A VIOLÊNCIA DENTRO DA ESCOLA
Linete Oliveira de Sousa
Graduada em Pedagogia pela UNINOVE
[email protected]
RESUMO
Este artigo tem por objetivo discutir sobre a violência no âmbito escolar e
social, ampliando o seu espaço de discussão no trabalho efetivo dos
professores. Versará sobre reflexões a respeito da origem da violência dentro
da sociedade, como ela se desenvolve e atua na juventude e o papel das
drogas neste publico. Também discutirá sobre a escola atual e como esta deve
enfrentar a violência dentro de seus muros.
INTRODUÇÃO
A escola já foi considerada um local sagrado e, portanto, reverenciado,
estimado, cuidado e respeitado por todos. Antigamente, era chamada de
“Templo do Saber”. Hoje, representa o retrato colorido de nossa sociedade, um
espelho do estilo de vida urbana que temos levado e do tipo de relacionamento
que estabelecemos com os mais novos. Dessa forma, a escola deixou de ser
um local inviolável.
A criminalidade e a violência, o descaso com o patrimônio público (bem
de todos), o caos das relações interpessoais de um mundo individualista, a
competitividade levada ao seu grau mais extremo, a grosseria, o desrespeito
às leis que nos protegem, o tráfico de drogas e o consumismo, são algumas
das características de nossa sociedade, que se tornam elementos presentes
no ambiente escolar, visto que os muros que o cercam não são impermeáveis.
De quem é a culpa pela criminalidade e a violência, pelo descaso com o
patrimônio público? Acredita-se que a palavra culpa não cabe nesse contexto
e, sim “impotência” diante de fatos desse tipo. É preciso a união da
comunidade com as escolas, para que possa haver uma interação de forças
com um único propósito: fazer da escola de hoje o que era antigamente: o
“Templo do Saber”.
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Conforme dito, a escola poderia ser o “Templo do Saber”, um local
aonde as pessoas (crianças, adolescentes e até adultos) vão para adquirir o
conhecimento acumulado ao longo de gerações, alem é claro de um espaço
para integração, sem distinção de cor, raça ou religião.
Teoricamente esse é o perfil de uma escola ideal. Pode-se dizer que
existem muitas por aí, tanto públicas quanto particulares.
Mas, existe um problema que supera todos os parâmetros citados
acima: a violência. Algo que merece atenção das autoridades de ensino, do
poder público, dirigentes e, indo mais adiante, das autoridades supremas.
Sem dúvida alguma, a violência atualmente é um dos fatores mais
significativos na baixa qualidade e ensino, pois, a partir dela, todos somos
vítimas, considerando que o dia a dia de crianças e jovens é alterado em
escolas cujas circunstâncias a converteram em verdadeiros campos de
batalha.
A VIOLÊNCIA
Para Maffesoli, apud Guimarães (1996, p.7), a violência não somente
adquire
diferentes
modelos
históricos,
como
também
estabelece
as
regularidades que apontam para a constância de sua manifestação. Assim,
A violência (ou força) como um das formas que move as relações
humanas, não deixa de levar em conta a instabilidade social como
parte de tudo aquilo que, ao invés de suprimir os antagonismos, tenta
ordená-los. A força como elemento de “potência”, uma vez sendo
reconhecida e simbolicamente integrada, encontra o seu lugar no
jogo do dinamismo social. Enquanto “a lógica do poder” é a
dominação, a redução ao “uno”, a “potência” é uma pulsão no sentido
das disposições, dos interesses que propulsionam as pessoas a
agirem e que se expressa em todos os níveis da existência individual
e social (MAFFESOLI, 1981b).
Um dos grandes problemas que dificultam a compreensão do fenômeno
da violência diz respeito à sua terminologia e, principalmente no significado da
palavra. Para Sorel (1992), apud De Paula e Tardel (2009), p.13) “ o conceito
de violência geralmente é associado aos de crime e agressão, gerando
grandes equívocos que contribuem para que os problemas da violência
permaneçam obscuros”.
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Segundo Durkeim (1995):
O crime consiste em atos universalmente reprovados pela sociedade,
pois afeta a consciência moral de uma nação e produz, em toda
parte, a mesma conseqüência: a pena. Todavia, esse autor nos alerta
para o fato de que um crime não se define simplesmente pela ofensa
aos sentimentos coletivos, pois alguns deles podem ser ofendidos
sem que haja crime, assim como outros podem não se ofender,
embora o ato se constitua como criminoso.
Já a agressão, de acordo com Durkeim (1978), pode ser definida como:
Um impulso instintivo que se refere à relação ataque/defesa
necessária à sobrevivência da espécie animal, incluindo a humana.
No entanto, enquanto nos animais irracionais essa relação é regulada
apenas por mecanismos genéticos de natureza instintiva, no homem
é subordinada às leis históricas e culturais.
Jovens e crianças fazem parte da população que está mais exposta à
violência, seja como vítimas ou como agentes. Para de Paula e Tardeli (2009,
p.7):
A violência afeta de modo especial, o ambiente escolar porque
deteriora as relações e prejudica a qualidade das aulas e o
desempenho acadêmico dos alunos. Além de influenciar diretamente
na qualidade de ensino e no desenvolvimento escolar, a atmosfera
violenta da escola prejudica o exercício profissional da equipe
pedagógica. Esse cenário influi na percepção que os alunos têm do
espaço físico da escola, o que modifica a idéia que fazem da
administração escolar e também as suas impressões sobre os
próprios colegas. Um ambiente escolar hostil prejudica as relações
entre as pessoas que compõem toda a comunidade escolar.
Mas, quais os tipos de violência? De acordo com Guimarães (1996,
p.115), a diretora de uma escola de Campinas, definiu violência como “toda
agressão feita à outra pessoa, ou violências verbais e as de vingança”. Ao
referir-se especificamente à escola, apontou vários tipos de violência: o aluno
que respondia, agredindo professores e funcionários, quebra constante de
cadeiras; as brigas entre os alunos, geralmente no período da manhã, nas
séries de primeira à quarta. E ainda:
A violência, geralmente física, acontecia por motivos como “olhou
feio”, “xingou a mãe”, passei e ele colocou o pé”, “tirou meu lápis”. A
causa dessa violência ou dessa agressividade entre os alunos,
segundo ela, estaria no desinteresse dos pais em relação aos seus
filhos. Muitos casos concretos, que a diretora relatou, revelaram esse
abandono.
De Paula e Tardeli (2009, p.20), mencionam que:
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Além da violência social/familiar que marca a vida das crianças e que
repercute no contexto escolar, há ainda aquela praticada contra a
escola por agentes internos e externos a ela, fora da escola por
agentes internos e pela escola ou por seus dirigentes.
Violência na sociedade atual
No site da Prefeitura de São Paulo (www.prefeitura.sp.gov.br),
encontramos informações atualizadas sobre a evolução da criminalidade e da
violência na cidade a partir dos principais indicadores criminais, com base nos
registros feitos nas delegacias.
O gráfico 1 mostra a queda do número de homicídios na capital, com
uma percentual de 76% menor desde 1999. Como resultado desta mudança,
cerca de 25 mil vidas foram poupadas no período, considerando que, em 1999,
a taxa trimestral girava em torno de 13 mortes por grupos de 100 habitantes,
número que hoje gira em torno de 3, sendo 2,6 no último trimestre de 2010.
O gráfico 2, mostra que, apesar da desaceleração da queda verificada
nos últimos trimestres, os homicídios voltaram a cair de forma significativa .
Verificam-se também tendências positivas nos índices de tentativos de
homicídios e de latrocínios na cidade de São Paulo:
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Nos gráfico 3 e 4, observa-se uma queda no que diz respeito às lesões
corporais dolosas, em comparação à tendência de crescimento em meados e
2006. Os crimes patrimoniais, os roubos e furtos de veículos também
apresentaram uma tendência de queda desde 1999, principalmente os roubos
que regrediram 48,3%: de 151,3 por 100 mil habitantes no terceiro trimestre de
2000 para 78,64% no segundo trimestre de 2010.
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Os gráficos 5 e 6 mostram que o total de roubos (exceto veículos) após
atingir o ápice em meados de 2000 (em média 320 casos por grupo de 100 mil
6
habitantes), teve uma queda de 22% e estabilizou-se em torno de 250/100 mil
nos últimos 5 anos.
7
No gráfico 7, verifica-se que os furtos, após crescimento importante até o
ano de 2005 e um decréscimo até o início de 2008 (de 425 para 304 para 100
mil), oscilaram desde então, com uma variação nos últimos 12 meses de 417
para a taxa de 376 no último trimestre.
O gráfico 8 mostra que os estupros, que tiveram queda significativa até
2007, tiveram crescimento desde então. Porém, segundo dados da Prefeitura
de São Paulo, disponíveis no site, o crescimento desproporcional verificado nos
últimos três trimestres, deveu-se à mudança na lei, que passou a considerar os
casos de atentado violento ao pudor também como estupro.
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Ainda no site da Prefeitura de São Paulo, foram encontradas
informações importantes que dizem respeito a mortes por armas de fogo:
A morte por armas de fogo é a principal causa de mortalidade entre
os homens jovens no Brasil. Estudo divulgado pela Unesco mostrou
que dos 550 mil brasileiros mortos por elas entre 1979 e 2003, 206
mil eram rapazes entre 15 e 24 anos. A taxa de mortalidade por
causas violentas na população brasileira é de 48,15 casos para 100
mil habitantes. Entre a moçada, salta para 74,42 casos para 100 mil
habitantes. (www.prefeitura.sp.gov.br)
Para Ignácio Cano, do Laboratório de Análise da Violência da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), “o envolvimento dos garotos
com a violência é um fenômeno mundial, mas o Brasil chama a atenção porque
as taxas são extremamente altas”. A explicação para tal fato, segundo Cano é
a falta de condições mínimas de sobrevivência digna nas periferias das
grandes cidades, o alto índice de desemprego nessa faixa etária, o elevado
número de armas de fogo nas mãos da população, a violência policial, a
impunidade, entre outros.
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A DROGA E O ADOLESCENTE
As drogas já vem aumentando ao longo das historias sociais e culturais
criando tensões imensas na sociedade atual. Tendemos definir as drogas como
demoníacas ou paradisíacas, construindo mitos e culpas sem saber realmente
no que ela nos transforma.
As drogas consideradas ilegais é a fonte de todos os males, da
destruição familiar, social e cultural e aquelas que são consideradas legais nos
trazem para um paraíso de conquistas e bem estar.
Não podemos analisar as drogas desta maneira, e sim avaliar a força
humana que elas nos gerenciam, buscando evidenciar os valores humanos que
se agregam à ela, pelo seu valor de troca em adquirir produtos que são
regrados pelas leis que nos regem, o valor que ela apresenta dentro do mundo
social, valor “é a força capaz de tirar a indiferença.” (Gastaldi apud Costa,
1998).(p68).
Socialmente as drogas são capazes de criar valores e alterar nossa
inércia, sendo nos negligentes a esses aspectos, sem saber ate hoje como agir
para lidar com esse problema, pois podemos observar diversos tipos de valores
gerados por vícios, sejam eles qual forem. Para o adolescente usar droga é
superar limites, que lhe são impostos a cada minuto de sua vida.
Existem sociedades onde a mudança de fases é fortemente ritualizadas,
e existem sociedades que não oferecem apoio para tal fato, as pessoas
encontram- se rodiadas de adultos de péssima influencia mostrando um
coletivo individualista e melancólico no mundo adulto.
É prazeroso escutar quando alguém comenta que parou com algum tipo
de vicio, mais a própria sociedade gera piadas levando eles as famosas
recaídas, que acabem novamente se achando fracos e empobrecidos sobre a
situação. “Não é possível bani-los do mundo humano, mas podemos
transformá-los em forças capazes de nos mover e construir coletivamente a
vida.”(p69).
Toda essa luta é para conseguir a busca de respostas lógicas para
saber o porquê do aumento excessivo do uso de tóxicos, será por desavenças
familiares, culturais, ou para se sentirem os heróis que podem e sabem tudo
sobre a vida, ou por motivos psíquicos?
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Infelizmente ate hoje não foi achada uma resposta objetiva para tantas
pergunta, ainda mais quando a sociedade só vê as drogas como um problema
tóxico e não como um problema social. “O uso de drogas, neste ponto, é muito
parecido com a violência.”
Não podemos apenas viver para combater as drogas, precisamos
desafiá-las para aprendermos a conviver com nossas próprias diferenças e
desintoxicarmos nossa própria compreensão do problema. Segundo Freud, ao
pensar o mal-estar na cultura, muitas de nossas virtudes terão de brotar dessa
fase adicta e a violência que temos.”(p69).
Os jovens ocupam um espaço muito mal visto dentro da sociedade, o
mundo vê esses jovens com antipatia, como pessoas violentas e improdutivas,
visando que a população corre risco com esses adolescentes delinqüentes e
marginais.
A adolescência apela ao mundo por antídotos que possam aumentar
suas forças, para que consigam correr em busca de seus desejos de liberdade
e felicidade. Os adolescentes e as drogas têm convergido desastrosamente no
chamado ao Nosso Tempo por uma mudança de sensibilidade quanto ao modo
de configurar os desafios sociais.
A sociedade julga os adolescentes mais esquecem dos adultos que se
afogam em bares, cigarros e muitas outras drogas que são destrutivas para
qualquer ser humano, ajudando a aumentar a insegurança desses jovens,
construindo uma imensa dúvida social em suas cabeças. Saldar essa divida
com relação a juventude significa começarmos a trabalhar no presente do
futuro.
O mundo adulto tem que deixar seu egoísmo de lado e tentar construir
em seu cotidiano relações com os mais jovens, tornando-se solidários e
competentes para aprender a conviver com o próximo, amar e trabalhar para
conseguir compreender melhor seus valores sociais.
Nos dias atuais achamos que a droga é um mal do século XX, mais
estamos completamente errados, isso já vem impregnados nas carnes milenar
das múmias, so sendo delatado agora.
Temos vários indícios de drogas no passado, claro que não na proporção de
hoje, que você encontra a cada esquina, tornando o vicio dessas pessoas
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como se elas estivessem em um buraco escuro cada vez mais fundo sem
chance de voltar para encontrar a luz, trazendo sofrimento e opressão.
Por isso em casos de alunos drogados na escola, deveriam tentar ajudar
esses jovens e não expulsa- lós da escola, Por esses motivos é que os jovens
se revoltam se tornado pessoas violentas e acabando como marginais jogados
na beira das calçadas das ruas.
A ajuda que devemos dar é aquela igual a que damos a crianças
especiais e sentimos prazer e orgulho em ajudar, saímos orgulhosas de saber
que elas se sentem pessoas úteis e normais, só tendo algumas ajudas
diferenciadas.
Precisamos derrubar de nossos corações os preconceitos formados,
seja ela cultural ou social, necessitamos quebrar de vez para poder ajudar
quem realmente necessita de nossa ajuda.
Se a Sociedade não lidasse com tanto preconceito sobre assuntos deste
porte, quem sabe hoje não teríamos essa epidemia de AIDS, se o governo
tivesse cautela em dirigir propagandas passando a informação certa para o
publico com certeza teríamos um resultado bem diferente.
Precisamos perder o medo de fantasmas e nos aproximar da inversão e
da ousadia.
A VIOLÊNCIA NA ESCOLA PARA OS SOCIÓLOGOS FRANCESES
Os professores e a opinião pública pensam que a violência na escola é
um fenômeno novo que surgiu nos anos 80, mais sempre foi freqüente na
escola desde os anos 60, existem sim fatos novos, formas novas de violência
na escola, homicídios, agressões orais, verbais e com armas, estupros que
sempre existiram, mais não com tanta freqüência, hoje podemos esperar de
tudo, agressão de todas as formas com qualquer pessoa indiferente se são
seus colegas de classe, ou professores, diretores e as vezes ate com seus
próprios pais, que assassinam a tira roupa trazendo para a sociedade a
angustia social.
Os mais freqüentes acontecimentos são entre jovens de 8 a13 anos,
isso quando professores da Educação Infantil não se deparam com crianças
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com características marginais já com 4 anos, imaginando como seria essa
criança na sua adolescência.
A escola já não é mais considerada uma instituição segura, pois existem
muitos alunos que trazem junto de si problemas de briga de gangues de bairro
para dentro da escola, estimulados pelos seus próprios pais, fazendo da escola
um cenário de guerra, vingança e de agressividade.
Os docentes e a administração da escola têm como característica que
este tipo de problema é um ato repetitivo em todos os lugares, que neste
momento pode estar calmo, mais daqui a 10 minutos o circo pode estar
armado, alunos quebrando a instituição, sirenes de incêndio que disparam o
dia todo tirando a paz de quem esta ali para aprender.
Esses fenômenos aumentam a cada dia, e não é só em São Paulo, mais
também em escolas situadas no interior da Capital, que hoje pela estatística
pesquisada não é mais uma exceção e sim uma regra que acaba preocupando
a sociedade.
Sociólogos e pesquisadores elaboram trabalhos conceituais que permite
a introdução de ordem na categoria dos fenômenos considerada como
“Violência na Escola”
A Violência na escola é aquela que se produz dentro do espaço escolar,
tendo a escola apenas como um espaço para o famoso acerto de contas. “É
preciso, inicialmente, distinguir a violência na escola, a violência a escola e a
violência da escola”. (p.3)
A violência à escola esta ligada a natureza e as atividades da instituição
escolar: Quando os alunos quebram carteiras, colocam fogo, jogam bombas
que acabam destruindo os bens da instituição, insultam professores, acabam
se revoltando contra tudo que faz parte da instituição, dando extensão a
violência da escola, uma violência simbólica que é através do tratamento de
seus agentes, como atos injustos considerados pelos alunos.
Estatisticamente os alunos são vitimas da própria violência e acabam se
revoltando e se transformando em pessoas violentas, são jovens fragilizados
com dificuldades familiares, sociais e escolares, jovens que se sentem
desvalorizados por estarem ou se sentirem dentro dessas classificações, sem
poder esquecer também da classe dos desempregados, viciados em drogas ou
aqueles que de uma maneira ou outra teve algum tipo de agressão sexual.
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A agressividade pode vir da frustração que acaba acarretando a
angustia e a agressividade, a agressão é um ato de brutalidade física ou
verbal, e ate defensiva em alguns casos.
A agressão causa prazer no agressor ele gosta de sentir o medo que a
vitima esta naquele momento, gosta de humilhar e se sentir poderoso, sente
prazer em causar o mal, vibra com essa reação de medo da vitima.
É ilusão crer que possamos fazer a violência e a agressividade
desaparecer, sabemos que a agressão é um conflito que não vem apenas das
pessoas citadas, mais também de um todo que esta a sua volta, que acaba
provocando e desencadeando a parte violenta do psíquico da criança, para
esse sonho ser realizado primeiro precisamos acabar com os conflitos e o peso
da violência institucional e simbólica para termos um bom resultado dentro da
nossa sociedade.
Para os pesquisadores Franceses os termos violência, devem ser
reservados ao que ataca a lei como uso da força ou ameaça usá-la: lesões,
extorsão, tráfico de drogas, etc.
A transgressão é o comportamento contrario ao regulamento interno do
estabelecimento, com falta de respeito e outros tipos de agressão.
A incivilidade não contra diz, nem a lei e nem o regime intimo do
estabelecimento, mas as regras de boa convivência, ao direito de cada um ver
respeitadamente sua pessoa.
Essas distinções são muito importantes pelo fato que diferencia lugares
e formas de tratamentos de fenômenos, como um trafico de drogas, o problema
é da justiça e da policia, um insulto ao ensino já deve ser tratado pelas
instancias do estabelecimento, a incivilidade depende fundamentalmente de
um tratamento educativo.
Esta distinção é frágil, pois ela se mistura todos os dias no cotidiano das
pessoas que se sentem atingidas em sua identidade pessoal, profissional e na
dignidade que merece o nome de violência.
Em pesquisas feitas em 2855 colégios da região entre os anos de
1194/1995, 70% dos alunos declaram que de alguma forma já passaram por
algum tipo de violência escolar, 47,8% declaram ser vitimas de falta de
respeito, tanto por colegas como por professores; 27,7% seus pertences
pessoais fora danificados; 23,7% de furtos;15,8% de chantagem;15,65% de
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golpe; 9,7% de racismo; 4,35% de extorsão; 2,85% de agressão ou assedio
sexual.
Nem tanto os golpes ou furtos são os importantes, mais sim a
discriminação que é feita e assistida no colégio sendo ignorado pelos
superiores, se tornando não apenas uma violência escolar, mais também em
fontes sociais, institucionais, relacionais e pedagógicas, que hoje agitam a
escola produzindo incidentes violentos.
Analisando os estabelecimentos que existem podemos perceber o
tamanho da violência que esta entre nossa população tendo isso como uma
forte tensão dentro da escola, onde diretores e professores não estão sabendo
como fazer para abaixar este nível, proporcionando assim uma forte tensão
social quando a violência explode em bairros vizinhos, se o bairro é violento as
pessoas que estão nele se tornam violentas, deixando à escola como alvo
principal dessa guerra.
“Quando analisamos os estabelecimentos onde a
violência escolar é grande, encontra -se uma situação
de forte tensão; inversamente , quando se analisam
aqueles em que a violência diminuiu, encontra- se uma
equipe de direção e professores que souberam reduzir o
nível de tesão”. (p.8)
O desemprego também esta em uma das principais características da
violência, os adolescentes que não conseguem emprego começam a traçar
caminhos errados e se questionar do que adianta estudar, um pedaço de papel
chamado diploma, no que pode ajudar?
Com toda essa luta o que tentamos mostrar para essas pessoas, é que
a escola é um centro de aprendizagem para a vida inteira, sendo um meio
seguro para que ele consiga ser um bom profissional e saiba se portar dentro
da sociedade em que vivemos.
Nem todos pensam desta forma, temos aqueles alunos que só querem
passar de ano mesmo sem saber o que esta aprendendo, apenas conseguir
seu diploma para se auto julgar um bom profissional ou um bom aluno, e se
isso não bastasse temos muitos professores que dão asas a esses
pensamentos, não estimulando esses alunos ao estudo, para eles quanto
menos alunos dentro da sala, mais fácil fica, para dar sua aula, sem bagunça e
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sem esforço para colocar sua matéria em pauta, existem também aqueles que
se esforçam o mínimo e acham que merecem notas altas e quando vê que isso
não acontece acabam se revoltando contra a escola, acarretando algum tipo de
violência no ambiente escolar.
Os alunos julgam que só aprendem se tem um bom professor, a partir do
momento que o professor não explica direito e não tem paciência de rever a
explicação, o aluno não vai obter uma boa nota, se o aprendiz não vai bem o
comandante é que errou em algum ponto da sua explicação, criando com isso
uma grande tensão social em seu cotidiano.
Deve-se ter uma grande atenção quando o assunto é violência na
escola, uma questão muito importante que esta vinculada ao estado e a
sociedade, praticas de instituição, regra, vida coletiva e relações interpessoais.
Também estando relacionados ao cotidiano desses alunos que só se
tornam violentos quando não sentem prazer ou não vêem sentido no
aprendizado que a escola deve lhe ensinar, trazendo consigo uma
responsabilidade enorme para os professores que sabendo administrar só lhe
trarão bons resultados e dando ainda mais dignidade e valor em ser professor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PAIN Jacques. Écoles, violence ou pédagogie? Vigneux: Matrice, 1992.
CHARLOT, Bernard. Le Rapport au saboir em milieu populaire. Paris:
Anthropos, 1999.
WWW.prefeitura.sp.gov.br
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A VIOLÊNCIA DENTRO DA ESCOLA Linete Oliveira de Sousa