INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO
JOSIVAN OLIVEIRA SOUSA
INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS NA PSICOPEDAGOGIA
RIO DE JANEIRO
2011
JOSIVAN OLIVEIRA SOUSA
INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS NA PSICOPEDAGOGIA
Monografia apresentada ao Instituto à Vez
do Mestre, sob a orientação do Professora
Deise Cunha,
como requisito parcial à
obtenção do título de Pós graduação em
Psicopedagogia.
RIO DE JANEIRO
2011
A monografia INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS, elaborada por Josivan Oliveira Souza e
orientada
pela
Professora
Deise
Cunha
obteve
_____________________________ .
_______________________________________
Assinatura da Professora –Orientadora
____________________________________
Assinatura do aluno
_______________________________________
Assinatura do Coordenador de Monografia
o
grau
Agradeço primeiramente a Deus, Pai Todo
Poderoso, por guiar-me na estrada da vida.
Aos meus familiares por serem verdadeiros
pilares na minha trajetória.
“Eduque as crianças e não precisarás punir os
homens”
(Pitágoras).
RESUMO
O presente trabalho, tem como objetivo elucidar, as inteligências múltiplas, no
qual são as inúmeras capacidades e habilidades mentais do ser humano, em que se
diferencia um dos outros, ou seja, essa teoria tem uma enorme importância em
romper a idéia de uma inteligência única. Abordaremos as definições e conceitos de
inteligência, que servirão para embasar a pesquisa, e ainda estaremos identificando
as múltiplas inteligências. Analisaremos o papel do educador em identificar este tipo
de inteligência no indivíduo e poder explorar essas potencialidades do educando,
fazendo com que ele tome consciência de suas habilidades, e as utilize-as de forma
proveitosa na sociedade. Trataremos da quantidade dessas inteligências, e
combinamos e usamos de forma muito pessoal. No decorrer da pesquisa, será
importante destacar que devemos e podemos desenvolver cada uma delas e
principalmente dar uma maior importância na que temos mais aptidão para que
sejamos bem sucedidos.
PALAVRAS- CHAVE:
INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS – DIFERENÇAS – POTENCIAL –
DESENVOLVIMENTO - ESTÍMULO
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO TEMA
PROPOSTO
1.1 Conceito e Definição de Inteligência
1.2 A Teoria do Conhecimento
1.3 A Relação entre teoria da inteligência múltipla e aprendizagem
CAPÍTULO
II–
AS
DIFERENTES
CARACTERÍSTICAS
2.1 Inteligência Linguística
2.2 Inteligência Musical
2.3 Inteligência Lógico – Matemática
2.4 Inteligência Espacial
2.5 Inteligência Naturalista
2.6 Inteligência Intrapessoal
INTELIGÊNCIAS
–
2.7 Inteligência Interpessoal
2.8 Inteligência Corporal - Cinestésica
2.9 Inteligência Emocional
CAPÍTULO III – A INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA E SEUS
ESTÍMULOS
3.1 Potencialidades a serem despretadas e estimuladas pelos
educadores
3.2 A Aplicabilidade da descoberta do tipo de inteligência do
educando
3.3 A Função da escola nesse processo de descoberta e estímulo
3.4 A Utilização de jogos pedagógicos para estimular as diversas
inteligências e estimular o processo de aprendizagem
3.5 Os tipos de inteligências de personalidades importantes para o
mundo
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBILIOGRAFICAS
9
INTRODUÇÃO
Este trabalho monográfico vislumbrará o tema da “Inteligência Múltiplas”,
expondo, detalhadamente, seu conceito, devidamente embasado pelo que dispõe em
que é preciso saber diferenciar os métodos dentre as teorias. Há muito tempo se
aplica a teoria da aprendizagem, que atua com hipóteses e modelos de como esse
“ser humano” aprende, e métodos pedagógicos, que descrevem as maneiras que se
deve proceder conforme a situação apresentada.
O objeto de nossa matéria, pretende demonstrar uma visão interativa de todos
os tipos e características das inteligências habilitam o indivíduo a “executar
transformações e modificações de suas percepções” e “a recriar aspectos das suas
experiências”
Nosso objetivo maior estará fixado, primordialmente, em analisar as
características dessas inteligências, de forma cuidadosa, e o papel principal da
entidade educacional, ou seja, a escola, de reconhecer no educando, para que o ser
humano seja competente em suas habilidades e produtivo na sociedade com a
utilização das mesmas.
A justificativa desta monografia é pautada em três critérios: sua importância,
sua oportunidade e sua viabilidade. Primeiramente é importante devido a esclarecer
e romper conceitos até então estigmatizados, em que a sociedade atual vive ranços
de uma educação, bancária , depositária e mecanizadora que reproduz nos
educandos um sentimento de passividade e consequente
massificação dos
indivíduos. Por meio dos anos presenciamos nas escolas a valorização demasiada
das inteligências lingüística e lógico-matemática.
Em segundo lugar o terma é oportuno, pois cada inteligência é um meio real de
aprendizagem. Ao identificar-se que uma aflora mais do que outras dever-se-ia usá-la
para desenvolver as demais. As escolas deveriam ser organizadas para trabalhar
com as singularidades, permitindo que indivíduos mais capazes sigam em frente e
10
que o maior número de educandos atinja o conhecimento básico tão eficiente quanto
possível.
E finalmente, a pesquisa é viável, pois, já existem iniciativas que possibilitam a
obtenção de dados que possam ser consolidados e analisados gerando trabalhos que
possam ajudar a novos estudos e análises sobre o assunto.
No curso desse trabalho, verificaremos quais das hipóteses abaixo são
tecnicamente adequadas à definição do reflexo de grande complexidade que está
ligado com aspectos intangíveis do ser humano.
A monografia está estruturada em três capítulos. O primeiro trataremos sobre
as definições, o que tornará a pesquisa mais esclarecedora e servirá para
entendermos os demais assuntos.
Logo adiante, no segundo capítulo estaremos analisando de forma detalhada
as características das principais inteligências. E no terceiro e último capítulo
estaremos esclarecendo a função do educador em identificar e estimular o educando
neste sentido, realizando um trabalho didático de acordo com a realidade de cada
um.
Em relação à metodologia, esta pesquisa pode ser classificada de acordo com
a classificação de Vergara (2009) da seguinte maneira: i) quanto aos fins: do tipo
descritiva e explicativa. A pesquisa descritiva tem como principal objetivo descrever
as características de determinada população ou fenômeno e a explicativa procura
tornar algo inteligível, justificar-lhe os motivos; ii) quanto aos meios: é do tipo
bibliográfica. A pesquisa bibliográfica compreende um estudo sistematizado
desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, rede eletrônicas e
fornece instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa.
Foge totalmente de nossa pretensão produzir o esgotamento do tema
discutido, atendendo a finalidade pedagógica a que se propõe este trabalho, razão
que é levada, inclusive, a direcionar o foco das práticas médicas. Muitas outras
hipóteses poderiam ser analisadas a partir deste tema, contudo, não constitui esta
monografia espaço adequado para tal abordagem.
Ademais, esperamos que o desenvolvimento deste trabalho venha, de alguma
forma, contribuir para a evolução e um outro entendimento sobre inteligência, para os
11
educadores, e um esclarecimento mais amplo sobre o assunto, servindo assim de
inspiração de outras pesquisas para estudantes nesta área.
12
METODOLOGIA
“Método é o caminho que se segue mediante uma série de operações e regras
aptas para se alcançar um resultado que se tem em vista”.1
Isto posto, tem-se que a investigação poderá realizar-se orientada por alguns
critérios, segundo o objetivo a que se propõe. Nesse sentido, a pesquisa classifica-se
em exploratória, descritiva e explicativa.
O presente trabalho comporta a utilização dos três métodos mencionados,
conforme será demonstrado.
A pesquisa exploratória será cabível quando o estudo preliminar concernente as
definições de inteligência para Gardner e Freire, no qual embasam toda a pesquisa
elucidando a importância de entendermos o indivíduo como um ser único, detentor de
talentos diferenciados e o educador deve ter está análise bem aguçada para se
desenvolver um bom trabalho pedagógico.
A partir dessa identificação, estaremos analisando as características de cada
tipo de inteligência, em que é o tema central da pesquisa.
Mais adiante, na busca de maiores elementos para embasar o estudo, serão
explanadas a aplicação desses tipos de inteligências, aliadas ao ensino pedagógico, de
como o professor pode aplicá-las para favorecer o aluno e tornar o seu método
pedagógico mais eficiente e eficaz.
Concluído esse procedimento, passar-se-á à pesquisa explicativa que consiste
em encontrar respostas para os questionamentos propostos na fase exploratória.
Quanto ao objeto, a pesquisa será bibliográfica, pois desenvolve-se “a partir de
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”.
As fontes de pesquisa foram livros,
revistas e artigos da Internet, e
desenvolvida junto às bibliotecas públicas, de universidades entre outras.
1
HEWNRIQUES, Antônio; MEDEIROS, João Bosco. Monografia no curso de dirieto: trabalho de
conclusão de curso. 3ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2003, p.23.
13
CAPÍTULO I
FUNDAMENTAMENTAÇÃO TEÓRICA DO TEMA PROPOSTO
1.1 Conceito e Definição de Inteligência
A inteligência pode ser definida como a capacidade mental de raciocinar,
planejar, resolver problemas, abstrair idéias, compreender idéias e linguagens e
aprender. Embora pessoas leigas geralmente percebam o conceito de inteligência
sob um escopo muito maior, na Psicologia, o estudo da inteligência geralmente
entende que este conceito não compreende a criatividade, o caráter ou a sabedoria.
Conforme a definição que se tome, pode ser considerado um dos aspectos da
personalidade.2
No entanto, é um conceito complexo, não sabemos quantos nem exatamente
quais são seus conceitos básicos. Conceituar a inteligência significa delimitar suas
fronteiras, identificar suas características e diferenciá-las das demais funções mentais
envolvidas nos processos cognitivos, como a memória, a atenção (a capacidade de
manter ou desviar a atenção), a consciência, a percepção, o juízo, etc.. Além destas,
outras funções mentais ainda pouco estudadas também podem estar envolvidas no
processo cognitivo, como a auto-eficácia, que na prática influencia o exercício da
inteligência.
Vejamos a conceituação de inteligência pela Associação Americana de
Psicologia em 1995:
Os indivíduos diferem-se na habilidade de entender idéias
complexas, de se adaptar com eficácia ao ambiente, de aprender
com a experiência, de se engajar nas várias formas de raciocínio,
de superar obstáculos mediante pensamento. Embora tais
diferenças individuais possam ser substanciais, nunca são
completamente consistentes: o desempenho intelectual de uma
dada pessoa vai variar em ocasiões distintas, em domínios
2
Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Inteligência, em 02 de abril de 2010.
14
distintos, a se julgar por critérios distintos. Os conceitos de
'inteligência' são tentativas de aclarar e organizar este conjunto
complexo de fenômenos.
Entretanto, para Sternberg3 mostrou a teoria da inteligência bem sucedida,
em que destaca uma definição mais completa do termo. Segundo ele, inteligência
é:
[...]a habilidade de atingir objetivos na vida, dado um contexto
sociocultural; capitalizar as forças e corrigir ou compensar as
fraquezas;
adaptar, formar e escolher ambientes; combinar
habilidades analíticas, criativas e práticas.
A teoria é baseada no uso dessa inteligência, definida nos quatro
itens, com enfoque no sucesso pessoal e profissional. Em outras
palavras, a definição poderia ser no sentido de identificar as
habilidades (os quatro itens não deixam de ser habilidades)
pertinentes ao sucesso.
1.2 A Teoria do Conhecimento
Tal como a definição de inteligências múltiplas, no qual existem diversas
conceituações, a teoria do conhecimento, podemos defini-las de diversas formas.
Vamos destacar as principais considerações acerca da matéria, sabendo-se que o
assunto e vasto e rico para ser explorado.
Isto posto, a questão da teoria do conhecimento é um tema inerente às
especulações filosóficas, desde a antigüidade grega. É conhecida pelos filósofos
como gnosiologia, crítica do conhecimento ou epistemologia.
Para Márcia
Botelho
Fagundes em seu livro “Aprendendo valores éticos”
defende o princípio que “A primeira intenção de todo ser vivo é manter-se, mas para
nós não é suficiente a mera sobrevivência apoiada em conhecimentos sobre o
3
STERNBERG, Robert J. The Theory of Successful Intelligence. In: Interamerican
Journal of Psychology - 2005, Vol. 39, Num. 2 pp. 189-202
15
mundo: é fundamental que a vida valha a pena. Um dos produtos ideais da cultura
são os valores” .4
Paulo Freire5 nos elucida e entende conhecimento desta forma, vejamos:
[...] ninguém educa ninguém, como tão pouco ninguém se educa
a si mesmo: os homens se educam em comunhão, mediatizados
pelo mundo, pelos objetos cognoscíveis que na prática “bancária”
são possuídos pelo educador que os descreve ou os deposita nos
educandos passivos.
O conhecimento é construído de forma integradora e interativa. Não é algo
estático, pronto como define a pedagogia dos conteúdos. Conhecer, portanto é
descobrir, construir.
O conhecimento é a construção coletiva mediada dialogicamente, que deve
articular dialeticamente a experiência da vida prática com a sistematização rigorosa e
crítica. O processo de construção do conhecimento implica uma relação dialógica.6
Mister se faz ressaltar, que o conhecimento é o conjunto de saberes que
formam a visão de mundo de cada sujeito cognoscente. O ato de entender e
compreender o mundo de vários aspectos. Está ligado às relações com o outro.
Nas assertivas de Freire: “não há docência sem discência", isto é, não há
ensino sem pesquisa. A investigação é base para o ensinar, aprender, considerando
a perspectiva da construção do conhecimento no âmbito da educação formal escolar.
Vejamos
como
entende
Idanir
Ecco7:
Entendemos
que
“desafiar
constantemente é uma das características do ato de educar; do contrário, contribui-se
para o obscurantis mo, para o ‘silenciar’ de consciências”.
No entanto, apesar de tantos conceitos podemos salientar que o conhecimento
do ser humano é um processo na relação com o outro, com o mundo, mediatizados
4
FAGUNDES, Márcia Botelho. Aprendendo Valores Éticos. Belo Horizontes: Autêntica,
2001.
5
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 13. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983
6
Idem
7
ECCO, Idanir. A prática educativa escolar problematizadora e contextualizada:
uma vivência na disciplina de história. Erechim, RS: EdiFAPES, 2004.
16
pelo ato de conhecer produzindo saberes (conhecimentos) em relação aos contextos.
Neste sentido, conhecer, problematizar a realidade significa investigar, pesquisar,
desvelar e interagir.
IMAGEM EXTRAÍDA DA WIKIPÉDIA
DISPONÍVEL EM http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Conhecimento-Diagrama.png
1.3 A Relação entre teoria da inteligência múltipla e aprendizagem
Atualmente existe
uma grande preocupação com o ensino-aprendizagem, no
contexto de se determinar como as pessoas aprendem, pois cada pessoa se
apresenta e adquire conhecimentos que são construídos no mundo de forma
diferente, alguns têm mais facilidade do que as outras na resolução de problemas
corriqueiros do seu cotidiano, em sala de aula e em sua vida pessoal/profissional, por
que algumas conseguem obter resultados bons em uma área e pouco sucesso em
outra.
17
Contudo, a teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner, apresenta
subsídios para que o professor conheça qual das suas inteligências e de seus alunos
é mais marcante e qual é menos desenvolvida, o que torna possível, por conseguinte,
desenvolver ou estimular aquela habilidade ou inteligência que ainda não está
plenamente desenvolvida.
Entretanto, o professor, sabendo qual inteligência predomina em sua sala de
aula, pode desenvolver um trabalho que leve os alunos a aprenderem/assimilarem
com mais facilidade o conteúdo e a desenvolverem ferramentas para se tornarem
mais eficiente e eficaz, e melhorar a aprendizagem daqueles com maior dificuldade
de assimilação.
18
CAPÍTULO II
AS DIFERENTES INTELIGÊNCIAS - CARACTERÍSTICAS
2.1 Inteligência Linguística
Preliminarmente, os componentes centrais da inteligência lingüistica são uma
sensibilidade para os sons, ritmos e significados das palavras, além de uma especial
percepção das diferentes funções da linguagem. É a habilidade para usar a
linguagem para convencer, agradar, estimular ou transmitir idéias. Gardner indica que
é a habilidade exibida na sua maior intensidade pelos poetas. Em crianças, esta
habilidade se inicia e se manifesta através da capacidade para contar histórias
originais ou para relatar, com precisão, experiências vividas.8
No entanto, são duas as principais áreas corticais responsáveis pela
linguagem. A área de Wernicke (lobo temporal do hemisfério esquerdo) é responsável
pelo entendimento da linguagem e a organização das palavras. A área de Broca (giro
pós-central do hemisfério esquerdo) cuida da articulação da fala, da produção da
linguagem expressiva. Ainda contribuem para a linguagem a região têmporo-ociptoparietal responsável pela organização gramatical e o hemisfério direito para criar o
ritmo, entonação e fluxo da fala.9
8
9
Disponível em http://www.aspat.kit.net/inteligenciasmultiplas.pdf , acesso em 08 de abril de 2010
SPRINGER, Sally P.; DEUTSCH, Georg. Cérebro Esquerdo, Cérebro Direito. 1. ed. São
Paulo : Summus, 1993
19
2.2 Inteligência Musical
Este tipo de inteligência tem fundamento
no reconhecimento de padrões tonais
(incluindo sons do ambiente) e numa sensibilidade para ritmos e batidas. Inclui
também capacidades para o manuseio avançado de instrumentos musicais.
Entretanto, não podemos separar para a inteligência musical determinadas áreas
corticais como fizemos para a inteligência lingüística. Mas sabemos que o hemisfério
direito, principalmente o lobo temporal, é o encarregado da audição e da criação
musical. Uma lesão maciça neste hemisfério pode levar a uma amusia: o lesionado
não consegue perceber combinações rítmicas ou até mesmo entonações de voz.10
2.3 Inteligência Lógico – Matemática
Esta inteligência baseia-se na capacidade lógica e matemática, assim como a
capacidade de raciocínio científico ou indutivo, embora processos de pensamento
dedutivo também estejam envolvidos. Esta inteligência envolve a capacidade de
reconhecer padrões, de trabalhar com símbolos abstratos (como números e formas
geométricas) assim como discernir relacionamentos ou então ver conexões entre
peças separadas ou distintas. Relaciona-se, também, à capacidade de manejar
habilmente longas cadeias de raciocínio, elaborar perguntas que ninguém fez,
conceber problemas e levá-los a diante. Juntamente com a linguagem, é a principal
base para os testes de QI. O desenvolvimento de tal inteligência foi o grande objeto
de estudo de Jean Piaget. 11
Isto posto, este tipo de inteligência possui uma natureza não-verbal, de modo que a solução de
um problema pode ser construída antes de ser articulada. Alguns idiotas sábios realizam
10
LURIA , Aleksandr Romanovich. Fundamentos de Neuropsicologia. 1. ed. São Paulo:
Editora da Universidade de São Paulo, Livros Técnicos e Científicos Editora, 1981.
11
Idem
20
grandes façanhas de cálculo sem sequer saberem comunicarem-se ou até mesmo realizar
simples operações de adição ou subtração.
Antunes assevera;
Da mesma forma que a inteligência lingüística, essa competência não
se abre apenas para pessoas letradas e, assim, muitas pessoas
simples ou até analfabetas, como muitos ”mestres-de-obras”,
percebem a geometria nas plantas que encaram ou nas paredes que
sabem erguer [...] Um aluno entenderá melhor os números as
operações matemáticas e os fundamentos da geometria se puder
torná-los palpáveis. Assim, materiais concretos como moedas,
pedrinhas, tampinhas, conchas, blocos, caixas de fósforos, fitas,
cordas e cordões fazem as crianças estimularem se raciocínio
abstrato.
Como dois gêmeos relatados por SACKS12 que apenas vêem a resposta do problema:
"Uma data é mencionada e, quase instantaneamente, eles informam em que dia da semana ela
cairá. (...) Eles também podem dizer a data da Páscoa durante o mesmo período de 80 mil
anos." Enquanto tais gêmeos são tragicamente deficientes em diversas áreas, conseguiram
realizar um algoritmo para a data da Páscoa que até mesmo o grande matemático Gauss teve
uma enorme dificuldade para descobrir. Possuem uma inteligência lógico-matemática
extremamente desenvolvida.
2.4 Inteligência Espacial
Importante ressaltar, que este tipo de inteligência espacial é a capacidade de formar
modelos mentais (imagens) e operar com tais imagens. A imagem não é necessariamente
visual, pode ser construída uma imagem tátil, por exemplo, que é o que geralmente faz uma
pessoa cega ao tatear objetos. Esta inteligência lida com atividades como as artes visuais, a
navegação, a criação de mapas e a arquitetura.
12
SACKS, Oliver. O homem que confundiu sua mulher com um chapéu. 1. ed. São
Paulo : Companhia das Letras, 1997
21
Enquanto o hemisfério esquerdo do cérebro tornou-se mais lingüístico durante a
evolução, o hemisfério direito especializou-se no processamento espacial. A principal área
cortical que controle toda esta questão espacial é a região têmporo-paríeto-ocipital. Uma lesão
em tal área impede que o lesionado consiga interpretar os ponteiros de um relógio, encontrar
sua posição em um mapa ou então orientar-se dentro de espaços fechados. Fica claro o quanto
esta a região têmporo-ocipto-parietal é importante para uma inteligência espacial. 13
Esse tipo de pessoas atuam com muita desenvoltura como engenheiros, escultores,
cirurgiões plásticos, artistas gráficos e arquitetos dependem desta inteligência para atuarem
com êxito.
2.5 Inteligência Naturalista
Este tipo de inteligência, funda-se na sensibilidade para compreender e organizar
os objetos, fenômenos e padrões da natureza, como reconhecer e classificar plantas,
animais, minerais incluindo rochas e gramíneas e toda a variedade de fauna, flora, meioambiente e seus componentes. É característica de paisagista e arquitetos.14
2.6 Inteligência Intrapessoal
Esta outra inteligência pessoal está relacionada aos estados interiores do ser,
à auto-reflexão, à metacognição (reflexão sobre o refletir) e à sensibilidade perante as
realidades espirituais. Podemos dizer que é a capacidade de formar um conceito
verídico sobre si mesmo pois envolve o conhecimento dos aspectos internos de cada
um, como o conhecimento dos sentimentos, a intensidade das respostas emocionais,
a auto-reflexão e um senso de intuição avançado. ‘’Assim como na inteligência
13
LURIA , Aleksandr Romanovich. Fundamentos de Neuropsicologia. 1. ed. São Paulo:
Editora da Universidade de São Paulo, Livros Técnicos e Científicos Editora, 1981. p – 24.
14
Artigo publicado por Caroline Lima e Bianca. Inteligência múltiplas. Disponível em
http://estagiocewk.pbworks.com/f/artigo+cientifico+bianca.pdf, acesso em 10 de abril de 2010.
22
interpessoal, os lobos frontais desempenham um papel central na mudança de
personalidade. Um dano na área inferior dos lobos frontais provavelmente produzirá
irritabilidade ou euforia, ao passo que um dano nas regiões mais altas provavelmente
produzirá indiferença, desatenção, lentidão e apatia - um tipo de personalidade
depressiva’’15
2.7 Inteligência Interpessoal
O
fundamento
desta
inteligência
opera,
primeiramente,
baseada
no
relacionamento interpessoal e na comunicação. Envolve a habilidade de trabalhar
cooperativamente com outros num grupo e a habilidade de comunicação verbal e
não-verbal. Constrói a capacidade de perceber, por exemplo, alterações de humor,
temperamento, motivações e intenções de outras pessoas.
Em sua forma mais avançada a pessoa consegue ler, mesmo que os outros
tentem esconder, os desejos e intenções, podendo ter empatia por suas sensações,
medos e crenças. ‘’Todos os indícios na pesquisa do cérebro sugerem que os lobos
frontais desempenham uma papel importante no conhecimento interpessoal. Um
dano nessa área pode provocar profundas mudanças de personalidade, ao mesmo
tempo em que não altera outras formas de resolução de problemas - a pessoa
geralmente não é a mesma' depois de um dano desses’’16
15
GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática 1. ed. Porto Alegre
:Artes Médicas, 1995. p - 23
16
GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática 1. ed. Porto Alegre :
Artes Médicas, 1995.
23
2.8 Inteligência Corporal - Cinestésica
Este tipo de inteligência corporal-cinestésica está relacionada com o
movimento físico e com o conhecimento do corpo. É a habilidade de usar o corpo
para expressar uma emoção (dança e linguagem corporal) ou praticar um esporte,
por exemplo. Garrincha, reprovado no teste de QI, provavelmente apresentaria um
ótimo desempenho nesta inteligência se esta fosse submetida a um teste
psicométrico.
O ilustre Gardner17 entendia este tipo de inteligência, desta forma: ‘’ O controle
do movimento corporal está, evidentemente, localizado no córtex motor, com cada
hemisfério dominante ou controlador dos movimentos corporais no lado contralateral”.
Entretanto, é possível acrescentar outras áreas corticais também importantes
para a realização do movimento que Gardner deixa de lado. Uma delas é o giro póscentral, onde está localizado o Homúnculo de Penfield sensitivo. É uma
representação somatotópica: cada ponto sensitivo do corpo tem uma representação
nesta parte do córtex. Por exemplo, a mão, que possui muitos receptores sensitivos,
possui uma representação grande no córtex enquanto que o pé, com menos
receptores, possui uma área menor.18
2.9 Inteligência Emocional
Deixamos por último a análise desse tipo de inteligência, não por ser o mais
importante, porém, por ser mais complexo, e requer mais esclarecimentos de forma
minuciosa. Goleman19 definiu a inteligência emocional como: "...capacidade de
17
GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática 1. ed. Porto Alegre
:Artes Médicas, 1995. p - 23
18
19
MACHADO, Angelo. Neuroanatomia Funcional. 1. ed. São Paulo : Atheneu, 1981.
Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Intelig%C3%AAncia_emocional, acesso em 10 de abril de
2010.
24
identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de
gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos’’.
Podemos conceituar como a capacidade de reconhecer os próprios
sentimentos e os dos outros, assim como a capacidade de lidar com eles.
Salovey e Mayer20 definiram inteligência emocional como: "...a capacidade de
perceber e exprimir a emoção, assimilá-la ao pensamento, compreender e raciocinar com ela,
e saber regulá-la em si próprio e nos outros."
Dividiram-na em quatro domínios:21
1. Percepção das emoções - inclui habilidades envolvidas na identificação de
sentimentos por estímulos, como a voz ou a expressão facial, por exemplo. A
pessoa que possui essa habilidade identifica a variação e mudança no estado
emocional de outra.
2. Uso das emoções – implica na capacidade de empregar as informações
emocionais para facilitar o pensamento e o raciocínio.
3. Entender emoções - é a habilidade de captar variações emocionais nem
sempre evidentes;
4. Controle (e transformação) da emoção - constitui o aspecto mais facilmente
reconhecido da inteligência emocional – e a aptidão para lidar com os próprios
sentimentos.
20
21
Idem.
Ib idem
25
CAPÍTULO III
A INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA E SEUS ESTÍMULOS
3.1 Potencialidades a serem despertadas e estimuladas pelos
educadores
O ensino no Brasil precisa mudar, melhorar, se tornar mais Eficiente. Em
relação ao comportamento dos alunos em sala de aula, nem sempre é possível
resolver os problemas enfrentados, até porque muitos deles têm sua origem e
solução fora do âmbito pedagógico, como problemas familiares, e/ou dentro de um
contexto maior como problemas sociais.
No entanto, ao se trabalhar de uma forma em que os alunos possam construir
conhecimento de variados modos, o interesse deles pelas aulas tende a aumentar,
assim como o comportamento a melhorar. Vale lembrar que muitas vezes o
comportamento “inadequado” apresentado por alguns alunos pode não ser
considerado realmente um problema, mas sim uma solução.
Diante da análise que fizemos no capítulo anterior, podemos concluir que os
educadores, lidam com pessoas diferentes, e sobretudo com talentos a serem
explorados e descobertos, afim , que estes sejam estimulados de forma correta.
Para trabalhar com grupos heterogêneos, com fundamentoi na Teoria das
Inteligências Múltiplas22, uma opção para alcançarmos o sucesso do professor e dos
alunos na aquisição de uma língua estrangeira. A grande contribuição de Gardner,
conforme PIOVESAN & GRAZZIOTIN23 nos informam, foi o fato de sua teoria ter
apontado para os diferentes estilos cognitivos.
22
GARDNER, H. Estruturas da mente: A teoria das inteligências múltiplas. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1995.p – 22.
23
PIOVESAN, Â. M. W.; GRAZZIOTIN, J. D. As Inteligências Múltiplas no
Ensino de Língua Inglesa. 2004. Monografia (Apresentada ao Curso de
26
Essa teoria não só contribui para expandir e valorizar uma maior gama de
habilidades e talentos do ser humano, mas também demonstra que temos diferentes
maneiras de aprender (estilos cognitivos) e, até mesmo, diferentes formas de
apreender determinados conteúdos. Sua contribuição foi, sem dúvida, a valorização e
o incentivo aos diferentes talentos dos indivíduos.
A teoria das inteligências múltiplas propõe a criação de um ambiente positivo,
que incentive os alunos a imaginar soluções, explorar possibilidades, levantar
hipóteses, justificar seu raciocínio e validar suas próprias conclusões. Nesse
ambiente, a autonomia é estimulada e os erros fazem parte do processo de
aprendizagem, devendo ser explorados e utilizados de maneira a gerar novos
conhecimentos, novas questões e novas investigações, em um processo permanente
de refinamento das idéias discutidas. Assim, o ambiente da sala de aula pode ser
visto como uma oficina de trabalho de professores e alunos, um espaço estimulante e
acolhedor, de trabalho sério, organizado e alegre.24
No entendimento de Gardner os professores seriam liberados para fazer aquilo
que deviam fazer: ensinar o assunto de sua matéria, em seu estilo de ensino preferido. O
professor-mestre faria a supervisão e a orientação dos professores inexperientes,
procurando assegurar que a equação aluno-avaliação-currículo-comunidade estivesse
adequadamente equilibrada.
Para Gardner existem 3 tipos de preconceitos na sociedade atual:
►Ocidentalista: colocar certos valores culturais ocidentais num pedestal
(Pensamento lógico);
► Testista: sugere um preconceito no sentido de focar aquelas capacidades ou
abordagens humanas que são prontamente testáveis. "Os psicólogos deveriam passar
menos tempo classificando as pessoas e mais tempo tentando ajudá-las".
Especialização emAdministração Escolar com Ênfase em Língua Estrangeira). FAE –
Business School – Centro de Desenvolvimento Empresarial (CDE). Abril 2004.
24
Disponível em http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1064-4.pdf, acesso em 11 de
abril de 2010.
27
► Melhorista: qualquer crença de todas as respostas para um dado problema
estão em uma determinada abordagem, tal como o pensamento lógico-matemático, pode
ser muito perigoso.
Isto posto, não existe nenhuma receita para a educação das inteligências
múltiplas. A Teoria das Inteligências Múltiplas foi desenvolvida numa tentativa de
descrever a evolução e a topografia da mente humana. A mente é um instrumento
multifacetado, de múltiplos componentes, que não pode, de qualquer maneira
legítima, ser capturada num simples instrumento estilo lápis e papel. Portanto, a
necessidade de se repensar os objetivos e métodos educacionais torna-se profunda.
3.2 A Aplicabilidade da descoberta do tipo de inteligência do
educando
Diante deste cenário, impossível o educando se permanecer inerte, a tantas
informações e transformações. Necessário se faz aplica-las dentro da realidade, e
tratar cada aluno, entendendo sua capacidade e dificuldade e estimular seu talento.
A ilustre Maria Belloni25, aduz:
“As sociedades contemporâneas e as do futuro próximo, nas
quais vão atuar as gerações que agora entram na escola,
requerem um novo tipo de indivíduo e de trabalhador em todos os
setores econômicos; a ênfase estará na necessidade de
competências múltiplas do indivíduo, no trabalho em equipe, na
capacidade de aprender e de adaptar-se a situações novas. Para
sobreviver na sociedade e integrar-se ao mercado do século XXI,
o indivíduoprecisa desenvolver uma série de capacidades novas:
autogestão (capacidade de organizar seu próprio trabalho),
resolução de problemas, adaptabilidade e flexibilidade diante de
novas tarefas, assumir responsabilidades e aprender por si
próprio e constantemente trabalhar em grupo de modo
cooperativo e hierarquizado.”
25
BELLONI, Maria Luiza. Educação a distância. Campinas: Autores Asssociados, 1999.
28
Entretanto, analisar essa conjuntura educacional significa também vislumbrar
as oportunidades que podem ser aproveitadas na relação sala de aula, professor e
aluno para o sucesso dos objetivos traçados, gerando ações alternativas que
favoreçam essa parceria na construção do conhecimento.
Segundo Jorge Wherthein26assegura:
“O Relatório Mundial da Cultura, organizado por Pérez Cuellar, alerta
para o fato de que não basta apenas educar. É preciso empregar
convenientemente os conhecimentos adquiridos (...) não é mais
suficiente alfabetizar e oferecer um treinamento profissional rápido. É
preciso estar-se atento às mudanças que se operam no plano da
progressiva internalização dos direitos da cidadania, os quais se
farão presentes, seguramente, nas agendas internacionais e
nacionais do século XXI.”
Neste sentido, verifica-se que o professor empreendedor denota a introjeção de
valores, atitudes, comportamentos, formas de percepção do mundo e de si mesmo,
voltados para atividades em que o risco, a capacidade de inovar, perseverar e de
conviver com a incerteza são elementos indispensáveis para o sucesso do seu ato de
educar.
3.3 A Função da escola nesse processo de descoberta e estímulo
No entendimento de Gardner repudia qualquer testagem, como os testes de
QI, para qualificar e quantificar a inteligência de um indivíduo. Afirma que a atribuição
de um rótulo só prejudica o indivíduo na escola e na sociedade. Em uma educação
centrada no indivíduo, dever-se-ia avaliá-lo em todos os seus domínios (habilidades),
monitorar todos os aspectos da aprendizagem e produtividade e, principalmente,
avaliar as aptidões para ajudá-lo a atingir seu potencial. Sugere avaliar o educando
26
WERTHEIN, Jorge. Educação, emprego e cidadania. Jornal Folha de São Paulo, maio de
2001.
29
através do "processofólio", que significa avaliar o educando por toda a sua produção,
avaliar todos os passos e avanços dessa produção, ou seja, as construções que fez.
No entanto, a escola é um espaço que desenvolve a relação humana, e por
isso, que essa relação professor-aluno deve ser bem compreendida, pois a partir de
como vem sendo desenvolvido o aprendizado, os educandos podem ser
prejudicados.
Devemos destacar para esta descoberta a grande importância da sensibilidade
do professor. O cenário educativo tem se ocupado pouco com aspectos mais
voltados para as áreas das relações interpessoais e dos afetos e emoções. Fato este
que corresponde às exigências, talvez, contraditórias de uma civilização moderna,
que propõe a separação entre o mundo sentimental e o racional e intelectual.
3.4 A Utilização de jogos pedagógicos para estimular as diversas
inteligências e estimular o processo de aprendizagem
A teoria das inteligências múltiplas para a educação, nos elucida quanto a
questão de entendermos as limitações e os talentos de cada indivíduo, contudo
sendo, diferentes uns dos outros . Gardner27 sugere a necessidade da
individualização. Se os indivíduos têm perfis cognitivos tão diferentes uns dos outros,
as escolas deveriam, ao invés de oferecer uma educação padronizada, tentar garantir
que cada um recebesse a educação que favorecesse o desenvolvimento do seu
potencial individual. Este autor também enfatiza a necessidade de avaliar as
diferentes inteligências em termos de suas manifestações culturais e ocupações
adultas específicas. Finalmente, ele propõe que a avaliação, ao invés de ser um
produto do processo educativo, seja parte do processo educativo, e do currículo,
informando de que maneira o currículo deve se desenvolver.
Para um melhor estímulo, os jogos pedagógicos pode favorecer e auxiliar o
desenvolvimento das diversas inteligências e auxiliar o processo de ensino27
GARDNER, H. Estruturas da mente: A teoria das inteligências múltiplas. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1995.p – 22.
30
aprendizagem. Entretanto, percebe-se que as práticas de ensino não apresentam
novidades que despertem a atenção e atraiam as crianças para as atividades.
Podemos
perceber
um
desconhecimento
dos
educadores
quanto
a
instrumentos alternativos que possam auxiliar no processo de aprendizagem, e apego
a métodos tradicionais, como por exemplo, aulas essencialmente expositivas. Faz-se
necessária à reestruturação do processo de ensino-aprendizagem, adequando-o às
necessidades globais da etapa de desenvolvimento da criança e considerando seu
universo lúdico conectado à sua apreensão do mundo, do qual também faz parte a
escola.
Neste sentido, por meio do jogo que se revelam à autonomia, a originalidade, a
possibilidade de ser livre, de inventar e de poder expressar o próprio desejo
convivendo com as diferenças. A criança tem maneira de ver, de pensar e de sentir
que lhe são próprias, e a aprendizagem não ocorre senão através de uma conquista
ativa.28
Tendo em vista, que a capacidade cognitiva possibilita a compreensão e a
intervenção do indivíduo nos fenômenos sociais e culturais para a construção de
novas conexões e conseqüentemente sua atuação no mundo. Exercitada através de
estímulos sensoriais e atividades de certa complexidade, a cognição pode ser
ampliada através de múltiplas conexões neuronais formando uma rede de
informações diversificadas. Neste sentido, a interação da criança em um ambiente
estimulador tornar-se-ia benéfica ao desenvolvimento cognitivo.29
28
ALMEIDA, P. Dinâmica Lúdica -Técnicas e Jogos Pedagógicos. São Paulo: Edições
Loyola, 1978.
29
CARDOSO, S. H., SABBATINI, R. M. E. Aprendizagem e Mudanças no Cérebro.
Revista Cérebro & Mente, 2000.
31
3.5 Os tipos de inteligências de personalidades importantes para o
mundo30
VERBAL OU LINGÜÍSTICA
Essa inteligência é observada nos grandes poetas, escritores, publicitários,
vendedores e poliglotas. Ex. Machado de Assis, Martinho da Vila, Cartola, o
romancista Jorge Amado é dotado de excepcional inteligência lingüística. É o mais
traduzido dos autores brasileiros.
Jorge Amado
30
Fonte: Como desenvolver conteúdos explorando as inteligências múltiplas – Celso
Antunes. Disponível em http://www.marizalima.com.br/apoio/arquivos
/20070610_140833MuLTIPLAS%20INTELIGeNCIAS.doc , acesso em 12 de abril de
2010.
32
LÓGICO-MATEMÁTICA
Essa inteligência está presente em engenheiros, químicos, físicos,
projetistas. Ex: Albert Einstein, Bertrand Russel, Euclides, Pitágoras, o inglês
Stephen Hawk é um gênio do tipo lógico-matemático. Ele, embora preso a uma
cadeira de rodas devido a uma doença degenerativa, é doutor em Cosmologia e
ocupa a cadeira de Isaac Newton, como professor da Universidade de Cambridge.
Isaac Newton
33
ESPACIAL
Marcante em arquitetos, publicitários, inventores, marinheiros, geógrafos e cirurgiões.
Também se manifesta em pintores e escritores geniais. Ex: Frida Kahlo, Clarice
Lispector, Graciliano Ramos. Imagine como o arquiteto Oscar Niemeyer projetou
Brasília. Onde nada havia, ele “viu” construções com formas e volumes variados. Sua
inteligência espacial tornou-o capaz de prever e solucionar problemas liberando seu
potencial criativo.
CLARICE LISPECTOR
34
SONORA OU MUSICAL
Apresentam as seguintes características: apreciam concertos de música clássica;
já tocaram ou tocam algum instrumento musical ou cantam em um coral; gostam
de vários tipos de música; fazem arranjos musicais, criam “jingles” e aprendem
novos ritmos rapidamente. Ex: Beethoven, Mozart, Tribo do Alto Xingu, Lizt, a
cantora Rita Lee é um exemplo fértil de inteligência musical: além de cantora e
compositora, toca guitarra, flauta e harpa.
MOZART
35
CORPORAL-CINESTÉSICA
O estímulo para essa inteligência pode privilegiar dois campos que se
complementam: a SENSIBILIDADE AMPLA, ligada à força, ao equilíbrio, destreza
e outras manifestações do corpo como um todo, ou a SENSIBILIDADE FINA,
ligada ao tato, paladar, olfato, visão, atenção e outros componentes. Seu estímulo
ensina a pessoa “ver”, e não apenas olhar. Ex: Pelé, Nureyev, Garrincha, Paula do
basquete.
PELÉ
36
NATURALISTA
. É uma sensibilidade voltada para a descoberta da vida e da morte. Como
preservar e prolongar a vida. Manifesta-se em diversos níveis: do jardineiro ao
paisagista; do “amante” da natureza ao florista. Ex: Burle Marx, Darwin, Laplace,
Humboldt.
DARWIM
37
INTERPESSOAL
Quem tem inteligência interpessoal sempre é solicitado para dar conselhos e
eleitos para alguma coisa. Essa inteligência é observada em: políticos, terapeutas,
publicitários, assistentes sociais. Ex: Hebe Camargo, Silvio Santos.
SILVIO SANTOS
38
INTRAPESSOAL
É a inteligência encontrada nas pessoas bem humoradas e que sabem fazer
críticas de si mesmas, encarando, sem medo, as próprias limitações. Ex: Nelson
Mandela é um exemplo de como o equilíbrio pessoal pode determinar uma
trajetória de vida. Libertado em 1.990, depois de 27 anos na prisão do regime a
negociar, em seu país, o fim da segregação racial. Em 1.993, ganhou o prêmio
Nobel da Paz e angariou uma inabalável integridade moral e política. Em 1.994
venceu a primeira eleição multirracial de seu país.
NELSON MANDELA
39
CONCLUSÃO
Por todo o exposto, concluímos que:
1. A inteligência pode ser definida como a capacidade mental de raciocinar, planejar,
resolver problemas, abstrair idéias, compreender idéias e linguagens e aprender. É
um conceito complexo, não sabemos quantos nem exatamente quais são seus
conceitos básicos. Conceituar a inteligência significa delimitar suas fronteiras,
identificar suas características e diferenciá-las das demais funções mentais
envolvidas nos processos cognitivos.
2. No entanto, vimos no decorrer da pesquisa que inteligência é diferente de
conhecimento, no qual, o conhecimento é a construção coletiva mediada
dialogicamente, que deve articular dialeticamente a experiência da vida prática com a
sistematização rigorosa e crítica. O processo de construção do conhecimento implica
uma relação dialógica. No entanto, apesar de tantos conceitos podemos salientar que
o conhecimento do ser humano é um processo na relação com o outro, com o
mundo, mediatizados pelo ato de conhecer produzindo saberes (conhecimentos) em
relação aos contextos. Neste sentido, conhecer, problematizar a realidade significa
investigar, pesquisar, desvelar e interagir.
3. Ao longo do trabalho, analisamos os tipos das principais inteligências, vejamos:
A Inteligência lingüística, é a habilidade para usar a linguagem para convencer,
agradar, estimular ou transmitir idéias. Gardner indica que é a habilidade exibida na
sua maior intensidade pelos poetas. A inteligência musical, este tipo de inteligência
tem fundamento no reconhecimento de padrões tonais (incluindo sons do ambiente)
e numa sensibilidade para ritmos e batidas. Inclui também capacidades para o
manuseio avançado de instrumentos musicais.
Logo, também analisamos a inteligência lógico matemática, esta inteligência
envolve a capacidade de reconhecer padrões, de trabalhar com símbolos abstratos
40
(como números e formas geométricas) assim como discernir relacionamentos ou
então ver conexões entre peças separadas ou distintas.
Em relação a inteligência espacial é a capacidade de formar modelos mentais
(imagens) e operar com tais imagens. A imagem não é necessariamente visual, pode
ser construída uma imagem tátil, por exemplo, que é o que geralmente faz uma
pessoa cega ao tatear objetos. Esta inteligência lida com atividades como as artes
visuais, a navegação, a criação de mapas e a arquitetura.
A inteligência naturalista funda-se na sensibilidade para compreender e organizar
os objetos, fenômenos e padrões da natureza, como reconhecer e classificar plantas,
animais, minerais incluindo rochas e gramíneas e toda a variedade de fauna, flora, meioambiente e seus componentes.
Já a inteligência pessoal está relacionada aos estados interiores do ser, à auto-
reflexão, à metacognição (reflexão sobre o refletir) e à sensibilidade perante as
realidades espirituais.
A inteligência interpessoal constrói a capacidade de perceber, por exemplo,
alterações de humor, temperamento, motivações e intenções de outras pessoas.
É a habilidade de usar o corpo para expressar uma emoção (dança e
linguagem corporal) ou praticar um esporte podemos entender como a inteligência
cinestesica
4. A teoria das inteligências múltiplas propõe a criação de um ambiente positivo, que
incentive os alunos a imaginar soluções, explorar possibilidades, levantar hipóteses,
justificar seu raciocínio e validar suas próprias conclusões. Nesse ambiente, a
autonomia é estimulada e os erros fazem parte do processo de aprendizagem,
devendo ser explorados e utilizados de maneira a gerar novos conhecimentos, novas
questões e novas investigações, em um processo permanente de refinamento das
idéias discutidas.
41
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Edições Loyola, 1978.
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43
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de 2010.
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josivan oliveira sousa inteligências múltiplas na psicopedagogia