por extensão direta através da placa
cribriforme da cavidade nasal (LAPPIN, 2006).
A disseminação da infecção e a apresentação do quadro clínico estão intimamente
relacionadas ao grau de imunidade do hospedeiro (HONSHO et al., 2003; LAPPIN, 2006 ).
Estados de má nutrição ou tratamentos com corticóides também são fatores de maior
susceptibilidade (MENDONÇA et al., 2002) .
2.5 PATOGENIA
Vários fatores de virulência são importantes para patogenicidade do C. neoformans e
C. gattii: cápsula polissacarídica, produção de melanina, capacidade de crescimento a 37º C,
produção das enzimas fosfolipase, proteinase e urease (PEDROSO; CANDIDO, 2006).
Ambas as espécies Cryptococcus gattii e Cryptococcus neoformans são capazes de
produzir lacase, que permite a colonização da madeira, principalmente em avançado estado de
decomposição (BALTAZAR; RIBEIRO, 2008).
2.6 SINAIS CLÍNICOS
A doença se caracteriza como uma micose sistêmica e apresenta diversas formas,
dentre elas a respiratória, tegumentar e nervosa, se caracterizando por uma diversidade de
sinais clínicos (PETRAGLIA, 2008). A forma ocular também pode estar presente em alguns
casos (QUEIROZ et al., 2008).
Os pássaros raramente desenvolvem criptococose clínica, pois sua alta temperatura
corporal inibe a replicação do fungo (LAPPIN, 2006).
A doença no gato geralmente aparece de forma localizada em comparação com
caninos e humanos em que a doença é generalizada. O motivo para essa diferença é que os
14
seios nasais dos gatos possuem uma filtragem mais eficiente de pequenas partículas (MALIK,
2003).
Segundo Sherding (1998) e Kerl (2003), a infecção por cryptococcus em felinos tem
predileção pela cavidade nasal, onde os microrganismos aerógenos depositam-se inicialmente,
sendo responsáveis pela rinite e sinusite granulomatosas crônicas observadas em pelo menos
50% dos gatos com a doença.
A criptococose pode apresentar lesões oronasais com presença de crostas ou úlceras, assim
como espirros, descarga nasal, ruídos respiratórios e/ou massas subcutâneas (BEATTY, 2000;
GRACE, 2009). O corrimento nasal ocorre de forma variável. Outros apresentam a formação
de massas firmes ou pólipos no tecido subcutâneo, principalmente sobre a região nasal, (Fig.
1) conferindo um aspecto característico de “nariz de palhaço” (HAWKINS, 2004; PEREIRA;
COUTINHO, 2003).
Figura 1- Felino apresentando lesões na cavidade nasal e na face.
Fonte: Cezar, 2009.
15
Os linfonodos submandibulares podem aumentar. Linfadenopatia mandibular é detectada na
maioria dos felinos com rinite (HAWKINS, 2004). Lesões pulmonares usualmente não
resultam em sintomas, embora possam ser detectadas através de radiografias torácicas,
tomografias ou necrópsia (MALIK, 2003).
Com relação ao comprometimento orgânico, o sistema nervoso central e os olhos são
os mais severamente afetados (QUEIROZ et al., 2008). Nota-se o envolvimento do sistema
nervoso central em aproximadamente 25% dos gatos afetados e comumente resultam de
disseminação hematógena. Foram descritas lesões no cérebro e medula espinhal causando
meningoencefalite ou mielite granulomatosa respectivamente (COELHO et al., 2009).
Quando o sistema nervoso central é afetado, os sinais geralmente são crônicos e podem incluir
convulsões, cegueira e alterações comportamentais.
A infecção da pele e tecido subcutâneo é considerada como uma manifestação de
doença disseminada (GRACE, 2009). A forma cutânea ocorre principalmente no pescoço e
cabeça e consistem de nódulos múltiplos, firmes, indolores, de crescimento rápido que tendem
a ulcerar e drenar exsudato serosanguinolento (COELHO et al., 2009) (Fig. 2).
Figura 2 – Felino apresentando lesões de pele nodulares e ulceradas.
Fonte: Valdés, 2007.
16
Segundo Queiroz et al., (2008), a síndrome ocular inclui achados de uveíte anterior,
coriorretinite granulomatosa, hemorragia de retina, edema papilar, neurite óptica, midríase,
fotofobia, blefarospasmo, opacidade de córnea, edema inflamatório da íris e/ou hifema, e
cegueira.
2.7 DIAGNÓSTICO
Na clínica veterinária, além da anamnese e os achados do exame físico, a realização de
exames complementares: - sorológico, citopatológico, histopatológico, isolamento fúngico
(COELHO et al., 2009) e recentemente as técnicas moleculares auxiliam no diagnóstico
(PEREIRA; COUTINHO, 2003).
Porém, ainda apresentando aplicação restrita no
diagnóstico clínico (PEDROSO; CÂNDIDO, 2003).
2.7.1 Diagnóstico Presuntivo
As lesões macroscópicas não são diagnósticas, mas frequentemente são bastante
características da enfermidade. Embora possam surgir na forma de nódulos típicos de outras
moléstias granulomatosas, frequentemente as lesões consistem de massas expansivas de
material translúcido mucinoso ou gelatinoso (PETRAGLIA, 2008).
Em geral, os resultados do hemograma completo são frequentemente normais, exceto
por neutrofilia ou uma eosinofilia ocasionais (SHERDING, 2008).
Os perfis bioquímicos podem revelar hiperproteinemia, mas geralmente mostram-se
alterados apenas quando há envolvimento sistêmico dos órgãos (STRADIOTO, 2010).
No estágio inicial da doença, as radiografias revelam aumento na densidade do tecido
mole em um ou ambos os lados da cavidade nasal. Devido e expansão de granulomas, o osso
nasal pode estar destruído, causando distorção da cavidade nasal (MONTOYA; ZAMOURA
2009; SHERDING, 2008).
17
2.7.1.1 Sorologia
Os testes sorológicos proporcionam um diagnóstico presuntivo com base na detecção
do antígeno capsular no soro, no fluido cérebro espinhal ou na urina, usando-se aglutinação
em látex ou ELISA (SHERDING, 2008; STRADIOTO, 2010).
A detecção do antígeno capsular criptocócico pelo processo de aglutinação em látex é
o teste mais amplamente utilizado. Os testes atuais detectam todos os sorotipos conhecidos.
Eles fornecem um método de diagnóstico rápido em casos de suspeita em que os organismos
não foram visualizados ou cultivados (MALIK, 2003). Segundo Sherding (2008), podem
ocorrer resultados falsos negativos na forma localizada (não disseminada).
Como nenhum método diagnóstico possui 100% de especificidade e sensibilidade, a
combinação de exames se torna eficaz no diagnóstico da doença (LUGARINI, 2007).
2.7.2 Diagnóstivo Definitivo
O diagnóstico definitivo da criptococose é realizado através de cultura do
microrganismo, exame citológico, exame histopatológico ou através de técnicas moleculares.
2.7.2.1 Exame Citológico
As principais vantagens do procedimento são a rapidez e a facilidade de execução.
Quando bem realizado, permite a obtenção de um diagnóstico definitivo (FERREIRA et al.,
2007; PETRAGLIA, 2008; STRADIOTO, 2010).
O microorganismo é encontrado durante a avaliação citológica de lesões nasais,
cutâneas, aspirados de linfonodos, líquor, e fluido de lavado bronco-alveolar. Já que o
microrganismo pode ser cultivado da cavidade nasal de alguns animais assintomáticos, os
resultados positivos nem sempre se correlacionam com a doença nessa região do corpo. A
amostra é submetida à impressão em uma lâmina para posterior coloração e visualização
(PETRAGLIA, 2008). Diversos métodos tintoriais podem ser utilizados, como o corante de
Wright, o azul de metileno e a coloração por Gram (MALIK, 2003; PETRAGLIA, 2008). As
preparações com nanquim ocasionalmente são úteis, pois o fungo aparece não corado em um
fundo escuro, embora ele possa ser confundido com gotas de gordura ou linfócitos,
especialmente se os brotos não estiverem presentes.
18
Com o corante de Wright Modificado ou Novo Azul de Metileno, os microrganismos
aparecem como leveduras pequenas (3,5 a 7 µm) de cor azul clara ou escura, com cápsulas
claras e espessas. Com o corante de Gram eles aparecem de violeta e com uma cápsula
vermelho clara (GRACE, 2009).
2.7.2.2 Exame Histopatológico
Quando existe dúvida nos resultados de citologia, outro método que pode ser realizado
é o histopatológico de amostras teciduais. Elas podem ser coradas por métodos rotineiros ou
por meio de corantes especiais para fungos como mucicarpina e coloração de Gridley
(STRADIOTO, 2010).
O Cryptococcus neoformans é facilmente evidenciado pelo halo claro, vazio, que
aparece em torno dos elementos fúngicos representados pela cápsula, que não é corada. O
mucicarmin de Mayer especial para fungos é o único corante que tem afinidade com a
cápsula, tornando-a róseo avermelhada. Quando o fungo tem pouca ou nenhuma cápsula, há
dificuldade ou impossibilidade do seu reconhecimento (PETRAGLIA, 2008).
2.7.2.3 Cultura Microbiológica
Cryptococcus sp. pode ser cultivado em ágar-dextrose de Sabouraud, utilizando as
mesmas amostras mencionadas para citologia. No entanto, o crescimento pode demorar desde
alguns dias até seis semanas, limitando a utilidade diagnóstica da cultura (SHERDING,
2008). Microscopicamente, os organismos são caracterizados por corpo leveduriforme de
paredes espessas, de forma ovóide ou esférica, que ocasionalmente exibe um brotamento
solitário e é circundado por uma larga cápsula gelatinosa (STRADIOTO, 2010).
19
2.7.2.4 Técnicas Moleculares
Os métodos de identificação moleculares são mais recentes e são úteis em estudos
epidemiológicos, para a identificação da variedade, do sorotipo, e variações individuais de
cepas (PEDROSO, 2006).
Embora não seja a técnica mais empregada na rotina clínica, a reação em cadeia pela
polimerase (PCR) tem sido utilizada com bons resultados em centros de pesquisa
(PETRAGLIA, 2008). Esta técnica demonstrou níveis de sensibilidade e especificidade
superiores à cultura e ao exame direto pela tinta da China (PEDROSO, 2006).
2.7.3 Diagnóstico Diferencial
Deve ser realizado o diagnóstico diferencial com outras patologias que manifestem o
mesmo quadro clínico, sejam elas infecciosas ou inflamatórias, como: encefalite viral,
encefalite
bacteriana,
meningoencefalite
protozoária
e
ricketsia,
meningoencefalite
granulomatosa e neoplasias (QUEIROZ et al., 2008).
2.8 TRATAMENTO
Inúmeros protocolos terapêuticos são usados nas micoses sistêmicas de cães e gatos
com resultados satisfatórios. Isso é devido à disponibilidade de uma nova geração de
medicamentos antifúngicos adequados para administração por via oral a longo prazo e o
desenvolvimento de novas formas de usar o antigo medicamento (anfotericina B) com mais
facilidade e com segurança (MALIK, 2003).
A eleição da terapia adequada depende da disponibilidade da droga, da localização da
infecção e dos efeitos colaterais que pode ser observado em cada indivíduo (MONTOYA;
ZAMOURA, 2009).
Cães e felinos com criptococose têm sido tratados com anfotericina B, cetoconazol,
itraconazol, fluconazol e 5-flucitosina isoladamente e em variadas combinações. Cetoconazol,
itraconazol ou fluconazol são utilizados como agentes únicos em caninos ou felinos sem
doença com risco de morte (LAPPIN, 2006).
20
2.8.1 Anfotericina B
É um potente medicamento antifúngico de amplo espectro e início de ação rápido.
Contudo, deve ser aplicado por via parenteral e frequentemente é nefrotóxico. Além disso,
como medicação única ele é moderadamente efetivo contra criptococose. Por isso, geralmente
não é indicado, exceto nos casos de doença disseminada com risco à vida (SHERDING,
2008).
A administração de anfotericina B por via intravenosa possui maior potencial de
nefrotoxicidade do que a administração via subcutânea (GRACE, 2009).
2.8.2 Flucitosina
Flucitosina é um medicamento antifúngico utilizado exclusivamente para induzir
sinergismo à anfotericina B, no tratamento de criptococose. É utilizado principalmente
quando há envolvimento do sistema nervoso central. Quando utilizada sozinha pode induzir
rapidamente à resistência fúngica (SHERDING, 2008).
2.8.3 Cetoconazol
O cetoconazol é eficiente em alguns felinos, mas comumente leva à inapetência,
vômito, diarréia, perda de peso e aumento nas atividades das enzimas hepáticas em alguns
felinos e cães. Este medicamento é mais eficaz contra outras micoses, tendo menos eficácia
terapêutica contra criptococose. Em geral, é pouco efetivo no tratamento de micose ocular e
do sistema nervoso central (SHERDING, 2008).
21
2.8.4 Itraconazol
É o tratamento inicial de escolha para cães e gatos (GRACE, 2009; SHERDING,
2008) quando não há risco iminente de morte e tampouco de envolvimento no sistema
nervoso central. Itraconazol é mais efetivo que o cetoconazol, com menos efeitos colaterais,
porém é mais caro (SHERDING, 2008).
2.8.5 Fluconazol
Esse agente possui melhor penetração no sistema nervoso central do que o itraconazol
e pode ser uma alternativa útil quando o sistema nervoso está envolvido. Ele é eliminado por
excreção renal e deve ser usado com cautela nos pacientes com prejuízo da função renal
(GRACE, 2009; SHERDING, 2008). A desvantagem é o alto preço (SHERDING; 2008).
2.9 PROGNÓSTICO
Em geral, o prognóstico é bom para gatos sem envolvimento do sistema nervoso
central, sendo reservado para pacientes com envolvimento neurológico (SHERDING, 2008).
O prognóstico também é favorável para felinos submetidos ao tratamento com itraconazol ou
à combinação de anfotericina B e flucitosina (GRACE, 2009).
A criptococose nasal e cutânea geralmente são resolvidas sem tratamento. Animais
clinicamente doentes devem ser tratados até que estejam clinicamente normais e os títulos no
teste de aglutinação em latéx estejam menores do que 1 (um) ou o título diminua 32 vezes ou
mais. Os títulos de antígeno não diminuem em alguns animais sem evidência clínica da
doença, sugerindo persistência do microrganismo nos tecidos ou resultados falso-positivos
(LAPPIN, 2006).
22
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A criptococose é uma enfermidade dérmica de etiologia fúngica, que pode atingir
outras partes do organismo e originar sintomatologia sistêmica e, quando não tratada
adequadamente, pode causar lesões irreversíveis. Através desta revisão de literatura, é
possível concluir que a medicina veterinária tem a cada dia evoluído no que diz respeito às
técnicas de diagnósticos mais precisas. Também a indústria farmacêutica oferece uma
diversidade de princípios ativos com eficácia terapêutica comprovada e menor toxicidade
quando comparado aos tratamentos mais antigos. O amplo conhecimento sobre o quadro
clínico da doença, associado aos exames complementares e diagnósticos e a uma terapia
eficaz, contribuem para que esta enfermidade atualmente apresente menor probabilidade de
cronicidade ou prognósticos desfavoráveis.
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